Especial Dia do Pão

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ECONOMIA

18 de Outubro de 2018 Faz parte integrante da edição de O MIRANTE nº 1373

Empresas não podem ser vistas como fontes de receita fácil No discurso de encerramento da sétima edição do encontro internacional de negócios que decorreu em Tomar entre 15 e 17 de Outubro, a presidente da NERSANT deixou recados ao Governo, criticou o Orçamento de Estado e pediu um bom aproveitamento dos fundos comunitários. Maria Salomé Rafael pediu para que as empresas sejam vistas como motores de desenvolvimento e não só como fontes de receita fácil 3

Empresas que participam no Nersant Business aumentam as exportações “Fico feliz com a felicidade dos outros” Paulo Macedo é director do Agrupamento de Escolas dos Templários desde Julho de 2017. Vive em Tomar desde 1991 e é nessa cidade, onde ainda se consegue ouvir o chilrear dos pássaros, que se sente bem. 7 Três Dimensões

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Restauração é um pilar fundamental para o desenvolvimento do turismo Entidade do Turismo do Alentejo e Ribatejo certificou restaurantes em Azambuja e Salvaterra de Magos. Ceia da Silva diz que o turista precisa de comer bem para voltar 7/10

CADOVA investe um milhão para fornecer milho a cervejeiras

Cooperativa da Chamusca já tem acordos para escoar produto. O director da CADOVA, Vasco Reis, afirma que este milho tem uma maior valorização 12

ISLA Santarém com aumento de 65% no número de novos estudantes Filipa Martinho felicitou os novos estudantes por terem escolhido o ISLA para continuar o seu percurso académico 11

W Shopping em Santarém trabalha para ter ginásio e jardim-de-infância

Centro comercial garante continuidade do cinema e vai ter mais duas marcas. As novidades foram dadas a O MIRANTE pelo administrador do centro, Rui Rosa, numa altura em que o W Shopping comemora 15 anos. 12

Um alimento milenar que nunca saiu de moda

Especial Dia Mundial do Pão

Dia Mundial do Pão celebrou-se a 16 de Outubro. Produzido pela primeira vez há mais de seis mil anos, é o resultado da cozedura de uma mistura de farinha, água e sal, mas é muito mais do que isso. Para muitos confunde-se com o próprio alimento e, talvez por isso, o seu dia coincida com o Dia da Alimentação 2

Clinicalm abriu portas Domus Salutem em a alunos de Almeirim Abrantes tem oftalmologia Iniciativa visou sensibilizar as crianças para a importância da saúde oral 10

O médico Sérgio Brito dá consultas de oftalmologia e de oftalmologia pediátrica 6

Escola Profissional do Vale do Tejo reconhecida a nível internacional

Instituição foi acreditada com o “Vet Mobility Charter” que certifica a qualidade das mobilidades para fins de aprendizagem 8

Escola de Hotelaria de Fátima reabre restaurante de aplicação ao público

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NESTA EDIÇÃO

GUIA DO AUTOMÓVEL

CLASSIFICADOS

XIV


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O MIRANTE - ESPECIAL DIA DO PÃO

18 OUTUBRO 2018

Um alimento milenar que nunca saiu de moda

fotos O MIRANTE

Dia Mundial do Pão celebrou-se a 16 de Outubro. Produzido pela primeira vez há mais de seis mil anos, é o resultado da cozedura de uma mistura de farinha, água e sal, mas é muito mais do que isso. Para muitos confunde-se com o próprio alimento e, talvez por isso, o seu dia coincida com o Dia da Alimentação. Para assinalar a data O MIRANTE falou com o responsável pela panificadora Pereira, em Abrantes, um negócio com 25 anos mas fresco como um pão acabado de sair do forno.

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panificadora Pereira está em Abrantes desde 1993, em 2005 mudou-se para as instalações actuais no Parque Industrial Norte, onde encontrámos Rui Pereira e Tiago Pereira. Rui e Tiago, de 34 e 30 anos respectivamente, são filhos do fundador Manuel Carlos da Silva Pereira e confessam que não passam um dia sem comer pão. Na mesa da família o pão tem sempre lugar seja qual for a refeição. Desde novos começaram a ajudar o pai na padaria. Rui Pereira refere que aos 12 anos já ajudava durante as férias escolares e que por volta dos 15 começou a trabalhar na panificadora a tempo inteiro. Há cerca de oito anos é responsável pela gestão da empresa, mas quando é necessário ainda põe as

Mudam-se os tempos, muda-se o pão Como os paladares vão mudando, Rui Pereira diz que estão sempre a inovar com novos produtos, novas variedades de pão que vão ao encontro do que os clientes pedem. “Actualmente a tendência é para os pães escuros e mais rústicos, como o pão de centeio”, refere o padeiro, embora garanta que o tradicional pão de Mafra, e o pão do Ti Manel continuem a ser muito apreciados.

Produção de pão é um processo técnico e avançado mas com muito conhecimento artesanal mãos na massa, sempre que há algum problema a resolver na produção. Todos os dias são amassados cerca de 4.500 quilos de farinha, o que equivale a 8.100 quilos de massa, em média. Os pães que daí resultam começam a sair da fábrica por volta das 03h30, em carrinhas, num raio de acção que chega à vizinha Espanha. Nisa, Portalegre, Sousel, Estremoz, Elvas, Badajoz, Castelo Branco, Santarém, Almeirim, Vale de Cavalos, Barquinha, Constância, Tomar, Vila de Rei, Sardoal e Mação são alguns dos destinos. Rui Pereira enumera os concelhos para onde todos os dias se deslocam três dezenas de funcionários responsáveis pelas entregas. O processo de fabrico começa às 19h00 e leva cerca de três horas, que incluem a amassadura, a levedação, o corte e a cozedura. Depois há ainda que considerar o tempo para cortar, embalar e carregar as carrinhas. Para Rui Pereira, este é um produto que tem muita mão-de-obra e onde a introdução de máquinas pode retirar qualidade. Por volta das 09h00 do dia seguinte todas as entregas têm que estar feitas. “Abastecemos muitos cafés e restaurantes que precisam de ter o pão a tempo e horas para poderem começar a trabalhar, não há margem para atrasos”, refere o responsável. “Na venda porta-a-porta, ao cliente final, o período é mais alargado”. Na empresa existem oito carros dedicados apenas às entregas a esta-

Portugueses consomem mais 40 quilos de pão por ano do que o recomendado A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de 60 quilos de pão por ano, por pessoa, ou seja, 165 gramas de pão por dia. Portugal e Marrocos são os países recordistas no consumo de pão, consumindo em média 100 quilos por ano per capita. O país que mais se aproxima do ideal é o Uruguai, com uma média de 55 quilos por ano por pes-

soa. De acordo com a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), até ao final da década de 80, o consumo em Portugal rondava os 150 quilos per capita, por ano. Segundo a ACIP o decréscimo no consumo deve-se a factores económicos, mas também à ideia generalizada de que o pão engorda.

Rui e Tiago Pereira são os filhos do fundador da empresa belecimentos comerciais, os restantes são dedicados à distribuição porta-a-porta. Rui Pereira refere com orgulho que pertence a um grupo empresarial que compreende duas empresas: a Manuel Carlos da Silva Pereira, Indústria de Panificação e Pastelaria, que actua na área da venda ao público e porta-a-porta, responsável pela distribuição a escolas, cafés, supermercados, restauração e clientes finais; e a Sabores do Ti Pereira, dedicada à padaria, pastelaria e cafetaria, com 13 lojas na zona de Abrantes e Ponte de Sor, e uma também no concelho da Chamusca. No total são cerca de 160 funcionários, 50 nas lojas Sabores do Ti Pereira, 27 dedicados exclusivamente à produção do pão, 14 à produção de pastelaria, 35 à distribuição e os restantes ao trabalho administrativo. A empresa adquiriu um espaço industrial contíguo ao actual e planeia ampliar a fábrica que passará dos 1.200 para

os 2.350 metros quadrados. “O objectivo é organizar a casa, estamos muito limitados no espaço, queremos dividir a pastelaria da padaria”, refere Rui Pereira. “O nosso produto tem qualidade e não queremos acrescentar a produção, mas sim gerir bem o negócio que já temos”

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