Regresso às aulas

Page 1

28 | REGRESSO ÀS AULAS

10 Setembro 2009 | O MIRANTE

Programa “Novas Oportunidades” com 900 mil inscritos Q uase 900 mil portugueses inscreveram-se no programa Novas Oportunidades, estando a registar-se uma média de 20 mil novas inscrições por mês. Os dados foram divulgados por Roberto Carneiro, coordenador da equipa que faz a avaliação externa da iniciativa governamental. Para Roberto Carneiro, a adesão dos portugueses ao programa, lançado em 2006, é notável e significa que o sistema cresceu muito além do que poderia esperar-se há um ano ou dois atrás, o que está a colocar um problema de resposta. “A lista de espera é um grande problema, as pessoas estão muito tempo à espera para serem chamadas, encaminhadas e avaliadas para entrarem nos cursos”, afirmou o ex-ministro da Educação, que agora coordena uma equipa da Universidade Católica para analisar este programa. Outro problema detectado na primeira avaliação, que será sexta-feira apresentada

Nove em cada cem portugueses não sabe ler nem escrever A Campanha Global pela Educação em Portugal assinalou terça-feira o Dia Mundial da Literacia sublinhando o “impacto da educação e da alfabetização no aumento dos rendimentos das famílias, na melhoria das condições de higiene e de saúde”. Em Portugal, nove em cada cem portugueses continuam sem saber ler nem escrever, na maioria idosos e a viverem no Interior, segundo o último censos. O número desceu de 11 para 9 por cento, em dez anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2001. Para o presidente da Associação O Direito a Aprender, Rui Seguro, “estes números ainda estão muito longe do ideal. Nos países nórdicos é um escândalo quando se encontra uma pessoa analfabeta. Já em

num seminário em Lisboa, prende-se com a dificuldade em compatibilizar a vida pessoal, profissional e o regresso à escola. “As pessoas apontam os horários como não sendo os mais apropriados à sua vida pessoal e profissional”, afirmou. As mulheres representam o maior número de inscrições nas Novas Oportunidades, o que é encarado como muito positivo, tendo em conta o maior grau de dificuldade que sentem em conciliar a vida familiar com outras actividades, devido aos filhos. Outro aspecto valorizado na generalidade dos novos estudantes é a questão da auto-estima, o que para o investigador Henrique Lopes assume particular importância nas mulheres. “As mulheres em Portugal têm muitas vezes (os estudos mostram-nos) uma auto-estima abaixo do que é desejável. A iniciativa (novas oportunidades) tem por isso um duplo benefício”, considerou.

Portugal menospreza-se essa realidade. Estamos a falar de quase um milhão de pessoas”, refere.


REGRESSO ÀS AULAS | 29

O MIRANTE | 10 Setembro 2009

Como ultrapassar o trauma da matemática U

m professor universitário que passou um ano a ensinar matemática aos alunos de ensino básico considera que o insucesso escolar na disciplina pode ser vencido sem saltar etapas, com bons manuais e bons professores. “Dei aulas no ensino básico durante um ano, levado por um amigo, e apercebi-me durante esse tempo da catástrofe total em que estava mergulhado”, disse à Lusa Ron Aharoni, que participou em Lisboa numa conferência internacional sobre o ensino da matemática organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Na sua perspectiva, “há um grande problema a nível mundial que consiste em que não são as melhores pessoas que actualmente vão para o ensino”. “O que acontece é que os professores de matemática não sabem matemática e isto é um problema relativamente recente que existe praticamente em todo o mundo”, disse, considerando que, na sua perspectiva, não se resolve com planos dos governos para ensinar matemática aos professores. “A minha experiência diz-me que tudo o que se deve saber sobre educação deve ser aprendido nas salas de aula”, afirmou Ron Aharoni, que lançou em Portugal o seu livro “Aritmética para Pais”, dirigido

aos que desejam ajudar os filhos a vencer o medo da matemática e a gostar dela. Para este especialista, “a forma mais fácil e barata de melhorar o ensino da matemática é através dos manuais, que têm de ser muito bons” e não devem tentar apenas proporcionar actividades agradáveis às crianças, como defendem os especialistas em Educação. “O objectivo de um bom manual é construir a matemática com base na sequência de todas as suas etapas, articulando-as umas a seguir às outras, sem falhar nenhum passo, e não devem ser escritos por amadores”, considerou o professor israelita. No seu entender, “muitas pessoas não compreendem matemática porque falharam um passo e perdem o fio à meada e os professores devem assumir muito bem este princípio e aprender também com os manuais, ajudando os alunos a pensar em profundidade, a fazer conjecturas”.

foto arquivo O MIRANTE


30 | REGRESSO ÀS AULAS

10 Setembro 2009 | O MIRANTE

Uma novidade chamada educação sexual Disciplina entra nas escolas do básico e secundário

O

diploma que estabelece a aplicação da educação sexual nos estabelecimentos de ensino básico e secundário foi publicada a 6 de Agosto. A partir do próximo ano lectivo, os projectos educativos dos agrupamentos e das escolas não agrupadas devem incluir temas de educação sexual, em moldes definidos pela escola ou agrupamento, depois de ouvidas as associações de

estudantes, as associações de pais e os professores. O projecto de educação sexual de cada turma deve ser elaborado no início do ano pelo director de turma e pelo professor responsável pela educação para a saúde e educação sexual e deve incluir “os conteúdos e temas que, em concreto, serão abordados, as iniciativas e visitas a realizar, as entidades, técnicos e especialistas externos à

AJUDA ESCOLAR 1º ao 6º ano - individuais ou em grupo (todas as disciplinas) - Métodos de Estudo - Apoio Trabalhos Casa - Preparação para testes Horário: 2ª a Sábado (flexível) Contacto: 243 328 089 ou 914 569 774 Em frente ao Parque dos Leões Santarém Experiência 16 anos de ensino

escola, a convidar”. A carga horária da educação sexual deve ser adaptada a cada nível de ensino, não devendo “ser inferior a seis horas para o 1º e 2º ciclos do ensino básico, nem inferior a doze horas para o 3º ciclo do ensino básico e secundário, distribuídas de forma equilibrada pelos diversos períodos do ano lectivo”. Segundo o diploma, no ano lectivo de 2009/2010 todos os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas deverão ter em funcionamento gabinetes de informação e apoio que, em articulação com as unidades de saúde, garantam aos alunos o acesso aos meios contraceptivos adequados. Estes gabinetes são assegurados por profissionais com formação nas áreas da educação para a saúde e educação sexual e deverão funcionar “obrigatoriamente pelo menos uma manhã e uma tarde por semana”, garantir a confidencialidade dos utilizadores e disponibilizar “um espaço na Internet com informação que assegure, prontamente, resposta às questões colocadas pelos alunos”. A lei salienta a importância da participação no processo educativo de pais, alunos, professores e técnicos de saúde, destacando que os encarregados de educação e respectivas estruturas representativas serão informados de todas as actividades curriculares e não curriculares desenvolvidas no âmbito desta matéria. Ao Ministério da Educação cabe garantir a formação necessária para o exercício da função aos professores

A lei salienta a importância da participação no processo educativo de pais, alunos, professores e técnicos de saúde com responsabilidades na condução da matéria. A nova lei, aprovada a 04 de Julho na Assembleia da República, aplica-se às escolas do ensino básico e secundário da rede pública e aos estabelecimentos privados e cooperativos com contrato de associação. O diploma realça que a nova lei pretende, entre outros objectivos, “valorizar a sexualidade e afectividade entre as pessoas no desenvolvimento individual, respeitando o pluralismo das concepções existentes na sociedade portuguesa” e a “redução de consequências negativas dos comportamentos sexuais de risco, tais como a gravidez não desejada e as infecções sexualmente transmissíveis”

.


REGRESSO ÀS AULAS | 31

O MIRANTE | 10 Setembro 2009

Ensino deve favorecer a imaginação e a criatividade Está a ser preparado manifesto de embaixadores do Ano Europeu

foto arquivo O MIRANTE

As escolas não favorecem a imaginação e a criatividade e hoje os alunos estão mais avançados do que os professores em coisas como as novas tecnologias. Estes dois pontos estão na base de uma reflexão europeia sobre o ensino.

A

reforma do sistema de ensino de forma a estimular e valorizar a imaginação dos alunos é defendida num manifesto que está a ser finalizado em Bruxelas pelos embaixadores do Ano Europeu da Criatividade e Inovação (AECI). Instituído pela União Europeia para promover a criatividade e inovação ao longo de 2009, o AECI é composto por 27 embaixadores nomeados por países europeus. Entre eles contam-se destacados artistas e intelectuais de várias áreas como o músico espanhol Jordi Savall, o arquitecto holandês Remment Koolhaas, a coreógrafa belga Anne Teresa Keermaeker, o chefe de cozinha Ferran Adriá e o artista conceptual português Leonel Moura. O documento centra-se essencialmente em três pontos, e um deles é bastante crítico sobre o actual sistema de ensino: “As escolas não favorecem a imaginação e a criatividade. A escola não está virada para a experimentação”, afirmou.

De acordo com Leonel Moura, é consensual entre os embaixadores que “os problemas estruturais na Europa nesta área têm a ver com o ensino e a falta de preparação para o novo tipo de sociedade em que vivemos”, e por isso defendem uma “reforma de todo o sistema”. “Hoje os alunos estão mais avançados do que os professores em coisas como as novas tecnologias”, apontou, destacando que todos os embaixadores presentes concordaram nesta questão. No manifesto - que será divulgado em breve - é destacada a importância da criatividade e da inovação no avanço das tecnologias, mas também em todas as empresas, de forma a oferecer produtos que marquem uma diferença. É ainda destacado no documento que a criatividade “não tem só a ver com a área artística, como se pensa habitual-

Instituído pela União Europeia para promover a criatividade e inovação ao longo de 2009, o AECI é composto por 27 embaixadores nomeados por países europeus.

mente, e deve estar presente em tudo, desde as empresas à vida quotidiana, nas questões sociais, no Governo”. “Há muitos problemas que não têm resposta por falta do uso da criatividade”, assinalou ainda o artista português, 59 anos, conhecido pelas abordagens artísticas nas áreas da inteligência

artificial e na robótica. Os embaixadores do AECI defendem ainda que a superação da grave crise mundial que se vive actualmente “passa muito pela criatividade” e o momento é até “uma boa oportunidade para modificar alguns aspectos da sociedade” contemporânea

.


32 | REGRESSO ÀS AULAS

10 Setembro 2009 | O MIRANTE

Press-release

Almeida Garrett é sinónimo de ensino de qualidade no Cartaxo

foto arquivo O MIRANTE

O

Colégio Almeida Garrett encontra-se cada vez mais consolidado na região do Cartaxo. Com uma oferta educativa que abrange desde o berçário até ao Pré-escolar (Colégio Almeida Garrett) e desde o 1 ano ao 6 ano de escolaridade (Colégio Lugar da Fonte), o colégio apresenta-se cada vez mais, como uma alternativa de qualidade ao ensino público. Apostando na estruturação sólida de turmas pequenas, o método de ensino e o acompanhamento individual que se consegue proporcionar aos alunos revela-se extremamente eficaz. Através de um esforço contínuo na procura de uma melhoria, processou-se durante o ano lectivo 2008-2009 uma consolidação a nível pedagógico que deu os seus frutos, manifestados numa melhoria efectiva dos resultados das provas de aferição que ficaram situados em valores acima da média nacional. Devido à inclusão de novos profissionais do sector da educação e à partilha de experiências entre os membros da equipa do colégio, conseguiu-se, de facto, no decorrer do ano lectivo passado aumentar a exigência sob o ponto de vista formal e não formal do desenvolvimento cognitivo, social, cultural e pedagógico dos alunos. No decorrer do ano lectivo de 20092010 as ofertas e ideias de actividades serão repletas de novidades e novos

modos de funcionamento, entre as quais se destacam os ateliers de expressões e a estruturação de aulas de apoio e desenvolvimento de métodos de estudo. O Colégio conta ainda com os mais variados serviços de forma a conseguir apoiar os pais no seu dia a dia, nomeadamente, serviços de transporte, de alimentação e actividades extra curriculares, as quais, à excepção da natação, são desenvolvidas no espaço físico do colégio. Numa altura menos boa da economia nacional e com o intuito de facilitar os pais, as mensalidades do Colégio para o ano terão a comparticipação do ministério

.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.