Licenciada Área de Localização Empresarial de Torres Novas O Ministério da Economia concedeu no dia 17 de Maio o licenciamento para o Parque de Negócios de Torres Novas, que se tornou na segunda ALE - Área de Localização Empresarial do país a seguir à de Rio Maior. Segundo uma nota da sociedade Parque de Negócios do Vale do Tejo, esta ALE vai ser gerida pela Geriparque SA, criada em 2003, com um capital social de 2,5 milhões de euros e que tem como accionistas um conjunto
de entidades públicas e privadas da região. Com uma área de 344.046 metros quadrados, os seus 25 lotes ocupam 231.345 metros quadrados, destinando-se a instalação de indústria, logística, comércio e serviços. Naquele espaço está já instalado o entreposto logístico da cadeia de supermercados LIDL, prevendo-se ainda para este ano o arranque de uma unidade da empresa de material informático Digidelta.
ECONOMIA Há várias feiras dentro da Feira Nacional de Agricultura A Feira Nacional de Agricultura é cada vez mais um evento que pretende atrair diversos públicos. A forte aposta no programa musical é vista pelos mais puristas como um desvirtuar do espírito original da Feira do Ribatejo, mas é também uma forma de levar mais gente ao Centro Nacional de Exposições. O MIRANTE foi ouvir alguns empresários da região sobre a feira e sobre o estado da agricultura numa região onde o Tejo continua a ter um potencial por explorar na sua plenitude. 2
Com um investimento de infraestruturação de 1,7 milhões de euros, as obras do parque, com projecto urbanístico do arquitecto francês Claude Vasconi, devem iniciar-se ainda este ano. As empresas que adquirirem lotes até ao final deste ano terão isenção de IMT (imposto municipal sobre a transmissão onerosa de imóveis) e isenção de IMI (imposto municipal sobre imóveis) durante os próximos 10 anos.
31 de Maio de 2012
NERSANT reuniu em assembleia geral para prestação de contas A assembleia geral da NERSANT aprovou por unanimidade o relatório e contas do exercício de 2011 considerado o melhor desde a fundação da associação. 10
especial FERSANT / FEIRA DA AGRICULTURA
Clínica de beleza “Escultural” passa a “Essencial” em Torres Novas Um espaço que conjuga as vertentes de estética, cabeleireiro e medicina alternativa 9
CTIC acreditado para fazer medições de ruído ambiental 11 Feira da Agricultura e FERSANT decorrem no Centro Nacional de Exposições, de 2 a 10 de Junho, com um cartaz musical forte apesar da crise
The Learning Spot celebra primeiro aniversário Fundada em Abrantes a empresa veio oferecer à comunidade formação de jovens e adultos 10
Agromais comemorou 25 anos com homenagem aos fundadores 8
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FERSANT / FEIRA DA AGRICULTURA 31 MAIO 2012 foto arquivo O MIRANTE
José Cid, Jorge Palma e Pablo Alboran em palco
Feira Nacional de Agricultura e Fersant de novo de mãos dadas em Santarém Iniciativas decorrem no Centro Nacional de Exposições, de 2 a 10 de Junho, com um cartaz musical forte apesar da crise.
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Feira Nacional da Agricultura (FNA), que vai decorrer de 2 a 10 de Junho em Santarém, volta a acolher no seu recinto a Fersant - Feira Empresarial da Região de Santarém, juntando no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) a nata do sector agro-pecuário nacional e dos agentes económicos da região e grandes nomes da música nacional. Uma espécie de três em um. A FNA vai este ano chamar a atenção para a importância do consumo dos produtos nacionais, em particular dos frescos, em época própria. “Vamos mostrar o que de melhor se produz em Portugal em frescos, alertando para uma alteração dos hábitos dos consumidores que os leva a procurarem determinados frutos fora de época”, obrigando à exportação, afirmou Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal e administrador do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, na apresentação da edição deste ano da FNA. Luís Mira afirmou que, ao contrário do que a organização chegou a recear, a 49.ª edição da Feira Nacional da Agricultura/59.ª Feira do Ribatejo
não verá reduzir o número de expositores, registando mesmo um aumento de iniciativas e de concursos. Além de numerosos seminários técnicos, a feira terá este ano seis novos concursos, destacando Luís Mira o Concurso Nacional de Azeites, com 107 azeites a concurso, e um conjunto de iniciativas como a I Feira do Turismo Rural e da Natureza, a Fersant - Feira Empresarial da Região de Santarém, o Fórum Internacional sobre o Rio Tejo, um Encontro Internacional de Clusters, entre muitas outras. Para o centro de exposições, a FNA não é uma feira só para agricultores, assumindo-se, a exemplo do que acontece noutros países europeus, como um cer-
tame destinado aos consumidores, pelo que tem sido feito um apelo à venda de produtos durante o certame, disse. Por outro lado, durante uma semana, a FNA “coloca a agricultura na agenda política”, frisou Luís Mira, referindo que o certame deste ano será inaugurado pelo Presidente da República, estando já confirmadas as visitas do primeiro-ministro, de vários ministros e dos líderes dos partidos da oposição. Devido ao aumento do IVA, os bilhetes para a feira custam este ano seis euros, com acesso aos espectáculos (no caso de Pablo Alboran serão 15 euros para quem quiser ficar sentado frente ao palco). O centro de exposições disponibiliza ainda livres trânsito a 18 euros
Por ser uma feira de “grande público”, a Feira Nacional de Agricultura aposta num programa de animação que este ano inclui, entre outros, concertos com José Cid (2 de Junho), Jorge Palma, Cristina Branco, Tiago Bettencourt e Tim (6 Junho), Richie Campbell & The 911 Band (dia 8) e Pablo Alboran e Carminho (dia 9). Para tarde de 2 de Junho está marcado um festival de folclore e nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 de Junho realizam-se mercados tradicionais. No dia 7 de Junho decorre o espectáculo “Fado na Feira”, enquanto nos dias 8 e 9 de Junho pode ser vista a exposição de embarcações avieiras. Entradas e largadas de toiros, mesa da tortura, escolas de toureio e treino de forcados dão o tom da festa brava, a par das provas de velocidades, perícia e condução de cabrestos a cargo dos campinos de várias casas agrícolas da região. Em paralelo, ao longo da feira, decorrem ainda vários concursos de equitação.
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e cadernetas de 10 bilhetes a 40 euros. Luís Mira prometeu para o próximo ano “uma feira diferente”, que irá assinalar devidamente os 50 anos da FNA
O MIRANTE | 31 MAIO 2012
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FERSANT / FEIRA DA AGRICULTURA 31 MAIO 2012 foto arquivo O MIRANTE
REEDIÇÃO. Fersant volta a realizar-se em Santarém
Fersant recebe Encontro Internacional de Clusters A plataforma PIC - PlantInterCluster, que agrupa os clusters franceses do sector agro-alimentar, confiou à Nersant e ao AgroCluster do Ribatejo a missão de co-organizar o encontro internacional de clusters, cuja primeira edição foi realizada o ano passado em França e onde estiveram representados 27 clusters de 16 países, num total de 83 participantes. O certame, que contará com a presença de clusters de diversos países, vai integrar o programa de actividades da Fersant - Feira Empresarial da Região de Santarém, realizando-se no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, no dia 5 de Junho. A segunda parte do evento terá lugar no dia 6 de Junho, nas instalações da Nersant em Torres Novas. A Fersant, que se realiza pelo terceiro ano consecutivo a par da Feira Nacional da Agricultura, foi uma das soluções encontradas para a realização deste evento, devido ao número acrescido de empresas ligadas ao sector agro-alimentar que estarão presentes no momento da reali-
zação do encontro. Desde há algum tempo que a Nersant e o AgroCluster estão a organizar a próxima edição do PIC, pelo que este cluster reuniu com um conjunto de clusters europeus a fim de discutir algumas questões relacionadas com o encontro. Esta reunião foi marcada propositadamente durante o SIAG - Salão Internacional de Agro-Negócios, que se realizou no Centro Nacional de Exposições e no qual o AgroCluster do Ribatejo participou, para que os restantes clusters envolvidos pudessem analisar as potencialidades desta localização para a realização do encontro.
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FERSANT / FEIRA DA AGRICULTURA
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Há várias feiras dentro da Feira Nacional de Agricultura A Feira Nacional de Agricultura é cada vez mais um evento que pretende atrair diversos públicos. A forte aposta no programa musical é vista pelos mais puristas como um desvirtuar do espírito original da Feira do Ribatejo, mas é também uma forma de levar mais gente ao Centro Nacional de Exposições. O MIRANTE foi ouvir alguns empresários da região sobre a feira e sobre o estado da agricultura numa região onde o Tejo continua a ter um potencial por explorar na sua plenitude.
Paulo Neves, empresário, Marinhais
Manuel Rafael, Adega Cooperativa da Gouxa
Faltam condições para fruição do Tejo
Espectáculos são fundamentais para atrair visitantes
Paulo Neves, empresário de Marinhais, considera que o Tejo e as suas margens podiam ser melhor aproveitados. Dá como exemplo a realidade que se vive no concelho de Salvaterra de Magos. “As praias ou sítios ribeirinhos do nosso concelho, por exemplo, precisavam de ter mais condições para as pessoas usufruírem em piqueniques, zonas de lazer. Temos o Escaroupim com a marina e restaurante mas não chega”, refere. Entende que a agricultura do Ribatejo tem futuro, ou não estivéssemos nos terrenos mais férteis da Europa. “Falta vontade política de ajudar, de estudar os produtos a cultivar, ajudar os investidores a ter as melhores ideias e a saber se uma cultura tem capacidade de escoamento no mercado”, analisa. Para Paulo Neves a Feira Nacional da Agricultura junta o equilíbrio de uma feira agrícola com noites dedicadas aos concertos musicais e à animação. Diz que as entradas com direito aos concertos são um bónus mas que o custo dos ingressos, a seis euros, é elevado.
A Feira Nacional da Agricultura não é a mesma sem os milhares de visitantes que vão ao Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém (CNEMA), para ver espectáculos com artistas consagrados. Para o presidente da Adega Cooperativa da Gouxa (Alpiarça) os concertos contribuem com a presença de muitos espectadores que animam a feira em paralelo com outros que vão para apreciar as máquinas, os animais e fazer negócios. O presidente da Adega Cooperativa da Gouxa vê o sector agrícola com futuro na região. “O sector do vinho teve um ligeiro abaixamento devido à queda de preços mas está a crescer a produção de hortícolas como o tomate, beringelas, courgetes, cenouras, sinal de que os produtores têm conseguido reconverter culturas para obter apoios”, analisa Manuel Rafael. Vê o Tejo como referência e identidade da região, até no sector dos vinhos, onde ganhou alguma notoriedade com o nome do rio associado à região vitivinícola.
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FERSANT / FEIRA DA AGRICULTURA 31 MAIO 2012
José Farinha Mendes, empresário, Santarém
Francisco Andrade, empresário, Santarém
Mário Faustino, comerciante, Pernes
José Júlio Eloy, empresário, Santarém
A agricultura tem futuro no Ribatejo
Concertos e artistas conhecidos garantem visitantes
Concertos deviam ser um complemento
Há uma feira diurna e uma feira nocturna
A zona ribeirinha do Tejo está como há 30 anos. Faltam estruturas e apoios para dar seguimento a tanto projecto falado no âmbito do aproveitamento turístico assim como da navegabilidade do rio. Mário Faustino diz que há, por isso, muito por fazer. Já o mundo agrícola no Ribatejo terá futuro caso haja a aposta nos produtos portugueses. “Depende muito do que façam os grandes grupos económicos ligados ao comércio que têm preferido comprar produtos mais baratos no estrangeiro”, comenta o comerciante. Mário Faustino recorda que é do tempo da Feira do Ribatejo e que os concertos se tornaram atracção principal, quando deviam ser um complemento. “Devia ser uma feira representativa do Ribatejo, da agricultura, do artesanato e das suas tradições. Até o Festival Celestino Graça desapareceu da feira”, lamenta Mário Faustino, que costuma ir almoçar ou jantar e ir ver uma garraiada.
Para José Júlio Eloy existem duas feiras da agricultura: a diurna, à qual comparecem muitos visitantes vindos do norte e centro do país para apreciar os temas agrícolas, as máquinas e os animais; e uma feira nocturna, que reúne pessoas ao jantar, nos concertos e nas picarias, que chegam de Santarém e da região. “Ainda existe essa tradição, principalmente dos nortenhos, que vêm em excursão à Feira da Agricultura, como faziam durante a Feira do Ribatejo. Hoje existe menos maquinaria devido à crise mas tem-se conseguido manter uma grande aposta na exposição de animais”, refere o administrador da Agro-Ribatejo. Para o empresário de Santarém ligado à maquinaria agrícola, a agricultura tem futuro no Ribatejo, especialmente a ligada ao regadio. Já o rio Tejo continua a ser a alma da região mas ainda tem muito para ser aproveitado em termos turísticos e de navegabilidade.
José Farinha Mendes não tem pejo em reconhecer que a Feira Nacional da Agricultura vale hoje mais pelos espectáculos e pelo peso que estes têm nos milhares de visitantes que a procuram. Para o empresário a feira é hoje muito mais mediática quando comparada com a tradicional Feira do Ribatejo que esteve na sua origem. “Os concertos fazem falta para aparecer malta nova, mas os preços estão elevados quer para os expositores como para os visitantes. Os ingressos custam seis euros, o que não é fácil para uma família de três ou quatro pessoas”, refere. Para o empresário, o rio Tejo é sinal de fertilidade dos campos agrícolas do Ribatejo mas está cada vez mais prejudicado pelos transvases de água espanhóis e mal aproveitado em termos turísticos. “Na nossa zona a margem do Tejo está igual ou pior do que há 30 anos. Podiam ter-se realizado ligações pedonais desde S. Bento ou das Portas de Sol até à zona ribeirinha”, comenta. Para si, a agricultura tem futuro no Ribatejo, região de terrenos férteis, com alguma zona de latifúndio apoiada por mecanização. “Também se dizia que o olival não dava no Alentejo e os espanhóis tomaram conta dos campos. Não se deve estar sempre à espera”, sugere.
Feira Nacional de Agricultura sem artistas conhecidos não garante a mesma animação nem o número de visitantes desejado para um evento com o nível nacional e internacional que a feira tem. “Tenho uma tasquinha do Clube Desportivo, Recreativo e Cultural de Perofilho na feira desde há três anos e nota-se que os concertos trazem muito movimento. As pessoas vêem também às picarias, às exposições, mas não são as mesmas que dão a volta à feira para ver a agricultura e os cavalos”, diz Francisco Andrade, que também costuma ir pessoalmente um ou dois dias à feira ver o ambiente, algum artista que agrade, as largadas de toiros e a maquinaria agrícola a que também está ligado profissionalmente. Vê futuro na agricultura da região, sobretudo no sector dos hortícolas. “Ainda é o sector que consegue cativar alguns incentivos e penso que terá grande desenvolvimento nos próximos anos”, opina. Quanto ao peso do Tejo na região, diz que é identitário do Ribatejo mas que falta em Santarém a criação de um espelho de água para actividades desportivas e de lazer.