Especial Festas Torres Novas

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30 | ESPECIAL FESTAS TORRES NOVAS

02 Julho 2009 | O MIRANTE

Festas do Almonda levam músicas do Mundo a Torres Novas Programa de animação decorre de 3 a 12 de Julho centralizado no Jardim das Rosas

RITMO. Os congoleses Konono Nr.1 abrem as festas em Torres Novas

A

s Festas do Almonda, que decorrem de 3 a 12 de Julho em Torres Novas, abrem este ano ao ritmo de dança dos congoleses Konono Nr. 1 e encerram “com chave de ouro”, com um concerto de Teresa Salgueiro. Este ano já com o espaço do Jardim das Rosas, junto ao rio Almonda, completamente renovado, as festas voltam a “trazer o Mundo a Torres Novas”, já que durante essa semana a cidade vai acolher grupos do Congo, Cabo Verde, Argentina, Brasil, França, Itália e Índia, disse o director do Teatro Virgínia, João Aidos. Além de Torres Novas, os Konono Nr.1, que tocam com instrumentos feitos de “autêntico lixo” (como peças de carros antigas) apenas estarão, nesta vinda a Portugal, na Casa da Música, no Porto, adiantou. O primeiro dia das festas contará ainda com a actuação dos Pontos Negros, banda de música alternativa, e dos Golpes, grupo que representa bem o som do novo rock português, afirmou. No sábado (4 de Julho) ao fim da tarde, o Jardim das Rosas recebe o grupo argentino de “novo circo” Falsa Escuadra, seguindose o já habitual Festival de Folclore de Torres Novas. Pelas 23h00, actuam as Tucanas, cinco mulheres que tocam instrumentos de percussão, com

influências portuguesas, africanas e brasileiras. “Os Ganhões” de Castro Verde/Associação de Cante Alentejano actuam ao fim da tarde de domingo, dia 5 de Julho, estando agendado para a noite o espectáculo dos Musafir, os “ciganos do Rajastão” (Índia), que levam ao Jardim das Rosas “múltiplas sonoridades”, num espectáculo que João Aidos promete ir “surpreender” o público. Noite dentro, será a vez do humor dos Commedia a La Carte, um espectáculo de improvisação e grande interacção com o público.

“Segunda-feira à noite temos o primeiro grande espectáculo das festas, com a Orquestra Imperial do Brasil, que foi uma sorte conseguirmos trazer a Torres Novas”, afirmou, sublinhando que os 22 músicos em palco têm tocado com os melhores cantores brasileiros, como Vinicius, Ney Mato Grosso, Caetano Veloso, Seu Jorge, entre outros. Seguese o espectáculo de “novo fado” de Lula Pena, com influências de sonoridades do Brasil e de Cabo Verde. Terça-feira, dia 7 de Julho, os franceses Caravan Palace levam a Torres Novas os ritmos “electro-swing”, que João Aidos assegura serem “muito estimulantes para dançar”. O programa conta com a presença de três bandas rock dirigidas a vários tipos de público, referiu João Aidos, actuando dia 07 os Bunnyranch, “uma das grandes bandas de rock portuguesas”. Paulo de Carvalho apresenta dia 8 de Julho o seu último disco, DoAmor, “um trabalho muito bem conseguido”, seguindo-se o reggae, num ritmo muito “afro-beat”, dos Cacique 97. Na quintafeira, 9 de Julho, “quatro concertinas que conversam entre si”, com imagens produzidas ao ritmo da música, fazem o espectáculo das Danças Ocultas. Seguemse os Municipale Balcânica, banda do Sul de Itália que mistura os sons balcânicos com sons árabes e orientais. João Gil com os Shout e Tito Paris, uma combinação feita especialmente para Torres Novas, actuam na sexta-feira, 10 de Julho, à noite, seguindo-se a “banda

rock sucesso em 2008”, os X-Wife, e os Big Boss Band. Sábado, 11, a Orquestra Típica Fernandez Fierro, da Argentina, com 15 músicos em palco, levam a Torres Novas o som do tango, outro espectáculo que João Aidos classifica de “imperdível”, seguindo-se o folk português dos Diabo a Sete, com as sonoridades do cavaquinho, da sanfona e da gaita-de-foles. O último dia das Festas do Almonda começa às 18h30 com os Funfarra e encerra, à noite, com o espectáculo de Teresa Salgueiro e os Lusitânia Ensemble, “Matriz”, fado de Coimbra e fogo de artifício no rio. As festas contam ainda com as habituais feiras de artesanato e das tasquinhas. Biblioteca aberta nos fins de semana das Festas do Almonda Durante as Festas do Almonda, em Torres Novas, a Biblioteca Municipal vai estar aberta durante os sábados e domingos (dias 4 e 5, 11 e 12 de Julho). Aos sábados, o horário de funcionamento é prolongado até às 20h30. Aos domingos funciona entre as 14h30 e as 20h30

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O MIRANTE | 02 Julho 2009

Desenvolvimento de Torres Novas não teve correspondência nas freguesias rurais Torres Novas mudou muito Rosalina Santos, 37 anos, Alcanena, Empresária Para Rosalina Santos a cidade de Torres Novas sofreu um grande desenvolvimento nos últimos anos. Natural de Alcanena, a empresária recorda os tempos de escola passados em Torres Novas e garante que as diferenças na cidade são enormes. “Torres Novas era uma localidade muito pequenina e

Câmara esquece-se das freguesias rurais José Carlos Oliveira, 49 anos, Rendufas, Bate-Chapas Para José Carlos Oliveira, que vive em Rendufas, concelho de Torres Novas, a câmara preocupa-se muito com o desenvolvimento da cidade, mas esquece-se das aldeias. O bate-chapas recorda que no lugar onde vive ainda não chegou o saneamento básico, assim como a muitas localidades vizinhas.

Uma cidade apetecível para mostrar Cláudia Grincho, 34 anos, Torres Novas, Consultora Wellness Cláudia Grincho elege a Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes e a zona envolvente do jardim junto ao rio Almonda, com o castelo da cidade como pano de fundo, como a melhor obra realizada em Torres Novas nos últimos tempos. Segundo a consultora, que nasceu e sempre viveu

tem mudado muito na última década sobretudo a nível de infra-estruturas e criação de postos de trabalho, que é muito importante para fixar pessoas na região”, diz. Natural de Alcanena, Rosalina Santos, vive na zona de Torres Novas há muito tempo. Como tem uma empresa na cidade com a porta aberta, a empresária ouve, de vez em quando, algumas reclamações de alguns clientes quanto à actuação da câmara. “Existem

pessoas que se queixam que os responsáveis políticos só se preocupam com o desenvolvimento da sede de concelho mas que pelas freguesias não fazem nada. A maioria queixa-se de falta de saneamento básico que não existe em muitas das freguesias do concelho”, conta a O MIRANTE. A empresária confessa não ir às Festas do Almonda há cerca de três anos e este ano ainda não decidiu. Se conseguir conciliar a apertada agenda

profissional com a vida pessoal pode ser que visite as festas.

“Não é por vivermos em localidades mais pequenas e afastadas do centro da cidade que não temos direito a ter as mesmas condições de quem vive na cidade. Se fosse assim as aldeias estariam desertas e as cidades estariam a rebentar pelas costuras”, diz. José Oliveira não deixa, no entanto, de reconhecer as grandes obras feitas na cidade na última década e que ajudaram ao desenvolvimento de Torres Novas. O Hospital Rainha Santa Isabel, o acesso directo

à A23, a biblioteca municipal e as piscinas foram obras muito importantes. “Nos últimos dez anos a cidade sofreu uma grande reviravolta. Tornou-se uma grande cidade”, diz. O proprietário de uma oficina de bate-chapas disse a O MIRANTE que todos os anos visita as Festas do Almonda. “É uma oportunidade única para rever e conviver com os amigos que não vemos durante o ano e para aliviar a cabeça do stress do trabalho. Como os dias estão mais quentes

não apetece ficar em casa e vamos passear até ao recinto das festas”, conclui.

na cidade torrejana, houve um grande desenvolvimento na área urbanística e espaços verdes. “Quando era pequena só havia uma grande avenida e um jardim para brincar. Hoje os meus filhos têm diversos espaços para brincar e eu tenho uma cidade apetecível para mostrar aos meus amigos que são de fora. Já não precisamos de ir para outras cidades para nos sentirmos bem e o desenvolvimento também puxa pessoas para viverem

cá”, refere. Cláudia Grincho afirma ainda ser importante continuar a consolidar a área empresarial. Na sua opinião é algo que já está a ser feito mas há que continuar a fazer muito mais. “A autarquia deveria ter uma visão mais ampla do sistema, uma vez que a área empresarial é fundamental para a cidade. É dela que vai depender a fixação ou não da população”, considera. A torrejana não perde um único dia das Festas do Almonda. Na sua opinião é

uma forma de descomprimir de um ano inteiro de horários apertados com os filhos, que já estão de férias.

Falta estacionamento no centro Isabel Tarouco, 58 anos, Torres Novas, Gerente Comercial Isabel Tarouco considera que a construção de parques de estacionamento com vários pisos em alguns pontos estratégicos deveria ser uma obra prioritária na cidade. Gerente de uma loja de óptica no centro de Torres Novas, Isabel Tarouco sofre na pele diariamente o facto de não existirem lugares para estacionar. “Se quero lugar para o carro chego à loja às 08h30. Se alguém chegar uns minutos depois das nove da manhã já não tem espaço para estacionar. Isso prejudica e muito o comércio da cidade. Toda a gente se queixa por não haver espaços para estacionar. As pessoas não têm onde parar o carro e vão comprar noutros locais onde exista esse comodidade”, salienta. A gerente comercial considera que a construção do viaduto que faz a ligação entre a zona do rio Almonda e a zona nova da cidade foi a obra mais importante realizada nos últimos anos. “Fez a ligação de uma zona que estava mais distante ao centro da cidade. Trouxe mais pessoas para o centro de Torres Novas”, diz. Isabel Tarouco confessa que dantes ia mais às festas do que actualmente. Mas considera que estas têm um papel importante no desenvolvimento da cidade e trazem mais gente a Torres Novas. A gerente lamenta apenas a falta de divulgação do cartaz das festas.


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