Especial Festa do Bodo - Azinhaga (1194 - 14-05-2015)

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Ideias de negócio em desenvolvimento através do projecto EmpreEscola O ano lectivo 2014/2015 tem sido profícuo para o projecto EmpreEscola da Nersant, que conta até à data com a participação de 249 alunos de 17 escolas secundárias e profissionais da região. Os estudantes estão a desenvolver, em grupo, 55 ideias de negócio, com o acompanhamento da associação empresarial Nersant. A iniciativa pretende sensibilizar os alunos para o empreende-

dorismo e também criar competências ao nível da criatividade e da inovação, capacitando-os para a importância da criação de valor. Este projecto, cuja metodologia se baseia no “aprender-fazendo”, é implementado durante o ano lectivo com o acompanhamento de técnicos especializados da Nersant e utiliza ferramentas TIC inovadoras para o acompanhamento e de-

ECONOMIA

senvolvimento das ideias das várias equipas. As ideias desenvolvidas no âmbito do projecto serão apresentadas pelas equipas numa sessão de júri, onde os alunos farão uma apresentação perante um painel composto por empresários. Com base nessa avaliação são atribuídos 3 prémios: Melhor Ideia Empresarial, Ideia Mais Inovadora e Melhor Trabalho de Equipa.

14 de Maio de 2015

Nersant organiza Fórum da Inovação e Empreendedorismo em Santarém

Encontro marcado para dias 20 e 21 de Maio no Convento de São Francisco. Objectivo é colocar as temáticas da inovação e do empreendedorismo na ordem do dia e mobilizar mais empreendedores, empresas e entidades do sistema cientíico e tecnológico para questões fundamentais relativas ao aumento da competitividade 8

Festa do Bodo volta a encher Azinhaga de alegria e tradição

Em medicina não há clientes e o mais importante é a relação humana

De 21 a 24 de Maio as ruas da aldeia do concelho da Golegã vão voltar a icar loridas em honra do Espírito Santo Especial Festa do Bodo 2

João Paulo Cunha é médico oftalmologista com consultório em Benavente 4

Comerciantes do mercado abastecedor de VFX querem novos horários

Identidade Profissional

Vendedores dizem-se “desrespeitados”, falam de falta de organização e acusam a câmara de ter alterado os horários à revelia da sua vontade 9

Cervejaria “Noite e Sol” com Scaldrive em cerveja ainda mais saborosa

Santarém aposta na qualidade do serviço e nos preços baixos

Nelson Ribeiro e João Figueiredo estão prontos para preparar carros dos clientes para as férias 6 Empresa da Semana

“A cerveja sai mais lisa e fresca”, garante Letícia Borges que faz um balanço positivo da adesão do público ao espaço 6

Quinta Arneiro de Cima na Chamusca recebe hóspedes em ambiente familiar O rio Tejo ica a 200 metros e a Hospedaria Quinta do Arneiro encontra-se já integrada num território de charneca 4

Os múltiplos cuidados de saúde prestados pela Enfercentro

Uma clínica há dezassete anos ao serviço da comunidade em Almeirim 9

“Santarém foi vítima de algum marialvismo e falsa preocupação cultural” Emídio Almeida, veterinário e proprietário do Hospital Veterinário Tutivet 5 Três Dimensões

Óptica Scalabis oferece óculos das melhores marcas e estacionamento

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ESPECIAL 14 MAIO 2015

Festa do Bodo volta a encher Azinhaga de alegria e tradição de 21 a 24 de Maio E stá a chegar a mais aguardada festividade das gentes da Azinhaga: a Festa do Bodo. De 21 a 24 de Maio as ruas da aldeia do concelho da Golegã vão voltar a ficar floridas em honra do Espírito Santo para quatro dias de festa e tradição marcados pelos cortejos simbólicos de recolha e distribuição de pão a par com muita animação taurina e musical. A 5ª edição do certame, que decorre de quatro em quatro anos na localidade, arranca na quinta-feira, 21 de Maio, com a largada de toiros à corda do Bairro Altos Montijos pelas ruas da Azinhaga. A recepção ao juiz da festa, António Saldanha, e a bênção pelo pároco da freguesia na Capela do Espírito Santo está marcada para as 10h00 de sexta-feira, 22 de Maio. Da capela parte o cortejo para a recolha do pão na casa dos mordo-

mos e meios mordomos. No sábado de manhã, 23 de Maio, o cortejo volta a sair à rua para recolher o pão com início na Casa do Bodo, às 09h30. O Tentadero de Miranda recebe na tarde de sexta-feira, 22 de Maio, uma Festa de Campo com animação do grupo de sevilhanas “Las Rocieras” e um apontamento de folclore pelas crianças do jardim-de-infância da Azinhaga. A partir da 01h00 há largada de toiros no Pátio do Arnado (Rua do Miradouro). Animação taurina não vai faltar no sábado, 23 de Maio, com um espectáculo de toiros à corda com início na Capela de São Sebastião, pelas 15h00, e entrada de toiros e cabrestos na Rua Principal. No Pátio do Arnado, há largadas de toiros às 18h30 e 01h30. O último dia do certame, 24 de Maio,

começa com uma aula aberta de zumba dinamizada por Cleide Asseiceiro e segue com uma garraiada para crianças no Pátio do Arnado. Às 14h00 sai em procissão da capela a imagem do Divino Espírito Santo acompanhada pelo cortejo de moças e saída da coroa da Casa do Juiz em direcção à Igreja Matriz, onde se vai realizar uma missa cantada com a presença de D. Manuel da Câmara, Francisco Martins e Rodrigo Pereira. A bênção do bodo na Capela do Espírito Santo e partida em cortejo para a distribuição está marcada para as 15h45. O

bodo será depois distribuído à população num “mega churrasco”, promovido a partir das 18h30 na Rua das Divisões. As noites serão animadas no palco Azistock, junto ao miradouro, pela Banda Acesso, FH5, Ferro e Fogo, DJ CPT Stefan. David Antunes e The Midnight Band actuam na última noite do certame, a partir das 22h00, com Paulo Carvalho como convidado especial. O palco Tradições, montado no jardim da localidade, é destinado à música popular. Por lá, vão passar cantares de outrora com o Rancho dos Campinos da Azinhaga, o Grupo Coral Baleizão, apontamentos de fandango e fado com António Pelarigo e muitos outros convidados. O Grupo de Cavaquinhos do Orfeão de Almeirim vai animar o jardim, a partir das 17h30, antes da distribuição do bodo à população

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foto arquivo O MIRANTE

Uma festa da comunidade em que toda a comunidade participa Quarenta pares vão participar em três desiles para recolher as ofertas A Festa do Bodo é uma festa franca. Tudo é feito com o esforço da população que se dedica de corpo e alma à preparação desta festa que só se realiza de quatro em quatro anos. Nestes dias a Azinhaga renasce. A população embeleza as ruas da aldeia com bonitos arranjos florais e há até quem tenha o cuidado de pintar a fachada da casa. A Festa do Bodo é uma tradição religiosa secular cujos primeiros registos remontam ao século XVI. Inspirada no culto do Divino Espírito Santo, marca o final das celebrações realizadas entre os domingos de Páscoa e de Pentecostes. Simboliza a partilha entre os homens: dádiva de alimentos dos mais ricos aos mais carenciados. António Saldanha é este ano o juiz da festa. A coroa, que simboliza o Divino Espírito Santo, foi-lhe entregue há um ano numa cerimónia simbólica. Foi por essa altura que foi criada a Confraria, presidida por José Rufino, que organiza a festa e se começaram a atempar dos preparativos. Para esta 5ª edição (dos tempos modernos) inscreveram-se 100 mordomos e 185 meios mordomos. São eles que contribuem com uma parcela significativa de dinheiro para as despesas. Cada mordomo está incumbido

de pagar 60 euros enquanto os meios mordomos pagam 30 euros. Alguns mordomos fazem questão de pagar os fatos com que as moças desfilam. Um fato diferente para cada um dos três cortejos mas com a exigência de ser em cetim e até aos pés. No primeiro cortejo de recolha de pão nas casas dos mordomos e meios mordomos, as meninas saem à rua com um vestido de cor azul, no segundo dia em rosa claro e no cortejo de distribuição do bodo reina a cor branca. A chamada “guia” enverga os vestidos com as cores pela ordem inversa: branco, rosa e azul. Proposta pelo juiz da festa, a guia acompanha-o nos cortejos e é normalmente a moça mais bonita e alta de todas. Nos cortejos animados pela Banda Sociedade Recreio Musical Aziganhense 1º de Dezembro, todas levam na cabeça trabalhadas rodilhas com fitas penduradas até aos pés. Quanto mais cores tiverem as fitas, melhor. Este ano vão desfilar quatro dezenas de pares com idades compreendidas entre os dez e os 30 anos. As meninas têm de ser obrigatoriamente solteiras. Em tempos muito recuados também tinham que ser virgens. Cada mordomo doa quatro pães e os meios mordomos dois, que são recolhidos nos dois

primeiros cortejos. Depois de benzidos, no último dia da festa, metade dos pães doados por cada mordomo e meio mordomo são-lhe devolvidos. E como “não só de pão vive o homem”, os mordomos recebem de volta pela sua benévola contribuição um quilo de carne e um litro de vinho. Meio quilo de carne e meio litro de vinho é retribuído a cada meio mordomo. O bodo é depois distribuído em carroças aos mais carenciados. Mesmo os que não são mordomos nem meios mordomos fazem questão de contribuir com qualquer coisa. Todos gostam de participar e não há ninguém que dê por mal empregue o dinheiro. Dos mais novos aos mais velhos toda a população se une numa demonstração de bairrismo e paixão pela terra. A festa decorre entre o jardim e o mira-

douro. No jardim vai estar um bar de venda de cafés e bebidas e 35 stands de artesanato, doçaria e gastronomia. No centro do jardim está o palco Tradições onde vão actuar alguns grupos de música popular e fadistas. No palco Azistock, montado no miradouro da localidade, vão actuar bandas e artistas com reportórios mais alternativos agraciados pela população mais jovem. No miradouro vai estar representado o restaurante “O Poizo do Besouro”, da Chamusca, e dois bares. Nesta aldeia tipicamente ribatejana do concelho da Golegã, os toiros e os cavalos têm lugar cativo na Festa do Bodo. Animação taurina não falta com toiros à corda, largadas de toiros e garraiadas. A festa culmina com a distribuição do bodo à população num “mega churrasco” onde não falta a suculenta carne de boi regada com um bom vinho.


14 MAIO 2015

O apaixonado pelas tradições que levou de volta a Festa do Bodo à Azinhaga José Ruino guarda pães que enfeitaram tabuleiros nos últimos dezasseis anos O presidente da Confraria do Divino Espírito Santo, que está a organizar a 5ª edição da Festa do Bodo, e natural da Azinhaga, conta que foi ele quem impulsionou o regresso da festividade religiosa à aldeia do concelho da Golegã, em 1999. José Rufino é uma figura indissociável da Festa do Bodo. Azinhaguense de gema, foi ele quem impulsionou o regresso da festividade religiosa à aldeia da Azinhaga, em 1999. “Estávamos a perder uma parte muito importante da nossa tradição e esta foi uma maneira de ainda ir buscar testemunhos ao discurso oral das pessoas mais velhas”, explica. Foi juiz da primeira edição da festa e desfilou no cortejo com uma coroa que lhe tinha sido oferecida em 1997 numa cerimónia simbólica, realizada durante a Feira de Maio, que pretendeu mostrar à população a génese da Festa do Bodo. Participaram nessa reconstituição nove pares de crianças da escola primária. “Foi aí que nasceu a vontade de iniciar este ciclo de festas”, lembra. E nunca mais parou. Integrou as direcções das festas de 2003, 2007 e 2011 e é agora presidente da Confraria do Divino Espírito Santo que está a organizar a 5ª edição da Festa do Bodo, que vai decorrer na localidade de 21 a 24 de Maio. Desde o dia de Pentecostes de 2014, 8 de Junho, quando entregaram a coroa ao juiz da festa deste ano, António Saldanha, que começaram a meter mãos ao trabalho. Bancário de profissão, José Rufino dedica todo o seu tempo livre a tratar dos preparativos. Há muita coisa para definir, artistas para contactar, questões logísticas para tratar. Nada pode falhar. A família acompanha-o nestas andanças por amor à terra. A filha, Catarina, de 26 anos, participou nos doze cortejos das quatro edições da festa e apesar de não poder participar este ano, por questões profissionais, fez questão de ser mordoma. Diogo, o filho mais novo, de 24 anos, vai integrar um dos 40 pares dos cortejos. “A minha esposa é uma peça fundamental. Ajuda-me em tudo e tem a paciência para me aturar”, refere o presidente da Confraria.

Aos cinquenta anos guarda na memória episódios das Festas do Bodo no ano de 1973 ou 1974, quando tinha seis ou sete anos. Era muito novinho para participar, mas lembra-se dos desfiles, dos toiros à corda, da felicidade da população em cumprir esta tradição cujos primeiros registos remontam ao século XVI. Em casa guarda pães que faziam parte dos tabuleiros que desfilaram ao longo dos anos. “Enrolados em papel vegetal ficam intactos. Faz de conta que são pães acabados de comprar”, afirma.

ESPECIAL

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