Especial FICOR - Coruche

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Mil litros de vinho branco para bater recorde “Guiness” de provas de vinhos Tentativa na praça de toiros de Coruche precisa de casa bem cheia VII A vila de Coruche vai tentar registar o seu nome no Livro dos Recordes do Guinness com a maior prova de vinhos do mundo. A façanha está marcada para dia 30, sábado, estando-se a de-

finir se será melhor tentar o recorde antes ou depois da 45.ª Corrida de Toiros da Casa do Pessoal da RTP, que decorre na monumental coruchense, a partir das 22h15. Coruche propõe-se

chegar aos 5 500 provadores de vinho, mas uma prova com pelo menos mais um participante que a de Espanha já constituiu recorde.

ECONOMIA Feira atrai milhares de pessoas de sexta a domingo V

O MIRANTE 28 de Maio de 2009

Especial FICOR

Coruche vai afirmar-se como Capital Mundial da Cortiça Dionísio Mendes entusiasmado com a certificação de qualidade e o observatório e aposta tudo na 1ª edição da Ficor IV

Um fim de semana único cheio de iniciativas à volta da moda, gastronomia, desporto e ambiente

Rita Tigre trabalha com madeira de sobreiro e cortiça VI As criações vão ser apresentadas pela primeira vez

Ana Maria Lucas aparece em Coruche depois de problemas de saúde VI

Um edifício provocador que é uma metáfora do sobreiro Arquitecto Manuel Couceiro é o autor do projecto do observatório que será um espaço de investigação e promoção do montado de sobro III


II | FICOR - CORUCHE

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O MIRANTE | 28 Maio 2009

FICOR - CORUCHE | III No terraço, há zonas de sombreamento para proteger os materiais e melhorar e eficiência energética do edifício com umas figuras geométricas em estruturas metálicas brancas. E para dar cor e vida ao edifício, foram criadas janelas com molduras em tom “azul de Coruche”

foto O MIRANTE

Um edifício provocador que é uma metáfora do sobreiro Arquitecto Manuel Couceiro é o autor do projecto do observatório Edifício será um espaço de investigação e promoção do montado de sobro. Obra custa 1,5 milhões e será inaugurada na sexta-feira pelo Ministro da Agricultura.

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Nelson Silva Lopes

ma chapa de aço corten, que com o tempo adquire a tonalidade da ferrugem e um revestimento com cortiça de várias texturas conferem os tons e as formas da natureza na entrada do edifício do Observatório do Sobreiro e da Cortiça que vai ser inaugurado na sexta-feira, 29 de Maio, em Coruche. O edifício de dois pisos será um espaço de investigação e promoção do montado

de sobro e a obra custa 1,5 milhões, financiada a 75 por cento pelo programa Valtejo. “É um espaço de investigação que vai ser muito importante para a região e para o país”, realça o presidente da Câmara Municipal de Coruche, Dionísio Mendes (PS). “Projectámos um edifício provocador, poético que faz a metáfora do montado de sobro”, explica o autor do projecto, o arquitecto Manuel Couceiro que nos guia numa visita pelos pormenores que fazem a diferença. “A primeira ideia foi virar o edifício para o interior e criar uma forma que abraça quem chega e cria uma curiosidade de entrada naquele espaço dedicado à investigação”, descreve o professor associado da Faculdade de

Arquitectura de Lisboa que acompanha a obra desde o primeiro momento. O primeiro piso tem uma zona de circulação pública que dá continuidade às exposições que se iniciam no exterior. Um auditório com 130 lugares distribuídos por plateia e primeiro balcão, está preparado para seminários, colóquios e acções de formação de maior dimensão e há um bar de apoio com zona de estar. Em cima, o espaço é dedicado ao estudo e investigação do montado de sobro. Há uma mediateca-biblioteca, laboratórios e oficinas de ensaio de materiais. Os espaços de circulação são zonas de investigação permanente. O primeiro contacto com o observatório cria admiração. Não há nenhum edifício semelhante. Todo o

revestimento é feito com cortiça virgem (tirada pela primeira vez) e Amadia (tirada pela terceira vez, em sobreiros com mais de 40 anos). E para quem tem dúvidas da qualidade do material, o arquitecto Manuel Couceiro garante que “com cuidados de manutenção, a cortiça é para toda a vida”. No terraço, há zonas de sombreamento para proteger os materiais e melhorar e eficiência energética do edifício com umas figuras geométricas em estruturas metálicas brancas. E para dar cor e vida ao edifício, foram criadas janelas com molduras em tom “azul de Coruche”. Estão dispostas de forma irregular e com figuras geométricas variadas e de vários tamanhos. “Cria uma orgânica que remete para a metáfora do sobreiro como elemento vivo”, refere o autor do projecto. No interior, também há um aproveitamento da cortiça que enobrece o espaço. Há divisórias de espaços onde são usadas as rabanadas das placas de cortiça de onde se fazem as rolhas, aproveitando os buracos para deixar passar a luz. No auditório, há um aproveitamento do aglomerado negro de cortiça e foram criados frescos nas cores do montados, os verdes e os castanhos, que conferem um aspecto mais plástico. “Faz-se um ensaio à parte e aplica-se os frescos, o que sair é o que fica. Não é possível de alterar”, explica o arquitecto Manuel Couceiro. O observatório é um edifício provocador que vai suscitar curiosidade. Já foi divulgado em fóruns internacionais na Argentina e no Brasil e em seminários internacionais do Grupo Amorim com técnicos de todo o mundo. “Há uma grande curiosidade de poderem visitar a obra”, adianta o pai do projecto

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Toiro bravo aproximou o arquitecto Manuel Couceiro de Coruche Foi a gastronomia que aproximou o professor doutor Manuel Couceiro de Coruche. Atraído pelos sabores da carne brava, o docente da Faculdade de Arquitectura de Lisboa projectou a Confraria do Toiro Bravo, parceira de topo do município na promoção dos pratos típicos à volta do toiro de lide. Foi no ambiente da confraria, onde é maioral, que soube da intenção de construir o observatório do sobreiro e da cortiça e aceitou o desafio de concorrer com um projecto “provocador” e “poético”.

Manuel Couceiro integra o atelier Arquétipo-Arquitectura, Urbanismo e Gestão que concebeu a sede da Transgás, agora sede da REN, em Bucelas; a sede do Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE) em Almada e o Centro de Emprego de Estremoz, entre outros. Manuel Couceiro jogou andebol no CDUL e foi o único internacional proveniente duma equipa da II divisão no seu tempo. É o sócio “três mil e poucos” do Sporting e participou num estudo

urbanístico para o antigo estádio José de Alvalade que nunca foi posto em prática e num concurso aberto a arquitectos sócios do Sporting para apresentarem soluções para a recuperação da pala que cedeu e ampliação da bancada. Vive em Lisboa mas corre o país a acompanhar as obras que projecta e a observar outras onde se inspira. Os fins-de-semana são passados nos convívios gastronómicos onde já têm surgido oportunidades, como a de Coruche.


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Presidente da Câmara diz que o concelho de Coruche vai afirmar-se como Capital Mundial da Cortiça Dionísio Mendes entusiasmado com a certificação de qualidade e o observatório Coruche recebe, por direito próprio, a Feira Internacional da Cortiça entre 29 e 31 de Maio. O presidente da câmara, Dionísio Mendes, está entusiasmado e fala no seu concelho como Capital Mundial daquele produto. O autarca acredita que o sector vai vencer a crise e sair reforçado desta dura prova.

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Nelson Silva Lopes

que é que vai mudar depois da Feira Internacional da Cortiça em Coruche? É uma feira que vai ter repercussão na fileira da cortiça a nível nacional e internacional e será o reafirmar de Coruche como Capital Mundial da Cortiça porque somos os maiores produtores e também pela indústria onde produzimos cinco milhões de rolhas por dia. No futuro Coruche será um centro de investigação centralizado no observatório do sobreiro e da cortiça. O senhor vai presidir à Assembleia Geral da RETECORK que reúne os produtores europeus de cortiça… É um acontecimento importante onde iremos abordar varais preocupações do sector com alguns dos maiores produtores. Vamos ter também um debate moderado pela jornalista Fátima Campos Ferreira (moderadora do Prós e Contras da RTP) com alguns dos maiores especialistas do mundo onde iremos abordar o potencial da cortiça e ligá-lo ao vinho, outro produto com forte peso na região, e que queremos projectar a

nível internacional. Esta feira com várias iniciativas mediáticas vai colocar o município de Coruche no mapa da actualidade? Esse é um dos nossos objectivos. Num ano de crise queremos, em contra-ciclo, incentivar a recuperação do sector da cortiça e promover outros aspectos do nosso concelho. O Governo anunciou há dois meses um apoio de 180 milhões de

euros para a indústria da cortiça e por arrastamento isto vai estimular a produção e haverá mais procura. Esperamos que o senhor ministro da Agricultura anuncie em Coruche as medidas de apoio aos produtores. Não podemos esquecer que a cortiça tem um potencial de crescimento enorme. Há ideias novas para a aplicação da cortiça. O edifício do observatório

de Coruche dá o exemplo? Temos boas ideias para a aplicação da cortiça nos revestimentos dos prédios, mas também na moda (vestuário, calçado e acessórios) na arte e até nos automóveis. A Mercedes anuncia um modelo topo de gama em que parte dos interiores são em cortiça e que vai ser um êxito, substituindo as madeiras exóticas. Quando as rolhas de cortiça são

“Comboios de passageiros vão ligar Coruche a Lisboa Oriente em 55 minutos” A ideia que avançou da possibilidade de haver uma ligação ferroviária de Coruche a Lisboa como está? Há novidades agradáveis. Temos informação que a proposta que apresentámos há quatro anos foi bem acolhida e brevemente vai ser possível avançar com uma linha de transporte de passageiros entre Coruche e Lisboa, directamente para a Gare do Oriente numa viagem de 55 minutos com todo o conforto e comodidade. Há centenas de pessoas que todos os dias se deslocam de carro ou autocarro a partir do nosso concelho para Lisboa e vice-versa. Este transporte vai ser muito útil também para os concelhos de Salvaterra de Magos e Cartaxo. O sonho pode ser concretizado e será mais um factor de competitividade para Coruche com mais qualidade de vida para as pessoas.

E a central de camionagem quando é que fica pronta? A obra recomeçou. O projecto foi todo revisto e estará pronta no Verão de 2010. Um dos problemas de Coruche são as acessibilidades. Tem feito sensibilização junto do Governo. Para quando o avanço do IC10 (Coruche-Almeirim) e IC 13 (Campo de Tiro de AlcocheteCoruche)? Temos a informação de que o IC 13 avançará primeiro que o IC10. Será uma auto-estrada até à zona do Infantado, servindo o novo aeroporto, com uma ligação à A13 e a partir do Infantado para Coruche será um itinerário complementar sem portagem. Quanto ao IC 10 está prevista uma travessia do vale comum com o IC13 que será uma alternativa às pontes.

As pontes continuam em obras e prevê-se um Verão complicado? Vamos ter grandes congestionamentos, apesar da alternativa da ponte militar. Vai ser caótico, mas espero que a conclusão seja rápida e que as pontes possam estar a funcionar em Agosto antes das festas de Coruche. São pontes muito arrojadas com cores vivas? As pontes são um ex-libris da vila e penso que a escolha destas cores diferentes em cada uma das sete pontes são uma ideia original que será bem recebida. No futuro espero que sejam usadas apenas para trânsito local. Coruche tem todas as condições para ser cidade. Vai apoiar a sua criação? A curto prazo vejo como interessante que Coruche possa ter o título de cidade

que pode dar alguma visibilidade acrescida. É uma ambição nossa, mas é preciso criar infra-estruturas que justifiquem o desígnio e nós vamos criá-las. Como coruchense e bairrista que sou, espero que Coruche seja elevada a cidade nos próximos quatro anos. Tem sido acusado de gastar muito dinheiro em campanhas de marketing. É um investimento com retorno? Nós julgamos que estamos no bom caminho. Queremos atrair investimentos e mais habitantes para Coruche, queremos ser uma alternativa à vida em Lisboa e para isso temos de mostrar o que temos e todas as nossas potencialidades. É isso que fazemos com o Coruche Inspira onde juntámos um conjunto de iniciativas que estavam dispersas e projectámo-las junto da opinião pública. É semear para colher.


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substituídas por materiais mais baratos, há que encontrar alternativas para escoar a cortiça produzida? O problema dos vedantes alternativos está a ser avaliado e é uma preocupação do sector, mas temos que dar melhor destino aos sobrantes da indústria da rolha e à cortiça de menor qualidade que vai para aglomerado, mas pode ter outra utilização nos revestimentos, pavimentos e até ser utilizada como material plástico como se pode ver no auditório do observatório onde há um fresco sobre as paredes de cortiça. É um bom ensaio da cortiça como material de suporte para aplicação de tintas em obras de arte. O observatório é uma obra de referência neste sector? Foi feliz a escolha da cortiça para aplicar em vários locais do edifício provocando alguma admiração mas que facilmente se esbate. Tem situações inéditas, é um projecto muito bem conseguido com a imaginação do arquitecto e pode virar moda. Quanto custa esta obra? Tem um custo final de 1,5 milhões de euros e foi financiado a 75 por cento pelo Programa Valtejo. É um investimento reprodutivo para a região e para o país porque vai centralizar a investigação num sector determinante e vai ser um pólo de atracção de investigadores universitários de vários pontos do mundo. Temos contactos com várias faculdades e institutos e vamos criar condições para que os investigadores pernoitem em Coruche na residência estudantil que será alargada. Essa permanência é importante porque são pessoas que vão passar algum temo em Coruche e darão mais vida à vila. Para além da investigação haverá também formação profissional no observatório? Já estabelecemos um acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para que o observatório receba acções de formação nas mais variadas áreas do sector. Já existe um centro no Norte, mas no Sul não há nada. Queremos que os operários da indústria corticeira, e os tiradores de cortiça possam fazer aqui a sua formação. Até aqui havia apenas uma aprendizagem empírica, prática, mas queremos evoluir para desta forma melhorar a rendibilidade do sector. Queremos que as boas práticas no montado aconteçam ao longo de todo o ano. Quem trabalha no sector tem de conhecer a árvore e o ecossistema. Os produtores e industriais estão sensibilizados para a importância da formação? Sem dúvida. Eles perceberam que se estiverem preparados, melhor será a capacidade de reacção em momentos adversos e melhor será a produção. Uma cortiça de melhor qualidade dará melhor produto para a indústria e valerá mais no mercado. Todos temos a ganhar com a certificação da qualidade no montado e na

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Desfile de Moda e a maior prova de vinhos do mundo na Ficor Feira atrai a Coruche milhares de pessoas de sexta a domingo A cortiça dá o mote para duas mãos cheias de iniciativas à volta da moda, gastronomia, desporto e sensibilização ambiental. É um fim de semana único na vila de Coruche, entre 29 e 31 de Maio.

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Feira Internacional da Cortiça que decorre de sexta-feira a domingo garante três dias de intensa actividade que vão colocar a vila de Coruche nas bocas do mundo. A maior prova de vinhos do mundo com largas centenas de provadores terá lugar na noite de sábado às 21h30 na praça de toiros e é uma tentativa de colocar Coruche no famoso livro dos recordes, o Guinness Book. Logo a seguir terá lugar a Corrida de Toiros da RTP com uma cartel de luxo que vai levar a emoção da festa brava a todo o mundo através da televisão. A feira, organizada pela Câmara de Coruche (www.ficor-coruche.pt) é inaugurada pelo Ministro da Agricultura na sexta-feira às 12h30 e depois de um debate sobre o futuro da cortiça terá lugar a inauguração do Casino do Vinho no Parque do Sorraia. Já mais animados pelos néctares, os visitantes podem fazer o baptismo de voo em balão de ara quente a partir das 18h00 e à noite, 21h30, todos os olhos estarão postos no palco do Coruche Fashion Cork. É um espectáculo de passagem de modelos vestidos com peças de cortiça com a assinatura de Luís Buchinho. Ana Maria Lucas, a primeira miss Portugal, encenou um espectáculo inédito que vai fazer furor em Coruche.

Área de montado com certificação FSC em Portugal mais do que duplicou num ano A área de montado certificado pelo FSC (Forest Steardship Council) em Portugal mais do que duplicou num ano, atingindo agora os 20 642 hectares, revelou este mês o Fundo Global de Conservação da Natureza (WWF). Para Luís Silva, responsável pelo WWF em Portugal, que fez declarações à Lusa no decorrer de uma visita ao montado da Herdade dos Fidalgos, em Coruche, “a cortiça certificada é chave para a competitividade da cortiça nos mercados internacionais”.

foto arquivo O MIRANTE

A observação de aves e os passeios em canoa no Sorraia proporcionam experiências no rio e nas herdades à volta de Coruche e o Eco-parque, espaço de promoção das boas práticas ambientais disponibiliza bicicletas e segways para sensibilizar os visitantes para as boas práticas ambientais. Num espaço de animação e promoção, não falta a loja do montado com produtos biológicos incluindo as carnes de porco e toiro bravos, túberas, espargos, mel e

Na Herdade dos Fidalgos existem 2204 hectares de montado que foram certificados em Abril de 2008 pela Forest Stewardship Council (FSC), um organismo independente, sem fins lucrativos e criado para promover a gestão responsável das florestas do mundo. “A visita à Herdade dos Fidalgos também teve como objectivo a promoção das relações comerciais que se baseiam no consumo responsável de produtos de origem florestal”, afirmou Luís Silva à agência Lusa. A WWF - e as empresas que integram a Rede Ibérica de Comércio Florestal - combatem “a exploração ilegal de madeira, a desflorestação e as alterações climáticas, promovendo a gestão florestal sustentável das florestas mais ameaçadas do planeta”, explicou Luís Silva. António Gonçalves Ferreira, director da Associação de Produtores Flores-

ervas aromáticas. Para os amantes da boa gastronomia a praça da restauração apresenta ementas à volta dos Sabores do Montado inspirados nas propostas do chef Luís Suspiro, regados pelos vinhos produzidos na região. A organização espera receber dezenas de milhares de visitantes nos três dias da feira. O melhor é ir com tempo para poder desfrutar de quase tudo “porque tudo é impossível”.

tais de Coruche, destacou que Portugal está "na vanguarda da certificação do montado a nível mundial”. “Temos o compromisso de produzir cortiça de qualidade certificada, mas também queremos demonstrar aos nossos parceiros internacionais que somos respeitadores do meio ambiente e da biodiversidade”, disse. “Mais do que produzir cortiça e cuidar do montado, o que é importante é que as pessoas defendam as economias locais e criem postos de trabalho nem que sejam sazonais”, afirmou por seu turno Enrique Garcia, representante da região de Toledo (Espanha) na Rede Ibérica de Comércio Florestal (GFTN Ibérica). A GFTN Ibérica pretende fomentar as relações comerciais responsáveis, incentivando o consumo responsável de cortiça (e também madeira e papel) entre as empresas portuguesas, espanholas e italianas.


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VI | FICOR - CORUCHE

Ana Maria Lucas aparece publicamente em Coruche depois de ter sofrido um AVC Ex-miss Portugal está a recuperar e vai ser homenageada durante o espectáculo de moda Coruche Fashion Cork A ex-miss Portugal, Ana Maria Lucas, vai reaparecer publicamente em Coruche depois de ter estado internada duas semanas no Hospital de Santa Maria devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) de que foi vítima no início de Fevereiro. Ana Maria Lucas vai participar no espectáculo de moda Coruche Fashion Cork na sexta-feira, 29 de Maio, às 21h30. O filho da ex-miss, Francisco Mendes, agarrou a organização do espectáculo que estava para ser desenvolvido pela mãe. “A minha mãe tinha sido convidada para organizar o espectáculo antes de ter o AVC. Chegou a colocar-se a hipótese de desistirmos da iniciativa, mas depois quando

ela começou a recuperar achámos por bem levar o programa por diante”, explica o cantor que vai ser o apresentador do desfile de moda. “Ela está preparada para aparecer de novo em público porque quer que a respeitem como a respeitaram sempre”. Em Coruche no desfile, integrado na Ficor- Feira Internacional da Cortiça, vai ter à sua espera Cinha Jardim, Helena Isabel, o estilista João Rolo que também vai levar algumas peças para serem passadas no espectáculo, entre outros amigos. Desfile na Praça de Água com muitos famosos O desfile de moda realizase no Parque no Sorraia, na

Praça de Água, junto ao rio e a passerelle vai estar forrada a cortiça. E vai ser uma oportunidade das pessoas verem roupas assinadas por profissionais portugueses de renome, como Luís Buchinho. Além das roupas feitas à base de têxteis vão ser mostradas também peças em pele de cortiça. Vão desfi lar 11 modelos. Entre eles está Ana López, a mulher do jogador do Benfica, José António Reyes, que se estreia nesta área, mas também a apresentadora da SIC, Cláudia Borges e Inês Aleluia. Antes deste desfi le, alguns alunos do 12º ano de escolaridade da Escola Secundária de Coruche vão subir à passerelle para mostrarem roupas que produziram com materiais reciclados.

Rita Tigre é uma designer que trabalha com madeira de sobreiro e cortiça As criações vão ser apresentadas pela primeira vez em Coruche Rita Tigre e o marido descobriram há quatro anos as potencialidades da madeira de sobreiro para produzirem mobiliário e peças de bijutaria. A artista formada em design de mobiliário vai apresentar as suas peças em Coruche, durante a Feira Internacional da Cortiça, pela primeira vez, depois de já ter feitos várias exposições em algumas localidades do país. Rita vai também ceder alguns acessórios feitos a partir dos pedaços

de sobreiro que resultam dos cortes na feitura do mobiliário para o desfile de moda Coruche Fashion Cork, que se realiza na sexta-feira, 29 Maio na vila do Sorraia. A viver há quatro anos em Lavre, a cerca de 20 quilómetros de Coruche, Rita Tigre despertou para a utilização da madeira desta árvore protegida legalmente quando começou a olhar para os montes de troncos cortados de árvores doentes que eram

colocados quase à porta da casa que uns amigos lhe alugaram na herdade de Vale da Bica. Ficou fascinada pela textura, pela cor e pelos veios da madeira. “Fiz umas experiências e vi que resultava até porque esta madeira é muito resistente”, conta, acrescentando que neste momento alguns troncos servem também para fazer esculturas. Desde que se apaixonou por estas árvores, já fez todo o mobiliário para uma herdade

em Coruche e já apareceu em revistas de decoração. Rita Tigre já trabalhava com outras madeiras, mas confessa que as pessoas estão muito receptivas às peças feitas em madeira de sobreiro, algumas que levam também aplicações de cortiça. “Às vezes coloco em alternativa vários tipos de madeira e as pessoas escolhem a de sobreiro”, realça. Para Rita Tigre o seu trabalho é uma forma para mostrar que há outras aplicações para o sobreiro, que não só a lenha e a produção de carvão. E ao mesmo tempo chamar a atenção para a necessidade de preservação dos montados e a importância de se investir na investigação desta espécie. Nas pesquisas que já

fez a designer descobriu que há muitos anos esta madeira era utilizada em mobiliário, mas depois foi substituída por outras. A designer, natural de Lisboa e que antes tinha a sua oficina em Almada, lamenta que não exista madeira de sobro nas serrações, o que encarece o produto final. É que a artista tem que transportar os troncos às serrações, pedir para os cortar em pranchas de diferentes espessuras, e depois voltar a levá-los para a oficina. Rita faz todo o tipo de peças, desde cadeiras, mesas, camas, cozinhas… “O sobreiro tem uma cor muito interessante, diferente, com uma textura que encanta qualquer pessoa”, descreve.


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FICOR - CORUCHE | VII

Mil litros de vinho branco para bater recorde “Guiness” de provas de vinhos Tentativa na praça de toiros de Coruche precisa de casa bem cheia

foto arquivo O MIRANTE

DESAFIO. Cada garrafa dá para servir vinte provadores

Na arena irá estar montada uma bancada à profissional, com cuspideira incluída para quem não quiser beber da prova

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vila de Coruche vai tentar registar o seu nome do Livro dos Recordes do Guinness com a maior prova de vinhos do mundo. A façanha está marcada para dia 30, sábado, estando-se a definir se será melhor tentar o recorde antes ou depois da 45.ª Corrida de Toiros da Casa do Pessoal da RTP, que decorre na monumental coruchense, a partir das 22h15. O recorde pertence à cidade espanhola de Aranda de Duero (Burgos) que alcançou a meta de 5095 em 15 de Setembro de 2006 (ver caixa). Coruche propõe-se chegar aos 5 500 provadores de vinho, mas uma prova com pelo menos mais um participante que a de Espanha já constituiu recorde. Na arena vão estar mil litros de Monte da Casta, um vinho branco que deverá ser servido o mais fresco possível, produzido pela Quinta da Lagoalva de Cima, Alpiarça. A sugestão partiu do enólogo Mário Louro, responsável pela organização da tentativa de recorde. “É um bom vinho mas também tinha sugerido um rosé”,

Espanhóis provaram quatro vinhos para bater recorde Aranda de Duero, província de Burgos, conseguiu em 15 de Setembro de 2006 juntar 5095 pessoas na praça de touros local a provar vinhos, nessa altura néctares provenientes de quatro adegas. Bateram o recorde anterior que pertencia a São Francisco (Estados Unidos) desde 1986, com 4.500 provadores. Em Espanha as entradas custaram dois euros para os participantes da tentativa de recorde. Os participantes tiveram ainda direito a caderno da prova, provador oficial, uma garrafa de vinho, além das quatro provas de adegas seleccionadas. E ainda tiveram acesso gratuito a concertos musicais.

recorda Mário Louro. Cada garrafa dá para servir 20 provadores. E é de uma prova que se trata. Serão necessários, pelo menos, tantos copos quantos os espectadores que podem lotar a praça, cerca de seis mil. Copos que vão ser de acrílico, de preferência com pé, diz Mário Louro. “Por uma questão de temperatura o copo deve ter pé e é por aí que deve ser segurado. Este fenómeno será também uma oportunidade não apenas para bater o recorde do Guinness, como para salientar as qualidades do vinho favoráveis à saúde e apelando ao uso das substâncias à base de cortiça”, explica o organizador. Na arena irá estar montada uma bancada à profissional, com cuspideira incluída para quem não quiser beber da prova. Mário Louro vai aproveitar o ambiente da Corrida de Toiros, à antiga portuguesa, para falar da Colegiada dos Enófilos de São Vicente, confraria da qual é fundador. Uma equipa do conhecido Livro do Guinness vai fiscalizar todas as condições da tentativa de recorde e homologar a nova marca mundial de prova de vinho. Alunos da área de hotelaria das escolas profissionais de Coruche e de Salvaterra de Magos e da Escola de Turismo de Lisboa, vão estar na arena e nas bancadas para distribuir copos pelos espectadores

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