Especial Ensino - Feira Mostra - Festa dos Tabuleiros (Tomar) - Torres Novas - Colete Encarnado

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Ritmos de Mudança - Encontro Cooperativo 2015, no Castelo de Abrantes, com entrada gratuita Nos próximos dias 3, 4 e 5 de Julho o Castelo de Abrantes será palco do Encontro Cooperativo, organizado pela Cooperativa Verdeperto, e que terá entrada gratuita. A sessão de abertura está marcada para as 17h de sexta-feira, 3 de Julho. Sábado, 4 de Julho e domingo, 5 de Julho a abertura será às 9h00 com mostra de produtos e trabalhos desenvolvidos pelas cooperativas participantes, assim como feira de artesanato e produtos locais, que se prolongarão durante todo o fim-de-semana até às 00h00.

Na manhã de sábado, entre as 9h30 e as 13h00, decorrerá no Palácio dos Governadores, um pitch cooperativo que contará com a participação das cooperativas CASES, Verdeperto, Social Coop, Coopérnico, Cresaçor, Biovilla, Vale da Sarvinda, Cultivar Biodiversidade, Terra Chã e Trabalhocoop. Nesse mesmo dia, às 09h15, será feita a leitura da mensagem do Dia Internacional das Cooperativas. No domingo, 5 de Julho, às 21h30, será feita a apresentação do programa “180 Creative Camp

Abrantes 2015” que será antecedida por um jantar convívio por volta das 20h30. O programa musical também não foi esquecido pela organização do Ritmos de Mudança – Encontro Cooperativo 2015 e será uma constante durante todos os dias. Assim, dia 3 de Julho, pelas 23h00, subirá ao palco Olive TreeDance. Sábado, às 21h00, a animação musical ficará a cargo de Time Shifter e Dried Flowers que subirão ao palco por volta das 00h00. A Tasquinha com gastronomia local também marcará presença no Encontro Cooperativo. Para mais informações poderá visitar o site www.verdeperto.pt ou enviar e-mail para ritmos@verdeperto.pt / geral@verdeperto.pt

ECONOMIA

02 de Julho de 2015

Informações essenciais sobre cursos disponíveis nas escolas da região Edição Especial Ensino neste Caderno de Economia com a colaboração de instituições de prestígio: Academia Na Palma da Mão

• Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento • Agrupamento de Escolas de Constância • Agrupamento de Escolas José Relvas • Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita • Agrupamento de Escolas Vale Aveiras • Agrupamento de Escolas Verde Horizonte • Associação Dança Dream Dancing • Bindomatic Portugal Unip., Lda. • Canto Firme de Tomar Associação e Cultura • CENFIM • Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro • Centro de Línguas Britannia House • Centro Social Para o Desenvolvimento do Sobralinho • Climeco • Colégio Jardinita • Comunidade Intermunicipal Lezíria do Tejo • CTIC • Denticare Clínica Dentária • Dr. José Branco - Psicólogo • Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes • Escola Profissional de Rio Maior • Escola Profissional de Torres Novas • Escola Superior de Educação de Santarém • Escola Superior de Saúde de Santarém • Fundação CEBI • Grau de Prova - Escola de Línguas e Centro de Estudos • IEFP • Instituto Politécnico de Tomar • ISLA • Linguacultura Centro de Línguas • NERSANT • O Coelhinho • Optijovem, Lda • Resitejo 2

Festas de Torres Novas estão de volta na celebração dos trinta anos de elevação a cidade Recuperado do problema de saúde que o afectou Pedro Barroso actua no encerramento 20

Nuno Ferreira – Automação de Sistemas faz a instalação e manutenção de sistemas de rega Festa dos Tabuleiros de 4 a 13 de Julho em Tomar.

A Festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos, regressa à cidade de Tomar de 4 a 13 de Julho com um programa repleto de actividades. 18

Uma empresa da Chamusca que trabalha sem descanso de norte a sul de Portugal Empresa da Semana 21

Medida Passaporte Emprego com empregabilidade de 70 por cento Iniciativa dinamizada pela Nersant abrangeu 49 empresas 25

“Verão na Serra” do Centro Social Serra do Alecrim com actividades para crianças Festa de angariação de fundos realiza-se dia 24 de Julho 17

Feira Mostra de Mação A 22ª edição continua a ter o objectivo dos outros anos, o da divulgação das potencialidades do concelho. 17

Colete Encarnado volta à cidade de 3 a 5 de Julho Esperas, concertos, tertúlias e exposições são os principais ingredientes da grande festa taurina de Vila Franca de Xira. Este ano a exposição central da festa gira em torno da carreira do matador Mário Coelho 22


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ESPECIAL ENSINO 02 JULHO 2015

As escolas que não se limitam a esperar que os alunos lhes batam à porta

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MIRANTE volta a editar um Suplemento sobre o ensino para dar a conhecer as principais ofertas em termos de educação e formação em toda a região. O trabalho foi elaborado com a colaboração de inúmeros estabelecimentos de ensino e instituições que ministram formação e que se esforçam para dar a conhecer os cursos que vão ter a funcionar no próximo ano lectivo e as condições de frequência. Esse trabalho de divulgação é uma prova de dinamismo. Escolas que continuam à espera, de braços cruzados, que os potenciais alunos lhes batam à porta, são escolas desligadas da realidade e uma escola desligada da realidade dificilmente poderá dar mundo aos seus alunos. Apesar de muitos já terem ideias fixas sobre o seu futuro académico é fundamental dar-lhes a conhecer mais opções do que aquelas que já conhecem, na área da sua preferência. Para os indecisos essa necessidade de informação é ainda mais premente e daí a nossa iniciativa. Há também ofertas a nível de creches, infantários, ateliers de Tempos Livres, explicações, formação em áreas específicas como aprendizagem de línguas e outras. Este suplemento não é um guia de todas as escolas da área de abrangência do jornal. Mas é, seguramente, um guia dos estabelecimentos de ensino empenhados na infor-

mação de estudantes, pais e encarregados de educação. Um guia de estabelecimentos em condições de preparar quem os procura, para o competitivo universo do mercado de trabalho. A importância da iniciativa de O MIRANTE é reforçada pelo facto de divulgar ofertas na área do ensino na região, o que ajuda a fazer opções em função das distâncias. A diversidade de oferta a nível de ensino e formação é uma realidade. Dois institutos politécnicos com escolas superiores bem cotadas em termos de qualidade de ensino. Escolas profissionais; escolas de línguas; escolas secundárias com resultados acima da média nacional; agrupamentos de escolas sempre atentos às necessidades das crianças e jovens que os frequentam. Se é sempre difícil escolher, a escolha fica simplificada quando a informação é divulgada atempadamente.

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Colégio José Álvaro Vidal As escolhas que fazemos* A dimensão educativa do Colégio da Fundação CEBI vai muito para além das aprendizagens em sala de aula. É do cruzamento entre o trabalho com números, palavras, e a aprendizagem da história, com a música, o teatro, a expressão plástica e a dança que se conseguem oferecer experiências poderosas. Os últimos momentos de Encerramento de Ano Letivo envolvem-nos, testam-nos e inevitavelmente apoderam-se de nós fazendo aumentar a nossa frequência cardíaca e provocando em todos uma grande mistura de emoções. Fazem-se balanços, refletimos, questionamos, escutamos, avaliamos, avaliamo-nos. Surgem sempre dúvidas, temos também algumas certezas. Mas sabemos que devemos continuar a treinar a nossa capacidade de pensar em conjunto e a nossa inteligência social. Sabemos também que revelar habilidades cooperativas será uma poderosa ferramenta para desenvolver o trabalho solidário nos nossos alunos. É nossa convicção que a força central da Escola está no encontro entre o trabalho e a aprendizagem com números, com palavras da história, com a música, com o teatro, com a expressão plástica e com a dança. Pretendemos contrariar a separação entre as artes e o restante Currículo Educativo e reconhecemos a relevância da formação artística na formação básica dos alunos. Consideramos que a arte na Educação é uma metodologia privilegiada para aprofundar e consolidar as aprendizagens do Currículo Formal, e também

um modo de afirmação da diversidade e da diferença. Apaixona-nos a necessidade de atender às diferenças dos alunos dentro da sala de aula e em todo o contexto escolar. Sabemos que não aprendem todos ao mesmo tempo e da mesma maneira. As escolhas que fazemos pretendem acrescentar sempre algo à visão de que todos são únicos, todos são diferentes. Fascina-nos a ideia de oferecer aos alunos experiências poderosas e de construirmos o conhecimento a partir dessas experiências das emoções e dos valores. Não reconhecemos a fragmentação do conhecimento, pois acreditamos que tudo está relacionado, e favorecemos a descoberta e a compreensão das interdependências em vez da memorização de conhecimentos e procura de respostas certas. Questionamos constantemente, pensamos juntos, encorajamos a variedade, valorizamos inteligências múltiplas e formas de aprendizagem diversas. Esforçamo-nos por canalizar as nossas energias para a inovação. Queremos que Professores e alunos possam aprender continuamente, queremos conseguir conectar as aulas às paixões dos nossos alunos, mas, sobretudo, queremos continuar a ficar comovidos quando um aluno finalista nos diz: “obrigado por me permitirem ouvir o bater do meu coração”. * Texto da responsabilidade da Fundação CEBI (Escrito de acordo com o novo acordo ortográfico)


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Opinião

Tomou posse a nova directora do Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento Filomena Pereira é professora na Escola Secundária há mais de trinta anos

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aria Filomena Pereira tomou posse como directora do Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento para o quadriénio 2015/2019, na Quinta-feira, 25 de Junho, ao fim da tarde. Eleita para o cargo no dia 1 de Junho pelo Conselho Geral, na sequência de concurso público ao qual foi admitida mais uma candidata que não obteve qualquer voto na reunião eleitoral, a professora trabalha na Escola Secundária da cidade desde 1981, quando ali foi colocada como professora de Geografia. Era subdirectora do Agrupamento desde a sua constituição em 2012. O seu antecessor no cargo, Francisco Neves, esteve presente na cerimónia de tomada de posse, na qualidade de Delegado Regional de Educação de Lisboa e Vale

Mudança. Nova directora foi eleita a 1 de Junho do Tejo, cargo que ocupa desde 2 de Março. O Agrupamento de Escolas Ci-

dade do Entroncamento integra todas as escolas e jardins de infância públicos do concelho. No total

são 2722 alunos, 282 professores, 64 assistentes operacionais e 18 assistentes técnicos. Para além de Filomena Pereira, a nova direcção do Agrupamento é composta pelos professores Arnaldo Marques, Henriqueta Bento, Mário Brás e Amélia Vitorino. No seu discurso de tomada de posse, Maria Filomena Pereira, apelou ao trabalho conjunto da comunidade escolar para garantir a formação de “cidadãos activos, criativos e empreendedores, capazes de enfrentar os desafios do futuro”. A tomada de posse decorreu no espaço multiusos da Escola Secundária do Entroncamento (sede do agrupamento) que se encontrava cheia de convidados. O presidente do Conselho Geral, Carlos Alberto Silva, aproveitou a ocasião para criticar o facto de o ensino público e os professores terem vindo

Maria Filomena Pereira, apelou ao trabalho conjunto da comunidade escolar para garantir a formação de “cidadãos activos, criativos e empreendedores a ser desconsiderados pelos governos que também têm reduzido as verbas para a educação. Destacou como factor positivo o novo parque escolar da cidade. O presidente da câmara, Jorge Faria, do PS, destacou o bom relacionamento com a direcção do agrupamento e manifestou-se contrário à transferência de competências na área do ensino para os municípios, que designou por “municipalização do ensino”. Durante a cerimónia actuaram os alunos Matilde Fernandes (saxofone) e Diogo Falcão (clarinete) e foi exibido um vídeo que incluía imagens antigas da nova directora. No final realizou-se uma sardinhada ao som de canções populares.


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Importância do Investimento no Capital Humano e na Formação profissional ao longo da vida

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uma economia global fortemente concorrencial, as pessoas são, cada vez mais, o fator diferenciador das organizações, estando intimamente relacionadas com a sua competitividade. Assim, as organizações competitivas e concorrenciais são aquelas que investem na valorização do seu capital humano. A conceção tradicional, segundo a qual a formação profissional se assume como um custo, não tendo retorno nem resultando num benefício, prejudica a competitividade das organizações. Atualmente, resultado da formação de qualidade ministrada nos últimos anos, as organizações vêem a formação como um investimento, pois necessitam de colaboradores com competências técnicas e comportamentais adequadas para enfrentar novos desafios que todos os dias resultam do desempenho da sua actividade profissional. Apesar desta evolução, ainda é visível através de dados estatísticos, que Portugal está na cauda da Europa em termos de formação profissional contínua, havendo acentuadas assimetrias de oportunidades no acesso à forma-

ção profissional, tendo os trabalhadores menos escolarizados, menores oportunidades, quer de aprendizagem, quer de condições de trabalho. A aprendizagem e o adquirir de novas competências requer uma significativa mudança da mentalidade dos trabalhadores e entidades empregadoras, ao nível da organização do tempo de trabalho, do investimento financeiro, da valorização dos recursos humanos e na aprendizagem ao longo da vida profissional, orientada para o desenvolvimento de competências, enquanto componente indispensável à mudança organizacional. Atualmente a competitividade é elevada, e a margem de manobra das organizações diminuta, trazendo mudanças permanentes. Este facto faz com que as organizações e os seus métodos rapidamente se tornem ultrapassados, perdendo relevância organizacional. A formação surge como ferramenta para colmatar essa lacuna, respondendo em simultâneo às necessidades de desenvolvimento pessoal e organizacional. Em suma, os trabalhadores e organizações têm de continuar a apostar no processo

de aprendizagem ao longo da vida, uma vez que é indispensável para o aumento da produtividade e reforço da competitividade das organizações. É esta a visão de diversos especialistas, pelo que é essencial o investimento em capital humano, capital de conhecimento e capacidade de liderança de modo a promover as oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, criando condições que permitam o desenvolvimento dos recursos humanos. A capacidade de aprendizagem surge assim como uma vantagem competitiva. Atenta a esta realidade, a Nersant tem desenvolvido formação profissional fundamentada em diagnósticos de necessidades, o que

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tem permitido desenvolver ações bastante adequadas à realidade das organizações, contribuindo para a melhoria da competitividade regional. Prova disso é a adesão das empresas e dos seus colaboradores aos planos de formação da Nersant, que ao longo da última década envolveram mais de 25.000 formandos. Estamos convictos que as entidades empregadoras (empresas, entidades da economia social e outras) continuarão a dar prioridade ao investimento no capital humano, estando reunidas as condições para que este investimento resulte em mais-valias para as organizações e, por consequência, para a economia regional e nacional.

Dr. Luís Roque* * Responsável do Departamento de Formação e Qualificação da Nersant (Texto escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico)


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RESITEJO - Educar para a Sustentabilidade*

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RESITEJO tem desenvolvido inúmeros projetos de comunicação e sensibilização em prol da sua missão de melhor gerir os resíduos urbanos produzidos pelos cidadãos da sua área de intervenção. Estas dinâmicas podem ser de 3 tipos: Ações Externas - Sessões em sala, comunicações ou formação. Visitas ao Sistema - Nada como conhecer o complexo da RESITEJO sedeado no Ecoparque do Relvão (Carregueira). Estas visi-

tas são antecedidas com um enquadramento conceptual sobre a questão dos resíduos, melhorando a posterior interpretação operacional das unidades visitadas. Campanhas ou Exposições - Iniciativas que podem ser replicadas por todos os concelhos do sistema. Pretende-se dar a conhecer o trabalho desenvolvido por esta associação em prol da sustentabilidade da região ao nível dos RU pois acreditamos que um munícipe escla-

Consciencializar cidadãos para a importância do aumento da separação das embalagens Nos anos 90, a gestão dos Resíduos Urbanos (RU) da região limitava-se à sua recolha e deposição em lixeiras municipais. A RESITEJO foi constituída em 1996 para garantir a gestão adequada das quase 100 mil toneladas anuais de RU na sua área de intervenção. A operação tem sido consolidada com sucessivos investimentos estratégicos em resposta a vários desafios da sociedade: 1999 - Aterro Sanitário - Encerramento de 16 lixeiras municipais então existentes nos 10 concelhos; 2004 - Estação de Triagem - Consolidação da recolha seletiva; 2013 - Unidade de Tra-

tamento Mecânico e Desvio de resíduos do aterro sanitário. A matriz de infraestruturas e equipamentos permite valorizar hoje mais de 90% (!) dos RU produzidos pelos nossos concidadãos e ultrapassar a maioria das metas preconizadas no Plano Estratégico dos Resíduos Urbanos 2020. No entanto, ao nível da recolha seletiva, ainda estamos longe do objetivo instituído no PERSU 2020. Urge assim consciencializar os munícipes para a importância do aumento da separação das embalagens na origem!

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recido será um cidadão participativo, independentemente da sua idade, género, ocupação, estado social… Contamos com quem de facto educa (pais/filhos, professores, fazedores de opinião e outros responsáveis) para dar a conhecer a importância do papel de cada um em defesa do ambiente. PARTILHAMOS ALGUMAS IDEIAS REPLICADAS NESTAS AÇÕES: Já não há lixo! Há resíduos, ou melhor, recursos… Há muitas maneiras para valori-

zarmos os nossos resíduos; Separar as embalagens não é moda mas modo de vida! Todas as ações devem ser articuladas através do email geral@resitejo.pt. Para informação adicional sobre a RESITEJO podem consultar o nosso site, a página de Facebook ou o canal no Youtube. *Texto da responsabilidade da RESITEJO (Escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico)


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Homenageado no Cartaxo o Director do Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita

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eve lugar no passado dia 22 de Junho na Escola Básica Marcelino Mesquita do Cartaxo, uma pequena cerimónia de comemoração do 10º ano da tomada de posse do professor Jorge Tavares como director do Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita do Cartaxo. Estiveram presentes o Director Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE), José Alberto Duarte; Maria Luísa Oliveira, Directora da Direcção Geral da Administração Escolar (DGAE) e Francisco Neves, Delegado Regional da Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT). Também os senho-

res presidentes de junta de freguesia e câmara municipal estiveram presentes a fim de dar os parabéns ao director pelo trabalho desenvolvido. Durante a celebração foi exibido um vídeo sobre a história do agrupamento e actuou o coro infantil, da responsabilidade dos professores Rolando Almeida e Ana Paula Figueiredo. Foram também realçadas as qualidades de trabalho e o humanismo do professor Jorge Tavares. No final foi servido um pequeno beberete pelos alunos do ensino vocacional, sob orientação do professor António Gaspar.

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Saúde oral e auto-estima

Diogo Baptista - Director Clínico Denticare *

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ctualmente a estética dentária representa um aspeto fundamental para a auto-estima e confiança pessoal, além de ser um componente essencial

da aparência, para quem procura inserção profissional. Perante a alta competitividade no mercado de trabalho, a boa aparência, retratada num sorriso bonito, tornou-se um factor importante no momento de procurar e ser admitido num emprego. O mesmo podemos dizer quanto às relações humanas. O desejo de possuir uma boa aparência já não é encarado como sinal de vaidade mas é literalmente uma necessidade neste mundo tão competitivo. Conselhos para uma saúde oral cuidada: Escove os dentes pelo menos 2 vezes por dia para remover a placa bacteriana e proteger os dentes dos agentes desmineralizantes; Substitua a sua escova de dentes de 3 em 3 meses, ou após ter estado doente; Escolha uma pasta de dentes com flúor. Esta pode reduzir a cárie em mais de 40%; Use uma escova com cerdas macias para escovar todas as superfícies de cada dente. Se as cerdas da sua escova estiverem tortas ou desgastadas, compre uma nova; Escove corretamente. Para limpar a superfície externa dos dentes posicione a escova num ângulo de 45º, onde as gengivas

Divulgação e os dentes se encontram. Delicadamente faça movimentos circulares, curtos e suaves. Para limpar a superfície interna dos dentes anteriores superiores e inferiores, segure a escova verticalmente. Faça vários movimentos suaves sobre cada dente e sobre a gengiva circundante. Demore pelo menos 3 minutos a escovar os dentes; Use o fio dentário diariamente para remover a placa bacteriana entre os dentes e junto à linha gengival; Limite a ingestão de alimentos e bebidas açucaradas (especialmente bolachas, cereais com açúcar, caramelos, rebuçados, refrigerantes, etc.). A ingestão de bebidas gaseificadas deve ser apenas através de “palhinhas” para que não se promovam erosões dentárias; Visite o profissional de saúde oral regularmente para prevenir precocemente

qualquer distúrbio oral; Na adolescência tornam-se particularmente importantes aspetos relacionados com a auto-estima e estética, daí que um crescente número de jovens adira a correções ortodônticas. Durante este tratamento assume particular importância a higiene oral dos aparelhos ortodônticos. Os dentes perdidos devem ser substituídos por dispositivos protéticos o mais rapidamente possível de modo a evitar alterações decorrentes da perda dentária; Os implantes dentários substituem um ou mais dentes ou são usados para suportarem próteses totais ou parciais. * Médico Dentista com prática clínica em Reabilitação Oral e com diversos casos clínicos publicados. (Texto escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico)


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Eduardo Lopes *

Prevenir quanto mais cedo melhor para evitar problemas de visão As crianças devem despistar a sua visão a partir dos 3 anos e nestes casos é quase sempre necessário a colocação de colírio para dilatar as pupilas, pois quanto mais cedo se usar óculos, quando necessário, melhor visão terão aos 10/11 anos, que é a idade em que se atinge o máximo da visão. Neste período devem ser feitas consultas regulares para prevenir a “amblio-

pia” (olho preguiçoso). Na adolescência também é importante o despiste visual, pois é um período em que se usa muito a visão para computador e estudo. Prevenindo, evita-se o cansaço visual e suas consequências, nomeadamente dores de cabeça, ardor ocular, saltar linhas de leitura, etc. *Médico Oftalmologista

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O novo, o velho e o assim-assim....

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polémica sobre o novo Acordo Ortográfico já foi considerada como “a mais ridícula polémica que assola o espaço público” por alguém que não deve conhecer muitas polémicas que assolam o espaço público. Mas não é por causa desse tipo de classificações mais ou menos ridículas, digamos assim, que a polémica deixa de existir. Uma das mais recentes iniciativas dos que se opõem ao novo Acordo Ortográfico é a recolha de assinaturas para que seja feito um referendo sobre o assunto. Eu assinei. Já que me impuseram acordos sobre a regionalização e o aborto, porque não um referendo sobre o novo Acordo Ortográfico? Não acredito muito que o referendo seja feito porque Portugal não é a Grécia, país onde, pelo que tenho lido, se faz um referendo de um dia para o outro, mas tenho pena que assim seja. Sempre queria ver se, desta vez, a abstenção conseguia chegar aos 80 por cento. Eu por mim vou continuar a escrever como sempre escrevi. Depois de tantos anos e anos de palmatoadas e puxões de orelhas durante a escola primária e da leitura de centenas e centenas de livros, jornais, diários da República, bulas de medicamentos, instruções para preenchimento de declarações de impostos e outras cangalhadas, não me sinto capaz de qualquer mudança. Vou dar erros mas não deve ser grave, até porque raramente escrevo à mão e no computador o corrector consegue emendar-me a maior parte deles. Mas, por muitos erros que vier a dar, nada se comparará com os erros que leio diariamente um pouco por todo o lado, a começar pelos erros que transformam aquelas legendas dos rodapés dos telejornais em complementos humorísticos de certas notícias, já de si divertidas, relacionadas com algumas querelas políticas.

Divulgação É certo que alguns pais e avós aplicados vão deixar de poder ajudar os filhos nos trabalhos de casa da disciplina de português porque não percebem, nem querem perceber, as novas regras. Mas antes da aplicação do Acordo Ortográfico muitos deles também experimentavam sentimentos de frustração e impotência perante a incapacidade de alguns infantes em matéria de ortografia. Quando li, pela primeira vez, um livro do José Saramago, só me apercebi que aquilo não tinha vírgulas nem pontos finais no dia em que um amigo me perguntou, já eu tinha lido muito mais de metade da obra, se a falta de pontuação não me estava a atrapalhar a leitura. Entusiasmado como estava com as peripécias de Baltazar e Blimunda do Memorial do Convento nem tinha reparado naquele...pormenor, confesso. E o mesmo me acontece agora quando leio bons textos e bons livros escritos segundo o novo Acordo Ortográfico ou editados com a nova grafia, uma vez que muitos deles, como os clássicos, por exemplo, foram escritos numa altura em que farmácia, por exemplo, se escrevia com Ph. Já agora, e a propósito, leia lá o parágrafo que se segue e depois diga se está escrito segundo o novo ou o velho Acordo Ortográfico. “Sguedno um etsduo da Uinvesriadde de Cmabgirde, a oderm das lertas nas pavralas não tem ipmortnacia qsuae

nnhuema. O que ipmrtoa é que a prmiiera e a utlima lreta etsajem no lcoal cetro. De rseto, pdoe ler tduo sem gardnes dfiilcuddaes... Itso é prouqe o crebéro lê as pavralas cmoo um tdoo e nao lreta por lerta.” Rui Ricardo


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Escola Superior de Saúde em Santarém em segundo lugar em termos de empregabilidade*

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Escola Superior de Saúde de Santarém assume-se como uma organização educativa com uma política de desenvolvimento assente em múltiplos determinantes. Destacam-se os desafios constantes, relacionados aos desafios da saúde e, particularmente, da enfermagem enquanto disciplina e profissão, privilegiando-se a autonomia científica e pedagógica no processo formativo da escola. A escola oferece uma Licenciatura em Enfermagem, com a duração de quatro anos, onde o modelo de formação é caraterizado pela alternância entre o ensino teórico e o ensino clínico nos contextos de cuidados. Ao nível do curso de licenciatura, a escola mantém um excelente nível de captação de estudantes, quer do contexto regional, quer nacional, estando em segundo lugar no ranking nacional em empregabilidade dos licenciados em Enfermagem. A formação pós-graduada com sete cur-

sos de mestrado (Enfermagem de Reabilitação, Enfermagem de Saúde Familiar, Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, Enfermagem em Processo de Doença na Comunidade, Enfermagem de Saúde da Criança e do Jovem, Enfermagem Comunitária e Curso Master Erasmus Mundus), quatro pós-licenciaturas de especialização (Enfermagem Comunitária, Enfermagem de Reabilitação, Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia) e três pós-graduações (Cuidados Paliativos, Cuidados Continuados, Saúde Familiar) está, neste momento, consolidada e adequada às necessidades do mercado. Para a concretização desta oferta formativa diversificada, conta a escola com uma cooperação estreita com diversos parceiros da área da saúde, da educação e do social, caraterizada por uma relação de confiança interorganizacional e promotora de uma sinergia mútua que muito contribui para

o desenvolvimento da formação pré e pós-graduada, estudos de situação-problema e investigação. De referir ainda que a escola é certificada e o sistema de gestão de qualidade tem sido um motor do desenvolvimento e sustentabilidade, constituindo-se, também, como uma base para uma reflexão permanen-

te e aprofundada, exigindo à escola capacidade de inovação e adaptação tendo em vista uma melhoria científica, pedagogia e de funcionamento. * Texto da responsabilidade da Escola Superior de Saúde de Santarém (Escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico)


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Conservatório de Artes Canto Firme projetar um futuro com qualidade*

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Conservatório de Artes Canto Firme, escola de ensino especializado de música, desde a sua oficialização em 1996 procura que os seus projetos educativos visem não só a formação de músicos, como a sensibilização para a música. O projeto educativo da escola, tem como principal objetivo o relacionamento entre músicos e ouvintes, através de uma vida musical ativa fora do ambiente escolar. Pretende-se com este projeto melhorar a quali-

dade de ensino nos níveis de iniciação e básico, como melhorar a preparação das gerações futuras. Com um corpo docente de cerca de 30 professores e com diversos cursos de instrumento (Acordeão, Clarinete, Contrabaixo, Fagote, Flauta de Bisel, Flauta Transversal, Guitarra Clássica, Oboé, Órgão, Percussão, Piano, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Tuba e Eufónio, Viola de Arco, Violino e Violoncelo), conta já com cer-

ca de 300 alunos, distribuídos pelos Cursos de Iniciação, Básico e Secundário, assim como Cursos Livres. Desde o ano de 2008-2009, tem em funcionamento um Pólo na localidade de Mação, chamado Firmação – Conservatório de Música de Mação, criado com o objetivo de fomentar o ensino da música junto dos jovens da região, bem como uma secção em Vila de Rei e diversos protocolos com Jardins Escolas e com Escolas Primárias. No âmbito das iniciativas viradas para a comunidade e pretendendo afirmar a ideia de «música-organiza», aquela que é feita por pessoas e para tocar as pessoas, pretendemos continuar a dinamizar algumas das atividades, nomeadamente as sessões de Música para Pais e Bebés, bem como concertos dedicados ao nosso meio envolvente. As sessões de Música para Pais e Bebés tem, desde a sua primeira edição, uma forte adesão por parte das famílias que vêem nestes cursos uma forma de proporcionar aos seus filhos um ambiente musical com uma forte componente pedagógico-didática. Fruto do empenho do Conservatório numa formação de qualidade, é-nos autorizado a abertura de Cursos Profissionais, que desenvolvemos em parceria com a Escola Secundária Jácome Ratton. Este projeto, vocacionado pa-

ra alunos que concluíram o 3º ciclo do ensino básico, permite o desenvolvimento de mais uma vertente profissionalizante, tornando-se uma mais-valia para todos os jovens que por ela optem. Além disso, um curso profissional artístico numa região com grande enraizamento musical, demonstrado pelo número de escolas de Musica e Bandas Filarmónicas, é mais um passo para a institucionalização de uma Orquestra Sinfónica. Para contactar o Conservatório de Artes Canto Firme poderá faze-lo via correio eletrónico: geral@cantofirme.pt, ou telefone : 24931425, e ainda obter mais informações através da nossa páginano facebook, em facebook/cantofirme, assim como realizar inscrições e matrículas no site www.cantofirme.pt ou na secretaria do Conservatório de Artes na Rua D. Lopo Dias de Sousa, 8C 2300-483 Tomar. *Texto da responsabilidade do Conservatório de Artes - Canto Firme (Escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico)


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A Educação Empreendedora na EPRM*

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pós publicação de legislação recente, as escolas passaram a dispor de alguma autonomia para imprimirem o seu cunho na definição dos planos curriculares dos Cursos Profissionais. Aproveitando a oportunidade e atendendo ao ADN da Escola Profissional de Rio Maior, orientado para a promoção da inovação, da criatividade, do empreendedorismo, das soft skills, aliado ao facto de procurarmos, incessantemente, proporcionar experiências open mind aos nossos alunos, uma das alterações que introduzimos no currículo dos nossos cursos, foi a disciplina de TEIP – Tecnologia, Empreendedorismo, Inovação e Projeto, enquanto oferta de escola. O objetivo é muito claro: desenvolver nos nossos alunos competências como estimular o empreendedorismo, a mentalidade e o comportamento empreendedor, a autoconfiança, a criatividade, a geração de ideias, a assunção do risco, o pensamento crítico, a capacidade de resolução de problemas, o sentido de iniciativa, a autonomia, etc., tudo com o propósito de educar para o exercício de uma cidadania ativa e empreendedora. Imbuídos deste espírito, procuramos, incessantemente, proporcionar experiências open mind e criar condições para que os jovens consigam “pensar fora da caixa” e levá-los a “sair da sua zona de conforto”. Julgamos que é disto que Portugal precisa para dar o salto qualitativo que se impõe! Aquilo que procuramos é fazer formação que respeite um equilíbrio entre a educação formal e a não formal. Alguns exemplos de atividades e iniciativas promotoras deste tipo de competências são a organização de visitas de estudo internacionais, estágios internacionais, participação em diversos concursos promotores do espirito empreendedor com projetos inovadores, competições envolvendo as capacidades argumentativas, etc. Consequência desta dinâmica, a Direção Geral de Educação convidou a EPRM a integrar o restrito grupo de escolas que irão implementar o projeto Youth Start - Entrepreneurial Challenges, desenvolvido no âmbito de uma parceria europeia e cofinanciado no quadro do Programa Erasmus+. Este projeto visa implementar um protocolo de experimentação na área da educação para o empreendedorismo nos ensinos básico e secundário, mobilizando alunos, professores, órgãos de gestão e outros interessados, concorrendo de forma inovadora para a qualificação das práticas educativas e para a implementação de uma mais estruturada cultura empreendedora nas escolas. No passado dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, era notícia o facto de as empresas especialistas em recrutamento, a operar em Portugal, atribuírem cada vez mais importância a competências, como por exemplo, falar em público, ter capacidade de argumentação, serem autónomos, serem próativos, patentearem atitude, de terem aptidão para o trabalho em equipa, de terem capacidade de liderança, etc. Este facto vem corroborar que é fundamental o tal equilíbrio entre a educação dita formal (escolar) com a não formal. Recentemente era notícia um estudo apresentado durante a conferência “O trabalho e o emprego em Portugal”, organizada pela Associação Cristã de Empresários e Gestores, que concluiu que “Três em cada 10 empresas não encontram quem precisam para as vagas que têm”, o que significa que a oferta das escolas está muitas vezes desajustada das necessidades que o mercado de trabalho procura. No caso da EPRM, a empregabilidade referente ao último ciclo de formação situa-se acima dos 90%. Estes números são tanto mais surpreendentes, quando vivemos num momento em que cerca de 35% dos jovens portugueses não têm emprego. Na EPRM os resultados escolares são de capital importância, pois são o coroar do esforço permanente em prol da credibilização da Escola Profissional de Rio Maior e a afirmação de que o Ensino Profissional é um alternativa credível ao nível da formação de jovens, desde que levado com rigor, responsabilidade e preocupação centrada na qualidade da formação oferecida aos alunos. É claro que as iniciativas que habitualmente levamos a

cabo dão-nos uma grande visibilidade e notoriedade junto da comunidade, junto dos organismos/entidades oficiais e junto das empresas. Na Escola, os ganhos com os diversos projetos em que nos envolvemos são incomensuráveis, pela dinâmica que criam e pelo reforço da motivação, da autoconfiança e da autoestima que provocam em toda a comunidade escolar. Constatamos reflexos notáveis ao nível da redução do absentismo e do abandono escolar precoce e melhoria do sucesso escolar. Em suma, catapulta o envolvimento dos alunos com o Projeto Educativo da EPRM! * Texto da responsabilidade da Escola Profissional de Rio Maior (Escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico)

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14 ESPECIAL ENSINO 02 JULHO 2015

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Alunos de Vila Franca de Xira vão poder aprender mandarim no próximo ano lectivo Responsável da Secundária Reynaldo dos Santos fala em capacitar melhor os alunos para os desaios futuros Alunos do 10º ano dos cursos cientíico-humanísticos vão poder escolher, em Setembro, aprender mandarim, língua falada por mais de 885 milhões de pessoas no leste asiático, sobretudo na China, uma das nações tecnologicamente e comercialmente mais fortes do mundo.

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escola secundária Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira, vai ser a primeira escola do Ribatejo onde os alunos do 10º ano vão poder escolher aprender mandarim, a língua usada na China. A escola foi contactada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), que disponibilizou essa possibilidade já a partir do próximo ano lectivo no âmbito de um projecto-piloto desenvolvido em 23 outras escolas do país. Mas apenas caso em Setembro haja inscrições suficientes de alunos para efectivar a discipli-

Alteração do modelo de financiamento do ensino artístico O Ministério da Educação e Ciência anunciou a intenção de alterar o modelo de financiamento do ensino artístico, integrando as verbas pagas às escolas no Orçamento do Estado e excluindo-as do financiamento comunitário. “Para o próximo ano lectivo está previsto que o financiamento do ensino artístico passe a ser suportado pelo Orçamento do Estado deixando de ser financiado, em parte através de fundos comunitários, nas zonas de convergência, e em parte pelo Estado”, disse o Ministério à Lusa. “Com esta alteração, todas as entida-

des ficam nas mesmas circunstâncias de financiamento, todas elas ficam com a garantia contratual dos pagamentos atempados das tranches, e não têm de esperar pela aprovação dos pedidos de reembolso (facto que atrasa por vezes os pagamentos do POCH (Programa Operacional Capital Humano), sabendo desde o início qual é o montante do contrato, ou seja, o valor com que podem contar para todo o ano (ao contrário do que acontecia até aqui, na modalidade de custos reais, em que o montante aprovado era sempre inferior ao montante executado)”, esclareceu.

na. Segundo o despacho do ministro da educação, assinado a 23 de Junho, serão precisos no mínimo vinte inscrições para que a disciplina se concretize em cada uma das escolas. Será uma disciplina de opção para os alunos do 10º ano dos cursos científico-humanísticos. No despacho do ministro lê-se também que os estudantes vão poder escolher mandarim como “uma das opções de língua estrangeira III, na componente de formação específica”. Deverá ficar disponível, nas 23 escolas, para mais de meio milhar de alunos. “Recebemos a proposta do ministério e não vamos declinar, acreditamos que vai constituir uma oferta educativa diferenciadora e que pode ser uma importante mais-valia para os alunos. A universalidade das línguas está subjacente à essência da educa-

ção”, explica a O MIRANTE Vera Borges, directora da Secundária Reynaldo dos Santos. Para a professora, a escola deve ser o local prioritário para os jovens se poderem preparar para os novos desafios. Sobretudo numa altura em que a China se assume como um “player” essencial no mercado global de emprego, tecnologia e indústria, sendo também uma das nações mais ricas do mundo graças à sua forte cultura de poupança. “Aprender esta língua é praticar a universalidade, quase como quando os portugueses se fizeram ao mar na conquista e descoberta de novos mundos. Acredito que permitirá habilitar e capacitar melhor os nossos alunos para os desafios futuros que ainda nem sequer foram desenhados”, entende. As restantes escolas com oferta de mandarim serão em Évora, Lisboa, Viseu, Castelo Branco, Almada, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Coimbra, Aveiro, Braga, Guimarães, Matosinhos, Loulé, Faro, Leiria, Alcobaça e Marinha Grande

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Primeiro o inglês Alguns cidadãos do concelho de Vila Franca de Xira ouvidos por O MIRANTE a propósito da possibilidade de vir a ser ensinado mandarim na escola oficial dizem não ter nada contra e consideram ser uma mais-

-valia na preparação dos jovens. A maioria confessa que não se importa de mandar os filhos e os netos aprender mandarim mas apenas como segunda língua estrangeira porque o inglês está primeiro.

Dulce Munhoz, 37 anos, Designer

Jorge Carvalho, 33 anos, funcionário público

“Mandarim é o futuro”

“Aproximar-nos do mundo”

Se a disciplina de mandarim estivesse disponível na escola Reynaldo dos Santos quando Dulce Munhoz aí frequentou as aulas, essa teria sido a sua opção. Dulce defende que a língua mais falada na China é o futuro e que proporcionar aos jovens de hoje a sua aprendizagem é a melhor maneira de os preparar para lidar com uma nação que está a dominar o mundo em termos comerciais. “Tenho pena de não haver essa disciplina quando estudei porque teria sido a minha opção. Acho esta iniciativa muito interessante”. Como mãe diz que a opção será do filho.

“Aprender essa língua é de certeza importante. Qualquer língua ajuda-nos a aproximarmo-nos do mundo e de outras comunidades, ainda por cima de mercados emergentes e com grande potencial”, defende Jorge Carvalho. É da opinião que a aprendizagem do mandarim abre portas para que os jovens de hoje possam ter sucesso numa das maiores nações do mundo. Diz que não se importava de meter os filhos a estudar mandarim, desde que essa fosse a sua vontade. “Deve ser uma decisão que parta das crianças e da visão que os pais tenham sobre esse assunto”, conclui.

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Carlos Medeiros, 65 anos, cabeleireiro

Deolinda Fernandes, 76 anos, aposentada

“Inglês primeiro e “O futuro está mandarim só depois” na China”

“O inglês não pode ser esquecido”

“O saber não ocupa lugar”

Na opinião de António Dinis, aprender mandarim no secundário pode ser útil mas sempre como segunda língua. A prioridade, defende, deve ser dada ao inglês. “Devíamos desenvolver mais o inglês nas escolas, porque há muita gente que não sabe ainda falar inglês correctamente e essa é uma língua mais global que o mandarim. Para mim o inglês deve sempre vir primeiro”, defende. Apesar disso, diz que saber ler e escrever em mandarim pode vir a ser útil para os jovens alunos, ainda para mais quando a economia portuguesa está doente e não há trabalho para todos os que precisam.

Carlos Medeiros acha interessante a aprendizagem do mandarim mas para ele a primeira língua estrangeira que deve ser aprendida é o inglês. “A língua universal é o inglês. É a língua do futuro. Primeiro o inglês e só depois o chinês”, opina. Carlos admite que aprender mandarim, uma língua diferente das línguas latinas, possa ser “muito complicado” e uma “carga de trabalhos” para a juventude. Mesmo assim acredita que o início destas aulas em Vila Franca de Xira pode ser útil para os jovens e diz que se trata de uma boa notícia. Não hesitaria em enviar o neto para a escola aprender mandarim.

Para Deolinda Fernandes “o saber não ocupa lugar” e por isso aprender mandarim pode sempre vir a ser uma mais-valia para os jovens de Vila Franca de Xira. “É boa ideia. Já temos muitos chineses a viver connosco e integrados na nossa comunidade, um dia isto vai ser tudo dos chineses na mesma, eles é que investem cá, nós estamos cada vez mais pobres e eles mais ricos. Vai ser bom para os jovens”, defende. Deolinda diz que já basta a ignorância em que se viveu no tempo de Salazar. “Não se aprendia e não se sabia nada”.

António Dinis, 51 anos, empresário

Justino Pisco, 48 anos, taxista

Poder comunicar com a nação mais rica e poderosa do mundo é a grande mais-valia de saber falar mandarim, diz Justino Pisco. “Eles é que têm o dinheiro, a indústria e o trabalho, isso será fundamental. Aqui em Portugal estamos em crise, não há trabalho para nós quanto mais para os jovens, por isso acho que pode ser muito bom para eles terem mais esse conhecimento”, defende. Justino entende, no entanto, que o inglês continua a ser fundamental. “Não se deve esquecer o ensino do inglês. O mandarim pode ser uma salvaguarda para o caso de alguma coisa não correr bem”.

Prémios para equipa “Limitless” do CTIC na final mundial 4X4 in Schools A competição teve como objectivo avaliar as competências nas provas de engenharia

Realizou-se entre os dias 21 e 25 Junho a Final Mundial do Concurso 4x4 in Schools em Coventry - Inglaterra, nas instalações da Land Rover e Jaguar onde estiveram pre-

Mais bolsas de estudo para alunos do ensino superior

As alterações ao regulamento de atribuição de bolsas de estudo para o ensino superior, negociadas entre as Associações Académicas e o secretário de Estado do Ensino Superior e anunciadas no dia 18 de Junho, vão permitir aumentar em cerca de 8 por cento (mais 3000) o número de estudantes contemplados com aquele ti-

sentes 14 equipas de todo o mundo. O CTIC - Centro Tecnológico das Indústrias do Couro, no âmbito do projecto Pense Indústria Nova Geração, foi representado pela equi-

po de apoio. A maior alteração ao regulamento faz com que o limiar de elegibilidade para as candidaturas a bolsas passe de 14 vezes o indexante de Apoios Sociais (419,22 euros), mais o valor da propina efectivamente paga, para 16 vezes o indexante, mais o valor da propina efectivamente paga. Também será alargada a atribuição do complemento de alojamento aos estudantes deslocados para que possam permanecer 11 meses, em vez dos actuais 10, nas residências universitárias, quando comprovado que se encontram em actividades lectivas.

pa Limitless do Colégio São Miguel de Fátima. A competição teve como objectivo avaliar as competências nas provas de engenharia, apresentação verbal e destreza na condução de um veículo 4x4 numa pista de obstáculos e numa prova de perícia com reboque (avião). Além destas provas, a equipa teve também de desenvolver a área de marketing, design e conceção/construção da carroçaria do carro. O trabalho árduo realizado pela Limitless e professores durante o ano lectivo foi reconhecido com a nomeação para os prémios Research & Development Award, Judges Special Award, Women in Engineering Award e Verbal Presentation Award, tendo ganho o prémio Judges Special Award.

As bolsas passarão a ser pagas em data fixa, a partir do próximo ano lectivo, e serão acrescentadas as razões da recusa de atribuição aos dados da plataforma digital em que se encontram os indicadores estatísticos associados aos pedidos. A Direcção-geral do Ensino Superior (DGES) vai emitir um calendário, no início do ano, em que colocará as datas de pagamento. Em comunicado, o Ministério da Educação afirma que passará a ser considerada “parte dos lucros” das empresas no cálculo do rendimento do agregado familiar, quando algum elemento detenha uma participação social.


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FEIRA MOSTRA

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foto arquivo O MIRANTE

Feira Mostra de Mação promove potencialidades do concelho De 3 a 5 de Julho Mação volta a receber a Feira Mostra. A 22ª edição continua a ter o objectivo dos outros anos, o da divulgação das potencialidades do concelho. O certame inclui uma série de actividades e durante o tempo em que decorre vai ter a funcionar espaços de restauração. Os artesãos têm também a oportunidade de mostrar os seus trabalhos na Feira Mostra de Mação, tal como os vários agentes económicos do concelho. Na edição deste ano há algumas novidades no que diz respeito à disposição do espaço, incluindo alguns stands e o palco principal. Os stands da Câmara Municipal de Mação e o da Associação AmarMação, os dois maiores do certame, mudam para outro local mais central no recinto. Mas estarão interligados num espaço amplo e de fácil acesso a partir de todo o recinto. Nestes dois stands os visitantes podem conhecer os principais projectos e trabalho da Câmara Municipal de Mação e no stand da “AmarMaçao” poderão conhecer a Marca Mação e as mais importantes fileiras de produção do concelho, assim como os seus produtores. Outra aposta é na animação e este ano a Feira Mostra terá mais concertos, fazendo a abertura do cartaz musical e antecipando os grandes concertos das noites de sexta-feira e sábado com grupos locais e da região: Hollow Page e Vagalume. Mas o palco também vai receber grandes nomes da música portuguesa como D.A.M.A (dia 3, sexta-feira), GNR (4, sábado) e Cuca Roseta (5, do-

mingo). Vai existir também nas noites de sexta e sábado um palco para DJ’s do concelho. Na zona onde vão decorrer os espectáculos vão estar montados quatro bares explorados por cafés/bares do concelho. Participam também na animação os grupos de cantares concelhios que vão partilhar a identidade cultural do concelho com os visitantes, como o Grupo de Cantares do Grupo Cultural “Os Maçaenses (sexta-feira), Grupo de Cantares da Associação “Musical Amendoense” (sábado) e Grupo de Cantares da Serra da Associação Recreativa e Cultural da Serra (domingo). O espaço onde se realizam as actividades principais é o Largo Infante D. Henrique, conhecido como Largo da Feira. A abertura oficial terá lugar no dia 3 de Julho, pelas 18h30. Esta feira, que conta com 72 stands de exposição, é possível também contar com a colaboração das colectividades e da população. O presidente do município, Vasco Estrela, reconhece essa importância e fez questão de, na apresentação do certame, fazer um agradecimento especial às associações do concelho que vão colaborar com actividades desportivas e culturais e realçou o dinamismo da população. O Anfiteatro José Costa, à entrada da feira, este ano terá uma função diferente com a instalação no local da 17ª Feira do Livro. “A Feira Mostra já se afirmou como um espaço privilegiado de reunião e convívio dos habitantes do concelho e de concelhos vizinhos”, destaca o município.


18 ESPECIAL FESTA DOS TABULEIROS - TOMAR 02 JULHO 2015

Festa dos Tabuleiros de 4 a 13 de Julho em Tomar

Tradição. Festa só se realiza de quatro em quatro anos

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Festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos, regressa à cidade de Tomar de 4 a 13 de Julho com um programa repleto de actividades, em que o ponto alto é o Cortejo dos Tabuleiros na tarde de 12 de Julho, a partir das 16h00. Os tabuleiros vão sair em cortejo da Avenida Dr. Cândido Madureira à Avenida General Bernardo Faria para recolher o bodo, que será depois distribuído pelas ruas da cidade na manhã de dia 13. Antes, decorre o Cortejo dos Rapazes,

no domingo, dia 5, com partida da Mata Nacional dos Sete Montes, pelas 10h00. As ruas ornamentadas vão ser abertas no dia 9, pelas 20h00, para receber o Cortejo do Mordomo na tarde de sexta-feira, 10 de Julho, com partida da Avenida António de Fonseca Simões, pelas 18h00. Depois dos cortejos parciais dos tabuleiros na manhã de dia 11, os tabuleiros ficarão em exposição na Mata Nacional dos Sete Montes. O cortejo dos jogos populares começa no Jardim da Várzea Grande, pelas 14h30, e segue até ao Mouchão Par-

que, onde vão decorrer jogos populares. No domingo, dia 12, a procissão das coroas e pendões do Espírito Santo sai da Santa Casa da Misericórdia, pelas 09h30, em direcção à Igreja de São João Baptista onde será realizada uma missa. ANIMAÇÃO NOS DIAS DA FESTA A Festa dos Tabuleiros inclui várias iniciativas, desde a música à tauromaquia. No primeiro dia da festa arranca também o Festival de Música Polifónica com um encontro de coros juvenis organizado pelo coro misto da Canto Firme na Casa dos Cubos, pelas 16h00. O festival conta também com um concerto da “The Bells Wood Ensemble”, a peça dramática “A Afilhada de Santo António” e a actuação da Orquestra de Sopros da Canto Firme. O coro da Canto Firme de Tomar, Choral Phydellius de Torres Novas, Orfeão de Abrantes, Chorus Auris de Ourém e coro do Círculo Cultural Scalabitano juntam-se no 24º Encontro de Coros do Ribatejo ao longo da tarde de 11 de Julho. A vertente cultural vai estar em destaque ao longo do certame com diversas exposições patentes em vários pontos da cidade. Na Levada de Tomar, decorrem mostras de sabores de Tomar (mel, vinho, fumados e azeite) nos dias 4, 5, 9, 10 e 11 de Julho, a partir das 16h00, organizadas pelo Gabinete de Economia Local da Câmara Municipal de Tomar. A Festa dos Tabuleiros conta com vários concertos no Estádio Municipal, com actuações no dia 10 de D.A.M.A, DJ Diogo Menasso e Banda FH5. Banda Red e Amor Electro actuam no dia seguinte. JimDungo e Xutos & Pontapés sobem ao palco no dia 12 e, para terminar, um espectáculo de encerramento com Tomar-lhe o Gosto, Quinta do Bill e a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais. Ana Lains, Dora Maria e João Chora actuam no Mouchão Parque na segunda-feira, 6 de Julho, pelas 21h00.

A festa brava terá também lugar neste certame com uma corrida de toiros agendada para a noite de 10 de Julho, pelas 22h00. Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Tito Semedo, Sónia Matias, Marcos Bastinhas e Bernardo Salvador O Mouchão será invadido noutras noites por vários estilos de música como o jazz ou o rock, um espectáculo equestre e apresentações do sarau de ginástica do Ginásio Clube de Tomar e da Orquestra Típica de Ourém. The Peorth, Ferro e Fogo, Sãos & Salvos, Rock Avenue e a Tuna Templária são alguns dos grupos que vão actuar no coreto do Jardim da Várzea Pequena durante as noites do certame. A festa brava terá também lugar neste certame com uma corrida de toiros agendada para a noite de 10 de Julho, pelas 22h00. Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Tito Semedo, Sónia Matias, Marcos Bastinhas e Bernardo Salvador integram o cartel da corrida que conta com as pegas dos Forcados Amadores de Tomar e dos Amadores de Alcochete

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02 JULHO 2015 ESPECIAL

FESTA DOS TABULEIROS - TOMAR

“Uma espécie de ópera” da Canto Firme no Convento de Cristo em Tomar Maestro António Sousa fez a música para “A Ailhada de Santo António”

AnimAção. A ópera sobe ao palco nos dias 7, 8 e 9 de Junho Vai haver ópera no Convento de Cristo em Tomar. Chama-se “A Afilhada de Santo António” e o libreto foi escrito a partir de um conto infanto-juvenil do escritor António Torrado. A música é da autoria do maestro António Sousa. A encenação é de João Mota, que é natural de Tomar. Há três representações marcadas para 7, 8 e 9 de Julho. Trata-

-se de um espectáculo que envolve orquestra e coralistas da Associação Canto Firme que, desde 1995, colabora com a Festa dos Tabuleiros através da realização de espectáculos. António Sousa, um dos fundadores da Canto Firme, deixa o convite e uma forma original. “Todos os que, nos dias 7, 8 ou 9 de Julho, pelas 22h00, resolverem subir até

ao Convento, entrando pela porta lateral ao claustro da Micha serão, com toda a certeza, devidamente abençoados pelo santinho senão, como o próprio santo afirma no final da peça: “Vão ao meu altar que eu lá estarei / Para vos receber, para vos consolar / E acendam uma vela para me alumiar”. Foi o actor e encenador João Mota, natural de Tomar, a lançar o desafio da adaptação de “A Afilhada de Santo António” para ópera, “abrindo a porta para uma segunda leitura mais adulta” do conto. João Mota tem colaborado com a Canto Firme, desde 1955, na realização de espectáculos apresentados durante a Festa dos Tabuleiros e deitou mãos à obra no capítulo da encenação. A mesma história foi levada à cena pela primeira vez no Teatro da Comuna em Lisboa, em 2008, na forma de drama por música. António Sousa resume o enredo desta forma: “São cinco personagens. Além do próprio Santo António e da sua afilhada, que por artes mágicas (ou milagre) tem de passar ao longo da trama por afilhado, aparecem em cena um

Câmara de Tomar não quer programas de televisão durante Festa dos Tabuleiros A Câmara de Tomar não aceitou as propostas de dois canais de televisão para fazerem programas em directo durante a Festa dos Tabuleiros. A presidente do município, Anabela Freitas, explicou em reunião de câmara que tanto ela como o mordomo das festas, João Victal, “sempre” descartaram a presença de qualquer programa generalista de televisão no dia do desfile dos tabuleiros, a 12 de Julho. A TVI fez o primeiro convite para fazer um programa no dia 12, o que foi recusado por Anabela Freitas. Também a RTP fez uma proposta e foi recusada. Mais recentemente a RTP propôs realizar um programa num dos dias da festa. “Estes programas custam cerca de cinco mil euros ao município em alojamento, alimentação e temos que disponibilizar funcionários para darem apoio ao programa. Como não há alojamento disponível na cidade nestes dias e os funcionários municipais estão todos destacados para a festa recusámos a proposta”, explicou a presidente. Os vereadores da oposição Pedro Marques (Independen-

tes por Tomar) e João Tenreiro (PSD) concordam com a não realização de programas televisivos durante a festa, que se realiza de quatro em quatro anos. “Vimos, pela experiência de há quatro anos, que não resultou. No entanto, esta informação que a senhora presidente está a dar devia ter sido dada há mais tempo”, referiu João Tenreiro. Anabela Freitas explicou que a RTP entrou novamente em contacto com o município com o intuito de realizar um programa sobre património no próximo mês de Agosto. “Neste momento, ainda não sabemos que tipo de programa é. Estamos a aguardar mais esclarecimentos para podermos chegar a uma decisão”, concluiu.

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Rei e uma Rainha, com os problemas palacianos dos dias de hoje, mediatizados em torno das casas reais europeias, a quem se tem de acrescentar o necessário e obrigatório príncipe herdeiro. Para proteger e orientar a vida da sua ‘sobrinha’, Santo António lá vai intervindo sempre que se torna necessário à construção da narrativa, a qual se vai desenvolvendo através da estruturação de dois quadros encaminhando-se para o necessário final feliz”. O espectáculo foi montado sem qualquer tipo de apoio ou incentivo, explica o maestro, ao mesmo tempo que o aconselha a Antónios e não Antónios, “independente da idade, credo religioso ou habilitações”. As senhas para entrada têm que ser levantadas na Sede da Festa dos Tabuleiros, no início da rua da Corredoura ou na Secretaria da Canto-Firme, ao lado da PSP, às horas normais de expediente.


20 ESPECIAL TORRES NOVAS 02 JULHO 2015

Festas de Torres Novas estão de volta na celebração dos trinta anos de elevação a cidade Recuperado do problema de saúde que o afectou Pedro Barroso actua no encerramento Deolinda, Pedro Barroso e Carlão (ex DaWeasel), são os nomes mais sonantes, numas festas que valem também pelas tasquinhas e pelo convívio.

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e 9 a 12 de Julho (Quinta a Domingo) decorrem no Jardim das Rosas em Torres Novas as festas da cidade. É um regresso ao figurino habitual de celebrações da elevação a cidade, três anos depois de a câmara municipal ter optado por abandonar grandes festejos, devido à grave situação financeira que estava a viver. O ano passado chegou a ser anunciado o regresso das festas mas a câmara municipal acabaria por optar por uma iniciativa denominada “Tasquinhas no Jardim”. Este ano o presidente da autarquia, Pedro Ferreira (PS) chegou a dizer que não haveria festas mas o facto de ser o 30º aniversário da elevação a cidade e uma situação financeira mais equilibrada acabaram por o fazer mudar de ideias. As festas decorrem como vinha sendo hábito nos últimos anos em que se realizaram, no Jardim das Rosas e no estacionamento das piscinas e biblioteca Gustavo Pinto Lopes. No dia 8 de Julho há um acontecimento que faz parte do cartaz. Trata-se da inauguração, às 18h30, da exposição, “Cidade Minha, Cidades Nossas” no Museu Carlos Reis. A exposição vai ficar na galeria de exposições temporárias até 6 de Setembro. Pedro Barroso fecha as festas da cidade com um concerto marcado para as 22 horas de Domingo, 12 de Julho. O ano passado, a 30 de Abril, o artista teve um grave problema de saúde, descrito por ele próprio “ como sendo uma paragem cardiorespiratória, episódios breves de morte, coma prolongado, 4 meses de hospitalização se-

riíssima, sequelas para sempre. Fiquei sem falar e sem andar. Lutei muito muito muito. Mas sobrevivi, reeduquei-me, puxei por mim, e estou a reconstruir-me aos poucos” escreveu na altura do regresso aos palcos, a 24 de Abril deste ano, com um concerto na Marinha Grande. Embora tenha ficado com algumas limitações que o impedem, por exemplo, de tocar viola, o artista mantém totalmente intactas as suas maiores qualidades, tanto a nível vocal, como criativo, bem como o seu conhecido sentido crítico e o bom humor. O que não manteve foi o peso que tinha, tendo perdido algumas dezenas de quilos. No Sábado, 11 de Julho, actuam os Deolinda. No dia 10 de Julho, sexta-feira, é a vez de Carlão, ex membro do grupo DaWeasel. Nos outros dias há espectáculos assegurados por grupos e músicos com menos visibilidade mediática, alguns dos quais da região, como é o caso de Dog´s Bollocks, projecto de Torres Novas, que abre as festas no dia 9, quinta-feira. O programa das festas está disponível no site oficial da Câmara de Torres Novas

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Pedro Barroso fecha as festas da cidade com um concerto marcado para as 22 horas de Domingo, 12 de Julho



22 ESPECIAL COLETE ENCARNADO 02 JULHO 2015

Colete Encarnado volta a trazer o campo à cidade entre 3 e 5 de Julho Esperas, concertos, animação, tertúlias e exposições são os principais ingredientes foto arquivo O MIRANTE

AFICIÓN. Cidade volta a transformar-se durante três dias para a maior festa do ano

Este ano a exposição central da festa gira em torno da carreira do matador Mário Coelho. Amor Electro, Diabo na Cruz e Ardea Púrpura são os cabeças de cartaz.

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Colete Encarnado, festa maior do concelho de Vila Franca de Xira e do Ribatejo, volta a trazer o campo à cidade entre os dias 3 e 5 de Julho com um programa vasto em que não faltam as corridas e esperas de toiros, noite da sardinha assada, concertos, fogo-de-artifício, exposições, tasquinhas, tertúlias e a tradicional homenagem ao campino. As largadas de toiros pelas ruas da cidade realizam-se sexta-feira, dia 3, pelas 18h00, sábado pelas 18h30 e domingo às

10h30. Na música os Amor Electro (dia 3, às 23h00), Diabo na Cruz (dia 4 às 22h30) e Ardea Púrpura (dia 5, às 22h00) são os cabeças de cartaz numa festa que conta ainda com a actuação de Uxu Kalhus, Rod Tha Funk, Voodoo Marmalade e Sonido Andaluz. Voltam a ser esperados milhares de visitantes para esta edição do Colete Encarnado, que no último ano bateu todos os

recordes de visitantes. O ponto mais solene e tradicional da festa volta a ser no sábado, dia 4 de Julho, dia grande da homenagem ao campino. Este ano o pampilho de ouro vai para António Afonso “Tocha”, de 68 anos (ver entrevista nesta edição). A exposição central da festa, no Celeiro da Patriarcal, versa este ano sobre a vida e carreira do matador da cidade Mário Coelho, que dá pelo título de “Da prata ao ouro: a vida de um toureiro”. “É uma festa que pretende defender esta marca cultural do nosso concelho e da nossa identidade, bem como as forças que a mantêm viva. É o momento de trazer o campo à cidade, de receber bem, das pessoas saírem de casa e viverem a festa”, frisou o presidente do município, Alberto Mesquita, durante a apresentação do programa das festas, que arrancam quinta-feira, dia 2 de Julho, com o tradicional jantar das tertúlias, este ano na Praça de Toiros Palha Blanco. As obras que estão em curso na rua Luís de Camões não vão causar impedimentos à festa, assegura o autarca. “As obras serão interrompidas e posteriormente retomadas para ficarem concluídas até Setembro”, explicou. Na última semana a Comboios de Portugal (CP) anunciou alterações nos horários dos comboios que servem o concelho de Vila Franca de Xira, deixando-o com menos comboios aos fins-de-semana. O autarca diz que isso não terá reflexos no fluxo de visitantes. “Quem quiser realmente vir a Vila Franca de Xira

virá de qualquer maneira. Se houver menos comboios até pode ser uma oportunidade para ficarem cá hospedados e viverem os três dias da festa da melhor maneira”, notou. Haverá vários palcos espalhados pela cidade onde os visitantes poderão assistir a fado, sevilhanas, fandango e folclore. Alguns destaques vão para a actuação de fadistas na escadaria do largo da igreja matriz (sexta às 21h30), missa rociera (sexta às 20h30), fado marialva (palco Mártir Santo, sexta, às 22h30) e actuação de fandanguistas, promovido pela junta de freguesia da cidade, no palco situado junto à sua sede, na sexta, pelas 22h00. A noite da sardinha assada volta a ser no sábado, pelas 22h30, com distribuição no posto público da rua Primeiro de Dezembro e em algumas tertúlias abertas ao público. Há garraiada na praça de toiros às 02h00 e caldo verde pelas 03h30. TERTÚLIAS FECHADAS CONTINUAM A DAR QUE FALAR Uma das queixas que mais vezes se ouve por parte dos visitantes do Colete Encarnado prende-se com o facto de muitas tertúlias serem privadas e não se encontrarem abertas ao público. Muitas são até incapazes de partilhar com os visitantes as sardinhas da noite de distribuição gratuita. Vítor Batalha, da confederação das tertúlias da cidade, admite que esse é um problema que está longe de estar resolvido. “É uma situação polémica que nos preocupa. Para as tertúlias o Colete Encarnado é o ponto alto mas muitas ainda não se abrem como deviam. Estamos a estudar a possibilidade de identificar com dísticos as tertúlias que são abertas ao público mas isso está ainda em discussão”, lamenta

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“O Colete Encarnado assenta-nos mesmo bem!” São quatro depoimentos mas podiam ser quarenta ou quatrocentos. Se não há unanimidade sobre a importância das festas taurinas para a preservação da identidade cultural de Vila Franca de Xira, há, no mínimo, uma quase unanimidade. A cidade respira assim e ica sem o seu oxigénio muito próprio se lhe retirarem aquela componente. Os entrevistados por O MIRANTE só lamentam que o colete do estacionamento pago não permita que mais pessoas sintam a alegria e liberdade que lhes é dada pelo Colete Encarnado.

Xiracor em Vila Franca de Xira com soluções para todas as pinturas Nuno Ventura Gerente da Bento e Delgado - Comércio de materiais de construção

Maria Teresa Gonçalves Gerente da Lojinha da Abuela - Artes Decorativas

Nuno Ventura é um aficionado e nas festas do Colete Encarnado gosta de assistir às largadas de touros, aos espectáculos, do convívio e do ambiente que se vive nas ruas. Para o empresário, o Colete Encarnado e a Feira de Outubro são muito importantes não só a nível pessoal mas principalmente a nível do concelho. “As tradições devem ser mantidas e para tal a população tem de continuar a contribuir”, refere. Na cidade de Vila Franca de Xira identifica alguns problemas como a falta de estacionamento não pago e de mais estacionamento para cargas e descargas, situação que considera ser prejudicial ao comércio. Lamenta também o encerramento do Vila Franca Centro. “Desde que isso aconteceu há menos gente na zona centro”.

É natural da Venezuela e gosta da tradição das festas do Colete Encarnado. Defende que as festas tradicionais ligadas ao mundo dos toiros devem ser mantidas por uma questão de tradição e identidade. Quanto a Vila Franca de Xira, gostaria que fossem aproveitados os espaços que estão esquecidos e desocupados, a começar pelo Vila Franca Centro. Diz que há muito menos gente a visitar a cidade devido ao facto de quase todo o estacionamento ser pago. “Quem mais sofre com a falta de estacionamento é o pequeno comércio e há mesmo fornecedores deixam de vir ou vêm menos vezes porque não têm lugar para parar”, refere.

Alice Lambuça Gerente da Casa da Sónia - Loja de artesanato Alfredo Santos Sócio Gerente da Auto-Império Vilafranquense - Peças para automóveis Alfredo Santos gosta de ir à Festa do Colete Encarnado à noite, para conviver e para ver os toiros. “São as festas maiores e mais antigas do concelho”, garante. Defende a manutenção das tradições e lamenta que tenham desaparecido a feira do melão e a feira do cavalo. Considera que a festa do Colete Encarnado tem até que ser revitalizada porque já não atrai tantos visitantes como antigamente. “Acho que parámos no tempo e não evoluímos”, afirma. Para além da revitalização da festa deseja uma revitalização geral da cidade. “É importante pensar em investimentos para trazer pessoas e movimento para o centro de Vila Franca. O comércio está muito fraco. Tem que se pensar na dinamização de alguns espaços”, declara.

É também para evitar o desaparecimento de valores culturais que Alice Lambuça diz que tem de se continuar a manter a festa do Colete Encarnado. “Sou de Vila Franca de Xira, sou aficionada e gosto bastante de ir ver a entrada de toiros”, refere. Na sua loja, entre os vários artigos à disposição dos clientes tem fardas de campino e de forcado, o que a liga directamente a todo o universo das festas taurinas. Mas não são só as tradições que a movem em defesa da cidade. Nesta altura está a lutar para que a câmara não substitua uns bancos que existem na Travessa do Araújo que os moradores usam para descansar e conviver uns com outros e para colocação de uma “ilha ecológica” para depósito de resíduos urbanos. Estão a ser recolhidas assinaturas para uma petição a entregar à Câmara Municipal, à Junta de Freguesia e à Associação de Comerciantes.

Nelson Garcia é gerente da Xiracor, em Vila Franca de Xira, há cerca de cinco anos. A empresa comercializa todo o género de tintas e vernizes para construção civil e para automóveis. O primeiro emprego de Nelson Garcia foi numa oficina de automóveis em Alverca, a pintar automóveis, mais tarde começou a trabalhar na LGA em Azambuja, na divisão de reparações da SIVA, empresa importadora de automóveis. “Foi lá que soube da possibilidade de ser aberta uma vaga para dar formação na Robbialac e decidi arriscar”, afirma. Esteve na empresa durante seis anos, deu formação e no final já prestava assis-

tência técnica a clientes no exterior, viajando de norte a sul do país. Certo dia, decidiu pegar no negócio da Xiracor em Vila Franca. “Carlos Pinto da Costa já tinha alguma idade e queria sair da loja e decidi arriscar nesta nova aventura”, conta. Reformulou a imagem da loja, aumentou o stock e em 2012 mudou para as instalações onde actualmente se encontra, na Rua Joaquim Pedro Monteiro, perto da estação de comboios. A loja fornece esquemas de pintura, aconselha quantidades, vende materiais de pintura para casa e automóvel, madeiras, ferros, gradeamentos, material para pintura interior, exterior, piscinas, cozinhas e casas de banho.


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“Trancam a sapiência dos mais velhos para que os medíocres não se sintam pressionados” Toureiro Mário Coelho enfrenta a vida com a mesma coragem que sempre mostrou nas arenas foto O MIRANTE

GlóRIA. Mário Coelho viu esta semana ser inaugurada uma exposição sobre a sua pessoa

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á dez anos, na altura em que celebrava as bodas de ouro como toureiro, Mário Coelho recebeu a Ordem de Mérito, atribuída pelo Presidente da República, que se destina a “galardoar actos ou serviços meritórios no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, ou que revelem desinteresse e abnegação, em favor da colectividade”. Na mesma altura lançou uma auto-biografia intitulada “Da Prata ao Ouro - História de um Toureiro”. O livro, com um texto introdutório da escritora Agustina Bessa-Luís, foi apresentado a 27 de Junho na Fundação Mário Soares. Ao longo de 400 páginas, Mário Coelho escreve sobre os seus êxitos e azares e conta muitas histórias, algumas das quais passadas com gente famosa como Orson Wells, Ava Gardner, Pablo Picasso e até relata um encontro com Salazar numa

Coração... derrubado! A viúva de Álvaro Guerra, escritor e figura ilustre de Vila Franca de Xira, amigo de infância de Mário Coelho, conta num texto incluído na auto-biografia do toureiro, que o marido se referia a ele como “derrubador de touros e corações” mas há alturas em que os maiores “derrubadores de corações” também ficam com o coração derrubado. No livro há alguns capítulos dedicados a mulheres. O primeiro é dedicado à mãe, que o autor trata por “minha doce Mãe”, que pressentia quando ele estava a tourear em qualquer praça do mundo e acordava de repente a meio da noite, sentando-se na cama para rezar, perante a perplexidade do pai. Há depois o capítulo sobre a Dama

rua deserta, sob o olhar atento do motorista do ditador. “Quatrocentas páginas não chegam para contar a minha experiência de vida”, disse na altura, acrescentando que todos os dias se lembra de mais episódios que dariam para um outro volume de memórias. Estávamos na década de 40. Vila Franca de Xira vivia um ambiente taurino com as crianças e jovens a alimentarem “uma montanha de sonhos”. Mário Coelho, sete anos, saiu da modesta casa na travessa dos Maiorais para ir para a vizinha Escola do Bacalhau e viu um cartaz colocado na esquinas. As figuras de dois toureiros (Diamantino Viseu e o espanhol Garcia) em tamanho natural fizeram brilhar os olhos do menino que sonhava ser matador de toiros. “Foi como o iluminar de um sonho. Nunca ali tinham colocado nenhum cartaz e não voltaram a colocá-lo”,

do Bolo de Arroz que nunca esqueceu a afronta do toureiro, enquanto jovem, ter abandonado um baile sem pagar os bolos de arroz que ela comera e se vingou vinte anos mais tarde, gritando a plenos pulmões, “Fora, Fora” numa corrida em Arruda dos Vinhos que estava a correr muito bem a Mário Coelho. A actriz Audrey Hepburn tem um capítulo com o seu nome por causa de um chapéu Mazantini que o toureiro lhe ofereceu em Portugal e que ela vendeu mais tarde num leilão para ajudar pessoas necessitadas, por quatro mil dólares. Madame Couve de Mourville, esposa de um Ministro Francês, é mencionada porque não ligava a corridas mas telefonava-lhe a perguntar as datas das touradas em que participava, para acender uma lamparina e rezar uma oração. Ava Gardner, actriz que Mário Co-

Ao longo de 400 páginas, Mário Coelho escreve sobre os seus êxitos e azares e conta muitas histórias, algumas das quais passadas com gente famosa como Orson Wells, Ava Gardner, Pablo Picasso e até relata um encontro com Salazar recorda com o brilho de quem vive a emoção do regresso às origens. “Fui injectado de veneno”, acrescenta. Na mesma altura, numa entrevista dada a O MIRANTE e publicada a 29 de Junho de 2005, explicava porque voltaria a ser toureiro se voltasse atrás no tempo e porque são tão importantes os aplausos para os artistas. “Orgulho-me da minha carreira e valeu a pena este percurso. Não há outra profissão na vida tão completa e tão nobre como a de toureiro. É um sonho permanente com uma entrega total, humildade, grandeza, alegria e uma paixão infinita. Representei a minha terra e o meu país em vários pontos do mundo e senti uma grande alegria pela forma como fui reconhecido”, explicava. Mário Coelho lembrava a ténue linha que existe entre o fracasso e o sucesso e como a balança tomba para um e para outro lado com grande facilidade. “É a única profissão do mundo onde o adversário tem toda a liberdade para te roubar a vida. Nem no automobilismo, nem no boxe, aqui damos a vida para agradar ao público com um grande respeito. Basta que um espectador não goste e assobie para se multiplicar os assobios e nas palmas é a mesma coisa. Há uma sensação única quando temos milhares de pessoas de pé a aplaudir”, afirmava. Sobre a habitual tendência da nossa sociedade para desprezar o saber acumulado dos mais velhos, referia-se a uma espécie de conspiração dos estúpidos. “Sou mais uma fonte fechada e lacrada. Toda a sapiência dos mais velhos é trancada de propósito para que os medíocres não se sintam pressionados pelo seu saber. Enquanto assim for continuaremos a viver nesta mediocridade”

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elho conheceu em 1959, parece ter sido um caso diferente dos mencionados. Num jantar, inesperadamente, a actriz entregou-lhe as chaves e os documentos de um descapotável branco que os dois, quando passeavam em Madrid, num stand, enquanto passeavam. O toureiro recusou e ofendeu a amiga de tal maneira que esta nem se deu ao trabalho de disfarçar. Depois desse episódio estiveram sem falar um com o outro durante trinta anos até que um dia, um locutor de uma rádio da Califórnia que o estava a entrevistar o pôs ao telefone com a actriz, de surpresa. Ficou a saber que Ava Gardner já não saía de casa e pouco tempo depois leu a notícia da sua morte. “Ainda hoje me arrependo de não a ter ido visitar, estando eu tão perto”, escreve. E acrescenta: E a nostalgia, como tantas vezes na minha vida, instalou-se para não mais me deixar”.

“Refiro-me à história de um toureiro que chegou a Mestre do seu Ofício” No texto que Agustina Bessa-Luís escreveu para o livro “Da Prata ao Ouro - História de um Toureiro”, há uma passagem que refere a relação que se estabelece na arena entre o touro e o toureiro. “As humilhações servem de escudo ao coração revoltado. Há um momento na lide em que o homem é generoso; é quando esquece a infância magoada, para ver no touro o seu parceiro e não o seu inimigo. O touro entra na arena para ser lidado. Ele não o sabe, rompe para a luz como um rei, investe, corre, mata se pode; como a criança que em tudo vê motivo de reinado. E vai sendo marcado e ferido, esmorece e os olhos turvam-se. Onde está a lezíria aberta? Onde está o campino que o conduz e guarda? A noite vem depressa sobre uma arena, e sobre o passeio da infância na sua rua onde tudo é familiar, as portas, os vizinhos, os cães e os companheiros. Depressa a par da noite desce e tudo perde aquele fio de prodígio com que se tecem as coisas imortais”.


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02 JULHO 2015 | O MIRANTE


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