FESTAS DA CIDADE DE ALMEIRIM

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16 JUNHO 2011 | O MIRANTE foto arquivo O MIRANTE

Folclore, fado e revista à portuguesa nas festas de Almeirim O local de reencontros e convívio entre 18 e 26 de Junho é o jardim da biblioteca É nas Festas de Almeirim que começa a digressão do espectáculo “Mudam-se os Tempos”, uma reinvenção de canções históricas da música portuguesa da autoria do artista QuimZé Lourenço, que terá a acompanhá-lo Nana Sousa Dias (saxofones e flauta) e Artur Fernandes (concertina, gentilmente cedido pelas Danças Ocultas).

O

cantor Mico da Câmara Pereira, um espectáculo de revista à portuguesa, fado de Coimbra e um espectáculo de homenagem à fadista Amália Rodrigues são alguns dos destaques das festas da cidade de Almeirim que se realizam entre 18 e 26 de Junho nos jardins da Biblioteca Municipal Marquesa de Cadaval. No primeiro, sábado, 18, pelas 22h00, a festa abre com um festival de folclore. O Grupo Etnográfico do Barrocal (Pombal), o Rancho Folclórico Flores do Ribatejo de Dreux (França) e as Velhas Guardas do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim são os grupos participantes. No domingo o

primeiro espectáculo está previsto para as 20h30. Trata-se de uma actuação da Marcha de Benfica do Ribatejo. Meia hora mais tarde sobe ao palco o grupo de folclore das Velhas Guardas de Fazendas de Almeirim. A noite termina com o espectáculo “Mudam-se os Tempos”, pelas 22h00, onde vão ser tocados grandes temas da música portuguesa de “todos os tempos”. “Oh Zé Põe-te em Pé” é o nome da revista à portuguesa que vai animar o serão de segunda-feira, 20 de Junho, dia em que se comemora a elevação de Almeirim a cidade. Tozé Martinho, Miguel Dias, Patrícia Candoso, Florbela Meneses e Paulo Patrício são os actores que integram o elenco do espectáculo. A actuação do Rancho Folclórico de Infantil de Fazendas de Almeirim está prevista para 21h30. Mico da Câmara Pereira sobe ao palco na terça-feira pelas 22h00. Às 21h30 actua o Rancho Folclórico de Paço dos Negros. Na quarta-feira, 22, é a vez do Rancho Folclórico Infantil e Adulto “Os Camponeses da Raposa” seguindo-se fado de Coimbra, pelas 22h00, com o grupo “A Velha Cabra”. Os Realejo actuam na quinta-feira, pelas 22h00, com um espectáculo de música tradicional portuguesa. Pela 21h30 actua o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim.

A noite de sexta-feira, 24 de Junho, começa com a actuação do Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, pelas 21h30, seguindo-se o espectáculo “Amália Nossa Senhora do Fado” em homenagem à fadista portuguesa pela Companhia de Teatro do Ribatejo. A noite de sábado é dedicada à música e dança tradicional portuguesa com um espectáculo de folclore. Actuam, pelas 22h00, o Rancho Folclórico de Salvaterra de Magos, Rancho Folclórico de Fazendas de Almeirim e o Grupo Folclórico Os Moliceiros de Ovar. As festas da cidade de Almeirim terminam no domingo, 26 de Junho, com as Marchas de Almeirim, pelas 20h30, seguindo-se a actuação dos “Maduros do Folclore”, de Cortiçóis (Benfica do Ribatejo), pelas 21h30. A noite termina com o espectáculo “Unidos por uma Escola” – um dueto em história organizado pelo Agrupamento de Escolas de Fazendas de Almeirim.


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Preocupação com a crise é muita mas não vai estragar as férias Não são férias de luxo em locais distantes, paradisíacos e caros mas são férias, apesar de tudo. Verão é Verão e para quem trabalha todo o ano, muitas vezes com horários de 10 e 15 horas, é essencial algum tempo de descanso. Nem que seja apenas uma semana. Além disso as famílias também reclamam e não podem ficar sempre a seguir ao trabalho. Quanto às festas, não há qualquer dúvida. São um momento de convívio e descontracção imperdível...mesmo para quem não gosta muito de férias.

“Maior parte do tempo é dedicado ao trabalho” Numa escala de zero a dez para quantificar o nível de preocupação com a economia do país Pedro Sampaio atribui um dez tal é o seu estado de apreensão com os tempos que se aproximam. “Estamos numa fase muito complicada e não vejo as coisas a melhorarem”, afirma. Funcionário da agência funerária Lopes e Benavente, Pedro Sampaio confessa que dedica mais tempo à sua actividade profissional do que à família sobretudo ao filho que ainda é pequeno. Um dia de trabalho nunca é igual e o agente funerário nunca sabe o que o espera no dia seguinte. Tanto pode ter pouco trabalho como mais do que um funeral e tem que estar sempre disponível. Em Julho planeia ir de férias com o filho para a costa vicentina, no Algarve. Pedro Sampaio não falha

Pedro Sampaio, 32 anos, Almeirim, Agente Funerário um dia das festas da cidade de Almeirim. Elemento do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim desde os seis anos

gosta de ajudar na tasquinha do rancho. Aproveita para descomprimir do stress do dia-a-dia e para conviver com os amigos.

“É bom desligar de um ano inteiro de trabalho intenso” É presença habitual nas festas da cidade. Gosta de ver as filhas que vão actuar em espectáculos diferentes e também aproveita para rever os amigos que não vê com tanta frequência durante o ano. A sua empresa de contabilidade, criada há cerca de dez anos, ocupa-lhe grande parte do tempo. Em média dez horas por dia, mais do que aquilo que a contabilista gostaria. Quem fica prejudicada é a família. Com o Verão a aproximar-se a contabilista prepara-se para rumar a Quarteira, no Algarve, onde vai fazer praia durante duas semanas com a família. “É bom desligar de um ano inteiro de trabalho sempre muito intenso. Sabe bem ir à praia, descansar e estar com a família”, diz. Numa escala de zero a dez a sua

Helena Fôto, 40 anos, Fazendas de Almeirim, Contabilista preocupação com a situação económica em que Portugal está mergulhado está no nível oito. A contabilista considera

que ainda não atingimos o ponto mais complicado. “Vêm aí anos muito duros para os portugueses”, afirma.


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António Montez, 41 anos, Fazendas de Almeirim, empresário

“Férias este ano são passadas em casa” Apesar de não ser grande apreciador de festas populares António Montez garante que todos os anos dá um “pulinho” às festas da cidade de Almeirim para distrair da agitação do dia-a-dia. Gosta dos petiscos e de beber umas cervejas enquanto troca dois dedos de conversa com a família e os amigos. Proprietário de uma empresa do ramo dos alumínios, criada há 15 anos, o empresário confessa que o negócio já correu melhor. A crise

Gertrudes Vinagre, 60 anos, Almeirim, Comerciante

“Se economia do país piora não sei como vai ser” Gertrudes Vinagre considera que a situação financeira do país é muito grave e diz que é impossível piorar. “Pior do que está é difícil mas já acredito em tudo. Talvez não tenhamos noção da situação real em que o país se encontra. Mas se as coisas piorarem não sei como vai ser”, alerta. Proprietária da

financeira em que o país está mergulhado contribui para a redução do número de clientes. António Montez não esconde a sua “grande” preocupação com o futuro do país mas tem esperança que tudo corra pelo melhor. “Acredito que com um novo Governo as coisas se endireitem e o país comece a caminhar para o rumo certo”, afirma. O empresário está a ponderar não sair de casa durante o período de férias este ano. Os tempos são de crise e há que poupar dinheiro que nesta altura “é bem preciso”. Grande parte do seu dia é passado a trabalhar nunca ficando menos de 10 horas por dia na sua empresa ou a resolver assuntos com os seus clientes.

Loja de Noivas, no centro da cidade, há cerca de duas décadas, garante que o seu negócio já viu dias melhores. As pessoas já não casam como antigamente porque não podem gastar dinheiro, diz. Na altura em que o marido adoeceu Gertrudes Vinagre deixou de dedicar tanto tempo na loja mas com o seu falecimento, no final do ano passado, a comerciante voltou a estar mais tempo na loja. “É uma forma de estar distraída e de não pensar tanto nos problemas”, afirma. Apesar de tudo vai tentar visitar as festas da cidade onde aprecia o artesanato, o rancho folclórico e aproveita para rever e conviver com os amigos. “Tenho que me distrair”, confessa.

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“Esta semana é ideal para recarregar baterias” Rui Figueiredo não vai falhar um único dia das festas da cidade de Almeirim. Por dois motivos: o stand do gabinete de desenho do qual é sócio gerente e a tasquinha da Confraria Gastronómica de Almeirim da qual é membro. “Esta semana de festa é ideal para recarregar baterias e descomprimir do trabalho que é sempre a um ritmo alucinante”, diz. A Microarq existe desde 1998 e Rui Figueiredo garante que nunca passa menos de dez horas no trabalho. Confessa que está “muito” preocupado com a situação financeira que Portugal atravessa. Apesar disso, em Agosto vai uma semana de férias com a família para a praia embora ainda não saiba bem qual o destino.

Rui Figueiredo, 40 anos, Almeirim, Projectista

“Já há pessoas que roubam para comer” Cláudio Pereira está preocupado com o futuro do país mas não está “amedrontado”. Empresário no ramo dos alarmes e da segurança diz-se “preparado” e com “garra” para enfrentar a crise. Explica que devido à sua profissão tem percebido que existe cada vez mais um tipo de assaltante amador. “A verdade é que há pessoas que começaram a roubar para comer e isso nota-se no tipo de assaltos que é feito sem grande preparação”, explica. Diz que não é muito dado a festas e que quando morava perto do recinto das festas de Almeirim fechava bem as janelas de casa para não ouvir o barulho mas este ano garante que vai visitar a feira pelo menos uma vez para observar as novidades. O tempo que dedica à sua empresa, que é, em média, 15 horas

Cláudio Pereira, 36 anos, Almeirim, Empresário por dia, não lhe dá grande margem de manobra para o lazer mas as férias já estão marcadas para a primeira quinzena de Julho, embora ainda não tenha nada

reservado. “Este ano deixei atrasar tudo. Tenho que resolver esse assunto porque a minha mulher já me falou nisso”, diz acrescentando que não gosta de se ausen-

“É habitual combinar patuscadas com amigos nas festas da cidade” Inês Pedroso revela a sua “enorme” preocupação com a situação económica do país atribuindo-lhe um nove numa escala até dez. Mas não é o facto de o país viver uma situação complicada que vai fazer com que a médica veterinária deixe de fazer as coisas que gosta. Pelo contrário. Inês Pedroso diz que é habitual combinar ‘patuscadas’ com os amigos durante a semana das festas da cidade. “Nessa altura já está calor e não apetece ficar em casa”, refere. Sócia-gerente da Clínica Veterinária Campos de Almeirim que abriu há cerca de um ano no centro da cidade, garante que dedica muito do

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Inês Pedroso, 32 anos, Almeirim, Médica Veterinária seu tempo à clínica. O facto do marido ter a mesma profissão e trabalharem juntos faz com que nunca “desliguem”

completamente. Em Julho estão programadas férias para Porto Covo (Alentejo) e Porto Santo (Madeira).


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