Festas de S. João - Castanheira do Ribatejo

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28 | Festas de S. João - Castanheira do Ribatejo

Cinco dias de arraial na Castanheira do Ribatejo Festas de S. João animam vila de 24 a 28 de Junho A Castanheira do Ribatejo vai oferecer cinco dias de animação. Música, dança, folclore e largada de gado bravo. A componente religiosa e os divertimentos para os mais novos não foram esquecidos.

C

inco dias de música e dança vão animar as Festa de S. João, na Castanheira do Ribatejo, que decorrem de 24 a 28 de Junho. A organização está a cargo da Comissão de Festas de S. João que conta com o apoio da Junta de Freguesia da

Castanheira do Ribatejo e da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Os festejos iniciam-se na quarta-feira, 24 de Junho, com a meditação do terço na Capela de S. João às 18h30. Segue-se, às 19h15, a procissão de S. João acompanhada pela fanfarra da AHBV Castanheira do Ribatejo. A inauguração oficial das festas está marcada para as 20h00. Momentos antes há a recepção aos convidados. A noite é de baile a partir das 21h30 com o conjunto “Os Condes”. Na quinta-feira, 25 de Junho, a noite é de dança na Juventude da Castanheira a partir das 22h00. Pelo palco vão passar as danças de salão, “Vozes Mágicas”,

18 Junho 2009 | O MIRANTE

haverá desfile de seniores da APATI e a actuação do Grupo de Dança da CBEI. As “Danças Casa Santa Zita” e as Sevilhanas “Chiquititas” também participam. Sexta-feira, 26 de Junho, há largada de gado bravo na Rua João Baptista Correia, às 23h45, duas horas depois de tocar o conjunto “Vice-Versa”. No sábado, 27 de Junho, a manhã será dedicada às actividades desportivas com demonstrações de Tae Kwon-Do no Juventude da Castanheira. Para ver a partir das 10h00. Depois da missa, às 16h00, na Igreja Matriz de S. Bartolomeu, segue-se a tarde infantil às 17h00 com o mágico charly, os palhaços Carlitos Monteiro & Companhia e o grupo coral “Seguindo os teus passos”. A tarde é de ginástica aberta à população no Juventude da Castanheira. A largada de gado bravo acontece às 18h30 na Rua Baptista Correia e às 20h00 é distribuída sardinha no recinto das festas e às tertúlias organizadas e inscritas na junta de freguesia. Segue-se animação de ruas com o Grupo dos Zés Pereiras

Uma freguesia onde o trabalho fixa as gentes Local de trabalho para muitos, lar para alguns, a Castanheira do Ribatejo merece as atenções de quem nela trabalha e quer ver chegar mudanças sociais e investimentos.

“Os Baionenses”, marchas populares do Grémio Dramático Povoense e a Tuna Feminina Scalabitana. A noite de baile vai ser abrilhantada por “Raul & Eu + Empregados”. O domingo, 28 de Junho, vai ser marcado por uma romagem ao cemitério, às 9h30, homenagem aos antigos dirigentes da comissão de festas. Às 10h00 há missa solene na Igreja Matriz de S. Bartolomeu. A largada de gado bravo acontece às 10h45. Às 16h00 inicia-se a procissão solene acompanhada pela Banda Filarmónica do Grupo Dramático Povoense e fanfarra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Castanheira do Ribatejo. Uma hora e meia depois há leilão de fogaças e desfile de ranchos às 20h30. A noite de folclore inicia-se às 21h30 com o Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Alverca, Rancho Folclórico – Casa do Povo de Arcena e Rancho Folclórico do Alenquer. As festas encerram à meia-noite com uma sessão de fogo de artifício

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Faltam actividades que prendam os jovens Marco Torrão, 38 anos, mecânico e empresário Brincou nas ruas da Castanheira, jogou com o emblema do clube da terra ao peito e trabalha na freguesia. Marco Torrão apresenta-se como “castanheirense com orgulho”. Para o empresário a freguesia está “bem apetrechada a nível de escolas e “oferece alguma qualidade de vida”, mas nota que

“para além do desporto, não há muitas actividades que prendam os jovens”.

Um bom local para viver Carlos Amendoeira, 52 anos, mecânico e empresário

À espera de mais investimento na área da educação Marco Varanda, 24 anos, comerciante de maquinaria Marco Varanda mora na Póvoa de Santa Iria e gere uma loja de aluguer de máquinas e drogaria na Castanheira do Ribatejo. “Ouvi dizer que tem mais de 30 cafés, mas às 22h00 está tudo fechado”. O posicionamento da vila, atravessada pela estrada nacional 1, faz da Castanheira do Ribatejo “um local de passagem obrigatória para quem vai para Lisboa”. Na área da educação considera fazer falta uma oferta na área do ensino básico. Muitos alunos têm de ir estudar para a Escola Alves Redol, em Vila Franca de Xira.

Melhores meios de transportes para promover desenvolvimento

A esperança da plataforma logística

Joaquim Fajardo, 61 anos, empresário na área do aluguer de palcos

Dionísio Gonçalves considera que a Castanheira do Ribatejo está bastante desenvolvida. “Há 30 anos não tinha praticamente nada e hoje tem muita coisa boa. É uma terra de passagem, com muito movimento e vida nocturna”. A colaboração da junta de freguesia com as pessoas também é elogiada pelo comerciante. Os investimentos económicos são bem-vindos para o comerciante. “A plataforma logística vai trazer muitos empregos, e pode aumentar o poder de compra das pessoas”, afirma Dionísio Gonçalves. “Faltam é melhores acessibilidades”, nota.

Joaquim Fajardo não trocaria a freguesia da Castanheira do Ribatejo por outro local. Fica “a poucos minutos do aeroporto e de Lisboa, mas com o sossego da província”. À freguesia “faltam acessibilidades e transportes públicos”. A estação de caminho de ferro e a sua fraca utilização e o transporte rodoviário são os alvos das críticas do empresário. Acredita que a plataforma logística poderá trazer alguns quadros superiores, mas na sua maioria trará “mão-de-obra não qualificada”, antevê.

Dionísio Gonçalves, 50 anos, comerciante de baterias

Carlos Amendoeira, mecânico de profissão, residente nos Casais da Lagoa, Cartaxo, conhece bem a Castanheira do Ribatejo. “A freguesia tem uma zona industrial considerável”, sublinha. Já pensou em mudar-se para a Castanheira, mas os preços das habitações afastaram a ideia da sua mente. O mecânico e empresário considera que na freguesia a situação irá mudar com a construção

da nova plataforma logística. “Vai haver oferta de muitos empregos, mas em termos de desenvolvimento não sei se a Castanheira está preparada”, nota.

Apostar na limpeza das ruas José Nunes, 28 anos, empresário A empresa de reciclagem de cartuchos de impressoras que José Nunes gere com a esposa fica na Castanheira do Ribatejo. “A nível geográfico está bem localizada e tem boas infra-estruturas”, avalia. Entre os aspectos a melhorar o comerciante releva um, muito simples. “Deviam existir sacos para evitar que os animais su-

jassem as ruas. Eu não deveria ter de os comprar”, refere. A circulação rodoviária no interior da localidade é outro dos aspectos a melhorar, segundo José Nunes.


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O MIRANTE | 18 Junho 2009

A costureira que veste estrelas de televisão Elisa Lopes ajuda a conceber alguns dos fatos de famosos Elisa Lopes é costureira na Castanheira do Ribatejo, mas ajuda a conceber vestidos com que alguns famosos desfilam no pequeno ecrã.

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m dos vestidos que Sónia Araújo usou no programa de televisão “Dança Comigo” ou os fatos que Ana Bola e Maria Rueff envergaram na última cerimónia dos Globos de Ouro tiveram o toque da costureira da Castanheira do Ribatejo, Elisa Lopes. A profissional autodidacta, de 58 anos, nasceu em Vila Franca de Xira, mas há muitos anos que está ligada à Castanheira do Ribatejo onde passou grande parte da infância e juventude. Aprendeu a costurar aos 18 anos e desde ai nunca mais parou. “Fui descobrindo muita coisa por intuição minha. Fui experimentando e tentando fazer os cortes do tecido da melhor forma”, descreve. A oportunidade de trabalhar para algumas das estrelas de televisão em programas do pequeno ecrã surgiu há quatro anos. “Era costureira de uma das dançarinas do Dança Comigo que falou em mim”, explica. Passou a estar dividida entre a sala de costura da empresa onde trabalha, na Castanheira do Ribatejo, e os ensaios gerais de alguns programas de televisão, em Lisboa, para ajudar nos arranjos de última hora.

No “Dança Comigo” trabalhou com uma panóplia de fatos adaptados aos ritmos da rumba, do passo doble e do samba. O mundo dos bastidores exige uma grande pressão, mas Elisa Lopes considera que esse ritmo a ajuda a trabalhar melhor. “É um mundo que adoro e as pessoas são todas muito simpáticas”. Nos últimos quatro anos deixou um pouco de lado as cortinas que ocupavam grande parte do seu tempo para se concentrar em modelos mais originais. O volume de trabalho faz com que as noites de trabalho por vezes se prolonguem até às três da manhã, mas a costureira considera que vale a pena o esforço tendo em conta o resultado. A confecção dos fatos de macaco do programa “Salva-te se puderes” foi um dos últimos trabalhos para televisão. Organizar a festa depois da revolução A costureira Elisa Lopes foi um dos elementos da comissão que organizou a festa da Castanheira do Ribatejo no ano a seguir à revolução de Abril. Em Junho de 1975 um grupo de jovens

AUTO-DIDACTA. Elisa Lopes cresceu profissionalmente e é uma referência decidiu dinamizar os tradicionais festejos. “Estávamos sentados frente à sede do Partido Comunista na Castanheira quando decidimos organizar as festas“, diz com humor. Foi uma verdadeira aventura, garante. Tiveram ajuda da Marinha que garantiu transporte dos artistas e de muitas outras entidades. “Foi uma altura de grande euforia”, garante. Fizeram peditórios,

foto O MIRANTE

bar e quermesse – a sua grande paixão. Com os lucros da festa compraram mesas e cadeiras para a comissão. O mobiliário que existia desapareceu no calor da revolução. Elisa Lopes tem esperança de que a iniciativa não desapareça, apesar de estar desligada da comissão de festas actualmente por falta de disponibilidade.


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