Festas de Marinhais

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Sempre música no ar com Dina, Fernando Correia Marques e vozes da Operação Triunfo De 29 de Julho a 3 de Agosto há festa em Marinhais em Honra de São Miguel Arcanjo

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s espectáculos de Dina, dia 2, de Fernando Correia Marques, dia 3, Vânia, Luís e Nuno, alunos da Operação Triunfo da RTP, no sábado, dia 1, e Salsa Show, dia 31, são as ofertas musicais das Festas em Honra de São Miguel Arcanjo que decorrem na vila de Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos. A festa que não se realizava desde 2005, tem lugar de 29 de Julho a 3 de Agosto no recinto de festas, que fica dentro da localidade, à beira da Estrada Nacional 367. Nos dois primeiros dias, 29 e 30 de Julho, realizam-se duas missas pelas 21h30. Dia 31, sexta-feira, há arruada com bombos do grupo Terranova a partir das 20h00, seguida da sessão solene de abertura dos festejos e da abertura da exposição “Ar-

tesanato & Empresas”. O folclore está em destaque a partir das 22h00 com o Grupo de Danças “Os Lusitanos de Marinhais”, enquanto no recinto já cheira a sardinha assada, acompanhada de pão e vinho. Depois dos Salsa Show actua ainda Nuno Lopes a animar o baile. O sábado, dia 1, Dia da Juventude, começa com um passeio pedestre pelo Grupo Caminheiros de Marinhais e peditório a seguir ao almoço pelas ruas da vila. À noite volta a música em força com os Houseshakers, Zé Beto y Los Camaias e, após a actuação dos alunos da Operação Triunfo, haverá baile com Jorge Paulo e Susana. À uma da manhã os olhos estão postos no céu para uma sessão de fogode-artifício. Dia religioso, o domingo dia 2, começa com alvorada e peditório pelas ruas, con-

tando ainda com passeio de cicloturismo pela Associação “Os Cansados” e uma corrida dos lentos pela “MotoAntiqua”. A partir das 16h00 há missa solene na igreja nova, seguida de procissão e desfile de fogaças com leilão. Pelas 21h00 actua a banda filarmónica e há folclore a cargo dos ranchos da Casa do Povo de Glória do Ribatejo e da Casa do Povo de Salvaterra de Magos. Dina sobe ao palco a partir das 23h00, seguindo-se baile com o Duo Maurícios. O Dia Popular, 3 de Agosto, conta com a novidade dos jogos populares e das cavalhadas, a par de torneio de chinquilho e espaço de promoção das associações e colectividades. Uma vacada (18h00) e o folclore do Rancho Folclórico “Os Avieiros” de Escaroupim são outros motivos de interesse. Fernando Correia

Marques canta para animar a multidão e segue-se um grandioso espectáculo de fogo-de-artifício. Perto da uma da manhã a bandeira é entregue à comissão de festas vindoura. Todas as noites o recinto tem um espaço dedicado à juventude

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Ampliação da creche “Mãe Galinha” e candidatura a lar de idosos Centro de Bem-Estar Social de Marinhais é o maior empregador da freguesia

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obra de ampliação das instalações da creche “Mãe Galinha”, que ficará com capacidade para receber mais 33 crianças; a candidatura à construção de um lar de idosos e a requalificação do centro de dia são projectos imediatos do Centro de BemEstar Social de Marinhais - CBESM. A creche está em fase de obras e irá acolher mais 33 crianças dos quatro meses aos três anos. Trata-se de uma intervenção de 160 mil euros, 65 por cento dos quais

comparticipados pelo programa PARES, 25 por cento a Câmara de Salvaterra de Magos e dez por cento o CBESM, que no final irá ser reembolsado dessa verba. Serão admitidas sete a oito ajudantes de acção educativa e três educadoras. A partir de Setembro começam também a funcionar em Marinhais e Salvaterra duas equipas de duas amas cada, que irão tomar conta de 16 crianças em suas casas. Se em relação às crianças o centro está

bem encaminhado, no que respeita aos idosos há ainda projectos para concretizar. O principal é a construção do lar, num terreno de cinco mil metros quadrados contíguo ao do centro de dia e que irá ter capacidade para 56 pessoas. O custo da obra está avaliado em 1,8 milhões de euros. Está aprovado pela rede social, Segurança Social e Câmara Municipal. Conta com 60 por cento de financiamento do Estado e 40 por cento da autarquia. O centro de dia tem uma candidatura ao programa MASES que prevê a requalificação do acesso para viaturas, nova área de secretaria e melhoria da qualidade das instalações. São 150 mil euros, dos quais 120 mil comparticipados pela Segurança Social. Actualmente alberga 55 idosos e ainda existem duas equipas no apoio domiciliário e outras duas equipas que confeccionam as refeições. Ter a máquina oleada é um dos motivos de satisfação de Vitorino Santos, presidente do CBESM desde 1991. A instituição é o maior empregador da freguesia com cerca de 80 funcionários, desde a directora técnica, assistente social, educadoras de infância ao pessoal auxiliar. A entidade é ainda a gestora de processo de Rendimento Social de Inserção em todo o conce-

foto O MIRANTE

Vitorino Santos candidata-se a terceiro mandato na junta Aos 60 anos Vitorino Santos concorre a um terceiro mandato à Junta de Freguesia de Marinhais pelo BE, mas conta com uma vasta experiência política no concelho. Foi vereador pelo PS de 1994-1998 na câmara, esteve 11 anos como secretário da Junta de Marinhais e cumpriu em Abril último 25 anos como autarca. Natural de Alcanhões, Santarém, Vitorino Santos estudou em Marinhais para onde foi em 1973. Aí começou a lidar de perto com as colectividades locais, como o Grupo Desportivo de Marinhais do qual foi dirigente. Fundou a AMAR,

associação de defesa do património e foi durante 30 anos funcionário do centro de saúde e do posto médico de Marinhais como administrativo, depois de ter passado pela Caixa de Previdência em Santarém e pelo Centro de Saúde de Benavente. Aposentado da função pública é autarca a tempo inteiro na junta. “Nesta altura decidiu recandidatar-me com uma equipa com quatro ou cinco novos elementos. Quero concluir alguns projectos que estão por fazer como é o caso do centro escolar, da biblioteca municipal, do investimento em saneamento básico e da requalificação da Estrada Nacional 367, que precisa de mais segurança e uma nova entrada, na minha opinião, com uma rotunda em vez dos semáforos existentes”, refere, adiantando que poucos dados se conhecem das opções da Estradas de Portugal. A reactivação do transporte ferroviário de passageiros no troço

Coruche-Setil, que permitirá a ligação a Lisboa para quem trabalha na zona da grande área metropolitana, é um objectivo que já foi conseguido em conjunto com outros autarcas da zona. Vitorino Santos tem ainda como objectivos a criação de uma pequena zona industrial, o reforço do posto médico com mais um clínico que assegure o funcionamento diário à população e o reforço da segurança na freguesia através de um patrulhamento mais visível por parte da GNR ainda que reconheça que o posto de Marinhais não dispõe do número de efectivos suficientes para patrulhar também Muge, Granho e Glória do Ribatejo. Com oito mil habitantes, Marinhais é para Vitorino Santos uma freguesia com um desenvolvimento sustentado que tem sabido acompanhar o aumento populacional com a criação de novos serviços públicos.

lho, com 194 processos, e dispõe de três técnicos de apoio: uma assistente social, uma psicóloga e três ajudantes de acção directa. Em parceria com a Direcção Geral de Saúde, o CBESM acordou há seis meses e por um período de quatro anos fazer a prevenção da diabetes e da obesidade numa iniciativa designada de “Por Nós”, com uma equipa de saúde comunitária, que envolve também o Centro de Saúde de Salvaterra de Magos e Administração Regional de Saúde. O CBESM é também centro PETI, em parceria com o Ministério da Educação, para o acompanhamento dos casos de trabalho infantil, o que abrangeu 22 turmas de 14 concelhos do distrito, de Lisboa e Setúbal e Torres Vedras e Alenquer, em 2008-2009. Em colaboração com a Casa do Povo de Marinhais, da qual Vitorino Santos também é presidente, o CBESM quer criar uma unidade de cuidados continuados. Uma unidade com 20 a 30 camas para acolher utentes de diversas proveniências. O terreno fica perto da Casa do Povo. Vitorino Santos diz que todo o trabalho desenvolvido pelo CBESM só é possível pela boa gestão da instituição e das valências. “As valências pagam-se por si próprias e estamos sempre atentos a todos os programas de financiamento nacionais de fundos comunitários. Só assim é possível fazer uma gestão equilibrada de um orçamento que o ano passado foi de 1,5 milhões de euros”, refere Vitorino Santos a O MIRANTE. Sem esquecer as sucessivas direcções a que tem presidido e aos consensos gerados

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Multidão na inauguração do Complexo Desportivo Municipal de Marinhais Grupo Desportivo de Marinhais cedeu o seu campo e tem prioridade na utilização do complexo

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população de Marinhais encheu as bancadas no novo Complexo Desportivo Municipal na tarde de sábado. Composto por um campo de futebol de 11 com relvado sintético e bancada central, campo de futebol de sete do mesmo piso, dois campos de ténis e circuito de manutenção, o complexo vai servir a freguesia de Marinhais e todo o concelho. Para levá-lo a efeito foi preciso esperar cerca de ano e meio após o negócio do terreno. O proprietário que cedeu o espaço para o complexo vai ficar na posse do terreno do actual campo do Grupo Desportivo de Marinhais. Pelo campo evoluíram representantes e atletas das colectividades de Marinhais, ao som da Sociedade Filarmónica de Muge. Segundo a presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Ana Cristina Ribeiro, representou o investimento de 2,25 milhões de euros, totalmente suportados pela autarquia, que não obteve do Estado qualquer apoio ou fundo comunitário. Um

espaço que também fica ao serviço das associações e colectividades da freguesia e do concelho, como para o cidadão comum. Apesar de a obra não ter tido comparticipação estatal, o delegado regional do Instituto do Desporto, António Moreira, esteve presente na inauguração. O presidente da Junta de Marinhais, Vitorino Santos, mostrou-se também, orgulhoso de uma infra-estrutura que significa vencer um objectivo com cinco anos e lembrou que passa a não haver desculpa para não se praticar desporto. “As pessoas que procuram Marinhais querem qualidade de vida e isso significa ter creches, lares para idosos, e desenvolvimento sustentado da vila. Este espaço é de todos e para todos”, sublinhando e evocando alguns dirigentes do GD Marinhais e agradecendo o empenho da presidente da câmara no processo. Carlos Silva, presidente do GD Marinhais, lembrou que a prioridade dada ao clube no uso das instalações do campo de futebol só se deve por merecimento e é

foto O MIRANTE ENCHENTE. Público, autarcas e dirigentes em dia de festa um acréscimo de responsabilidade para Verdes de Vila Nova da Barquinha. desenvolver o desporto no concelho. A festa prosseguiu com futebol, tendo VER VÍDEO a bola de jogo e bandeiras dos municípios www.omirante.pt sido levadas pelos pára-quedistas Boinas


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Marinhais fica mais bonita em tempo de festa Há quatro anos que não se realizavam as Festas de Marinhais. E que saudades que o povo já tinha delas. Os mais velhos lembramse de histórias divertidas de outras festas. Os mais novos pensam

Em Marinhais quer-se festa a toda a hora Carlos Estrelo, 47 anos, empresário, Marinhais Nasceu em Marinhais e nunca deixou de ali fazer a sua vida. Diz que há na terra e nas pessoas grande afectividade. Mesmo quando teve uma oportunidade de ir para a Líbia trabalhar, optou por ficar. “Estabeleci-me na terra, trabalhei e formei a minha empresa. Costumamos sempre

gente estaria nas ruas constantemente. Foi o que aconteceu nas tasquinhas”, lembra.

faça infra-estruturas e um centro comercial que possa atrair

mais gente”, afirma. Para o médico a terra ainda tem algum ambiente rural e tradicional. Quanto às festas afirma que são iniciativas sempre bem-vindas. “Contribuem para mexer com a terra e com as pessoas”, refere, apesar de não ser grande frequentador. Quanto aos habitantes, Custódio Silva diz que têm mais motivos para sorrir nestas festividades, “porque estão cada vez mais preocupados com a sua saúde oral e podem rir sem complexos”.

Custódio Silva, 51 anos, médico dentista, Marinhais

O pai da moça tirou-a dos seus braços José Luís Rosa, 66 anos, negociante de gado, Marinhais José Luís Rosa pára as máquinas para deixar de carregar feno e garante a O MIRANTE que não tem qualquer razão de queixa de Marinhais. “Nasci e gosto desta terra, que tem gente boa e de quem não há nada a apontar”, garante o negociante de gado. Ou melhor, tem apenas um reparo. A falta de saneamento básico em vários locais. O que faz com que quem viva de um lado da EN 118 não tenha esgotos e quem está do lado do posto de

Queremos piscinas senhora presidente!

trabalhar nas festas com as colectividades, e estou sempre disposto a ajudar”, garante. Das festas considera que um dos pontos altos é a sessão de fogo-de-artifício, sem esquecer os artistas. “É difícil ir buscar aqueles que têm mais nome, pelo dinheiro que envolve, mas lembro-me de já cá terem passado o Fernando Pereira, duas vezes, as Doce e o Tony Carreira”, recorda. Assegura ainda que o pessoal da terra tem um feitio particular, gosta de se divertir à brava. “Se mais festas houvesse todas as semanas, mais

Falta um centro comercial que mexa com as pessoas Diz que “Marinhais é uma terra de rapaziada tranquila e gente boa. Uma terra que vai evoluindo devagar. Se calhar falta boa vontade para mudar aspectos que não estão bem. Faltam pessoas, empresários e uma presidente de câmara que

na melhor forma de se divertirem para mais tarde recordar. Todos falam da terra e das gentes com indisfarçável orgulho. E querem mais da câmara, dos investidores e de si próprios.

combustível e dos restaurantes já tenha essas condições. Aos 66 anos, José Luís Rosa lembra-se bem das festas de há três e quatro décadas, quando eram as principais festividades do concelho e dos arredores e gosta de ajudar no que pode. “Ainda há poucos dias dei um porco para a comissão de festas, ajudo sempre que posso”, conta. Guarda boas recordações das festas, antigas e das actuais. “Vou comer umas bifanas ou um bom prato, beber um bom tinto da região e ver os artistas. Agora já não danço como antes, mas em mais novo, quando estava na tropa, lembro-me de estar a dançar com uma moça nas

Lígia André, 35 anos, mediadora de seguros, Glória do Ribatejo

festas e o pai veio tirá-la dos meus braços”, recorda com uma risada. E acrescenta. “E eu que só estava a agarrar-me a ela para não cair…”

Natural da Glória do Ribatejo, Lígia André aprecia Marinhais como terra. É lá que trabalha como mediadora de seguros desde há dois anos e diz que não está nada arrependida do investimento realizado. “Gosto muito da terra, primeiro porque o meu marido é de cá. Depois é uma terra desenvolvida onde já podemos encontrar de tudo”, explica. A rivalidade entre a Glória do Ribatejo e Marinhais existe e até há quem goste de provocar um bocadinho. Mas Lígia garante que não liga muito. Ou então avisa que é da Glória e quem quiser que se cuide! Para si e agora que o calor aperta uma piscina vinha mesmo a calhar. E é essa a sugestão que deixa à presidente da Câma-

ra de Salvaterra. “Toda a gente comenta e diz que gostaria de ter piscinas em Marinhais. Custa cumprir horários e ir a Salvaterra de propósito. Era bom termos umas piscinas, mesmo que fossem mais pequenas”, sugere Lígia André. Mas como o futuro é incerto, prefere pensar nas festas que aí vêm, onde costuma ir com os filhos petiscar, ver os artistas e o fogo-de-artifício. “Está tudo ansioso pelas festas e a vila fica mais bonita”, assegura.

Estamos a precisar de melhor saúde Fernando Silva, 30 anos, ajudante de armazém, Marinhais Gosta do sossego de Marinhais onde quase toda a gente se conhece e as pessoas são sociáveis. Lamenta algumas invejas próprias de lugares pequenos. “É pena quando se diz mal de alguém só porque está bem na vida”, lamenta. Pior que a inveja é a lástima em que diz encontrar-se o sector da saúde. Fernando Silva acha que mesmo que “tem de levar uma injecção dado o seu estado gripal”. E ilustra o que se passa com exemplos. “Se uma pessoa tem problemas fica aqui a morrer antes que chegue a ambulância. E as pessoas que marcam consultas também ficam à espera quatro meses”, garante.

As festas estão à porta e Fernando Silva não vai poder desfrutar delas como deseja, já que o trabalho está em primeiro lugar. Ainda assim pensa dar uma escapadela com colegas para ver o ambiente. “São festas de grande valor e por isso não têm acontecido anualmente. Não é qualquer um que pode aguentar uma organização em que se gasta muito dinheiro”, garante.


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