GALARDÃO EMPRESA DO ANO 2010

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ECONOMIA

06 de Dezembro de 2012

XII Edição do Galardão Empresa do Ano

Empresários trocaram discursos de circunstância Programa Revitalizar a por novas ideias para vencer combate mortalidade Cerimónia transformada numa produtiva reunião de trabalho foi mostra de vitalidade empresarial

empresarial

Nersant é a primeira associação empresarial do país a implementar novo projecto do IAPMEI 16

Empresa da Semana

Lar Golden Haven proporciona aos utentes a atenção de uma família O próximo investimento é a criação de um serviço de apoio domiciliário 17

No restaurante típico Cancela os clientes são amigos 18 BabyGrow tem roupa usada para crianças 18 Pela primeira vez os prémios Galardão Empresa do Ano, que a NERSANT e O MIRANTE criaram há 13 anos, distinguiram empresários a título póstumo. E pela primeira vez um dos galardões foi entregue ex-aequo a dois empresários. As filhas de Martinho Carreira Jorge, fundador da Mercar de Abrantes, e de Manuel Henriques Matos Gomes, de São Miguel de Rio Torto, receberam as distinções em nome dos pais, recentemente falecidos. Com este gesto a associação empresarial revelou mais uma vez que conhece bem a realidade uma vez que as empresas familiares constituem uma parcela significativa do tecido empresarial do distrito de Santarém. 2

Colmeia e Real Pão esperam vender mais de um milhar de bolos rei 20

Feira anual regressa a Pernes De 7 a 9 de Dezembro 14


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Uma casa em forma de...banana! O genro do empresário Martinho Carreira Jorge, prémio carreira empresarial a título póstumo, João Dinis, contribuiu para a boa disposição da sua mesa ao contar uma das suas histórias profissionais. Arquitecto com ideias arrojadas, desenhou, para um familiar dos Açores, uma casa em forma de banana, que o mesmo rejeitou. O autor diz que o formato permitia aproveitar as vistas. O cliente não teve visão para perceber a ideia. Na mesma mesa onde estava João Dinis, a esposa Cláudia Jorge e o bebé de ambos, Santiago, que nasceu através de um parto dentro de uma piscina, sentaram-se Carlos Henriques do El Galego e a esposa Dora, o irmão da Cláudia Jorge e a mãe.

Motivos inadiáveis Rui Pedro Brogueira e Pedro Seabra da GARVAL não tiveram empresários à mesa. Sentados entre o jornalista de O MIRANTE e o animado dueto constituído pela presidente da câmara municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque e o presidente da câmara municipal de Coruche, Dionísio Mendes, limitaram-se a ouvir e a fazer perguntas provando que para trabalhar no ramo das garantias financeiras a recolha de informações é fundamental. À mesa foram chegando informações diversas. Foi assim que se ficou a saber que os três deputados convidados, um do PSD, outro do PS e outro do CDS/PP não iriam estar presentes tendo dois deles dado como desculpa trabalhos parlamentares e um outro “motivos inadiá-

A internacionalização começa em casa minino. Os homens brasileiros gostam mais das portuguesas do que os portugueses gostam das brasileiras. Parece impossível mas se Maria José o disse quem somos nós para duvidar. Para além de Mário Marques e da esposa, António José Ribeiro da Microágua, Lda., Anselmo Lopes da Nersant Seguros e José Ressonha da J. Ressonha - Contabilidade e Serviços Lda. ficaram a saber tudo o que há a saber sobre golfe graças à prolongada exposição feita por Luís Catarino da Greenclub - Turismo e Desporto S.A., director do campo de golfe de Vila Nova de Santo Estêvão. Para os interessados podemos dizer, citando o “conferencista”, que a anuidade para 2013 é de 500 euros, que o campo está em belíssimas condições e que só graças aos ingleses é que o negócio não é...um buraco. Felizmente!!

Como a empresa do homenageado, agora gerida pela filha é a Mercar - Comércio de automóveis de Abrantes, falou-se muito de carros. Carlos Henriques contou que o seu primeiro carro foi uma Toyota Hylux que era do pai. Mais tarde teve um Mercedes e agora conduz um Renault. Cláudia Jorge contou que neste momento os carros mais procurados no stand são os usados com preços inferiores a 5 mil euros, quando há bem pouco tempo toda a gente só queria novos e seminovos acima de 20 mil euros. Há também, segundo a empresária, muita gente a vender os três ou quatro carros da família para ficar apenas com um. O final da noite foi passado a conversar sobre petiscos servidos nos restaurantes do grupo El Galego não se sabendo muito bem se a conversa foi suscitada como forma de elogio ou crítica à ementa do jantar.

A esposa do galardoado com o prémio Jovem empresário, Maria José é espanhola e fala português do Brasil porque viveu naquele país em criança. Desta forma pode deduzir-se que para Mário Marques da But Fashion Solutions, a internacionalização começa em casa. Maria José divide o seu tempo entre os dois países porque é empresária no ramo da pastelaria no Brasil. O Álvaro, Ministro da Economia, não esteve no jantar da Nersant mas não teria perdido a oportunidade de lhe perguntar se os pastéis de nata tinham saída no país irmão. A jornalista de O MIRANTE, pouco familiarizada com as questões macroeconómicas não foi expedita e perdeu uma grande oportunidade de brilhar junto do seu chefe de redacção. Mas deixa aqui uma informação importante para o público fe-

veis”. Esta última explicação foi considerada como a mais aceitável, por entre risos e comentários diversos. Quem também falhou o jantar foi o presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Varanda. Deve ficar com pena depois de ler esta nota e ficar a saber que o seu colega de Coruche contou com todos os pormenores uma briga iglantónica passada no tempo do PREC (Período Revolucionário em Curso) no café dos reaças, que até meteu um magistrado a urinar para uma parede, situação transformada em exibição dos órgãos sexuais na via pública, por um delirante escriba de um jornal de Lisboa. A presidente de Abrantes ficou a saber que os seus modernos sapatos Cubanas tinham sido feitos pela empresa do galardoado com o prémio jovem empresário, Mário Marques, de Alcanena.

Os embaixadores da cachola e da morcela de arroz No momento em que o repasto se iniciou, no Hotel Eurosol, o adjunto da presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Óscar Pires, convidou os seis restantes elementos da mesa a provar a morcela de arroz fazendo circular o prato das entradas. Não fizesse esse gesto parte do trabalho que o tem ocupado ultimamente na promoção do Festival Gastronómico da Cachola e da Morcela, iniciativa que decorreu de 22 de Novembro a 2 de Dezembro no concelho. O mesmo sabor é bem conhecido dos elementos do executivo que o

acompanharam à mesa, a vice-presidente, Maria João Gomez, e os vereadores, Luís Pires e Hugo Santarém (PS). Aproveitando a presença do vice-presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), o tema das dificuldades por que passam os municípios esteve em cima da mesa. Na conversa trocaram-se até dicas sobre a forma de poupar na hora de controlar o cloro das piscinas municipais. A troca de ideias decorreu sempre sob o olhar atento de Mónica Coelho, responsável comercial do Santarém Hotel.


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Distrito de Santarém está à frente de Lisboa e de Leiria em termos de criação de novas empresas Galardão Empresa do Ano é a melhor resposta a quem julga que a actividade económica do país acaba às portas da capital Os prémios que a Associação Empresarial da Região de Santarém - NERSANT e o jornal O MIRANTE entregam anualmente às melhores empresas e empresários da região servem para chamar a atenção para uma realidade que muitos dos decisores de Lisboa continuam a querer ignorar. O tecido empresarial do Distrito de Santarém está na linha da frente a nível nacional. As informações de que no próximo QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional)

a verba disponível para a iniciativa empresarial pode passar dos actuais 22 por cento para 50 por cento, geram optimismo e podem traduzir-se num ainda maior dinamismo, bem como o anúncio da ausência de garantias bancárias para concorrer a esses fundos comunitários. A cerimónia realizada em Alcanena foi marcada pelo realismo e pela confirmação do espírito determinado e corajoso dos empresários.

Nersant quer menos burocracia e mais recursos para apoiar as empresas A presidente da direcção da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant garante que as empresas da região têm sabido aproveitar bem os fundos comunitários postos à disposição, situação que se traduz no aumento significativo de exportações e de empresas com produtos e serviços inovadores. Salomé Rafael falava durante a cerimónia de entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, que decorreu na noite de quinta-feira, 29 de Novembro, em Alcanena, aproveitando a presença do gestor do programa de incentivos Compete, Franquelim Alves, a quem pediu ainda mais rapidez e menos burocracia no sistema de atribuição de incentivos. Nesse campo, Salomé Rafael congratulou-se com o facto de os novos projectos empresariais que se possam candidatar aos fundos do QREN (Quadro de Referência Estratégi-

co Nacional) já não necessitarem de garantias bancárias. “É uma medida bem vinda e que deve ser enaltecida”, afirma. Já com os olhos postos no novo quadro comunitário de apoio, que entra em vigor em 2014, a dirigente associativa pediu que se tenha em conta os incentivos às empresas por forma a criar emprego e riqueza, aumentando-se a fatia destinada à iniciativa privada dos actuais 22 por cento para 50 por cento. “Somos um distrito teoricamente do interior mas extraordinariamente activo, com empresários de alta qualidade e com provas dadas”, afirmou a presidente da direcção da Nersant, lembrando que “o sistema económico não existe só até Vila Franca de Xira” e que o distrito de Santarém consegue estar actualmente à frente dos distritos de Leiria e de Lisboa no que toca à criação de empresas. “Isso significa que somos uma região on-

Há qualquer coisa de mágico na vida dos pequenos empresários

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Os prémios Galardão Empresa do Ano, uma parceria entre O MIRANTE e a Nersant, distinguem empresas e empresários da região há 12 anos e são uma forma de “dizer ao mundo que temos uma cultura e uma economia que não é assim tão desprezível como parece face àquilo que temos em Lisboa, entre São Bento e o Terreiro do Paço”. No seu discurso, durante a cerimónia de entrega dos prémios que anualmente reconhecem o mérito de empresas e empresários,

o director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, colocou a tónica na dinâmica do tecido empresarial da região deixando elogios a quem arrisca tudo no mundo dos negócios contra ventos e marés. “Há qualquer coisa de mágico na vida de todos os pequenos empresários das nossas vilas e aldeias. Mágico no sentido em que a vida deles passa tão depressa e é tão assoberbada que eles nem dão pelo facto de envelhecerem sem nunca terem molhado o rabo na água do

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de se correm riscos, onde acreditamos e somos determinados. Os nossos empresários trabalham, procuram inovação e exportar os seus produtos. Por isso, se o distrito e o Ribatejo estão como estão do ponto de vista do desenvolvimento económico deve-se aos empresários”, afirmou a dirigente associativa, que lembrou o papel que a Nersant tem tido no apoio de proximidade ao tecido

empresarial e as parcerias que tem mantido com autarquias e outras entidades. Fruto desse trabalho no terreno, salienta Salomé Rafael, é o facto de a Nersant ser actualmente a associação empresarial de carácter regional com maior número de associados, perto de dois mil, a quem vai dando a conhecer os projectos que tem e os que podem surgir.

mar, ou conhecerem a verdadeira Europa do euro, e serem nos tempos modernos os verdadeiros servos da gleba do sistema”, afirmou na sala do Hotel Eurosol, em Alcanena, perante uma plateia onde se encontravam muitos empresários, gestores e autarcas. Segundo Joaquim António Emídio, a proposta que há 13 anos fez à Nersant de criar estes prémios “nasceu da necessidade de homenagear os empresários que prestam serviços à comunidade e ajudam a dar visibilidade à nossa região que é uma das mais ricas do país”. O objectivo, disse, “é criar amigos, solidariedades, dar valor a quem investe e cria

riqueza para não irmos todos de mala aviada para Lisboa, ou para Sintra, ou em última instância para o litoral”. O director geral de O MIRANTE aludiu aos 25 anos “sempre a crescer” do seu jornal, que considerou “um fenómeno de resistência de vida em Portugal”, e destacou também o trabalho que a Associação Empresarial da Região de Santarém tem desenvolvido junto dos agentes económicos e não só. “A Nersant é sem dúvida nenhuma a maior instituição do distrito e aquela que melhor nos representa e nos pode ajudar nos piores e nos melhores momentos”, disse.


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comunitários do Compete estão desdobrados por vários concursos e avisos que têm vindo a ser publicados, deixando desde logo o alerta que não há nenhum apoio a 100% nem a fundo perdido. O financiamento pode ir até 55 por cento do montante global do investimento e no final do processo, em função da performance dos projectos, uma parte daquilo que é reembolsável pode ser convertido em capital da empresa. Em resposta à presidente da direcção da Nersant, que pediu mais celeridade na disponibilização dos apoios e menos burocracia nesses processos, Franquelim Alves concordou que é necessário agilizar procedimentos com recurso à tecnologia. “É um tema complexo mas temos vindo a lutar nessa frente e nesta fase final do ano tomámos também um conjunto de iniciativas que podem ajudar a facilitar a vida

Gestor do “Compete” exortou empresários a candidatarem-se a fundos disponíveis O gestor do programa Operacional Factores de Competitividade Compete afirmou em Alcanena, perante uma plateia maioritariamente composta por empresários e gestores, que ainda há cerca de 400 milhões de euros de fundos comunitários para distribuir por projectos empresa-

riais até à conclusão do actual quadro comunitário de apoio, que termina no final de 2013. E desafiou-os a tirarem partido dos incentivos disponíveis, contactando o Compete ou outros organismos como o IAPMEI ou a AICEP. Franquelim Alves realçou que os fundos

Alcanena tem excelentes condições para quem quer investir A cerimónia de entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, resultantes de uma parceria entre a Nersant e o jornal O MIRANTE, decorreu pela primeira vez em Alcanena. A presidente do município, Fernanda Asseiceira (PS), agradeceu a escolha, sublinhando que a sua autarquia aceitou de pronto o desafio, até porque o seu concelho tem tradições na área do empreendedorismo e uma taxa de produtividade acima da média, resultante sobretudo da indústria de curtumes. Após dar os parabéns às entidades que promovem os prémios, destacou o trabalho que a Nersant tem vindo a fazer no estímulo

à actividade empresarial realçando o trabalho que vem sendo feito junto das escolas. “São exemplos de boas práticas que importa reconhecer”, disse. A autarca lembrou que Alcanena está registada desde 2011 como capital da pele, um reconhecimento da sua importância no sector dos curtumes, referindo a intenção do município em diversificar a actividade empresarial do concelho. Para isso, recordou, existe uma área junto ao nó da A1 com a A23 com excelente localização e grande potencial para instalação de empresas, pedindo à Nersant a colaboração que queira dar nesse campo, visando a atracção de investimento.

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aos empresários”, como o fim das garantias bancárias para os projectos apoiados pelo QREN, realçou. Outra medida tomada é permitir pagamentos parciais do incentivo total disponível até 95%, antes do projecto ser fechado. “Até agora os 15% finais do incentivo só eram pagos com o encerramento dos projectos. Isso significava que se arrastavam muito no tempo, devido ao trabalho burocrático de validar toda a papelada, toda a execução da despesa”, explicou. O gestor do Compete, que tem raízes em Tomar, acredita que no próximo quadro comunitário de apoio vai ser “substancialmente aumentado” o apoio ao tecido empresarial e deixou uma mensagem de esperança referindo que “há que continuar a lutar e acreditar que todo este esforço conjunto trará resultados positivos”.


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Galardoados trocaram discursos de circunstância por novas ideias para vencer Cerimónia transformada numa produtiva reunião de trabalho foi mostra de vitalidade empresarial

Pela primeira vez os prémios Galardão Empresa do Ano, que a NERSANT e O MIRANTE criaram há 13 anos, distinguiram empresários a título póstumo. E pela primeira vez um dos galardões foi entregue ex-aequo a dois empresários. As filhas de Martinho Carreira Jorge, fundador da Mercar de Abrantes e de Manuel Henriques Matos Gomes, de São Miguel de Rio Torto, receberam as distinções em nome dos pais, recentemente falecidos. Com este gesto a Associação Empresarial revelou mais uma vez que conhece bem a realidade uma vez que as empresas familiares constituem uma parcela significativa do tecido empresarial do distrito de Santarém.

“O futuro passa por estabelecer parcerias”

Mário Marques, da But Fashion Solutions, recebeu o prémio Jovem Empresário do Ano

Paulo Resende, administrador da Danbanho, recebeu o galardão Empresa do Ano 2010

Óscar Baptista (à esquerda) da Batadec recebeu o prémio Micro Empresa do Ano 2010 O futuro das empresas em Portugal passa por estabelecer parcerias e explorar o mercado em conjunto. Quem o diz é Paulo Resende, o administrador da Danbanho, sediada no Cartaxo, que recebeu o galardão Empresa do Ano 2010, iniciativa de O MIRANTE e da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém. Os prémios foram entregues no final de um jantar que decorreu no Hotel Eurosol, em Alcanena, na noite de quinta-feira, 29 de Novembro. A empresa de Paulo Resende, que se dedica ao fabrico de lavatórios, é fundadora de uma ACE (Agrupamento Complementar de Empresas) com 10 membros na área da construção civil. “Para a Danbanho esta estrutura será o grande impulsionador dos próximos anos. A ideia é que em vez de respondermos a projectos individualmente o possamos fazer em conjunto para conseguir melhores resultados quer em Portugal quer no estrangeiro”, exemplificou. A empresa, fundada em 1997, viveu em 2008 a maior crise de sempre mas desde aí tem recuperado graças à internacionalização e à inovação. Vai fechar 2012 com uma

facturação de um milhão e 400 mil euros. O empresário fez questão de comparecer na cerimónia de entrega dos prémios com um grupo de colaboradores que contribui também todos os dias para o sucesso da empresa. O acabamento manual de um produto industrial foi uma das estratégias que a empresa encontrou para ultrapassar um momento difícil. “A diferença é que o nosso produto chega ao cliente mais bonito”, resumiu com orgulho. A Batadec, Comércio de Equipamentos Dentários, foi galardoada com o prémio Micro Empresa. O fundador da empresa criada em 2001, Óscar Baptista, lamentou, em tom de brincadeira, não estar ali para receber o prémio de jovem empresário, tal como recebeu em 2006. O responsável da empresa, a primeira a instalar-se no Centro de Negócios de Vila Nova da Barquinha, em 2008, agradeceu aos amigos, clientes e familiares. “São reconhecimentos deste tipo que nos dão alento e força para que possamos fazer face às dificuldades do dia a dia”, confidenciou. Óscar Baptista apelou ainda a que se dei-

xassem um pouco de lado as más notícias que são difundidas pelos órgãos de comunicação social de forma a levar “a bom porto” o futuro do país. O prémio jovem empresário foi atribuído a Mário Marques da empresa But Fashion Solutions, sediada em Alcanena.

Mário Marques, que comercializa a marca de sapatos “Cubanas”, agradeceu aos colaboradores sem os quais não seria possível ganhar prémios. “Um bom ano de 2013 cheio de sucessos e já agora experimentem os nossos sapatos”, convidou arrancando sorrisos.


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Alexandra Sousa, da StI, distinguida com o prémio Mulher Empresária

Estado quer-se menos despesista e mais facilitador da actividade empresarial Os galardões servem para dar ânimo às mulheres empresárias e aos homens que continuam nas suas empresas a “empurrar o país que necessariamente terá que mudar a favor de empresas robustas capitalizadas e encaminhadas por um Estado que se quer menos tutelar, menos pesado, menos despesista e essencialmente mais facilitador da actividade empresarial geradora de riqueza que serve o país”. Quem fala assim é a mulher que dirige a SPI, empresa de base tecnológica com instalações em Abrantes, Alexandra Sousa, galardoada com o prémio mulher empresária 2010. Na noite em que foi distinguida Alexandra Sousa enalteceu o trabalho da Nersant que tem o mérito de puxar as empresas para cima e de as motivar mesmo quando algumas querem “deitar a toalha ao chão”. E porque as empresas são feitas de pessoas a empresária não esqueceu os colaboradores, em especial o seu núcleo duro, cujos postos de trabalho luta por manter e que gosta de

ver motivados e unidos. “É essencial que as engrenagens continuem a rodar sem muitos grãos de areia. Os grãos de areia, já se sabe, fazem parte da vida dos empresários que aceitam correr riscos”, admitiu voltando a exigir do Estado “discernimento, alterações estruturais de fundo e visão de médio e longo prazo". Dedicou também o prémio à família antes de falar nas exigências de ser mulher empresária, do ritmo quase sufocante, do pouco tempo que tem para a vida pessoal e de como concilia o trabalho com o marido e sócio e com os filhos. “No final do dia faço sempre questão de que exista um sorriso, uma palavra, um beijo de boa noite para que eles saibam que estou sempre lá”. Mesmo o tempo que resta à noite é muitas vezes aproveitado para alinhavar estratégias, pensar como negociar com fornecedores e guerrear com a banca. A todos os presentes desejou “sucesso, estratégia e determinação”.

João Potier, das Arrozeiras Mundiarroz, foi distinguido com o prémio PME

Sessenta trabalhadores, dois reformados e um cão O empresário das Arrozeiras Mundiarroz de Coruche, João Potier, protagonizou

na quinta-feira, durante a entrega dos galardões empresa do ano, um dos momentos de

Suzel Gomes emocionou-se com prémio Carreira Empresarial entregue a título póstumo ao pai Manuel Henriques Matos Gomes

Cláudia Jorge agradeceu comovida o prémio Carreira Empresarial que homenageou a título póstumo o pai Martinho Carreira Jorge

Dois empresários homenageados a título póstumo Os dois prémios destinados a enaltecer a carreira empresarial foram atribuídos a título póstumo. Martinho Carreira Jorge, que nasceu em Vale da Serra, Pedrogão, Torres Novas, foi fundador da Mercar. Antes de falecer a 15 de Outubro deste ano ainda viveu a alegria de ser avô, um dos seus maiores sonhos pessoais. A filha, Cláudia Jorge agradeceu comovida a homenagem ao “pai e melhor amigo” antes de regressar para junto do filho, ainda de colo, que

também esteve na cerimónia de entrega dos prémios. “O meu pai iria sentir-se sensibilizado, tal como aconteceu quando recebeu outros prémios a nível profissional e desportivo”. Manuel Henriques Matos Gomes, de São Miguel de Rio Torto, Abrantes, foi outro dos empresários homenageado a título póstumo. A filha Susel Matos Gomes recebeu igualmente comovida o prémio que reconheceu o esforço do industrial falecido em Outubro.

humor da noite ao referir-se à estrutura da empresa. “Quando me perguntam quantos colaboradores temos costumo dizer que somos 60 trabalhadores, dois reformados e um cão, que entretanto fugiu”. Meio a sério meio a brincar o empresário da PME do ano, que representa uma administração que pertence a uma multinacional, não deixou de referir-se às dificuldades com que se debate a indústria agro-alimentar tendo em conta que a concorrência por parte da grande distribuição é cada vez mais feroz e esmaga este tipo de pequenas e médias empresas que são “a maior parte do tecido industrial português”. “Ao longo dos últimos 10 anos um fenómeno de políticas de baixo preço tem leva-

do ao desaparecimento de empresas do sector agro-industrial. O sector do arroz ainda vai resistindo porque constitui grande parte da base da alimentação humana mundial e também portuguesa. Estamos no país em que se consome maior arroz per capita da união europeia”, ilustrou. João Potier lamenta que a empresa instalada há 26 anos em Portugal tenha ao longo dos anos pago milhares de euros de impostos e investido com fundos próprios mas, por causa da estrutura accionista, não tenha a possibilidade de se candidatar a apoios comunitários. O maior prémio que a empresa recebe é, sublinha, o reconhecimento dos clientes que nas compras do dia a dia dão preferência aos produtos da empresa.


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Manuel Henriques Matos Gomes - Prémio Carreira Empresarial “Um homem que nunca teve medo de arriscar” Manuel Henriques Matos Gomes passou uma infância difícil com mais três irmãos em S. Miguel do Rio Torto, Abrantes. Depois de tirar a quarta classe, começou a trabalhar nas Fundições do Tramagal. Jovem adulto desiludido com as perspectivas de futuro em Portugal, emigrou para França, onde trabalhou durante sete anos na área da metalomecânica. A esposa também ajudava o orçamento familiar realizando alguns trabalhos de costura. De regresso à sua terra comprou um táxi a um amigo mas a sua nova profissão durou pouco tempo. Manuel Matos Gomes chegava tarde a casa, não conseguia estar com os filhos e resolveu vender o táxi. Comprou então um torno mecânico e começou a fabricar peças para carros na sua garagem. O negócio foi crescendo e viu-se obrigado a contratar mais uma pessoa e a comprar mais

uma máquina. Em 1984 abriu uma pequena unidade industrial nuns terrenos que comprou com a ajuda da família. Empregou mais quatro pessoas. Baptizou a empresa com o seu nome e passou a produzir cunhos e cortantes, moldes para a indústria de borracha e plástico, componentes industriais, ferramentas de precisão e a fazer trabalhos de maquinagem e peças estampadas. Doze anos mais tarde inaugurou novas instalações para poder ampliar a produção. Manuel Matos Gomes nunca teve medo de arriscar. Exigente com os colaboradores, dava o exemplo trabalhando arduamente. Nem ao domingo deixava de passar na empresa para ver se estava tudo bem e quando ia de férias não se afastava muito. Gostava da parte comercial mas sempre que era necessário trabalhava com qualquer máquina

ao lado dos seus colaboradores. Mesmo depois de reformado continuava a ir todos os dias à empresa. Faleceu no dia 22 de Outubro, com 66 anos de idade, na sequência de um trágico acidente de viação. Sempre disse que tudo

o que construíra era para os filhos Suzel e Mário e são eles e a mãe que continuam a lutar pelo sucesso da empresa. No ano passado, contrariando a crise económica, a Manuel Henriques Matos Gomes cresceu e neste momento emprega vinte e uma pessoas.

ao mercado, procurando estar sempre um passo sempre à frente da concorrência. Para isso contribui a participação regular do seu gestor em Feiras Internacionais, um pouco por todo o mundo. Outra das mais-valias da

empresa assenta na assistência pós-venda. Técnico de Equipamento Dentário, formação que tirou na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, Óscar Baptista delega responsabilidades com facilidade e confia em pleno na sua equipa. Começou a sua actividade a trabalhar por conta própria, na zona de Botequim, Torres Novas. Actualmente tem oito funcionários. A sua área de abrangência é todo o território nacional. A internacionalização é o próximo passo da BATADEC. Angola, Moçambique, Brasil e Marrocos, são alguns dos destinos que estão a ser considerados. Em 2009, a BATADEC facturou cerca de 777 mil euros mas o maior volume de vendas, desde a sua constituição, aconteceu em 2010 quando a facturação se cifrou em 993 mil euros. Em 2011, fruto da conjuntura económica e também da dificuldade de acesso ao financiamento bancário por parte dos seus clientes, a facturação teve uma ligeira quebra, para cerca de 901 mil euros, mas, em Julho deste ano a empresa já tinha obtido mais 200 mil euros do que em igual período do ano passado.

tado da União Europeia e da América do Sul e Central, especialmente arroz agulha. A Mundiarroz apresenta uma facturação estável ao longo de vários anos. Até final de 2012 a facturação deverá situar-se entre

30 a 32 milhões de euros. O investimento em tecnologia, maquinaria e instalações que ascende a seis milhões e meio de euros nos últimos doze anos, foi sempre realizado com capitais próprios.

BATADEC Micro Empresa do Ano “O próximo passo é a internacionalização” A BATADEC - Comércio de Equipamentos Dentários, Lda., foi fundada em 2001 por Óscar Baptista que recebeu em 2006 o galardão “Jovem Empresário”. A empresa é especializada na criação e montagem de consultórios dentários que possibilitem aos médicos o exercício da sua profissão com o máximo conforto. A BATADEC foi a primeira empresa a instalar-se no Centro de Negócios de Vila Nova da Barquinha, em Abril de 2008. O espaço, idealizado por Óscar Baptista dispõe de um showroom com vários equipamentos dentários, uma área de oficina, armazém, escritó-

rios e uma sala de formação. O trunfo da BATADEC passa por ter conseguido ser representante exclusivo de algumas das melhores marcas mundiais de equipamento e por dedicar muita atenção

Pequena e Média Empresa do Ano - Arrozeiras Mundiarroz “Só investimos com capitais próprios” Quem nunca ouviu falar do arroz Cigala não deve ir às compras regularmente. E também desconhece que a indústria que recebe, descasca, branqueia e embala essa marca de arroz para as pequenas, grandes e médias superfícies comerciais do país tem base em Coruche, no Monte da Barca. A unidade pertence às Arrozeiras Mundiarroz, SA, do grupo espanhol do sector alimentar Ebro Foods. Produz cerca de 30 milhões de quilos de arroz embalado que é encaminhado para a grande distribuição, comércio tradicional e distribuição cash and carry. Possui uma capacidade de armazenagem de 25 milhões de quilos. A fábrica opera ainda na venda de arroz branqueado em produto final não acabado que tem como destino outras indústrias portuguesas e estrangeiras, particularmente da União Europeia. A exportação é cada

vez mais vista como uma oportunidade para a colocação do arroz, tendo representantes comerciais em Angola e Moçambique. A unidade de Coruche emprega sessenta trabalhadores. João Potier, 47 anos, natural de Coruche, é o director geral da Mundiarroz desde 2007. Licenciado em Direito, exerceu como advogado antes de ter como responsabilidade dirigir a indústria que prepara o arroz mais conhecido dos portugueses. A aquisição da marca Saludães, em 2011, foi mais um investimento de monta das Arrozeiras Mundirarroz, já que a empresa de Oliveira de Azeméis é líder no arroz carolino, que tem maior tradição em Portugal. Um total de 35 agricultores de todo o país, individuais e agrupados em cooperativas, abastece a Mundiarroz mas metade do arroz consumido em Portugal é impor-


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Questões de paternidade Com duas empresárias, dois autarcas constipados, dois quadros bancários e um jornalista na mesa “Challenger Nersant” é fácil adivinhar que boa parte da conversa andou à volta do mundo dos negócios, da crise financeira e das dificuldades de tesouraria dos municípios. E ficou-se também a saber que os portugueses continuam a viajar em bom ritmo, embora os destinos preferidos sejam agora mais próximos, sobretudo na Europa, como revelou Marisa Cordeiro, sócia da agência de viagens Onda Azul, com sede em Torres Novas que estava acompanhada por, Sílvia Caetano, da empresa Sampedras. As duas empresárias, tal como os quadros do BES Pedro Ramalhinho e Miguel Graça e o presidente da Câmara de Santarém Ricardo Gonçalves, escutaram o presidente da Câmara de Constância e conhecido astrónomo, Máximo Ferreira, contar o episódio em que o Presidente da República, numa visita ao Centro de Ciência Viva de Constância, o tratou por “astrólogo”. A eminente estreia de Ricardo Gonçalves no complexo mundo da paternidade - a Beatriz deve nascer em Fevereiro - motivou alguma reflexão sobre as preocupações dos pais em relação às filhas. Sobretudo quando chega a adolescência e a idade dos primeiros namoricos. Concluiu-se por unanimidade e com argumentação bem-humorada à mistura, que nesse capítulo, são muito superiores às preocupações das mães.

Só faltou um médico à mesa O braço ao peito do empresário Jorge Pisca do Cartaxo provocou uma entrada de conversa no mundo das lesões. Elza Vitório, directora do centro de emprego da Lezíria (Santarém) contou que também já teve problemas num ombro e que lhe custava a conduzir o carro, na altura uma Renault 4L em que as mudanças exigiam muita força. Jorge Pisca estava acompanhado por Rogério Travessa, que coxeava devido a dores num menisco. Os dois costumam andar acompanhados por Paulo Neves, vereador do PSD e empresário no Cartaxo, que desta vez não foi porque teve que ir para o médico com dores nas costas. Para aliviar tanto sofrimento o presidente da Câmara de Tomar, Carlos Carrão, quando se falava de freguesias e das divisões administrativas contou a divertida história da capela do Cardal, cuja entrada fica no concelho de Tomar e a sacristia no de Ferreira do Zêzere. Os filhos também foram tema de conversa. E havia grandes especialistas à mesa. O vice-presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges, tem quatro e esteve à beirinha de ter cinco. Elza Vitório falou da paixão da filha pela fotografia. Jorge Pisca que tem dois filhos confessou a sua total falta de jeito para mudar fraldas.

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Danbanho - Empresa do Ano “Agora são os bancos que me querem emprestar dinheiro” A empresa Danbanho, no Cartaxo, fundada em 1997, viveu em 2008 a maior crise de sempre. As encomendas de lavatórios deixaram de aparecer. Foram dispensados nove trabalhadores e a produção caiu 20 por cento. Para agravar a situação a empresa tinha inaugurado a nova fábrica em 2006, no sítio das Pratas, e carregava ainda o peso do investimento. Ao contrário de muitos, Paulo Resende, engenheiro mecânico com formação em gestão, não ficou à espera de ver o que iria acontecer. Reuniu com fornecedores e clientes, sobretudo no estrangeiro, já que mais de 90 por cento da produção vai para o Norte da Europa, e tentou perceber como é que a empresa poderia sobreviver. Baixou

os preços dos produtos de melhor qualidade, que até ali só eram acessíveis a determinado tipo de cliente, estabeleceu parcerias com fabricantes de móveis e negociou com os distribuidores de forma a entregar o produto com rapidez. Não foi fácil mas no ano seguinte a empresa cresceu 9,2 por cento. Em 2010 o crescimento cifrou-se nos 22 por cento, número que deu alguma tranquilidade ao administrador e aos quatro sócios, maioritariamente estrangeiros. A partir daí a Danbanho ainda não parou de crescer. Aumentou 25 por cento em 2011 e 35 por cento este ano. Vai acabar 2012 com a facturação a chegar ao milhão e 400 mil euros. Com a recuperação a empresa retomou o seu plano de investimentos mas com uma diferença. Agora não vai buscar dinheiro à banca. Investe de acordo com o que tem disponível. E se há uns anos a empresa precisava de capital e não conseguia, agora são

os bancos que todas as semanas lhe batem à porta a oferecer crédito. A empresa produz 16 mil lavatórios por ano mas se conseguir um contrato para mais

cinco mil vai avançar com um segundo turno, uma mudança que permitirá a criação de mais seis postos de trabalho a juntar aos 34 existentes.

Martinho Jorge - Mercar Prémio Carreira Empresarial a título póstumo

Alexandra Sousa Mulher Empresária

“Querer é poder” foi sempre o seu lema de vida

Alexandra Sousa queria fazer carreira no direito internacional na vertente diplomática mas acabou por desistir do curso e dedicar-se à empresa do marido que tinha conhecido quando andava a estudar. Começou por ser secretária, passou pela área financeira e há três anos que é a administradora da STI - Sistemas e Técnicas Industriais com instalações em Abrantes. A STI é uma empresa de base tecnológica que começou por desenvolver linhas para a indústria alimentar e que diversificou o negócio para a área do ambiente, desenvolvendo equipamentos para tratamento de águas residuais urbanas e industriais. Com 41 anos, a Mulher Empresária do Ano sente-se realizada e confessa que o que aprendeu nestes anos é tanto ou mais importante que um curso superior. Neste momento está envolvida na comercialização de um gerador eólico de eixo vertical desenvolvido pela STI para instalar em meios urbanos. Fala Inglês, Francês e Italiano e o domínio destas línguas tem-se revelado importante para fechar negócios no estrangeiro. A empresa trabalha em países como França, Roménia, Espanha, Marrocos, Tunísia, Angola e Moçambique. Alexandra Sousa nasceu em Cascais e vive no Sardoal onde diz que tem mais quali-

Martinho Carreira Jorge nasceu a 10 de Fevereiro de 1943 em Vale da Serra, uma pequena aldeia da freguesia de Pedrógão. Oriundo de uma família numerosa e modesta fez a escola primária e começou a trabalhar aos 14 anos como moço de recados na empresa de Transportes Claras, em Torres Novas. Todos os dias percorria 15 quilómetros de bicicleta para chegar ao emprego. Com muita força de vontade retomou os estudos à noite e conseguiu tirar o curso geral de comércio. Aos dezasseis anos já trabalhava no escritório da Sociedade Torrejana Automóveis, pertencente ao grupo Claras, onde permaneceu até ir para Lisboa cumprir o serviço militar, uma parte do qual foi passado em Moçambique. Depois da tropa chegou a chefe de uma dependência da sua antiga empresa em Lisboa e mais tarde foi trabalhar para a filial de Abrantes, como vendedor de automóveis da marca Renault. Chegou a chefe de vendas e a gerente e acabaria por comprá-la em 1994, transformando-a na MERCAR. O seu apoio, tanto a nível pessoal como profissional foi a esposa Elvira Gonçal-

ves Lopes Jorge. O seu lema era “Querer é Poder”. O seu espírito empreendedor e confiante e a sua grande capacidade de trabalho rapidamente começaram a ser reconhecidos, tendo sido distinguido com vários prémios de produtividade e desempenho dentro não só da marca Renault, mas também da Ford e Daewoo. Incansável na busca de contactos, sempre teve uma grande actividade associativa, nomeadamente a nível da Nersant. A sua paixão pela condução desportiva era conhecida e levava-o a participar em provas de autocross, ralis, motos ou karting. Também cultivava o gosto pela fotografia e adorava viajar. O dom da palavra, a alegria, a cordialidade e a paciência para escutar os outros tornaram-no num relações públicas nato. Em 2002, para sua satisfação, a filha Cláudia Jorge passou a trabalhar com ele. O outro filho, Tiago Jorge, também tem ligação à empresa dando o seu apoio sempre que é preciso. Antes de falecer a 15 de Outubro deste ano, Martinho Carreira Jorge ainda viveu a alegria de ser avô, que era um dos seus maiores sonhos pessoais.

“Não gosto de negociar à mesa de restaurantes” Fala Inglês, Francês e Italiano e o domínio destas línguas temse revelado importante para fechar negócios no estrangeiro. A empresa trabalha em países como França, Roménia, Espanha, Marrocos, Tunísia, Angola e Moçambique dade de vida. Estudou em colégios privados mas, por opção, os seus filhos estudam em escolas públicas. É uma mulher pragmática que vive para a empresa e para os negócios e considera-se uma boa gestora de conflitos. Não gosta de negociar à mesa do restaurante e prefere facturar menos mas trabalhar com empresas que lhe dão confiança e segurança. Alexandra Sousa lidera uma equipa de 38 colaboradores desde engenheiros a serralheiros. Cerca de noventa por cento dos equipamentos idealizados na STI são construídos por outras empresas e isso obriga a administradora a desdobrar-se em contactos e acompanhamento dos projectos. A empresa tem também uma parceria com uma firma austríaca para a área do ambiente.


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GALARDÃO EMPRESA DO ANO

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Mário Marques - But Fashion - Jovem empresário do ano

“Somos um país de gente com muito talento”

Quem quer um emprego com futuro? Mário Francisco Alegre Marques não acredita em milagres. O seu sucesso empresarial está recheado de outra matéria prima. Trabalho, empenho, criatividade, inovação e persistência. Em 1997 fundou com o irmão António, a But Fashion Solutions, em Alcanena. Na altura a empresa dedicava-se à comercialização de produtos químicos para a indústria de curtumes. Mais tarde lançou-se no mercado do calçado e criou as marcas Cubanas e a cadeia de lojas Made In, que são já um rosto familiar nas principais superfícies comerciais de Lisboa e Porto. Os seus produtos são também exportados e comercializados em 15 países. Os últimos estabelecimentos a abrir foram uma loja da marca Cubanas no Chiado, em Lisboa, e uma outra em Beirute, no Líbano. Tem como clientes, entre outros, o grupo El Corte Inglés. Mário Marques é um homem que não gosta de correr riscos desnecessários. Planeia com cuidado todos os passos que dá na vida empresarial. Dá muita atenção aos

Octávio Oliveira, Elza Vitório e Lurdes Ferromau

mercados e não se assusta com as dificuldades. Tem conquistado cada vez mais clientes, sobretudo no estrangeiro. Só este ano a empresa registou um volume de negócios de 12 milhões de euros. Trabalha por dia todas as horas que forem necessárias para que a empresa vingue no mercado. Se um dia lhe oferecessem mais dinheiro para ir gerir outra empresa garante que não aceitava a oferta porque adora as suas marcas. Nunca gostou de pedir dinheiro aos outros e sempre aspirou a ser independente. Aos 14 anos já trabalhava na fábrica de curtumes de um amigo a tirar peles das máquinas. Casado e pai de duas filhas diz que Portugal é um país com talento e defende que os jovens empresários têm muito para dar à economia nacional. Acredita que a chave para sairmos da actual situação passa também por oferecer produtos originais e de qualidade. Não teme a invasão de produtos vindos do mercado asiático. O seu calçado é fabricado com produtos nobres portugueses: pele, cortiça e madeira.

Na mesa que recebeu o nome “Certificação PME” foi dada uma notícia importante para os tempos que correm. A empresa RTR, empresa de Tornearia e Frezagem de Vila Chã de Ourique tem duas vagas em aberto. O dono, Rogério Travessa, tem sempre dificuldade em encontrar mão-de-obra especializada e nem sequer consegue que lhe apareça alguém com vontade de aprender. Diz que é uma pena porque quem quiser aprender tornearia e frezagem tem futuro e aponta como exemplo o filho Pedro. Na mesa estavam também alguns membros da família de Manuel Henriques Matos

Gomes, que recebeu, a título póstumo, o prémio Carreira Empresarial e o proprietário dos Móveis Caneira. Os elogios ao trabalho da Associação Empresarial, Nersant, foram um dos aperitivos do jantar. A filha do homenageado a título póstumo, Suzel Matos Gomes, contou que a casa de família foi assaltada durante o funeral do pai, uma prática que se tem alargado a outros concelhos, como Tomar. A propósito do nome Suzel, que tem origem francesa, Rogério Travessa diz que a filha também tem um nome pouco comum. Chama-se Heliana e foi o cabo dos trabalhos para a registar.


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GALARDÃO EMPRESA DO ANO 06 DEZEMBRO 2012

A origem do Sushi e as exportações Era impossível não falar de arroz numa mesa onde estava João Potier da Mundiarroz e do arroz foi um saltinho até a conversa resvalar para o sushi mas o grande tema da noite foram as exportações e a internacionalização das empresas. José Coimeiro da Cabena, Mário Amoroso e Teresa Santos da Cribelt confessaram as suas expectativas. As conversas passaram da

construção do TGV na Galiza, para os investimentos na ilha do Fogo em Cabo Verde e as perspectivas de negócios em Marrocos. Todos concordaram que o segredo para o sucesso é trabalhar lá fora porque de momento “Portugal não está a dar”. Pelo meio uma ou outra história. José Coimeiro contou que numa deslocação a Marrocos saiu para fumar fora da entrada do hotel

onde decorria uma conferência e já no exterior descobriu que afinal podia fumar lá dentro. A questão da eliminação de feriados, principalmente dos religiosos, também foi abordada com bastante humor porque ir celebrar alguns deles na praia ou numa estância de ski em vez de se ir à missa ou à procissão diz muito sobre o estado...das devoções.

Carlos Coutinho vice-presidente da Câmara de Benavente e Mónica Coelho do Santarém Hotel Domingos Chambel vice-presidente da Nersant e Rui Correia da Petroibérica

Pedro Félix vice-presidente executivo da Nersant e Sérgio Carrinho pesidente da Câmara da Chamusca Luis Castilho da CCDR Alentejo e Joaquim António Emídio director geral de O MIRANTE

Fernanda Asseiceira presidente da Câmara de Alcanena e Carlos Carrão presidente da Câmara de Tomar

António Campos vice-presidente executivo da Nersant e Armando Rosa administrador da Ribatel


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GALARDÃO EMPRESA DO ANO

Empresários elogiam dinamismo crescente da Associação Empresarial da Região de Santarém

Domingos Chambel

Pedro Carvalho

A Associação Empresarial da Região de Santarém - NERSANT tem vindo a assumir, nos últimos anos, um papel cada vez mais dinâmico em prol do desenvolvimento das empresas da região, seja através das acções de formação e seminários que promove regularmente, da consultadoria que presta a novos projectos empresariais ou na realização de missões ao estrangeiro, em busca de novos mercados para quem já não consegue ou pode crescer mais na região. A opinião parece ser consensual como constatou O MIRANTE junto de empresários de diversos sectores de actividade, momentos antes do início da cerimónia de entrega do Galardão “Empresa do Ano” na quinta-feira, 29 de Novembro, em Alcanena. José Godinho, coordenador de operações logísticas do Interposto Intermarché, com sede em Alcanena, destaca o apoio na procura de novos mercados no estrangeiro. António José Ribeiro, gestor da “MicroÁgua”, uma empresa de Análises Microbiológicas e Químicas de Águas, com sede em Benavente, que é, desde há muitos anos, associada da NERSANT, fala das várias acções na área da formação, que considera “muito enriquecedoras” e também da ajuda prestada às empresas que pretendem exportar. Domingos Chambel, ex-coordenador do Núcleo da NERSANT em Abrantes, fala enquanto gestor da Dosch - Domingos Silva Chambel, Empreiteiros, empresa ligada ao ramo da construção civil, obras públicas, hotelaria e metalomecânica, com sede em Abrantes. “Penso que esta associação tem desempenhado bem o seu papel, não só na defesa das empresas instaladas em Santarém como até dos interesses regionais do distrito no panorama nacional”, refere. Miguel Graça, representante do Banco Espírito Santo junto das empresas do Ribatejo, em todo o distrito de Santarém, também não poupa elogios ao papel positivo da NERSANT. “A associação tem tido um grande dinamismo no acompanhamento e na conjugação dos interesses dos empresários da zona, que se torna bastante interessante observar”, atesta. Pedro Carvalho, presidente do Conselho de Administração da “Couro Azul”, indústria de curtumes sedeada em Alcanena, diz que a NERSANT é uma das associações empresariais mais dinâmicas que conhece. “A nossa empresa também está direccionada para o sector automóvel e aeronáutica o que faz com que esteja ligada a associações empresariais de sectores transversais. Deste modo, consigo avaliar, de uma forma comparativa, o trabalho de qualidade que tem vindo a ser feito pela NERSANT”. E acrescenta que “é um privilégio ter a sua empresa sedeada numa zona tão bem servida ao nível do associativismo”.

Miguel Graça

António José Ribeiro

“Um Estado bom pagador, fim às portagEns nas sCUt’s E rEdUção do irC” Os empresários contactados aproveitaram ainda para sugerir algumas medidas simples mas que, a serem implementadas, provocariam benefícios no sector de actividade económica a que se dedicam. Domingos Chambel faria, de imediato, uma diferenciação entre o interior e o litoral do país. “Nós tínhamos benesses fiscais, em sede de IRC, que nos foram retiradas com o orçamento de 2012. Penso que foi um má medida para o desenvolvimento do interior. Se fosse eu a decidir voltava atrás”, sustenta, acrescentando que acabava ainda com todas as portagens introduzidas nas SCUT’S, pelo menos para os veículos pesados. Já Pedro Carvalho, da “Couro Azul”, avança que uma medida simples e eficaz passaria por fazer vingar a ideia de que

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VER VÍDEO www.omirante.pt ou no canal 642649 do MEO

José Godinho

indústria e a exportação está na moda. O empresário do ramo dos curtumes acrescenta ainda que criava condições para que as empresas tivessem mais liquidez pela via bancária, para poderem investir e, deste modo, gerarem riqueza. Por seu lado, Miguel Fernandes, representante da banca, considera que devia existir “uma maior cooperação entre as empresas” para melhorar a relação entre bancos e empresas. “Se conjugassem esforços, talvez tornassem os projectos mais aliciantes para a banca”, atesta. Já José Godinho, que trabalha na área da Grande Distribuição Alimentar, se tivesse uma varinha de condão “transformava o Estado num bom pagador, para que as empresas também pudessem pagar aos seus fornecedores a tempo e horas, evitando-se as situações, cada vez mais recorrentes, de insolvência na economia local e nacional”.


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