Festas de S. João Castanheira do Ribatejo

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16 JUNHO 2011 | O MIRANTE

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Festas de S. João estão a chegar à Castanheira do Ribatejo

Meditação do terço, procissão e missa

Sardinha assada, largadas e música num fim de semana de animação na freguesia

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grande noite da Sardinha Assada, integrada nas Festas de S. João, na Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, arranca às 20h00 de sábado, 25 de Junho, segundo dia da festa da freguesia que decorre de 24 a 26. A distribuição de sardinhas pela junta de freguesia, tanto no recinto das festas, como às tertúlias organizadas e inscritas, será efectuada a essa hora. A animação pelas ruas está garantida com o Grupo de Zés Pereiras “Os Baionenses” e Tuna Feminina Scalabitana e segue noite dentro com baile pelo conjunto “Aguarela”, às 21h30. Uma

tarde infantil está marcada logo para as 17h00 de sábado com palhaços, ventríloquos, sevilhanas e uma surpresa. A primeira largada de gado bravo está marcada para sexta-feira, 24 de Junho, às 23h45, na rua João Baptista Correia, que se repetirá no sábado, no mesmo local, às 18h30 e às 00h45. Na sexta-feira, depois da inauguração da festa marcada para as 20h00, realiza-se um desfile de moda da APATI às 21h30. A noite é de baile a partir das 22h00 com o conjunto “Cristais da Noite”. O leilão de fogaças decorre às 17h30, no domingo, e às 20h30 há desfile de

ranchos de diversos pontos da vila até ao recinto das festas. A noite de folclore começa com o Rancho Típico “Os Avieiros”, passando pelo Rancho Folclórico de Alfarrobeira e terminando com o Grupo Etnográfico Danças e Cantares de Alverca. As festas encerram às 00h00 com uma sessão de fogo de artifício. As entradas na festa, organizada pela Junta de Freguesia com o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, são livres. As festas contam ainda com a colaboração das colectividades, associações da freguesia, indústria e comércio local.

A meditação do terço está marcada para quinta-feira, 23 de Junho, às 18h30, na Capela de São João, na Castanheira do Ribatejo, na véspera das Festas de S. João que decorrem de 24 a 26 de Junho. A procissão sai do local às 19h15 para a Igreja de São Bartolomeu. Uma missa está marcada para sábado, 25 de Junho, às 16h00, na Igreja Matriz de S. Bartolomeu. No domingo a romagem aos cemitérios está marcada para as 9h30 para homenagear os antigos dirigentes da comissão de festas. A missa solene decorre às 10h00 na Igreja Matriz de São Bartolomeu. Para as 15h15 está marcada a chegada da Banda do Ateneu Artístico Vilafranquense. A procissão solene está marcada para as 16h00 e será acompanhada pela Banda do Ateneu Artístico Vilafranquense e fanfarra da AHBV Castanheira do Ribatejo pelas ruas da vila.

Carlos Amendoeira, 54 anos, mecânico, Castanheira do Ribatejo

Em tempo de crise recuperar carros antigos é poupar A recuperação de carros antigos está a ser um serviço muito procurado e é uma forma de muitos conseguirem ter um veículo mais económico a andar na estrada. “Os seguros também são muito mais baratos e os carros consomem pouco”, lembra Carlos Amendoeira, mecânico de profissão, na Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira. A falta de trabalho levou Carlos Amendoeira a dedicar-se a este nicho de mercado. Apesar da mão de obra para este tipo de trabalho ficar subvalorizada Carlos Amendoeira não baixou os braços. Se antigamente chegava a ter cinco serviços por dia hoje é isso que consegue por semana. O tempo livre deixa-lhe tempo para se dedicar também à recuperação de dois carros antigos que tem, um Renault turbo 2 de 1984 e um Ford Escort de 1961. O mecânico, especialista em reparação de sistemas de injecção em veículos ligeiros, trabalha oito dias por semana e nem assim consegue rentabilizar o negócio que montou em 2002 na zona industrial da Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira. A esposa é o único braço que tem actualmente na empresa. Desde que é empresário não sabe o que são férias. Em anos de vacas gordas ainda chegou a passar fins de semana fora mas a crise financeira tem obrigado a alguma contenção. Vive no concelho vizinho de Azambuja, em Casais da Lagoa, mas é uma presença assídua das Festas de São João. A noite da sardinha assada, marcada para sábado, 25 de Junho, será um evento a não perder.

Marco Torrão, 39 anos, empresário, Castanheira do Ribatejo Carla Antunes, 36 anos, assistente de consultório, Castanheira do Ribatejo

Uma festa que reflecte a identidade de um povo Visitar as festas da Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira, é para Carla Antunes, 36 anos, uma forma de libertar-se do stress do dia-a-dia e esquecer os problemas. A assistente de consultório aproveita para estar com os amigos e ir conhecendo novas pessoas. E nem mesmo o dinheiro a impede de participar. “Não vamos esbanjar dinheiro para uma festas destas. Geralmente comemos uns petiscos e pouco mais”, adianta. Vê na iniciativa uma excelente oportunidade para dinamizar o comércio local e acredita que estas festas não podem morrer porque reflectem a identidade de uma terra. Carla Antunes é assistente de consultório na Clínica Médica e Dentária Castejo e é com muita familiaridade que vai atendendo os clientes. “Os moradores da Castanheira do Ribatejo já nos conhecem e é com a aposta num serviço de qualidade que tentamos contornar a crise”, assegura. Medicina dentária, análises clínicas, clínica geral, cardiologia, ginecologia, psicologia, nutrição, fisioterapia e massagem de reabilitação são os serviços que a clínica disponibiliza desde 2009 na Castanheira do Ribatejo.

Festas da Castanheira são ponto de encontro da população Os tempos difíceis não vão fazer Marco Torrão abdicar de uma semana de férias na companhia da família para recarregar baterias. Este ano o empresário da Auto Mecânica Torrões marcará também presença nas Festas de S. João, na Castanheira do Ribatejo. Vai estar com os amigos a divertir-se. De ano para ano nota que o número de artistas tem diminuído mas o mais importante é que a festa funcione como ponto de encontro. “Tirando as tasquinhas em Novembro não temos mais festas. Gosto de sentir que as festas ainda dão vida à terra. Não as podemos deixar morrer”, alerta. A empresa Auto Mecânica Torrões nasceu na Castanheira do Ribatejo há mais de 10 anos. O proprietário, Marco Torrão, mecânico de profissão, apresenta um leque diversificado de serviços de manutenção e reparação de viaturas. Normalmente trabalha entre as 8h00 e as 19h00, mas quando é preciso prolonga o horário. A crise que actualmente se vive em Portugal não afectou o volume de trabalho. “Temos dificuldades é a nível de tesouraria. Cada vez mais as empresas pedem para dilatar o tempo dos pagamentos”. Para dar a volta por cima, Marco Torrão tenta apresentar preços competitivos e gerir com rigor as contas para pagar as despesas certas.


O MIRANTE | 16 JUNHO 2011

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alegria. Jovens dão corpo ao grupo do Juventude da Castanheira

Aprende-se a dançar sevilhanas na Castanheira do Ribatejo Grupo criado em Abril de 2010 é secção do Juventude da Castanheira O Juventude da Castanheira tem uma secção de sevilhanas desde abril de 2010. Catorze raparigas dos seis aos 25 anos rodopiam com vestidos de cores quentes equilibradas em saltos altos de sapatear. Rapazes precisam-se para dar outra cor ao grupo. Os ensaios funcionam em horário pós-laboral no antigo ginásio do clube que é conhecido sobretudo pelo futebol.

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ores quentes entre rodopios. Brincos e flores. O rosa e verde num movimento de braços. O laranja e amarelo num ondular das saias de folhos. No cabelo, bem esticado atrás, uma peineta a condizer. São de todas as cores as Sevilhanas do Juventude da Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira. É assim que gostam de ser chamadas as 14 raparigas, dos seis aos 25 anos, que dão corpo ao grupo. O azul raro dos olhos de Ana Margari-

da, 15 anos, não se encontra em nenhum dos vestidos “rocieros”. Maggy, como é tratada entre os pares, todos femininos, experimentou sapatear num rancho folclórico e deslizou pelos salões ao ritmo da salsa mas deixou arrebatar-se pelos ritmos de “nuestros hermanos”. Mora no Carregado e é aluna do primeiro ano do curso profissional de multimédia na Escola Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. Os intervalos entre as aulas da futura fisioterapeuta, área que deseja seguir no futuro, são ocupados a ensaiar algumas voltas que a arte exige. Salete Bernardino, 25 anos, procura o espelho colocado no escritório da casa onde reside com o companheiro para aperfeiçoar os movimentos. Dançar sevilhanas não implica competir, como em outras modalidades, e isso agrada a Salete Bernardino que também passou pelo folclore antes de chegar a estes ritmos. Reside em Alenquer e foi recentemente dispensada de uma fábrica da zona. O desemprego fê-la repensar a participação no grupo de sevilhanas mas o companheiro foi o primeiro a incentivá-la a ficar. “Vai ser o primeiro elemento homem do grupo”, diz a professora Ana Catarina Ramos, 24 anos, à chegada de Bruno,

o “mais que tudo” de Salete Bernardino, arrancando algumas gargalhadas às dançarinas. A professora de sevilhanas e flamenco dança desde os 14 anos. Aprendeu nas aulas do Clube Vilafranquense, em Vila Franca de Xira. Para dançar usa uma trança que pende sobre o ombro. As alunas têm quase todas o rabo de cavalo clássico bem esticado. “Gosto das coisas simples e sou muito exigente”, confessa a professora. Às alunas mais novas, como é o caso de Beatriz Santos, 10 anos, residente em Vila Franca de Xira, é proibido o uso de maquilhagem. “Já têm a beleza natural”, explica a “maestrina” de uma orquestra de cores e movimento que também integra o grupo e garante que está sempre a aprender. O mais difícil é transmitir as noções de coordenação de braços e pernas e por isso costuma avançar por fases. “Eu era um pé de chumbo e muito introvertida. Os meus pais acharam que ia desistir depois da primeira aula”, conta entre sorrisos a professora que fora da sala de espelhos onde dá aulas dedica-se a um curso de gestão. As sevilhanas nasceram em Castanheira do Ribatejo em Abril de 2010 mas já

contam com um leque alargado de actuações. Já se mostraram em casa, no Carregado, em Samora Correia (Benavente), em Vila Franca de Xira e no Forte da Casa. A ideia de criar um grupo de sevilhanas partiu da professora e foi recebida de braços abertos pela direcção do clube da terra onde reside. Um mês depois a primeira turma estava a funcionar. Um fato de sevilhana pode custar 150 euros mas no clube a professora optou por modelos mais económicos e cada um dos vestidos ficou por cerca de 60 euros. O Juventude da Castanheira, mais conhecido pela modalidade de futebol, abre o velho ginásio para os ensaios das duas turmas de sevilhanas às segundas, terças, quartas e quintas. No grupo rapazes precisam-se para ajudar a equilibrar as cores e a quebrar tabus

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