24 | FESTAS DA PÓVOA DE SANTA IRIA
01 SETEMBRO 2011 | O MIRANTE
Toiros, sardinha assada e música vão animar a cidade da Póvoa de Santa Iria Festas em Honra de Nossa Senhora da Piedade regressam à freguesia de 1 a 4 de Setembro
Recinto das festas vai permanecer depois da requalificação
foto O MIRANTE
O recinto da festa em Honra da Nossa Senhora da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, que se vai realizar entre 1 e 4 de Setembro, está salvaguardado para o futuro. O programa Polis XXI, que prevê a requalificação ribeirinha da zona sul do concelho de Vila Franca de Xira, reserva um espaço do tamanho que a festa tem hoje para que o evento continue a realizar-se nesta zona, depois da linha de comboio e perto do cais dos pescadores avieiros. “Este espaço é excelente porque mesmo estando dentro da cidade não incomoda muita gente”, explica o presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria, Jorge Ribeiro, sublinhando que o próprio ruído é controlado. Todo o espaço da festa é devidamente tratado e o próprio piso de terra batida é regado para que não se levante muito pó. De uma forma geral Jorge Ribeiro garante que não tem recebido muitas queixas dos munícipes relativamente ao espaço e às condições em que a festa é realizada.
PREPARATIVOS. No recinto da festa está tudo a postos para a animação
Toiros, pão, vinho e sardinha assada. Tudo regado com muita música. A Festa em Honra de Nossa Senhora da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila Franca de Xira, vai levar uma multidão à cidade de 1 a 4 de Setembro.
U
m cartaz musical recheado de artistas com ligação à cidade da Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila
Franca de Xira, assegura a animação de mais uma edição das Festas em Honra da Nossa Senhora da Piedade, que decorrem de 1 a 4 de Setembro. A festa arranca logo na manhã de quinta-feira, 1 de Setembro, com o içar da bandeira na Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria com a Escola de Música Kordas e Teclas. Para as 21h30 está marcada a actuação dos Cavaquinhos do Grupo Recreativo e Desportivo Bragadense. O duo Ricardo e Henrique encerra o primeiro dia de festa com um espectáculo musical marcado para as 22h30. Para o dia 2 de Setembro está reservado um Festival de Folclore, às 21h30, seguindo-se a distribuição da sardinha
assada, pão e vinho à borla. O conjunto Onda Média vai animar o recinto com um baile marcado para as 23h00. No sábado, 3 de Setembro, o dia arranca às 10h00 com uma homenagem aos ex-membros da Comissão de Festas na Capela do Cemitério da Bolonha. Às 21h00 vai decorrer uma das cerimónias mais importantes da festa - a bênção dos barcos avieiros. Segue-se uma apresentação de danças de hip-hop, do ventre, salão, flamengo, ballet e petit gym. O dia não acaba sem o conjunto Ficha Tripla subir ao palco para mais um baile popular. No último dia, domingo, 4 de Setembro, haverá um cortejo equestre pelas ruas da cidade e para as 17h00
Tertúlia Passe por Alto organiza II Corrida de Toiros A II Corrida de Toiros da Tertúlia Passe por Alto está marcada para o sábado, 3 de Setembro, às 22h00. O cartel que irá à praça, instalada junto à estação de comboios da Póvoa de Santa Iria, conta com os cavaleiros Luís Rouxinol, Pedro Salvador, António Maria Brito Paes e Marcelo Mendes que vão lidar um curro de
toiros da ganadaria dos Herdeiros Bernardino Píriz. As pegas estão a cargo dos grupos de forcados amadores de Vila Franca e de Alenquer, capitaneados, respectivamente, por Ricardo Castela e Jorge Vicente. Em disputa vão estar os troféus para a “Melhor lide” e “Melhor pega”. Joaquim Sequeira e António
João “Russo” são as duas figuras locais que vão ser homenageadas por se terem distinguido na defesa da Festa Brava. A corrida é organizada pela Tertúlia Passe Por Alto, uma jovem e popular instituição que luta pela defesa da festa brava.
está marcada uma solene procissão em Honra da Nossa Senhora da Piedade acompanhada pela Banda do Grupo Dramático Povoense “Grémio”. Às 21h30, irá actuar a academia de dança Vanessa Silva, seguindo-se um espectáculo musical com Flávio Serrinha. LARGADAS DE TOIROS As festas incluem várias largadas de toiros. À 01h00 de sábado, 3 de Setembro, e de domingo, 4 de Setembro, os toiros saem à rua. No sábado as largadas prosseguem às 18h00 e no domingo às 18h30. O encerramento de mais uma edição das festas está marcado para as 00h30 com o lançamento de fogo de artifício
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Uma festa popular que continua a atrair multidões Se alguns são saudosos das festas de outros tempos na Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila Franca de Xira, outros aguardam o último dia do evento esperando ver um esplendoroso fogo de artifício. Numa cidade
às portas de Lisboa as festas populares continuam a ter peso. É a chamar a atenção de quem escolheu a freguesia para viver e a atrair visitantes de fora.
António Monteiro, coordenador de empresa de catering, Póvoa de Santa Iria
À espera de um esplendoroso espectáculo de fogo-de-artíficio Jorge Ribeiro, presidente de junta, Póvoa de Santa Iria Alda Fernandes, comerciante, Póvoa de Santa Iria
Saudades de quando as festas se realizavam perto do cais dos pescadores Alda Fernandes, uma comerciante de 59 anos a residir na Póvoa de Santa Iria há 28, tem saudades dos tempos em que as Festas em Honra de Nossa Senhora da Piedade eram realizadas perto do cais dos pescadores avieiros, na zona ribeirinha da freguesia do concelho de Vila Franca de Xira. A cidade é procurada por muita gente de fora, pela proximidade com Lisboa, mas Alda Fernandes acredita que uma festa deste tipo ajuda a cativar os que não nasceram na terra. “Mesmo as pessoas que não são da Póvoa acabam por apreciar esta festa porque existem divertimentos para todos os gostos, desde a componente religiosa, aos toiros passando pelos carrosséis”, analisa. Não se perde pelos petiscos mas faz questão de marcar presença na noite da sardinha assada e de comprar pipocas e farturas. Das largadas ou corridas de toiros é que não é fã. “Gosto muito da parte religiosa, em especial da bênção dos barcos à noite. E também do folclore, das bandas de música e de todo o divertimento associado à festa”. A vigilância deveria ser reforçada, sugere, para que a festa seja ainda uma ocasião mais especial.
Os novos habitantes da Póvoa também têm aderido às festas Os toiros, a sardinha assada, o pão e o vinho, a componente religiosa e os espectáculos musicais são os pilares fundamentais das Festas em Honra de Nossa da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, que também entusiasmam Jorge Ribeiro, o actual presidente de junta da freguesia. O autarca de 35 anos aprecia todo o ambiente da festa e admite até que poderia investir-se mais nos artistas musicais convidados não fossem as restrições orçamentais. “De alguns anos a esta parte temos privilegiado artistas ligados à Póvoa. O orçamento é tão pequeno que também não nos permite trazer grandes nomes, mas este ano voltamos a estar bem entregues”, reconhece. O autarca calcula que as festas da freguesia movimentem entre 60 a 70 mil pessoas. Os habitantes que escolheram a Póvoa de Santa Iria para morar também não vão faltar à festa. “As pessoas que têm escolhido a Póvoa para viver também se têm acostumado à forma de viver da própria cidade, aderindo bem às festas”, descreve.
É com algum cuidado que actualmente, António Monteiro, 44 anos, se aproxima para ver as largadas de toiros. Uma má experiência há uns anos levou-o a ser mais cauteloso. “Ia com os meus amigos para a arena e enfrentávamos o toiro de caras. Um amigo ficou paraplégico depois de ter caído no chão”, recorda. Não gosta por isso de ver pessoas com excesso de álcool a provocar os toiros. Todos os anos António Monteiro, coordenador de uma empresa de catering, vai pelo menos um dia às Festas em Honra de Nossa Senhora da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, cidade onde reside. É na sua opinião uma festa muito tradicional com um bom cartaz de artistas de música popular. Gosta de ir com a família comer uma sardinha assada mas já lhe custa ver as pessoas que tentam aproveitar a oportunidade para meter em sacos sardinha para levar para casa. O fogo-de-artifício é um dos aspectos da festa que gostaria de ver melhorado. “No último dia de encerramento gosto sempre de ver um bonito espectáculo de fogo-de-artifício e sinto que ao longo dos anos tem sido cada vez mais fraco”, repara.