Festas da Póvoa de Santa Iria

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34 | ESPECIAL FESTAS DA PÓVOA DE SANTA IRIA

03 Setembro 2009 | O MIRANTE

Artistas da terra, sardinha assada e largadas de toiros na Póvoa de Santa Iria Festas de 3 a 6 de Setembro para manter a tradição Avieira e homenagear a Senhora da Piedade

A

freguesia da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, recebe entre 3 e 6 de Setembro as festas em honra de nossa senhora da Piedade. Às portas de Lisboa, a Póvoa quer oferecer durante quatro dias muita sardinha assada, largadas de touros durante a noite e espéctaculos de sevilhanas apimentados com a actuação de artistas da terra, marchas populares e fogo de artifício. Um dos objectivos da Junta de Freguesia é manter acesa a tradição dos Avieiros, devotos da santa padroeira. Durante a festa, que decorre ao ar livre, nas proximidades do bairro dos Avieiros, os visitantes vão poder visitar diversos expositores de várias empresas e instituições do concelho. A arrancar as festividades está um concerto pelo grupo de cavaquinhos do Grupo Recreativo e Desportivo Bragadense (21h30) e a actuação de Marco António a que se segue o espectáculo revivalista dos Lucky Duckies. O ponto alto da festa é a noite de Sextafeira, dia 4 de Setembro, onde a sardinha assada é gratuita. A distribuição começa no recinto da festa a partir das 22h00. O vinho e o pão serão também oferecidos pela Junta de Freguesia. A noite é rematada com um festival de folclore (21h30), um espectáculo de danças sevilhanas (22h30) e uma largada nocturna de toiros a partir da uma da manhã.. Nas festas em honra da Nossa Senhora da Piedade outro dos destaques será a bênção dos barcos avieiros, sábado, dia 5, às 16h00, na zona ribeirinha. Antes a banda do Grémio dá um concerto no anfiteatro da

O ponto alto da festa é a noite de Sexta-feira, dia 4 de Setembro, onde a sardinha assada é gratuita. A distribuição começa no recinto da festa a partir das 22h00. O vinho e o pão serão também oferecidos pela Junta de Freguesia. Quinta Municipal (11h00). O dia encerra com mais largadas de touros (às 19h00 e 01h30) e com o desfile das marchas populares da Póvoa, às 21h30. “Trio Maravilha” e “Ensemble Song” estão encarregados de animar o que restará da noite. As festas da Póvoa de Santa Iria terminam a 6 de Setembro e têm para esse dia um programa especial, que começa logo pela manhã com um cortejo equestre pelas ruas (11h00), uma largada de touros às 18h30 e o espectáculo musical “Uma canção para vocês”, logo depois das 22h30. O fogo de artifício encerra os festejos quando forem 00h30

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ESPECTÁCULO. Os Lucky Duckies actuam na quinta-feira

foto arquivo O MIRANTE


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Presidente da câmara garante que Museu da Indústria na Póvoa de Santa Iria é para fazer Ideia tem cinco anos mas agora está dependente de um investimento privado

foto O MIRANTE

PARADO. Processo não avançou nos últimos 5 anos mas a intenção permanece

Em 2004 o Museu chegou a ser disputado entre Alverca e Póvoa mas ao fim de cinco anos a presidente da câmara reconhece que tudo está dependente de um terminal rodo-ferroviário e de um espaço comercial privados. A antiga fábrica dos Moinhos está completamente vandalizada.

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m 2004, as freguesias de Póvoa de Santa Iria e Alverca disputavam o Núcleo Museológico da Indústria do concelho de Vila Franca de Xira. A balança tombava para o lado da Póvoa. Em Outubro desse ano num pequeno texto publicado nas páginas centrais do Boletim Municipal, ilustrado com uma fotografia antiga de uma unidade industrial, era defendida a

localização na Póvoa de Santa Iria, enquadrada na recuperação de um antigo edifício que seria aproveitado para outras finalidades. “Há excelentes condições para a sua instalação (do Núcleo Museológico da Indústria) na Fábrica Moinhos de Santa Iria, na Freguesia da Póvoa de Santa Iria, sendo possível o espaço ser rentabilizado e reutilizado para museu e outros fins”, lia-se. Cinco anos passados nada foi feito e tudo se complicou. A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, garante que a intenção de instalar o Museu da Indústria na Fábrica Moinhos de Santa Iria se mantém. E explica o que se passa. “No local existem dois edifícios. Um deles tem interesse patrimonial e será reabilitado para ali instalar o Núcleo Museológico Industrial, mas isso será feito no âmbito da intervenção global que ali terá lugar e que envolve um terminal rodo-ferroviário”, disse a O MIRANTE.

Silo para estacionamento na Póvoa de Santa Iria pronto até ao final do ano O silo para estacionamento automóvel em Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, fica concluído até ao final do ano. A garantia foi dada pela presidente da Câmara, Maria da Luz Rosinha (PS), durante uma visita à freguesia, sexta-feira, 28 de Agosto. As obras estavam previstas acabar em Agosto, mas houve necessidade de fa-

zer alguns ajustamentos ao projecto e correcções na obra, o que fez atrasar os trabalhos, explicou a autarca. O silo fica implantado no cimo da Avenida Ernest Solvay, na Quinta da Piedade, e vai ter capacidade para cerca de 300 viaturas. A cobertura do equipamento vai ser adaptada para servir como zona de lazer.

“O terminal não está a complicar porque é um compromisso firmado, mas está a atrasar. Mas o Museu da Indústria será uma realidade”, garante, sem no entanto adiantar qualquer data. “Trata-se de um investimento privado que incluiu um espaço comercial e o promotor não tem tido condições para avançar. Contamos que a obra arranque o mais depressa possível, até porque se constituiu também como uma importante intervenção de requalificação em toda aquela zona”, diz a autarca. O MIRANTE visitou a antiga fábrica de Santa Iria que a autarca diz ter interesse patrimonial e deparou-se com um edifício ao abandono e completamente vandalizado, do qual só se aproveitam algumas das paredes. Tudo o resto são ruínas e lixo. À volta, o amplo espaço, é aproveitado para um parque de estacionamento provisório e gratuito, autorizado pela Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria que não se responsabiliza por eventuais danos que os veículos possam sofrer

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foto O MIRANTE

HOMENAGEM. A cada árvore foi atribuido um nome de defensores da liberdade

A olaia Salgueiro Maia e as azinheiras das letras que têm nomes de escritores No jardim da liberdade, a Póvoa de Santa Iria homenageia quem defendeu a liberdaA ideia foi concretizada há cinco anos. Trinta árvores foram plantadas e baptizadas com nomes de pessoas ilustres. Foi no dia 25 de Abril. Todas continuam de pé embora algumas mais fortes que outras.

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lembrança do falecido capitão Salgueiro Maia, herói do 25 de Abril de 1974, vive numa olaia, baptizada com o seu nome, no Parque Público

da Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria. A árvore faz parte de um conjunto de trinta, que têm nomes de pessoas ilustres de todo o mundo, cujos nomes estão ligados à luta pela liberdade. Ao lado da olaia Salgueiro Maia, ergue-se robusta a olaia Martin Luther King, norte-americano assassinado nos anos 60, lutador incansável pelos direitos dos negros. O jardim das árvores com nomes famosos foi inaugurado em 2004, no dia em que a revolução portuguesa comemorou o seu trigésimo aniversário. Ficou a ser Jardim da Liberdade. A

iniciativa conjunta da Câmara de Vila Franca de Xira e Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria, denominada “30 Anos, 30 Árvores, 30 Nomes”, foi um sucesso. As árvores estão todas de pé. E a maioria de boa saúde. Longe de Salgueiro Maia, noutra zona do jardim, estão três escritores ligados ao concelho. Alves Redol, Álvaro Guerra e Soeiro Pereira Gomes são três oliveiras de bom porte, atendendo a que apenas têm cinco anos. No mesmo local a oliveira Natália Correia está “gordinha” e apresenta azeitonas nos ramos apesar de ser fim

de Agosto. Che Guevara é um frondoso pinheiro que no dia da nossa visita acolhia um casal de namorados. O guitarrista Carlos Paredes é uma azinheira. E azinheiras são também o poeta José Carlos Ary dos Santos e o escritor Miguel Torga. Nelson Mandela é uma olaia. Bem magrinha, por sinal. Outra olaia que parece ter secado, tem o nome de Sérgio Vieira de Melo, o brasileiro, que chefiou a administração provisória da ONU em Timor-leste e que viria a morrer no Iraque em 2003, fruto de um atentado terrorista. Ao todo são dez olaias, dez azinheiras, cinco pinheiros mansos e cinco oliveiras. Não são mais árvores porque foi esquecida a promessa de acrescentar mais uma árvore com nome de um lutador da liberdade por cada novo aniversário do 25 de Abril. O atraso é perfeitamente recuperável. E desejável

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Uma cidade em desenvolvimento e com muitos casais jovens São muitos os casais jovens que habitam na freguesia da Póvoa de Santa Iria, situação que tem contribuído também para o desenvolvimento da localidade do

concelho de Vila Franca de Xira. As festas são acarinhadas por todos e constituem um momento de convívio e reencontro de amigos.

Aumentar os estacionamentos e os jardins Alda Fernandes, 57 anos, comerciante

É preciso fixar as pessoas

Uma repartição de Finanças na localidade

Alberto Pereira, 62 anos, comerciante

Jacinto Jorge, 67 anos, empresário

“É preciso fazer tanto por esta terra que não sei por onde começar. São necessárias infra-estruturas para fixar as pessoas e tornar a freguesia em algo mais que um dormitório. É preciso condições para que as pessoas façam compras cá”, considera Alberto Pereira. O comerciante frequenta pelo menos um dia das festas. “Não vou muito tempo porque todo o pessoal tem de ficar mobilizado para o restaurante nesses dias”, conta. “Desde que coma uma sandes de courato e beba uma cerveja preta, a festa está feita”.

Jacinto Jorge gostaria de ver surgir na Póvoa de Santa Iria uma repartição de Finanças, “para não termos de nos deslocar a Alverca”, justifica. O empresário quer ver a nova esquadra da PSP concluída rapidamente e elogia o aumento do número de escolas na freguesia. Jacinto Jorge costuma ir às festas todos os anos, e as do ano passado ainda estão vivas na memória. Lembra que “houve um problema com o gerador e é bom que não volte a acontecer, porque está lá muita gente e os comerciantes pagam para estarem presentes”, refere.

Vive na Póvoa de Santa Iria há 25 anos e tem uma opinião formada sobre o que há a fazer na sua terra. Se fosse candidata à junta de freguesia e ganhasse as eleições, as primeiras medidas que tentava pôr em prática eram: “aumentar o espaço para estacionamento e o número de jardins”, refere. A comerciante gostaria ainda de construir mais um centro de dia. Alda Fernandes costuma ir às festas da Póvoa, sobretudo na altura em que se realiza a sardinhada. Gosta dos festejos,

Faz falta um lar de idosos Susana Moreira, 34 anos, empresária A empresária Susana Moreira considera que “faz muita falta um lar de idosos” na Póvoa de Santa Iria. Os espaços verdes existem, são muitos, mas “são vítimas da falta de civismo das pessoas que levam os cães para os espaços públicos e não recolhem os dejectos que estes deixam no chão”, refere a empresária. Susana Moreira “gosta muito” de frequentar as festas da Póvoa de Santa Iria. “Sem dúvida,

Uma zona onde residem Faltam condições para muitos casais jovens os comerciantes Lucília Costa, 50 anos, comerciante

Margarida Silva, 42 anos, cabeleireira

Para Lucília Costa, que reside há dois anos na Póvoa de Santa Iria, o progresso é influenciado pelas escolas que existem na localidade, bem como pelas vias de comunicação. A comerciante considera que este tipo de infra-estruturas na freguesia “não são más”, mas tem dúvidas que sejam suficientes para toda a população. “Esta é uma zona onde residem muitos casais jovens, não é só um dormitório, tem muita indústria e comércio”, nota. A comerciante ainda não teve oportunidade de conhecer a fundo as festas da Póvoa, mas confessa que gosta dos festejos populares.

“Na Póvoa velha, falta quase tudo”. Quem o diz é Margarida Silva, que mora há 20 anos em Póvoa de Santa Iria. “Falta estacionamento, condições para os idosos ocuparem o tempo livre e para os comerciantes poderem desenvolver melhor a sua actividade”, reclama a cabeleireira. Na Quinta da Piedade, para onde se mudou recentemente, “há mais cuidados”, diz. Margarida Silva costuma participar nas festas da localidade e só tem pena de não ter mais tempo para aproveitar melhor os festejos. “Gosto das garraiadas das duas da manhã mas é raro vê-las”, revela, porque o trabalho no salão de cabeleireiro não lhe permite.

mas faz um reparo: “A festa precisa de mais espaço”. E sugere mesmo uma nova localização: a Quinta Municipal da Piedade.

Cidade tem bastantes espaços verdes Filomena Antunes, 45 anos, empresária Foi por razões profissionais que a gerente da Escola de Condução Coimbra chegou à freguesia da Póvoa de Santa Iria, onde vive actualmente. Filomena Antunes, considera que a cidade “tem tido um bom desenvolvimento”, um clima “bastante alegre” e “bastantes espaços verdes”. O problema, em seu entender, está no estacionamento, que “é um caos”. A gerente costuma ir às festas da terra.

para petiscar, visitar os stands e conviver com os amigos e os funcionários da empresa”.


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