SUPLEMENTO SAUDE E BEM ESTAR

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SUPLEMENTO

O MIRANTE

SAÚDE E BEM ESTAR SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE

Diabetes mellitus tipo 2 e Obesidade A obesidade é o principal factor de risco 11

Master Dent: serviços dentários para todas as bolsas

Ir ao dentista pelo menos uma vez por ano 4

Cuidados a ter com a exposição ao sol Muita atenção com as crianças 6

Descolamento posterior do vítreo

faz parte integrante da edição n.º 984 deste jornal e não pode ser vendido separadamente

Dr. Eduardo Lopes Oftalmologista 5

As “ doenças nervosas” mais comuns Não é possível curar só com força de vontade 2

Quantificação de risco cardiovascular e arrítmico

Quem quer garantir mais dez anos de vida? 14

Respiração oral e alergias Diagnóstico correcto e fundamental 3

Não há médicos de família porque a carreira não é atractiva

Profissionais e doentes merecem melhores condições 5

A Plenitude - apoio domiciliário trabalha para o bem-estar da população em Santarém

Uma empresa com credenciais 12

Crianças aprendem a cuidar dos dentes na Clinicalm em Almeirim

Quando ir ao dentista é uma brincadeira 13

Gravidez na adolescência tem vindo a diminuir

Defendida a continuidade da oferta gratuita de anticoncepcionais e destacada a diminuição do número de abortos. Técnicos dizem que é importante as mulheres serem mães até aos 27 anos. 15

Cidadãos querem melhor serviço de saúde Sector público cede terreno à iniciativa privada para bem das populações 10

Obesidade é um dos grandes problemas de saúde pública A Scalabisport tem dedicado muitos dos seus recursos ao combate desta epidemia

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As “ doenças nervosas” mais comuns – A Doença Depressiva

João Fialho - Médico psiquiatra Todos nós sabemos o que é “ estar em baixo” numa ou noutra altura da vida. Por vezes pode sentir-se triste e angustiado sem explicação aparente, ou então por uma razão desproporcionada, uma pequena contrariedade do dia-a-dia. Pode surgir também um cansaço tanto físico como psicológico inexplicável e inesperado sem vontade de fazer seja o que for. Há pessoas que têm dores de cabeça, alterações do sono, como dificuldade em adormecer ou acordar frequentemente de noite, ou pesadelos cansativos - “ acorda-se mais cansado do que quando nos deitamos” . O sentimento de saturação psicológica e de mal estar permanente ou quase permanente, os pensamentos negativos e pessimistas podem levar a perder quer o gosto pelas coisas que habitualmente davam prazer e satisfação, quer o gosto e o entusiasmo pela vida. A ansiedade tanto psicológica, com sensação de que está para acontecer alguma coisa negativa que não se sabe bem o que é, como física com dores musculares, cansaço físico e má disposição mais ou menos mal definida, torna-se muito frequente. Quando um quadro assim, com alguns ou todos estes sintomas, se estabelece, e se torna mais ou menos permanente, somente com ocasionais melhorias passageiras, está estabelecida uma doença depressiva que, se não for devidamente tratada pode durar muito tempo e mesmo tornar-se crónica.

A depressão é uma doença que se trata e que com o tratamento adequado se cura e permite o retorno a uma vida compensadora e satisfatória, com a plenitude das faculdades Não é algo que se possa resolver com simples força de vontade. Mas é uma doença que se trata e que com o tratamento adequado se cura e permite o retorno a uma vida compensadora e satisfatória, com a plenitude das faculdades. Em determinados sentidos a depressão pode mesmo ser mais incapacitante e grave do que uma doença cardíaca por exemplo ou diabetes, já que afecta diversas áreas do funcionamento da pessoa, tanto a nível pessoal, como familiar, profissional e social, já que prejudica tanto o raciocínio, a capacidade de concentração e de memória, como as emoções, os afectos e o comportamento de uma forma geral. Todo o funcionamento da pessoa como um todo fica afectado, sendo importante o recurso a um tratamento adequado e eficaz por forma a poder recuperar uma vida normal.

Maria João Silva Dermatologista Consultórios: Santarém - 243 328 303 Almeirim - 243 579 602


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Respiração oral e alergias. Qual a sua influência no crescimento e desenvolvimento crâneo-facial?

Patrícia Marcão Ao longo dos anos, vários estudos têm sido efectuados relativamente à função nasorespiratória e é sabido que esta tem uma enorme influência no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento não só crâneo-facial mas também dentário. A medicina, principalmente na área da otorrinolaringologia, sempre estudou o problema da respiração oral. Mais recentemente, outras áreas como a medicina dentária, a terapia da fala e a fisioterapia também se inte-

ressaram e estudaram este problema sob ópticas diversas. Qual seria a razão deste assunto estar a ser tão amplamente estudado, discutido e atendido por profissionais de áreas diferentes? A maioria das pessoas não sabe a dimensão das consequências que a respiração oral pode causar e geralmente só procura ajuda quando já é difícil reverter totalmente as alterações directamente ligadas ao problema respiratório inicial . A simples mudança de hábito, isto é, parar de respirar pelo nariz e começar a respirar pela boca (respiração oral) ou pelo nariz e boca ao mesmo tempo (respiração oronasal), provoca algumas alterações. A nível da cavidade oral podemos encontrar uma arcada dentária maxilar pouco desenvolvida, incisivos superiores muito inclinados, palato (vulgo céu da boca ) profundo e pouco desenvolvido, mordida aberta anterior, cruzada unilateral ou bilateral, língua mal posicionada durante a deglutição e fala. Quanto às características faciais clássicas encontradas no respirador oral podemos destacar: lábios descaídos, lábio superior curto, face estreita e alongada, olheiras, narinas estreitas, extensão do pescoço (que poderá ter complicações posturais),musculatura facial pouco desenvolvida e assimetrias faciais. Estes doentes também apresentam dificuldade de concentração e aprendizagem, cansaço rápido nas activi-

dades físicas, falta de ar e sonolência. Pela diversidade da problemática encontrada, poderá ser necessária a intervenção de mais de um especialista. O otorrinolaringologista irá diagnosticar a causa e prescrever o melhor tratamento naquele momento; o ortodontista fará as correções dentárias necessárias seja interceptando ou corrigindo a má- oclusão ou redirecionando o crescimento craneo-facial. O fisioterapeuta actuará sobre as alterações de postura e o terapeuta da fala reeducará as funções alteradas assim como irá garantir, através de treino e conscialização, o uso e a importância da respiração nasal. É fundamental que todos os que trabalham com este tipo de pacientes, conheçam o que cada profissional das outras áreas, pode fazer pelos respiradores orais, assim como devem conhecer os seus próprios limites. O tratamento multidisciplinar tem levado a menores hipóteses de recidivas, principalmente a nível ortodontico. No entanto, é importante ressalvar que nem todos os pacientes terão todas as alterações nem todos obrigatoriamente necessitarão de atendimento multidisciplinar. Um diagnóstico correcto e a noção do que cada um de nós pode fazer pelo caso, ditará se deveremos ou não fazer o encaminhamento para outro profissional e em que timings isto deverá ocorrer. Quem mais tem beneficiado com a sistematização de toda a problemática envolvida neste qua-

É fundamental que todos os que trabalham com este tipo de pacientes, conheçam o que cada profissional das outras áreas, pode fazer pelos respiradores orais, assim como devem conhecer os seus próprios limites dro, e com os resultados dos trabalhos conjuntos, têm sido os pacientes que, ao serem atendidos por profissionais melhor preparados, podem ter consciência dos danos ocasionados pela respiração oral e tratá-la precocemente.


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Clínica Dentária Master Dent: serviços dentários para todas as bolsas

Guilherme Acosta - Médico dentista Aberta em Santarém desde 2008, a Clínica Dentária Master Dent tem como objectivo prestar serviços dentários que cabem a qualquer bolsa. “A saúde começa pela boca”, defende o médico dentista Guilherme Acosta, proprietário da Clínica Dentária Master Dent. O clínico considera que muitas pessoas ainda não sabem como cuidar dos seus dentes, em relação a escovação, ao uso de fio dentário e outros cuidados básicos para uma higiene oral correcta. “Um dos grandes problemas devido a

essa má higiene é a cárie, que afecta uma grande percentagem da população. Se não for tratada a tempo pode ocasionar a perda de um dente”, avisa Guilherme Acosta, acrescentando que hoje em dia existem vários tratamentos para se recuperar um dente e que as pessoas, muitas vezes, não o fazem porque não têm condições económicas para pagar esses tratamentos. “ Nem todas as pessoas têm condições para pagar, por exemplo, uma desvitalização, e acabam optando por extrair o dente”, sublinha. Uma especialidade muito procurada nesta clínica é a ortodontia que corrige a posição dos dentes e dos ossos maxilares uma vez que os dentes tortos ou mal posicionados dificilmente conseguem ser mantidos limpos, podendo ser perdidos precocemente devido à doença periodontal, prejudicando a estética pessoal. “As próteses dentárias são uma das primeiras opções de tratamento, uma vez que custam menos do que colocar implantes e coroas. Algumas pessoas, com uma melhor situação financeira, optam por trocar as próteses pelos implantes”, refere Guilherme Acosta, enumerando as vantagens. Para receber um implante é preciso que a pessoa tenha gengivas saudáveis e ossos adequados para sustentá-los. “Em alguns

Muitas pessoas ainda não sabem como cuidar dos seus dentes, em relação a escovação, ao uso de fio dentário e outros cuidados básicos para uma higiene oral correcta casos pode fazer-se o implante de carga imediata, ou seja, a pessoa fica com o dente em poucos dias”, exemplifica. De acordo com Guilherme Acosta, os preços e os planos de pagamento na Clínica Dentária Master Dent são acessíveis para que a população possa melhorar a saúde da sua boca sem gastar muito e em pouco tempo. Por isso, o médico dentista aconselha a que as pessoas não deixem de frequentar um dentista pelo menos uma vez por ano pois só um dentista irá poder darlum diagnóstico correcto da sua boca. “ Na Clínica Master Dent trabalhamos com muito carinho, atenção, confiança e qualidade para lhe proporcionar o melhor que existe em tratamentos dentários”, refere.


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Descolamento posterior do vítreo

Dr. Eduardo Lopes - Oftalmologista Dr. estou a ver mosquitos. Por vezes parecem teias de aranha e às vezes parece que observo clarões (reflexos de luz), ou fios. Como aparecem as partículas flutuantes? A retina é o revestimento da zona posterior do olho de onde as imagens são transmitidas ao cérebro. As partículas flutuantes são pequenos aglomerados, que se formaram no corpo vítreo e projectam sombras na retina Com a idade, o humor vítreo inicia um processo de retracção e de afasta-

As rasgaduras da retina podem conduzir ao descolamento de retina e perda da visão mento da retina, fazendo com que as partículas flutuantes apareçam. O movimento do vítreo colapsado é responsável pelos clarões, sobretudo quando exerce tracção sobre a retina. O aparecimento das partículas flutuantes e clarões, embora na maioria das vezes seja inofensivo pode indicar presença de rasgaduras da retina. Quando as rasgaduras acontecem podem provocar pequenas hemorragias que passam para o humor vítreo. Estas hemorragias parecem, por vezes, um aglomerado de novas partículas flutuantes. As rasgaduras da retina podem conduzir ao descolamento de retina e perda da visão. Se forem detectadas a tempo tratam-se com laser de forma a provocar uma cicatriz ao redor da mesma, evitando na maioria dos casos uma cirurgia complicada e por vezes sem sucesso. Daí que o aparecimento súbito de partículas flutuantes clarões deva ser avaliado para se efectuar um exame de biomicroscopia da retina para despistar se é inofensivo ou não.

Opinião

Não há médicos de família porque a carreira não é atractiva

Dr. Luís Marçal - Médico Clínica Geral Escrever sobre a Medicina Familiar, estando fora do Serviço Nacional de Saúde, por opção própria desde Setembro de 2008 é difícil. A perspectiva é diferente, a procura é diferente as condições de trabalho são diferentes. Hoje, segundo a minha perspectiva, trabalho com uma qualidade que nunca pude atingir enquanto trabalhador do Centro de Saúde. A procura de consultas era imensa, as condições físicas do local de trabalho deploráveis (ainda se man-

Os sucessivos ministros/as com os seus passes mágicos, desconhecedores da realidade do país mais não fizeram que dividir e incompatibilizar médicos em prejuízo dos doentes têm para o colega que lá trabalha), com placas de amianto no tecto (cancerígenas), sem aquecimento no Inverno nem arrefecimento no Verão, sem luminosidade nem arejamento; enfim, um crime para o médico e utentes. Estavamos nós, doentes e médico, condenados a suportar a tortura, que se agravava cada ano, com o envelhecimento do médico e população, que cada vez mais necessitava de cuidados médicos. Depois os sucessivos ministros/ as com os seus passes mágicos, desconhecedores da realidade do país, com as Exclusividades, com os Projectos Alfa, com as Unidades de Saúde Familiar e quejandos que mais não fizeram que dividir e incompatibilizar médicos em prejuízo dos doentes. Hoje não há médicos de família porque a carreira não é atractiva quer em termos monetários quer profissionais; os senhores dos gabinetes provavelmente, tal como certo ministro, esperam nunca ter de ir a um SAP e o povo, esse, continua tal como há 40 anos.


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Publireportagem

Cuidados a ter com a exposição ao sol

Filipa Miguens Lopes de Oliveira, Farmacêutica Adjunta Substituta na Farmácia Miguens

Está a chegar o Verão! E com ele, as férias, a praia e o sol! A estrela mais próxima da terra, pode ser a nossa melhor amiga ou a nossa pior inimiga. Essa escolha depende sobretudo de nós. O sol é indispensável ao desenvolvimento da vida humana, contudo, uma exposição solar, sem que se tomem as devidas precauções, pode ser bastante nefasta para a saúde. A protecção solar assume deste modo um papel essencial para a saúde e faz do sol um amigo! Quais os efeitos do Sol? A exposição ao sol é fundamental para a produção de vitamina D no organismo. Mas....as radiações solares UVA são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele, aparecimento de rugas e manchas. A exposição às radiações UVB provoca vermelhidão, queimadura solar e estimulação de células produtoras de melanina, pigmento que origina o bronzeado. A longo prazo as lesões pelos raios UV podem provocar ou agravar o cancro cutâneo. Quais os cuidados a ter antes, durante e após a exposição ao sol? - Evite a exposição ao sol entre as 11h e as 16h, porque as radiações são mais intensas e prejudiciais; -Exponha-se de forma gradual e progressiva, isto é, exponha-se pouco tempo nos primeiros dias e vá aumentando a exposição diariamente; Aplique protector solar meia hora antes de se expor ao sol (em casa, antes de sair) e reaplicá-lo frequentemente durante o período de exposição (de 2 em 2 horas), particularmente após o banho ou quando a transpiração é abundante; - Nas horas de maior calor e de radiação mais forte vista uma camisola, use chapéu (com aba larga, para proteger orelhas, pescoço, rosto e cabelo) e verdadeiros óculos de sol (que devem bloquear os raios UVA e UVB); Não devemos adormecer ao sol; recomenda-se o movimento, devemos molhar-nos de vez em quando; - Esteja atento aos dias nublados e ventosos: os raios ultravioletas atravessam facilmente as nuvens e podem, sem que disso nos apercebamos, provocar um escaldão; - Mesmo à sombra aplique o protector solar, uma vez que as radiações são reflectidas pela areia provocando queimadura solar; - Atenção aos bebés: a exposição directa ao sol é desaconselhada no primeiro

ano de vida (os bebés só devem iniciar as épocas balneares após autorização do pediatra). Nas crianças pequenas, deve evitar a exposição directa ao sol entre as 11 e as 17 horas; - Ingerir água em abundância, ou melhor, beber líquidos em abundância e comer fruta fresca e legumes. - No caso de estar a tomar medicamentos, convém esclarecer-se junto do seu médico ou farmacêutico sobre eventuais incompatibilidades com a exposição solar. - À chegada a casa, e após o banho, recomenda-se a aplicação de uma loção adequada para, em certa medida, ajudar a reposição das propriedades cutâneas, nomeadamente a hidratação. Como escolher o protector solar? Os protectores solares não são todos iguais. Existem protectores de origem química e de origem física. Os de origem química absorvem a radiação solar, transformando-a em energia não prejudicial para as células e os de origem física formam uma barreira protectora que impede que a radiação atinja as camadas cutâneas inferiores. Existe uma grande variedade de protectores solares e a sua escolha encontra-se condicionada por uma série de factores como a idade, a sua resistência à água, o seu factor de protecção, entre outros. Deste modo, a escolha do protector solar deve ser orientada por um profissional de saúde, médico ou farmacêutico; - Os índices de protecção devem ser os

Silvia lencaStre FroiS

Psicóloga clínica PsicoTERaPia TERaPia DE casal Promoção Auto-estima, Hiperatividade, Dislexia, Insucesso escolar, Depressão, Ansiedade, Pânico, Luto, Disfunção Sexual Avaliação (competências parentais, reforma, incapacidade, tribunal) Consulta desde 25€ www.psiclinicas.webs.com - Tm. 918 732 116 Santarém, Almeirim, Rio Maior, Coruche

adequados ao tom de pele. Peles mais claras requerem índices de protecção mais elevados; - Os protectores solares devem conter filtros, físicos ou químicos, para as radiações uva e uvb; - Não devem ser utilizados filtros em crianças com idade inferior a 6 meses; - Para crianças com idades compreendidas entre os 6 meses e os 3 anos devem-se previligiar os filtros físicos que formam uma espessa camada branca sobre a pele; - Para as idades entre os 3 e os 10 anos, escolher um protector solar com filtros químicos específico para crianças; - Não compre os protectores que são vendidos em bancadas expostas ao sol, porque podem estar alterados pelo calor sendo ineficazes ou podendo induzir reacções cutâneas (isto também se aplica ao uso de protectores de um ano para o outro quando indevidamente armazenados). Regras de aplicação dos protectores solares: - aplicar protector solar sempre que existir exposição solar; - aplicar 30 minutos antes da exposição; - espalhar convenientemente em todas as superfícies expostas, incluindo lábios, mãos, orelhas, decote, pés, ombros e pescoço; - aplicar generosamente o protector solar. Não tente prolongar o seu uso com poupanças; - aplicar frequentemente promovendo a sua renovação a cada 2 horas, após transpiração e os banhos de água; - aplicar protector solar resistente à água; - verificar sempre o prazo de validade do produto a fim de garantir a sua total eficácia e prevenir alergias. Depois de aberta e sujeita às altas temperaturas da praia e do automóvel a embalagem deve ser utilizada no prazo de um mês. Como vigiar a sua pele? Nos últimos anos tem-se observado um aumento no número de casos de cancro cutâneo, dos quais o melanoma é o mais letal. Mesmo tomando todos os cuidados esteja atento a alguns sinais: - aparecimento de um novo sinal; - se um sinal passar a ter contornos irregulares; - alteração da cor ou aumento das dimensões de um sinal; - alteração da pele, comichão ou sangramento em torno de um sinal. Naturalmente que todas estas considerações são igualmente válidas para quem pratica desportos ao ar livre que implicam uma exposição prolongada. Assim, os jogadores de golfe, os ciclistas, os praticantes de jogging, etc, etc... devem aplicar um protector solar antes de iniciar a sua

Evite a exposição ao sol entre as 11h e as 16h, porque as radiações são mais intensas e prejudiciais; Aplique protector solar meia hora antes de se expor ao sol (em casa, antes de sair) e reaplicá-lo frequentemente durante o período de exposição (de 2 em 2 horas), particularmente após o banho ou quando a transpiração é abundante actividade e ir renovando a sua aplicação. O que pode esperar do seu farmacêutico? Na Farmácia Miguens o seu farmacêutico pode ajudá-lo a: - seleccionar o protector solar mais adequado à sua pele e às diferentes áreas do corpo; - orientar para os cuidados a ter após a exposição solar, para reequilibrar a pele ou aliviar o desconforto de uma queimadura solar; - informá-lo sobre situações em que deve ter precauções especiais: -algumas doenças podem ser agravadas pela exposição solar tais como: acne, eczema solar, herpes labial, ”couperose”, lupus, alergias ao sol, etc; alguns medicamentos contra-indicam a exposição ao sol por poderem induzir reacções de fotossensibilidade. Estas reacções traduzem-se normalmente por ardor, vermelhidão e mesmo queimadura. Quando estiver a tomar ou a aplicar na pele um medicamento, informe-se com o seu farmacêutico se pode expor-se ao sol em segurança. -confie no seu farmacêutico quanto ao protector solar mais adequado ao seu tipo de pele e mesmo em matérias de gostos (quanto à oleosidade ou se é mais indicado em creme, loção ou aerossol, por exemplo) bem como à zona da pele a que se destina (corpo, rosto, lábios, olhos e cabelo). Na Farmácia Miguens estamos à disposição para ajudar a tirar partido dos benéficos raios solares, para dar informações que permitam fazer uma exposição solar segura, sem correr riscos desnecessários. Em suma,devemos todos prevenir para melhor aproveitar! A Farmácia Miguens quer fazer do sol um amigo!


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Se o Estado tem um papel regulador e o sector privado da saúde tem vindo a crescer, isso significa que público e privado se complementam. Seja através de acordos, seja através de acções independentes mas complementares. Os cidadãos são os principais beneficiados com esta interacção.

Cidadãos querem melhor serviço de saúde Sector público cede terreno à iniciativa privada para bem das populações A reorganização do serviço público de saúde conta cada vez mais com a iniciativa do sector privado. Os dois sectores vão ser cada vez mais complementares... para bem dos cidadãos.

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a discussão entre serviços de saúde públicos ou privados a maior parte dos cidadãos opta por uma posição pragmática e defende o essencial. Um atendimento de qualidade. A rea-

lidade mostra que os serviços públicos não irão desaparecer mas os privados fazem cada vez mais falta para suprir as suas carências. Defensores dos dois sistemas estão de acordo num ponto. No topo das preocupações têm que estar as pessoas. E é a elas que compete decidir no momento da doença e ainda antes, quando a prevenção é essencial. Se o Estado tem um papel regulador e o sector privado da saúde tem vindo a crescer, isso significa que público e privado se complementam. Seja através de acordos, seja através de acções independentes mas complementares. Os

obesidade é um dos grandes problemas de saúde pública A Scalabisport tem dedicado muitos dos seus recursos ao combate desta epidemia “Os que não encontram tempo para o exercício terão de encontrar tempo para as doenças.” Edward Derby. A obesidade é uma doença crónica, representando actualmente um dos grandes problemas de saúde pública nos países industrializados. Tem-se assistido a um crescente aumento da prevalência da obesidade infantil. Segundo a comissão Europeia, Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças com excesso de peso. Mais de 30% das crianças entre os 7 e 9 anos tem excesso de peso ou são obesas, o sexo feminino apresenta valores superiores às do sexo masculino. A obesidade infantil é já considerada uma das epidemias do Séc. XXI e a actividade física contribui, em larga medida, para a sua prevenção. Os portugueses são de todos os povos da União Europeia

aquele que apresenta maior nível de inactividade física entre os adultos (60%). A Scalabisport reconhecendo os malefícios associados à obesidade infantil, tem dedicado muitos dos seus recursos ao combate desta epidemia, com a realização de várias actividades e implementação de vários projectos dedicados à prática da actividade física. A Scalabisport trabalha diariamente para oferecer à população do concelho as melhores condições possíveis para uma prática desportiva saudável e de qualidade, aumentando assim o n.º de praticantes de desporto e melhorando a qualidade de vida e bem-estar dos munícipes do concelho de Santarém. ImportânCIa da aCtIvIdade físICa É uma componente indispensável no crescimento e desenvolvimento infantil. A sua prática traz efeitos benéficos, não apenas para a manutenção do peso corporal mas, também, para a pressão san-

cidadãos são os principais beneficiados com esta interacção. Há cada vez mais pessoas a recorrer a seguros de saúde. Porque há serviços de saúde inexistentes no sector público de saúde ou porque a resposta dos que existem não é considerada satisfatória. Quem pode optar, fá-lo. Com a saúde não se brinca, diz a sabedoria popular. A nível dos profissionais de saúde também já vai longe o tempo em que o sector público era a melhor escolha. Há muito tempo que a situação se alterou. Médicos, enfermeiros e outros técnicos da área da saúde realizam-se profis-

guínea e resistência óssea. Crianças activas desenvolvem músculos e ossos mais fortes e têm menor risco de desenvolver problemas de saúde tais como Diabetes tipo II ou Hipertensão Arterial. A actividade física realizada na maioria dos dias da semana melhora, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a saúde nos seguintes aspectos: Reduz o risco de morte prematura; Reduz o risco de morte por doença cardíaca; Reduz o risco do desenvolvimento de diabetes; Reduz o risco do desenvolvimento de hipertensão arterial; Auxilia na redução do nível de hipertensão nas pessoas que já a possuem; Reduz sentimentos de depressão e ansiedade; Auxilia no controle de peso; Ajuda a construir e manter ossos, músculos e articulações saudáveis; Ajuda os idosos a tornarem-se mais fortes e mais aptos. Actividades Scalabisport: marchas do coração; natação; hidroginástica; Aaquafisio; desporto para seniores.

sionalmente no sector público e no sector privado. Também eles sentem que podem optar sem constrangimentos e de acordo com os seus ritmos de trabalho, convicções próprias e tipo de compensação que desejam. À possibilidade de acumulação do trabalho no público e no privado seguiu-se a possibilidade de uma opção sem constrangimentos à medida que a iniciativa privada se consolidava e proporcionava outras condições de trabalho e remuneratórias. A garantia de cuidados de saúde para toda a população vai manter-se. Os cidadãos vão continuar a exigir que o Estado funcione a esse nível. Mas pedir ao Estado que suporte todo o sector da saúde é utópico. E pedir-lhe que seja o único prestador de cuidados de saúde é completamente irrealista. Tal como em outros sectores a realidade determina a acção. Confrontados com a ineficácia de alguns serviços públicos de saúde, os decisores políticos, incluindo os autarcas, socorrem-se da iniciativa privada. Tratar das pessoas é essencial. A realidade arrasa os modelos quando a celeridade se impõe.


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Diabetes mellitus tipo 2 e Obesidade

Fernanda Carrilho Mestre em Nutrição Clínica A Diabetes tipo 2 (DM2) contribui com 90% dos casos de diabetes. Prevê-se que até 2025 aumente em mais de 50% o que significa que mais de 380 milhões de pessoas sofrerão desta doença crónica. A DM2 caracteriza-se pelo aumento dos níveis de açúcar ou glicose no sangue (hiperglicémia) devido à incapacidade do organismo processar toda a glicose proveniente dos alimentos. Existem vários tipos de diabetes:

DM2, DM1, Diabetes gestacional e outros tipos mais raros. Na DM2, a mais frequente, o pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à acção dessa hormona. Quando a insulina produzida se torna insuficiente, o organismo tem cada vez mais dificuldade em processar a glicose e surgem os sintomas de hiperglicémia. O indivíduo começa com sintomas de poliúria, polidipsia, polifagia, fadiga, visão turva, prurido, designadamente nos órgãos genitais e por vezes perda de peso. Os sintomas são proporcionais ao nível de glicemia e quando se faz o diagnóstico podem existir já complicações crónicas (na visão, por exemplo) na data de diagnóstico da doença. As complicações associadas à diabetes são muitas: as agudas e as crónicas. As agudas em que se incluem as formas de coma hipoglicémico e hiperglicémico, alarmantes e aparatosas. As complicações crónicas, muito mais frequentes instalam-se de forma insidiosa mas levando a uma limitação de qualidade de vida e de longevidade. São por ex.: Retinopatia; Nefropatia; Neuropatias; Dislipidémia; Disfunção e impotência sexual; Pé diabético; In-

fecções diversas e persistentes (gengivites, urinárias, micoses entre outras) Doença cardiovascular (HTA, doença coronária, AVC). Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, auto controlando a sua doença. Aliás, se o doente for determinado neste papel de auto vigilância, cumprimento de medicação prescrita, alimentação e exercício físico, a sua vida ficará muito facilitada. A obesidade é o factor de risco mais importante para o desenvolvimento de DM2. Cerca de 80 -90% dos diabéticos tipo 2 são obesos. A obesidade uma vez estabelecida é uma doença crónica associada a múltiplos riscos para a saúde. É um problema médico maior que continua a ser trivializado pelos media e a ser encarado no geral pela população como um problema estético sazonal, para que se adquira um “corpo esbelto” no Verão. Mas a obesidade não deverá ser tida em conta apenas como um problema estético, nem as pessoas que dela sofrem moralmente julgadas. A Obesidade e a Diabetes tipo 2 constituem um grande problema de

As complicações associadas à diabetes são muitas: as agudas e as crónicas. As agudas em que se incluem as formas de coma hipoglicémico e hiperglicémico, alarmantes e aparatosas saúde pública mas que com apoio poderão ser prevenidos e melhorar as complicações e gastos com saúde que advém das suas complicações. Dentro da Medicina Interna, a Diabetes e Nutrição tem sido a paixão que me motivou a tirar o Mestrado em Nutrição Clínica e a Ingressar no Doutoramento em Ciências da Saúde. Os indivíduos obesos e diabéticos necessitam de apoio e orientações por profissionais de saúde vocacionados para o problema; no entanto na minha prática clínica em Medicina Interna / Diabetes e Nutrição verifico também que são os indivíduos mais motivados para a aquisição de melhor qualidade de vida e de uma imagem mais satisfatória de si própria que adquirem melhores resultados.


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A Plenitude - apoio domiciliário trabalha para o bem-estar da população em Santarém Somos uma empresa legalmente autorizada pela Segurança Social Distrital de Santarém com o Alvará n.º 4/2011, na prestação de serviços de assistência domiciliária. A nossa missão incide sobre a prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a indivíduos e suas famílias quando por motivo de doença ou outro impedimento, não possam assegurar, temporariamente ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades e/ou as actividades da vida diária. Com a nossa equipa multidisciplinar asseguramos esses serviços com qualidade e humanização. Prestamos cuidados de saúde vocacionados para a população mais idosa ou pessoas em recuperação de doença ou acidente. Os nossos serviços vão sempre ao encontro das necessidades dos nossos utentes. O nosso objectivo principal é a satisfação dos nossos utentes e da sua família na prestação de diversos serviços de apoio, tais como: cuidados de higiene diários e conforto pessoal, cuidados na alimentação (idosos acamados), serviços de Medicina Geral, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia da Fala e Psicologia Clínica. Dispomos também de ajudas na higiene da casa, no tratamento de roupas e serviços de adaptações no domicílio, assim como pequenas reparações, aluguer e venda de ajudas técnicas que promovem a autonomia e bem-estar dos nossos utentes. Como complemento dos nossos serviços no domicílio temos ao dispor dos nossos utentes o serviço de Teleassistência Domiciliária e Teleassistência exterior com ou sem geolocalização, o que permite um maior descanso por parte dos familiares pois em caso de chamada seremos nós a visitar o utente ou serão automaticamente accionados os meios de emergência necessários e adequados a cada situação. Visto sermos uma empresa recente, os acordos que possuímos estão ainda em crescimento, mas o nosso objectivo é conseguir acordos com as mais diversas

O nosso objectivo principal é a satisfação dos nossos utentes e da sua família na prestação de diversos serviços de apoio, tais como: cuidados de higiene diários e conforto pessoal, cuidados na alimentação (idosos acamados), serviços de Medicina Geral, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia da Fala e Psicologia Clínica instituições públicas e privadas e seguradoras, de forma a que os nossos utentes tenham um maior leque de oferta e dessa forma possam ver assegurados cuidados de qualidade. Neste momento possuímos uma promoção para os habitantes da cidade de Santarém: para que esteja tranquilo e pensando no bem-estar dos que ama, fazemos uma visita diária ao seu familiar por apenas 100€/mês. Nestas visitas verificamos o bem-estar de quem visitamos, fazendo a medição da tensão arterial e um pouco de companhia. Inclui também visitas a casais. Para nos contactar basta ligar 243044701 / 917871323 ou ainda visitar o nosso site www.plenitude.com.pt onde vai encontrar todos os nossos contactos e mais esclarecimentos acerca dos nossos serviços.


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Opinião

Crianças aprendem a cuidar dos dentes na Clinicalm em Almeirim Destemido, Salvador, quatro anos de idade, é o primeiro a subir para a cadeira do dentista. Muito compenetrada no seu papel de médica a fingir, Jéssica, um ano mais nova, coloca a máscara protectora na boca e ouve atentamente as indicações da médica a sério. Com o espelho descartável na mão a menina observa a boca de Salvador para ver se está tudo bem com os seus dentes. Jéssica e Salvador são duas das cerca de meia centena de crianças do Infantário Conde Sobral, em Almeirim, que visitaram as instalações da Clinicalm. O objectivo daquele género de visitas que a Clinicalm iniciou há cerca de dois anos é alertar as crianças para a importância de lavar os dentes e de ir regularmente ao dentista. “Ainda há crianças que não são incentivadas a ter hábitos de higiene oral e por isso decidimos ajudar”, explica Maria Pinto Correia, directora clínica e gerente. Para a maioria das crianças aquele foi o primeiro contacto com um dentista. Maria Pinto Correia diz que é importante elas perceberem como funciona uma consulta para perderem os medos que possam estar associados a esta especialidade médica.

A médica dentista diz que os pais levam os filhos ao dentista bastante tarde. Geralmente depois de já terem nascido os dentes definitivos. “A primeira consulta deveria ocorrer na altura do nascimento dos primeiros dentes de leite. O facto de não virem ao dentista prejudica a dentição no futuro”, esclarece. Durante a visita das crianças foi possível detectar alguns dentes cariados. A médica aconselha que as crianças lavem os dentes, pelo menos, duas vezes por dia e visitem o médico duas vezes por ano. “Assim que começam a nascer os primeiros dentes de leite devem ser lavados nem que seja com um pano ou compressa. Quando começam a comer doces é muito importante que lavem os dentes com frequência”, sublinha. A acção de formação começou com o visionamento de um filme animado onde o doutor Dentolas explica a importância de ter dentes saudáveis. No final as crianças receberam uma pasta dentífrica de presente e um panfleto em que explica os cuidados a ter com a dentição. A Clinicalm foi criada há cerca de três anos com o objectivo de ser uma alternativa de qualidade ao nível da medicina oral em Almeirim. O espaço moderno dispõe quatro salas, três para medicina dentária e uma polivalente para as outras especialidades médicas. Ginecologia/Obstetrícia, Nutrição, Terapia da Fala e Psicologia são outras das especialidades médicas ao dispor dos utentes. Dentro da medicina dentária

presta consultas de dentisteria geral, dentisteria estética, reabilitação protética removível e fixa, implantologia, ortodontia e periodontologia, saúde oral da grávida e odontopediatria. Apesar de defender que a prevenção continua a ser a melhor estratégia para uma boa saúde oral, a médica den-

tista lamenta que os pacientes só recorram aos médicos quando os problemas já estão activos. A Clinicalm dispõe de uma equipa de cinco médicos

dentistas, dois ginecologistas, uma psicóloga, uma nutricionista, uma terapeuta da fala e dois assistentes.


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Opinião

Quantificação de risco cardiovascular e arrítmico

Vítor Paulo Baltazar Martins Medico Cardiologista e Arritmologista Clinica do Coração Santarém

As principais causas de morte em Portugal são o acidente vascular cerebral (AVC) e o enfarte agudo do miocárdio (EAM) e na sua génese está sobretudo a hipertensão arterial. A presença de três factores de risco cardiovascular major (tabaco, hipertensão arterial e hipercolesterolémia ) está associado a uma redução de 10 anos da esperança de vida aos 50 anos (estudo Whitehall). Na medida em que são factores de risco modificáveis, a nossa atitude não pode ser meramente expectante. A prevalência da hipertensão arterial em Portugal é de 42,6% segundo estudo recente de 2008. Menos de 50% dos hipertensos estão controlados apesar de estarem medicados. Esta percepção nem sempre é sentida quer pelo médico, quer pelo doente. Hoje, através de associações farmacológicas fixas é possível utilizar fármacos

com doses mais baixas, com menos efeitos colaterais mas com eficácia muito superior. No entanto, deve ser recordado que os medicamentos antihipertensores não são todos iguais. O medicamento mais barato nem sempre é sinónimo de potência semelhante. O papel do médico especialista é crucial no diagnóstico, no aconselhamento e acompanhamento clínico. A prática regular de exercício físico ligeiro a moderado é uma opção não farmacológica na redução do risco cardiovascular e da pressão arterial. Uma única sessão de exercício físico pode ser responsável por uma redução de 6 a 8 mmHg da pressão arterial sistólica e diastólica. No entanto, a prática de exercício não é isenta de complicações, sendo estas tanto maiores quanto for a idade, o número de factores de risco, a presença de complicações de órgão alvo ou doença cardiovascular confirmada. Em 75% dos casos de morte súbita após exercício físico com idades acima dos 35 anos foi identificada doença coronária anteriormente não diagnosticada. A medição da pressão arterial, a prova de esforço e a ecocardiografia são mandatórias nestas circunstâncias previamente a qualquer programa de actividade física. A morte súbita (MS) pode aparecer em indivíduos sãos como em portadores de doença cardíaca. É uma morte que ocorre uma hora após o início dos sintomas. É incrivelmente uma entidade ainda não codificada nas certidões de óbito. Em jovens e adultos, a maioria dos casos está relacionada com doenças cardíacas que podem ser de etiologia congénita (desde o nascimento), infecciosa, tóxica, arrítmica ou isquémica. Esta última situação decorre de processos de aterosclerose gradual e progressiva relacionada com a idade mas também com o nosso estilo de vida. Mas, na maioria dos casos, a MS é provocada por uma arritmia que é o epílogo de uma soma de factores. Medicamentos naturais (dietas de ema-

grecimento), que actuam no sistema nervoso central (antidepressivos), cardiovasculares (antiarrítmicos e outros), descongestionantes nasais ou tóxicos (cocaína, ectasy) podem provocar arritmias que podem levar à morte. A fibrilhação auricular afecta cerca de duzentas mil pessoas em Portugal. Trata-se da arritmia mais prevalente sabendo-se que o risco de AVC duplica na ausência de tratamento. No entanto, segundo dados nacionais, apenas 62% dos indivíduos estão diagnosticados e destes 74% não faz qualquer tipo de tratamento (Estudo FAMA 2010). A anticoagulação oral reverte parte significativa deste risco desde que realizada em condições adequadas. O lançamento a curto prazo de novos fármacos obviando o controlo analítico apertado vai permitir tratar mais doentes e com maior segurança. Pacemakers e desfibrilhadores implantáveis são dispositivos utilizados no tratamento de arritmias, que permitem salvar vidas e dar uma nova esperança a um número significativo de doentes. Além do tratamento das bradiarritmias e da evitação da morte súbita, a evolução tecnológica veio contemplar a monitorização em ambulatório e consequente conhecimento antecipado, de situações de elevada gravidade. Em tempo de crise, apesar das restrições orçamentais, a não realização de análises de rotina anuais e alguns testes diagnósticos após os 40 anos em sedentários ou em praticantes de actividade física

A prevenção em saúde, apesar de ter um custo inicial, tem um impacto económico e social a médio e longo prazo extraordinário, objectivável em menor abstencionismo e menor utilização de recursos terapêuticos dispendiosos regular ou mesmo mais cedo em situações particulares, pode ter consequências dramáticas nos nossos indicadores de saúde a médio prazo. Como a legislação já obriga a determinados empregadores a realização de avaliações periódicas a nível da Medicina do Trabalho, peça ao seu médico esse cuidado independentemente de estar ou não no activo. A prevenção em saúde, apesar de ter um custo inicial, tem um impacto económico e social a médio e longo prazo extraordinário, objectivável em menor abstencionismo e menor utilização de recursos terapêuticos dispendiosos. Em conclusão, a quantificação do risco cardiovascular e arrítmico e execução de medidas de âmbito organizacional, diagnóstico e terapêutico é crucial em qualquer estratégia de saúde. Esquecer esta realidade é hipotecar os nossos indicadores e o nosso futuro.


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MEDICINA DENTÁRIA

DR. BART LIMBURG Consultas todos os dias úteis, das 8.30 às 13.00 horas e das 14 às 17.30 horas. Acordos com C.G.D. e com Sams Quadros Av. Bernardo Santareno, 13 - 1º Dtº (Av. do Hospital Novo) Telef. 243332757 - 2005-177 SANTARÉM

Gravidez na adolescência tem vindo a diminuir A gravidez na adolescência em Portugal baixou de 12 para quatro por cento nos últimos 30 anos, revela um relatório que traça o perfil da saúde sexual e reprodutiva na União Europeia. O ginecologista e obstetra Miguel Oliveira da Silva, que preside atualmente ao Conselho Nacional de Ética das Ciências da Vida (CNECV), sublinha a descida da gravidez na adolescência (entre os 15 e os 19 anos) para os 4,3 por cento, em 2009, quando em 1980 se situava nos 12 por cento. Uma boa notícia que, para Miguel Oliveira da Silva, se deve ao recurso à contracepção. O especialista refere, contudo, que nesta área “ainda há muito a fazer” e recorda que “no norte da Europa essa percentagem é de um por cento”. O Norte da Europa é igualmente referido quando abordada a questão do apoio à maternidade que, segundo Miguel Oliveira da Silva, é “um gravíssimo problema em Portugal, país com as mais baixas taxas de fecundidade da Europa”. “Não substituímos a nossa população. Os portugueses não têm filhos suficientes para manter a sua população, pois morrem mais do que nascem”, disse. Para o especialista, os incentivos financeiros são importantes, mas insuficientes, pois países como a Suécia, a Alemanha e a França apoiam profissionalmente os pais. “Na Suécia, se o pai não goza dois meses de licença de maternidade, o casal não recebe qualquer apoio financeiro”, exemplificou. Ao nível da contracepção, Miguel Oliveira da Silva defende a continuidade da oferta de anticoncepcionais nos serviços de saúde, alertando para os riscos da ruptura de stocks. “É importante a fidelidade para a eficácia, nomeadamente no caso da pílula, que é a escolha anticoncepcional de 45 por cento das mulheres que a praticam”. Ao nível da infertilidade, o médico lamentou a “imensa” lista de espera nos

“Não substituímos a nossa população. Os portugueses não têm filhos suficientes para manter a sua população, pois morrem mais do que nascem” serviços públicos de saúde para estes tratamentos, ao contrário do que acontece nos privados. “É preciso explicar à população as vantagens em ser mãe mais cedo, nomeadamente antes dos 27 anos”, disse. Por último, Miguel Oliveira da Silva destaca a diminuição do número de abortos em Portugal em 2010, mas alerta que “podia ser maior”. “Precisamos de saber porque faltam as mulheres às consultas de planeamento familiar, após a interrupção da gravidez, e discutir se esta continua a ser paga ou sujeita a uma taxa de moderação”.


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