Caderno de orientação - Assim se faz arte

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Caderno de Orientação Assim Se faz arte


Os Cadernos de Orientação são materiais pedagógicos do programa Paralapracá destinados a profissionais que trabalham na Educação Infantil. Eles fazem parte da Coleção Paralapracá. Cada caderno aborda um eixo formativo – assim como a série de vídeos que também compõe a coleção – e visa apoiar os educadores na sua prática. Nas próximas páginas, há um conjunto de orientações ou sugestões de como explorar os materiais e referências pedagógicas do programa, além de como envolver todos os que fazem parte do processo educativo – crianças, famílias, membros da comunidade, educadores, instituições de Educação Infantil e escolas. Este caderno está organizado da seguinte forma: 1. Título 2. Participantes

Crianças

Professores COORDENADORES GESTORES

instituição de educação infantil

comunidade

3. Materiais

sacola paralapracá

Acervo da Coleção Paralapracá, composta por Cadernos de Orientação, Cadernos de Experiências, Almanaque Paralapracá, Estação Paralapracá e série de vídeos Paralapracá. 4. Seções cá entre nós

Esta seção traz questionamentos, reflexões e provocações para o educador pensar.

para fazer

Esta seção trata da proposta de trabalho em si. Nas sugestões, em destaque:

intenção

dicas

saiba mais

Esta seção está voltada ao público que quer ir além, aprofundar-se por meio da consulta a livros, sites, revistas, etc.

Agora que você já sabe como este caderno está organizado, é só fazer acontecer!



O Caderno de Orientação Assim se Faz Arte é uma publicação do programa Paralapracá. O programa é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil criada em 2009, por meio de uma parceria entre a Avante – Educação e Mobilização Social e o Instituto c&a. O Paralapracá foi implementado em diversos municípios e teve sua eficácia reconhecida pelo Ministério da Educação (mec) em 2015, quando passou a integrar o Guia de Tecnologias Educacionais do mec. O programa é uma metodologia da Avante, passível de ser implantada em regime de parceria em qualquer localidade brasileira. Esta publicação faz parte da Coleção Paralapracá e está licenciada sob a Licença Creative Commons Atribuição Internacional 4.0 (CC BY 4.0). Para ver uma cópia desta licença, visite <https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_br> ou envie uma carta para Creative Commons, PO Box 1866, Mountain View, CA, 94042, Estados Unidos.

Realização Avante – Educação e Mobilização Social Instituto C&A Concepção Avante – Educação e Mobilização Social Equipe de elaboração da Coleção Paralapracá Coordenação editorial Mônica Martins Samia Autoria Ana Luíza Lopes Brito Mônica Martins Samia Leitura crítica Luciana Dias Maria Thereza Marcilio

Atualização de conteúdos da 3a edição Jana Fragata Revisão técnica da 3a edição Janine Schultz Produção editorial da 3a edição Sandra Mara Costa Revisão ortográfica Mauro de Barros Projeto gráfico, editoração e ilustrações Santo Design


Sumário O educador e o processo criativo

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As técnicas plásticas

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Apreciação de imagem

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Exploração de materiais

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Ilustração também é arte

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Contextualizando as experiências

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Compartilhando o processo vivido

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Assim se faz arte Arte é uma celebração da vida. Hebert Read


Este caderno de orientação falará, especificamente, de uma manifestação artística que nos liga à representação visual, as artes visuais. Esta manifestação tem como característica produzir e compartilhar formas visuais (imagens e objetos), dentro das diversas linguagens, como o desenho, a pintura, a escultura, a modelagem, a fotografia, a instalação, entre outras. Com este material em mãos, abra o baú de memórias da sua infância e retire dele uma experiência relacionada à linguagem das artes visuais. Você gostava de desenhar, recortar e colar ou pintar? Ia a alguma exposição? Apreciava imagens em livros ou revistas? Qual era a sua relação com as artes visuais? Você sabia que experiências pessoais com as artes visuais têm influência sobre as possibilidades de planejar experiências dessa natureza junto às crianças? Tudo aquilo que um professor propõe, planeja e oferece para suas crianças tem como base suas próprias referências. Você já parou para pensar nisso? Segundo Monique Deheinzelin, “a arte é um vasto campo de conhecimento humano, certamente o mais misterioso e belo de todos. De difícil definição, o que mais se pode fazer é maravilhar-nos com seus frutos, que são sempre precursores da época vindoura”. Enfim, arte é tudo aquilo que expressa a rela-

ção do homem com o mundo. E esse mundo é tão grande! Nele, encontramos diferentes cores, aromas, texturas, ideias, formas, sabores, conceitos… Uma infinidade de possibilidades de representações do real e do imaginário. Então, por que e para que fazer tudo igual e trilhar sempre os mesmos caminhos? A arte pede liberdade! Venha, aproxime-se, experimente viver um pouco mais experiências relativas às artes visuais! Um bom começo é explorar os materiais do Paralapracá, como o Almanaque Paralapracá, o Estação Paralapracá e o vídeo e o Caderno de Experiências Assim se Faz Arte, que trazem reflexões e ideias interessantes, oferecendo possibilidades diversas para organizar práticas que envolvem fazer e sentir a linguagem das artes visuais. Aprecie e trilhe novos caminhos criadores! E não se esqueça de que, além desses materiais, as vivências pessoais com o universo das artes é parte importante da sua formação, as experiências ligadas às artes visuais, por exemplo, acontecem a partir de um entrelaçamento de ações (fazer, ver e discutir), promovendo um rico processo criador que necessita ser vivido para compreendê-lo. Então, mãos à obra, entre no universo das artes visuais!

Nota técnica: O eixo Assim se Faz Arte do programa Paralapracá refere-se, especificamente, às artes visuais, que é uma das linguagens artísticas.

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O educador e o processo criativo   ■ SÉRIE DE VÍDEOS

Cá entre nós Que descobertas, sensações e emoções a arte é capaz de provocar nas pessoas? Em que momentos da sua vida, você se permite usar a livre expressão das suas ideias, dos seus sentimentos? Você já vivenciou a liberdade de criar algo ligado a uma linguagem artística? E as crianças da instituição, também já tiveram essa oportunidade? Qual é o papel do professor em relação às experiências estéticas propostas na instituição de Educação Infantil?

A arte é uma manifestação, às vezes em grupo, às vezes pessoal, de uma ideia, uma sensação, um sentimento. Enfim, uma manifestação humana, que não tem um compromisso com uma função específica. Isso é que é libertador na arte. Stela Barbieri

Pra fazer 1º MOMENTO

Que tal, em um dos encontros pedagógicos, refletir coletivamente sobre o sentido da arte? É importante que todos comuniquem suas idéias sobre o que é arte? Quais são as formas de expressão artística? O que significa processo criativo? Como podemos usar a livre

Ampliar a compreensão dos educadores sobre o processo criativo, para que construam experiências coerentes relacionadas à linguagem das artes visuais junto às crianças.

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expressão? O que são experiências estéticas? 2º MOMENTO

Após essa reflexão inicial, assista ao vídeo Assim se Faz Arte, da Coleção Paralapracá, leia as informações a seguir e faça associações e comparações entre os saberes do grupo e as ideias de outros professores, especialistas e crianças. O que é convergente? Que ideias podem ser incorporadas à prática da instituição? Há discordâncias? Elas podem ser boas razões para novas pesquisas!

Entende-se que o desenvolvimento do processo criativo na formação do indivíduo é importante pelo que contribui tanto para sua humanização quanto para a compreensão de um ser/estar cultural, sendo o ensino da arte um dos campos privilegiados para desencadear estas funções. Isabel Petry Kehrwald

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar! Eduardo Galeano, em O livro dos Abraços

Assim como Diego, que precisou de ajuda para poder OLHAR o desconhecido, as crianças também necessitam de uma mediação para aprender a ver, de forma mais efetiva, as coisas do mundo. As manifestações artísticas ultrapassam A qualidade dessa mediação potencializa a aprendizasempre seu tempo e se prestam a múltiplas gem e desenvolve a sensibilidade das crianças em ree novas apreciações, sendo cada uma delação às manifestações artísticas. las nova, diferente e completa em si mesOlhamos o mundo a partir do repertório pessoal ma. O importante é percebermos que as que vamos acumulando ao longo da vida. Esse acerinformações e o conhecimento desenvolvo de imagens, palavras, sons, cores, texturas, formas, vem nossa percepção, direcionam nosso etc. é que nos possibilita interagir com as experiências olhar, preparam nossa sensibilidade, perartísticas e atribuir sentido a elas. Por isso, cada um mitindo explorar esteticamente uma obra. tem uma experiência pessoal com cada manifestação cristina costa artística, não havendo nenhum sentido buscar uma interpretação única para a arte. Então, qual é o papel dos educadores em relação a linguagens artísticas, mais precisamente, neste caderno, a linguagem das artes visuais? Bem, aqui vão algumas possibilidades:

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Ampliar o repertório das crianças em relação às arNinguém cria do nada. Toda criação tes visuais (pintura, escultura, fotografia, instalação, emerge desse acervo pessoal que vai se etc.) através do acesso a produções artístico-cultuconstruindo a partir das experiências virais de qualidade. vidas. Dá para perceber, então, a impor Dar espaço para a manifestação dos sentimentos e tância da instituição de Educação Insensações provenientes da apreciação de imagens e fantil, não é? As crianças pequenas objetos artísticos ou não, dentro de uma diversidade, mostram-se livres para explorar o novo, e sem buscar consensos ou respostas padronizadas. este, por sua vez, traz inúmeras possibili Ampliar a capacidade criadora das crianças através dades para ricas aprendizagens. de experiências em que elas possam se expressar livremente, a partir do contato com referências como obras de arte, imagens em geral, objetos, etc. Oferecer às crianças visitas a espaços expositores da produção artístico-cultural. Valorizar a cultura local e global e torná-la parte do projeto político-pedagógico da instituição e da rotina das crianças. Possibilitar às crianças uma dinâmica pesquisadora/transformadora através da exploração e experimentação de variados suportes e materiais. Então, vamos compartilhar, mostrar, propor e permitir às crianças uma caminhada pelo universo das artes visuais. 3º MOMENTO

Para este terceiro momento, seria interessante reunir diferentes produções das crianças (colagens, pinturas, desenhos, modelagens, construções) para que, juntos, reflitam sobre as experiências dentro da linguagem das artes visuais desenvolvidas na instituição. Algumas questões são fundamentais para orientar a discussão:

Qual a intenção das experiências propostas? O que as produções expressam? Elas foram desafiadoras para as crianças? Que tipos de experiência são valorizados — as cópias ou a livre expressão? Houve uma preocupação maior com o produto final, direcionada pelo adulto, ou com o processo criativo das crianças? É possível perceber a autoria das crianças ou as produções são muito semelhantes? Será que o belo é sempre o perfeito, é o “retrato” da realidade? Ao apreciarmos as produções das crianças, perceberemos o seu desenvolvimento na linguagem plástica. Essa dinâmica também se torna importante para ressignificar planejamentos, pensando em diferentes estratégias para favorecer novas aprendizagens. Além disso, essa apreciação trará uma importante reflexão acerca da necessidade de um espaço em que a autoexpressão seja o foco no desenvolvimento dos trabalhos gráficos das 11


crianças. Propiciar uma liberdade expressiva para os pequenos, a partir do contato com diferentes imagens, materiais e suportes, desafiando-os no seu fazer, é proporcionar um caminho autoral, além do exercício das funções simbólicas1, presentes no universo da Educação Infantil! Para isso traga para as experiências diversos elementos que ampliem o conhecimento das crianças em relação ao objeto artístico: desenhos animados, filmes infantis, imagens de obras de arte e objetos tridimensionais. Proponha transgressões, como desenhar um objeto tridimensional, criar esculturas de papel, utilizando a técnica da dobradura, pintar em diferentes suportes, pintar seguindo o ritmo de algumas músicas, imitação de personagens de algumas obras de artistas famosos. Será um excelente exercício para fugir do estereótipo e da cópia, enriquecendo o espaço criador. 4º MOMENTO

Criar significa mais do que inventar, mais do que produzir algum fenômeno novo. Criar significa dar forma a um conhecimento novo que é ao mesmo tempo integrado em um contexto global. Nunca se trata de um fenômeno separado ou separável, é sempre questão de estruturas. Através da forma criada, se intensifica um aspecto da realidade nova e com isso se reformula a realidade toda. Por essa razão, o processo de criar significa um processo vivencial que abrange uma ampliação da consciência; tanto enriquece espiritualmente o indivíduo que cria como também o indivíduo que recebe a criação e a recria para si. Fayga Ostrower O livro Interações: onde está a arte na infância?, de Stela Barbieri, é uma importante referência para o planejamento de práticas em artes visuais. A autora discorre sobre exploração de materiais, a utilização das imagens e sobre a organização dos espaços e materiais.

Que tal ampliar esta proposta em um próximo encontro pedagógico? Seria difícil para qualquer pessoa oferecer às crianças experiências criativas ligadas às artes visuais sem que ela própria não tenha passado por uma experiência semelhante. Então, o que acha de colocar a mão na massa organizando momentos de exploração e experimentação, dentro dessa linguagem artística, para professores e funcionários da sua instituição? Isso mesmo, incluir os funcionários, quando possível, é uma estratégia para que todos possam compreender a importância das experiências desenvolvidas com e pelas crianças. Além disso, certamente você encontrará alguns talentos, por vezes escondidos, que poderão ser parceiros neste processo formativo, quer seja pelas suas vivências ou por suas habilidades. Cada um poderá mostrar a sua criatividade, construindo individualmente 1. A função simbólica é, basicamente, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação. Como nos esclarece Lino de Macedo (1994), esta substituição significa que a criança já é capaz de duplicar objetos ou acontecimentos por uma palavra, por gestos, por uma lembrança, ou seja, é capaz de evocá-los em sua ausência. Para Piaget, a função simbólica é o que possibilita esta complexa substituição. Tal conquista é de fundamental importância, pois inaugura novas qualidades de interação sujeito-meio. O que até então ocorria de modo direto, através do corpo e no plano das ações, se amplia e passa a incluir a interação mediada por imagens, imitações, jogos simbólicos, evocações verbais, desenhos, dramatizações. Poder substituir objetos ou acontecimentos por seus equivalentes simbólicos é agir “como se”, representando. Trata-se, portanto, do principal “exercício” realizado durante a primeira infância, no reino do faz de conta – universo lúdico que as linguagens artísticas potencializam, pois um de seus eixos compreende a criação, a invenção, um fazer atrelado às possibilidades de simbolizar a diversidade dos modos de existir.

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ou em grupo. Utilize para isso diferentes técnicas plástiO vídeo Assim se Faz Arte traz inúmeras cas: a pintura, o desenho, o recorte e colagem, a modepropostas para enriquecer as experiênlagem, a impressão, entre outras. Não há regras. A procias. Explore esses materiais e crie! posta é a livre expressão. É interessante ter à mão alguns recursos como imaÉ possível perceber, em muitas escolas, o gens diversas, livros, tintas, jornais, revistas, cola, himonitoramento do processo criativo e o drocor, tesoura, papel, papelão, fita adesiva, tecidos, controle do imaginário através de disposucatas, etc., que podem incrementar ainda mais as sitivos que impedem manifestações soproduções. cialmente divergentes ou criativas, como Lembre-se: o objetivo desta proposta não é julgar os procedimentos que subjazem nos plaou avaliar o desempenho dos professores nas suas nos de ensino, na escolha de repertóproduções, mas desenvolver o próprio processo criarios e conteúdos, nas festas escolares, nas dor através do contato com a diversidade de mateapresentações estereotipadas, nas mosriais, explorando e descobrindo novas possibilidades, tras de trabalhos, nos concursos de gafazendo junto, refletindo e, principalmente, se expresrotinhas, entre outros. Estes compõem sando. um currículo oculto que manipula e nega Como bem disse a educadora Stela Barbieri no vípercepções, emoções e conhecimentos. deo Assim se Faz Arte, da Coleção Paralapracá, “essa Isabel Petry Kehrwald flexibilidade que existe na área de artes pode ajudar muito as pessoas no seu desenvolvimento, na vida, em encontrar caminhos (…)”. Proponha experiências com diferentes suportes e materiais.

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Lá barbieri, Stela. Interações: onde está a arte na infância? São Paulo: Editora Blucher, 2012. COSTA, Cristina. Questões de arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico – 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2004. dias, Karina S. Formação estética: em busca do olhar sensível. In: kramer, Sônia e leite, Maria Isabel (Orgs). Infância: fios e desafios da pesquisa. Campinas: Papirus, 1999. GARDINI, Lella et al.; tradução: Ronaldo Cataldo Costa. O papel do ateliê na educação infantil. Porto Alegre: Penso, 2012. KEHRWALD, Isabel Petry. Processo criativo: para quê? Para quem? Disponível em: ‹http:// www.artenaescola.org.br›. MACEDO, Lino de. A perspectiva de Jean Piaget. Série Ideias, n. 2. São Paulo: FDE, 1994, p. 47-51. OSTETTO, Luciana E. et al (Orgs.). Arte, infância e formação de professores: autoria e transgressão. Campinas: Papirus, 2004 (Coleção Ágere). OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 134. SZPIGEL, Mariza; IAVELBERG, Rosa e CARMONA, Yara. Arte na sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 1995. Conheça também o material do projeto Trilha das artes nos sites ‹www. avante.org.br› ou ‹www.impaes.org›. Site: ‹www.artenaescola.org.br›. Para saber mais sobre função simbólica e desenvolvimento infantil: ­PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro, Zahar, 1971.

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As técnicas plásticas

Cá entre nós Você explora diferentes técnicas plásticas com o seu grupo? Por que explorar diferentes técnicas plásticas favorecerá uma aprendizagem em artes visuais?

Pra fazer A linguagem pictórica permite à criança traduzir plasticamente, através da ação corporal sobre a matéria colorida, suas experiências visuais. A imaginação provocada, diante do percebido, invade a criança com imagens e ideias, impulsionando-a a investigar e ver o mundo. Tornando-se importante canal de organização simbólica ao lhe permitir reestruturar ludicamente suas experiências cromáticas e compartilhá-las com os outros.

A grama desenha o verde a árvore desenha o céu o vento desenha a nuvem a nuvem desenha o rio e o homem desenha o tempo na exatidão do sonho. Almicar de Castro Explorar diferentes técnicas plásticas a fim de promover o conhecimento em artes visuais através dos variados procedimentos ligados a cada uma delas.

Sandra Richter

Cada técnica plástica traz características próprias para serem exploradas. Então, vamos lembrar algumas das técnicas que podemos utilizar em experiências com as crianças da Educação Infantil: 15


Desenho Técnica plástica que explora o elemento linha. Podemos utilizar diversos materiais nesta técnica como o lápis, o giz, o pincel, o carvão, entre outros. Pintura Quando falamos desta técnica, lembramos logo do elemento cor, pois através dela as cores se misturam, acontecendo as transformações e o aparecimento de novas cores. Modelagem Técnica que trabalha com a transformação do bidimensional em tridimensional, promovendo, assim, a exploração do material concreto: a argila,

a massa de modelar. Impressão O nome já nos revela que esta técnica está ligada a produzir marcas, carimbar formas. Recorte e colagem Técnica que explora o elemento forma. Construção Basicamente, é uma técnica que nos remete ao tridimensional, montagem com caixas, objetos com certo volume, também conhecidos como materiais não estruturados, como carretéis de linhas vazios, rolos, pedaços de canos, etc.

Ao experimentarem as técnicas plásticas, as crianças perceberão que cada uma delas tem um procedimento em particular. A organização para realizarmos uma pintura não é a mesma quando realizamos um desenho ou recorte e colagem. Os materiais se diferem em cada uma das técnicas, bem como os cuidados com estes, com o espaço e com o próprio corpo. As técnicas são um meio, e não o fim, de uma expeLembre-se de que a exploração da maioriência em artes visuais. Elas servirão como um camiria dessas técnicas possibilitará às criannho a seguir dentro de um planejamento intencional. ças um campo fértil e rico em novas posMesmo uma experiência como um desenho dentro de sibilidades que ampliarão o repertório uma temática livre pode se constituir em algo desafiaexpressivo por meio de diferentes linguador, como um desenho com carvão, ou um palitinho gens plásticas. molhado na tinta. Pense nisso! Brincar de desenhar com o dedo molhado na tinta será uma rica experiência para as crianças muito pequenas (de 2 e 3 anos). Elas deixarão uma infinidade de marcas nos suportes: grossas, finas, retas, confusas, coloridas. Para isso cabe a você criar intervenções ou combinados que farão aparecer essa diversidade plástica.

Lá DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. 4ª ed.rev.ampl. Porto Alegre: Zouk, 2010. RICHTER, Sandra. Criança e pintura: ação e paixão de conhecer. Porto Alegre: Mediação, 2004. richter, Sandra Regina Simonis. Crianças pintando: experiência lúdica com as cores. Suzana Rangel Vieira Cunha (Org.). As artes do universo infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.

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Apreciação de imagem ■ almanaque paralapracá

Cá entre nós O que as crianças aprendem fazendo apreciação A leitura de uma obra de arte é uma aventura em que cognição e sensibilidade se de uma imagem? Que critérios são importantes considerar para esco- interpenetram na busca de significados. lher as imagens que serão apreciadas pelas crianças? Analice Pillar Como se pode propor a apreciação de imagens?

Pra fazer No vídeo Assim se Faz Arte, da Coleção Paralapracá, Stela Barbieri afirma: “O ensino está conectado com o seu tempo, bem como a criação em arte. Muitos artistas modernos e contemporâneos mostram, através de suas produções, impressões, questionamentos acerca do mundo, apresentando um rico material para ser compartilhado com as crianças de diferentes idades, favorecendo o conhecimento referente a este universo”. Você já apreciou uma obra de arte (pintura, escultura, gravura, fotografia, instalação, etc.) com as crianças? Ao refletirmos sobre apreciação e como olhar para as obras de arte com as crianças, o primeiro passo é

Aproximar-se do universo cultural através do contato com imagens de obras de alguns artistas regionais e/ou nacionais, além de perceber a diversidade por meio de diferentes representações.

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saber que as experiências em artes visuais envolvem três ações: Apreciação

Ação que necessita de um olhar atento para a imagem selecionada, ela promove uma interação com os elementos da linguagem visual (cor, linha, forma, espaço, volume, textura, entre outros), além de abrir um espaço discursivo acerca do impacto que a imagem causa em cada um. Ela tanto pode ser agradável como desagradável, se relacionando com sentimentos particulares: medo, alegria, tristeza, raiva, amor, entre outros. Aqui, o gosto se discute. Fazer artístico

Ação de experimentar, explorar materiais, suportes e técnicas plásticas. Esta ação pode ou não estar ligada a apreciação. Reflexão/contextualização

Ação que enfoca o processo vivido, desde a seleção de uma temática até os desafios, as descobertas, os interesses grupais e pessoais, através de relatos e discussões referentes à diversidade das produções. Não esquecendo que nenhuma dessas três ações tem um lugar de maior destaque em relação às outras, elas dialogam entre si, tecem um caminho em zigue-zague, promovendo encontros em diferentes direções. Uma experiência poderá ser iniciada com a apreciação, que promoverá um fazer plástico. Outra experiência poderá partir de uma reflexão acerca de produções anteriores das crianças e finalizar com a apreciação das obras de artistas com uma posterior discussão acerca de estilos, ou diferentes formas de representar uma mesma temática. O importante é construirmos uma dinâmica em que as três ações deverão ser exploradas dentro de um espaço, questionador e desafiador. O segundo passo é selecionar a imagem de uma obra. Dê preferência à de um artista ligado à arte moderna ou contemporânea. Não esqueça de incluir na sua lista os artistas da sua região. Atualmente, as imagens das obras de arte estão muito acessíveis e a internet é um enorme menu. Só nos resta fazer boas escolhas! Não esqueça, você precisa ler a imagem antes de mostrá-la às crianças. Este momento pessoal favorecerá o exercício da pesquisa em artes visuais através de questionamentos, de descobertas e apropriações. A obra selecionada deve ter como tema algo que 18

Ao oferecer imagens para as crianças muito pequenas, lembre-se de que elas também olham com os dedos. Sendo assim, as imagens, além de estimulantes, precisam estar fixadas em uma base, como o papelão, para que resistam a essa apreciação tão sensorial. Para que o professor trabalhe com a apreciação de obras de arte com as crianças, é preciso que ele investigue o assunto com o qual vai trabalhar. E, acima de tudo, que esteja atento para a investigação das crianças. Sabemos que é fundamental que as informações tenham significado para quem aprende, ou seja, que estejam relacionadas com o que a pessoa já sabe e sobre o que se pergunta. Por isso, perceber por meio da observação e da escuta o que as crianças já sabem e o que desejam saber, possibilita ao professor intenções claras na escolha do que (conteúdo) e de como (didática, estratégia) apresentá-lo às crianças. Stela Barbieri


possa despertar o interesse da criança — animais, figura humana, jardins, casas — ou estar relacionada com um projeto desenvolvido pelo grupo. É assim que o CEI Juracy Magalhães, de Salvador · BA,

[…] a obra de arte é linguagem, uma produção humana que transmite ideias e estimula sentimentos. O contato do olho do leitor com a obra de arte gera significações e promove a construção de conhecimento, pois envolve associações que vão compondo o repertório de cada um em relação ao mundo da arte. A experiência do fazer artístico, mesmo sem a intenção de se tornar um artista, possibilita a vivência de um processo criativo em suas etapas de produção. Isto, sem dúvida, também nos aproxima significativamente da arte. Anamélia Bueno Buoro

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estrutura a linguagem de artes visuais. Para selecionar Veja esta experiência no vídeo Assim se as obras são considerados temas relacionados aos proFaz Arte, da Coleção Paralapracá. jetos. Além disso, outro critério utilizado pelas professoras é que as imagens tragam para as crianças a aproximação com os elementos das artes visuais — para isso, estes precisam estar em destaque. E quais são os elementos das artes visuais que compõem uma imagem? a linha É o encontro de vários pontos ou o rastro deixado por um deles em movimento. Há uma variedade delas: a reta, a horizontal, a vertical, a inclinada, a circular, a curva, a quebrada. a forma É o encontro das linhas ou o surgimento de espaços deixados por marcas de cores e texturas a cor Está ligada às coisas do mundo, tudo que vemos tem cor. Divide-se entre as cores primárias (azul, vermelho e amarelo), as secundárias (mistura entre as cores primárias),

as quentes e frias e as complementares. a textura É a percepção da superfície dos objetos. Pode ser tátil ou visual (representação gráfica das superfícies). o volume São as dimensões de um objeto, que pode ser: bidimensional, com duas dimensões (altura e largura), ou tridimensional, com três dimensões (altura, largura e profundidade). o espaço Este elemento está diretamente ligado ao suporte (papel, tecido, parede, chão, entre outros).

Com a imagem em mãos, pense em questões provocativas para fazer às crianças, como:

O que vocês estão vendo nesta imagem? Quais são as cores que aparecem nela? E as formas? Como o artista construiu esta imagem? O que você mais gostou na imagem? E o que você não gostou? Que gesto ou movimento o artista fez com a mão para fazer essa pincelada? Este é o princípio de uma atitude investigativa, do tipo que se pretende que as crianças desenvolvam progressivamente, nas diferentes linguagens. Ao apreciar, cada criança terá oportunidade de construir hipóteses em relação a esse objeto comum a todos e que pertence a uma história regional ou universal. É um diálogo entre o que já se sabe e o que está se conhecendo do novo. E como é bom ouvir histórias, mesmo que sejam contadas em outras linguagens, como a das artes visuais. Saiba que uma questão pode abrir espaço para outras questões. As nossas mediações em relação à 20

O mundo contemporâneo é o mundo da cultura visual. Vemos imagens em todos os lugares e não apenas nos espaços expositores, como os museus e galerias. Sendo assim, pense em explorar outras imagens, além de obras de arte. Que tal utilizar a imagem de uma propaganda? Ou uma embalagem de um produto consumido no dia a dia? Algumas trazem a diversidade relacionada aos elementos das artes visuais. E que tal apreciar também imagens reais? Para isso, convide as crianças para um passeio pelas ruas vizinhas, apreciem as casas, as árvores, suas cores, formas, texturas, imagens nas paredes ou cartazes. Muita coisa vai ser descoberta e valorizada! Bom passeio! Os bem pequenos podem coletar folhas e pedras, durante esse passeio, catalogando-as/arquivando-as posteriormente para alguma experiência futura.


apreciação de uma imagem podem ser diversas, elas acontecem a partir de uma intencionalidade em relação à imagem selecionada, seja ela na exploração da relação entre os elementos e os sentimentos ou na exploração do espaço do suporte, bem como da comparação entre estilos de pintar um mesmo tema e por aí vai. Use a sua imaginação e mergulhe no ato de apreciar! E, para finalizar essa experiência, nada como um exercício de criação! Então, que tal você sugerir a cada criança a criação Esta proposta foi pensada para criande uma imagem pessoal associada à imagem selecioças de 4 e 5 anos. Mas é possível adaptánada? Ela poderá ser de uma obra de arte ou não. Será -la para crianças menores com a ideia do um prazer para elas. Brincando no Espelho, proposta na seção No vídeo Assim se Faz Arte, da Coleção ParalapraMiudinha, do mês de maio, do Almanaque cá, há uma mostra disso, quando uma criança relacio­Paralapracá. Nesse caso a apreciação será na sua própria produção à obra de uma artista. Ela diz: da própria imagem, e não de uma imagem “Na da Tarsila não tinha o coração, então eu coloquei artística. Experimente perceber como os um coração”. “miudinhos” se veem! O momento do fazer artístico a partir de referências artísticas (músicas, vídeos, fotografias, imagens de obras de arte, entre outras) é um tipo de estratégia que oferece muitas possibilidades para criar. Ao ter em mente várias possibilidades e referências para criar, é importante que todos — crianças e adultos — se desprendam da ideia de copiar ou simplesmente reproduzir uma referência. Para isso, uma boa estrategia é que a referência não seja única, isto é, ao apresentar um artista, que sejam mostradas três ou mais obras de sua autoria. Apreciar várias obras funciona melhor como inspiração, como referências repletas de possibilidades. E é nesse momento que a liberdade precisa estar presente para que cada criança possa demonstrar, na sua produção, sua percepção sobre o objeto artístico, bem como sua organização em relação aos materiais e suportes e sua forma pessoal de explorar os elementos das artes visuais. E o que você fará com toda essa produção das crianças? Organize um espaço para expor essas produções, pois a imagem só tem efeito se puder ser apreciada. Pode ser um mural dentro ou fora da sala. Uma coisa puxa outra: agora as imagens produzidas pelas crianças poderão ser alvo de uma interessante reflexão sobre o ato criador. Preste atenção na fala de Flávia Mendes, do cei Juracy Magalhães, que aparece no vídeo, sobre o processo de reflexão. Ela relata a riqueza desse momento para que cada criança se perceba autora do que produziu, falando do seu processo de criação, dos desafios e dos pontos positivos, dos seus sentimentos em relação à sua produção e à do outro (do artista ou do colega).

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Lá BARBIERI, Stela. Interações: Onde está a arte na infância? São Paulo: Blucher, 2012. BARBOSA, Ana Mae. A Imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991. BUORO, Anamélia Bueno. Olhos que pintam: A leitura da imagem e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/ Cortez, 2002. COLL, César e TEBEROSKY, Ana. Aprendendo arte: Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2004. PILLAR, Analice Dutra et al (Orgs.). A educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação, 1999. OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1987.

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Exploração de materiais ■ SÉRIE DE VÍDEOS ■ almanaque paralapracá

Cá entre nós Como experiências ligadas às artes visuais contribuem para o desenvolvimento infantil? Como são planejadas as experiências de artes visuais para as crianças? Por que manipular e explorar diferentes materiais e técnicas plásticas é importante para as crianças?

Pra fazer PROPOSTA 1

As marcas deixadas pelas crianças em suportes variados nos mostram o início de um caminho criador e autoral. Ao rabiscar, manchar, carimbar, seja nas paredes, em papéis, no papelão ou no chão, elas revelam ao mundo a sua existência. E assim, de rabisco em rabisco, de marcas em marcas, vão experimentando e explorando. O importante é se expressar! E você já experimentou carimbar com o seu grupo? É uma atividade prazerosa, além de trazer muitas descobertas para serem discutidas com as crianças, como

A arte, por sua característica intrínseca de nos colocar frente ao inusitado e ao inesperado, abre espaços para a criação de situações onde podemos nos confrontar com o exercício experimental da liberdade, com a humana capacidade de criar e inventar algo que vai além da realidade, ultrapassando-a. Sandra Richter

Explorar diferentes materiais, a fim de ampliar o conhecimento em relação às suas características.

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o aparecimento de linhas, de cores, de formas, além da exploração do espaço. Sabe como esta atividade poderá ficar mais significativa? Selecione alguns objetos diferenciados, como potinhos, tampinhas, palitos, gravetos, folhas e flores, e juntamente com as crianças deixe a criatividade aflorar carimbando as diferentes formas desses Lembre-se de que nas experiências com objetos em uma grande folha de papel, utilizando coartes visuais o processo deve ser muito res variadas. Logo, novas formas surgirão mostrando valorizado e a preocupação com o prouma interessante diversidade de marcas. Elas podem duto final não deve ser o foco. É imporse transformar em ricas imagens, que mostrarão certa tante que as crianças possam experimenfiguração ou não. tar, ter espaço e liberdade para criar! Um É importante lembrar que cada material traz inúmepasso a passo ou modelos a serem copiaras possibilidades de exploração. A tinta, por exemplo, dos para alcançar um ideal traçado pelo pode ser misturada de várias formas: dentro de um poadulto interrompem esse percurso criatitinho, no suporte, dentro de um saquinho, e por aí vai! vo das crianças. A argila tanto pode servir para ser modelada, como pode ser diluída e colorida, se transformando em uma Atividades livres são necessárias, as diferente tinta. crianças precisam de momentos para reExperimente, seja criativo na exploração de um dos alizar suas pesquisas materiais, formais, materiais que você tem em mãos, acredite! Você vai se sensoriais, porém livre não é deixar fazer, surpreender com os resultados. mas possibilitar, incentivar, propor desNão se esqueça de compartilhar as descobertas! cobertas com incentivo da educadora. Deixe que todos vejam o resultado dessa exploração. Susana Rangel Vieira da Cunha Isso pode ser feito através de um mural do lado de Camila Bettim Borges fora da sala. No vídeo Assim se Faz Arte, da Coleção As experiências dentro das artes visuais possibiliParalapracá, a experiência do município tam muitas descobertas para as crianças. Então nada de Jundiaí · SP nos ensina que muitos mamelhor do que oferecer materiais e suportes (espaços teriais da natureza, como sementes e foque receberão os registros), com diferentes texturas: o lhas, podem ser utilizados e explorados. tecido, a lixa, a pedra, o azulejo, papéis variados, madeiFique atento e veja quais desses elemenra, lápis, caneta, giz, carvão, entre outros, para que elas tos estão acessíveis no entorno da sua inspercebam a diversidade na produção dos registros. tituição. Use e abuse! Pegue os suportes pequenos ou grandes, redondos ou quadrados, fixe-os nas paredes (em horizontal ou vertical), na mesa, no chão, nas cadeiras, para que cada um experimente novos caminhos para a criação de uma imagem. Convide o grupo a criar objetos tridimensionais, utilizando para isso diferentes caixas, ou tampas variadas, bandejinhas de isopor, entre outros. Estes objetos podem fazer parte de inúmeras brincadeiras, pesquise alguns artistas contemporâneos que fizeram das suas obras um espaço lúdico, interativo. Não pare por aí! Faça dessas descobertas uma rotina para o seu grupo. Ao investigar e explorar os materiais, você encontrará inúmeras maneiras de pintar, colar, misturar, modelar, descobrindo diferentes caminhos de expressão, através do contato com as experiências plásticas, utilizando materiais de uso convencionais para as construções plásticas (tintas industria24


lizadas, colas, pincéis, papéis, massa de modelar, argila, entre outros) e os materiais não convencionais (caixas, pequenas sucatas, escovas variadas, elementos da natureza, entre outros). Ao pensar nos materiais não convencionais, não se esqueça dos materiais naturais, como folhas de diversas cores, formatos e tamanhos, gravetos, pedras, sementes e flores. Explore também o Almanaque Paralapracá, já que na seção Saiba é possível encontrar dicas de diferentes técnicas que exploram variados materiais na criação em artes visuais. Que tal organizar em sua sala um espaço onde os As escolas ligadas à abordagem de Regmateriais poderão ficar ao alcance das crianças, para gio Emilia, onde os espaços caracterizaque elas tenham opções na hora da produção? Promodos de ateliê são verdadeiros laboratórios va coletas de diferentes materiais — naturais, reaproveide experimentação e transformação, têm tados —, organize-os com as crianças por cor, tamanho como foco a diversidade de materiais, nae características particulares, questione acerca dos cuiturais ou industriais. Esta oferta provoca dados na utilização desses materiais, qual a origem de e oferece caminhos para novas criações. cada um e no que eles poderão se transformar dentro Pesquise sobre esses espaços e suas inode uma produção em artes visuais. vadoras experiências! Uma coleção de materiais naturais que seja alimentada constantemente pode ser muito interessante, pois ela promove muitas possibilidades estéticas em termos de cores, formatos e texturas, além de o acesso a esses materiais ser muito fácil. Com eles, as crianças podem fazer composições diversas, como mandalas e colagens. É importante que o espaço para organizar estes materiais seja preparado com cuidado e os elementos bem organizados por cores, tamanhos ou tipos. Assim, ele será muito atrativo às crianças e às futuras produções. Você pode promover esse momento tanto com crianças muito pequenas quanto com as maiores. Será uma experiência divertida e rica em possibilidades! PROPOSTA 2

Uma proposta interessante é convidar pais ou pessoas da comunidade para socializar seus saberes relacionados à linguagem plástica. Que tipos de experiência já ■ SÉRIE DE VÍDEOS vivenciaram? Serão do mesmo tipo das crianças? Que Valorizar os saberes locais e integrar a tipos de imagem eles gostam de apreciar? comunidade nos fazeres da Educação Quem sabe, nesse encontro, você descubra um ­Infantil. artista regional ou um artesão que pinte, borde, construa? Pesquise! Além disso, você poderá organizar oficinas em que os pais ou pessoas da comunidade sejam mediadores, compartilhando seus saberes relacionados à linguagem plástica com as crianças. Esse intercâmbio proporciona um diálogo entre as crianças e o seu entorno, a partir da valorização das manifestações culturais locais e regionais. Proporcionar um encontro entre um artista, seja ele popular ou não, ou 25


mesmo um artesão e as crianças favorecerá ainda mais a aproximação com a linguagem das artes visuais. A partir desse encontro elas terão a possibilidade de conhecer o processo criador de outro autor, os caminhos percorridos por este, as suas dificuldades e os seus acertos. Além disso, cada criança poderá fazer relações entre as suas experiências e a do artista, percebendo semelhanças e descobrindo novas formas de manipular os materiais e suportes. Esta dinâmica enriquecerá o repertório pessoal dos pequenos.

Lá barbieri, Stela. Interações: Onde está a Arte na infância? São Paulo: Editora Blucher, 2012. Essa é uma leitura que aborda, de forma muito esclarecedora, as questões das artes visuais. CUNHA, Suzana R. V. et al (Orgs.). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 2004. DEHEINZELIN, Monique. A fome com a vontade de comer: uma proposta curricular de educação infantil. Petrópolis: Vozes, 1994. DEHEINZELIN, Monique. A impressionante disciplina de trabalhos em pinturas de crianças pequenas. Revista Avisalá, nº 10, p. 18-26. Abril, 2002. GARDINI, Lella et al. O papel do ateliê na educação infantil. Porto Alegre: Penso, 2012. IAVELBERG, Rosa. Viver a arte, uma experiência transformadora. Revista Avisalá, nº 17, p. 16-19. Janeiro, 2004. HOLM, Anna Marie. Baby-art: Os primeiros passos com a arte. Ed. 1: MAM/SP. KOHL, Mary Ann F. et al (Orgs.). Iniciação à arte para crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2005. RICHTER, Sandra. Criança e pintura: ação e paixão do conhecer. Porto Alegre: Mediação, 2004. <http://acasaredonda.com.br/>

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Ilustração também é arte

Cá entre nós Já parou para pensar que as ilustrações dos livros de literatura também são um tipo de arte? O que essas ilustrações podem favorecer, no caminho criador das crianças em relação ao universo plástico?

Pra fazer O primeiro passo: olhar mais uma vez para apreciar e descobrir. Que tal se sentar confortavelmente em algum lugar e usar um pouco do tempo para explorar alguns livros de literatura infantil? Só que, desta vez, coloque a sua atenção nas ilustrações, leia o livro de uma outra forma. Perceba a construção das imagens, as cores, as linhas, as formas, o que cada composição comunica e como tudo isso ajuda a contar a história, dentro de uma diversidade de estilos. Depois de descobrir esse mundo rico em formas, cores, texturas visuais, selecione um livro para levar

Podemos afirmar que a arte abrange todas aquelas atividades ou aqueles aspectos de atividades de uma cultura em que se trabalha o sensível e o imaginário, com o objetivo de alcançar o prazer e desenvolver a identidade simbólica de um povo ou uma classe social, em função de uma práxis transformadora. Nestor Garcia Canclini Perceber nas ilustrações dos livros infantis um rico acervo para uma experiência de apreciação em artes visuais, explorando a diversidade na representação das imagens.

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para as crianças a fim de envolvê-las nessa outra forVocê sabia que os desenhos também são ma de leitura, a apreciação de imagens. textos? Assim como as palavras, os eleNa formação do leitor, esse tipo de leitura é muito mentos visuais passam mensagens. importante também, porque as ilustrações dizem muito sobre o texto. No vídeo Assim se Faz Arte, da Coleção Ajude as crianças a perceber as linhas, cores, formas; Paralapracá, a experiência do município o estilo do(a) ilustrador(a). Pergunte sobre os sentimende Jundiaí · SP nos ensina que muitos matos, as sensações, sobre o conteúdo da história que teriais da natureza, como sementes e foelas conseguem imaginar a partir das ilustrações. lhas, podem ser utilizados e explorados. Uma experiência interessante é comparar estilos de Fique atento e veja quais desses elemenilustração diferentes, usando mais de um livro que fala de tos estão acessíveis no entorno da sua insuma mesma história. Além disso, apresentar o ilustrador tituição. Use e abuse! às crianças através da sua biografia ou até da fotografia, que, em geral, fica no fim dos livros, é uma boa maneira de elas conhecerem esta profissão. Na hora da história, procure sempre explorar esse mundo das imagens. Não fique apenas no texto escrito. Brinque com este universo e você vai descobrir como ele é rico e fascinante. Divirta-se!

Lá Vale a pena ficar de olho nas dicas de literatura e arte da revista Nova Escola, na qual você vai encontrar sempre muitas novidades! Na seção Planejamento sempre há boas ideias de experiências com artes.

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Contextualizando as experiências

Cá entre nós Como podemos organizar uma sequência de experiências para serem desenvolvidas nas experiências de artes visuais? O que é possível fazer para que as experiências em artes visuais sejam atrativas para o seu grupo?

Não há, na arte, nem passado nem futuro. A arte que não estiver no presente jamais será arte. Pablo Picasso

Pra fazer Agora, cabe a você selecionar um interessante tema para ser explorado nas experiências em artes visuais com o seu grupo. Como já refletimos anteriormente, a arte faz parte do universo humano, ela traz possibilidades comunicativas, ela critica, registra, relata e, principalmente, emociona. Pensar a nossa vida sem a arte é nos privar de experiências que nos levam a novas aprendizagens. Então, favoreça às crianças esta ampliação do conhecimento de mundo, planeje as suas experiências em artes visuais de uma forma em que as conexões com o dia a dia aconteçam: a natureza, a cidade, os animais, os brinquedos, a figura humana, entre outros.

Perceber a ligação da arte com o mundo contemporâneo através do contato com as diversas criações artísticas que fazem referência a assuntos do cotidiano.

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Pesquise assuntos de interesse do seu grupo e explore-os. Saiba que os artistas estão diretamente ligados ao seu tempo, reproduzindo em suas obras as percepções e ideias que lhe ocorrem sobre os acontecimentos ao seu redor. Muitas das temáticas que permeiam o universo infantil são favoráveis para se desenvolver um caminho de aprendizagem na linguagem plástica. Vamos começar pelo entorno da instituição de Educação Infantil: tem muitas árvores? Como elas são? Que formas elas apresentam? Elas são todas iguais? Estas questões levam à exploração dos elementos da linguagem visuais, além de realizar o exercício do olhar. Selecione obras de alguns artistas que exploram o mesmo tema, aprecie-as, compare-as, inpire-se nelas. Mas não esqueça de que elas servem para mediar a criação pessoal, e não ditar regras e estilos. Os grupos dos pequenos (1, 2, 3 anos) ainda precisam de algo muito sensorial, com cores vibrantes. Que tal investigar artistas que fazem das suas obras um brinquedo?

Alguns artistas mostram em suas obras elementos que fazem parte do nosso acervo cultural (festas populares, folclore, as etnias, entre outros). Você já pensou em pesquisar algumas imagens de obras de arte que possam servir de base para uma experiência ligada a um evento comemorado na sua instituição? As crianças também aprendem ao ver, sentir, tocar, visitar. E o professor é que define os rumos desse desafio. O que eu quero com esta proposta? Podemos escolher um aspecto da vida contemporânea ou da natureza, ou de interesse das crianças, para investigar. Por exemplo, quando surge um bichinho na escola, o professor pode aproveitar a circunstância como uma oportunidade para que as crianças observem o animal. Algumas perguntas: como você pode desenhá-lo? Como é o seu corpo? Onde ele vive? O que está fazendo aqui? Podemos incentivar as crianças a observar, a aprender a ver o mundo. Stela Barbieri

BARBIERI, Stela. Interações: onde está a arte na inCada grupo de crianças mostra caracfância? São Paulo: Blucher, 2012. terísticas e interesses particulares. Pen ROSA, Nereide Schilaro Santa. Festas e tradições. se nisso ao selecionar um artista ou tema São Paulo: Moderna, 2001. (Coleção arte e raízes.) para as experiências em artes visuais. __________. Religiões e crenças. São Paulo: Moderna, 2001. (Coleção arte e raízes.) __________. Usos e costumes. São Paulo: Moderna, 2001. (Coleção arte e raízes.) __________. Lendas e personagens. São Paulo: Moderna, 2001. (Coleção arte e raízes.) __________. Brinquedos e brincadeiras. São Paulo: Moderna, 2001. (Coleção arte e raízes.)

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Coleções sobre artistas famosos: Coleção Artistas Famosos. Editora Callis. Coleção Artistas Brasileiros. Editora Callis. Coleção Olharte. Editora Paulinas. SANTANNA, Renata e PRATES, Valquíria. Lygia Clark linhas vivas. Editora Paulinas.


__________. O olho e o lugar: Regina Silveira. Editora Paulinas. ‹www.historiadasartes.com› ‹www.gustavorosa.com.br› ‹www.tarsiladoamaral.com.br› ‹www.itaucultural.org.br› — Enciclopédias — Artes visuais ‹www.casadasartes.com.br›

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Compartilhando o processo vivido Cá entre nós Qual é o destino das produções artísticas das crianças? Será que elas sentem que suas produções são valo- Onde o mundo interior e o exterior se ­tocam, aí se encontra o centro da alma. rizadas e apreciadas pela comunidade escolar? Como as famílias poderão se envolver com as pro- Novalis duções de arte desenvolvidas na instituição?

Pra fazer Você já visitou uma exposição? Elas também acontecem fora dos museus, em espaços variados, como praças e centros de arte. Nesses espaços temos a oportunidade de ver, apreciar e, algumas vezes, tocar as obras de arte, desenvolvendo nosso senso estético. Isso acontece porque a organização do espaço foi pensada a fim de proporcionar um contato (interativo ou não) com as criações artísticas. Um desses espaços pode estar perto de você! Que tal você organizar, juntamente com o seu grupo, uma mostra de arte na sala ou na própria instituição de Educação Infantil. Dos vários eventos que são realizados ao longo do ano, este certamente pode fazer parte da lista dos mais importantes. Afinal, a arte 32

Organizar uma mostra de arte na instituição, a fim de compartilhar com a comunidade o processo criador vivido.


promove o exercício da sensibilidade, a aproximação com a cultura, além de um rico caminho de expressão. Pense em organizar as produções das crianças de maneira criativa e longe do senso comum. Há muitas formas de fazer: pendure as produções pelo teto, fixe-as em tecidos coloridos, cole-as pelas paredes ou pelo chão. Mas não esqueça: as produções das crianA exposição é um ambiente de trocas que ças são as estrelas desse espetáculo e precisam estar apresenta outra forma de comunicação sempre em evidência, bem cuidadas e com legendas: para a comunidade expressiva da escola. título da obra, nome do autor e o ano de realização. Espaço que também pertence às crianças, Mais uma vez, a internet poderá servir como um vapois é a produção delas que está ali. lioso menu. Pesquise montagens de exposições pelo Stela Barbieri mundo afora, com certeza você encontrará organizações bem interessantes! Vale lembrar que muitas vezes quem visita a mostra está distante do universo artístico e da rotina da escola ou instituição de Educação Infantil. Então, é interessante socializar as informações sobre o evento, através de pequenos textos que mostrarão o processo dessa construção: o tema explorado, o artista que serviu de base para as experiências plásticas e o que foi importante nesse percurso — um processo criador de uma produção plástica a partir de referências artísticas. É importante que o público saiba que houve um caminho até chegar à produção final e ele é muito valioso, pois revela um percurso de aprendizagem, um ato criador, dentro de uma instituição de Educação Infantil. Além disso, pode ser criado um roteiro para a visitação com início, meio e fim. As fotos nas páginas a seguir fazem parte do acerNão deixe de fazer uma documentação vo do CEI Juracy Magalhães, em Salvador · BA, e podem desta iniciativa, por meio de fotos e deinspirar o trabalho! poimentos de toda a comunidade escolar. Agora só falta produzir os convites, distribuí-los e esperar os visitantes!

Lá BARBIERI, Stela. Interações: onde está a arte na infância? São Paulo: Blucher, 2012. FIORENTINI, Leda M. R. O que dizem as paredes da escola. Disponível em: ‹http://www.aberta.org.br/educarede/2013/05/21/o-que-dizem-as-paredes-das-escolas/›. <www.bienal.org.br> ‹www.mac.usp.br› — Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. ‹www.masp.art.br› — Museu de Arte de São Paulo. ‹www.popular.art.br› — Museu Casa do Pontal. 33


acervo paralapracรก

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acervo paralapracรก

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Brito, Ana Luíza Lopes Caderno de orientação : assim se faz arte / [autoria Ana Luíza Lopes Brito, Mônica Martins Samia ; curadoria Avante – Educação e Mobilização Social, Instituto C&A]. -- 3. ed. -- Salvador, BA : Avante – Educação e Mobilização Social, 2018. -- (Coleção Paralapracá) Vários colaboradores. Bibliografia. ISBN 978-85-60828-24-1 ISBN 978-85-60828-13-5 (coleção) 1. Coordenadores pedagógicos 2. Educação infantil 3. Educadores - Formação 4. Formação continuada 5. Paralapracá I. Samia, Mônica Martins. II. Avante – Educação e Mobilização Social. III. Instituto C&A. IV. Título. V. Série. 18-13598 Índices para catálogo sistemático: 1. Educação infantil  372.21

CDD-372.21



www.paralapraca.org.br


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