Guia da Multiplicadora reeditora social

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GUIA DA MULTIPLICADORA / REEDITORA SOCIAL


GUIA DA MULTIPLICADORA / REEDITORA SOCIAL


REALIZAÇÃO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À POBREZA (SEDES) Secretário

Valmir Carlos da Assunção Coordenação Geral do Projeto Mulheres da Paz

Heloiza Egas

ELABORAÇÃO DO GUIA DA MULTIPLICADORA / REEDITORA SOCIAL AVANTE - EDUCAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL Coordenação Pedagógica

Ana Luiza Oliva Buratto Subcoordenações

Deborah Kotek Selistre Osorio Judite Amélia Lago Dultra Pesquisa e Organização

Ana Luiza Oliva Buratto Érica Almeida Bastos Dantas José Carlos Dantas Meirelles Ilustrações

Luis Augusto Gouveia


r e h l u M Cara z, da Pa Este Guia destina-se a uma das etapas mais importantes - senão a mais importante - do seu trabalho e atuação como Mulher da Paz. Aquela em que você, certamente, irá pôr em prática muitos dos conhecimentos, habilidades e, principalmente, atitudes, desenvolvidas ao longo deste nosso Curso de Capacitação. Em seu benefício, de sua comunidade, de nossa cidade, de nosso País. A paz - já o sabemos - não cai do céu. Constrói-se. Não se faz com discurso, mas com ações e comportamentos de respeito aos outros/as e à diversidade que, naturalmente, existe entre todos nós. Por isso, a importância da busca permanente da compreensão, da mediação e da conciliação de conflitos. Da garantia de direitos, da justiça social, do exercício da cidadania. Em suma, a paz realiza-se como fruto de atitudes e esforços, individuais e coletivos, em favor de uma sociedade mais igualitária, mais justa, mais fraterna. Este Guia, portanto, complementa os dois volumes anteriores, de materiais produzidos para as participantes do Curso de Preparação do Projeto Mulheres da Paz, nos municípios de Salvador, Camaçari, Simões Filho e Lauro de Freitas, no exercício de 2009/2010. O volume I contém um conjunto de textos pertinentes ao Módulo I, denominado “Compreendendo a relação indivíduo-sociedade”. O volume II reúne materiais referentes aos três módulos restantes, a saber: Módulo II – Mediando conflitos; Módulo III – Demandando Programas Sociais e Módulo IV – Mobilizando a Comunidade. Este terceiro volume, intitulado Guia da Multiplicadora/Reeditora Social, destina-se, principalmente, à utilização, pelas participantes, as chamadas Mulheres da Paz, de alguns instrumentos que podem contribuir para ajudá-las em suas ações de estímulo e difusão, em suas comunidades, de uma cultura de paz, não-violência, respeito, defesa e promoção dos direitos humanos, nos termos explicitados nos objetivos do Projeto. O uso da expressão “Reeditoras Sociais”, que a Avante tem utilizado em outros projetos de que tem participado – como este do Governo do Estado da Bahia coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, SEDES-, se deve ao fato de que das participantes – as Mulheres da Paz – se espera, no desempenho de suas atividades, mais do que a simples reprodução de informações, conhecimentos e habilidades analisadas, discutidas e desenvolvidas ao longo do


Curso. As Reeditoras Sociais, como lembram José Bernardo Toro e Nizia Werneck, são diferentes das simples multiplicadoras.

Elas não reproduzem, simplesmente, conteúdos da forma como os

receberam, analisaram e discutiram, mas os interpretam e ampliam, adequando-os a cada público e a cada situação. Os principais instrumentos propostos, aqui reunidos, são para serem utilizados, pelas Reeditoras sempre que julgarem oportuno e adequado, conforme o objetivo do trabalho, o tipo de público, o tempo, o espaço e os equipamentos que dispuserem para fazê-lo. São eles os seguintes: Textos Temáticos Complementares aos já apresentados e discutidos durante a capacitação nos seus módulos I, II, III e IV; Textos de Acolhimento – trata-se de pequenos textos ou trechos de artigos e trabalhos de diversos autores, sobre diversos assuntos, que objetivam, ao inicio as atividades criar um clima de respeito mútuo e livre discussão de idéias entre os participantes e a Mulher da Paz, como líder da atividade; Exercícios/Jogos/Dinâmicas – jogos, exercícios, atividades para serem realizadas em subgrupo, organizadas segundo os temas a que se referem, que poderão ser utilizadas nas atividades comunitárias como elemento mobilizador e integrador dos participantes; Músicas – de diversos autores brasileiros, que tano podem ser utilizadas para sensibilizar e mobilizar para os temas que se pretende discutir, bem como na abertura ou finalização das atividades, como elemento de integração grupal e de aquecimento para a tarefa. Filmes/DVD – trata-se de uma lista de filmes com suas respectivas sinopses, ou seja, breve resumo explicativo do seu conteúdo, que poderá ser usado nas diversas atuações comunitárias como estímulo à reflexão e ao debate; Esperamos que esse Guia possa contribuir, efetivamente, para o desenvolvimento da sua atuação comunitária , estimulando-a a realizar encontros dinâmicos e mobilizadores com os diversos segmentos da sua comunidade, todos eles emulados pelo grande objetivo de construir uma forma de convivência mais solidária e pacifica no local em que vivem, criam e educam seus filhos.

Forte abraço e muito bom trabalho a todas, Coordenação e equipe técnica do Projeto


Mulheres da Paz Dados Pessoais e da Comunidade DADOS PESSOAIS Nome:

Tel.:

End.:

Cel.:

CEP:

Cidade:

E-mail:

Estado:

Grupo sanguineo:

DADOS DA COMUNIDADE Território:

Principais bairros abrangidos:

Meu bairro de moradia:

Principais serviços ou equipamentos públicos e comunitários existentes no meu bairro:

Como vejo o meu bairro (principais características):

Rh:



Mulheres da Paz Sumário ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA À MULHER TEXTOS TEMÁTICOS COMPLEMENTARES O que é o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci? A Paz e a UNESCO Ética e Cidadania para um Futuro Melhor Declaração Universal dos Direitos Humanos A Constituição Federal de 1988 e a Cidadania Menor Protegido, Menos Violência Como a Política Interessa a Todos e a Cada Um Mobilização Social: um Modo de Construir a Democracia e a Participação O que é um Grupo de Trabalho? Mediação de Conflitos Crenças que Legitimam a Violência Cinco Mitos que Precisam ser Quebrados Tipos de Proteção na Assistência Social Quatro Aprendizagens Fundamentais do Século XXI

9 13 14 15 16 17 20 22 22 23 25 27 28 29 30 31

Planejar é Fazer Planos

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TEXTOS DE ACOLHIMENTO

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A Águia e a Galinha

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Programas Sociais em Saúde no Estado da Bahia O que Você Pode Fazer para Reduzir e Eliminar os Riscos à Saúde Cidadania Família Cidadã - Significação e Importância Social Qual o Mistério da Comunidade de Roseto?

A Carpintaria A Dor do Renascimento


Sumário

EXERCÍCIOS / JOGOS / DINÂMICAS

44 44 45 45 46 46 47 47 48 48 49 49 50 50 51 51 52 52 53 53 54 54 55 55 56 57

MÚSICAS

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FILMES / DVD

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A Frigideira A Travessia do Rio Amadurecimento e Vida Cotidiana Artigo Primeiro Cenoura Construção Cotidiana Cortando o Cordão Desistir x Persistir Diversidade e Fragmentação Social Em Princípio O Laço e o Abraço O Mapa Mundi O Paradoxo do Nosso Tempo O que eu Queria ter Sido O Valor do Tempo Os Cegos e o Elefante Pequenas Ternuras Pertencer Portas Professor Pelé Quatro aprendizagens Fundamentais no Séc.XXI O que Pedro Bloch me Disse Todo Ponto de Vista é a Vista de um Ponto Uma Idéia Melhor Você é um Número


ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA À MULHER


CENTRAL DE ATENDIMENTO À MULHER Ligação gratuita 24 horas

Descrição do serviço: criado a partir de uma demanda dos movimentos feministas e de todos aqueles que atuam no contexto de mulheres em situação de violência. Além de encaminhar os casos para os serviços especializados, a Central fornecerá orientações e alternativas para que a mulher se proteja do agressor. Ela será informada sobre seus direitos legais, os tipos de estabelecimentos que poderá procurar, conforme o caso, dentre eles as delegacias de atendimento especializado à mulher, defensorias públicas, postos de saúde, instituto médico legal para casos de estupro, centros de referência, casas abrigo e outros mecanismos de promoção de defesa de direitos da mulher. Tel.: 180 ...................... COMISSÃO DOS DIREITOS DA MULHER DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA Centro Administrativo – Assembléia Legislativa

Descrição do serviço: a Criação da Comissão Especial da Mulher surge como um espaço público fundamental para articular a demanda de movimentos e segmentos sociais e suas propostas de enfrentamento às desigualdades e violências que as mulheres passam e ainda é um traço bastante forte na sociedade brasileira. Durante seu período de existência, a Comissão vem desempenhando um papel significativo na sociedade baiana, estimulando a reflexão permanente da valorização da mulher como cidadã, e ampliando um espaço de visibilidade, capaz de gerar discussões sobre a participação de mulheres na política, a questão das cotas, as agendas das bancadas legislativas ligadas às questões de gênero e a proteção da condição feminina. Tudo isso visando a construção da justiça social. Tel.: (71) 3115-7260 ...................... CASA ABRIGO MULHER CIDADÃ Descrição do serviço: a Casa Abrigo tem como objetivo garantir a integridade física e psicológica de mulheres em risco de morte e de seus filhos menores de idade, proporcionando ambiente agradável com atividades propícias para que as mulheres exercitem a própria autonomia e recuperem a auto-estima, em caráter sigiloso de moradia, protegida e preservada com a não divulgação do endereço. Publico atendido: mulheres que se encontram em situação de risco de morte (aquelas que sofreram

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ameaças por seus parceiros); mulheres cuja estrutura familiar esteja comprometida; mulheres com estrutura física e psicológica abalada por violência cometida por determinado agressor são as beneficiárias diretas OBS: Tem endereço e telefone sigiloso para segurança das vítimas encaminhadas à Casa pelas unidades da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher Deam. ...................... DEAM ENGENHO VELHO Rua Padre Luiz Figueira s/n – Engenho Velho de Brotas – Salvador - Bahia

Descrição do serviço: as Delegacias Especiais de Atendimento a Mulher (DEAM) foram criadas com o objetivo de fornecer à mulher vítima de violência um atendimento diferenciado e específico que, antes de mais nada, dê crédito ao que ela relata e a faça sentir-se respeitada, lhe mostrando que os direitos dela são os mesmos de qualquer cidadão. Em segundo lugar, nasceram para que a mulher tivesse um lugar onde se sinta à vontade para contar a sua história, pois nas delegacias tradicionais ela se sentia constangida devido a que a maioria dos funcionários eram homens Tel.: (71) 3116-7000/7001 ...................... DEAM PERIPERI Rua Valter Pereira, s/n Praça do Sol, Subúrbio FerroviárioPeriperi - Salvador - Ba

Descrição do serviço: as Delegacias Especiais de Atendimento a Mulher (DEAM) foram criadas com o objetivo de fornecer à mulher vítima de violência um atendimento diferenciado e específico que, antes de mais nada, dê crédito ao que ela relata e a faça sentir-se respeitada, lhe mostrando que os direitos dela são os mesmos de qualquer cidadão. Em segundo lugar, nasceram para que a mulher tivesse um lugar onde se sinta à vontade para contar a sua história, pois nas delegacias tradicionais ela se sentia constangida devido a que a maioria dos funcionários eram homens Tel.: (71) 3317-8217 ...................... CENTRO DE REFERÊNCIA LORETA VALADARES (CRLV) Rua Aristides Novis, 44 Federação - Salvador - Ba Descrição do serviço: o CRVL é um Centro de Prevenção e Atenção a Mulheres em Situação de Violência, um serviço público e gratuito de prevenção e atendimento psicológico, social e jurídico a mulheres que sofrem violência pelo fato de serem mulheres.


O CRLV é orientado pelos princípios do acolhimento sem discriminação, a escuta não julgadora e o absoluto respeito a todas as usuárias, independentemente de sua condição social, religião e raça/etnia, que norteiam o trabalho da equipe

implementar ações afirmativas e definir ações públicas de promoção da igualdade entre homens e mulheres e de combate à discriminação Tel.: (71)3115-5113 / 5116 ......................

Tel.: (71) 3235-4268 / 3117-6770 / 6769 ......................

CONSELHO ESTADUAL DE DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER – CDDM

VARA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Rua Ribeiro dos Santos, 42 Ladeira do Paço - Pelourinho, Salvador - Ba

Poder Judiciário do Estado da Bahia

Descrição do serviço: serviço prestado pelo poder judiciário, que designa uma Vara especializada em atendimento a mulheres que tenham sofrido violência domestica e familiar.

Descrição do serviço: o CDDM, tem como finalidade formular, acompanhar e propor medidas para eliminar a discriminação de gênero, garantindo às mulheres condições de liberdade e igualdade de direitos e a plena participação nas atividades políticas, sociais, econômicas e culturais.

Tel.: (71) 3328-1195 / 3329-5038 ......................

Tel.: (71) 3242-9794 ......................

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA

OBSERVATÓRIO DA LEI MARIA DA PENHA

Descrição do serviço: assistência jurídica gratuita

Av. Centenário s/n, Barris (IML)

Tel.: (71) 3117-6969 ......................

Descrição do serviço: o Observatório para Implementação da Lei Maria da Penha (LMP) é uma instância autônoma, da sociedade civil, que funciona através de um Consórcio formado por núcleos de pesquisa e organizações não-governamentais de todo o país, e tem por objetivo primordial acompanhar, a partir da coleta, análise e divulgação de determinadas informações, o processo de efetivação da Lei Maria da Penha (Lei11.340/2006), a primeira lei federal brasileira dirigida à prevenção e ao combate à violência doméstica e familiar contra a mulher

Rua Conselheiro Espíndola, 77 - Barris - Salvador - Ba

NÚCLEO ESPECIALIZADO EM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Faculdade de Direito da Ufba - Graça - Salvador - Ba

Descrição do serviço: 0 Núcleo tem como principal tarefa, investigar os casos que são participados à GNR e, quando necessário, encaminhá-los para organizações ...................... de apoio à vítima Tel.: (71) 3131-3291 ...................... PROJETO VIVER / SSP – BA Av. Centenário s/n - Barris (IML)

Descrição do serviço: ligado a Secretaria de Segurança Publica da Bahia, o projeto atua no serviço de atenção a pessoas em situação de violência sexual, recebendo atendimento psicossocial e jurídico. Tel.: (71) 3117-6700 / 6702 / 0800 284 2222/ 0800 284 5551 ...................... SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS PARA MULHERES – SEPROMI Centro Administrativo Av. 2, 250, conj. Seplan bl. A e B

Descrição do serviço: a Sepromi, tem como compromisso institucional, orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, controlar e executar programas e atividades voltadas à implementação de políticas para as mulheres,

Tel.: (71) 3117-6700/6702 / 0800 284 2222 E-mail: observe@ufba.br ...................... SUPERINTENDÊNCIA DE APOIO E DEFESA AOS DIREITOS HUMANOS - SUDH Descrição do serviço: a Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos (SUDH) foi criada pela Lei no 8.959 de 9 de abril de 2003 com a finalidade de planejar, coordenar, promover, supervisionar, articular, avaliar e fiscalizar as políticas públicas estaduais voltadas para a promoção e proteção dos direitos humanos, além de executar as deliberações emanadas dos Conselhos Estaduais vinculados à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Tel.: (71) 3115-8456 / 8499

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SECRETARIA DA JUSTIÇA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DA BAHIA - SJCDH Descrição do serviço: Secretária que visa construir uma cultura de Direitos Humanos que assegure a dignidade de todos os cidadãos baianos e, especificamente, dos povos indígenas, dos idosos, das pessoas com deficiência, dos consumidores e da população carcerária, em gestão norteada pela ética, transparência, modernização e eficiência dos serviços e formação permanente dos servidores. Tel.: (71) 3115-8456 / 8499 ...................... CENTRO HUMANITÁRIO DE APOIO À MULHER - CHAME Descrição do serviço : É uma ONG que tem como objetivo à prevenção ao tráfico internacional de mulheres e turismo sexual. Visa promover a educação gratuita para divulgação e informação do tema; criar espaços de debate sobre a temática; desmistificar a imagem do estrangeiro e o sonho de uma vida melhor no exterior; mobilizar a sociedade.

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Através da educação gratuita, capacitar multiplicadores e monitores voluntários; capacitar permanentemente a equipe do CHAME. Intercâmbio de informações e atividades com entidades congêneres na promoção da cidadania e dos direitos humanos; estabelecer contatos para a realização de Cursos, Seminários, Campanhas e outros eventos; participar de eventos promovidos por organizações nacionais e internacionais; captação de recursos. Tel.: (71) 3321-9100 ...................... NÚCLEO DE DIREITOS HUMANOS DA BACIA DO JACUÍPE Descrição do serviço: A atuação dos Núcleos terá caráter interdisciplinar, integrando as dimensões jurídica, psicológica e social nos trabalhos de acompanhamento dos indivíduos submetidos às penas e medidas alternativas, com a formação de Rede Social constituída por organizações não-governamentais e órgãos da estrutura do governo. Tel.: (75) 3254-1732


TEXTOS TEMÁTICOS COMPLEMENTARES


Mulheres da Paz O que é o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci? É um programa do Ministério da Justiça que articula ações de segurança com ações sociais. Ao mesmo tempo em que trabalha com políticas de repressão à criminalidade, trabalha também com ações educativas e preventivas. O Pronasci atua com foco territorial, priorizando inicialmente onze regiões metropolitanas do país onde índices de criminalidade mostram-se mais agudos. O Pronasci cuida dos jovens, das comunidades e da polícia. Para os jovens, a idéia é dar um futuro melhor, através do acesso dos mesmos a oportunidades e serviços sociais como: saúde, educação, profissionalização, cultura e esporte. Nas comunidades, serão criados e/ou implementados programas sociais, núcleos de justiça comunitária, defensoria pública e condições de trabalho e também a formação/capacitação dos profissionais – policiais civis e militares, bombeiros, guardas municipais, peritos e agentes penitenciários. O que é o Território da Paz? É o espaço onde é realizada, de forma articulada, uma série de serviços de caráter social e de segurança pública, capazes de reduzir a violência e valorizar a cidadania. A idéia é levar o maior número de programas sociais do governo aos bairros e regiões mais vulneráveis à violência, denominados, por essa razão, de Territórios da Paz. O que é Cultura da Paz? A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu como cultura da paz, em 1999, a um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida de pessoas, grupos e nações, baseados no respeito pleno à vida e na programação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, na prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação, podendo ser uma estratégia política para a transformação da realidade social. O que é paz? A paz é um fenômeno complexo que envolve a construção de uma estrutura de relações sociais em que exista justiça, igualdade, respeito, liberdade, o que deve contribuir para a ausência de todo o tipo de violência. Está relacionada ao desenvolvimento, aos direitos humanos, à diversidade e à cooperação de pessoas, grupos ou nações.

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O que é violência? A violência é um problema social de grande dimensão que afeta toda a sociedade, atingindo crianças, adolescentes, homens e mulheres, durante diferentes períodos de vida ou por toda a vida dessas pessoas. É responsável no mundo inteiro por adoecimentos, perdas e mortes e se manifesta através de ações realizadas por indivíduos, grupos, classes e nações. Provocam danos físicos, emocionais e/ou espirituais a si próprios ou a outros. Alguns dados sobre violência A violência é a principal responsável pela morte dos brasileiros de um até 39 anos de idade, e representa a 3° causa de morte na população geral. Crianças filhas de mães que sofrem violência intrafamiliar têm três vezes mais chances de adoecer e mais da metade dessas crianças repetem pelo menos um ano na escola, abandonando os estudos, em média, aos nove anos de idade. Os homens são as principais vítimas dos acidentes, contribuindo com o maior número de mortos e de traumatizados. A cada 100 mil ocorrências, 54 envolvem homens, enquanto as mulheres representam 4,4 desse universo. As vítimas de violência utilizam mais os hospitais e serviços de emergência por apresentarem mais problemas de saúde, o que compromete também seu desenvolvimento social e econômico.


Mulheres da Paz A Paz e a UNESCO

Por iniciativa do Diretor Geral da UNESCO, Federico Mayor, a Cultura de Paz tornou-se a principal vertente da Organização, aumentando a promoção da não-violência, da tolerância e da solidariedade.

desenvolvê-la e colocá-la em prática no dia-a-dia familiar, regional ou nacional. A paz não é um processo passivo: a humanidade deve esforçar-se por ela, promovê-la e administrá-la.

Em sua busca pela paz, a UNESCO parte do princípio de que a violência ainda persiste, no entanto, com uma nova face. Em face desse inaceitável estado dos fatos, devemos nos mobilizar para tornar a paz e a nãoviolência uma realidade cotidiana para todos.

Educação, no sentido mais amplo do termo, é o componente mais importante da cultura de paz; uma educação que torne cada cidadão sensível ao outro, e que imponha um senso de responsabilidade com respeito aos direitos e liberdades. A educação para todos ao longo de toda a vida, formal e informal, baseada nos quatro pilares do conhecimento, sugeridos no relatório Educação: um tesouro a descobrir (1996) da Comissão Internacional de Educação para o Século XXI, presidida por Jacques Delors: “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser”.

Desde sua criação ao final da Segunda Guerra Mundial, quando morreram mais de 50 milhões de pessoas, a UNESCO tem agido sempre de acordo com os princípios delineados no preâmbulo de seu Ato Constitutivo: “Uma vez que as guerras começam na mente dos homens, é na mente dos homens que as defesas da paz devem ser constituídas”. O Ato Constitutivo refere-se ao ideal democrático de “que a paz baseada exclusivamente nos arranjos políticos e econômicos dos governos não seria uma paz que pudesse assegurar o apoio sincero, unânime e duradouro dos povos do mundo, e que a paz, para que perdure, deve, por esse motivo, ser fundada sobre a solidariedade moral e intelectual da humanidade”. O propósito da UNESCO é contribuir para a paz e a segurança, por meio da educação, da ciência e da cultura, visando favorecer o respeito à justiça, ao estado de direito e aos direitos humanos. A cultura de paz está relacionada à prevenção e à resolução não-violenta dos conflitos. Baseia-se na tolerância, na solidariedade e compartilhamento em base cotidiana. Respeita todos os direitos individuais, o princípio do pluralismo, do diálogo, da negociação e da mediação.

A luta contra a intolerância é uma batalha contínua e, uma vez que discriminação e intolerância caminham juntas, a UNESCO adotou a “Declaração dos Princípios sobre a Tolerância. Pluralismo cultural é outra força diretriz para a paz e a solidariedade. A paz não pressupõe homogeneidade. Na verdade, a paz deveria ser baseada no pluralismo e no desenvolvimento sustentável. De acordo com essa abordagem, a sociedade civil (ONGs, círculos econômicos, redes de associações e comunidades) deve agir tendo em mente que cada país e cada sociedade devem planejar suas estratégias levando em conta suas características específicas.

Mas como fazer da cultura de paz uma realidade concreta e duradoura? Cabe também aos cidadãos organizarem-se e assumirem suas parcelas de responsabilidades. Tolerância, democracia, direitos humanos e respeito pelo próximo são os valores sagrados.

Reconciliação, entendimento intercultural e estabelecimento de paz sustentável dependem consideravelmente da mídia. No entanto, a livre circulação de idéias na imprensa é minada por forças de mercado que, atualmente, são mais poderosas do que as leis da informação, e levam à concentração da mídia por todo o mundo. Parte da mídia tem a tendência de explorar a violência ao invés de promover o entendimento. Por isso, é importante reforçar a capacidade para as comunicações.

Ao proclamar o ano 2000 o Ano Internacional da Cultura de Paz, e o período de 2001 a 2010 a “ Década Internacional por uma Cultura de Paz e Não-violência para as Crianças do Mundo”, a Assembléia Geral das Nações Unidas demonstrou total conformidade com essa prioridade da UNESCO. A cultura de paz é uma iniciativa de longo prazo que deve levar em conta os contextos histórico, político, econômico, social e cultural de cada ser humano. É necessário aprendê-la,

* Resumo de texto do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz - Um Programa da UNESCO - 2001 – 2010.

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Mulheres da Paz Ética e Cidadania para um Futuro Melhor Sílvio Gallo*

A ética pode ser compreendida como uma atividade a partir da qual construímos nossas vidas e nossos valores. Os valores são criações humanas e não coisas abstratas e universais, que têm a mesma importância em qualquer tempo e em qualquer parte do mundo. O fato de afirmarmos que cada um de nós pode, de alguma forma, construir sua própria vida não significa, porém, que estamos defendendo o individualismo. A afirmação da individualidade, ou seja, de que cada pessoa é uma pessoa, diferente de todas as outras, não quer dizer que as pessoas devam viver isoladas das demais. Cada indivíduo pode, e deve, procurar viver, e bem, com as outras pessoas, sendo solidário com elas. O que estamos afirmando é que a compreensão da ética como uma maneira de construir a si mesmo não deve ser vista como uma atitude solitária, particular, mas como um empreendimento coletivo, de solidariedade: buscar o meu prazer, minha realização, mas também o prazer e a realização do outro.

em função deles, tudo isso é condição básica para a cidadania. Assim como a cidadania é condição básica para que isso possa acontecer. O futuro está aberto. Se ficarmos na defensiva, esperando que os outros (os “políticos”, os cientistas, os filósofos, outras pessoas) resolvam as coisas por nós, talvez acabemos por viver em um mundo que não queremos. Mas, se resolvermos tomar as rédeas de nossas vidas particulares e as da vida pública em geral, se assumirmos com consciência e responsabilidade tanto nossas escolhas éticas, nossos valores, quanto nossos atos, especialmente os atos políticos, estaremos virando verdadeiros cidadãos e contribuindo para um futuro melhor. Para todos nós, para nossos filhos, netos e demais descendentes, para nossa comunidade, nosso País, para a Humanidade.

Ultimamente, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia – tão importante para a Humanidade - tem sido, porém, tão grande e tão rápido que o ser humano está perdendo seu lugar central, está sendo esquecido. Manipulado no trabalho, manipulado no mundo do consumo e em tantas outras situações, o homem, em muitas delas, passa a ser um objeto e deixa de ser um sujeito, capaz de pensar e agir por si mesmo. O dinheiro passa a ser o centro das atenções. A pessoa vale pelo que possui e não pelo que é. Você mesmo já deve ter se referido a um colega, dizendo: “É aquele que tem um carro importado”, ou “ aquele que só tem roupa de griffe” etc. etc. A sociedade tecnológica, o desenvolvimento dos meios de comunicação e a publicidade, cada vez mais potentes, tem contribuído para a alienação de muitos e para que estes sejam manipulados e dominados por muito poucos. Mas a realidade não precisa ser essa. A realidade depende também de nossos valores, de nossas escolhas, de nossas ações. Do que queremos fazer de nossas vidas e do mundo em que vivemos. Se vivermos como marginais da política, não participando de nada, não assumindo nossas responsabilidades, acabaremos por viver em um mundo que não queremos e vivendo uma vida que não desejamos. No fundo, aquilo que estamos chamando de singularidade, isto é, de cada um escolher os seus valores, aquelas coisas que considera mais importantes na sua vida, e estar conscientes desses valores, e agir

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* Resumo elaborado com base nos textos “A Crise dos Valores no Mundo Contemporâneo” e “ Ética, Cidadania e Possibilidades de Futuro” – In: Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia: Elementos para o Ensino de Filosofia/Sílvio Gallo (coord.) – Campinas, SP: Papirus, 2003


Mulheres da Paz Declaração Universal dos Direitos Humanos (Publicado pela Organização das Nações Unidas em 10/12/48)

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,

Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultam em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,

Artigo II - Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, A Assembléia Geral proclama: A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Artigo III - Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo IV - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo V - Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo VI - Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei. Artigo VII - Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo VIII - Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Artigo IX - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo X - Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Artigo XI Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido

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asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo XII - Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Artigo XIII Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. Artigo XIV Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo XV Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo XVI - Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. O casamento não será válido senão como o livre e pleno consentimento dos nubentes. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Artigo XVII Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

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Artigo XVIII - Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. Artigo XIX - Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Artigo XX Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. Artigo XXI Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo XXII - Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo XXIII Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.


Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus interesses. Artigo XXIV - Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias periódicas remuneradas. Artigo XXV Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora de matrimônio, gozarão da mesmo proteção social. Artigo XXVI Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

Artigo XXVIII - Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Artigo XXIX Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo XXX - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. Artigo XXVII Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

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Mulheres da Paz A Constituição Federal de 1988 e a Cidadania José Carlos Dantas Meirelles*

A Constituição, também apelidada de Carta Magna, Lei Magna, Lei Maior, dentre outros designativos, é, como se sabe, a lei fundamental de um país, à qual se subordinam todas as outras. Há até um tribunal com a função específica de julgar as chamadas questões constitucionais. No Brasil, ele se chama Supremo Tribunal Federal – STF. A Constituição federal brasileira, de 5 de outubro de 1988, foi batizada por Ulisses Guimarães, - aliás, um político brasileiro que deixou saudades e que presidiu o Congresso Constituinte que a elaborou – de a “Constituição Cidadã”. De fato, de todas as constituições que o País já teve (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967/69, 1988) foi a que mais contou – no processo de sua elaboração – com a influência e a colaboração/ pressão dos movimentos sociais e da cidadania. Algumas anotações iniciais a partir da Constituição de 1988 Nome do país - BRASIL Nome do Estado brasileiro – República Federativa do Brasil Forma do Estado – Federação (união indissolúvel, e poder repartido, entre os chamados entes federativos - União, Estados, Distrito Federal, Municípios, constituindo o Estado Democrático de Direito). Forma de Governo – República (do latim, res publica, coisa pública, coisa do povo, coisa de todos).

Os 9 títulos são os seguintes: Título I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (Arts.. 1º a 4º) Forma do Estado, Forma de Governo, Poderes, Fundamentos, Objetivos Fundamentais. Título II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (Arts. 5º a 17) Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos Título III- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (Arts. 18 a 43) União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios, Regiões, Administração Pública, Servidores Civis e Militares Título IV DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (Arts. 44 a 135) Poder Legislativo, Executivo, Judiciário, competências, atribuições e responsabilidades, Ministério Público, Advocacia Pública, Defensoria Pública. Título V DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS (Arts. 136 a 144) Estado de defesa, estado de sítio, Forças Armadas, Segurança Pública. Título VI DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO (Arts. 145 a 169) Princípios gerais, limitações, impostos da União, Estados, DF, Municípios, finanças públicas.

Fundamentos do Estado – I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Título VII DA ORDEM ECONÓMICA E FINANCEIRA (Arts. 170 a 192)

Poderes - Legislativo, Executivo, Judiciário – independentes e harmônicos entre si.

Atividade econômica, política urbana, agrícola e fundiária, Sistema financeiro nacional.

Objetivos fundamentais do Estado brasileiro – I – uma sociedade livre, justa e solidária; II – o desenvolvimento nacional; III – a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais; IV – o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Título VIII DA ORDEM SOCIAL (Arts. 193 a 232)

A Constituição federal brasileira, de 1988, está estruturada em 9 títulos, cada um deles com numerosos capítulos, que se desdobram em artigos, incisos e , às vezes, parágrafos.

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Seguridade social, saúde, previdência social, assistência social, educação, cultura, desporto, ciência e tecnologia, comunicação social, meio ambiente, família, criança, adolescente, idoso, índios Título IX DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS (Arts.233/250) O texto constitucional conclui-se com o denominado Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, com mais 94 artigos. Apesar das resistências, embates e debates, muitas vezes acalorados, havidos, a Constituição de 1988 traz


uma série de avanços, alguns dos quais não podem deixar de ser mencionados nessas breves anotações. Estado Democrático de Direito – A instituição do Estado Democrático de Direito, lembra José Afonso da Silva, no art. 1º da Constituição não deve ser interpretada como uma simples junção do Estado Democrático e do Estado de Direito. Vale reproduzir, na íntegra, a brilhante observação do eminente constitucionalista: “A democracia que o Estado Democrático de Direito realiza há de ser um processo de convivência social numa sociedade livre, justa e solidária (art. 3º), em que o poder emana do povo, e deve ser exercido em proveito do povo, diretamente ou por representantes eleitos (art.1º, parágrafo único); participativa, porque envolve a participação crescente do povo no processo decisório e na formação dos atos de governo; pluralista, porque respeita a pluralidade de idéias, culturas e etnias e pressupõe assim o diálogo entre opiniões e pensamentos divergentes e a possibilidade de convivência de formas de organização e interesses diferentes na sociedade; há de ser um processo de liberação da pessoa humana das formas de opressão que não depende apenas do reconhecimento formal de certos direitos individuais, políticos e sociais, mas especialmente da vigência de condições econômicas suscetíveis de favorecer o seu pleno exercício”. (Grifos nossos). Com efeito, o Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais – explicita, só no art. 5º e respectivos incisos – nada menos de 78 (do inciso I ao inciso LXXVIII) – além da igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Ainda nesse Título II, no capítulo II, art. 6º, são relacionados também os direitos sociais, chamados direitos da igualdade, porque pretendem compensar a inferioridade econômica de alguns – diríamos melhor, de muitos, da maioria – com uma proteção jurídica maior. O exemplo típico disso são as normas legais referentes ao trabalho e à Justiça do Trabalho. São direitos sociais, de acordo com o art. 6º: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Por isso, diferentemente das constituições anteriores, a Constituição dedica um título inteiro à Ordem Social ( Título VIII), estabelecendo que ela tem como primado o trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

É verdade, porém, que há quem diga que nosso País proclamou a república, mas ainda não a fez. Pelo menos totalmente. Por isso, é comum dizer-se também que “a luta continua” e é preciso fazê-la para garantir a todos os brasileiros o exercício de seus direitos, especialmente os sociais. Sem esses, diz-se, fica difícil, senão impossível, exercer os demais – civis, políticos, econômicos, culturais. A Constituição federal de 1988 é considerada um marco significativo nessa luta. Trouxe contribuições valiosas e foi a origem de vários institutos e instrumentos legais da maior importância para a construção e o exercício da cidadania. Alguns poucos exemplos: a Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) Estudiosos da Constituição chamam a atenção para a importância por ela atribuída à questão do respeito à pessoa humana (ver, principalmente, arts. 1º, 5º e seus 78 incisos). E citam dentre as novas e importantes garantias civis instituídas - o mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX), o mandado de injunção (art. 5º, LXXI) e o habeas data (art.5º, LXXII). Destacam, igualmente, a ampliação do papel, competências, prerrogativas e, consequentemente, do próprio status do Ministério Público (arts. 127 a 130-A) e a criação da Defensoria Pública. Diz o art. 134 da Constituição: “A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV”. Trata-se de dispositivos legais da maior importância porque objetivam a realização, na prática, do tão sonhado, mas ainda não alcançado, ideal de facilitar, ou mesmo possibilitar, o acesso à justiça por parte dos mais pobres. Registre-se, finalmente, que de 31 de março de 1992 (Emenda Constitucional nº 1) a 18 de dezembro de 2008 (Emenda Constitucional nº 57) a Constituição de 1988 já foi objeto de nada menos do que 57 Emendas.

*sócio-fundador da Avante e consultor no Projeto Mulheres da Paz

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Mulheres da Paz Menor Protegido, Menos Violência Dalmo de Abreu Dallari

Tem sido muito frequente o noticiário de violências cometidas por menores ou contra eles em horários noturnos, período que é muito propício à reunião de adolescentes em locais que estimulam o consumo de álcool ou a circulação de drogas. Daí a necessidade de uma proteção especial, que não seja opressiva e não cerceie os direitos fundamentais do adolescente, mas que lhe dê segurança, evitando que ele seja vítima dos que abusam de sua inexperiência ou, então, de suas ingênuas fantasias de independência ou coragem. E tem sido frequente que, no noticiário de violências envolvendo menores, venha a informação de que os pais e as mães ficaram surpresos quando receberam a notícia de que seus filhos ou filhas estavam sujeitos a esse tipo de envolvimento. Por uma série de razões, muitas vezes a proteção da família é insuficiente, mesmo que o menor viva em um ambiente familiar saudável, pois existe sempre a possibilidade de outras influências, sobretudo quando o menor começa a ter vida independente. Foi pelo reconhecimento desses riscos e dessa insuficiência que se incluiu na atual Constituição brasileira, no artigo 227, um dispositivo segundo o qual é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente seus direitos fundamentais, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão Assim, pois, é dever do Estado adotar as medidas necessárias para que os menores não sejam expostos a

situações em que existe o risco de que venham a ser vítimas de alguma espécie de violência. Para o cumprimento dessa obrigação constitucional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal nº 8.069, de 1990, estabeleceu regras pormenorizadas sobre a garantia dos direitos da criança e do adolescente, incluindo a adoção de iniciativas visando possibilitar o efetivo gozo dos direitos, mas prevendo expressamente que tal gozo fique sujeito a condicionamentos legalmente impostos, admissíveis nos casos em que a experiência mostre que são recomendáveis ou mesmo necessários para que seja evitada a exposição dos menores a abusos e violências. Com efeito, no capítulo segundo do ECA, que trata "Do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade", encontrase, no artigo 16, uma referência expressa ao direito à liberdade de locomoção, nos seguintes termos: "O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I- ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais. Reafirma-se aí o direito à liberdade de locomoção, mas, tendo em vista a especial necessidade de proteção dos menores, existe a previsão de limitações legais. DALMO DE ABREU DALLARI , 77, é professor emérito da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios Jurídicos do município de São Paulo (gestão Erundina).

Como a Política Interessa a Todos e a Cada Um João Ubaldo Ribeiro* As formas de exercício do poder (política) são fáceis e, ao mesmo tempo, difíceis de identificar. É claro que, quando nos dizem que não nos é permitido passar (no caso dos brasileiros do sexo masculino) dos 17 anos sem nos alistarmos para o serviço militar, é evidente que um poder se exerce sobre nós, de uma forma bastante palpável. Entretanto, quando pensamos ou agimos, de determinadas maneiras (por exemplo, mantendo preconceitos em relação ao nosso semelhante, por ele ser preto, ou branco, ou protestante, ou católico, ou por falar com determinado sotaque), este poder é muito mais difícil de visualizar. O preconceito racial, por exemplo, tem origem e finalidades políticas (ou seja, tem servido para justificar formas de dominação e

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exploração) – variando enormemente, é claro, de acordo com as circunstâncias sociais e históricas. O que se pretende dizer com isso é que, quer políticos ou não, estamos submetidos a um processo político que penetra em todas as nossas atitudes, em toda nossa maneira de ser ou agir. Quando sonhamos, no futuro, em ficar “sem fazer nada” e apenas gozar a vida, depois de juntarmos um hipotético pé-de-meia, também não estamos pensando em Política. Contudo, se pensarmos mais um pouco, veremos que para juntar nosso pé-de-meia, é necessária uma porção de coisas – uma ocupação rendosa, qualificação para exercer essa ocupação, oportunidade de acesso a ela, o que nem sempre acontece por mérito.


Ora, como se obtém tudo isso? Através de um processo político. Ou seja, é o processo político que vai definir todas essas condições para o “pé-de-meia” imaginado acima. Se o processo político, por exemplo, resulta em que não são dadas oportunidades de educação a pessoas como nós, é evidente que ele nos prejudica (e, paralelamente, beneficia e privilegia outras pessoas). Assim, quando estamos pensando em cuidar de nossa própria vida sendo “apolíticos”, na verdade estamos sendo míopes. Quando alguém diz “que não liga para política” está exercendo um direito, mas na verdade está sendo um político conservador. Para ele as coisas estão muito bem, não vê necessidade de mudá-las. No entanto, não está sendo “apolítico”, ou seja, ausente da Política. No máximo, apenas não tem consciência de seu papel político, pois o “apolítico” não existe. Vemos assim que a Política, o jogo de poder - isto é, o que acontece para se obter uma decisão qualquer – está em toda parte, na conduta humana. Quando um casal, no início de seu relacionamento, vai gradualmente marcando os papéis dentro do lar (eu mando aqui, você manda ali e assim por diante) estamos diante de um miniprocesso decisório, de um miniprocesso político. Entretanto, este exemplo é apenas para esclarecer o que poderíamos chamar, na falta de melhores palavras, a essência da coisa política. Existe outro elemento, na

Política, que é necessário acrescentar à conceituação que fixamos atrás, quando dissemos que a Política se preocupa com o encaminhamento de interesses para a tomada de decisões. Este elemento é a natureza pública da Política. A própria palavra “Política” vem de polis, que significa, mais ou menos, “cidade”. A discussão entre marido e mulher sobre a que cinema vão pode não ser política. Mas se nessas discussões, ele sempre impõe sua vontade, se ela é obrigada até mesmo a fingir que gosta daquilo que não gosta, então isso pode estar refletindo uma situação específica da mulher em toda a sociedade. Uma situação de inferioridade social. Se essa mulher em vez de, pessoalmente, revoltar-se e não aceitar a imposição do marido – o que seria um problema apenas do casal – mas, ao contrário, decide reunir outras mulheres para, juntas, utilizando diversos meios de mobilização, buscarem uma modificação desse comportamento social, estarão exercendo uma atividade política. Estarão lutando para alterar estruturas de poder em sua coletividade e não apenas em sua casa. * Resumo do capítulo 2 - “Como a política interessa a todos e a cada um”, do livro Política – Quem Manda, Por que manda, Como Manda” de João Ubaldo Ribeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981

Mobilização Social: um Modo de Construir a Democracia e a Participação* José Bernardo Toro e Nísia Maria Duarte Werneck

O QUE É MOBILIZAÇÃO SOCIAL Muitas vezes confundida com manifestações públicas, passeatas, concentrações, a mobilização só ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo comum, buscando, quotidianamente, resultados desejados por todos. Mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum. Participar de uma mobilização é uma escolha, porque a participação é um ato de liberdade. Convocar vontades significa convocar discursos, decisões e ações no sentido de um objetivo comum, para um ato de paixão, que contamina todo o quotidiano. Toda mobilização é para alguma coisa; por isso é um ato de razão.

DIMENSÕES BÁSICAS PARA ESTRUTURAR UM PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO Primeiro passo: a explicitação de seu propósito, expresso sob a forma de um horizonte atrativo, um imaginário “convocante” que sintetize o que se busca alcançar. Não deve ser só racional, mas capaz também de despertar paixão. Exemplo de imaginário: de Moisés aos judeus, “Vamos para uma terra onde jorram leite e mel (...) onde habitarão juntos o lobo e o cordeiro e o leopardo deitarse-á ao lado do cabrito...” OS ATORES QUE DÃO INÍCIO A UM PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL

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Produtor Social Pessoa ou instituição que tem a capacidade de criar condições econômicas, institucionais, técnicas e profissionais para que um processo de mobilização ocorra. De conduzir as negociações que vão lhe dar legitimidade política e social. Tem a intenção de mudança, de transformar a realidade e se dispõe a compartilhar esses propósitos. O importante é que o Produtor Social contribua para que sejam criadas as condições para a evolução de uma posição reativa (fatalista frente aos problemas) para uma posição proativa (ver os problemas como situações a serem trabalhadas, como oportunidades de ação). Reeditor Social Termo cunhado por Juan Camilo Jaramillo, designa uma pessoa que, por seu papel social, ocupação ou trabalho, tem a capacidade de readequar mensagens, segundo circunstâncias e propósitos, com credibilidade e legitimidade. É uma “pessoa que tem público próprio”, que é reconhecida socialmente, tem a capacidade de negar, transformar, introduzir e criar sentidos frente a seu público, contribuindo para modificar suas formas de pensar, sentir e atuar. Os educadores são reeditores ativos. Por sua profissão e pela credibilidade que têm frente a seus alunos, pais e comunidade. O Reeditor é diferente dos chamados multiplicadores porque ele não reproduz o conteúdo da forma como o recebeu, mas o interpreta e o amplia para adequá-lo ao seu público. O Editor A mobilização requer que as mensagens sejam editadas, quer dizer, que se convertam em formas, objetos, símbolos e signos adequados ao campo de atuação do reeditor. O Editor (pessoa ou instituição) é o profissional desse tipo de comunicação. Incumbe-lhe: como estruturar as mensagens, que códigos são necessários para que a mensagem seja compreendida e absorvida pelo reeditor e para que ele possa convertê-la em uma forma de sentir, de atuar e de decidir em função do imaginário. Quanto maior seu conhecimento do campo de atuação do reeditor, melhores as possibilidades de êxito de seu trabalho.

ação. Na primeira etapa do despertar é preciso: dar informações para que as pessoas tomem conhecimento da situação que precisa ser trabalhada. Uma ressalva importante: estamos falando de dar informação às pessoas que, a partir disso, vão decidir o que pensar e o que fazer. Não se trata de “conscientizar”, no sentido de dizer: “pense como eu”, “avalie como eu avalio”. COMO DAR INÍCIO AO PROCESSO Estruturação da rede de reeditores: identificação dos setores que precisam ser mobilizados e dos reeditores que se relacionam com eles. Essa etapa é uma das mais importantes para o sucesso da mobilização. É necessário ser preciso e considerar os pontos levantados sobre o campo de atuação. Conversão do imaginário em materiais e mensagens: os materiais não devem ter uma finalidade promocional, mas informativa e convocatória; devem dar sustentação às ações de divulgação dos propósitos, das alternativas de ação e dos resultados alcançados. Por isso devem ter certas características: clareza, objetividade no conteúdo e na forma; devem ser “assinados” pelo movimento ou por vários de seus participantes (é de todos, não é de ninguém em particular). Estruturação dos sistemas de coletivização e o momento da convocação: identificados os reeditores, preparados os materiais básicos e o projeto de comunicação, é hora de dar início ao movimento. Os principais reeditores devem ser procurados, informados sobre propósitos e expectativas, receber o material básico etc. Em seguida, todas as lideranças que possam ter alguma relação com o movimento e ainda aquelas que forem consideradas as mais significativas na cidade. Quando todos estiverem informados e seguros sobre a idéia, é hora de abrir mais o movimento. Se a opção for a realização de uma reunião, o primeiro passo é preparar a lista de convidados, em função dos propósitos e da abrangência pretendida. Lembrar que é melhor pecar pelo excesso. ALGUMAS DIFICULDADES

COMO SE DESENVOLVE UM PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL Dois momentos. Primeiro: despertar do desejo e da consciência da necessidade de uma atitude de mudança. Segundo: transformação desse desejo e dessa consciência em disposição para a ação e na própria

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Como lidar com o fatalismo e a desesperança Mostrar e conseguir que as pessoas vejam que existem situações com as quais não podemos conviver, em relação às quais não devemos ser tolerantes. Quanto a desesperança, o remédio é trabalhar o conceito de cidadania, despertar a capacidade empreendedora coletiva.


Como romper com o “costume com a ruindade” Talvez o mais trágico na sociedade brasileira atual não seja a existência da desigualdade, da miséria e da violência. O mais trágico é a naturalidade com que todos nós convivemos com essa realidade, escreveu Margarida Vieira. Caetano Veloso diz: “Enquanto os homens exercem seus podres poderes,/ morrer e matar de raiva, de fome e de sede,/ são tantas vezes gestos naturais”. Romper com esse sentimento exige assumir o destino e a construção da ordem social, aceitar que somos nós que a criamos, com nossas ações, nossas omissões e delegações para que outros ajam por nós. Como começar quando o imaginário não está muito claro A resposta é: começando. O imaginário irá se configurando aos poucos. Algumas fontes: a Constituição, as músicas, a literatura e, principalmente, muita conversa. O importante é tê-lo delineado, não necessariamente de maneira precisa e definitiva.

melhor forma de evitar isso é assegurar as condições para que o movimento seja de todos: livre circulação de informações, articulação e mobilização de reeditores de todos os setores, evitar polemizar e assumir atitudes hostis, propostas que reflitam o que une as pessoas e não as suas discordâncias. Como lidar com os especialistas Lembrar aos que se sentem donos de assuntos que, para haver mobilização, isso não pode ocorrer. Os assuntos deixam de ter donos, de serem tratados de forma isolada de seu conteúdo mais global, de seu interesse social É importante respeitar a s dificuldades que eles têm em aceitar aberturas. Sua participação é importante, só não se pode aceitar a postura isolada, de quem se acha com todas as respostas.

Como alcançar abrangência e pluralidade É condição do sucesso de uma mobilização que o tratamento do problema que ela quer solucionar deixe de ser de um círculo restrito de pessoas e especialistas. A

*Resumo de trechos do livro Mobilização Social: um modo de construir a democracia e a participação, de José Bernardo Toro e Nisia Maria Duarte Werneck.

O que é um Grupo de Trabalho? Denise Lemos

1. Definição Afinal, o que define um grupo de trabalho? Num primeiro plano, poderíamos estabelecer 3 elementos que definem um grupo, quais sejam: uma tarefa a realizar, os vínculos entre as pessoas e os papéis exercidos. Em um grupo, os integrantes compartilham, tempo, espaço, e objetivo. Esse objetivo comum não é qualquer objetivo, ou o objetivo imposto à equipe, é aquele objetivo que o grupo constrói junto, o motivo das pessoas estarem reunidas. As pessoas, individualmente, têm seus interesses e necessidades e é na relação com o outro, com o grupo, que surge a oportunidade de realização dessas necessidades. A tarefa é um dos meios de realizar a necessidade. É importante, portanto, encontrar o elo que une as pessoas na realização da sua tarefa enquanto equipe. Quando é que pessoas juntas não são um grupo 1. Quando se tornam uma “série”, isto é, quando dividem o mesmo espaço, um objetivo comum, mas

não há comunicação entre elas, não há uma articulação, como é o caso da fila de ônibus e das pessoas em uma sessão de cinema. Por exemplo: no cinema, se as pessoas mudam de lugar ao nosso redor, em geral isso não faz muita diferença em relação à realização do nosso objetivo, que é assistir o filme. 2. Quando se tornam um bando, ou seja, quando as pessoas se organizam em agrupamentos que se unem pela semelhança, não há espaço para o diferente, para o questionamento. As regras são rígidas demais e as pessoas que as deixam de cumprir são excluídas. Como exemplo, podemos citar as gangs de rua, algumas seitas religiosas, esportes radicais como os praticantes de skates que têm toda uma linguagem própria, roupas, características. Nesse caso, não há papéis interdependentes, as tarefas são realizadas individualmente.

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O que realmente aproxima e transforma as pessoas em um grupo

nossas necessidades. O papel serve para satisfazer necessidades e expectativas individuais e do grupo.

2. A Tarefa do grupo

A cada papel corresponde um papel complemento - o seu par - um precisa do outro para funcionar: pai-filho; chefe-subordinado; marido-mulher. Todo papel tem uma função e denota uma posição.

A tarefa é o conjunto de ações destinadas à consecução de objetivos comuns. É a razão de ser do grupo, o motivo das pessoas estarem juntas. Essa tarefa pode ser visível, objetiva e observável. É também invisível, subjetiva - como são os medos e as ansiedades do grupo na realização da sua tarefa concreta. 3. O Vínculo no grupo O vínculo é um tipo de relacionamento onde cada um de nós traz para o grupo nossas histórias pessoais, nossas experiências de vida, nossos conhecimentos. Enfim, nosso mundo interno. O vínculo se dá, exatamente, a partir da relação que se estabelece entre as pessoas, pressupõe o entendimento do outro enquanto diferente e também a existência de necessidades comuns sendo atendidas reciprocamente, através da comunicação e da aprendizagem. Para haver vínculo é preciso o processo de descentramento, ou seja, de sairmos um pouco do nosso mundo, do nosso “pedestal ” e caminharmos em direção ao outro, podendo senti-lo e compreendê-lo na sua necessidade. Em outras palavras, sermos capaz de empatia solidária. Nesse momento, um passa a ser significativo para o outro, num processo de troca, de cooperação, de mútua compreensão. Quando eu me comunico com o outro, nem eu nem ele seremos mais os mesmos, nos afetamos mutuamente, crescemos, mudamos. A existência de um vínculo frágil pode trazer algumas dificuldades para a produtividade grupal. Nesse aspecto, algumas situações são reveladoras, da necessidade de exame do processo vincular do grupo: acentuado individualismo; impaciência ou intolerância; crítica destrutiva do outro; isolamento do grupo, do trabalho; formação de “panelinhas”, competição. 4. Os papéis no grupo Num grupo, as pessoas se organizam atribuindo-se papéis que incluem expectativas de comportamento ou de desempenho. Por outro lado as pessoas também podem agir proativamente assumindo papéis ou atendendo às expectativas. Os papéis podem ser estabelecidos formalmente, através dos cargos, das funções, ou, informalmente, quando emergem no acontecer, do processo do grupo. Nós assumimos e atribuímos papéis de acordo com nossa história de vida,

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No interjogo desses papéis podemos encontrar situações do tipo: aqui no grupo uns ficam com o “filé” e outros com os “ossos”; aqui uns planejam, outros executam e outros controlam; esperamos que o gerente aja de uma maneira e ele age de outra; não sei exatamente o que o meu chefe espera de mim; sou desse jeito mesmo, autoritário, e daí? Não agüento mais ser o porta-voz deste grupo; não suporto mais carregar este grupo nas costas, tudo eu? Enfim, o que é mesmo trabalhar em grupo? Trabalhar em grupo é ter um objetivo comum e uma tarefa em marcha para alcançá-lo, através de vínculos fortes, e exercício de papéis que sejam operativos para a efetividade grupal. Tanto a tarefa quanto os papéis são definidos a partir do exame das necessidades dos integrantes, o que permite identificar as necessidades comuns e as complementares. Assim, trabalhar em grupo deve significar um espaço para satisfação das necessidades individuais e encaminhamento das necessidades comuns e o grupo deve se constituir numa unidade. Isso não quer dizer que todos pensem igual. A unidade não significa, a exclusão dos opostos. “O semelhante aproxima, mas é o diferente que completa”


Mulheres da Paz Mediação de Conflitos Lilia Maia de Morais Sales

A mediação representa uma forma consensual de resolução de controvérsias, na qual as partes, por meio de diálogo franco e pacífico, têm a possibilidade, elas próprias, de solucionarem seu conflito, contando com a figura do mediador, terceiro imparcial que facilitará a conversação entre elas.

A solução de conflitos configura o objetivo mais evidente da mediação. O diálogo é o caminho seguido para se alcançar essa solução. O diálogo deve ter como fundamento a visão positiva do conflito, a cooperação entre as partes e a participação do mediador como facilitador dessa comunicação.

A mediação possibilita a transformação da “cultura do conflito” em “cultura do diálogo” na medida em que estimula a resolução dos problemas pelas próprias partes. A valorização das pessoas é um ponto importante, uma vez que são elas os atores principais e responsáveis pela resolução da divergência.

O segundo objetivo da mediação é a prevenção de conflitos. A mediação, como um meio para facilitar o diálogo entre as pessoas, estimula a cultura da comunicação pacífica. Quando os indivíduos conhecem o processo de mediação e percebem que essa forma de solução é adequada e satisfatória, passam a utilizá-la sempre que novos conflitos aparecem.

A busca do “ganha-ganha”, outro aspecto relevante da mediação, ocorre porque se tenta chegar a um acordo benéfico para todos os envolvidos. A mediação de conflitos propicia a retomada do diálogo franco, a escuta e o entendimento do outro A visão positiva do conflito é considerada um ponto importante. O conflito, normalmente, é compreendido como algo negativo, que coloca as partes umas contra as outras. A mediação tenta mostrar que as divergências são naturais e necessárias pois possibilitam o crescimento e as mudanças. O que será negativo é a má-administração do conflito. A mediação possibilita também o conhecimento do conflito real a partir do diálogo. Muitas vezes, os problemas que se expressam são os aparentes, tendo em vista a dificuldade de se falar sobre real problema. A resolução apenas do conflito aparente não tem eficácia, pois o conflito real perdura, dando ensejo a outros problemas A mediação, por suas peculiaridades, torna-se um meio de solução adequado a conflitos que versem sobre relações continuadas, ou seja, relações que são mantidas apesar do problema vivenciado. Também vale ressaltar que os conflitos que envolvem sentimentos e situações que são fruto de um relacionamento – mágoas, frustrações, traições, amor, ódio, raiva – revelam-se adequados à mediação. Isso porque, nesse mecanismo de solução de controvérsias, há um cuidado, por parte do mediador, de facilitar o diálogo entre as partes, da maneira a permitir a comunicação pacífica e a discussão efetiva dos conflitos. São vários objetivos da mediação, dentre os quais destacam-se: a solução dos conflitos (boa administração do conflito), a prevenção da má-administração de conflitos, a inclusão social (conscientização de direitos, acesso à justiça) e a paz social.

A mediação é um meio de solução que requer a participação efetiva das pessoas para que solucionem seus problemas mediante diálogo e assunção de responsabilidades, direitos e obrigações. Ela incentiva a reflexão sobre as atitudes dos indivíduos e a importância de cada ato para sua vida e para a vida do outro. A pessoa é valorizada, incluída, tendo em vista sua importância como ator principal e fundamental para a análise e a solução do conflito. Dessa forma, como representa mecanismo informal e simples de solução das controvérsias, exigindo ainda um procedimento diferenciado, no qual há uma maior valorização dos indivíduos do que meros documentos ou formalidades, percebe-se, de logo, um sentimento de conforto, de tranqüilidade, de inclusão. No tocante à pacificação, ressalta-se que se pratica a paz quando se resolve e se previne a má-administração dos conflitos, quando se busca o diálogo, quando se possibilita a discussão sobre direitos e deveres e sobre responsabilidade social; quando se substitui a competição pela cooperação – o perde-ganha pelo ganhaganha. A mediação, como forma pacífica e participativa da solução de conflitos, exige das partes envolvidas a discussão sobre os problemas, sobre os comportamentos, sobre direitos e deveres de cada um – todo esse diálogo realizado de forma cooperativa, fortalecendo o compromisso ético com o diálogo honesto. Os princípios da mediação podem variar de país para país. No entanto, existe consenso sobre alguns deles, quais sejam: liberdade das partes, não-competitividade, poder de decisão das partes, participação de terceiro imparcial, competência do mediador, informalidade do processo e confidencialidade no processo. A liberdade das partes - significa que devem estar livres quando resolvem os conflitos por meio da mediação.

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As partes não podem estar sofrendo qualquer tipo de ameaça ou coação. Devem estar conscientes do que significa esse procedimento e que não estão obrigadas a assinar qualquer documento; Não-competitividade – deve-se deixar claro que na mediação não se pode incentivar a competição. As pessoas não estão em um campo de batalha, mas sim estão cooperando para que ambas sejam beneficiadas. Na mediação não se pretende determinar que uma parte seja vencedora ou perdedora, mas que ambas fiquem satisfeitas; Poder de decisão das partes - na mediação o poder de decidir como o conflito será solucionado cabe às pessoas envolvidas. Somente os indivíduos que estão vivenciando o problema são responsáveis por um possível acordo. O mediador somente facilitará o diálogo, não lhe competindo poder de decisão. Participação de terceiro imparcial – o mediador deve tratar igualmente as pessoas que participam de um processo de mediação. Não poderá de forma alguma privilegiar qualquer uma das partes - deve falar no mesmo tom de voz, oferecer o mesmo tempo para que elas possam discutir sobre os problemas, destinar o mesmo tratamento cordial, enfim, o mediador deve agir sem beneficiar uma parte em detrimento da outra; Competência do mediador – o mediador deve estar capacitado para assumir essa função. Para tanto deve ser detentor de características que o qualifiquem a desempenhar esse papel, dentre as quais, ser diligente, cuidadoso e prudente, assegurando a qualidade do processo e do resultado;

Informalidade do processo - A informalidade significa que não existem regras rígidas às quais o processo de mediação está vinculado. Não há uma forma única predeterminada de processo de mediação. Os mediadores procuram estabelecer um padrão, para facilitar a organização dos arquivos e a elaboração de estatísticas; Confidencialidade no processo – o mediador não poderá revelar para outras pessoas o que está sendo discutido no processo de mediação. O processo é sigiloso e o mediador possui uma obrigação ética de não revelar os problemas das pessoas envolvidas. O mediador deve agir como protetor do processo de mediação, garantindo sua lisura e integridade. A confiança das partes nasce a partir do momento em que tem a certeza de que o mediador não revelará seus anseios e problemas para um terceiro. Ainda deve ser esclarecida a necessidade de que a boa-fé seja traço marcante naqueles que procuram ou são convidados a participar de um processo de mediação, pois, caso contrário, torna-se quase impossível um diálogo franco e justo. Da mesma maneira, é imprescindível que exista igualdade nas condições de diálogo, de forma a evitar que uma parte possa manipular a outra, o que resultaria em um acordo frágil, com grande probabilidade de ser descumprido. Lilia Maia de Morais Sales - Professora Titular da Universidade de Fortaleza; Professora Adjunta da Universidade Federal do Ceará; Doutora em Direito/UFPE; Advogada; Coordenadora Geral do Programa “Casa de Mediação Comunitária” da Secretaria da Justiça e Cidadania do estado do Ceará; Diretora-presidente do Instituto de Mediação e Arbitragem do estado do Ceará.

Crenças que Ligitimam a Violência *

São muitas as crenças que justificam um certo grau de violência doméstica, todas elas associadas ao modo como homens e mulheres devem se comportar dentro do casamento e em sociedade. Uma dessas crenças é a de que o controle faz parte do amor e do casamento. Outras se ligam à hierarquia existente entre o casal, onde o homem situa-se no lugar de maior poder, podendo, portanto, definir as regras e o que é certo e errado na convivência conjugal.

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Os homens justificam seus atos de duas maneiras: a mulher não teria cumprido com suas obrigações e, por isso, mereceria apanhar para aprender – trata-se da “função educativa da violência”. Além disso, a mulher poderia não estar respeitando a sua individualidade, estaria cerceando os seus direitos de estar só, de sair, de estar preocupado ou indignado. De certa forma, também aqui a mulher não estaria cumprindo bem o seu papel de esposa, merecendo, por isso, ser punida. Neste


último caso, podemos incluir a violência sexual, que se baseia na idéia de que é o desejo masculino que orienta o ato sexual, autorizando, portanto, o uso de violência quando a mulher, por qualquer razão, não cede a este desejo. Todas estas crenças e justificativas ligam-se, sem exceção, à desigualdade entre homens e mulheres. Mais poderosos, os homens detêm a prerrogativa de mandar e controlar os demais membros da família, com a concordância das mulheres, das crianças e da sociedade em geral. Não custa lembrar que, de modo geral, estas idéias são transmitidas e reconstruídas cotidianamente por adultos de ambos os sexos quando educam as crianças. Quando as meninas lavam os pratos e arrumam a casa enquanto os meninos continuam brincando, fica claro para ambos quem dos

dois tem mais direitos e quem tem mais deveres, o que, já ali, muito cedo, institui desigualdades e a idéia de que meninos valem mais do que meninas. Mais tarde, os meninos podem sair, escolher seu grupo de amigos e suas namoradas e viver sua sexualidade livremente, enquanto as meninas são reguladas e têm que fazer uso de diversos tipos de estratégias para fazerem as mesmas coisas: também aí se está construindo a idéia de que elas têm menos direitos e mais deveres. Quando os dois, homem e mulher, unem-se em um encontro amoroso, já está claro para ambos qual é o lugar de cada um. * trechos do artigo 'Abordagem Social sobre Violência e Saúde das Mulheres' retirado do site http://www.conselhodamulher.pi.gov.br/artigos.php?id=8

Cinco Mitos que Precisam ser Quebrados Há muitos avanços na luta contra a violência no Brasil. Contudo, ainda vivemos um triste círculo vicioso. Com base em alguns mitos sobre como vencer a violência, crimes bárbaros têm servido de estímulo para a sociedade e os meios de comunicação pressionarem o Estado, no sentido dele aumentar as atitudes repressivas. A necessidade emergencial de lidar com a violência, entretanto, acaba servindo de justificativa para medidas mais violentas, pouco eficazes e que não contribuem de fato para a diminuição da criminalidade em nosso país. Na tentativa de romper com esse ciclo, o Instituto Sou da Paz criou a campanha “Cinco mitos que precisam ser quebrados”, com dados e informações concretas para qualificar o debate público e conscientizar a população sobre a situação da segurança pública. 1) Mito: Investir em prevenção não traz resultados concretos. Realidade: Resolver o problema da educação ou da saúde, que certamente impactam no fenômeno da violência no país, pode levar até mais de 20 anos. No entanto, isso não significa que não há o que fazer de imediato. Ao contrário do que muitos pensam a polícia já tem informação suficiente sobre onde, em quais dias da

semana e em que horários ocorrem os crimes violentos e quem são suas vítimas e atores preferenciais. Se olharmos cuidadosamente para nossos bairros, perceberemos que eles têm muito em comum. Não possuem áreas de lazer nem de cultura, há problemas na qualidade do ensino nas escolas, não há espaços públicos com atividades para crianças e adolescentes, faltam creches para que as jovens mães deixem seus filhos, há centenas de bares como única opção de lazer e ainda o Estado, de uma forma geral, não se mostra presente. O que fazer? 2) Mito: “Rondesp na rua” é a única solução imediata para conter o crime. Realidade: Quando a população e alguns políticos pregam a “Rondesp na rua”, querem uma polícia com licença para matar, que roda as ruas com sirenes ligadas e armas para fora, achando que isso realmente assusta os bandidos. Com a “Rondesp na rua”, portanto, temos uma polícia que aumenta a tensão existente entre a comunidade e a polícia, viola as leis, se afasta da população, e não gera resultados efetivos. O que fazer?

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3) Mito: Aumentar as penas desestimula o crime Realidade: A grande repercussão de alguns crimes e a crença geral de que penas maiores intimidam os bandidos provoca um anseio da sociedade pelo aumento e endurecimento das penas. Imagine que um bandido está na janela do seu carro prestes a cometer um assalto. Será que ele assaltaria se a pena para roubo fosse 6 anos de cadeia e não assaltaria não se a pena fosse 10 anos? Com certeza, nesse momento, o fator determinante não é o tamanho da pena. Provavelmente esse assaltante cometeria o crime de uma forma ou outra, pois a chance de ser preso é mínima.

No Brasil temos uma população carcerária de cerca de 200 mil pessoas e que cresce a cada ano. A população carcerária dobrou entre 1995 a 2003, mas os índices de criminalidades (roubo, furto e estupro) ainda continuam crescendo. Por outro lado, o investimento feito em construção de prisões em nosso estado nos últimos anos não encontra precedentes na história. O número de vagas dobrou e mesmo assim ainda há falta de vagas. O déficit de vagas hoje é maior que a lotação do estádio do Maracanã (122 mil pessoas). O Brasil tem a segundo maior população carcerária da América e o crime continua crescendo, implicando em necessidade sem fim de investimentos nesta área. O que fazer?

Assim, é a certeza ou não de ser punido o que estimula ou desestimula o crime, e não o tamanho e a dureza da pena.

5) Mito: O que mata no Brasil é arma ilegal e quem mata é bandido.

O que fazer?

Realidade:

4) Mito: A melhor ou única maneira de punir é prender - por quanto mais tempo, melhor!

A imensa maioria dos crimes que acontecem no Brasil é cometida com armas fabricadas no Brasil e de calibre permitido! Segundo relatório da Anistia Internacional, em 63% dos homicídios ocorridos aqui nos últimos dez anos foram utilizados revólveres e armas de pequeno porte.

Realidade: Pena não é instrumento de vingança. Os objetivos da pena são prevenir uma conduta criminosa ou reintegrar à sociedade aqueles que tenham cometido um crime. Em momentos de crise, políticos e animadores de rádio e televisão sempre pregam a implantação de penas maiores como uma grande solução para nossos problemas. Isso não funciona, custa caríssimo e induz a sociedade na direção errada..

Um estudo feito no Rio de Janeiro pelo ISER no ano 2001, com armas utilizadas em crimes e apreendidas pela policia, mostra que mais de 80% das armas eram brasileiras e mais de 90% de calibre permitido. Ou seja, mesmo que o bandido não compre arma em lojas, as armas mais utilizadas para roubar e matar em nosso país são aquelas que entraram no mercado de forma legal. O que fazer?

Tipos de Proteção na Assistência Social

Proteção Social Básica

Proteção Social Especial de Média Complexidade

Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Família fragilizada, mas com vínculos estáveis

Família com vínculos intrafamiliares e / ou comunitários desfeitos

Família inexistente

Ações preventivas

Ações de intervenção no sistema familiar e / ou na relação família-comunidade

Ações de manutenção de médio a longo prazo

CRAS, Bolsa Família, BPC, geração de trabalho e renda

CREAS / Sentinela, LA e PSC

Abrigo de idoso, atendimento a usuário de drogas

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Mulheres da Paz Quatro Aprendizagens Fundamentais no Século XXI *

O Século XXI oferecerá meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a comunicação e, em razão disso, submeterá a educação a uma dura obrigação aparentemente quase contraditória. Deve transmitir, cada vez mais, tanto saberes quanto saber-fazeres evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, e as levem para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer os mapas e a bússola que permitam navegar nesse mundo cada vez mais agitado e complexo. Uma resposta puramente quantitativa à necessidade de educação – uma bagagem escolar cada vez mais pesada – já não é possível nem mesmo adequada. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e

explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer os conhecimentos prévios, e de se adaptar a um mundo em mudança. A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas e, finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. * Resumo do texto “Os Quatro Pilares da Educação”, Capítulo IV, Educação: Um Tesoura a Descobrir – “Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o Século XXI”. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2004.

Programas Sociais em Saúde no Estado da Bahia

PHPN – PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO Objetivos GERAL Garantir o acesso e melhorar a cobertura e a qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, puerpério e da assistência neonatal. ESPECÍFICOS Captar precocemente a gestante. Garantir o acesso da gestante aos diferentes níveis de complexidade da assistência. Estabelecer o vínculo entre o pré-natal e parto. Garantir a qualidade da assistência ao pré-natal, ao parto e ao recém nascido. PSF – PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Objetivos GERAL Contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, imprimindo uma nova

dinâmica de atuação nas unidades básicas de saúde, através da implantação de equipes multiprofissionais. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. Há uma co-responsabilização entre os serviços de saúde e a população. ESPECÍFICOS Prestar, na unidade de saúde e no domicílio, assistência integral, contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita. Intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta. Eleger a família e o seu espaço social como núcleo básico de abordagem no atendimento à saúde. Humanizar as práticas de saúde, através do estabelecimento de um vínculo entre os profissionais de saúde e a população.

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Proporcionar o estabelecimento de parcerias através do desenvolvimento de ações intersetoriais. Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde. Fazer com que a saúde seja reconhecida como um direito de cidadania e, portanto, expressão da qualidade de vida. Estimular a organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social. PAISM – PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER Objetivos GERAL Diminuir a morbi-mortalidade feminina por causas previsíveis e controláveis. Melhorar a qualidade assistencial do atendimento à mulher em todas as fases do seu ciclo vital. ESPECÍFICOS Detecção precoce das patologias sistêmicas do aparelho reprodutivo e DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), assegurando o tratamento. Detecção e prevenção do câncer cervico-uterino e de mamas. Orientação sobre planejamento familiar para a escolha e uso do método contraceptivo adequado. Assegurar o encaminhamento aos níveis de maior complexidade de atenção, via sistema de referência e contra-referência. Diminuir a mortalidade perinatal com o cuidado à gestante, de risco. Orientar a mulher na sua fase climatérica. Contribuir para a participação da idosa em sua comunidade, através de democratização do controle dos serviços de saúde. PAISC – PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA Objetivos GERAL Reduzir a morbi-mortalidade nas crianças no Estado da Bahia.

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ESPECÍFICOS Promover a assistência ao recém-nascido, o aleitamento materno e a orientação alimentar adequada para a idade. Promover acompanhamento do desenvolvimento físico e psíquico da criança, como ação eixo da assistência. Participar do Programa Nacional de Imunização (PNI), através de integração através de integração com a Fundação Nacional da Saúde (FNS). Incentivar a identificação de crianças de risco para atendimento especial. Promover o controle e assistência das intercorrências patológicas e a orientação às famílias, sobretudo no que se refere à Doença Diarréica e Infecções Respiratórias (IRA). Promover atividades de educação para a saúde, com ênfase na participação da família na assistência à criança, na prevenção de acidentes e das doenças mais frequentes. Desenvolver programa de assistência a saúde das crianças de creches. PROSAD – PROGRAMA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE Objetivos GERAL Promover a saúde integral do adolescente, favorecendo o processo geral de seu crescimento e desenvolvimento, buscando reduzir a morbimortalidade e os desajustes individuais e sociais. ESPECÍFICOS Capacitar e reciclar todos os profissionais que estiverem envolvidos no atendimento de população, na faixa etária dos 10 a 19 anos; Integrar todos os setores que desenvolvem ações junto ao adolescente; Criar mecanismos de supervisão, acompanhamento e avaliação do PROSAD Realizar estudo e produção de instrumentos avaliadores do SUS- SESAB/PROSAD Planejar e elaborar, com os diferentes setores, um plano estratégico de ações específicas para adolescentes, voltados à saúde reprodutiva e para a saúde materno - infantil;


Divulgar as ações propostas pelo PROSAD para os Municípios, Unidades de Saúde, Instituições e Comunidades;

PROPAD – PROGRAMA DE PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA AO DEFICIENTE

Contemplar, do ponto de vista estratégico, ações que priorizem a participação efetiva dos adolescentes, da comunidade e dos profissionais de saúde no processo de planejamento, execução e avaliação das atividades do programa.

GERAL

PROGRAMAS DE SAÚDE BUCAL Procedimentos Coletivos Preventivos/Odontologia – promove a educação sanitária e o bochecho fluorado. Fluoretação das Águas de Abastecimento – procedimento coletivo para a prevenção da cárie. Procedimentos individuais em Odontologia – preventivo e curativo. Objetivos GERAL Contribuir para a melhoria da qualidade das ações de saúde bucal prestadas à população, em consonância com os princípios do SUS. ESPECÍFICOS Promover ações de educação em saúde bucal visando reduzir os níveis atuais de cárie e doença periodontal, através do auto-cuidado, bochechos e aplicação tópica de flúor. Estimular a expansão do sistema de fluoretação das águas de abastecimento, por se tratar de um método para a redução de índice de cárie, adequado, seguro, econômico e prático. Garantir à população, atendimento integral no que se refere às ações de baixa complexidade em odontologia, realizando adequação do meio bucal com atividades recuperadoras e cirúrgicas. PROGRAMA SAÚDE MENTAL Objetivos GERAL Promover a saúde mental da população e prevenir as complicações dos transtornos mentais, proporcionando cobertura assistência aos indivíduos que manifestem alteração em seu equilíbrio. Há o atendimento especializado nos Centros de Atendimento Psico-Social (CAPS).

Objetivos Reduzir o índice de situações de risco de instalação ou agravante de deficiências e incapacidades, implantando e implementando ações de prevenção, na atenção materno -infantil; e na atenção aos pacientes portadores de patologias potencialmente incapacitantes. Melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras de deficiências, através do desenvolvimento de ações de assistência à saúde e de reabilitação. ESPECÍFICOS Desenvolver e apoiar ações de prevenção de deficiências na atenção à saúde, por grupos populacionais (crianças, adolescentes, mulheres, adultos e idosos). Desenvolver e apoiar ações de assistência ao portador de deficiências (Habilitação/Reabilitação). Promover ações que propiciem e preservem maior grau de autonomia e independência à PPD. Promover meios para o conhecimento do Perfil Epidemiológico das Deficiências no Estado da Bahia. Promover a integrações Governamentais e Não Governamentais. PROGRAMA DO IDOSO - CENTRO DE REFERÊNCIA AO IDOSO Objetivos GERAL Promover o bem estar físico e psíquico da população do Estado com mais de 60 anos, incentivando sua permanência na comunidade HIPERTENSÃO ARTERIAL Objetivos GERAL Reduzir a incidência de complicações da hipertensão arterial e promover a redução do número de internamentos e custos hospitalares, através de unidades de prevenção e controle da doença.

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DIABETES MELLITUS Objetivos GERAL Promoção da detecção precoce da doença e assistência integral aos portadores de Diabetes Mellitus ou gestacional, possibilitando um controle metabólico, visando à menor incidência de complicações, melhorias da qualidade de vida, redução de mortes prematuras e significativa queda de custos hospitalares. PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR Objetivos GERAL São ações desenvolvidas no Estado pelo Centro de Referência à Saúde do Trabalhador/CESAT e em alguns municípios pelos núcleos de saúde do trabalhador (NUSAT), tais como: Ambulatório Especializado em doenças do trabalho; Ações de Vigilância a ambientes de trabalho; Ações de Vigilância a população exposta a agrotóxicos; Estudos e projetos na área da saúde do trabalhador. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DO ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Objetivos GERAL Em parceria com o Centro de Terapia Contra o Abuso de Drogas (CETAD) da UFBª, a SESAB criou o PREVDROGAS (Programa estadual de Prevenção e Tratamento do Uso Indevido de Substância Psicoativas), com o intuito de desenvolver ações preventivas, de informação e comunicação, capacitação em RH, estudos sócio-antropológicos sobre as substâncias psicoativas e sua utilização, bem como atendimento psicoterápico e psiquiátrico aos usuários e familiares. O PREVDROGAS é o centro de referência estadual nesta especialidade.

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PACS – PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE O PACS é uma estratégia articulada nos três níveis de Governo (Federal, Estadual e Municipal). No foco dessa estratégia estão as idéias de proporcionar à população o acesso e a universalização do atendimento à saúde, descentralizando as ações. Este trabalho é desenvolvido pelos Agentes Comunitários de Saúde - ACS, cuja base consiste em ações de promoção e prevenção. O ACS reside na própria comunidade em que trabalha; assim, tem acesso fácil às famílias da vizinhança e identifica rapidamente seus problemas. Ele atende aos moradores de cada casa em todas as questões relacionadas com a saúde: orienta, dá sugestões, dá apoio, controla e acompanha a realização dos procedimentos necessários, buscando encontrar alternativas para enfrentar as situações problemáticas juntamente com a comunidade. A valorização da família e da comunidade, bem como sua participação ativa na prevenção de doenças e na promoção da saúde, são pontos centrais na atuação do PACS. Objetivos GERAL Melhorar, através dos Agentes Comunitários de Saúde, a capacidade da população de cuidar da sua saúde, transmitindo-lhe informações e conhecimentos e contribuir para a construção e consolidação dos sistemas locais de saúde. ESPECÍFICOS Capacitar os ACS para executar trabalhos no primeiro nível de atenção à saúde, garantindo cuidados à população com um grau de resolubilidade compatível com sua função, contribuindo para extensão da atenção à saúde. Garantir o trabalho do ACS integrado com a equipe da Unidade de Saúde a que estiver vinculado. Fortalecer a ligação entre serviços de saúde e comunidade. Ampliar o acesso à informação sobre a saúde. Cooperar coma organização comunitária no trato com os problemas de saúde.


Mulheres da Paz

O que Você Pode Fazer para Reduzir e Eliminar os Riscos à Saúde

Adote uma posição mais ativa em favor da vida. Aqueles que não tomam medidas preventivas contra os principais fatores de risco à saúde humana, com freqüência, se tornam vítimas precoces de doenças e mortes. “Coma, beba e se case, porque amanhã você vai morrer” não é lema para aqueles que querem evitar enfermidades e desfrutar vida saudável.Adotar medidas significa dar um passo decisivo contra aquilo que produz fatores de risco à saúde. Esses riscos não devem ser ignorados. Assuma uma atitude responsável em prol da vida. “Não tenho que fazer isto”, “não vou conseguir”, “posso cuidar de mim mesmo”, não são declarações dos mais fortes, mas dos irresponsáveis. Quando o assunto é hábitos ou estilo de vida, como o uso de álcool, fumo ou drogas, ou quando a tentação é praticar sexo de forma insensata, o indivíduo realmente responsável vai dizer não. Somente o irresponsável para consigo mesmo e com sua família diria coisas como: “Posso parar quando quiser” ou “fui vítima de uma atração irresistível.” Em vez disso, fique firme. Seja responsável. Previna-se contra esses riscos, em vez de se tornar sua presa fácil. Faça algo positivo. Não assuma a atitude niilista de que nada pode ser feito acerca da situação atual. Veja, por exemplo, o alto risco do saneamento deficiente ou da falta de água limpa. Uma comunidade inteira pode ser afetada por isso. Faça algo. Escreva para as autoridades locais. Organize campanhas de auto-ajuda. Uma

comunidade organizada pode limpar sua vizinhança, providenciar saneamento básico e ser um exemplo de ambiente saudável para as outras. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. A procrastinação é uma poderosa ferramenta do diabo. Suponha que o médico tenha-lhe dito para deixar de beber porque seu fígado já está comprometido. Você deve tomar uma posição para o bem de sua saúde. Isso pode nunca acontecer. Se você for uma vítima de um desses riscos para a saúde, comece a agir imediatamente. Não seja apático. A apatia (um tipo de exclusão por indiferença, mesmo tendo evidências indubitáveis) faz com que a pessoa se engane. Alguém assim sabe que adotar uma dieta baixa em gorduras, rica em vegetais, frutas e fibras, ajuda a diminuir o risco de doenças cardiovasculares, mas ela continua ingerindo alimentos gordurosos e poucos vegetais, frutas e fibras. O resultado de tal apatia é o auto-engano e, eventualmente, o tornar-se vítima de problemas de saúde. A Sua Saúde Está Em Suas Mãos.... Então: VIVA!! Viva bem e viva feliz! extraído do site: http://dialogue.adventist.org/articles/18_1_poni_p.htm

Cidadania Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro

Pacato Cidadão

do cidadão, para que eles sejam respeitados e cumpridos, já que o seu exercício não ocorre de forma automática.

A cidadania não se limita a uma palavra, uma idéia, um discurso, nem está fora da vida da pessoa. Ela começa na relação do homem consigo mesmo para, a partir daí, expandir-se até o outro, ampliando-se para o contexto social no qual esse homem está inserido. É uma nova forma de ver, ordenar e construir o mundo, tendo como princípios básicos os direitos humanos, a responsabilidade pessoal e o compromisso social na realização do destino coletivo.

Assim, um dos propósitos desta temática é oportunizar e estimular a reflexão e o debate sobre as questões dos direitos humanos, permitindo a construção de uma nova ética e um novo tipo de convivência social. Com este objetivo serão trabalhados instrumentos que embasem o exercício da cidadania como uma Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

A experiência nos mostra que é necessário um trabalho de reconhecimento e valorização dos direitos e deveres

Dentre os diferentes temas relacionados a essa questão, destaca-se a violência que aparece não apenas sob a

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forma de agressão física, mas, também como privação de direitos, desqualificação social, transformação do indivíduo em objeto, ignorância, miséria e desemprego. A cidadania, no trabalho com o grupo, se constrói pelo reconhecimento e respeito às diferenças individuais, pelo combate aos preconceitos, às discriminações (econômica, política, sexual, cultural e etc.) e aos privilégios, pela participação no processo grupal, pela ampliação da consciência em relação aos direitos e deveres e pela confiança na potencia de transformação de cada um. Cabe ao educador evitar que o conceito de cidadania se mantenha apenas no nível intelectual. A cidadania não é um discurso, precisa ser vivenciada para ser incorporada pelo grupo, incluindo o educador. A cidadania é construída no exercício das pequenas coisas do cotidiano, abrangendo não apenas os direitos, mas, também, os deveres, gerando compromisso, responsabilidade e participação. É importante estimular o protagonismo, inclusive o juvenil, como exercício de cidadania, envolvendo o adolescente na discussão e resolução de problemas concretos do seu cotidiano, assim como nas questões de interesse coletivo, incentivando sua participação em associações (ecológicas, culturais, estudantis etc.) e em movimentos sociais mais amplos. Sem esse espaço de descoberta e experimentação social, a transição do adolescente para o mundo adulto se faz sem práticas e vivências fundamentais para o desenvolvimento da sua consciência ética e do seu compromisso cidadão. São pontos essenciais a serem observados no desenvolvimento da temática Cidadania: acreditar que cada pessoa é agente de transformação da própria vida e do mundo em que vive; acreditar que todas as pessoas são iguais, independentemente de raça, credo, nacionalidade ou status social, em relação aos direitos da existência – sobrevivência, saúde, educação, cultura, esporte e lazer, trabalho, convivência familiar e comunitária, respeito, dignidade e liberdade – e diferentes no exercício dessa mesma existência; acreditar que a cidadania é conquistada através da participação coletiva e solidária no processo social, político e econômico, não sendo fruto de uma concessão ou de uma dádiva;

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acreditar que a construção da cidadania percorre necessariamente um caminho. Inicia-se com a formação da identidade e da auto-estima, passa pelo conjunto de aprendizagens básicas para a convivência e se efetiva na solidariedade e na participação social; acreditar que o jovem é fonte de iniciativa (ações), liberdade (opções) e compromisso (responsabilidade), ativo construtor de um destino coletivo; acreditar que nós identificamos e incorporamos valores positivos pelo curso dos acontecimentos e não pelo discurso das palavras. Um jovem, por exemplo, deve não apenas estudar, mas, principalmente, vivenciar cidadania, democracia e solidariedade; acreditar na importância do envolvimento dos adolescentes nas decisões que tenham impacto sobre suas vidas. Ser cidadão significa estar na vida e no mundo, sentindo-se parte integrante do gênero humano, peça singular do quebracabeça da história, participante ativo do esforço de mudança da sua realidade social, deixando por onde passa sua marca. É mais que sobreviver, é mais que viver com prazer, é gozar da existência.


Mulheres da Paz Família Cidadã - Significação e importância Social Ana Luiza Oliva Buratto

O acelerado ritmo e a constância das mudanças sociais, econômicas e culturais dos últimos tempos têm impactado sobremaneira a família, de forma a sugerir um enfraquecimento das suas relações. O modelo do Welfare State e o boom econômico legaram respectivamente ao Estado e ao mercado o papel de formador, de protetor e reprodutor social. Entretanto, problemas sociais relacionados com o uso e tráfico de drogas, alcoolismo, violência, maternidade precoce, repetência e evasão escolar, explodiram em alta escala, ameaçando a estabilidade social. Nesse contexto, a família volta a ser reconhecida como ponto nevrálgico de equilíbrio social, especialmente por sua função de atender a um amplo conjunto de necessidades de seus membros. Reacende-se assim a idéia da família como matriz do desenvolvimento humano, condição indispensável para a humanização e socialização das pessoas, ou seja, como lugar de transmissão não apenas da vida, mas também de um conjunto de valores sócio-culturais que lhe dão significado. Essa revalorização da família pela sociedade contemporânea passa necessariamente pelo reconhecimento de sua cidadania. Segundo Petrini (2002), a família precisa ser vista e tratada como importante sujeito social, “porque precede o Estado, porque medeia relações entre os indivíduos e a coletividade, porque difunde ao

seu redor um projeto de vida baseado na solidariedade entre gerações e entre sexos”. Esse reconhecimento da família como lugar privilegiado de pertencimento e de proteção dos seus componentes tem, de certa forma, colocado-a no centro das políticas de proteção social nas últimas décadas. Mesmo nos países mais periféricos, fala-se da importância dos cuidadores domiciliares, dos animadores culturais, dos agentes comunitários e dos microempreendimentos familiares. Começa-se também a investir em programas voltados ao fortalecimento da família como instituição social, no intuito de que ela possa apoiar a formação de novas possibilidades e de novos cenários de convivência. Nesse ponto, estratégias, programas e ações que favoreçam o estreitamento das relações e das responsabilidades coletivas – entre famílias, escola e comunidade, nas diversas regiões do nosso país, certamente serão muito bem-vindas. São elas que, sem dúvida, contribuirão para melhorar o resultado de qualquer tipo de avaliação que venhamos a fazer dele, uma vez que, concordando com Bronfenbrenner (1995), afirmamos: o critério de avaliação de uma nação está certamente relacionado com a análise do cuidado que a geração mais velha tem para com a mais nova.

Qual o Mistério da Comunidade de Roseto? Malcolm Glawell

Roseto situa-se a 160km de Roma, capital da Itália. Em janeiro de 1882, um grupo de 11 moradores da cidade – 10 homens e um menino – abandonaram a cidade e viajaram para Nova York. Passaram a primeira noite nos Estados Unidos dormindo no chão de uma taverna. Depois se aventuraram para o oeste, até encontrarem trabalho em uma pedreira, numa região da Pensilvânia. Em pouco tempo, outros grupos de conterrâneos fizeram o mesmo; viajaram para a mesma região. Em 1894, cerca de 1 200 pessoas também embarcaram, deixando a Roseto italiana completamente abandonada. Nascia a Roseto norte-americana, de que trata esta história. Em 1896, um jovem e dinâmico sacerdote – Padre Pasquale de Nisco – assumiu a Igreja de Nossa Senhora

do Monte Carmelo. De Nisco organizou festas, criou associações, incentivou as pessoas a plantarem, distribuiu sementes. Escolas, um parque, um convento, um cemitério foram construídos. Roseto ganhou vida. A Roseto americana era auto-suficiente e praticamente desconhecida pela sociedade em volta. E poderia ter permanecido assim não fosse um homem chamado Stewart Wolf. Wolf era médico, especialista em estômago e digestão e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Oklahoma. Um dia ele fez uma palestra em Roseto. Após a palestra, um médico dirigiu-se a ele e disse: “Pratico a medicina há 17 anos. Recebo pacientes de toda a região, mas raramente encontro alguém de

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Roseto com menos de 65 anos que tenha doença cardíaca”. Wolf ficou surpreso. Tratava-se da década de 1950, anos antes dos remédios que reduzem o colesterol e das rigorosas medidas de prevenção de problemas cardíacos. Os infartos, naquela época, constituíam uma epidemia nos Estados Unidos, a principal causa de mortes em homens com menos de 65 anos. Wolf decidiu investigar. Conseguiu o apoio de alguns colegas da Universidade. Convidou um amigo, John Bruhn, sociólogo da Universidade de Oklahoma, para ajudá-lo. Primeira hipótese imaginada por Wolf – os habitantes de Roseto seguiam práticas alimentares trazidas da Europa. Por exemplo: usavam muito azeite de oliva. Não era verdade. Eles cozinhavam com banha de porco. Segunda hipótese – muita atividade física. Negativo. Muitos eram até fumantes inveterados e enfrentavam até a obesidade. Terceira hipótese: genética. Wolf passou a considerar a possibilidade de que eles fossem descendentes de pessoas, de uma região da Itália, com grande resistência a doenças. Então, localizou parentes desses indivíduos vivendo em outras regiões dos Estados Unidos para verificar se compartilhavam a saúde notável dos seus familiares de Roseto. Não foi o caso. Wolf partiu para estudar as condições geográficas e climáticas da região. As cidades vizinhas tinham as mesmas condições, mas as taxas de mortalidade por doenças cardíacas eram cerca de três vezes mais altas do que as de Roseto.

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Wolf passou a desconfiar de que o segredo de Roseto era a própria Roseto. À medida que ele e o sociólogo Brhun começaram a caminhar pela comunidade e a falar com os moradores descobriram, finalmente, o motivo. Observaram como as pessoas interagiam, parando para conversar; como cozinhavam umas para as outras, nos quintais. Tomaram conhecimento da estrutura social do lugar. Viram como, em muitas casas, três gerações moravam sob o mesmo teto – e como dedicavam respeito especial aos avós. Contaram 22 organizações cívicas em uma comunidade com pouco menos de 2 mil pessoas. Perceberam o espírito igualitário, que desestimulava os ricos a ostentar o sucesso e ajudava os malsucedidos a enfrentar seus fracassos. Ao transplantarem a cultura dos seus conterrâneos do sul da Itália para os montes do leste da Pensilvânia, nos Estados Unidos, aquelas pessoas criaram uma estrutura social altamente protetora, que as salvaguardava das pressões do mundo moderno. Elas eram saudáveis por causa do lugar onde viviam, do mundo que haviam criado para si mesmas em sua minúscula cidade nas montanhas. Este era o mistério de Roseto.

* Resumo do Capítulo I – Introdução – O mistério de Roseto – do livro Fora de Série – Outliers, de Malcolm Gladwell. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.


Mulheres da Paz Planejar é Fazer Planos José Carlos Dantas Meirelles *

A pergunta em epígrafe costuma ser feita sempre que se deseja salientar o verdadeiro significado daquela que todos consideram – embora nem todos a pratiquem – uma das mais importantes e básicas funções da administração – PLANEJAR. E, nesse caso, a resposta a essa pergunta é sempre negativa. Não, planejar não é fazer planos. Por quê? Em primeiro lugar, porque nem sempre os planos resultam de um verdadeiro processo de planejamento. Muitas vezes são simples documentos, construídos para benefício apenas dos seus elaboradores. Isto é, para serem exibidos, postos em estantes ou prateleiras ou, simplesmente, engavetados. Por isso, com toda a razão, diz-se: o importante não é fazer planos; o importante é planejar. Vale lembrar aqui uma antiga definição operacional do planejamento que, em poucas palavras, deixa muito claro o que se está querendo dizer com essas afirmações. Planejar é, em termos bem simples, pensar antes de agir. Em outras palavras, o processo do planejamento é igual ao processo do pensamento. Ele inclui – não pode deixar de incluir – pelo menos as seguintes etapas:

quantitativos), como fazer (diretrizes, políticas), quando fazer ou distribuição das atividades no tempo (cronograma), com que recursos fazer (orçamento) etc. Porque, especialmente no setor público, o que fazer, ou sejam, as necessidades a serem atendidas são, sempre, ilimitadas e os recursos para atendê-las sempre escassos, é imprescindível eleger prioridades. Só o planejamento, realizado com observância cuidadosa de todas as suas etapas, pode conduzir à consecução plena da racionalidade possível e desejável. A formulação e definição de políticas públicas, por exemplo, constituem oportunidades e momentos importantes de uma dessas etapas. É evidente que em um Estado democrático essa definição não se faz – ou não se deve fazer – sem um processo político, sem um jogo de forças, sem a participação ativa de grupos, sociais, econômicos e outros. A política pública daí resultante deve ser muito mais do que um simples conjunto de normas e procedimentos administrativos e burocráticos. Deve ser a expressão e o compromisso com a garantia de determinados direitos sociais.

1- pesquisa ou busca de informações (percepção); 2- documentação ou registro das informações (memória); 3- análise das informações ou diagnósticos (raciocínio) e 4- tomada de um conjunto de decisões sobre: o que fazer (objetivos), quanto fazer (metas ou objetivos

* É sócio fundador e integra a equipe técnica da Avante – Educação e Mobilização Social. Professor fundador da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia – UFBA, tem vasta experiência como gestor de organizações públicas e consultor na área da administração pública e privada.

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TEXTOS DE ACOLHIMENTO


A Águia e a Galinha Uma Metáfora Da Condição Humana Leonardo Boff

Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. - De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha. Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão. - Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga: 42

PROJETO MULHERES DA PAZ - Mediando Conflitos

- Eu lhe havia dito, ela virou galinha! - Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergue-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... E Aggrey terminou conclamando: - Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos . Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.


A Carpintaria Numa carpintaria houve uma estranha assembléia: as ferramentas resolveram se juntar para acertar suas diferenças. Ao iniciar a assembléia, o martelo pediu silêncio e disse que assumiria a presidência dos trabalhos. Imediatamente, todos exigiram que ele renunciasse. Diziam que ele passava o tempo todo golpeando e que, além do mais, fazia muito barulho. Sem alternativas, o martelo declinou o cargo, mas exigiu a expulsão do parafuso. Alegou que ele dava muitas voltas para conseguir alguma coisa. Quando se viu atacado pelo martelo, o parafuso se enfureceu e pediu, também, a expulsão da lixa. Ele não agüentava mais conviver com ela, pois era muito áspera no tratamento com os demais, continuou sempre em atrito com todos. A lixa acatou a decisão, desde que expulsassem, também, o metro, pois ele sempre media os outros segundo suas próprias medidas, como se fosse o único perfeito. Quando a discussão estava bastante acirrada, entrou o carpinteiro. Juntou todo o material e iniciou o seu trabalho: ele utilizou habilmente o martelo, a lixa, o metro, o parafuso e muitas outras ferramentas. Finalmente, a rústica madeira se transformou num móvel maravilhoso. O carpinteiro saiu e a assembléia, então, reiniciou a discussão. O serrote tomou a palavra e disse: "- Amigos, ficou demonstrado que todos aqui temos defeitos, mas o carpinteiro aprendeu a trabalhar, principalmente, com as nossas qualidades. Sendo assim, não devemos pensar em nossos pontos fracos. Vamos nos concentrar em nossas qualidades”.

A Dor do Renascimento “A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos, mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos, a águia está com as unhas compridas e flexíveis – não consegue agarrar as suas presas, das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil! Então a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se em um ninho, próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após, espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver mais 30 anos. Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitórias, devemos nos desprender de costumes, lembranças e coisas que nos causam dor ou não servem mais. “Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.”.

Todas as ferramentas entenderam que o martelo era forte, o parafuso unia, que a lixa era especial para eliminar asperezas e o metro era preciso e exato. Nesse momento, um sentimento de equipe invadiu as ferramentas. Elas entenderam que, juntas, eram capazes de produzir coisas maravilhosas e surpreendentes.

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A Travessia do Rio

A Frigideira Conta-se que um jovem, recém-casado, ficou curioso, ao perceber a forma com que a sua esposa colocava peixe na frigideira: cortava a cabeça (bem cortada) e o rabo, até quase o meio do peixe. Indagou-lhe o porquê daquilo, ao que ela respondeu: - Mamãe sempre fez assim e eu aprendi com ela… naturalmente, deve ser a melhor maneira. E assim, sempre que a esposa ia fritar peixe, procedia daquela forma. Afinal, quem era ele para contestar os dotes culinários da sogra?! Num domingo (os filhos sempre costumam papar a bóia das mães ou sogras aos domingos), estando eles na casa da mãe dela - e a sogra sabendo que o genro querido gostava de peixe frito -, resolveu preparar um peixão para ele. Foi aí que ele viu que ela não cortava tanto como a sua esposa que dissera ter aprendido com ela e, imediatamente, questionou, fazendo referência à forma de como a esposa fazia em casa:

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro: - Meu caro barqueiro, você entende de leis? - Não, senhor - responde o barqueiro. E o advogado, compadecido: - É uma pena... Você perdeu metade da vida! O barqueiro nada responde. A professora, muito social, entra na conversa: - Seu barqueiro, o senhor sabe ler e escrever? - Também não sei, senhora -responde o remador. - Que pena... - condói-se a mestra. Você perdeu metade da vida!

- Por que a senhora faz assim ?!

Nisso, chega uma onda bastante forte e vira o barco. O canoeiro, preocupado, pergunta:

A sogra riu e lhe respondeu:

- Vocês sabem nadar?

- Meu filho, eu sempre cortava o peixe daquela maneira porque, naquela época, a minha frigideira era pequena… só isso !”

- Não! - responderam eles rapidamente. - Então, é pena... - conclui o barqueiro. Vocês perderam toda uma vida! ...................... MORAL DA HISTÓRIA "Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes". (Paulo Freire) Todo trabalho é digno e deve ser respeitado. Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato.

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Sobre o Amadurecimento e a Vida Cotidiana Martha Medeiros

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: 'Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento'. Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho. As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos para se refugiar no escuro raramente são divulgados para consumo externo. 'Todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, social e filosoficamente corretos. Parece que ninguém, nenhum deles, nunca levou porrada. Parece que todos têm sido campeões em tudo'. Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de

revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-deconta. Nesta era de exaltação de celebridades – reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Será bom só sair de casa com alguém todo tempo na sua cola a título de segurança? Estarão mesmo todas essas pessoas realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está em casa, lendo, desenhando, ouvindo música, vendo seu time jogar, escrevendo, tomando seu uisquinho? Tenha certeza que as melhores festas acontecem sempre dentro do nosso próprio apartamento.

Artigo Primeiro Adélia Prado

Toda e qualquer lei só contribui efetivamente para a melhoria da humanidade quando está escrita no coração. Apenas de saber que todos nascemos livres e iguais, como ensina o artigo primeiro da bela Declaração dos Direitos Humanos, ainda é pouco. É preciso viver esta igualdade dia por dia, começando de nossos relacionamentos familiares e domésticos. E é muito difícil conceder igualdade ao diferente de nós em raça, classe social, inteligência, temperamento, gostos e crenças. É muito difícil conceder a alguém um julgamento justo quando já o julgamos em nosso íntimo. Acreditar que o meu empregado e o meu filho têm os mesmos sonhos, desejos, a mesma sensibilidade, medos e aspirações. Que analfabeto e letrado, pobre e rico necessitam de amor, teto, comida, saúde e atenção. Reconhecer direitos iguais entre pessoas e nações é fazer a minha parte para que a paz e a alegria aconteçam no mundo. Nascemos iguais, vivamos então como iguais, para que aconteça a única vitória que interessa, a vitória do amor entre os homens.

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Cenoura, Ovo ou Café? Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido outro surgia. Seu pai, um chef, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em outra tigela. Pegou então o café com uma concha e o colocou numa terceira tigela...

a mesma? Ou será que você é como o pó de café, capaz de transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ele próprio?" Somos nós os responsáveis pelas próprias decisões. Cabe a nós, somente a nós, decidir se a suposta crise irá ou não afetar nosso rendimento profissional, nossos relacionamentos pessoais, nossa vida enfim. Ao ouvir outras pessoas reclamando da situação, ofereça uma palavra positiva. Mas você precisa acreditar nisso. Confiar que você tem capacidade e tenacidade suficientes para superar mais este desafio. Espero que, nestas semanas que se seguem, quando lhe convidarem para tomar um café, você possa repassar essa história. ...................... MORAL DA HISTÓRIA “Uma vida não tem importância se não for capaz de impactar positivamente outras vidas.”

Virando-se para ela, perguntou: - "Querida, o que você está vendo?” - “Cenouras, ovos e café”- ela respondeu. Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias. Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso. - "O que isto significa pai?" Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade - a água fervendo - , mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à fervura, ela amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis e sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de terem sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rijo que a parte externa. O pó de café, contudo, era incomparável: depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água. Ele perguntou à filha: - "Qual deles é você, minha querida? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua força? Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer

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Construção Cotidiana * *Resumo de texto extraído de Direitos Humanos no Cotidiano (p.29). Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 2001.

O nascimento de cada ser humano é uma experiência cercada de encantamento, gratidão, surpresa, esperança, sentimento de milagre da vida. Vindo à luz como nenhum ser humano antes e, ao mesmo tempo, chegando em meio à comunidade humana como todos, o momento do nascimento é afirmação de liberdade e igualdade. Liberdade, porque único. Igualdade, porque como todos. É também nosso primeiro encontro com a dependência que temos, e teremos para sempre, da comunidade na qual e com a qual vivemos. A pura dependência de um corpo indefeso de bebê crescerá, junto com esse corpo, em direção à oportunidade de cooperar com essa comunidade, de oferecer a ela uma contribuição, que reafirmará a vida de cada um como única e singular. Construir a igualdade é a primeira tarefa que se coloca a todos, a cada dia, que abre a oportunidade de construirmos, igualmente, nossa liberdade. Apenas essa construção cotidiana – cheia de sentimentos e de valores - é que revela, confirma e aprimora nossa dignidade, nossa razão e nossa consciência. Eis, então, o que se propõe à reflexão: a certeza de que a elevação da consciência humana apenas se consolida quando transformada em construção cotidiana para todos, como parte da consolidação da própria democracia.


Cortando o Cordão Clarice Lispector* * In Páginas Femininas e Outra Páginas, de Aparecida Maria Nunes – São Paulo: Editora SENAC – São Paulo, 2006

No segundo número de Comício, publicado em 22 de maio de 1952, Tereza Quadros (pseudônimo utilizado por Clarice Lispector) compara o bicho de um desenho, que está amarrado a uma lata barulhenta, à mulher que é prisioneira de preocupações. A lata e as preocupações vão sempre atrás, acompanhando o movimento do bicho e da leitora preocupada, observa a colunista. Mas há duas diferenças. Tereza Quadros revela que o bicho não amarrou a lata em si mesmo, ao passo que a leitora foi quem criou as preocupações. O animal não tem a capacidade de desamarrar a corda que o prende à lata, enquanto a interlocutora tem o poder de se livrar do problema. Para comprovar seus argumentos, passa a analisar a palavra “preocupação”, tendo o cuidado de prevenir a leitora de que não se trata de aula de gramática. Mas, aproveitando-se do tom didático, o mesmo das receitas de culinária, dá passos gradativos com o pensamento para que seja claro e eficiente. Assim, explica que a palavra divide-se em duas, “pre” e “ocupação”, ou seja, “ocupar-se antes do tempo, e adverte a leitora de que está gastando a sua “capacidade de emoção da pior maneira possível”. Tereza Quadros instiga a leitora à ação rápida, apelando para a vaidade como argumento decisivo: “Por que não pega uma tesoura e simplesmente corta o cordão que a prende à lata? A indecisão envelhece mais que os anos. Resolva hoje mesmo o seu problema E se este for insolúvel? Então... resigne-se, pois esse também é um modo de cortar a corda.”

Desistir x Persistir Era uma vez duas pererecas que invadiram uma despensa a procura de alimento. Encontraram aberto um pote de vidro com nata pela metade, e nele mergulharam. Após fartarem-se de nata, puseram-se a tentar sair do pote. A parede de vidro era escorregadia, impedindo a saída. Pela superfície da nata era impossível o apoio para o salto. Debateram-se tentando encontrar uma saída. Após tantas tentativas fracassadas, uma delas raciocinou assim: “Esgotaram-se as possibilidades, e não há saída mesmo; já estou cansada de lutar e não vou me debater até morrer; se não há jeito, o jeito é desistir”. E desanimada foi ao fundo do pote e morreu. A outra raciocinou: “Não estou vendo solução, mas vou lutar até o último momento, quem sabe existe uma saída”. E tanto se debateu, tanto nadou que a nata mexida virou manteiga. E com um ponto de apoio ela deu o salto e foi-se embora do pote, livre para viver. Quando Thomas Edson inventou a lâmpada incandescente, perguntaram-lhe, sabendo que fizera dezenas de tentativas para chegar ao invento: “Como você não desistiu diante de tantas tentativas fracassadas?” Ele respondeu: “Não escreva a palavra fracasso em seu jornal. Eu jamais fracassei; todas as tentativas foram válidas para chegar à descoberta.” Quantas vezes buscamos até conseguir o que desejamos? Às vezes não mais que uma vez, e já nos sentimos derrotados. Porque aprendemos que não podemos errar. Os cientistas, descobridores e gênios da humanidade são pessoas sem medo de errar. É por isso que acertam.

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Em Princípio...

Diversidade e Fragmentação Social Alberto Dines* * In A Palavra de Alberto Dines – Direitos Humanos no Cotidiano – Brasília: Ministério da Justiça – Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 2001

Em princípio, temos a capacidade tecnológica de alimentar, abrigar e vestir adequadamente todos os habitantes do mundo.

Cultura hoje está mais para antropologia do que para humanidades e, nessa transformação, aparece irremediavelmente associada à “diversidade”. E diversidade cultural converteu-se em passaporte para a modernidade. Há 20 anos, a onda era o holismo, culto do todo e da integridade.

Em princípio, temos a capacidade tecnológica de assegurar adequado cuidado médico para todos os habitantes do mundo.

Hoje, na era da fragmentação, cultura converteu-se num fascinante e frenético processo de etiquetagem e secessões. A pretexto de promover a inserção acelera-se a exclusão, inventam-se tantos filtros, clivagens e segmentações que nada consegue manter-se intacto e integrado.

Em princípio, temos a capacidade de criar em todas as sociedades uma liberdade de opinião e uma liberdade de ação que reduzirão ao mínimo os constrangimentos ilegítimos impostos pela sociedade ao indivíduo.

Em princípio, temos a capacidade tecnológica de oferecer suficiente educação a todos de forma tal que possam desfrutar de uma vida intelectual madura.

Em princípio, é possível desenvolver novas tecnologias que liberarão novas fontes de energia e poder para atender às emergências físicas e econômicas em todo o mundo.

Vivemos sob o fio cortante do hífen: pós-modernismo, pré-capitalismo, freudismo-tardio, democraciaparticipativa, folk-arte, cinema-noir, rock-pauleira. O travessão, outrora designado como “traço de união”, diacrítico, agora sinaliza para irreparáveis polarizações.

Em princípio, temos a capacidade de organizar as sociedades do mundo atual para realizar planos bem desenvolvidos capazes de resolver os problemas de pobreza, saúde, educação, guerra, liberdade humana.

Hoje, por artes do marketing, obras magníficas são noticiadas ao lado de um desfile de moda, comercial, que os lobistas convertem em fato relevante.

Se o ser humano tem a capacidade de fazer todas essas coisas por que não as faz? Haverá algum perverso traço de caráter que o torna indiferente à condição do outro?

A resposta à globalização não é a diversidade pura e simples, mas a identidade – densa, integrada, enriquecida, elaborada. E isso não se produz por meio de eventos, sejam eles de nível super, hiper ou mega. Um projeto de médio ou longo prazo não causa impacto, não gera manchetes. E nessa sucessão de espasmos (hifenizados ou não) as diversidades continuam segregadas, incapazes de agregarem-se para crescer. Não podemos repassar ao “mercado” a responsabilidade de regulamentação e direcionamento que cabem à cidadania e ao poder público. Estado-mínimo ou sociedade-máxima, o importante é impedir que o mercado – esta coisa onipotente, onisciente e onipresente – transforme-se em “cult”. Com ou sem hífen.

Ou existe alguma razão mais profunda e sutil pela qual, a despeito de nossa enorme capacidade tecnológica, não estamos ainda em condições de resolver os principais problemas do mundo? Se passarmos os olhos sobre a lista dos problemas, há um aspecto deles que logo se torna evidente: eles são interligados e se superpõem parcialmente. É claro que a solução de um deles tem muito a ver com a solução de outro. ............................ QUESTÕES PARA DISCUSSÃO 1. O que isso tem a ver com o SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? (ou da Infância e da Juventude) 2. Que é um Sistema? Quais os elementos básicos que estão presentes em qualquer Sistema? 3. Como tais elementos se apresentam no SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, em Mata de São João? 4. Como podemos – e devemos – nos comprometer de modo a promover, defender e controlar o exercício e a garantia dos direitos da criança e do adolescente em Mata de São João?

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O Laço e o Abraço Mário Quintana

Meu Deus! Como é engraçado! Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço, uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livres as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor e a amizade são isso... Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

O Mapa Mundi

(figura tão difícil!) àquela hora em casa. Foi logo perguntando, afinal, seis anos é aquela fase das intermináveis perguntas. O pai, ao mesmo tempo em que precisava continuar fazendo o seu trabalho, não poderia se furtar em aproveitar, também, aquele momento com a sua pequena. Mas, estrategicamente, pensou numa maneira de “livrar-se” dela por algum tempo. Pincelou o olhar pela estante e retirou um livro - era um atlas geográfico , abriu-o bem na página central e deu de cara com um “mapa-múndi”. Destacou-o, pegou uma tesoura, picotou-o em alguns pedaços, embaralhou-o, chamou-a e disse satisfeito: “Filhinha, o papai tem um desafio para você… Você vai ganhar esta caixa de chocolates (mostrou uma caixa que havia na mesa), assim que voltar com esse quebra cabeças ( o dito mapa) todo montado, tá certo?” Ela aceitou a oferta do pai, saiu na carreira e ele respirou, aliviado, pois iria ficar um bom tempo sem ela perguntando. Pouco mais de meia hora, irrompe a elétrica criaturinha na sala onde estava o pai, ainda às voltas com os seus relatórios: – “Paizinho! Paizinho! Terminei… Agora eu quero a minha caixa de chocolates, inteirinha!” Ele retrucou surpreso (contendo a sua decepção, pois ele imaginava que ela demoraria bem mais tempo): - Muito bem, minha filha! E como foi que você conseguiu tão rápido?” Ela mostrou uma cartolina, onde estavam os recortes do mapa, colados no seu “estilo”e disse: “-Foi difícil e fácil… Eu vi que do outro lado de cada pedacinho de papel tinha uns traços. Eu fui juntando os traços e vi que formava a figura de um homem. Aí eu pensei… se eu consertar o homem, eu conserto o mundo.”

.“Um executivo de uma grande empresa, com a necessidade de se isolar para terminar alguns relatórios de clientes, resolveu se “esconder” no lugar menos provável que as pessoas o procurariam: sua própria casa. Assim, voltou pra casa antes das 16 horas e se trancou no seu escritório. Estando ele tranqüilo, em casa, celular desligado, sem sinal de fax, internet desconectada, a secretária sem lhe interromper, quando percebeu a porta do escritório abrindo devagarzinho. “Oba ! ” Ecoou o grito de felicidade da sua filhinha de seis anos, por ver o pai GUIA DA MULTIPLICADORA / REEDITORA SOCIAL

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O Paradoxo do Nosso Tempo “O paradoxo de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; autoestradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos, gastamos mais, mas temos menos;compramos mais, mas desfrutamos menos. Temos casas maiores e famílias menores; mais conveniências, mas menos tempo; temos mais graus acadêmicos, mas menos senso; mais conhecimento e menos poder de julgamento; mais proficiência, porém mais problemas; mais medicina, mas menos saúde. Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV. Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência. Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. Adicionamos anos às nossas vidas, mas não vida aos nossos anos. Já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com nosso vizinho. Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos. Escrevemos mais, aprendemos menos. Planejamos mais, realizamos menos. Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência. Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral. Temos mais comida, mas menos apaziguamento. Construímos mais computadores, para armazenar mais informações, para produzir mais cópias do que nunca, e temos menos comunicação. Tivemos avanços na quantidade, não em qualidade. Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e caráter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Estes são tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra nos lares, temos mais lazer, e menos diversão; maior variedade de tipos de comida, menos nutrição. São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais belas, e lares quebrados.

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São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável, ficadas de uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar. É um tempo em que há muito na vitrine e nada no estoque; um tempo em que a tecnologia pode levar-lhe estas palavras e você pode escolher entre fazer alguma diferença, ou simplesmente apertar a tecla Del. Não deixe de buscar fazer diferente...

O Que Eu Queria Ter Sido Clarice Lispector* * In A Descoberta do Mundo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

Um nome para o que eu sou importa muito pouco. Importa o que eu gostaria de ser. O que eu gostaria de ser era uma lutadora. Quero dizer, uma pessoa que luta pelo bem dos outros. Isso desde pequena eu quis. Por que foi o destino me levando a escrever o que já escrevi, em vez de também desenvolver em mim a qualidade de lutadora que eu tinha? Em pequena, minha família por brincadeira chamava-me de “a protetora dos animais”. Porque bastava acusarem uma pessoa para eu imediatamente defendê-la. E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas às chamadas classes menos privilegiadas. Em Recife eu ia aos domingos visitar a casa de nossa empregada nos mocambos. E o que eu via me fazia como que me prometer que não deixaria aquilo continuar. Eu queria agir. Em Recife onde morei até doze anos de idade, havia muitas vezes nas ruas um aglomerado de pessoas diante das quais, alguém discursava ardorosamente sobre a tragédia social. E lembro-me de como eu vibrava e de como eu me prometia que um dia esta seria a minha tarefa: a de defender os direitos dos outros. No entanto, o que terminei sendo, e tão cedo? Terminei sendo uma pessoa que procura o que profundamente se sente e usa a palavra que o exprima. É pouco, muito pouco.


O Valor do Tempo

- Ah! Disse para si mesmo - o elefante é uma coisa áspera, espalhada. É como um tapete. O segundo cego pegou na tromba.

Para entender o valor de um ano; Pergunte a um estudante que não passou nos exames finais. Para entender o valor de um mês:

“Agora entendo”, pensou. “O elefante é uma coisa comprida e redonda. É como uma cobra gigante”. O terceiro cego pegou uma perna do elefante.

Pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro.

- Bom eu jamais iria adivinhar! - espantou-se. - O elefante é alto e forte igual uma árvore.

Para entender o valor de uma semana:

O quarto cego pegou ao lado da barriga do elefante.

Pergunte ao editor de uma revista semanal.

“Agora eu sei”, pensou. “O elefante é largo e liso, como uma parede”.

Para entender o valor de uma hora: Pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.

O quinto cego colocou a mão numa das presas.

Para entender o valor de um minuto:

- O elefante é um animal duro, portanto, como uma lança - decidiu ele.

Pergunte para uma pessoa que perdeu um trem, um ônibus ou um avião.

O sexto cego pegou no rabo do elefante.

Para entender o valor de um segundo: Pergunte a uma pessoa que ganhou uma medalha de prata nas Olimpíadas. O Tempo não espera por ninguém. Valorize cada momento de sua vida. Você irá apreciá-los ainda mais. Se puder dividi-los com alguém especial...

- Ora, ora! - decepcionou-se. - Pode urrar bem forte, mas esse tal de elefante é apenas uma coisinha igual a uma cordinha fina! Em seguida, sentaram-se juntos novamente, para conversarem sobre o elefante. - Ele é áspero e espalhado, como um tapete! - disse o primeiro. - Não nada disso; ele é comprido e roliço como uma cobra - disse o segundo. - Não fale uma bobagem dessas! - riu o terceiro. - Ele é alto e firme, como uma árvore!

Os Cegos e os Elefantes * In O Livro das Virtudes II - William J. Bennett

Era uma vez seis amigos, todos cegos, que moravam na Índia - terra dos maiores animais da terra, os elefantes. Naturalmente, sendo cegos, os amigos não tinham a menor idéia de como era um elefante. Um dia, estavam sentados, conversando, quando escutaram um grande urro. - Acho que está passando um elefante pela rua - disse um deles. - Então é nossa chance de descobrir que tipo de criatura é esse tal de elefante! - disse outro.

- Ah! Nada disso - resmungou o quarto. - Ele é largo e liso, como uma parede. - Duro e pontudo como uma lança! - gritou o quinto. - Fininho e comprido como uma cordinha! - berrou o sexto E aí começaram a brigar. Cada um insistia que tinha razão. Afinal, não haviam tocado com as próprias mãos? O dono do elefante ouviu a gritaria e chegou perto para ver que confusão era aquela. - Cada um de vocês está certo, mas cada um de vocês está errado também - falou ele. - Um homem sozinho não consegue saber toda a verdade, só uma pequena parte. Porém, se trabalharmos juntos, cada um contribuindo com a sua parte para a formação do todo, aí sim, poderemos obter sabedoria.

E foram todos para a rua. O primeiro cego esticou o braço e tocou na orelha do elefante.

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Pequenas Ternuras Paulo Mendes Campos

Quem coleciona selos para o sobrinho; quem acorda no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu profundamente a quem amava; quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia; quem se detém no caminho para contemplar a flor silvestre; quem se ri das próprias rugas ou de já não agüentar subir uma escada ,como antigamente; quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso amoroso; quem procura numa cidade os traços da cidade que passou, quando o que é velho eram frescor e novidade; quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada; quem costura roupas para os lázaros; quem envia bonecas às filhas dos lázaros; quem diz a uma visita pouco familiar, já quebrando a cerimônia com um início de sentimento: “Meu pai só gostava de sentarse nessa cadeira”; quem manda livros para os presidiários; quem ajuda a fundar um asilo de órfãos; quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra que foi a fera do colégio; quem compra na venda verdura fresca para o canário; quem se lembra todos os dias de um amigo morto; quem jamais negligencia os ritos da amizade; quem guarda,se lhe derem de presente, a caneta e o isqueiro que não mais funcionam; quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque para brincar com amigo ou amiga distante; quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos; quem passa mais de quinze minutos a fazer mágicas para as crianças; quem guarda as cartas do noivado com uma fita; quem sabe construir uma boa fogueira; quem entra em ligeiro e misterioso transe diante dos velhos troncos,dos musgos e dos liquens; quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência; quem não se envergonha da beleza do pôrdo-sol ou da perfeição de uma concha; quem se desata em riso à visão de uma cascata; quem não se fecha à flor que se abriu de manhã; quem se impressiona com as águas nascentes, com os transatlânticos que passam, com os olhos dos animais ferozes; quem se perturba com o crepúsculo; quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; quem de repente liberta os pássaros do viveiro; quem sente pena da

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pessoa amada e não sabe explicar o motivo; quem julga perceber o “pensamento” do boi e do cavalo; todos eles são presidiários da ternura e, mesmo aparentemente livres como os outros, andarão por toda parte acorrentados, atados aos pequenos amores da grande armadilha terrestre.

Pertencer Clarice Lispector* * Trechos da crônica “Pertencer” In-A descoberta do Mundo, Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992

Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano no berço mesmo já começou. Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada nem a ninguém. Nasci de graça. Se no berço experimentei essa fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus. (...) Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos – e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o. Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos. Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força – eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa. Embora eu tenha uma alegria: pertenço, por exemplo, a meu país, e, como milhões de outras pessoas, sou a ele tão pertencente a ponto de ser brasileira. (...) A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver.


Portas Içami Tiba

Se você abre a porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode ou não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o medo, e entra, dá um grande passo: Nesta sala vive-se. Mas também tem um preço... São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes quebra-se a cara, às vezes curte-se a mil e uma. O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta. A vida não é rigorosa. Ela é propicia erros e acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança de acerto eterno.

Professor Pelé Luiz F. Veríssimo* * - Resumo da crônica “Professor Pelé” – In: Veríssimo, Luiz Fernando – Banquete com os deuses – Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

Sempre achei que o melhor professor de português do Brasil foi o Pelé. Quem o viu jogar ou hoje vê os seus teipes sabe que o Pelé jamais fez uma jogada que não fosse parte de uma progressão para o gol. O sentido de tudo que o Pelé escrevia com a bola no campo era o gol. O drible espetacular era apenas circunstancialmente, com perdão do longo advérbio, espetacular, porque ele existia em função do objetivo final. A lição para escritores é: defina o gol e tente chegar lá como o Pelé chegaria, com poucos mas definitivos toques, sem nunca deixar que os meios o desviem do fim. E se, no caminho para o gol, você fizer alguma coisa espetacular, esforce-se para dar a impressão de que foi apenas por obrigação.

A vida é generosa. A cada sala que se vive, descobrem-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos E generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassa a porta, Terá sempre a mesma porta pela frente e a repetição perante a criação, e a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, e a estagnação da vida. Para a vida, as portas não são obstáculos, Mas diferentes passagens...

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Quatro Aprendizagens Fundamentais no Século XXI*

O Que Pedro Bloch me Disse Clarice Lispector*

* - Resumo do texto “Os Quatro Pilares da Educação”, Capítulo IV, Educação: Um Tesoura a Descobrir – “Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o Século XXI”. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2004.

Dado que oferecerá meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a comunicação, o Século XXI submeterá a educação a uma dura obrigação aparentemente quase contraditória. Deve transmitir cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, e as levem para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer os mapas e a bússola que permitam navegar nesse mundo cada vez mais agitado e complexo. Uma resposta puramente quantitativa à necessidade de educação -- uma bagagem escolar cada vez mais pesada – já não é possível nem mesmo adequada. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer os conhecimentos prévios, e de se adaptar a um mundo em mudança. A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.

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* Trechos da crônica “O que Pedro Bloch me disse”, Clarice Lispector – A descoberta do mundo – Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

O que as pessoas chamam de minha bondade talvez seja minha sintonia com o mundo. Sou coletivo. Tenho o mundo dentro de mim. Acho que todo ser humano tem uma dimensão universal, única, insubstituível. Por respeito a cada ser humano, em todos os cantos da Terra, e por gostar de gente, gostar de gostar, é que encontro em cada indivíduo o reflexo do universo. (...) O mundo somos todos nós, responsáveis, um a um, um por um, pelo que fizemos do mundo. Só depois de me reconstruir é que eu me sentiria no direito de reconstruir o mundo. (...) Fiz uma vez uma receita de viver que acho que me revela. Viver é expandir, iluminar. Viver é derrubar barreiras entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes, nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as grades em vez de nos libertar-nos. Procuro descobrir nos outros sua dimensão universal e única. Não podemos viver permanentemente grandes momentos, mas podemos cultivar sua expectativa. A gente só é o que faz aos outros Somos conseqüência dessa ação. Talvez a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida. Não se realizar. O homem deve viver se realizando.


Todo Ponto de Vista é a Vista de um Ponto Leonardo Boff

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é à vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiência tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita. .................... Convidamos você a fazer-se, junto com as forças diretivas do universo, co-criador/co-criadora do mundo criado e por criar.

Uma Idéia Melhor

Em uma pequena cidade, a cena causava espanto e admiração ao mesmo tempo, talvez porque o protagonista da história fosse um senhor bem idoso. Ele costumava passar o dia inteiro plantando árvores. Certo dia, algumas pessoas que passavam por ali pararam, admiradas, observando aquele ancião a plantar mudas ao longo da rua. Lisonjeado com o interesse, o velho parou seu trabalho e explicou: - Meus filhos andam sempre insistindo comigo para mandar fazer uma sepultura.

arborizadas, e é assim que estou gastando o dinheiro que poderia ser empregado num mausoléu. - Já estou com 80 anos, e nunca vi ninguém procurar a sombra de uma sepultura para descansar, nem é num cemitério que a criançada vai brincar. - Daqui a 20 anos, meu nome estará completamente esquecido. Mas meus netos e outras tantas crianças estarão aqui para admirar e usufruir destas árvores. - Ademais, quem passar por estas calçadas, nos dias de calor, há de achar agradável a sombra delas. Impressionante a lucidez daquele homem que já vivera quase um século. A sua capacidade de discernimento era maior que a dos filhos que, certamente, não queriam se incomodar com a construção de um túmulo para o velho pai, quando este fechasse os olhos para o mundo dos chamados vivos. Utilizando-se dos próprios recursos, financeiros e de forças físicas, tratou de produzir coisas úteis, ao invés de construir o próprio túmulo e esperar a morte chegar. Deixará para os filhos que estavam mortos para os verdadeiros valores da vida, o cuidado de enterrar aquele que pensavam estivesse morto, mas que em realidade estava mais do que vivo. O personagem dessa história, certamente já foi enterrado há muito tempo, considerando-se que o fato ocorreu há mais de 40 anos. Mas o seu espírito imortal e lúcido, talvez esteja, neste mesmo instante, revestido de um novo corpo infantil, pela lei da reencarnação, brincando de cabra-cega entre as árvores plantadas por ele mesmo há anos atrás. Considerando-se sob esse aspecto, entenderemos por que é que quem faz o bem pensando nos outros, acaba beneficiando-se a si mesmo. E quem faz o mal, igualmente recebe o mal como resposta. Esse é o efeito bumerangue, ou lei de causa e efeito, ou, ainda, o "a cada um segundo suas obras", ensinado por Jesus. .................... Quem planta flores, planta beleza e perfumes para alguns dias. Quem planta árvores, planta sombra e frutos por anos, talvez séculos. Mas quem planta idéias verdadeiras, planta para a eternidade.

- Mas eu tenho uma idéia melhor. - Obtive licença para plantar árvores nas ruas ainda não

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Você é um Número Clarice Lispector* * In “A descoberta do Mundo” p. 394/395

Se você não tomar cuidado vira um número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce classificam-no com um número. O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista, tem carteira com número, e chapa de carro. No imposto de Renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento – tudo é número. .... Uma amiga minha contou que no Alto Sertão de Pernambuco uma mulher estava com o filho doente, desidratado, foi ao Posto de Saúde. E recebeu a ficha número 10. Mas dentro do horário previsto pelo médico a criança não pôde ser atendida porque só atenderam até o número 9. A criança morreu por causa de um número. Nós somos culpados. Se há uma guerra, você é classificado por um número. Numa pulseira com placa metálica, se não me engano. Ou numa corrente de pescoço, metálica. Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si -mesmo é apenas o si -mesmo. E Deus não é número. Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um número seco, como um osso branco seco exposto ao sol. Meu número íntimo é 9. Só.8 Só. 7. Só. Sem somá-los nem transformá-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando com um número? Não, a intimidade não deixa. Vejam, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?

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EXERCÍCIOS JOGOS DINÂMICAS


Exercícios em Grupo, Jogos e Dinâmicas

ela, ao final do tempo de discussão, faz uma síntese do que foi discutido pelo grupo, de forma a concluir a abordagem do tema. Observação: nesta atividade, a Mulher da Paz deve funcionar como moderadora, procurando garantir ampla participação na discussão.

ACOLHIMENTO Objetivo: Estabelecer um clima de respeito mútuo e livre discussão de idéias entre os participantes e a Mulher da Paz, na sua função de orientadora/facilitadora de aprendizagem, a partir da leitura e da discussão de temas de caráter geral, que tenham conexão com os objetivos da qualificação. Material necessário: Textos Descrição da dinâmica: Distribuição de um texto aos participantes (texto breve, de, no máximo, duas páginas); solicitação de um voluntário para a leitura do texto; discussão do texto (pontos de vista/opiniões dos participantes sobre as idéias centrais do texto).

O pressuposto desta abordagem é que a interação dos participantes, e destes com as orientadoras de aprendizagem, se faz, de forma efetiva, quando há um equilíbrio entre a exposição dos temas/assuntos pela orientadora e as contribuições dos participantes. A orientadora/facilitadora de aprendizagem deverá funcionar como o iniciadora/catalisadora do processo, a partir de um esquema ordenador das idéias e esclarecedor de pontos básicos, e como moderadora das discussões. O objetivo desse procedimento é evitar o tom discursivo e teórico de exposições, que pouco envolvem e motivam os participantes e impedem o direcionamento das discussões para questões práticas relacionadas com o desempenho funcional deles. ...................

Duração: 30 minutos

LEVANTAMENTO DE QUESTÕES

Neste procedimento, o pressuposto é que o acolhimento marque o início de uma metodologia participativa, dando o tom que deverá permear todo o processo de capacitação. A cada dia da qualificação, as atividades começam com a apresentação de textos diferentes sobre temas de caráter geral, envolvendo questões e valores que permitam a colocação de opiniões e pontos de vista dos participantes. ...................

Objetivo: Promover o levantamento de questões relacionadas com a vida e as experiências dos participantes, de forma a identificar as preocupações preponderantes no grupo e a contribuir para o esclarecimento e solução de problemas com que se defrontam no dia a dia.

EXPOSIÇÃO E DISCUSSÃO DE TEMAS Objetivo: Provocar a discussão entre os participantes sobre temas relacionados com o conteúdo do encontro, sob a coordenação da Mulher da Paz, na sua função de orientadora/facilitadora de aprendizagem. O enriquecimento dessa discussão pode ser realizado mediante a leitura de textos dos módulos de capacitação ou dos textos complementares apresentados nesse Guia. Descrição da dinâmica: A orientadora – Mulher da Paz - inicia fazendo uma breve exposição (de 20 a 30 minutos), sobre temas relativos ao conteúdo do programa de qualificação; estimula a participação do grupo, abrindo espaço para as colocações dos participantes;

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Material necessário: fichas de papel e canetas Descrição da dinâmica: A orientadora distribui três a quatro fichas para cada participante, com a seguinte solicitação: 1. Escrever apenas uma questão em cada uma delas, fazendo-o no sentido do comprimento da ficha (posição “paisagem”). 2. Começar a escrever bem no topo da ficha. 3. Começar cada questão com a palavra Como seguida de um verbo de ação. A orientadora/facilitadora recolhe as questões formuladas pelos participantes para análise e categorização. A facilitadora, ao longo da qualificação, coloca em discussão as questões levantadas, conforme as categorias identificadas.


Questões mais complexas, cuja abordagem requeira consulta, deverão ser reservadas para posterior análise, discussão e encaminhamento. O Levantamento de questões é utilizado como forma de identificar dúvidas e dificuldades mais freqüentes enfrentadas pelos participantes a respeito de determinado tema ou assunto. Os pressupostos subjacentes à utilização da técnica são: os participantes são colocados frente a problemas e situações - muitos dos quais não conseguem resolver por falta de informação, ou devido à complexidade dos mesmos - e necessitam da orientação e esclarecimento de pessoas com maior familiaridade em relação às questões colocadas; tendo em vista que a clientela da qualificação é constituída, muitas vezes, por pessoas adultas e com experiência, pressupõe-se que estarão mais diretamente interessadas e motivadas em dirimir dúvidas e dificuldades (questões práticas/reais) que enfrentam no seu dia a dia; entende-se que o aprendizado será mais efetivo, e terá mais oportunidade de ser incorporado à prática do participante, quando orientado a partir dos pressupostos acima referidos. ................... CONSTRUÇÃO COLETIVA DE CONCEITOS Objetivo: Propiciar uma oportunidade aos participantes de estudarem, refletirem e elaborarem, em grupo, conceitos relativos a diferentes conteúdos pertinentes ao encontro, a partir de conhecimentos prévios que foram desenvolvidos ao longo de sua experiência funcional e de vida. Material necessário: cartolina e hidrocor Descrição da dinâmica: os participantes são divididos em pequenos grupos; pede-se aos grupos que formulem conceitos ligados aos conteúdos pertinentes ao encontro; cada grupo deverá chegar a um consenso sobre o assunto e formular o conceito, por escrito, de forma clara, se possível em um cartaz; cada grupo elege um representante para apresentar e justificar o conceito formulado pelo grupo; após as apresentações dos grupos, a orientadora/facilitadora distribuirá um a dois

pequenos textos teóricos e complementares, previamente preparados (de 2 a 3 páginas aproximadamente), sobre os conceitos em questão, para leitura e discussão com os participantes. Os pressupostos subjacentes à utilização da técnica são: os participantes têm suas próprias concepções a respeito dos temas, resultantes de suas convicções e valores, os quais são inevitavelmente revelados, e praticados, no seu dia a dia; as convicções e valores dos participantes deverão ser um ponto de partida para o estudo e reflexão referentes a seu comportamento e atitude como cidadãos; textos, exposições e esquemas teóricos apenas complementam e auxiliam na apreciação e discussão dos conteúdos; a comparação entre as próprias concepções e os conceitos teóricos são uma forma de sensibilizar e melhor fixar os temas trazidos nos encontros. ................... DRAMATIZAÇÃO Objetivo: Promover a encenação de uma situação, cujo tema reproduza uma experiência extraída da realidade dos participantes, que seja de sua livre escolha e que se constitua em uma boa oportunidade de aprendizagem. Material necessário: papel e texto. Descrição da dinâmica: A Mulher da Paz solicita aos participantes que se dividam em dois grupos: Grupo A - encenação; Grupo B - observação. Grupo A, de encenação, recebe uma folha com as seguintes orientações: 1. Escolha um tema a ser encenado, que reproduza um problema /situação real que seja de ocorrência constante no contexto em que você vive. 2. Prepare o roteiro e distribua os papéis a serem encenados pelo grupo. 3. Ensaie a situação a ser apresentada. 4. Prepare o palco e faça a apresentação da encenação. Grupo B, de observação, recebe uma folha com as seguintes orientações:

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1. Observe a dinâmica do grupo A, de encenação, quanto à forma como foi escolhido o tema, quanto à preparação do roteiro e quanto à distribuição dos papéis. 2. Observe a atuação dos atores e a mensagem que transmitem à platéia. 3. Faça um resumo das conclusões/aprendizados que puderam ser extraídos da dramatização. Depois de encenada a situação pelo grupo A e feitas as observações pelo grupo B, a Mulher da Paz faz uma síntese das conclusões/aprendizados, decorrentes da dramatização, e conduz a discussão entre os participantes em torno de sugestões de medidas/ações a serem encaminhadas, buscando a solução dos problemas abordados. Os pressupostos subjacentes à utilização da técnica são: a reprodução de situações vivenciadas é uma valiosa oportunidade de observar, e avaliar, a forma como são encaminhados e resolvidos as questões e problemas relativos ao dia-a-dia dos participantes no desempenho de seus papéis e funções; a vivência de situações, utilizando-se a técnica da dramatização, é, também, pode tornar-se um ponto de partida para a reformulação e incorporação de comportamentos e de atitudes mais eficientes, eficazes e adequadas a uma convivência comunitária ou a solução dos problemas que lhes aflige e que requerem mobilização e ação coletiva para solução . ................... APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE FILMES/VÍDEOS Objetivo: Promover a livre discussão de assuntos/aspectos temáticos emergentes à apresentação do filme/ vídeo, que conduzam à reflexão quanto ao tema que se pretende discutir, sensibilizar, mobilizar e/ou construir soluções conjuntas, a partir da abordagem de alguns conteúdos pertinentes. Material necessário: filme/vídeo sobre o tema escolhido Descrição da dinâmica: apresentação de trecho do filme/vídeo, preferencialmente de breve duração (15 a, no máximo, 30 minutos) sobre um tema previamente escolhido; após a apresentação, a Mulher da Paz solicita que os participantes exponham e discutam as

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conclusões/aprendizados que puderam extrair dos temas abordados. Os pressupostos subjacentes à utilização da técnica são: apresentação de filmes/vídeos sempre convida os participantes à reflexão e discussão dos temas e problemas que se deseja tratar; com uma breve apresentação de principais trechos (em torno de 15 a 30 minutos) de filmes/vídeos que discorram sobre temas como ética, cidadania, relações interpessoais – familiares e comunitárias e desenvolvimento local, dentre outros, os participantes encontram um ponto de partida que os motive a debater determinadas questões, de caráter mais subjetivo ou complexo, com que se defrontam no seu dia-a-dia. ................... ESTUDO DE CASO Objetivo: Promover a análise e discussão de situações e/ou problemas, que ocorram constantemente na comunidade, visando a aprimorar sua capacidade de analisar, solucionar problemas e tomar decisões. Material necessário: estudo de caso Descrição da dinâmica: A Mulher da Paz distribui entre os participantes um “caso”, ou seja, uma situação-problema, previamente construída por ela ou pelo grupo organizador do encontro, a ser analisada e discutida por esses particpantes. O “caso” distribuído deverá conter os seguintes elementos: 1. Breve descrição (histórico) do problema. 2. Local, setor e pessoas envolvidas. 3. Desfecho da situação e/ou problema. A Mulher da Paz divide os participantes em grupos e distribui um folheto com a seguinte indicação: 1. Analise, com a profundidade possível, os principais aspectos envolvidos, falhas existentes, suas possíveis causas, bem como pontos positivos identificados. 2. Formule sugestões alternativas para as falhas constatadas, de modo a contribuir para a prevenção e a não repetição dos fatos.


3. Ressalte, também, os aspectos positivos verificados. O Estudo de caso é utilizado como técnica capaz de proporcionar uma oportunidade, aos participantes, de exercitarem o seu potencial de análise e crítica de situações e problemas, por eles enfrentados no seu dia-a-dia, e de melhorar a sua capacidade de encaminhá-los e resolvê-los.

Exemplos de Exercícios / Jogos / Dinâmicas de Grupo

DE APRESENTAÇÃO

Os pressupostos subjacentes à utilização da técnica são: a análise de situações e problemas práticos é uma valiosa oportunidade de aprendizagem para os participantes; a identificação de soluções alternativas para problemas da comunidade poderá constituir-se em uma forma de garantir maior eficiência e eficácia, uma vez que tais soluções sejam incorporadas como novas formas de atuação.

CONHECENDO LUGARES E PESSOAS Objetivo: conhecer as pessoas com as quais se vai trabalhar e integrar-se também no espaço onde se vai passar alguns dias. Para quantas pessoas: se houver mais de 20 pessoas, o ideal é dividir em sub-grupos. Material necessário: um papelógrafo (conforme o caso, é dispensável) Descrição da Dinâmica: o coordenador da dinâmica convida as pessoas a conhecerem (cada um por si) o lugar e buscar algo que chame a atenção (uma árvore, uma sala, um capela, um objeto...). Passados 15 minutos, as pessoas voltam a se reunir e o coordenador pede a cada uma delas que se apresente, dizendo o nome, o que escolheu e porque fez esta escolha. O coordenador deve estar atento e ir anotando as motivações. Se for caso, para entender melhor a motivação, pode fazer alguma perguntas mais. Depois que todos tiverem apresentado o que gostaram no local, o coordenador faz uma análise das motivações do grupo: se é um grupo afetivo, artístico, esportivo, voltado para a natureza, religioso... Se houver interesse por parte do grupo, estes poderão fazer comentários a respeito do que se realizou. ................... CAÇA TESOURO Objetivo: Ajudar as pessoas a memorizarem os nomes uma das outra, desinibir, facilitar a identificação entre pessoas parecidas. Para quantas pessoas: Cerca de 20 pessoas. Se for um grupo maior, é necessário aumentar o número de questões propostas. Material necessário: Uma folha com o questionário e um lápis ou caneta para cada um. Descrição para dinâmica: O coordenador explica aos participantes que agora se inicia um momento em que todos terão a grande chance de se conhecerem. A partir

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da lista de descrições, cada um deve encontrar uma pessoa que se encaixe em cada item e pedir a ela que assine o nome na lacuna.

ou estuda, bairro onde mora, um dificuldade, uma qualidade e uma razão pela qual deseja integrar-se ao grupo.

Questionário

6. Quando todas as duplas terminarem a conversa, formar o círculo para o plenário.

1- Alguém com a mesma cor de olhos que os seus? 2- Alguém que viva numa casa sem fumantes? 3- Alguém que já tenha morado em outra cidade? 4- Alguém cujo primeiro nome tenha mais de seis letras?

7. Plenário – cada pessoa apresenta seu par ao grupo.

DE IDENTIDADE

5- Alguém que use óculos? 6- Alguém que esteja com a camiseta da mesma cor que a sua?

EU SOU ALGUÉM

7- Alguém que goste de verde-abacate?

Objetivo: perceber os seus valores pessoais; perceberse como ser único e diferente dos demais.

8- Alguém que tenha a mesma idade que você?

Material necessário: papel ofício e lápis.

9- Alguém que esteja de meias azuis?

Descrição da dinâmica:

10- Alguém que tenha um animal de estimação (Qual?)? Obs.: Pode-se aumentar a quantidade de questões ou reformular estas, depende do tipo ou do tamanho do grupo. ................... CHEGADA NO GRUPO Objetivo: integrar novos participantes que chegam a um grupo já existente. Descrição da dinâmica 1. Grupo em círculo, sentado.

1. Grupo em círculo, sentado. 2. Distribuir uma folha de papel e um lápis para cada participante, pedindo que listem, no mínimo, dez características próprias. Dar um tempo para a tarefa. 3. Solicitar que virem a folha, dividam-na ao meio e classifiquem as características listadas, colocando de um lado as que facilitam sua vida e do outro as que dificultam. . Dar um tempo para a tarefa. 4. Formar subgrupos para partilhar as conclusões individuais. 5. Plenário – compartilhar com o grupo as descobertas feitas sobre si mesmo:

2. O facilitador pede que os novos participantes esperem do lado de fora da sala.

O que descobriu sobe si mesmo realizando a atividade?

3. O facilitador explica a dinâmica aos antigos participantes do grupo. Estes irão recepcionar os novos companheiros quando entrarem em sala, recebendo-o com abraços e cumprimentos. Cada antigo participante deverá, então, procurar um recém-chegado, indicado pelo facilitador, para recepcionar. O facilitador distribui os nomes dos recém-chegados entre os antigos.

Qual a característica própria que você mais aprecia? Qual a que lhe desagrada?

4. O facilitador sai da sala e convida os novos integrantes a entrar, participando do ritual de chegada. 5. Após a recepção coletiva, os antigos identificam seu parceiro e a dupla senta-se em algum local da sala para conversar. Cada um deve obter do outro as seguintes informações: idade, nome, onde trabalha

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Quais as características mais comuns ao grupo? ................... IMAGENS FAMILIARES Objetivo: compartilhar as percepções sobre a família. Material necessário: papel ofício, lápis de cor e hidrocor. Descrição da dinâmica: 1. Grupo em círculo, sentado. 2. Distribuir papel, lápis de cor e hidrocor, solicitando aos participantes, que desenhem símbolos que representem os membros de sua família. Dar um tempo para a tarefa.


3. Dividir o grupo em subgrupos, pedindo que partilhem o que foi realizado individualmente, observando pontos em comuns. 4. Plenário – cada subgrupo apresenta as conclusões a que chegou. ................... MEU CRACHÁ Objetivos: facilitar o autoconhecimento; promover a integração grupal. Material necessário: crachás, canetas e hidrocor. Descrição da dinâmica: 1. Grupo em círculo, sentado. 2. Distribuir os crachás e pedir que cada um escreva o nome e crie um símbolo que o represente. Colocar canetas e hidrocor a disposição. 3. Quando todos tiverem terminado, cada participante faz sua apresentação, dizendo alto seu nome e explicando o seu símbolo. 4. Plenário – o que lhe chamou atenção? 5. O facilitador fecha o trabalho, ressaltando a importância do que cada um traz para a formação do grupo.

DE INTEGRAÇÃO DESENHO DOS PÉS Objetivo: socializar, integrar, perceber a necessidade de assumir compromissos, crescer, valorizar-se. Para quantas pessoas: de 5 a 20 pessoas Material necessário: uma grande folha de papel e lápis colorido para cada participante. Descrição da dinâmica: o coordenador da dinâmica motiva todos os participantes a desenharem, num grande papel, o próprio pé. Em seguida, encaminha a discussão, de forma que todos os participantes tenham oportunidade de dizer o que pensam:

Após esta discussão, lembrar de pessoas que lutaram por objetivos concretos e conseguiram alcançá-los. Terminada a discussão, o coordenador da dinâmica convida a todos que escrevam no pé que desenharam algum compromisso concreto que irão assumir. ................... CARROSSEL MUSICAL Objetivo: promover a integração entre participantes; estabelecer um clima de maior intimidade dentro do grupo; ampliar conhecimento dentro de si e do grupo. Material necessário: Toca CD e CD com música. Descrição da dinâmica: 1. Formar dois círculos, de pé, um dentro do outro, com o mesmo número de participantes de modo a formar duplas, frente a frente. 2. O facilitador coloca uma música alegre, solicitando que ambos os círculos se movimentem para o seu lado direito, no ritmo. Quando a música for interrompida pelo facilitador, o grupo deve parar onde estiver, procurando arrumar-se frente a frente, formando um par. 3. Os pares devem dizer o próprio nome um ao outro e responder ambas à pergunta feita pelo facilitador. Tempo. 4. Repetir o mesmo procedimento dos passos 2 e 3 cinco ou seis vezes, grupos girando para o mesmo lado ou para lados inversos - um para a direita, outro para a esquerda- , parando em determinados momentos e apresentando, a cada parada, perguntas diferentes, de acordo com o tema que se deseja trabalhar. Exemplos de perguntas: O que em você mais atrai as pessoas? O que você mudaria em si próprio? Qual a qualidade que mais aprecia em você? O que mais lhe incomoda nas pessoas? ...................

1. Todos os pés são iguais?

MÃOS DE LUZ

2. Estes pés caminham muito ou pouco?

Objetivo: criar um clima de confiança no grupo.

3. Por que precisam caminhar?

Material necessário: Toca CD e CD com música.

4. Caminham sempre com um determinado objetivo?

Descrição da dinâmica

5. Quanto já caminhamos para chegar onde estamos?

1.

Grupo em círculo, de pé.

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2. Solicitar que todos os participantes se olhem e, através do olhar, formem pares. 3. Cada par formado deve escolher o guia da dupla. Posicionar-se frente a frente.

6. Olhar nos olhos dos companheiros. Ir afastando até formar um círculo de mãos dadas. Passar energia positiva pelo aperto de mão.

4. A pessoa escolhida como guia estende as mãos com as palmas para cima. Sobre elas, seu par coloca suas próprias mãos, com as palmas para baixo, fechando os olhos.

DE CIDADANIA

5. O facilitador põe uma música suave e pede que o guia dirija seu par pelas mãos, movimentando-se por todo o espaço.

Objetivo: favorecer a reflexão sobre a responsabilidade social.

6. Após um tempo, inverter os papéis. Colocar novamente música e solicitar que seja repetido.

A CIDADANIA NOS PEQUENOS GESTOS

Material necessário: papel ofício, lápis, folhas de cartolina ou papel metro, fita crepe. Descrição da dinâmica:

7. Quando a música acabar, soltar as mãos. O facilitador pede que fiquem alguns instantes de olhos fechados, fazendo contato com o próprio sentimento.

1. Grupo em círculos, sentado.

8. Abrir os olhos, olhar seu par e preparar-se para repetir a atividade com os papéis alternados.

3. Solicitar aos participantes que listem, individualmente, situações vivenciadas na semana anterior em que o exercício da cidadania deixou de ser realizado. Exemplo: sujar o chão, danificar bens públicos, pichar, etc. Dar tempo para executar a tarefa.

9. Após repetir a atividade, afastar-se lentamente e sentar-se em círculo. 10. Plenário – abrir discussão para que se expressem sobre: Como se sentiu ao guiar e ao ser guiado? O que foi mais fácil e por quê? Que dificuldades encontrou? ................... DIZENDO E APROXIMANDO Objetivo: integrar e fortalecer os vínculos entre os participantes. Descrição da dinâmica: 1. Grupo em círculo, de pé. 2. Na seqüência da roda, cada participante vai colocando a mão direita no ombro do vizinho, enquanto diz algo que pode oferecer a este. 3. Repetir com o braço esquerdo o mesmo procedimento em relação ao vizinho da esquerda. 4. Em seguida, todos, ao mesmo tempo, devem dar um passo na direção do centro do grupo. Cada pessoa, por sua vez, diz, então, alguma coisa que é preciso reforçar em si mesma. 5. Dar, em conjunto, mais um passo em direção ao centro. Cada participante, na seqüência da roda, diz algo que o grupo precisa reforçar como grupo.

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2. Distribuir folhas de ofício e lápis para cada participante.

4. Formar subgrupos para partilha das situações e construção de uma lista comum, contendo as ações consideradas mais significativas. Dar duas folhas de papel metro ou cartolina para cada subgrupo. 5. Apresentação das listas de cada subgrupo na cartolina ou no papel metro. 6. Plenário - discutir com o grupo as situações apresentadas, relacionando-as a questões mais amplas, como a poluição ambiental, preservação de bens culturais, desrespeito ao bem público/comunitário, etc. 7. Fechamento: facilitador da atividade chama a atenção para o compromisso social que deve nortear a relação do homem com o mundo e para a responsabilidade que todos devem ter com o que é publico e representa o bem comum. ................... A MINHA COMUNIDADE HOJE / A MINHA COMUNIDADE COMO A QUERO Objetivo: tomar consciência do espaço em que vive, refletindo suas problemáticas de modo a perceber as mudanças que deseja que ocorram e o que se faz necessário para que elas aconteçam.


Material necessário: revistas, tesouras, cola, fita crepe, papel ofício, hidrocor, lápis de cor, lápis preto e borracha. Descrição da dinâmica: 1. Dividir o grupo em subgrupos de, no máximo, cinco pessoas. 2. Espalhar o material no centro do grupo. (A cola deve ser dada a cada subgrupo num copo plástico de cafezinho ou numa tampa de refrigerante) 3. Pedir que cada subgrupo construa duas colagens: uma expressando a comunidade em que vive hoje e outra como gostaria que essa comunidade fosse. 4. Pedir que cada subgrupo apresente seu trabalho, prendendo as colagens na parede, deixando entre elas um espaço que represente, na opinião do subgrupo, a distância entre realidade que se tem e a desejada. 5. Após as apresentações, pedir que os subgrupos se reúnam novamente e discutam que problemáticas da comunidade precisam ser resolvidas para que a distância entre a realidade e o desejo desapareça. . Dar tempo para executar a tarefa. 6. Cada subgrupo constrói, com o material, uma ponte entre as duas colagens, representando, nessa ponte, as questões que precisam ser trabalhadas para diminuir a distância entre a comunidade que se tem e a desejada.

4. Apresentação dos painéis, seguida de discussão sobre os pontos que mais chamarem a atenção do grupo. 5. Plenário – discutir as seguintes questões: Qual a importância da solidariedade na sociedade contemporânea? Que valores e atitudes são estimulados e referendados socialmente? De que iniciativa solidária você participou? Que pessoas são exemplos de solidariedade no bairro, na escola e na sociedade? 6. Fechamento: o facilitador ressalta para o grupo o valor da solidariedade para o enfrentamento de questões como fome, educação, saúde etc. ................... DRAMATIZANDO SITUAÇÕES DO COTIDIANO Objetivos: identificar, no cotidiano, situações de desrespeito aos direitos humanos; estimular a reflexão sobre os direitos humanos. Material necessário: cartolina ou papel metro, hidrocor, xérox da Declaração Universal dos Direitos Humanos . Descrição da dinâmica: 1. Grupo em círculo, sentado. 2. Formar subgrupos, dizendo a cada um deles uma palavra indicadora de um contexto social.

7. Plenário – compartilhar as conclusões a que chegaram, levantando alternativas e soluções possíveis. ...................

3. Solicitar que cada subgrupo crie uma cena a ser dramatizada no contexto indicado, apresentando uma situação de violação dos direitos humanos. . Dar tempo para executar a tarefa.

CIDADANIA E SOLIDARIEDADE

4. Apresentação das cenas pelos subgrupos.

Objetivo: conscientizar-se da importância da solidariedade na convivência social.

5. O facilitador, juntamente com o grupo, sistematiza no papel metro ou cartolina o que foi apresentado, relacionando o contexto, a situação e o artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos que foi violado, refletindo as ações necessárias para que os direitos do cidadão sejam garantidos.

Material necessário: revistas, jornais, papel de ofício, cola, fita crepe, hidrocor, papel metro e pilot. Descrição da dinâmica: 1. Formar subgrupos. 2. Distribuir o material pelos subgrupos. 3. Cada subgrupo deve montar, com o material recebido, um painel no qual apresente situações de solidariedade, em oposição a situações individualistas, dando um título sugestivo para o trabalho. . Dar tempo para executar a tarefa.

6. Fechamento: o facilitador ressalta a necessidade da participação de todos no processo de garantia dos direitos humanos, não se esquecendo de pontuar que aos direitos correspondem deveres e que o cumprimento desses deveres também garante o exercício dos direitos.

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DOS SONHOS À REALIDADE II Objetivos: discutir a participação de cada indivíduo/família na construção da sociedade. Descrição da Dinâmica: 1. Formar quatro subgrupos.

estrela e os círculos, procurando fazer um quadro de sua situação em todos os níveis. Em pequenos grupos, durante 50 minutos, se compartilha o trabalho feito individualmente e se faz um “intercâmbio de ajudas”. Em grupos um pouco maiores, durante 20 minutos se analisa o exercício realizado e os frutos colhidos.

2. Solicitar que cada subgrupo discuta a questão “Como posso contribuir para transformar o Brasil dos meus sonhos em realidade?”, tendo como enfoque contextos diferentes, indicados pelo facilitador: minha relação comigo mesmo; minha relação com a família; minha relação com a escola (caso o grupo seja formado por adolescentes ou jovens); minha relação com a comunidade. 3. Quando os subgrupos tiverem terminado a discussão, pedir que apresentem suas conclusões de forma criativa - dança, dramatização, música, mímica, jogral etc. Marcar tempo para a preparação da apresentação.

...................

4. Apresentação dos subgrupos.

ESCUDO

5. Plenário – comentar as apresentações, evidenciando os pontos que mais chamaram a atenção.

Objetivo: Aprender a se aceitar e ajudar a desenvolver a empatia com os outros membros do grupo.

6. Fechamento: o facilitador pontua para o grupo a importância do compromisso de cada um com a transformação do país, chamando a atenção para as ações práticas e o papel que cada integrante é capaz de assumir perante a sociedade.

DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL A ESTRELA DE CINCO PONTAS Objetivo: integrar cinco referências (estrela): observar, pensar, sentir, querer, fazer, no processo de autoconhecimento. Material necessário: desenho da estrela para todos os participantes Descrição da Dinâmica: cada um vai aprofundar o autoconhecimento. Recebe uma estrela de cinco pontas (modelo abaixo), dentro de quatro círculos concêntricos. As pontas da estrela são: observo, penso, sinto, quero, faço. E os círculos são: minha vida pessoal, minha família, minha comunidade, meu trabalho (ou minha escola). Durante 20 minutos cada um estuda essa 66

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Para quantas pessoas: Cerca de 20 pessoas. Material necessário: Papel e caneta ou lápis para cada um. Descrição da dinâmica: Cada um deve escreve no pedaço de papel que recebeu alguma dificuldade que encontra no relacionamento com os outros e que não gostaria de expor oralmente.Cada um deve despistar a própria letra e todos os papéis devem ser dobrados da mesma forma. O facilitador recolhe e mistura os papeizinhos. A seguir, são sorteados os papeizinhos entre os participantes da dinâmica e cada um assume o problema que estiver descrito no papel que pegou. Deve ler o problema em voz alta, explicar como se o problema fosse dele e propor alguma solução para o problema. Não se deve permitir debates nem perguntas. Quando todos já tiverem falado, o facilitador poderá propor algumas questões para os participantes, tais como: Como você se sentiu ao ver o seu problema descrito? Como você se sentiu ao explicar o problema de outro? O outro compreendeu seu problema? Você compreendeu o problema do outro? Como se sentiu em relação ao grupo?


DE GRUPO A TEIA DO GRUPO Objetivos: propiciar o fechamento de uma etapa da dinâmica grupal; possibilitar a despedida afetiva e/ou uma avaliação carinhosa. Material necessário: rolo de barbante ou novelo de lã. Descrição da dinâmica: 1. Grupo em círculo, sentado.

deve ter relação com conflitos vivenciados pelos participantes do subgrupo em suas famílias. Deixar papel e lápis à disposição dos grupos. Dar tempo para executar a tarefa. 3. Cada subgrupo apresenta sua solicitação, dramatizando-a. 4. Após cada dramatização, o facilitador pede voluntários para reapresentarem os personagens, repetindo a cena com novo enfoque, com uma forma diferente de viver e solucionar o conflito em questão.

2. O facilitador segura o rolo de barbante ou o novelo de lã e inicia a atividade, jogando-o para um dos participantes.

5. Quando todas as dramatizações tiverem sido reapresentadas pelos novos atores, abrir o plenário.

3. O participante que receber o rolo/novelo amarra o fio no dedo indicador, de modo a manter a linha esticada. Diz, então, uma palavra que represente seu sentimento neste momento.

Quais os pontos comuns entre as situações?

4. Escolhe um companheiro, olha-o, fala alto o nome dele e atira-lhe o novelo. Segue-se o mesmo procedimento, até que o novelo tenha passado por todas as pessoas, formando uma teia. A teia das relações.

6. Plenário – discutir as questões: O que chamou a atenção nos personagens? No seu modo de ver, havia maneiras diferentes e melhores para resolver os conflitos apresentados?

DE AVALIAÇÃO

5. Pedir que todos levantem o dedo em que o fio está preso de modo que o grupo olhe a teia.

DIÁLOGO E SITUAÇÕES COMUNITÁRIAS

6. Solicitar que depositem a teia, com cuidado, no chão.

Objetivo: avaliar uma comunidade que não está formada apenas para um encontro, mas que já tem uma convivência maior há mais tempo.

7. Pedir que, lentamente, todo o grupo comece a empurrar a teia até o centro da sala. Até o coração do grupo. 8. Ao facilitador cabe falar sobre o sentimento grupal, enquanto recolhe o “bolo” de lã ou barbante, dando com sua palavra um significado à emoção. 9. Fechamento: o facilitador solicita que todo o grupo se dê um grande abraço – o abraço coletivo. ...................

Descrição da dinâmica: entrega-se uma lista de situações a cada participante, que deve estudá-las e tomar a sua decisão, marcando com um “x” as que considera mais constantes em sua comunidade. Momento pessoal: durante 20 minutos, cada um, em particular, analisa e marca com uma cruz as situações que devem ser avaliadas ou comunicadas aos demais. Lista de situações

CONFLITOS FAMILIARES

1. Tristeza habitual, aborrecimento, evasão

Objetivo: discutir os conflitos familiares no grupo familiar; vivenciar diferentes papéis na família; exercitar a resolução de conflitos.

2. Discussões sem sentido, clima de mau-humor, agressividade mútua

Material necessário: papel ofício e lápis. Descrição da dinâmica: 1. Formar subgrupos de aproximadamente seis pessoas. 2. Pedir que cada subgrupo construa uma situação que expresse um conflito familiar. A situação criada

3. Conversas superficiais, frias, irônicas e silêncios incômodos 4. Atmosfera de desconfiança mútua, incompreensão. Preconceitos e mal-entendidos 5. Sentimentos de solidão 6. Ter medo ou sentir medo dos outros

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7. Frieza, desinteresse ou menosprezo mútuo, rivalidades

DIZENDO ADEUS

8. Individualismo, egoísmo. Muito eu e meu, e pouco nós e nosso

Objetivo: expressar os sentimentos referentes ao grupo, a si próprio, ao trabalho, possibilitando a finalização dos encontros ou de uma etapa.

9. Sente-se vítima: os outros estão contra mim

Descrição da Dinâmica:

10. Linguagens diferentes. Falta diálogo, ninguém escuta ninguém 11. Paternalismo ou materialismo exagerado 12. Todos preocupados em terem cada vez mais e não em serem cada vez mais Momento grupal: durante uma hora e meia os membros do grupo compartilham suas respostas e se pode tomar algum ponto que mais tenha sido ressaltado para aprofundar. O mais importante não são os desabafos pessoais, mas que se consiga encontrar um rumo para o grupo: O que está se passando com o nosso grupo? Quais são as causas disso? Quais estão sendo as conseqüências? Que podemos fazer para solucionar estes problemas? ...................

1. Grupo em círculo, de pé. 2. O facilitador pede que os participantes se olhem e tentem responder aos questionamentos que fará. Quando tiverem respondido em seu íntimo, um de cada vez deve realizar o gesto que for pedido para o facilitador: Quem das pessoas presentes foi aquela que primeiro lhe deu as boas-vindas no grupo, facilitando a sua permanência nele? Ir até ela e olhá-la nos olhos. Quem você admira no grupo? Ir até a pessoa, olhá-la e pôr as mãos em seus ombros. Quem você gostaria de ter tido a oportunidade de conhecer melhor? Ir até esse companheiro, darlhe um aperto de mão. Quem foi para você a revelação do grupo? Ir até a pessoa e fazer o gesto que sentir vontade.

AUTO-AVALIAÇÃO GRUPAL

Com quem você se identifica? Aproximar-se e estender-lhe as mãos

Objetivo: oportunizar a reflexão sobre as dificuldades e as contribuições de cada integrante do grupo.

Quem é muito diferente de você? Aproximar-se e passar uma mensagem pelo olhar.

Material Necessário: papel ofício e lápis.

A quem você pode dizer com emoção a palavra amigo(a)? Olhar a pessoa nos olhos e chamá-la de amigo(a).

Descrição da dinâmica: 1. Grupo em círculo, sentado. 2. Distribuir papel e lápis para os membros do grupo. 3. Pedir que respondam por escrito: “Qual a minha maior dificuldade neste grupo?” 4. Recolher todos os escritos, misturá-los e redistribuí-los. 5. Cada participante lê alto as dificuldades do outro como se fossem suas e dá sugestões para resolve-las. 6. Plenário – analisar as sugestões sugeridas: Quais são as maiores dificuldades do grupo? Que sugestões chamaram a sua atenção? De tudo o que ouviu, o que surpreendeu você?

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Quem você escolhe para dar um abraço neste momento? Ir até o(a) companheiro(a) e abraçá-lo(a). 3. Após os abraços, pedir que se sentem em círculo. 4. Plenário - compartilhar com o grupo a emoção do momento: O que gostaria de dizer ao grupo? O que gostaria de dizer a alguém em especial? Como está se sentindo ao final do encontro?


MÚSICAS


Até o Fim

Admirável Gado Novo Zé Ramalho

Chico Buarque

Composição: Zé Ramalho

Composição: Chico Buarque

Oooooooooh! Oooi! Vocês que fazem parte dessa massa Que passa nos projetos do futuro É duro tanto ter que caminhar E dar muito mais do que receber...

Quando nasci veio um anjo safado O chato do querubim E decretou que eu estava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim "inda" garoto deixei de ir à escola Cassaram meu boletim Não sou ladrão , eu não sou bom de bola Nem posso ouvir clarim Um bom futuro é o que jamais me esperou Mas vou até o fim Eu bem que tenho ensaiado um progresso Virei cantor de festim Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso Em quixeramobim Não sei como o maracatu começou Mas vou até o fim Por conta de umas questões paralelas Quebraram meu bandolim Não querem mais ouvir as minhas mazelas E a minha voz chinfrim Criei barriga, a minha mula empacou Mas vou até o fim Não tem cigarro acabou minha renda Deu praga no meu capim Minha mulher fugiu com o dono da venda O que será de mim ? Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou Mas vou até o fim Como já disse era um anjo safado O chato dum querubim Que decretou que eu estava predestinado A ser todo ruim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim

E ter que demonstrar sua coragem À margem do que possa parecer E ver que toda essa engrenagem Já sente a ferrugem lhe comer... Êeeeeh! Oh! Oh! Vida de gado Povo marcado. Êh! Povo feliz!...(2x) Lá fora faz um tempo confortável A vigilância cuida do normal Os automóveis ouvem a notícia Os homens a publicam no jornal... E correm através da madrugada A única velhice que chegou Demoram-se na beira da estrada E passam a contar o que sobrou... Êeeeeh! Oh! Oh! Vida de gado Povo marcado. Êh! Povo feliz!...(2x) Oooooooooh! Oh! Oh! O povo foge da ignorância Apesar de viver tão perto dela E sonham com melhores tempos idos Contemplam essa vida numa cela... Esperam nova possibilidade De verem esse mundo se acabar A Arca de Noé, o dirigível Não voam nem se pode flutuar Não voam nem se pode flutuar Não voam nem se pode flutuar... Êeeeeh! Oh! Oh! Vida de gado Povo marcado. Êh! Povo feliz!...(2x) Ooooooooooooooooh!

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Até Quando Gabriel Pensador Composição: Gabriel o Pensador, Itaal Shur, Tiago Mocotó

Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve Você pode e você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu Num quer dizer que você tenha que sofrer Até quando você vai ficar usando rédea Rindo da própria tragédia? Até quando você vai ficar usando rédea Pobre, rico ou classe média? Até quando você vai levar cascudo mudo? Muda, muda essa postura Até quando você vai ficando mudo? Muda que o medo é um modo de fazer censura (Refrão) Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ser saco de pancada? (Repete refrão) Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente Você tenta ser contente, não vê que é revoltante Você tá sem emprego e sua filha tá gestante Você se faz de surdo, não vê que é absurdo Você que é inocente foi preso em flagrante É tudo flagrante (x2) (Refrão x2)

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar Escola, esmola Favela, cadeia Sem terra, enterra Sem renda, se renda. Não, não (Refrão x2) Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente A gente muda o mundo na mudança da mente E quando a mente muda a gente anda pra frente E quando a gente manda ninguém manda na gente Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura Na mudança de postura a gente fica mais seguro Na mudança do presente a gente molda o futuro (Refrão)

A polícia matou o estudante Falou que era bandido, chamou de traficante A justiça prendeu o pé-rapado Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário (Refrão x2) A polícia só existe pra manter você na lei Lei do silêncio, lei do mais fraco: Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco A programação existe pra manter você na frente Na frente da TV, que é pra te entreter Que pra você não ver que programado é você

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Bom Dia

Braços Cruzados

Zizi Possi

Zélia Duncan

Composição: Swami Jr., Paulo Freire

Composição: Pedro Luiz, Zélia Duncan

Um dia quero mudar tudo No outro eu morro de rir Um dia tô cheia de vida No outro não sei onde ir Um dia escapo por pouco No outro não sei se vou me livrar Um dia esqueço de tudo No outro não posso deixar de lembrar Um dia você me maltrata No outro me faz muito bem Um dia eu digo a verdade No outro não engano ninguém Um dia parece que tudo Tem tudo prá ser o que eu sempre sonhei No outro dá tudo errado E acabo perdendo o que já ganhei Logo de manhã, bom dia Um dia eu sou diferente No outro sou bem comportada Um dia eu durmo até tarde No outro eu acordo cansada Um dia te beijo gostoso No outro nem vem que eu quero respirar Um dia quero mudar tudo no mundo No outro eu vou devagar Um dia penso no futuro No outro eu deixo prá lá Um dia eu acho a saída No outro eu fico no ar Um dia na vida da gente Um dia sem nada de mais Só sei que eu acordo e gosto da vida Os dias não são nunca iguais!

Transe de violência Vaidade demente Guerras à nossa espreita Restos à nossa frente Que ferramenta

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Eu uso pra viver? Como é que eu faço Pra ajudar você? Desligo a TV Pra que as crianças Não achem normal Todo dia matar , morrer Mas sobre o futuro, o que eu vou dizer? Alguém aqui acredita Que não tem nada com isso? Será que nada tem vínculo Tudo é por acaso? Mas quem é que joga os dados Deus ou seus diabos? Quem decide qual o lado abençoado? Deus ou seus diabos? Será que nenhum de vocês Sabe falar português? Então, em nome da nossa dor Eu exijo um tradutor Alguém de carne e osso Alguém em quem se possa confiar um pouco Eu quero menos abandono, mais cuidado Cristo Redentor Eu vi seus braços cruzados, tudo é ilusão Ando pelas ruas tem de tudo, menos solução Fecho os vidros, fecho a casa Mas a alma não tem trinco, tá escancarada Fecho a minha roupa, fecho a minha cara Mas a alma não tem trinco Nem defesa, nem nada.


Com Açúcar, com Afeto

Como uma Onda

Chico Buarque

Lulu Santos

Composição: Chico Buarque

Composição: Lulu Santos, Nelson Motta

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto Pra você parar em casa, qual o quê! Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito Quando diz que não se atrasa Você diz que é um operário, sai em busca do salário Pra poder me sustentar, qual o quê! No caminho da oficina, há um bar em cada esquina Pra você comemorar, sei lá o quê! Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto Discutindo futebol E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias Coloridas pelo sol Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo Você vai querer cantar Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo Pra você rememorar Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança Pra chorar o meu perdão, qual o quê! Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida Pra agradar meu coração E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado Como vou me aborrecer? Qual o quê! Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato E abro os meus braços pra você.

Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Nada do que foi será De novo do jeito Que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar

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Condição Lulu Santos Composição: Lulu Santos

Eu não sou diferente de ninguém Quase todo mundo faz assim Eu me viro bem melhor Quando tá mais pra bom que pra ruim Não quero causar impacto Nem tampouco sensação O que eu digo é muito exato E o que cabe na canção Qualquer um que ouve entende Não precisa explicação E se for pensar um pouco Vai me dar toda razão A senhora, a senhorita e também o cidadão Todo mundo que se preza Nega fogo não Eu não sei viver sem ter carinho É a minha condição Eu não sei viver triste e sozinho É a minha condição Eu não sei viver preso ou fugindo

Cotidiano Chico Buarque Composição: Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã... Todo dia ela diz Que é pr'eu me cuidar E essas coisas que diz Toda mulher Diz que está me esperando Pr'o jantar E me beija com a boca de café... Todo dia eu só penso Em poder parar Meio-dia eu só penso Em dizer não

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Depois penso na vida Prá levar E me calo com a boca de feijão... Seis da tarde Como era de se esperar Ela pega E me espera no portão Diz que está muito louca Prá beijar E me beija com a boca de paixão... Toda noite ela diz Pr'eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pr'eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor... Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã... Todo dia ela diz Que é pr'eu me cuidar E essas coisas que diz Toda mulher Diz que está me esperando Pr'o jantar E me beija com a boca de café... Todo dia eu só penso Em poder parar Meio-dia eu só penso Em dizer não Depois penso na vida Prá levar E me calo com a boca de feijão... Seis da tarde Como era de se esperar Ela pega E me espera no portão Diz que está muito louca Prá beijar E me beija com a boca de paixão... Toda noite ela diz Pr'eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pr'eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor... Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã...


Dura na Queda

É

Chico Buarque

Gonzaquinha

Composição: Chico Buarque

Composição: Gonzaguinha

Perdida na avenida Canta seu enredo Fora do carnaval Perdeu a saia, perdeu o emprego Desfila natural

É... A gente quer valer o nosso amor A gente quer valer nosso suor A gente quer valer o nosso humor A gente quer do bom e do melhor A gente quer carinho e atenção A gente quer calor no coração A gente quer suar, mas de prazer A gente quer é ter muita saúde A gente quer viver a liberdade A gente quer viver felicidade

Esquinas Mil buzinas Imagina orquestras Samba no chafariz Viva a folia A dor não presta Felicidade, sim O sol ensolarará a estrada dela A lua alumiará o mar A vida é bela O sol, a estrada amarela E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas O sol ensolarará a estrada dela A lua alumiará o mar A vida é bela O sol, a estrada amarela E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas Bambeia, cambaleia É dura na queda Custa a cair em si Largou família, bebeu veneno E vai morrer de rir

É... A gente não tem cara de panaca A gente não tem jeito de babaca A gente não está com a bunda exposta na janela Pra passar a mão nela É... A gente quer viver pleno direito A gente quer viver todo respeito A gente quer viver uma nação A gente quer é ser um cidadão A gente quer viver uma nação

Vagueia, devaneia Já apanhou à beça Mas para quem sabe olhar A flor também é ferida aberta E não se vê chorar O sol ensolarará a estrada dela A lua alumiará o mar A vida é bela O sol,a estrada amarela E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas O sol ensolarará a estrada dela A lua alumiará o mar A vida é bela O sol,a estrada amarela E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

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Feijoada Completa Chico Buarque Composição: Chico Buarque

Mulher Você vai gostar Tô levando uns amigos pra conversar Eles vão com uma fome que nem me contem Eles vão com uma sede de anteontem Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão E vamos botar água no feijão Mulher Não vá se afobar Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto E prepare as lingüiças pro tiragosto Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão E vamos botar água no feijão Mulher Você vai fritar Um montão de torresmo pra acompanhar Arroz branco, farofa e a malagueta A laranja-bahia ou da seleta Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão E vamos botar água no feijão Mulher Depois de salgar Faça um bom refogado, que é pra engrossar Aproveite a gordura da frigideira Pra melhor temperar a couve mineira Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão E vamos botar água no feijão

Mulheres de Atenas Chico Buarque Composição: Chico Buarque

Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas Quando amadas se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas

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Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem imploram Mais duras penas, cadenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos Poder e força de Atenas Quando eles embarcam soldados Elas tecem longos bordados Mil quarentenas E quando eles voltam, sedentos Querem arrancar, violentos Carícias plenas, obscenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Despem-se pros maridos Bravos guerreiros de Atenas Quando eles se entopem de vinho Costumam buscar um carinho De outras falenas Mas no fim da noite, aos pedaços Quase sempre voltam pros braços De suas pequenas, Helenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Geram pros seus maridos Os novos filhos de Atenas Elas não têm gosto ou vontade Nem defeito, nem qualidade Têm medo apenas Não tem sonhos, só tem presságios O seu homem, mares, naufrágios Lindas sirenas, morenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Temem por seus maridos Heróis e amantes de Atenas As jovens viúvas marcadas E as gestantes abandonadas, não fazem cenas Vestem-se de negro, se encolhem Se conformam e se recolhem As suas novenas Serenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Secam por seus maridos Orgulho e raça de Atenas


Neide Candolina

O Meu Guri

Caetano Veloso

Chico Buarque

Composição: Caetano Veloso

Composição: Chico Buarque

Preta chique, essa preta é bem linda Essa preta é muito fina Essa preta é toda a glória do brau Preta preta, essa preta é correta Essa preta é mesmo preta É democrata social racial Ela é modal

Quando, seu moço nasceu meu rebento Não era o momento dele rebentar Já foi nascendo com cara de fome E eu não tinha nem nome prá lhe dar Como fui levando não sei lhe explicar Fui assim levando, ele a me levar E na sua meninice ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí! (x3) Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega suado e veloz do batente Traz sempre um presente prá me encabular Tanta corrente de ouro, seu moço! Que haja pescoço prá enfiar Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Chave, caderneta, terço e patuá Um lenço e uma penca de documentos Prá finalmente eu me identificar Olha aí! (x3) Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega no morro com carregamento Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador Rezo até ele chegar cá no alto Essa onda de assaltos tá um horror Eu consolo ele, ele me consola Boto ele no colo prá ele me ninar De repente acordo, olho pro lado E o danado já foi trabalhar Olha aí! (x3) Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega estampado. Manchete, retrato Com venda nos olhos, legenda e as iniciais Eu não entendo essa gente, seu moço! Fazendo alvoroço demais O guri no mato Acho que tá rindo, acho que tá lindo De papo pro ar Desde o começo eu não disse, seu moço! Ele disse que chegava lá Olha aí! (x3) Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! E o meu guri!...(3x)

Tem um Gol que ela mesma comprou Com o dinheiro que juntou Ensinando português no Central Salvador, isso é só Salvador Sua suja Salvador E ela nunca furou um sinal Isso é legal E eu e eu e eu sem ela Nobreza brau, nobreza brau Preta sã, ela é filha de Iansã Ela é muito cidadã Ela tem trabalho e tem carnaval Elegante, ela é muito elegante Ela é superelegante Roupa Europa e pixaim Senegal Transcendental Liberdade, bairro da Liberdade Palavra da liberdade Ela é Neide Candolina total E a cidade, a baía da cidade A porcaria da cidade Tem que reverter o quadro atual Pra lhe ser igual E eu e eu e eu sem ela Nobreza brau, nobreza brau

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Outros Sonhos

Pacato Cidadão

Chico Buarque

Skank

Composição: Chico Buarque

Composição: Samuel Rosa, Chico Amaral

Sonhei que o fogo gelou Sonhei que a neve fervia Sonhei que ela corava Quando me via Sonhei que ao meio-dia Havia intenso luar E o povo se embevecia Se empetecava João Se impiriquitava Maria Doentes do coração Dançavam na enfermaria E a beleza não fenecia

Oh! Pacato Cidadão! Eu te chamei a atenção Não foi à toa, não C'est fini la utopia Mas a guerra todo dia Dia a dia, não...

Belo e sereno era o som Que lá no morro se ouvia Eu sei que o sonho era bom Porque ela sorria Até quando chovia Guris inertes no chão Falavam de astronomia E me jurava o diabo Que Deus existia De mão em mão o ladrão Relógios distribuía E a polícia já não batia De noite raiava o sol Que todo mundo aplaudia Maconha só se comprava Na tabacaria Drogas na drogaria Um passarinho espanhol Cantava esta melodia E com sotaque esta letra De sua autoria Sonhei que o fogo gelou Sonhei que a neve fervia E por sonhar o impossível, ai Sonhei que tu me querias Soñé que el fuego heló Soñé que la nieve ardia Y por soñar lo impossible, ay, ay Soñe que tu me querias.

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E tracei a vida inteira Planos tão incríveis Tramo a luz do sol Apoiado em poesia E em tecnologia Agora à luz do sol... Pacato Cidadão! É o Pacato da Civilização Pacato Cidadão! É o Pacato da Civilização... Oh! Pacato Cidadão! Eu te chamei a atenção Não foi à toa, não C'est fini la utopia Mas a guerra todo dia Dia a dia, não... E tracei a vida inteira Planos tão incríveis Tramo a luz do sol Apoiado em poesia E em tecnologia Agora à luz do sol... Pra que tanta TV Tanto tempo pra perder Qualquer coisa que se queira Saber querer Tudo bem, dissipação De vez em quando é "bão" Misturar o brasileiro Aaaaai! Com alemão Pacato Cidadão! É o Pacato da Civilização... Oh! Pacato Cidadão! Eu te chamei a atenção Não foi à toa, não


C'est fini la utopia Mas a guerra todo dia Dia a dia, não... E tracei a vida inteira Planos tão incríveis Tramo a luz do sol Apoiado em poesia E em tecnologia Agora à luz do sol... Pra que tanta sujeira Nas ruas e nos rios Qualquer coisa que se suje Tem que limpar Se você não gosta dele Diga logo a verdade Sem perder a cabeça Sem perder a amizade... Pacato Cidadão! É o Pacato da civilização Pacato Cidadão! É o Pacato da civilização... Oh! Pacato Cidadão! Eu te chamei a atenção Não foi à toa, não C'est fini la utopia Mas a guerra todo dia Dia a dia, não... E tracei a vida inteira Planos tão incríveis Tramo a luz do sol Apoiado em poesia E em tecnologia Agora à luz do sol... Consertar o rádio E o casamento é Corre a felicidade No asfalto cinzento Se abolir a escravidão Do caboclo brasileiro Numa mão educação Na outra dinheiro... Pacato Cidadão! É o Pacato da Civilização Pacato Cidadão! É o Pacato da Civilização...(2x) Pacato Cidadão! É o Pacato Da Civilização! Da Civilização!

Podres Poderes Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso

Enquanto os homens exercem Seus podres poderes Motos e fuscas avançam Os sinais vermelhos E perdem os verdes Somos uns boçais... Queria querer gritar Setecentas mil vezes Como são lindos Como são lindos os burgueses E os japoneses Mas tudo é muito mais... Será que nunca faremos Senão confirmar A incompetência Da América católica Que sempre precisará De ridículos tiranos Será, será, que será? Que será, que será? Será que esta Minha estúpida retórica Terá que soar Terá que se ouvir Por mais zil anos... Enquanto os homens exercem Seus podres poderes Índios e padres e bichas Negros e mulheres E adolescentes Fazem o carnaval... Queria querer cantar Afinado com eles Silenciar em respeito Ao seu transe num êxtase Ser indecente Mas tudo é muito mau... Ou então cada paisano E cada capataz Com sua burrice fará Jorrar sangue demais Nos pantanais, nas cidades

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Caatingas e nos gerais Será que apenas Os hermetismos pascoais E os tons, os mil tons Seus sons e seus dons geniais Nos salvam, nos salvarão Dessas trevas e nada mais... Enquanto os homens exercem Seus podres poderes Morrer e matar de fome De raiva e de sede São tantas vezes Gestos naturais... Eu quero aproximar O meu cantar vagabundo Daqueles que velam Pela alegria do mundo Indo e mais fundo Tins e bens e tais... Será que nunca faremos Senão confirmar Na incompetência Da América católica Que sempre precisará De ridículos tiranos Será, será, que será? Que será, que será? Será que essa Minha estúpida retórica Terá que soar Terá que se ouvir Por mais zil anos... Ou então cada paisano E cada capataz Com sua burrice fará Jorrar sangue demais Nos pantanais, nas cidades Caatingas e nos gerais... Será que apenas Os hermetismos pascoais E os tons, os mil tons Seus sons e seus dons geniais Nos salvam, nos salvarão Dessas trevas e nada mais... Enquanto os homens Exercem seus podres poderes Morrer e matar de fome De raiva e de sede

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São tantas vezes Gestos naturais Eu quero aproximar O meu cantar vagabundo Daqueles que velam Pela alegria do mundo... Indo mais fundo Tins e bens e tais! Indo mais fundo Tins e bens e tais! Indo mais fundo Tins e bens e tais!

Que País é Este Renato Russo Composição: Renato Russo

Nas favelas e no senado Sujeira prá todo lado Ninguém respeita A constituição Mas todos acreditam No futuro da nação... Que país é esse? (x4) Na Amazônia E no Araguaia ia, ia Na baixada fluminense No Mato grosso E nas Gerais E no Nordeste tudo em paz Na morte eu descanso Mas o sangue anda solto Manchando os papeis Documentos fiéis Ao descanso do patrão... Que país é esse? (x4) Terceiro mundo se for Piada no exterior Mas o Brasil vai ficar rico Vamos faturar um milhão Quando vendemos todas as almas Dos nossos índios um leilão... Que país é esse? (x4)


Racismo é Burrice Gabriel Pensador Composição: Gabriel Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano "O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar" Racismo, preconceito e discriminação em geral; É uma burrice coletiva sem explicação Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união Mas demonstra claramente Infelizmente Preconceitos mil De naturezas diferentes Mostrando que essa gente Essa gente do Brasil é muito burra E não enxerga um palmo à sua frente Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente Eliminando da mente todo o preconceito E não agindo com a burrice estampada no peito A "elite" que devia dar um bom exemplo É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento Num complexo de superioridade infantil Ou justificando um sistema de relação servil E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação Não tem a união e não vê a solução da questão Que por incrível que pareça está em nossas mãos Só precisamos de uma reformulação geral Uma espécie de lavagem cerebral Racismo é burrice Não seja um imbecil Não seja um ignorante Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante O quê que importa se ele é nordestino e você não? O quê que importa se ele é preto e você é branco Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços Se você discorda, então olhe para trás Olhe a nossa história Os nossos ancestrais O Brasil colonial não era igual a Portugal A raiz do meu país era multirracial

Tinha índio, branco, amarelo, preto Nascemos da mistura, então por que o preconceito? Barrigas cresceram O tempo passou Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor Uns com a pele clara, outros mais escura Mas todos viemos da mesma mistura Então presta atenção nessa sua babaquice Pois como eu já disse racismo é burrice Dê a ignorância um ponto final: Faça uma lavagem cerebral Racismo é burrice Negro e nordestino constróem seu chão Trabalhador da construção civil conhecido como peão No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia É revistado e humilhado por um guarda nojento Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói O preconceito é uma coisa sem sentido Tire a burrice do peito e me dê ouvidos Me responda se você discriminaria O Juiz Lalau ou o PC Farias Não, você não faria isso não Você aprendeu que preto é ladrão Muitos negros roubam, mas muitos são roubados E cuidado com esse branco aí parado do seu lado Porque se ele passa fome Sabe como é: Ele rouba e mata um homem Seja você ou seja o Pelé Você e o Pelé morreriam igual Então que morra o preconceito e viva a união racial Quero ver essa música você aprender e fazer A lavagem cerebral Racismo é burrice O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista É o que pensa que o racismo não existe O pior cego é o que não quer ver E o racismo está dentro de você Porque o racista na verdade é um tremendo babaca Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca E desde sempre não pára pra pensar Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar E de pai pra filho o racismo passa Em forma de piadas que teriam bem mais graça

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Se não fossem o retrato da nossa ignorância Transmitindo a discriminação desde a infância E o que as crianças aprendem brincando É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica Ninguém explica Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural Todo mundo que é racista não sabe a razão Então eu digo meu irmão Seja do povão ou da "elite" Não participe Pois como eu já disse racismo é burrice Como eu já disse racismo é burrice Racismo é burrice E se você é mais um burro, não me leve a mal É hora de fazer uma lavagem cerebral Mas isso é compromisso seu Eu nem vou me meter Quem vai lavar a sua mente não sou eu É você.

Somos Quem Podemos Ser Engenheiros do Hawaii Composição: Humberto Gessinger

Um dia me disseram Que as nuvens Não eram de algodão Um dia me disseram Que os ventos Às vezes erram a direção E tudo ficou tão claro Um intervalo na escuridão Uma estrela de brilho raro Um disparo para um coração... A vida imita o vídeo Garotos inventam Um novo inglês Vivendo num país sedento Um momento de embriaguez... Somos quem podemos ser... Sonhos que podemos ter... Um dia me disseram

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Quem eram os donos Da situação Sem querer eles me deram As chaves que abrem Essa prisão E tudo ficou tão claro O que era raro, ficou comum Como um dia depois do outro Como um dia, um dia comum... A vida imita o vídeo Garotos inventam Um novo inglês Vivendo num país sedento Um momento de embriaguez... Somos quem podemos ser... Sonhos que podemos ter... Um dia me disseram Que as nuvens Não eram de algodão Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção Quem ocupa o trono Tem culpa Quem oculta o crime Também Quem duvida da vida Tem culpa Quem evita a dúvida Também tem... Somos quem podemos ser... Sonhos que podemos ter...

Subúrbio Chico Buarque Composição: Chico Buarque

Lá não tem brisa, não tem verde-azuis Não tem frescura nem atrevimento Lá não figura no mapa No avesso da montanha, é labirinto É contra-senha, é cara a tapa Fala, Penha Fala, Irajá Fala, Olaria Fala, Acari, Vigário Geral


Fala, Piedade Casas sem cor Ruas de pó, cidade Que não se pinta Que é sem vaidade Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção Traz as cabrochas e a roda de samba Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae Teu hip-hop fala na língua do rap Desbanca a outra, a tal que abusa De ser tão maravilhosa Lá não tem moças douradas Expostas, andam nus Pelas quebradas teus exus Não tem turistas, não sai foto nas revistas Lá tem Jesus E está de costas Fala, Maré Fala, Madureira Fala, Pavuna Fala, Inhaúma Cordovil, Pilares Espalha a tua voz Nos arredores Carrega a tua cruz e os teus tambores Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção Traz as cabrochas e a roda de samba Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae Teu hip-hop Fala na língua do rap Fala no pé, dá uma idéia Naquela que te sombreia Lá não tem claro-escuro A luz é dura, a chapa é quente Que futuro tem Aquela gente toda Perdido em ti Eu ando em roda É pau, é pedra, é fim de linha É lenha, é fogo, é foda Fala, Penha Fala, Irajá Fala, Encantado, Bangu Fala, Realengo... Fala, Maré Fala, Madureira Fala, Meriti, Nova Iguaçu Fala, Paciência...

Uns Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso

Uns vão Uns tão Uns são Uns dão Uns não Uns hão de Uns pés Uns mãos Uns cabeça Uns só coração Uns amam Uns andam Uns avançam Uns também Uns cem Uns sem Uns vêm Uns têm Uns nada têm Uns mal Uns bem Uns nada além Nunca estão todos Uns bichos Uns deuses Uns azuis Uns quase iguais Uns menos Uns mais Uns médios Uns por demais Uns masculinos Uns femininos Uns assim Uns meus Uns teus Uns ateus Uns filhos de Deus Uns dizem fim Uns dizem sim E não há outros

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FILMES / DVD


O Inventor de Ilusões (1993) (King of the hill). Dirigido por: Steven Soderbergh. Com: Elizabeth McGovern, Jeroen Krabbe, Jesse Bradford, Adrien Brody.

Os anos da Grande Depressão norte-americana vistos através dos olhos do menino judeu Aaron. Quando sua mãe é internada com tuberculose e o pai forçado a trabalhar como caixeiro viajante, o menino passa a usar sua imaginação para sobreviver. Através dessa história, é possível perceber o papel que as adversidades exercem sobre a família e na força de vontade e imaginação como armas pra enfrentar esses obstáculos. Indicado para temas tratados no módulo 1 ................... A Excêntrica Família de Antonia (1995) (Antonia´s Line). Dirigido por: Marleen Gorris. Com: Willeque van Ammelrooy, Marina de Graaf, Dora van der Groe.

O filme retrata, com delicadeza, o feminismo e a condição das mulheres num enredo que parte da vida de Antonia, uma mulher que volta à sua cidade natal logo após a Segunda Guerra para participar do enterro da mãe. Antonia toma as rédeas de sua própria vida na pequena cidade onde mora e constrói espaços de convivência e de troca, para sua uma família bastante original, em meio a dificuldades e surpresas, tornandose uma verdadeira matriarca. Indicado para temas tratados nos módulos 1 e 2 ................... Central do Brasil (1997). Brasil. Dirigido por: Walter Salles Jr. Com: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Matheus Nachtergaele.

Este filme conta a história de dois personagens: um é Dora, uma professora aposentada que escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil no Rio de Janeiro. O outro é Josué, um menino que, após a morte de sua mãe, pede ajuda a Dora para encontrar seu pai, que abandonou a família há muitos anos. A jornada de Josué e Dora pelo interior do Brasil, à procura da família do garoto, emociona profundamente por revelar, com clareza, o que realmente importa na vida: os laços com aqueles que amamos; a importância da família que nos é dada e daquela que escolhemos também. Indicado para temas tratados nos módulos 2 e 3 ................... Caminho de Pedras (1993). EUA. (A Home of our own). Dirigido por: Tony Bill. Com: Kathy Bates, Edward Furlong.

Baseado em fatos reais, conta a vida de uma viúva batalhadora que tenta a todo custo proporcionar uma

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vida decente e um lar a seus seis filhos. Para isso, ela terá que passar por alguns percalços. Esse filme discute laços familiares e a vida humilde de muitas pessoas que sonham com uma vida melhor. Uma trama sensível e comovente. Indicado para temas tratados nos módulos 1 e 3 ................... Radio Flyer (1992). EUA. Dirigido por: Richard Donner e David M. Evans. Com: Lorraine Bracco, Elijah Wood, John Heard, Joseph Mazzello.

Dois irmãos são maltratados pelo padrasto alcoólatra. Para fugir do sofrimento, eles criam um mundo imaginário onde Radio Flyer - uma engenhoca que construíram - pode voar e levá-los para longe dali. Um filme sobre as dificuldades nas relações familiares e a mágica e imaginação do rico universo das crianças. Indicado para temas tratados nos módulos 2 e 3 ................... Lições Para Toda A Vida (2003) (Secondhand Lions). Dirigido por: Tim McCanlies. Com: Michael Caine, Robert Duvall, Haley Joel Osment, Kyra Sedgwick, Nicky Katt, Josh Lucas, Michael O' Neill, Deirdre O'Connell.

Dois irmãos eremitas tem uma fortuna escondida em seu sitio. Vendedores ambulantes e familiares oportunistas interessados na herança são recepcionados diariamente com hostilidade e uma sessão de tiros. A irmã Mãe, antes de se aventurar em Las Veja, abandona por lá seu filho Walter. Passadas as suspeitas, Walter logo se apega aos tios e fica conhecendo, aos poucos, a verdadeira história das suas vidas e do dinheiro. Indicado para temas tratados no módulo 4 ................... A Marcha dos Pinguins (2005). USA/França. (La Marche de L´Empereur) De Luc Jacquet Com narração de Morgan Freeman, Charles Berling e Jules Struk.

Documentário que narra a jornada dos pingüins na Antártica, onde eles enfrentam animais ferozes, baixas temperaturas e ventos congelantes, para garantir a sobrevivência dos filhotes. O filme demonstra, de forma viva e sensível, que a proteção e sobrevivência dos filhos dependem do trabalho harmônico e conjunto dos “pais”, que inclusive permanecem juntos durante todo o período de gestação do filhote de ambos. Impressionante! Indicado para temas tratados nos módulos 1, 2 e 4


Entre a Luz e a Sombra (2009) .Brasil . Dirigido por: Luciana Burlamaqui.

O documentário investiga a violência e a natureza humana a partir da história de três personagens que tiveram seus destinos cruzados no complexo Carandiru, considerado até então o maior presídio da América Latina. São eles: uma atriz que dedica sua vida para humanizar o sistema carcerário e a dupla de rap 509, formada por Dexter e Afro-X dentro do Carandiru. Um juiz que acredita em um meio de ressocialização mais digno para os encarcerados, entre a Luz e a Sombra, acompanha a vida desses personagens durante sete anos, a partir do ano 2000. As temáticas da prisão, crime, violência, reintegração social extrapolam para o encontro de classes sociais distintas e as mais difusas contradições do ser humano na busca de seus ideais

código da vingança da região. Angustiado pela perspectiva da morte e instigado pelo seu irmão menor, Pacu (Ravi Ramos Lacerda), Tonho começa a questionar a lógica da violência e da tradição. É quando dois artistas de um pequeno circo itinerante cruzam o seu caminho… Indicado para temas tratados nos módulos 1 e 4 ................... Casa de Areia (2005). Brasil. Dirigido por: Andrucha Waddington . Com: Fernanda Torres,; Fernanda Montenegro e Seu Jorge.

Abril Despedaçado (2001). Brasil.

O português Vasco (Ruy Guerra) leva sua esposa grávida Áurea (Fernanda Torres) e a mãe dela, Dona Maria (Fernanda Montenegro), em busca de um sonho: viver em terras prósperas, recentemente compradas por ele. O sonho se transforma em pesadelo quando, após uma longa e cansativa viagem junto a uma caravana, o trio descobre que as terras estão em um lugar totalmente inóspito, rodeado de areia por todos os lados e sem nenhum indício de civilização por perto. Áurea quer retornar ao lugar de onde vieram, mas Vasco insiste em ficar e constrói uma casa de madeira para que lá possam viver. Após serem abandonados pelos demais integrantes da caravana, um acidente mata Vasco e deixa Áurea e Dona Maria completamente sozinhas. Elas partem em busca de ajuda e terminam por encontrar Massu (Seu Jorge), um homem que nunca deixou o local. Massu passa a ajudá-las, levando comida e sal para que Áurea e Dona Maria possam sobreviver na casa recém-construída. Apesar da estabilidade, Áurea deseja deixar o local de qualquer maneira mas decide apenas fazer isto quando sua filha nascer e poder deixar o local com ela. Enquanto isso Áurea e Dona Maria precisam lidar também com a instabilidade do local em que vivem, já que a areia pode soterrar a casa em que vivem a qualquer momento.

Um filme de Daniel Filho. Dirigido por: Walter Salles. Com: Rodrigo Santoro, José Drumont e Ravi Lacerda

Indicado para temas tratados no modulo 1 ...................

Indicado para temas tratados nos módulos 2, 3 e 4 ................... Estômago (2007). Brasil. Dirigido por: Marcos Jorge.

Na vida há os que devoram e os que são devorados. Raimundo Nonato (João Miguel), nosso protagonista, descobre um caminho à parte: ele cozinha. E é nas cozinhas de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão – o que ele fez para acabar ali? – que Nonato vive sua intrigante história. E também aprende as regras da sociedade: dos que devoram ou são devorados. Regras que ele usa a seu favor, porque mesmo os cozinheiros têm direito a comer sua parte – e eles sabem, mais do que ninguém, qual é a parte melhor.Uma fábula nada infantil sobre o poder, o sexo e a culinária. Indicado para temas tratados nos módulos 1 e 2 ...................

Abril 1910 – Na geografia desértica do sertão brasileiro, uma camisa manchada de sangue balança com o vento. Tonho (Rodrigo Santoro), filho do meio da família Breves, é impelido pelo pai (José Dumont) a vingar a morte do seu irmão mais velho, vítima de uma luta ancestral entre famílias pela posse da terra. Se cumprir sua missão, Tonho sabe que sua vida ficará partida em dois: os 20 anos que ele já viveu, e o pouco tempo que lhe restará para viver. Ele será então perseguido por um membro da família rival, como dita o

Última Parada 174 (2008).Brasil. Dirigido por: Bruno Barreto. Com: Cris Vianna, Marcello Melo,; Anna Cotrim.

Rio de Janeiro, 1983. Marisa (Cris Vianna) amamenta o pequeno Alessandro (Marcello Melo Jr.), em sua casa na favela. Viciada em drogas, assiste impotente seu filho ser retirado de suas mãos pelo chefe do tráfico local, devido à uma dívida não paga. Dez anos depois Sandro (Michel Gomes), filho único, vê sua mãe ser morta por dois ladrões. Apesar de ficar sob os cuidados da tia, ele

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decide fugir e passa a conviver com um grupo de garotos que dorme na igreja da Candelária, onde tem acesso ao mundo das drogas. Apesar de não saber ler ou escrever, Sandro sonha em ser um famoso compositor de rap. Para tanto ele espera a ajuda de Walquíria (Anna Cotrim), que realiza um trabalho voluntário junto a meninos de rua. Só que Sandro testemunha mais uma tragédia, a chacina da Candelária, onde 8 meninos de rua foram mortos pela polícia. Este evento aproxima Sandro e Alessandro, que passam a ter um forte convívio. Indicado para temas tratados no módulo 2

................... Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964). Brasil. Dirigido por:Glauber Rocha. Com: Yoná Magalhães, Maurício do Valle, Mílton Roda, Geraldo Del Rey

Manuel (Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Mílton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém ao presenciar a morte de uma criança Rosa mata o beato. Simultaneamente Antônio das Mortes (Maurício do Valle), um matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato. Indicado para temas tratados nos módulos 1e 2 ................... Linha de Passe (2008).Brasil. Dirigido por: Walter Salles e Daniela Thomas. Produzido por: Mauricio Andrade Ramos, Walter Salles, Daniela Thomas e Rebecca Yeldham

São Paulo. 22 milhões de habitantes, 200 quilômetros de engarrafamentos, 300 mil motoboys. No coração da cidade em transe, quatro irmãos tentam se reinventar. Reginaldo (Kaique de Jesus Santos) – o mais novo e único negro na família – procura seu pai obsessivamente; Dario (Vinícius de Oliveira) sonha com uma carreira de jogador de futebol, mas, aos dezoito anos, se vê cada vez mais distante dela; Dinho (José Geraldo Rodrigues) se refugia na religião e o mais velho, Dênis (João Baldasserini), pai involuntário de um menino, tem dificuldade em se manter. Sua mãe, Cleuza (Sandra Corveloni), empregada doméstica que criou sozinha os quatro filhos, está grávida novamente de mais um pai

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desconhecido. O futebol e as transformações religiosas pelas quais passa o Brasil, o exército de reserva de trabalhadores que alimenta a cidade, a questão da identidade e da ausência do pai estão no coração da história de 'Linha de Passe'. Indicado para temas tratados no módulo 3 ................... O Último Samurai (2003) (The Last Samurai) Um veterano da Guerra Civil, o capitão Woodrow Algren, chega ao Japão no final de 1870 para treinar as tropas do Emperador Meiji, como parte de uma quebra das longas tradições de contar com samurais empregados para proteger territórios. Enquanto o novo exército de Meiji se prepara para acabar com os antigos samurais, Algren se machuca e é capturado por um Samurai. Daí ele aprende sobre a honra de ser samurai e sobre o código de honra de Katsumoto, o líder dos samurais e então decide a qual o lado do conflito ele deseja estar. Indicado para temas tratados no módulo 4 ................... Uma mulher em Berlim ( Anonyma – eine Frau in Berlim) De: Max Färberböck. Com Nina Hoss, Evgeny Sidikhin, Irm Hermann, Ruediger Vogler, Ulrike Krumbiegel.

Esta é uma história real sobre uma mulher real. O seu diário foi escrito por ela, na cave do seu apartamento bombardeado durante a invasão de Berlim pelo Exército Vermelho, nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial. No diário estão descritas as várias formas que as mulheres alemãs se adaptaram para sobreviver às violações que os soldados do Exército Vermelho pensavam merecer pela sua vitória. Anonyma utiliza um soldado para sua própria vantagem e o considera seu amante e não seu violador. O seu verdadeiro noivo regressa da linha de combate apenas para a salvar das violações. A ingenuidade das técnicas de sobrevivência usadas pelas cidadãs de Berlim são o ponto crucial da história contada por Anonyma. Indicado para temas tratados nos módulos 2 e 3

................... Nenhum a menos (1999). China. Dirigido por: Zhang Yimou.

A história é sobre a professora substituta, Wei Minzhi, de uma escola rural da China. Sua missão: substituir o professor Gao e cuidar para que sua turma não tenha nenhum aluno a menos até a volta do abnegado titular. O elenco amador, quase todo de crianças, inclusive Wei, de 13 anos, chama a atenção pela desenvoltura de


todos. A saga é a determinação da menina-professora em manter seus 28 alunos em sala, empreendendo uma incrível jornada em busca de um que se evadiu para procurar trabalho na cidade grande. Neste contexto, a evasão escolar está associada à pobreza da população daquele vilarejo.

A Fuga das Galinhas (2001) Dirigido por: Peter Lord e Nick Park.

O documentário retrata a vida jovens de favelas brasileiras que trabalham no tráfico de drogas. Os produtores visitaram diversas comunidades pobres do Brasil. O nome do documentário é em razão do termo "falcão" usado nas favelas, que designa aquele cuja tarefa é vigiar a comunidade e informar quando a polícia ou algum grupo inimigo se aproxima. Os dois produtores tiveram que enfrentar o ambiente hostil onde viviam os jovens. A repercussão do documentário no país foi grande, sendo largamente comentado e discutido.

Durante a década de 50, numa quinta dedicada à criação de galinhas em Yorkshire, a galinha Ginger procura desesperadamente uma maneira de conseguir escapar ao fim trágico que os seus donos reservaram para ela e os seus companheiros de quinta. Após várias tentativas não muito bem sucedidas, "voando", surge no galinheiro o galo Rocky, com uma ambiciosa promessa: ensinar as galinhas a voar. Mas o tempo de Ginger e Rocky é muito pouco: a família Tweedy, dona da granja, comprou uma máquina que faz tortas de galinha, e que rapidamente entrará em funcionamento e irá acabar com toda a população do local. Isso apenas não acontecerá se o bravo Rocky conseguir impedir que a máquina entre em funcionamento, com a ajuda de todos os habitantes do galinheiro, inclusive dos comedores de ovos – os nojentos ratos. Indicado para temas tratados no módulo 4 ...................

Indicado para temas tratados nos módulos 1,2, 3 e 4 ...................

Dirigido por: Marcelo Marsagão.

Indicado para temas tratados no módulo 3 ................... Falcão - Meninos do Tráfico (1998-2006). Brasil. Produzido por: MV Bill.

Pro Dia Nascer Feliz (2006). Brasil. As situações que o adolescente brasileiro enfrenta na escola, envolvendo preconceito, precariedade, violência e esperança. Adolescentes de 3 estados, de classes sociais distintas, falam de suas vidas na escola, seus projetos e inquietações. Indicado para temas tratados no módulo 3 ................... Nós que aqui estamos por vós esperamos (1998). Dirigido por: Marcelo Marsagão.

Leitura cinematográfica da obra Era dos Extremos, do historiador britânico Eric Hobsbawm. A produção mostra, através da montagem das imagens produzidas no século XX e da música composta por Wim Wenders, o período de contrastes de um mundo que se envolve em dois grandes conflitos internacionais, a banalização da violência, o desenvolvimento tecnológico, a esperança e a loucura das pessoas.O título do filme vem do letreiro disposto em um cemitério localizado na cidade de Paraibuna, no interior do Estado de São Paulo, onde se lê a mesma frase. Indicado para temas tratados nos módulos 2 e 3

1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras. Brasil. Nem documentário nem ficção, o filme faz uma crítica à sociedade consumista na qual vivemos. Funcionando como uma ácida análise sobre uma sociedade totalmente devotada ao consumo, o longa se passa em um supermercado (que poderia facilmente ser convertido em uma instalação de arte) especializado na venda de conceitos. Planejado como um ambiente estéril, frio e impessoal, o lugar ilustra, de forma literal, o que há por trás da febre de consumo que atormenta o homem moderno, que se condicionou a definir-se não pelo que é, mas pelo que possui. Na realidade, não compramos simples produtos, mas o que estes simbolizam um estilo de vida sonhado, mas nunca totalmente alcançado, já que sua regra básica implica na própria necessidade de `querer sempre mais`. Indicado para temas tratados nos módulos 1 e 3 ................... Políticas Públicas Em Saúde - Documentario. Brasil. O documentário "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde" conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua narrativa central

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mostra como a saúde era considerada, no início do século XX: um dever da população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores, com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo. Para tornar a narrativa mais leve e atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet.O filme foi realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal Fluminense/UFF. Indicado para temas tratados no módulo 3 ................... Verônica (2009). Brasil. Dirigido por: Mauricio Farias. Com: Andréa Beltrão.

Verónica (Andréa Beltrão) é uma professora da periferia do Rio de Janeiro. Certo dia, um dos seus alunos permanece na escola porque os pais não foram buscálo. A professora descobre que eles foram assassinados e que o menino está com um pendrive que era do pai, com imagens do tráfico e da corrupção policial. Sem ter a quem recorrer, Verônica enfrenta traficantes e a banda podre da polícia para salvar o garoto e sobreviver. Ao mesmo tempo, luta para conquistar a confiança do menino e vencer a própria resistência diante de uma criança que não é sua. Indicado para temas tratados nos módulos 2 e 3 ................... Proibido Proibir (2006). Brasil. Dirigido por: Jorge Durán. Com: Caio Blat, Maria Flor, Alexandre Rodrigues e Edyr Duqui.

Proibido Proibir conta a história de Paulo (Caio Blat), que estuda medicina, Leon (Alexandre Rodrigues), estudante de sociologia e melhor amigo de Paulo, com quem divide uma quitinete perto da Universidade de Letícia (Maria Flor) estudante de arquitectura.Através de Paulo, Leon e Letícia conhecem Rosalina (Edyr Duqui), paciente terminal no Hospital Universitário. Ao tentar aproximá-la de seus filhos, que não a visitam faz tempo, os jovens acabam confrontando-se com a violência da cidade. Leon é ferido num tiroteio ao tentar salvar Cacauzinho, 90

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um dos filhos de Rosalina, de 13 anos. Ele está sendo perseguido por matadores profissionais, também policiais, por ter testemunhado o assassinato do seu irmão, vendedor ambulante. Letícia resgata Leon num subúrbio da cidade. Para salvá-lo, Paulo tem que operálo em casa com a ajuda dela. A trágica experiência solidifica o amor de Paulo e Letícia e a amizade fraterna que une o trio. Indicado para temas tratados no módulo 2 ................... Cidade de Deus (2002). Brasil. Dirigido por: Fernando Meirelles. Com: Alexandre Rodrigues.

O principal personagem do filme Cidade de Deus não é uma pessoa. O verdadeiro protagonista é o lugar. Cidade de Deus, uma favela que surgiu nos anos 60, e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro, no começo dos anos 80. Para contar a estória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens, todos vistos sob o ponto de vista do narrador, Buscapé (Alexandre Rodrigues). Este, um menino pobre, negro, muito sensível e bastante amedrontado com a idéia de se tornar um bandido; mas também, inteligente suficientemente para se resignar com trabalhos quase escravos. Buscapé cresceu num ambiente bastante violento. Apesar de sentir que todas as chances estavam contra ele, descobre que pode ver a vida com outros olhos: os de um artista. Acidentalmente, torna-se fotógrafo profissional, o que foi sua libertação. Buscapé não é o verdadeiro protagonista do filme: não é o único que faz a estória acontecer; não é o único que determina os fatos principais. No entanto, não somente sua vida está ligada com os acontecimentos da estória, mas também, é através da sua perspectiva que entendemos a humanidade existente, em um mundo aparentemente condenado por uma violência infinita. Indicado para temas tratados nos 1, 2 e 3 ................... Bicho de Sete Cabeças (2001). Brasil. Dirigido por: Lais Bodanzky. Com: Rodrigo Santoro e Othon Bastos.

Uma viagem ao inferno manicomial. Esta é a odisséia vivida por Neto (Rodrigo Santoro), um adolescente de classe média, que leva uma vida normal até o dia em que o pai (Othon Bastos) o interna em um manicômio depois de encontrar um baseado no bolso de seu casaco. O cigarro de maconha é apenas a gota d'água que deflagra a tragédia da família.


Neto é um adolescente em busca de emoções e liberdade, que tem suas pequenas rebeldias incompreendidas pelo pai. A falta de entendimento entre os dois leva ao emudecimento na relação dentro de casa e o medo de perder o controle do filho vira o amor do avesso. Internado no manicômio, Neto conhece uma realidade completamente absurda, desumana, em que as pessoas são devoradas por um sistema manicomial corrupto e cruel. A linguagem de documentário utilizada pela diretora empresta ao filme uma forte sensação de realidade, que aumenta ainda mais o impacto das emoções vividas por Neto. No manicômio, Neto é forçado a amadurecer. As transformações por que ele passa transformam sua relação com o pai. Indicado para temas tratados nos módulos 2 e 3 ................... Escritores da Liberdade (2007) (Freedom Writers). EUA. Direção: Richard Lagravenese. Com: Hillary Swank; Patrick Dempsey; Scott Glenn, Imelda Staunton; April Lee Hernandez; Kristin Herrera; Jacklyn Ngan; Sergio Montalvo; Jason Finn; Deance Wyatt

Erin Gruwell é uma jovem professora que leciona em uma pequena escola de um bairro periférico nos EUA. Por meio de relatos de guerra, ela ensina seus alunos os valores da tolerância e da disciplina, realizando uma reforma educacional em toda a comunidade Indicado para temas tratados nos módulos 1,2, 3 e 4 ................... A experiência (2001)(Das Experiment / The Experiment) Alemanha Dirigido por: Oliver Hirschbiegel.

Inspirado em um fato real - o experimento behaviorista conhecido como "O Experimento da Prisão de Stanford" em 1971, "Das Experiment" é um sufocante thriller adaptado do romance "Black Box. Uma prisão provisória é montada em um laboratório de pesquisa. Por duas semanas, vinte homens são contratados para serem prisioneiros ou guardas nas celas, cheias de grades de câmeras de segurança. O objetivo de tudo isso é científico: os pesquisadores querem saber como esses homens reagem a penas leves, sem uso algum de violência. Os participantes podem desistir da experiência quando quiserem. O que começa como algo aparentemente simples e fácil acaba saindo do controle de ambos os lados: dos supostos guardas e dos prisioneiros. Indicado para temas tratados no módulo 2

Fantasmas do Passado (1996 )(Ghosts of Mississipi). EUA. Dirigido por: Rob Reiner. Com: Alec Baldwin , James Woods , Virginia Madsen , Whoopi Goldberg , Susanna Thompson

Myrlie Evers (Whoopi Goldberg) é a viúva de um líder negro dos direitos civis, que tenta, quase 30 anos depois sua morte, colocar na cadeia o assassino do seu marido, Byron De La Beckwith (James Woods). Byron já foi julgado duas vezes, mas nenhuma pena lhe foi imposta. Porém agora a viúva conta com a ajuda de um promotor branco (Alec Baldwin), que ironicamente é genro do juiz que presidiu os dois julgamentos anteriores e sempre teve fama de ser racista. A atitude do promotor coloca seu casamento em crise, mas ele decide não recuar Indicado para os módulos 2 e 3 ................... Maior Amor do Mundo (2006). Brasil. Dirigido por: Cacá Diegues. Com: José Wilker e Taís Araújo.

Um astrofísico (José Wilker) bem sucedido e solitário volta para o Brasil, depois de anos morando fora, para receber uma homenagem e aproveita para tentar descobrir mais sobre o passado dos pais. Nesse meio tempo, ele acaba se apaixonando por uma moradora do subúrbio carioca. Indicado para todos os módulos ................... Cidade Baixa (2005). Brasil. Dirigido por: Sérgio Machado. Com: Alice Braga e Harildo Deda.

Deco e Naldinho ganham a vida fazendo fretes e aplicando golpes a bordo de um barco. Quando conhecem a stripper Karinna, os dois se apaixonam por ela e iniciam uma vida a três. Ciúmes desgastam a relação, e os três se separam, mas não conseguem ficar sozinhos. Eles se reaproximam e se deparam com um caminho sem volta. Indicado para os módulos 1,2 e 3. ................... Tropa de Elite (2007). Brasil. Dirigido por: José Padilha. Com: Wagner Moura , Caio Junqueira , André Ramiro , Milhem Cortaz , Fernanda de Freitas

1997. O dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam. Indicado para o módulo 2.

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Meu Nome Não é Johnny (2008). Brasil. Dirigido por: Mauro Lima. Com: Selton Mello e Cléo Pires.

João Guilherme Estrella (Selton Mello) é um típico jovem da classe média. Inteligente e simpático, é adorado pelos pais e popular entre os amigos. Abusando do espírito aventureiro e boêmio, torna-se rei do tráfico de drogas da zona sul do Rio de Janeiro. Investigado pela polícia, é preso e seu nome chega às capas dos jornais. Baseado em história real. Indicado para os módulos 2 e 3 ................... O Caminho das Nuvens (2003). Brasil Dirigido por: Vicente Amorim. Com: Wagner Moura e Cláudia Abreu.

Romão (Wagner Moura) é um caminhoneiro que está desempregado no momento. Sem conseguir emprego e tendo que sustentar sua mulher Rose (Cláudia Abreu) e seus cinco filhos, ele decide partir em busca de um local onde possa conseguir o sonhado emprego que lhe pagará o salário de R$ 1000,00. Romão e sua família partem então numa jornada de 3200 km, saindo de Santa Rita, na Paraíba, até o Rio de Janeiro de bicicleta. Indicado para todos os módulos. ................... Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá (2006). Brasil. Dirigido por: Silvio Tendler. Documentário.

O filme trata do processo de globalização com base no pensamento do geógrafo Milton Santos, que, por suas idéias e práticas, inspira o debate sobre a sociedade brasileira e a construção de um novo mundo. Indicado para todos os módulos.

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