Ano II | NĂşmero 5 | www.revistaoperacional.com.br
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14-17 abril | 2015 riocentro Rio de Janeiro | Brasil
a
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MARINHA
EXÉRCITO
FORÇA AÉREA
SEGURANÇA PÚBLICA
SEGURANÇA CORPORATIVA
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EDITORIAL Ano II | Número 5 | 2014 ISSN 2316-2201
www.revistaoperacional.com.br Editor-chefe & Jornalista Responsável Rafael Sayão (MTb 31557RJ)
Equipe Editorial Anderson Gabino João Pedro Sá Teles Leo Melo Projeto Gráfico e Diagramação MIG20 Publicações Colaboradores Alfredo Bottino, Alexandre Alves, Bruno Magalhaes, Edison Duarte, Erich Saumeth, Fernando Montenegro, Jorge Wilson Boabaid, Luis Gabriel, Marco Aurélio Valério, Rodolfo Santos Moura, Miguel Cilento, Nelson P. Homem, Oswaldo Claro, Rommel Nobrega, Sergio Capella e Sérgio Santana. Atendimento ao leitor MIG20 Publicações facebook.com/revistaoperacional twitter.com/sejaoperacional Distribuição Nacional
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Direção Rachel Colucci Publicidade Henrique Andrade h.andrade@revistaoperacional.com.br (21) 3126-1866 Contato faleconosco@revistaoperacional.com.br Assinatura assinaturas@revistaoperacional.com.br A Revista Operacional é uma publicação bimestral da MIG20 Publicações. Os artigos contidos nesta revista não expressam necessariamente as opiniões dos editores. É proibida qualquer reprodução de matérias aqui contidas sem a permissão por escrito da Editora. As peças publicitárias veiculadas na Revista Operacional pertencem exclusivamente aos anunciantes que contratam as páginas comerciais que as contém. O seu conteúdo é, portanto, de sua inteira responsábilidade e não desta publicação. Esta se reserva somente o direito de recusar peças publicitárias que atentem contra a moral e os bons costumes. As fotografias produzidas pelos profissionais da Revista Operacional não se encontram à venda e não podem ser reproduzidas em nenhum veículo sem prévia autorização desta Editora, mesmo se adquiridas atráves de terceiros.
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com imensa satisfação que fazemos chegar uma nova edição da Revista Operacional às mãos de nossos caríssimos leitores. Nesta edição, tivemos o prazer de acompanhar a operação de pacificação de um grande complexo de comunidades do Rio de Janeiro: a Maré. É sempre gratificante poder acompanhar in loco a retomada de uma região das mãos do crime organizado e vê-la sendo entregue a seus verdadeiros donos: os milhares de trabalhadores que ali residem. É revigorante para nós poder acompanhar as patrulhas pelas ruelas, observar o planejamento do Estado-Maior e constatar o comprometimento de cada um dos militares que ali estão com a missão. Sem dúvida após uma cobertura como esta, saímos mais orgulhosos por termos participado deste momento e contar esta valorosa história a nossos leitores. É assim que deve ser, o mal sendo derrotado e o bem prevalecendo. Mais uma vez coube a nossas Forças Armadas escrever uma página da história de nosso país. Felizmente, nossa historiografia e nossos 125 anos de República nos mostram que isso está virando rotina... É justo e perfeito quando as coisas acontecem desta forma, sem que exista inversão de valores que acompanhamos com freqüência diária e que nenhum cidadão de bem suporta mais. Neste contexto, seguimos com nosso trabalho, apresentando à população as ações de um país que ninguém quer mostrar. Mostrando que temos heróis que não usam camisas amarelas e calções azuis. Que nossos ícones escreveram seus nomes em nossa história com feitos únicos e não com dribles marotos. Deixando claro que vítima é a nossa população que sofre com a violência diária e não um ou outro artista de tv que não sabe separar o joio do trigo e acaba sendo vítima do próprio caminho escolhido. E aqui estamos nós, com este trabalho comprometido com nosso país e apresentando esta edição com matérias muito especiais. Trazemos um completo artigo do Major Jorge Wilson Boabaid, sobre a nova família de blindados de rodas Guarani; um premiado trabalho do 1º Tenente Aviador Rodolfo Santos Moura, sobre o uso dos Electronic Flight Bags em uma nova aviação militar; e uma análise sobre o uso da força e de armamento letal em manifestações feita pelo Capitão Fábio Sérgio do Amaral e pelo Major Marco Aurélio Valério, da Policia Militar do Estado de São Paulo. Sem dúvida uma edição diferenciada e que promete agradáveis momentos de leitura. Leia Operacional, seja Operacional!
Rafael Sayão
Editor-chefe rafaelsayao@revistaoperacional.com.br
NESTA EDIÇÃO
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OPERAÇÃO MISTRAL DE BRAISE ACOMPANHAMOS A OPERAÇÃO “MISTRAL DE BRAISE” UM EXERCÍCIO SIMULADO DE RESGATE REALIZADO PELAS FORÇAS FRANCESAS E O CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS NO LITORAL SUL DO RIO DE JANEIRO.
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ENTREVISTA COM O COMANDANTE DO EXÉRCITO RAFAEL SAYÃO
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O USO DA FORÇA E DE ARMAS DE FOGO EM MANIFESTAÇÕES POPULARES. MARCO AURÉLIO VALÉRIO E FÁBIO SÉRGIO DO AMARAL
Capa: Militar da Brigada Pára-quedista em ação no Complexo da Maré. Rafael Sayão.
06 18 26 44 66 80
NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS DE RODAS
AS ORIGENS, CAPACIDADES E PERSPECTIVAS DA NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS DO EXÉRCITO | JORGE WILSON BOABAID
UTILIZAÇÃO DOS EFB NA AVIAÇÃO MILITAR
AS PERSPECTIVAS DE UTILIZAÇÃO DOS ELECTRONIC FLIGHT BAGS NA NOVA AVIAÇÃO MILITAR | RODOLFO MOURA
CEMITÉRIO DE BLINDADOS NO AFEGANISTÃO OS CEMITÉRIOS DE BLINDADOS SOVIÉTICOS NA PLANÍCIE DE SHOMALI | JOÃO PEDRO SÁ TELES E THOMAZ NAPOLEÃO
FORÇA DE PACIFICAÇÃO
ACOMPANHAMOS A INSTALAÇÃO E AS OPERAÇÕES DE PACIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA MARÉ | RAFAEL SAYÃO
MUSEO AERONÁUTICO Y DEL ESPACIO
FOMOS VISITAR, NO CHILE, UM DOS MELHORES MUSEUS DE AVIAÇÃO DA AMÉRICA LATINA. | RAFAEL SAYÃO
EXPEDIÇÃO CAVALARIANA
CONFIRA COMO FOI A EXPEDIÇÃO ORGANIZADA PELA REVISTA OPERACIONAL À AMAN | RAFAEL SAYÃO
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TEXTO JORGE WILSON BOABAID FOTOS RAFAEL SAYÃO
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No momento em que o blindado VBTP-MR Guarani realiza seu “batismo de fogo” nas ruas do Complexo da Maré, apresentamos uma análise sobre este projeto estratégico do Exército e seus reflexos no fortalecimento da indústria de defesa no Brasil.
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soberania e a defesa de uma nação são garantidas pela existência e emprego de Forças Armadas bem estruturadas e atualizadas operacionalmente e tecnologicamente. Em decorrência da necessidade de obter e manter compatível poder militar, as nações dotam as suas Forças com os produtos de defesa e tecnologia necessária, seja desenvolvendo e produzindo por meio da Base Industrial de Defesa ou adquirindo no mercado internacional. Tanto a Política de Defesa Nacional apresentada em 2005, como a Política Nacional de Defesa de 2013, definiram a Estratégia da Dissuasão como prioritária. Para tal, torna-se necessária a compreensão e desenvolvimento do poder nacional de forma abrangente no campo militar e em estreita associação aos demais campos econômico, político, psicossocial, científico e tecnológico. O Exército Brasileiro encontra-se em um processo de transformação que busca elevar a capacidade de dissuasão da Força Terrestre a um
patamar que acompanhe a projeção política e econômica do Brasil no cenário internacional prevista para as próximas duas décadas. Entre os principais projetos estratégicos indutores da transformação do Exército, está o Projeto Guarani, que consiste no desenvolvimento e na produção de uma nova família de viaturas blindadas sobre rodas (NFBR), com o objetivo de transformar as organizações militares de infantaria motorizada em mecanizada e de modernizar as organizações militares de cavalaria mecanizada. A indústria de defesa nacional esteve, durante muito tempo, relegada a segundo plano, saindo de uma posição de destaque entre os principais exportadores mundiais de armamentos, nas décadas de 70 e 80, para uma pauta de exportações quase nula em produtos de defesa. O Projeto Guarani veio ao encontro das aspirações e necessidades do Exército, bem como dos interesses da indústria de defesa nacional, na medida em que sua produção se dará inteiramente em solo nacional.
Um veículo adequado a doutrina militar terrestre
Embora a Doutrina Delta, concepção doutrinária desenvolvida pelo Exército Brasileiro e que foi concebida com base nos preceitos do moderno combate convencional em um quadro de guerra limitada, para o emprego da Força Terrestre em área operacional do continente (excluída a área estratégica da Amazônia), tenha sido revogada em 2014, as condicionantes operacionais e conjunturais que foram utilizadas no momento da concepção do projeto estratégico Guarani utilizaram como base essa realidade. É justo enfatizar que os parâmetros e condicionantes da Doutrina Delta permanecem atuais, apesar da nova concepção doutrinária do Exército estar pautada na geração de forças por meio do Planejamento Baseado em Capacidades. A Doutrina Delta preconiza o combate ofensivo e de grande ímpeto, não linear e continuado. Estabelece o emprego dos ataques de oportunidade, as operações noturnas e as manobras desbordantes e envolventes, com es-
O Guarani está entre os principais projetos estratégicos indutores da transformação do Exército. Rafael Sayão
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TEXTO RODOLFO S. MOURA
Este artigo de Rodolfo Moura apresenta a recente evolução tecnológica dos equipamentos eletrônicos disponíveis para o uso na aviação geral da atualidade e a possível implantação dos Electronic Flight Bags em uma nova Força Aérea integrada às demais atuantes na defesa da nação.
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tualmente, Electronic Flight Bag (EFB) é o termo utilizado quando se faz referência a um dispositivo eletrônico que gerencia as informações necessárias à execução de um voo, por uma tripulação. Os EFB frequentemente têm sido associados a alguns dispositivos que ganha8
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ram notória popularidade recentemente, que são os tablets, porém é um erro restringir um EFB somente a esse grupo de eletrônicos. Desde o início da aviação, todo tipo de referência para o piloto em voo têm sido em forma de papel. Com as atuais e crescentes melhorias, tanto na capacidade de processamento quanto na exibição
da informação (displays), verificou -se a possibilidade de que alguns destes documentos e produtos em papel, se não todos, fossem substituídos por uma versão eletrônica. É difícil determinar com exatidão a origem da ideia que criou os EFB. Um EFB pode reunir todo tipo de informações necessárias à condução do voo, tais como manuais
de operação da aeronave, manuais de procedimentos da tripulação e cartas de navegação aérea. Ele recebeu este nome em referência ao Flight Bag, que é a tradicional coletânea de documentos que o piloto leva para o cockpit. Os Flight Bags tradicionais costumam ser volumosos, e por vezes chegam a pesar mais de 5 kg. É fato que, como o GPS tornou -se mais comum e barato, diversas aeronaves começaram a contar com dispositivos moving map para auxílio à navegação aérea. Como estes dispositivos se tornaram muito sofisticados, vários deles começaram a incorporar funcionalidades adicionais à principal tarefa – de navegação aérea. Por exemplo, alguns foram integrados ao sistema de radiocomunicação da aeronave, outros exibiam informações meteorológicas da rota. Nos últimos anos, estes dispositivos têm incorporado processamento completo da aproximação em aeroportos controlados, e até diagramas destes aeroportos. Muito da contribuição para que isso ocorresse deveu-se à empresa Jeppesen, que começou a disponibilizar seus produtos eletronicamente. Com todos os avanços citados, essas versões mais simples de EFB começaram a substituir muitos dos papéis dentro do cockpit. Os pioneiros na utilização dos EFB como os que vemos na concepção de hoje, foram os pilotos da aviação comercial, mais especificamente, os de jatos executivos. Devido a um grau menor de regulamentação por parte da FAA em comparação com os grandes jatos das companhias de maior vulto, visto que a FAA não exigia especificamente nos regulamentos da aviação executiva que as cartas de aproximação estivessem impressas em papel, foi possível que
esses pilotos integrassem os EFB em seus cockpits. Ações individuais de algumas companhias aéreas, no sentido de substituir todas as suas publicações em papel dentro das cabines de pilotagem, levaram a FAA a se posicionar com relação ao assunto, o que levou à elaboração do Advisory Circular 120-76 – Guidelines for the Certification, Airworthiness, and Operational Use of Electronic Flight Bags. Resumidamente, este circular passou a regulamentar o uso dos EFB na aviação geral dos EUA. Como parte da história mais recente da evolução dos Electronic Flight Bags, surge como destaque o IPAD. Em janeiro de 2010, o IPAD foi lançado para o mundo e, alguns dias depois, milhares de aplicativos relacionados à aviação já estavam disponíveis para utilização na rede mundial de computadores. Esse dispositivo, recebeu grande atenção por parte dos de-
senvolvedores independentes de aplicativos para a aviação e, por compor diversas funcionalidades e possuir um baixo custo, tornou-se notável entre os EFB utilizados na aviação em geral. Com relação à segurança, a FAA estudou e aprovou todas as versões de IPAD até agora usadas em cockpits da aviação comercial recebendo a certificação da FAA para ser utilizado como EFB Class 1. Os dispositivos foram submetidos a severos testes de descompressão. Esses testes sujeitaram os IPADs a uma descompressão da cabine: 15 segundos para ir de 8.000 pés relativos ao nível médio do mar, até o ar rarefeito de 51.000 pés. Esse é, aproximadamente, o tempo que se estima – pelos regulamentos – para a despressurização total da cabine de um jato executivo de grande porte (mas não do tamanho de um avião comercial) voando no FL510 para o caso de um furo de 7,5 cm se abrindo subitamente na
EFB classe 2 instalado no cockpit de uma aeronave civil.
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TEXTO JOÃO PEDRO SÁ TELES FOTOS THOMAZ NAPOLEÃO
Tão natural é a guerra na história do Afeganistão que ela já se incorporou ao cotidiano. O diplomata brasileiro e fotógrafo Thomaz Napoleão foi a planície de Shomali e nos apresenta, neste ensaio, os cemitérios de blindados soviéticos na única parte do Afeganistão que nem os soviéticos nem o Talibã conseguiram ocupar.
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Nascido em 11 de abril de 1941, o carioca Enzo Martins Peri incorporou-se às fileiras do Exército em 15 de fevereiro de 1960. Declarado Aspirante a Oficial da Arma de Engenharia em 1962, comandou a 9ª Companhia de Engenharia de Combate, o o 9° Batalhão de Engenharia de Construção e o Estado-Maior do Comando da 12ª Região Militar. Como General, foi Secretário-Geral do Exército, Comandante da 2ª Região Militar e Chefe do Departamento de Engenharia e Construção até assumir o Comando do Exército em março de 2007. A Revista Operacional conversou, com exclusividade, com o General Enzo e falou sobre aquisições, projetos estratégicos, pacificação e a presença do Exército na Amazônia. ENTREVISTA RAFAEL SAYÃO
Operacional - General Enzo, o senhor deixa muito claro em sua diretriz que é preciso que o Exército se transforme de forma ampla e profunda, pois o país está passando por mudanças. Quais são estas transformações e quais já estão em andamento na Força Terrestre? Gen Enzo: O desenvolvimento científico e tecnológico, ocorridos nas diversas áreas do conhecimento, favoreceu o surgimento de armamentos e equipamentos militares mais avançados, além de permitir que as ameaças à paz e à segurança adquirissem um caráter mais contundente. A transformação do Exército visa o desenvolvimento e a obtenção de modernas capacidades, para cumprir missões e/ou desempenhar funções em combate mais atuais, nesse novo cenário mundial em constante evolução. Nesse contexto, o Exército, coerente com o que prescreve a Estratégia Nacional de Defesa (END) e por meio de seus Projetos Estra12 www.revistaoperacional.com.br
tégicos, está atualizando sua doutrina, obtendo novas tecnologias, reestruturando e racionalizando sua estrutura administrativa e operacional, adquirindo viaturas, embarcações, equipamentos e armamentos novos e modernos, além de investir na capacitação e na formação de seus recursos humanos. Operacional - Recentemente o senhor declarou que o Exército está passando por um processo de transformação, passando da era industrial para a era do conhecimento. O senhor poderia nos falar mais sobre este processo de transformação? Gen Enzo: O mundo vive um dinamismo sem precedentes, com inovações científicas e tecnológicas sucedendo-se constantemente. A facilidade de acesso a essas novas tecnologias alterou a natureza dos conflitos e trouxe reflexos para o modo de operar das forças militares, que se viram obrigadas a rever seus conceitos para esse novo ambiente onde a sociedade,
por meio da atuação da mídia, tem papel relevante. O Exército Brasileiro não poderia permanecer imune a essas mudanças e ficar preso a antigas concepções de emprego. Nesse aspecto, surgiu a END com suas orientações inovadoras, definindo os parâmetros que balizariam a evolução da Força Terrestre. Dizer que o Exército está passando da era industrial para a era do conhecimento significa que estão sendo colocadas em prática as experimentações que visam dotar a FT de novas capacidades e competências, integrada por pessoal altamente capacitado, treinado e motivado, apta a empregar armamentos e equipamentos com alta tecnologia agregada e sustentada em uma doutrina autóctone, efetiva e em constante evolução. Esse processo está sendo conduzido por meio de seu Planejamento Estratégico, revisto e atualizado constantemente, de modo a se manter perfeitamente alinhado com a END.
Operacional - Criado em 2002, o projeto Soldado-Cidadão já diplomou aproximadamente 74 mil jovens. A sociedade fala com frequência sobre a absorção destes jovens para atuação na segurança pública e privada. As perspectivas do Exército em relação a este projeto ainda são as mesmas que há 12 anos atrás? Gen Enzo: O Projeto Soldado Cidadão teve sua origem no Exército em 2002, na cidade do Rio de Janeiro, com a finalidade de criar melhores condições para a inclusão do jovem militar licenciado, no mercado de trabalho. Lançado oficialmente em 2004, como Projeto do Governo Federal, passou a ter abrangência Nacional, contemplando, também, as demais Forças Singulares. Desde 2002, foram qualificados cerca de 160 mil jovens, sendo que aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) encontram-se empregados ou gerando renda. As principais capacitações são: motorista profissional, tão carente no País, segurança privada, com a formação de vigilantes, pintura automotiva e residencial, mecânicos de motores, administradores de redes de informática e de telefonia, dentre outras. Em 2014, o Projeto atingirá a meta de 170.000 (cento e setenta mil) militares do Exército qualificados em diversas competências. As perspectivas do Exército Brasileiro em relação ao Projeto Soldado
TEXTO RAFAEL SAYテグ
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rafegando por duas das principais vias da cidade do Rio de Janeiro, a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, fica impossível não notar a presença de um dos maiores complexos de comunidades, onde milhares de habitantes vivem e convivem com os mais diversos problemas. O que poucos sabem é que foi justamente na construção da Avenida Brasil, durante a década de 40, que as primeiras famílias da comunidade começaram a habitar a região, naquela época uma área alagadiça às margens da Baía de Guanabara. Notório lembrar que o nome dado ao complexo teve origem na construção das primeiras habitações, que eram do tipo palafitas e, frequentemente, eram surpreendidas pelas variações da maré. Aos poucos a região foi sendo aterrada e novas comunidades surgiram, como o Parque Maré e a Baixa do Sapateiro. Como toda região era um grande manguezal, alguns moradores ocuparam a única área seca que existia no local: o Morro do Timbau. Nas décadas seguintes a região passou a ser alvo da incompetência dos gestores públicos que viam na região, apesar
Tropas do Exército iniciam o cerco da Maré na madrugada do dia 05 de abril. RafaelSayão
da total falta de instrutura, o local ideal para assentamento de famílias removidas de vários pontos da cidade. A Comunidade de Nova Holanda, por exemplo, surgiu do Centro de Habitação Provisória criado para abrigar de forma temporária famílias removidas de outras comunidades. O que era para ser temporário estendeu-se na direção da Baía de Guanabara e do Canal do Cunha, dando origem a uma das maiores comunidades do complexo. A remoção de famílias de forma desordenada para a comunidade continua nas décadas de 80 e 90 dando origem às comunidades da Vila do João, Nova Maré, Ribeiro Dantas e Roquete Pinto. A última comunidade a se formar neste imenso complexo foi a de Salsa e Merengue, também fruto de uma remoção no ano 2000. Ao mesmo tempo em que realizava a remoção de famílias para a região, o poder público tentava removê-las de outras localidades. O medo das constantes remoções e a violência daqueles que reprimiam suas obras e destruíam seus barracos fazia parte do dia-a-dia dos moradores. No ano de 1994 a Maré foi reconhecida, através de lei municipal, como um bairro da cidade pelo po-
der público, mas nada fora alterado na rotina e cotidiano da comunidade. Com 3,4km² de extensão, o Complexo da Maré tem proporções de um pequeno munícipio e aproximadamente 140 mil pessoas vivem na comunidade, uma população maior que a de cidades importantes do Estado como Barra do Piraí, Itaguaí e Resende. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no ano 2000, último número divulgado, era de somente 0,722, colocando a Maré na 123ª posição entre 127 regiões. Um barril de pólvora O crescimento desordenado, aliado ao aumento desenfreado da população e a falta de investimentos em cidadania e educação, tornaram este imenso complexo em um ambiente adequado para as ações do crime organizado. A malha urbana de traçado irregular, labiríntica, com vários becos sem saída, onde grande parte das ruas acompanha as curvas de nível do terreno, garante aos criminosos abrigo e segurança para realizarem suas ações e um privilégio tático no enfrentamento com as forças de segurança pública. Além do confronto com as forças públicas, a comunidade sofria OPERACIONAL | 2014
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Arte sobre sobre foto de Fernado Frazão / Agência Brasil
Marcelo Camargo / Agência Brasil
TEXTO FÁBIO SÉRGIO DO AMARAL MARCO AURÉLIO VALÉRIO
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s grandes mudanças na organização das sociedades ao redor do mundo ocorreram e ocorrem pelo engajamento de grupos na defesa de suas ideias. A Revolução Francesa, os movimentos de defesa dos direitos civis, na década de 1960, nos Estados Unidos da América e, mais recentemente, a chamada primavera árabe, são exemplos de movimentos organizados que definem os rumos que uma sociedade pode adotar. No século XXI, com o advento da comunicação instantânea, redes sociais e a mobilização de massas com a utilização da internet, o perfil das manifestações mudou e ganhou caráter tecnológico, porém, na contramão dessa tendência de debate de ideias no meio cibernético, grupos radicais adotam a tática Black Bloc, que se caracteriza pela adoção de ações de violência direta e anonimato. O modus operandi dos adeptos do Black Bloc é o ataque direto à propriedade pri-
vada, especialmente ao que consideram símbolos do capitalismo. O emprego de artefatos pirotécnicos e incendiários, como fogos de artifício, bombas de fabricação caseira e coquetéis molotov, têm se intensificado e ameaçam não só o patrimônio como também a vida, especialmente, dos encarregados pela aplicação da Lei. Como enfrentar os adeptos dessa tática, sem se voltar aos métodos de combates medievais? Ao admitir a noção de que as polícias sejam organizações destinadas a manter a ordem e a paz social, inclusive com a autorização estatal para uso da força, se e quando necessária, forçoso reconhecer sua essencialidade para a sobrevivência da própria sociedade em quem está inserida. Em manifestações recentes pelo mundo e, notadamente, no Brasil, tem-se assistido a utilização de artefatos pirotécnicos, explosivos e incendiários, com capacidade letal, contra as forças de segurança, eis que surge a questão focal deste estudo: os organismos
policiais podem ou devem utilizar força letal para repelir a ameaça de emprego de armas ou artefatos potencialmente letais em manifestações públicas? Direito de reunião e manifestação Em países democráticos, qualquer movimento ideológico ou manifestação popular deve respeitar os princípios legais e constitucionais, sob pena de se abandonar a democracia e se adotar qualquer outro regime de governo. Nesses países, as forças de segurança devem garantir o direito de manifestação do cidadão e também preservar a ordem pública obedecendo a critérios éticos e profissionais de conduta. A Declaração Universal dos Direitos do Homem reconhece, em seu artigo 20, o direito de todas as pessoas de participarem de reuniões pacíficas, o que é reiterado no artigo 21 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Esse direito é consagrado em nossa Constituição e protegido com status de direito fundamental.
É preciso entender as motivações e a lógica de cada grupo manifestante. Marcelo Camargo/Agência Brasil
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FOTOS RAFAEL SAYÃO
Uma verdadeira jóia da história chilena! Sem medo de errar, é desta forma que podemos nos referir ao Museo Nacional Aeronáutico y Del Espacio, localizado em Los Cerrillos, região metropolitana de Santiago. A convite da Dirección General de Aeronáutica Civil do Chile fomos conhecer os fatores que levam este museu a ser considerado um dos melhores e mais modernos de aviação no mundo.
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Dassault Mirage 50 CN “Pantera”.
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os olhares menos atentos, este local histórico pode tranquilamente passar por um grande parque, permeado de belos jardins e muito convidativo para os apreciadores de um bom piquenique em uma manhã de domingo. Para fugir do ameno sol chileno, uma opção é recorrer a uma das diversas árvores que adornam o local, a outra é buscar refúgio em baixo das asas das aeronaves que habitam um dos mais belos museus aeronáuticos do mundo. Localizado em Los Cerrillos, região metropolitana de Santiago, o Museo Nacional Aeronáutico y del Espacio é um excelente opção para os apreciadores de belos jardins, história ou aviação.
Para aqueles que desejam combinar todos estes elementos em um agradável passeio, este é o lugar. Meu primeiro contato com o museu foi muito agradável. O sol brilhava, o sistema de irrigação trabalhava a todo vapor para manter a beleza do jardim e, refletidas à luz do sol, várias aeronaves clássicas, impecavelmente mantidas. Alegrando o ambiente, um grande grupo de crianças, entre dois e oito anos, encantava a todos com sua animação. Passada a surpresa inicial, à porta do museu, seu diretor, Ricardo Gutiérrez Alfaro, aguardava-me para apresentar todo o espaço. Criado em 1944, e transferido para Cerrillos em 1992, o espaço foi pensado e projetado para ser um museu aeronáutico, garantido previamente um espaço adequado para a preservação das aeronaves e possibilitando uma visão muito mais atraente em seu aspecto
museológico. Subordinado a Dirección General de Aeronáutica Civil, o museu é um órgão oficial e sem fins lucrativos. É subdividio em quatro seções, subordinadas diretamente à direção do museu, a serem informadas: Restauro e Manutenção, Museologia, História e Serviços Gerais. Uma estrutura simples, mas que parece funcionar muito bem. O museu é constituído de um prédio principal, um hangar lateral e duas áreas externas, uma situada à frente e outra nos fundos. Na área externa a frente do prédio principal, os visistantes são recebidos por um belo e extremamente bem cuidado jardim. Nessa área estão apresentados alguns modelos, como os veneráveis Douglas DC-3C, C-47A, Beech Beechcraft D-18S e Beechcraft 99A nas cores da LAN Airlines, principal companhia aérea do Chile e uma grande apoiadora do museu. Também no espaço encontram-se algumas aeronaves militares que fizeram história na Força Aérea Chilena como o Sikorsky S-55, o Beechcraft C-45/D “Expediter”, o Grumman HU-16B “Albatros”, o Sikorsky SH-34, o Hawker Hunter Mk.9 e o nosso velho conhecido Northrop F-5E Tiger II. Bem ao fundo, em uma área destinada a manutenção do museu, é possível encontrar um Boeing 707-330B, também nas cores da LAN, além de um BAC 111-207AJ, fabricado pela British Aircraft Corporation. Importante ressaltar é que, mesmo expostas em área externa e sucetíveis as adversas condições climáticas do Chile, as aeronaves encontram -se em perfeito estado de conservação e com suas pinturas impecáveis. Já no prédio principal a mostra histórica está organizada de forma temporal e dividida nas mais diversas salas. A primeira delas é a sala “O sonho de voar”, que apresenta o mundo dos insetos voadores e fala do sonho do homem voar, desde a mitologia até os primeiros OPERACIONAL | 2014
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TEXTO RAFAEL SAYÃO & ANDERSON GABINO FOTOS RAFAEL SAYÃO
Acompanhamos a operação “Mistral de Braise”, uma operação simulada de resgate realizada pelas Forças francesas e o Corpo de Fuzileiros Navais no litoral do sul do Rio de Janeiro.
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ntre março e julho de 2014, foi realizada, pela Marinha Francesa, a Operação “Jeanne D’Arc”. Batizada em homenagem ao famoso porta-helicópteros francês que operou de 1964 até 2010, a missão tem duração de cinco meses e teve início em Brest, passando por Dakar, no Senegal; Togo; Beni; Rio de Janeiro; Dégrad des Cannes, na Guiana Francesa; Fort-de-France, na Martiníca; terminando sua comissão no porto de Toulon. Tendo como teatro de operações o Oceâno Atlântico, a operação tem objetivos diversificados e de grande relevância, fazendo desta uma das mais tradicionais operações realizadas pela Marine Nationale. Com um aspecto altamente operacional, a missão busca o reforço da presença francesa no oeste da África, protegendo os interesses franceses na região. No campo da cooperação militar, a missão proporciona um exercício de interoperabilidade com os principais aliados, operações bilaterais com as marinhas de nações amigas e aumento do nível de prontidão operacional conjunta. Não se pode deixar de assinalar o caráter comercial da missão já que a visita a nações amigas e o emprego con-
junto dos meios, tornando a operação uma excelente vitrine para os produtos militares franceses. Entretanto é na formação do militar que a operação proporciona os maiores ganhos. Aproximadamente 155 cadetes, de dezoito nacionalidades diferentes, sendo um brasileiro, tiveram a oportunidade de por em prática todos seus conhecimentos. O Oceano Atlântico é uma área rica em termos de atuação estratégica para os franceses e oferece uma oportunidade única para descobrir novos contextos políticos, econômicos e culturais. Durante a missão Jeanne D’Arc os militares foram submetidos a um elevado ritmo de navegação possibilitando aos oficiais estarem totalmente operacionais para assumir suas responsabilidades ao final da missão.
Os meios navais empregados Capitaneando a força-tarefa francesa e sob o comando do Commandant François-Xavier Polderman, estava o navio de assalto anfíbio BPC Mistral, tecnicamente descrito como navio de projeção e comando (Bâtiments de Projection et de Commandement). Esta embarcação é destinada ao apoio às forças de reação rápida francesas, possuindo 199m de comprimeiro e com deslocamento de 21.300t. Contando com uma área de comando de 850m²², composta por 200 estações de trabalho “Plug-and-play” no padrão OTAN, o navio é uma eficiente plataforma, que permite controlar qualquer tipo de operação a partir do mar (incluindo operações de terra e ar-terra). Embora muitos o classifiquem como um porta-helicópteros, seu hangar tem capacidade para apenas dezesseis aeronaves, como os EC-665 Tigre e os NH90 Caïman Marine operados pela Aviation Légère de L’armée de Terre (ALAT). Já seu compartimento para transporte de veículos possui 2650m², que possibilitam o transporte de até 59 veículos blindados ou um um batalhão completo com 13 blindados pesados Leclerc. O BPC Mistral está equipado com o moderno sistema de direção de combate SENIT 9, derivaO BPC Mistral é uma embarcação destinada ao apoio às forças de reação rápida francesas.
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Rafael Say達o
TEXTO RAFAEL SAYÃO FOTOS ANDERSON GABINO
No dia 10 de maio, o Exército Brasileiro comemora o dia da Arma de Cavalaria. A data marca o nascimento do Marechal Manuel Luis Osório, um dos maiores heróis militares de nossa Pátria, patrono da arma e destaque em diversos conflitos na região sul do país e na Guerra da Tríplice Aliança. A Cavalaria é a arma que combate em vantagem de posição e que, durante muito tempo, utilizou o cavalo como seu meio prioritário de combate. Com o advento dos armamentos mais modernos, os blindados passaram a ocupar o lugar do cavalo no campo de batalha. Entretanto a instrução equestre, a qual engloba como uma de
suas atividades práticas a execução de cross country, desenvolve no cadete características de personalidade fundamentais para o cumprimento das missões que recebe: coragem, audácia, iniciativa, decisão, arrojo, camaradagem, rusticidade, sagacidade e ousadia. Em comemoração ao dia da Arma de Cavalaria, a Academia Militar das Agulhas Negras realizou a semana Cavalaria, com várias atividades militares e sociais, que culminaram com demonstrações de viaturas e armamentos e com a realização do “cross da espora”, pelos cadetes que estão adentrando na Arma. O cross é uma das provas mais tradicionais do hipismo e pelas suas características, que reúne instrução e esporte, tornou-se uma atividade tipicamente militar. Até o ano de 2013, os Cadetes entravam na Arma de Cavalaria no 3º ano de formação. Entretanto, em 2014 este ingresso passou a ser realizado no 2º ano de instru-
Portão Monumental da AMAN.
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ção. Com isso, neste ano, tanto o 3º como o 2º ano estavam em seu primeiro ano na Cavalaria e ambos participaram do cross. A equipes do 3º ano que sagrou-se campeã foi formada pelos Cadetes Dalla Pozza, Gomes Monteiro e Bittencourt. Já a equipe campeã do 2º ano era formada pelos Cadetes Igor Carvalho, Luis Felipe e Lajoia. Destaques no campo de batalha moderno os blindados também estavam presentes e suas demonstrações operacionais chamaram muita atenção do público presente. Viaturas Agrale Marruá e carros de reconhecimento sobre rodas Cascavel EE 9, deram início a apresentação. Em seguida, dois blindados de transporte de pessoal sobre rodas Urutu EE 11 e duas viaturas Agrale AM 31, desembarcaram tropas e iniciaram o disparo de morteiros M 936 de 81 mm e M 2 de 120 mm. O momento que se seguiu foi dedicado ao fogo pesado de dois carros de combate Leopard 1A5BR e quatro blindados de transporte de pessoal M113 B, do 3º RCC. Finalizando todo o Grupamen-
Cadetes dos 2° e 3° anos se apresentam para o início do cross.
Leopard 1A5BR.
Urutu EE11.
Cadetes avançam para a cerimônia de entrega das esporas.
to, realizou tiros com armas individuais e coletivas, que foi o ponto máximo da apresentação. A Cavalaria brasileira possui atualmente, espalhadas por todo território nacional, três Regimentos de Cavalaria de Guarda (Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília); Brigadas de Cavalaria Mecanizada e Blindada; Regimentos de Cavalaria Mecanizado nas Divisões de Exército e Regimentos de Carros de Combate nas Brigadas de Infantaria Blindada, contando ainda com um Esquadrão de Cavalaria Paraquedista e um Esquadrão de Cavalaria Leve, em Valença, o Esquadrão Tenente Amaro, única Unidade da Arma, que combateu nos campos da batalha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, quando fez parte da Força Expedicionária Brasileira. Em homenagem a uma das mais tradicionais Academias Militares do mundo e vibrante com as celebrações da Cavalaria, a Revista Operacional organizou, pela primeira vez, uma expedição de viaturas militares antigas para participar do evento. Dois clubes de preservadores do Estado foram convidados para o projeto e ambos aceitaram o desafio de percorrer os 162 km que separam a cidade do Rio de Janeiro do município de Resende. O que parece ser uma distância pequena para veículos convencionais de passeio, ganha ares de desafio para viaturas que já passaram dos 40 anos de idade. Entretanto, a viagem transcorreu sem problemas para uma JPX do Imperial Jeep Clube e seis viaturas do Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (um MB1942, um M520, três Kaiser M606 e uma F85). Durante a solenidade foi realizada uma exposição estática das viaturas no pátio do Curso de Cavalaria. Apesar da programação diversificada, o momento mais especial das coOPERACIONAL | 2014
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memorações é sempre a realização da formatura de entrega das esporas, onde os padrinhos (um cavalariano mais antigo), juntamente com familiares e amigos, realiza a entrega da espora para os Cadetes. Esta tradição remota a Idade Média, onde apenas os nobres cavaleiros tinham direito a espora, ao cinturão e ao estandarte. Nos torneios e batalhas, os cavaleiros possuíam um jovem ajudante: o escudeiro. A partir dos 15 anos o escudeiro tornava-se elegível para ser um cavaleiro e quando isso acontecia, além do título, o jovem recebia as espadas e as esporas douradas. Na cerimônia realizada anualmente na AMAN, o “cross da espora” representa o exercício onde os jovens cavaleiros demonstram seu valor e as esporas são entregues, após o cross, por cavalarianos mais antigos. Um coroamento da audácia e arrojo explícitos na execução da prova e a manutenção das tradições medievais da cavalaria. Aos que não tiveram a oportunidade de participar de nossa expedição e viver estes agradáveis momentos junto a Cavalaria do Exército Brasileiro, fica o nosso convite: Em 2015 teremos a 2° Expedição Cavalariana da Revista Operacional. Participe! OP A Expedição Cavalariana de 2014 teve o apoio da empresa Afonso Brindes e Artigos Militares (21 96813-5404 / 21 7710-4520 / afonsobrindes@hotmail.com).
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O deslocamento das viaturas é feito após detalhado planejamento.
“Expedição Cavalariana” da Revista Operacional deixa a AMAN após as comemorações.
Integrantes da “Expedição Cavalariana.” com suas viaturas na AMAN.
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Brevemente a Real Força Aérea Canadense estará operando os seus AW101 Cormorant, por mais tempo, mais longe, carregando mais, com melhor disponibilidade e reduzida manutenção, adicionando assim maior capacidade ao seu reconhecido sucesso de “ZERO FALHAS” nas suas missões SAR em todos os recantos do Canadá, cujas características e extensões territoriais e marítimas tornam suas tarefas de Busca e Salvamento muito semelhantes a do Brasil. AgustaWestland - sempre trabalhando para tornar sua missão um sucesso.
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