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Na passada segunda-feira, 11, assinalou-se o Dia do Doente. Assim, este Especial é dedicado às principais unidades hospitalares que servem o concelho de Famalicão. Conheça como está a saúde dos espaços de que todos precisamos.

Mudanças que atingem todos os cidadãos

O estado da nossa Saúde mente. Recorde-se que também o INEM tem sido alvo de algumas críticas à sua actuação em certos pontos do país. M u d a n ç a s e m F a ma l i c ã o No que respeita à Saúde, no concelho de Famalicão, as mudanças também aconteceram. No ano passado, em Março de 2007, as unidades hospitalares de Famalicão e de Santo Tirso juntaram-se, dando origem ao Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA). O objectivo é que os dois espaços de saúde funcionem em sintonia no que respeita à rentabilização de recursos. Entretanto, também no ano passado, em Novembro, foram criadas duas Unidades de Saúde Familiar (Famalicão I e Joane). Mas, entretanto, já este ano, podem nascer no concelho de Famalicão mais

Sofifiaa Abreu Silva Parece que nunca se falou tanto em Saúde como actualmente. A maior parte das vezes pelas piores razões. Recentemente, Correia de Campos, ministro da Saúde do governo Sócrates, foi substituído por Ana Jorge. De acordo com notícias vindas a público foi o próprio Correia de Campos que chegou à conclusão de que “não estavam reunidas as condições para continuar no Governo” e que a sua substituição era mesmo necessária para restaurar a relação de confiança entre os cidadãos e o Serviço Nacional de Saúde (SNS). É inegável que, pelo país inteiro, aconteceram mudanças na Saúde e que essas foram, às vezes, mal compreendidas ou vistas pela população. Entretanto, com a chegada da nova ministra, o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Luís Cunha Ribeiro, colocou o lugar que ocupava, desde 2002, à disposição e, será mesmo a própria ministra da Saúde, Ana Jorge, a ocupar o cargo temporaria-

Taxas moderadoras para 2008 CONSULTAS: Hospitais centrais: 4,40 euros Hospitais distritais: 2,90 euros Centros de Saúde: 2,15 euros URGÊNCIA: Hospitais centrais: 9,20 euros Hospitais distritais: 8,20 euros Centros de Saúde: 3,90 euros Internamento (taxa de utilização por dia de internamento nos 10 primeiros dias): 5,10 euros Cirurgia de ambulatório: 10,20 euros Serviço Domiciliário: 4,60 euros

três ou quatro USF. O director do Centro de Saúde de Famalicão ainda só revelou, porém, a localização de duas: uma em Calendário e outra em Delães, cuja candidatura, ao contrário do que veio a público, não foi retirada, “está é à espera que sejam satisfeitas algumas premissas pretendidas pelos seus constituintes”. “É uma questão de timming”, diz Paulo Oliveira. O responsável afirma que podem surgir ainda mais duas candidaturas. Se todas forem avante, e juntando às duas já em funcionamento, Paulo Oliveira defende que o concelho “já fica com uma cobertura muito boa”. De qualquer forma, entende que Famalicão tem margem para acolher cerca de nove USF, um número que abarcaria os 72 médicos afectos ao Centro de Saúde de Famalicão.


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especial

Centro Hospitalar do Médio Ave, Famalicão e Santo Tirso

“O melhor hospital será aquele que menos erra” Reduzir os tempos de espera É intenção do Centro Hospitalar do Médio Ave continuar a reduzir o tempo de espera para as primeiras consultas e para as cirurgias programadas. É que, actualmente, o CHMA ainda assinala espera excessiva para as consultas de Cardiologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Ortopedia. Já nas restantes especialidades, José Dias afiança que o tempo de espera não vai para além do “clinicamente aceitável”. O mesmo se passa para as cirurgias programadas. Aqui, Ortopedia e Cirurgia Geral são as com maior lista de espera. O objectivo é, já em 2008, aumentar a actividade em todas estas valências com o “propósito de ninguém aguardar mais do que o tempo devido para uma consulta ou uma cirurgia”, anuncia o presidente do Conselho de Administração.

Na linha da frente na área materno-infantil Uma das especialidades em que o Centro Hospitalar aparece como uma referência é mesmo na área materno-infantil, como afirma José Dias. A maternidade possui salas de partos e internamento novos. A neonatologia desfruta dos melhores equipamentos de monitorização do recém-nascido. Há ainda quartos particulares “excelentes”. Os serviços médicos permanentes contam com obstetras, pediatras, anestesistas e bloco operatório. Destaque ainda para a analgesia de parto todos os dias da semana, das 8 horas à meia-noite, que se pretende alargar durante o presente ano para as 24 horas do dia. “É o local privilegiado para se nascer. Na nossa região não existe qualquer unidade hospitalar com as

nossas condições físicas e humanas”, observa o presidente do Conselho da Administração. José Dias diz também que os serviços de medicina são, em ambas as unidades, de referência, onde se trabalha com muita qualidade. Os serviços de cirurgia geral são igualmente “altamente qualificados”. “Não há praticamente qualquer patologia, mesmo as oncológicas, que não tenham resposta no Centro Hospitalar”, afirma. De resto, o Centro Hospitalar é um dos hospitais piloto na implementação de rede hospitalar de cirurgia de ambulatório, além de possuir um serviço de Ortopedia que realiza cirurgia altamente complexa, como a colocação de próteses totais da anca e joelho.

Centro Hospitalar do Médio Ave em números

Centro Hospitalar do Médio Ave regista trabalho positivo

Sofifiaa Abreu Silva A formação do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), em Março de 2007, resultou da junção de duas unidades hospitalares, de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso. Como noutros casos no país, o objectivo do Ministério da Saúde era rentabilizar os recursos e assegurar uma maior articulação entre os serviços. Quase um ano depois, José Dias, presidente do Conselho de Administração do CHMA, afirma que o trabalho conjunto permitiu, desde logo, o “aumento da produtividade em todas as linhas de actividade”. Apenas no Bloco de Partos os valores foram inferiores aos do ano de 2006, ao que tudo indica, pela diminuição da taxa de natalidade. Também na Urgência registou-se uma diminuição do número de episódios observados, algo que é visto como um factor de “qualidade, já que foi acompanhada dum aumento significativo do número de consultas externas”. José Dias fala que foram efectuadas mais 7% de consultas em 2007, relativamente ao ano anterior, sendo mais15% de primeiras consultas. Os actos cirúrgicos também subiram 13%. Da cirurgia programada, 46% foi em cirurgia de ambulatório, ou seja, cirurgia de dia em que o doente entra de manhã, é operado e regressa à tarde a sua casa. Já no internamento houve um aumento de 7% de doentes. Contas feitas, pelo CHMA, em 2007 nas valências do internamento, urgência e consulta externa passaram 259.853 doentes.

José Dias tem a noção que tudo se processa muito bem, no entanto, mostra consciência que de que haverá sempre alguém que não se sentiu bem servido. E assume frontalmente que a intenção é fazer cada vez mais e melhor: “O melhor hospital será sempre aquele que menos erra. Será sempre esse o nosso objectivo”. Integração dos recursos humanos é difi ficculdade De uma união, nascem algumas adversidades e José Dias não esconde que a maior dificuldade tem sido a integração dos recursos humanos das duas unidades. O presidente do Conselho de Administração lembra que o Centro Hospitalar resultou da junção de duas unidades hospitalares que, apesar de muito perto uma da outra, nunca tinham trabalhado em conjunto, nem de forma complementar. “Foram décadas de trabalho individualizado, quase de costas voltadas”, sublinha. José Dias assegura, porém, que nesta altura o CHMA já conseguiu concentrar a maternidade, a neonatologia, a actividade cirúrgica urgente e prepara-se para a concentração da cirurgia de ambulatório. Entretanto, alguns serviços administrativos e de apoio também já começam a estar concentrados. “Estamos a evoluir na motivação dos profissionais para a disponibilidade para a actividade em qualquer das unidades do Centro Hospitalar”, afirma.

Médicos: 123 no quadro, 73 tarefeiros e 12 internos Enfermeiros: 269 no quadro, 104 com outros vínculos Auxiliares: 283 Cirurgias: 13.056 Clientes no total (em 2007): 259.853 Investimentos: cerca de 12 milhões de euros

Investimentos • U n id a d e d e Fa ma l ic ã o - Novo Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica - Novo internamento de Ortopedia - Requalificação dos internamentos de Cirurgia Mulheres e Medicina Mulheres

• U n i d a d e d e S a n to T i r s o - Novas instalações para a cirurgia ambulatória - Novo internamento de Medicina e Pediatria - Requalificação da Consulta Externa Área materno-infantil é referência no CHMA


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especial

Hospital Narciso Ferreira, de Riba d’Ave

“Não há utentes de primeira nem de segunda”

Atendimento Permanente chega a atender 60/70 mil utentes por ano

Sofifiaa Abreu Silva “Não queremos utentes de primeira e de segunda, nem áreas de primeira e de segunda”, começa por dizer Salazar Coimbra, director clínico do Hospital Narciso Ferreira, de Riba d’ Ave. Na verdade, a aposta desta unidade de saúde passa por colocar ao serviço das pessoas o melhor e as melhores referências nas diferentes valências. “Estamos inseridos num serviço social que nos distingue do próprio serviço público e muito mais do serviço privado”, comenta Salazar Coimbra, lembrando que aquilo que o Hospital Misericórdia de Riba d’Ave faz é colocar-se perante as maiores dificuldades que a própria população encontra no acesso aos serviços de Saúde prestados pelo Estado e oferecer-lhes os melhores serviços, com a melhor humanização e, se possível, gratuitamente. Aliás, um dos sonhos é mesmo a

complementaridade com o Ministério da Saúde de forma transversal, com liberdade de acesso em igualdade de circunstâncias com os serviços púbicos. Recorde-se que a Misericórdia de Riba d’Ave/Hospital Narciso Ferreira mantém um acordo de cooperação com a Administração Regional de Saúde do Norte, com base num protocolo existente entre o Ministério da Saúde e a União de Misericórdias Portuguesas, para a prestação de serviços de Saúde no âmbito de atendimento permanente, internamento, cirurgias, consultas de especialidade e meios auxiliares de diagnóstico e terapêuticos. Recentemente, assinou ainda um protocolo para Cuidados Continuados nas valências de convalescença, média e longa duração. A j u d a r a r e du z i r l i s t a s de e s p e r a O Hospital da Misericórdia de Riba d’Ave tem, desde 1995, contribuído para a diminuição de listas de espera de ci-

No Hospital de Riba d’Ave o tempo de espera para uma cirurgia é praticamente nenhum

rurgias. Sobre os vales-cirúrgicos, Salazar Coimbra diz que há uma efectivação desses vales e na realidade a disponibilidade daquela unidade hospitalar é, de facto, muito grande, havendo mesmo “capacidade para ajudar muito mais”. No capítulo das cirurgias, Salazar Coimbra diz que o tempo de espera “praticamente não existe”, mas observa que no campo de atendimento para as consultas de especialidade há alguma dificuldade, uma vez que a “procura tem aumentado significativamente e os recursos estruturais já não respondem às necessidades”. Ainda no que se refere a tempo de espera, o responsável máximo do Hospital explica que no serviço de Urgência Básica/Atendimento Permanente, tudo depende do recurso a esta valência, que varia conforme a época do ano. “Daí o tempo variar significativamente, no entanto, este atendimento atinge os 60 a 70 mil utentes por ano”, contabiliza.

Envelhecimento da população é preocupante A maior preocupação da Misericórdia de Riba d’Ave/Hospital Narciso Ferreira prende-se com o envelhecimento da população e as respectivas doenças crónicas inerentes a essa problemática. “Todas as nossas apostas têm como fundamentação os Cuidados Continuados em todas as suas vertentes”, afirma o director clínico, Salazar Coimbra. Assim, as principais metas a atingir passam pelo aumento da capacidade para as unidades de convalescença, média duração, longa duração e manutenção; a criação urgente de uma Unidade de Dia no âmbito dos Cuidados Continuados; disponibilidade para ajudar a colmatar a deficiente cobertura existente dos utentes sem Médico de Família, através da criação de Unidades de Saúde Familiar ou outras soluções a disponibilizar pelo Ministério da Saúde; apostar ainda na criação de uma Unidade de Dia de Gastroenterologia, como desígnio existente no Plano Nacional de Saúde, até porque os próprios hábitos alimentares, e outros, desta região do Vale do Ave obrigam esta unidade à prevenção das doenças de foro digestivo.

Hospital Narciso Ferreira em números 152 Médicos 74 Enfermeiros 23 Técnicos de Fisioterapia 12 Técnicos de Rx 2 Podologistas 3 Optometristas 2 Técnicos de Neurofisiologia 2 Psicólogos 92 Auxiliares 5.944 Cirurgias/ano 10o mil Utentes/ano Unidade de Dia no âmbito dos Cuidados Continuados é objectivo


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pública: 13 de Fevereiro de 2008

especial

Hospital da Trofa, do Grupo Trofa Saúde

“Alternativa credível em relação aos hospitais públicos” Certific ficação o Sistema de Gestão da Qualidade Foi, precisamente, no passado mês de Janeiro que o Hospital da Trofa recebeu a certificação pela norma ISO 9001:2000 atribuída pela entidade certificadora APCER, tornando-se num dos poucos hospitais do sector privado a funcionar, na globalidade, dos seus serviços, em conformidade com as normas da qualidade. Sempre com o objectivo da melhoria contínua, o hospital prepara-se para iniciar o processo de certificação pela Joint Comission, anunciou José Vila Nova.

Hospital de Dia de Famalicão daqui a seis meses O Grupo Trofa Saúde está também a investir na saúde em Famalicão, com a criação do Hospital de Dia de Famalicão. Ultrapassados que estão alguns problemas burocráticos, foi adjudicada no passado mês a empreitada de acabamentos, prevendo-se a sua conclusão nos próximos seis meses. “Pretendemos com este equipamento disponibilizar aos nossos clientes da cidade de Famalicão um serviço de proximidade e de grande qualidade”, afirma José Vila Nova. Esta unidade disporá de

quase todas as especialidades médicas e cirúrgicas, programadas e de urgência, bloco operatório, bem como uma grande diversidade de meios complementares de diagnóstico. O presidente do conselho de administração do Grupo Trofa Saúde salientou que tendo sido adquirida uma participação na empresa de Radiologia Sousa Barros, irão ser transferidos para a unidade de Famalicão os seus serviços, que vão ser reforçados, quer do ponto de vista técnico, quer humano.

Novos projectos do Grupo Trofa Saúde Com o êxito alcançado na gestão do Hospital da Trofa, é intenção do Grupo Trofa Saúde alargar esse conhecimento a outras regiões do país, permitindo a potenciais clientes usufruir da liberdade de escolha. Neste momento, o grupo está já a explorar o Hospital Particular de Lisboa, uma unidade de referência da cidade, com 70 camas, seis blocos cirúrgicos e unidade de cuidados intensivos. Em construção estão ainda outras unidades: Hospital Privado da Boa Nova (Matosinhos); Hospital Privado de Braga; Hospital Internacional do Algarve (Albufeira); e Hospital Privado de Alfena. “Queremos, de facto, ser uma referência incontestável no sector da saúde”, afirma José Vila Nova, presidente do Conselho de Administração do Grupo Trofa Saúde.

Hospital Privado de Dia de Famalicão deve ficar pronto em 6 meses

Hospital da Trofa tem o seu sistema de gestão certificado

Sofia fia Abreu Silva Ao longo destes nove anos de vida, o Hospital da Trofa foi conquistando o seu espaço próprio no contexto da região em que se insere, assumindo-se progressivamente como “uma alternativa credível e com valor em relação aos hospitais públicos da região, libertando os seus clientes da situação de reféns do sistema público”, diz José Vila Nova. O presidente do conselho de administração do Grupo Trofa Saúde refere que as pessoas começaram a ver que havia alternativas e “isso é bom, porque acabaram por induzir maior competitividade entre os hospitais, o que se reverte a favor da

H o s p i tal da Tro fa e m nú m e ro s

população”. O Hospital da Trofa assume-se como uma referência nas áreas da Maternidade, Urologia e Otorrinolaringologia, uma vez que são estas as mais procuradas e as que têm maior notoriedade, mas a unidade apresenta uma carteira de serviços muito diversificada, incluindo quase todas as “especialidades em horários muito flexíveis e acessíveis”. Sem listas de espera José Vila Nova conta que o Hospital da Trofa não tem praticamente lista de espera quer para consultas, quer para exames ou cirurgias. Aliás, a unidade hospitalar tem “grande preocupação” em termos

de múltiplas agendas disponíveis e com o máximo de flexibilidade de horários. O Hospital da Trofa assume mesmo que faz um grande esforço, em colaboração com os seus médicos, de forma a respeitar a pontualidade nas consultas. “Para isso medimos o progresso que temos feito nesse sentido, monitorizando diariamente o atraso das consultas”, observa aquele responsável. O Hospital tem também realizado cirurgias no âmbito das chamadas ‘listas de espera’ e do uso de vales-cirurgia, nomeadamente nas especialidades de: Otorrinolaringologia, Ortopedia, Ginecologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Vascular, Urologia e Oftalmologia.

Facturação do Hospital da Trofa: 19,5 milhões de euros Facturação total do Grupo Trofa Saúde: 40 milhões de euros Médicos: 200 Enfermeiros: 130 Auxiliares: 90 Cirurgias: 3.100 Clientes no total: 175 mil

Não existe praticamente lista de espera no Hospital da Trofa


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