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O mundo automóvel é vasto. Neste Especial, abordamo s a lgumas q uestõ es relacionadas com este tema. Da compra à segurança, vale a pena fi ficcar com algumas ideias consistentes sobre este assunto.

Aspectos a ter em conta

Saber comprar carro

Imposto Único de Circulação O ‘novo’ Imposto Único de Circulação (IUC) veio substituir, em Julho passado, o Imposto Automóvel, e passa a ser pago preferencialmente pela página de declarações electrónicas do Ministério das Finanças. No caso de o sujeito passivo ser uma pessoa colectiva será obrigatória a utilização da Internet, tal como já sucedia anteriormente. O pagamento do imposto é agora pago na data de aniversário conforme a matrícula do automóvel. Ou seja, já não existe um período de pagamento comum como até aqui. Adicionalmente, desaparece o selo que se afixava no veículo, devendo o condutor apenas juntar os documentos de pagamento de imposto, juntamente com os outros documentos do carro. A passada segunda-feira foi o último dia da prorrogação do pagamento do Imposto Único de Circulação dos veículos matriculados em Janeiro.

Combustível Sofifiaa Abreu Silva A maior parte das famílias não consegue viver sem ele. Na realidade muitas possuem, mesmo, mais do que um. E muitas estão a pensar trocá-lo ou comprar um novo. Um carro, nos dias que correm, é quase um bem indispensável, porque os transportes públicos ainda não satisfazem, por completo, as nossas necessidades. Na hora de comprar um carro, há muitos aspectos a ter em conta, quer se trate de um usado ou de um novo. A nossa primeira escolha é feita, muitas vezes, pelo design de um carro. Na realidade, é o que salta mais à vista, mas não é que o conta na estrada e na vida.

Em primeiro lugar, verifique as suas necessidades face à sua família, depois calcule a média de quilómetros que vai fazer por ano com um carro, por causa do combustível. Se é daqueles que muda de carro com frequência, saiba também que o melhor é adquirir um que não desvalorize muito, porque se o quiser vender, perderá o menor valor possível. Antes de comprar veja várias marcas e as avaliações nas revistas de especialidade para saber quais os pontos fortes e fracos dos diferentes veículos lançados pelas várias marcas. Depois de ter em mente alguns modelos, visite alguns standes para verificar preços e condições. Procure ainda saber de

promoções ocasionais, que, às vezes, são de aproveitar. Com a escolha já pensada, é essencial tratar do financiamento. Como sabemos, grande parte das famílias recorre ao crédito para financiar o seu automóvel. Verifique várias hipóteses junto das entidades e se pode pagar as mensalidades previstas, para depois não ter problemas financeiros. E nunca se esqueça que os encargos também incluem combustível, revisões, selos e seguros. Antes de se comprometer na hora da compra, peça para fazer um test drive, que é gratuito. Experimente conduzir o carro para se certificar que se adapta bem à estrada. Se tudo estiver conforme desejou, boa compra!

Gasolina: Um carro a gasolina é mais barato, tem menos ruído e menos manutenção. No entanto, o preço da gasolina é mais elevado, assim como o consumo. Diesel: O preço por litro é mais barato, o consumo do carro é menor e o valor de revenda também aumenta. Como desvantagem há o facto de o carro ser mais caro e as revisões mais

frequentes. GPL: é o combustível menos poluente e mais barato do que a gasolina, além de ser mais suave no motor. A desvantagem é que poucas bombas de gasolina disponibilizam o GPL. Já nos parques de estacionamento ou em lugares fechados, estes carros não podem entrar. Há ainda os custos de implementação do sistema.


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Viajar em segurança No carro, as crianças até aos 12 anos ou 1,50 m de altura têm de viajar sentadas, presas com o cinto, numa cadeira específica adaptada ao seu peso e tamanho. Caso uma criança que tenha menos de 12 anos, mas mais de 36kg, podem adoptar-se duas soluções. Se tiver 1,35 m ou mais, basta prendê-la com o cinto de segurança do carro. Se a altura for inferior, prende-se com o cinto, mas, para evitar que magoe o pescoço, passe a faixa abdominal para trás das costas. Mesmo em trajectos curtos, todos os ocupantes do veículo devem pôr os cintos de segurança. Convém que as crianças saiam e entrem do automóvel pela porta do lado do passeio ou da berma. Num acidente, o peso de uma criança aumenta 20 vezes, pelo que não deve viajar com um miúdo ao colo. Seria impossível segurá-lo. Opte por uma cadeira adaptada à sua idade e peso. Ajuste o cinto de segurança e assegure-se de que o fecho é suficientemente sólido para impedir a criança de libertar-se. A maioria das lesões pode ser evitada se o sistema de retenção for usado de forma correcta. Nunca instale uma cadeira voltada para trás no assento da frente se possuir airbag.

especial

Meio milhão de automóveis sem registo de propriedade De acordo com as últimas notícias, há mais de um milhão de automóveis a circular com o registo de propriedade desactualizado. E o Automóvel Clube de Portugal quer, assim, que a venda de um carro possa ser registada pelo vendedor e não pelo comprador. É que o novo Imposto Único de Circulação incide sobre o proprietário e não sobre o veículo e têm havido muitos casos em que quem vendeu é que está a pagar um carro que já não lhe pertence. Esta situação acontece porque há muitos casos em que os compradores não registaram a transferência de posse. De acordo com a nova legislação, os carros usados vendidos até 31 de Outubro de 2005 e cujos actuais donos tenham perdido os documentos, podem ser registados pelos vendedores. O ACP quer alargar a excepção para os casos até 31 de Janeiro de 2008. O Governo já garantiu que vai fazer o balanço no final do ano, mas está fora de questão alargar o regime transitório. Na passada segunda-feira, o ACP entregou uma petição na Assembleia da República com 10 mil assinaturas com vista à alteração das regras do registo automóvel.

Comprar usado Não há problema nenhum se escolher um carro usado. O importante é mesmo verificar alguns pontos:  Data e mês da matrícula do carro.  O número de quilómetros que o carro tem e as revisões recomendadas pelo fabricante. Saiba também a oficina em que foram feitas.  O número de registos (proprietários) que o carro já tem.  Confronte o preço pedido com os indicados nas revistas ou guias de comprador.  Confirme se o automóvel está bem apresentado (pneus, interiores e partes eléctricas).  Conduza o carro para confirmar se tem

um trabalhar correcto e se está a travar em condições.  Certifique-se da garantia a que tem direito. Há marcas que lhe dão direito, em usados, a garantia de dois anos.  Se não perceber muito de carros, peça a uma pessoa da sua confiança para ver o carro ou a um mecânico da sua confiança.  Avance para a compra apenas quando se sentir confiante e tiver a certeza que é um bom negócio.


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Poupar combustível • Cumpra as datas de manutenção aconselhadas pelo fabricante e mantenha o veículo com o motor bem afinado. Um motor mal afinado é responsável pelo aumento do consumo em cerca de 10%. • Uma direcção desacertada ou pneus mal equilibrados aumentam a resistência ao rolamento e, consequentemente, o consumo. • Evite excesso de peso na bagagem. Se precisar de utilizar porta-bagagens de tecto, monte-o apenas quando precisar dele. Mesmo sem bagagem, este acessório aumenta o consumo, sendo que, a 120 km/h, por exemplo, esse sobe aproximadamente 20%. • A melhor maneira de aquecer o motor é pôlo a funcionar, esperar uns breves segundos para que os fluidos circulem normalmente e pôr o carro em andamento logo de seguida. Use uma marcha suave e vigie a temperatura do motor. Bastam breves minutos para que o motor atinja a temperatura normal de funcionamento. • Evite os pequenos trajectos, porque estes estão associados a frequentes arranques a frio, ou seja, o motor consome mais combustível. • Não seja agressivo ao volante. Evite os arranques e travagens bruscas. Se vir uma fila de trânsito antecipe a travagem e actue suavemente no pedal. Nunca acelere parado. • Tenha atenção à utilização excessiva do ar condicionado. • Evite circular com os vidros abertos, sobretudo a partir de uma certa velocidade. Aumenta a resistência aerodinâmica e o consumo em cerca de 5%.

especial

Pequenos gestos que evitam problemas

Cuidados simples, mas importantes Encher pneus Primeiro veja quais os valores de pressão aconselhados para o seu automóvel. Pode verificá-los de três formas: num autocolante colado na porta do condutor, no tampão do combustível ou no manual de instruções do veículo. Deve, depois, dirigir-se ao posto de combustível mais próximo. No dispositivo de enchimento ajuste o valor pretendido. Retire, depois, a tampa da válvula do pneu, e encoste o aparelho à válvula e deixe encher até que o aparelho de pressão pare de apitar. Coloque, finalmente, a tampa da válvula. Líquido no limpa-vidros A opção pode ser colocar água ou um líquido próprio que compra no supermercado ou numa oficina. Abra o capot e destape o reservatório, que, por norma, tem uma gotas a assinalar aonde é que se coloca o líquido. Abra a tampa, e encha. Feche o capot. Aconselha-se um líquido com detergente desengordurante para que os vidros fiquem bem limpos e permitam uma condução mais segura. Verificar o nível do óleo A nível do óleo deve estar

sempre entre o mínimo e o máximo, sendo que dois milímetros abaixo do ponto máximo é o nível aconselhado. Se estiver fora desses limites é sinal que deve mudar o óleo. Para ver o nível do óleo, o carro tem de estar parado num local plano. Agarre numa toalha de papel ou num pano velho e abra o capot. Retire a vareta que pode estar assinalada com uma cor diferente como, por exemplo, amarelo ou encarnado. Limpe o óleo da vareta em toda a sua extensão e coloque-a novamente e veja se o óleo se coloca nos níveis normais. E s p el h os Aprendemos nas aulas de condução que os espelhos são essenciais na condução. E é verdade. Para regular os espelhos é necessário que o carro esteja na posição de condução, mas parado. Os espelhos devem ser regulados para que o nosso carro seja um ponto de referência, mas que deve aparecer pouco. Assim, deve observar o seu carro apenas na parte interior do espelho. O restante campo de visão deve ser o resto.

Tome Nota:  Quando o carro não pega, o mais provável é que a bateria esteja descarregada. Se as luzes não funcionarem é mesmo sinal que a bateria pode estar descarregada. A outra possibilidade é falta de combustível ou o motor de arranque. Se o carro arranca só à segunda ou à terceira deve ir a uma oficina. Se o carro não pega, não carregue, exageradamente, no acelerador, porque corre o risco de ‘afogar’ o motor e ter um enorme problema.  Se uma luz vermelha acendeu deve parar de imediato o carro, ligar os quatro piscas e colocar o triângulo na rua. Depois chame o reboque. Não arrisque andar mais um bocadinho, porque os estragos podem ser maiores.  Se sentir que o carro lhe foge, pode ser sinal de direcção desalinhada ou um pneu danificado, que pode até rebentar a qualquer momento. Dirija-se a uma oficina.


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especial

Não seja inconsciente na estrada

A responsabilidade de um seguro Ter carro implica possuir um seguro automóvel que cubra a responsabilidade civil de acidentes em terceiros. Deve, assim, contratar um seguro automóvel com uma seguradora da sua escolha. Há entidades que recusam fazer determinado seguro automóvel, mas quem não conseguir o contrato deve contactar o Departamento de Atendimento e Comunicação do Instituto de Seguros de Portugal, que lhe indicará a empresa de seguros que fica obrigada a aceitar o seguro. O seguro obrigatório garante as indemnizações devidas por danos pessoais e ou materiais causados a terceiros, bem como às pessoas transportadas, com excepção do condutor do veículo. Nenhum contrato de seguro cobre todos os riscos. Além do seguro obrigatório de responsabilidade civil, pode ainda contratar, entre outras garantias, o chamado seguro de danos próprios. Este contrato de seguro abrange os prejuízos sofridos pelo seu veículo, o seguro de danos próprios cobre os prejuízos resultantes de choque, colisão e capotamento, bem como furto ou roubo e ainda incêndio, raio e explosão. Em caso d e acid ente, o q ue faze r? Deve obter os elementos de identificação dos outros intervenientes – condutor e veículo –

no local do acidente, e da existência de seguro, nomeadamente o nome da empresa de seguros e o número da apólice. É ainda muito importante identificar testemunhas oculares. Deve procurar acordo através do preenchimento, pelos dois condutores, da Declaração Amigável de Acidente Automóvel, que deverá ser assinada por am-

bos. A entrega deste documento nas respectivas empresas de seguros é essencial para o funcionamento do sistema IDS - Indemnização Directa ao Segurado. Este aplica-se desde que sejam apenas duas as viaturas envolvidas no acidente, não hajam danos corporais e os danos materiais dele resultantes não sejam superiores a 15

mil euros. No preenchimento da Declaração Amigável de Acidente Automóvel não é necessário os intervenientes declararem-se culpados. Não havendo responsabilidade do condutor, não resulta da declaração qualquer agravamento do prémio. Cada condutor deve ficar com um exemplar para entregar na sua

empresa de seguros. No caso de impossibilidade da assinatura da declaração amigável, quando algum dos intervenientes não exibir o comprovativo de seguro automóvel obrigatório ou sempre que haja danos corporais, deve-se solicitar a presença das autoridades policiais. Comunique à sua seguradora a ocorrência do sinistro no prazo máximo de 8 dias. Após ter conhecimento de um sinistro, a seguradora tem 2 dias úteis para proceder ao primeiro contacto, com vista à marcação das peritagens que devem ocorrer nos 8 dias úteis seguintes. Concluída a peritagem, a seguradora deve comunicar o relatório da mesma em 4 dias úteis. Num prazo máximo de 30 dias úteis, a contar da data do 1º contacto a companhia de seguros deve comunicar ao tomador de seguro ou segurado e ao lesado, a sua decisão sobre o sinistro, através de uma proposta razoável de indemnização ou de uma resposta de recusa fundamentada. Caso assuma a responsabilidade, a seguradora deverá proceder ao pagamento ao lesado da indemnização no prazo de 8 dias úteis. Se houver Declaração Amigável de Acidente Automóvel todos os prazos reduzem-se a metade. Fonte: Instituto de Seguros de Portugal


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