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EMPRESAS DE SUCESSO Textos: Sofia Abreu Silva

Conheça, por dentro, como trabalham e os objectivos

Empresas de sucesso estão em Famalicão Os grandes projectos nascem de ideias simples. É esta a sensação que transparece depois de conhecermos as empresas famalicenses que participam neste OPINIÃO ESPECIAL. Mas, as ideias simples dão muito trabalho, porque implicam ambição, investimento, paixão e muita razão. Da construção civil, à arquitectura, passando pela imobiliária, restauração, tecnologia, comércio e indústria, estas foram as áreas em que alguns empresários se atreveram a arriscar. E ganharam. É claro que todas as empresas têm momentos positivos e negativos e têm de saber actuar em todas as conjunturas. Muitas vezes redimensionando-se. À semelhança do que acontece no resto do país, estas empresas famalicenses são, na sua maioria, de pequena e média dimensão, algumas mesmo de matriz familiar. Mas, todas têm algo

em comum: perseverança. Apesar das comprovadas e anunciadas contrariedades que o país enfrenta e enfrentará, as empresas já definiram o seu caminho com sensatez. Os próximos tempos não servirão para parar, mas antes por enveredar por novos projectos e metas. Assim, arregaçam-se as mangas, criam-se produtos inovadores, desenvolvemse novos serviços para manter e conquistar clientes e apostam-se em diferentes mercados. Desistir é um verbo que estes empresários não pretendem conjugar. Preferem antes lutar, porque sabem que deles depende o bem-estar de muitos outros, inclusive da economia portuguesa. Foi justamente esta forma de estar determinada que o OPINIÃO ESPECIAL conferiu junto destas empresas. Aqui fica o retrato de algumas empresas que são famalicenses, com certeza. pub


II

pĂşblica: 19 de Outubro de 2011

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pública: 19 de Outubro de 2011 III

especial

Empresa trabalha para mercado nacional, mas vira-se para o exterior

Puntada assegura qualidade na indústria dos bordados Foi em 1988 que uma multinacional espanhola, a Puntada, foi pioneira em Portugal na área do bordado, trazendo para o nosso país, concretamente para Famalicão, o conhecimento do desenho e picagem de filmes para bordar, alargando o seu espaço de acção na venda de acessórios, consumíveis, equipamentos e software para a indústria de bordado. Entretanto, em 2008, a empresa mudou de administração e os, agora, sócios portugueses decidiram manter a marca “Puntada”. Actualmente, a empresa continua a prestar serviços na área do desenho e picagem de bordados, como o recorte a laser, alta frequência e fabricação de lantejoulas. Continua, também, a dar assistência técnica nos equipamentos desta área. Entretanto, a venda de produtos assenta na venda de linhas para bordar, representando a marca “Rheingold”, telas, feltros, colas. Em suma, a Puntada comercializa todo o tipo de acessórios para área do bordado. João Machado, administrador e sócio da Puntada, recorda que a empresa na década de 90 teve a sua actividade principal assente na venda de equipamentos para a indústria de bordados, mas após a forte quebra de investimento nestes equipamentos, como a falta de renovação do parque de máquinas, foi obrigada a redimensionar as suas origens. “Aproveitámos o grande conhecimento técnico e capacidade humana na área de fabricação de filmes de bordar e

apostámos muita nesta área, quer nas prestações de serviços, quer comercialização de software para a indústria de bordado. Alargámos, também, a gama

de produtos para comercialização”, afirma. A empresa entre 2005 e 2008 teve uma forte quebra na facturação e nos

resultados, mas desde 2009 tem tido um comportamento positivo no sentido da recuperação destes dois factores, conseguindo, segundo o empresário, “obter resultados positivos e tendo uma recuperação significativa na sua facturação esperando mantê-la neste ano”. A Puntada trabalha para clientes sobretudo do mercado nacional, cobrindo todo o território nacional e regiões autónomas. Já o mercado externo abrange essencialmente Espanha, Suíça, Cabo Verde e Angola. A responder às solicitações dos clientes, estão 14 funcionários, sendo técnicos com um pleno conhecimento do sector, o que faz deles os “pilares da empresa”, sublinha João Machado. Nesta altura de dificuldades que a economia atravessa, o único caminho é, no entender da administração, “manter padrões de qualidade elevados na prestação de serviços e uma resposta rápida e eficiente aos clientes na comercialização dos produtos”. A empresa continuará, de resto, apostada na fidelização dos seus clientes e muita atenta aos desenvolvimentos do sector. “Esta área depende muito do comportamento da indústria de confecção de vestuário no nosso país. Quanto ao mercado externo, a aposta centrase essencialmente em África, onde a possibilidade de alargar os clientes é muito grande, tendo em conta o forte conhecimento na fabricação de filmes para bordar”, anuncia João Machado, administrador e sócio da empresa.

Empresa distribuidora de bebidas surgiu há 33 anos em Famalicão

Costas & Oliveira pretende crescer até aos 10% Não procuramos ser bons, procuramos ser os melhores. É esta a filosofia que os sócios da empresa Costas & Oliveira têm há 33 anos, desde o inicio da mesma. A empresa de Calendário sempre se dedicou em exclusivo à comercialização de bebidas nacionais e estrangeiras. “Escolhemos esta área porque era uma área com potencial de crescimento e onde o contacto com o cliente era primordial para o crescimento sustentado”, explicam Pedro Costa, José Costa e Manuel Costa. A Costas & Oliveira trabalha no concelho e nos concelhos vizinhos, nos quais faz a distribuição de bebidas da Unicer, a maior empresa de bebidas do país, e da Sogrape, a maior empresa de vinhos de Portugal. O derradeiro objectivo é “identificar com os fornecedores mercados de excelência, alinhando práticas comerciais de forma a optimizar a competitividade e a oferta ao consumidor. Isso leva a um aumento da rentabilidade do negócio do nosso cliente”, esclarecem. A empresa apresenta, hoje, uma carteira com mais de 3500 clientes. Porém, é notório que se vive numa conjectura económica delicada e complicada. “Existe perda de poder de compra por parte dos consumidores, mas é

nesse contexto difícil que temos desenvolvido o nosso negócio, investindo em contra-ciclo, como esperamos fazer uma vez mais a breve prazo”. Prova dessa determinação, a Costas & Oliveira espera ainda este ano ter um crescimento com

dois dígitos, mesmo num cenário adverso, em que o consumo está a cair a mais de 20%. “O difícil não é fazermos aquilo que gostamos, mas sim gostarmos daquilo que fazemos, esta é uma realidade na nossa empresa”, sustentam os sócios.

Ao longo dos anos, a empresa famalicense viu-lhe serem atribuídas diferentes distinções, sendo por diversas vezes galardoada como PME Líder, PME Excelência, estatutos atribuídos pelo IAPMEI. Mas, o reconhecimento também chega através das relações em-

presarias, como a Unicer que distinguiu a Costas & Oliveira como uma empresa de Excelência em Serviço, Excelência Comercial, Excelência em Distribuição, Excelência em Barril de Super Bock. Também pela Sogrape, a empresa foi o melhor distribuidor Cutty Sark Nacional, e o segunda melhor operador Sogrape a nível nacional. A empresa Costas & Oliveira conta com cerca de 50 colaboradores, repartidos pelas várias áreas. “Somos uma empresa com energia, empreendedora e motivada para desafios. As empresas de hoje têm, além de vender os seus produtos, transmitir confiança, dinamismo, modernidade e qualidade. Para isso têm de ter suportes de excelência”, entendem os responsáveis. Com uma larga experiência na vida empresarial, Pedro Costa, José Costa e Manuel Costa acreditam que só com empresas fortes, o concelho de Famalicão passará ao lado desta crise “económica e psicológica”. “Tudo faremos para dar o nosso contributo, fazendo das fraquezas forças e das ameaças oportunidades. Queremos estar alguns passos à frente, dois ou dez, agindo proactivamente, planeando o futuro e agindo preventivamente”.


IV

pública: 19 de Outubro de 2011

especial

Grupo actua em três áreas distintas com respostas personalizadas

Domigest: acompanhamento próximo na área imobiliária A Domigest é um grupo que nasceu em Famalicão a 15 de Janeiro de 2009 e festeja agora o terceiro aniversário na próxima convenção Domigest a realizar em Janeiro de 2012. O grupo Domigest tem sob sua alçada três empresas, a Domigest-Condomínios, Domigest-Serviços e Domigest-Imobiliária. Luís Ângelo Oliveira, presidente do grupo, considera que aposta é uma boa palavra para encarar o aparecimento deste grupo em Famalicão. “Geralmente só apostamos quando temos a certeza. Assim, o surgimento ocorre após uma verificação das necessidades de acompanhamento mais próximo na área imobiliária. a abertura deste espaço”, explica. O Grupo Domigest diferencia-se, na verdade, pela pluralidade de serviços que consagra. Sendo assim, na Domigest-Condomínios é concedido

um serviço personalizado e inovador de gestão, designado modelo Crosslet, que visa uma maior disponibilidade e fiscalização no acompanhamento ao condomínio. Na Domigest-Serviços, o modelo “Multitask” disponibiliza serviços de limpeza, manutenção, pichelaria, electricidade, obras e jardinagem, de execução individual ou interligados e coordenados na sua execução para o melhor cuidado do imóvel. Por último, na Domigest-Mediação, através do modelo “Imonetwork”, a preocupação tem a ver com a qualificação do cliente, promovendo imóveis criteriosamente seleccionados por toda a rede do grupo, aumentando o seu potencial de venda. No seu todo, segundo Luís Ângelo Oliveira, a Domigest pretende ser o “shopping do imobiliário, através de um sistema horizontal, satisfazendo

todas as necessidades dos clientes com o seu imóvel, desde da sua gestão, à compra e venda do mesmo e ao seu cuidado com a limpeza e sua manutenção, serviços de electricidade, pichelaria e jardinagem”, elenca. No cenário económico-financeiro complexo que o país atravessa, pode afirmar-se que o grupo Domigest está em contra-ciclo. “Em tempos de crise, estamos em constante contratação de recursos humanos, nomeadamente gestores de condomínio, angariadores, comerciais, colaboradoras de limpeza e técnicos de manutenção” revela. Mas, a filosofia de contratação não é fortuita: “há uma política de contratação exigente pois, sabemos que só com os melhores, seremos os melhores e só assim poderemos prestar o melhor serviço ao cliente”. A frase é redundante, mas é aquela que, no en-

tender de Luís Ângelo Oliveira, melhor expressa o espírito da Domigest. “Valorizamos a inovação, pois entendemos que apenas uma proposta de valor inovadora poderá gerar mais-valias para os nossos clientes”, acrescenta. A tenacidade da Domigest fica assim provada na intenção de intensificar, no futuro, a sua política de contratação para um maior crescimento das empresas do grupo para que mais clientes possam beneficiar dos seus serviços. Os caminhos a seguir são concisos e passam, como até aqui, por realizar uma auto-avaliação constante visando a prestação de serviços de qualidade inigualável. “O feedback dos nossos clientes foi, é, e será uma fonte importantíssima de inovação e crescimento”, assegura Luís Ângelo Oliveira, presidente do grupo Domigest. pub


especial

pública: 19 de Outubro de 2011 V pub

Projecto nasceu em 2009 com Hélder Gomes e Rui Sampaio

Oficina de Arquitectura e Artes distingue-se pela inovação A Oficina de Arquitectura e Artes foi criada em finais de 2009, embora os colaboradores já realizassem trabalhos em conjunto desde o ano de 2006, durante a sua formação académica. “O principal motivo da aposta nesta área tão vasta que se intitula de arquitectura foi a confiança nas nossas capacidades para resolver problemas urbanísticos e de construções que afectam o desenvolvimento das nossas cidades”, começam por explicar os dois arquitectos Hélder Gomes e Rui Sampaio. Assim foi e hoje a Oficina de Arquitectura e Artes trabalha nas áreas da arquitectura, design de interiores, engenharia e acompanhamento e fiscalização de obra. Entre 2006 e 2008 a actividade ficou marcado pelo êxito em recuperação de interiores de moradias, apartamentos, lojas e cafés no centro urbano de Famalicão e restante concelho. “Desde então a nossa experiência foi-se acentuando de uma forma permanente na execução de moradias unifamiliares no norte do país, nomeadamente em Braga, Esposende, Barcelos e Guimarães ou em países em desenvolvimento como é o caso do Chipre, recém-chegado ao seio da União europeia ou da Líbia no norte de África”, apontam. Exemplos dos trabalhos da Oficina de Ar-

quitectura e Artes são o edifício multifamiliar Quinta das Rosas e o Parque Empresarial. “São os estudos com impacto social e localizam-se no núcleo urbano de Famalicão que brevemente serão executados”, revelam. Os clientes da Oficina de Arquitectura e Artes são essencialmente famílias e empresas nacionais e internacionais que apostam na inovação, no profissionalismo e no rigor. Segundo os arquitectos, são clientes que pretendem não só uma simples aprovação nos serviços municipais, mas todo um estudo e acompanhamento que começa nos primeiros desenhos e acaba na utilização plena da construção em causa. A Oficina de Arquitectura e Artes inserese no grupo restrito de pequenas e médias empresas que nasceram em plena “crise da divida soberana” e tem apostado na criação de mecanismos que possibilitem o crescimento de uma forma sólida. Os grandes objectivos da Oficina de Arquitectura e Artes passam, de acordo com Hélder Gomes e Rui Sampaio, por solidificar a sua posição “no seio da arquitectura da região norte, com uma aposta forte e constante, na internacionalização dos serviços que prestamos para zonas como África, América do Sul ou Ásia”. pub.


VI

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especial

Em breve abrirá um novo espaço no Centro Comercial Jumbo

Diogo Restaurante aposta na boa gastronomia O nome Diogo Restaurante surge pela primeira vez em 1996 no centro da cidade de Famalicão. O empresário Diogo Costa começou a sua actividade com um espaço de 50 metros quadrados, onde servia refeições. Mas, rapidamente o local tornou-se pequeno para receber os clientes e era forçoso arranjar uma solução. Assim foi. O espaço Diogo ficou com 200 metros quadrados após a aquisição de duas lojas e assim permaneceu até 2007. Na verdade, pode dizer-se que esse foi o ano de viragem. A escolha recaiu num espaço amplo, contemporâneo e com muita luz natural. Aliás, quem passa na Recta do Senhor dos Perdões, na Estrada Nacional Famalicão-Trofa, não pode deixar de reparar num edifício que marca pela desigualdade. O Diogo Restaurante apresenta uma área de restauração com 600 metros quadrados, 150 cadeiras, sala para fumadores e não fumadores. Na verdade, quem entra no Restaurante Diogo encontra um espaço agradável das 8h30 às 2 da manhã, com um serviço muito completo. Justamente, como diz Diogo Costa, a ementa é variada: “temos uma selecção de pratos para tentar corresponder ao paladar dos nossos clientes”. A escolha não será fácil: snack, mariscos, grelhados, pratos caseiros e diárias económicas. Parece que o percurso do Diogo Res-

taurante é simples, mas não é. Para ‘construir uma casa’ como o Restaurante Diogo não é algo que seja realizado em pouco tempo. Trata-se de um trabalho diário onde vários aspectos são tidos em conta. “Nunca descuramos as bases e a qualidade que nos diferenciam, mas procuramos sempre melhorar”, sublinha Diogo Costa. Para este empresário o dia-a-dia é levado com seriedade porque o bem-estar dos clientes é elementar: “temos a máxima preocupação com a higiene. Temos implementado o sistema HACPP que demonstra o nosso compromisso com a segurança alimentar e a satisfação do cliente, fortalecendo a imagem institucional, além de acompanhar o mercado em constante evolução”, refere. Hoje, no Restaurante Diogo trabalham 20 pessoas, um número que irá aumentar dado que em breve, precisamente no Centro Comercial Jumbo Famalicão, abrirá o segundo espaço com a chancela Diogo. “Fizemos esta aposta com uma área de self-service e sala de restaurante para servir ainda mais e melhor os nossos clientes e cativar novos. Creio que será um espaço agradável para aqueles que gostam de ser bem servidos”. Afinal, o slogan da casa é “se tivermos um sorriso por dia, esse sorriso é para si”.

Só com história se constrói o futuro

Famasete aposta na inovação e internacionalização A Famasete surgiu, em Famalicão, há 16 anos. Actualmente, a empresa está nitidamente na vanguarda da esfera tecnológica. Apresenta diversos conceitos, produtos e serviços, como é o caso do WingSys, conceito multitoque, com produtos desde a WingBox (mesa multitoque de retro-projecção); WingTable (mesa multitoque em LCD); e WingPoint (superfícies verticais de pequenas e grandes dimensões, mas de multitoque). “Todas estas soluções foram desenvolvidas pela nossa empresa. Foi com orgulho que apresentámos a primeira Wingbox na maior feira de tecnologia do Mundo, a Cebit de Hannover, em 2010”, evoca José Barbosa, administrador da Famasete. Mas a acção da Famasete não termina aqui, estende-se às soluções integradas de hardware e software. Refira-se a intervenção nas escolas, ao dotar as salas de aula com equipamentos de futuro, como quadros interactivos, redes, computadores, servidores, soluções de software, laboratórios, entre outros. Identicamente, as soluções para empresas são vastas: comunicações Voip, intranet, portais colaborativos, software de gestão, assistência em hardware, software e conteúdos à medida. A Famasete é ainda distribuidora nacional de quadros interactivos BiBright. No entender de José Barbosa, administrador da empresa, a Famasete tem evoluído no tipo de mercado e qualidade das suas so-

luções. “De empresa vendedora de hardware e periféricos, passámos a apresentar serviços e soluções integradas. Somos hoje uma empresa com produção e soluções próprias a nível mundial, estando hoje a apostar na internacionalização, passando de importadora a exportadora”, aponta. É fácil perceber que a Famasete está a crescer, o que implica o reforço da equipa de trabalho, hoje composta por quadros superiores, colaboradores com formação especializada em tecnologia e inovação, design e sistemas de informação. Para os próximos tempos, a empresa Famasete tenciona manter, claramente, a aposta na inovação, com conceitos que irão dar que falar, como “ambulância tecnológica, com software multitoque”. “São áreas que o nosso Departamento de Inovação está a definir e preparar para o mercado”, avança José Barbosa. Empresa reconhecida pelo IAPMEI como PME Inovação e merecedora da Medalha de Mérito Económico pela Câmara de Famalicão, a Famasete tem estabelecidas parcerias importantes, nomeadamente com a Universidade do Minho, Centro de Computação Gráfica da Universidade do Minho, JP Sá Couto (Magalhães), INESC-Porto, Universidade de Aveiro, e Example. Outras colaborações estão assumidas com os maiores fabricantes de hardware, software e soluções, como são Microsoft, HP, LG, Epson, Bi-Bright. pub


pública: 19 de Outubro VII

especial

Empresa de Esmeriz acredita na seriedade do trabalho

José Moreira Sampaio no ramo da construção há 35 anos A empresa José Moreira Sampaio, em Esmeriz, nasceu há 35 anos. “Não sabia fazer mais nada e fui para a construção civil”, começa por dizer José Sampaio, hoje administrador da empresa. Aliás, a história da empresa é, no fundo, a história de vida deste homem que na quarta classe desistiu dos estudos para ir trabalhar. “Os meus pais queriam que continuasse a estudar, mas vi que a minha família, com seis irmãos, não tinha possibilidades para isso. Sabia que iria criar dificuldades e fui trabalhar”. José Sampaio diz que gostava de mecânica de automóveis, mas o pai não deixou que enveredasse por esse caminho. “Fui então para a construção civil com 11 anos, sem qualquer experiência na família. Depois de quatro anos, o meu pai disse-me que podia ir para mecânica, mas eu já não queria, porque tinha tudo na minha cabeça direccionado para a construção civil”, recorda. Hoje, a empresa José Moreira Sampaio emprega 20 funcionários, mas dá trabalho a cerca de 50 pessoas, porque há trabalhos que são contratados com outros profissionais. “Alguns deles trabalham connosco desde que a empresa nasceu”. A José Moreira Sampaio realiza todo o tipo de obras, desde construção à reabilitação de edifícios, habitações e empresas. “Temos uma boa estrutura para responder às diferentes solicitações”, garante o empresário. É inegável que os tempos áureos da construção não são os mesmos. Disso

mesmo tem consciência José Sampaio que aponta o dedo a quem construiu desenfreadamente: “Nos últimos 30 anos, fez-se tudo, estradas e novos edifícios e temos um país como não tínhamos, mas devíamos ter feito contas, porque há obras que já deviam estar liquidadas e não estão. É agora que vamos começar a pagar, quando não temos dinheiro?”, questiona. José Sampaio defende que as obras públicas deviam ser feitas conforme as possibilidades: “Faziam-se as obras necessárias, parava-se para pagar e depois arrancavam outras, para que todos tivessem as contas em dia”, afirma. “Se o Estado não paga, as empresas não pa-

gam aos fornecedores e da próxima vez o material será mais caro para o empresário, porque a empresa cai no descrédito, porque não paga com a mesma regularidade”. Sobre o sector em concreto, o empresário é igualmente crítico, afirmando que hoje existem muitas empresas a quem falta seriedade na forma de trabalhar. “Face à crise, há empresas que encerram portas quando ainda estão a construir determinada obra e depois abrem mais tarde com outro nome”, declara, alegando que isso cria desconfiança no mercado. José Sampaio é peremptório e assume que “a construção civil já deu

muito dinheiro, mas agora não”. “Há 7 anos facturava 750 mil euros por mês, neste momento estamos nos 125 mil. A máquina é a mesma, mas agora já tenho de pôr dinheiro na empresa”, algo que vê com naturalidade porque, assegura, está sempre do lado de quem trabalha. “Eu ponho-me a pé às 6h30 da manhã, tenho comigo trabalhadores desde há muitos anos. Enquanto isto esteve bom, eles ajudaram-me. Eu sozinho não conseguiria fazer a empresa que fiz. Vivo do meu trabalho e a minha obrigação é trabalhar e procurar trabalho para os meus funcionários, porque eles merecem ter uma boa vida”, sustenta. Para o futuro, José Moreira Sampaio quer continuar a lutar pela sua empresa, acreditando que se as empresas de construção civil forem desaparecendo, um dia mais tarde ficaremos nas mãos de outros países. “Daqui a 5 a 6 anos as pessoas vão querer um serviço de construção civil e não vão ter. Uma empresa para ser criada não é em dois dias, demora muito tempo”, sublinha. Premiado com uma medalha de Mérito Económico pela Câmara de Famalicão, José Moreira Sampaio acredita que o concelho podia ser melhor. “ Ficamos no centro e estamos rodeados de grandes cidades. Quem devia ter as melhores universidades, devíamos ser nós. É preciso reivindicar essas estruturas para o concelho e isso cabe aos políticos que dirigem os nossos destinos desde o 25 de Abril”. pub


VIII

pĂşblica: 19 de Outubro de 2011

especial


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