Vila desde 1995 Serzedelo é uma freguesia do concelho de Guimarães, distando 10 quilómetros desta cidade a cujo concelho está adstrito, ocupando uma extensão territorial de 4,75 km2 de área, em que os rios Ave e seu afluente Selho beneficiam. Quanto à ortografia de Serzedelo com “C”, esta encontra-se expressa num documento de 1038 e nas Inquirições de 1220, nas quais se alude à eclesia de Cerzedelo e segundo se lê na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, o topónimo passou pelas formas Zersedelo, Zercedello e Cerzedelo. No século XIV, Serzedelo era dependente do Julgado de Vermoim, também termo do concelho de Barcelos. Em 1840 a freguesia pertenceu ao concelho de Famalicão, sendo incorporada, definitivamente, no termo do concelho de Guimarães, por decreto de 30 de Dezembro de 1853. A localidade de Serzedelo foi elevada à categoria de vila no dia 21 de Junho de 1995 e conta com a população de 3.674 habitantes, tendo-se verificado uma diminuição da população em cerca de 10% dos 4.073 dos Censos de há 10 anos. A vila de Serzedelo tem como orago Santa Cristina e tem a sua festa tradicional mais representativa a Festa das Cruzes, que se realiza no primeiro domingo do mês de Maio. Para além disso, é tradição nesta terra a Festa em honra de S. Pedro, no segundo fimde-semana de Julho; e a festa de S. Bartolomeu, no último do mês de Agosto. Em termos de património, a construção do conjunto monumental de Santa Cristina de Serzedelo é um dos núcleos religiosos, onde ao longo de quatro séculos foi construída uma igreja românica. O conjunto patrimonial foi construído em três épocas diferentes, mas seguiu sempre o mesmo estilo. No interior da igreja é possível observar um grande manancial de pinturas murais ou frescos, em excelente conservação, sobrepostas umas às outras. Nem todas são visíveis, sendo as mais perceptíveis as imagens de S. Martinho, Santo António, Santa Cristina, entre outras. Fonte: www.freguesiase rzede lo. pt
Raúl Peixoto, presidente da Junta de Freguesia, em entrevista ao OP
“Serzedelo é terra de gente trabalhadora” Sofifiaa Abreu Silva
ram aumentando as suas habilitações, foram abandonando a localidade, fixando-se noutras zonas que lhes pudessem proporcionar aquela qualidade de vida. O atraso substancial da alteração do Plano Director Municipal e a falta de visão estratégica nesta matéria por parte dos autarcas anteriores acabaram por debilitar a vila de Serzedelo neste aspecto. Este atraso verificado, atendendo à conjuntura macroeconómica que atravessamos, dificilmente será recuperável nos próximos tempos, ou seja, deixará marcas profundas para os próximos tempos.
De funcionário passou a presidente de Junta em nome da mudança. Por conhecer tão bem a sua freguesia, Raúl Peixoto é franco e afirma que Serzedelo, no concelho de Guimarães, perdeu o comboio da evolução, sobretudo pela falta de visão política, a que se soma agora a conjuntura económica difícil. Porém, o autarca arregaça as mangas para que a freguesia aproveite as suas potencialidades. À população deixa elogios e fala de gente bairrista e trabalhadora. Por que razão se candidatou à Junta de Serzedelo em 2009? A principal razão pela qual me candidatei às Autárquicas de 2009 teve a ver com o facto de sentir da parte da população uma forte vontade em apostar na minha pessoa para gerir os destinos da mesma, atendendo à elevada experiência que já possuía, na qualidade de funcionário. Já em actos eleitorais as várias candidaturas me tinham lançado o recto e em 2009, uma vez mais, todas as forças políticas me convidaram para tomar parte das suas listas. Ao mesmo tempo sentia um desejo da parte da população de mudança, atendendo a factores de vária ordem. Em Maio de 2009, um grupo de pessoas, com quem eu já havia trabalhado e conhecia bem, lançaram um apelo à mudança desejada e ao mesmo tempo, e acima de tudo, prestaram a garantia que foi sempre exigida por mim e que se prendia com a garantia da minha vida profissional. Isto porque, na altura, ainda não tinha certeza na acumulação dos cargos de Presidente e funcionário administrativo da edilidade. Nessa altura foram asseguradas essas condições e felizmente, em termos de escrutínio não forma goradas as minhas expectativas e alcancei uma maioria absoluta, com uma curiosidade, arrecadei mais um voto que o meu antecessor, nas Autárquicas de 2005. Serzedelo é vila desde 1995. Assumiu os destinos da freguesia desde 2009, mas esteve sempre ligado à Junta. Como vê a vila actualmente? A vila de Serzedelo, neste momento, a meu ver, é um verdadeiro espelho das políticas assumidas pelos autarcas anteriores. Serze-
delo perdeu literalmente o “comboio da evolução” que carrilou em frente, durante a década de 90. Houve falta de visão em termos do crescimento sustentável que se pretendia para esta terra. Relembre-se que Serzedelo é servido pela melhor rede viária do concelho: VIM, Nacional310 e acima de tudo a A7. O mesmo é dizer que estamos ligados a uma curta distância de Portugal inteiro e mesmo à vizinha Espanha. Ao nível dos diversos serviços, contamos a Unidade de Saúde Familiar, que para além da nossa vila, serve ainda as freguesias de Serzedelo e Gandarela. A nível desportivo, vamos satisfazendo em certa medida as necessidades, com o complexo desportivo. Temos a igreja românica do século XII ou XIII, que é monumento nacional. Em breve, com a construção da piscina municipal e com a requalificação do centro cívico da vila, daremos mais um ar natural a Serzedelo, desse estatuto que sustenta há mais de 16 anos. Pelo lado negativo, vejo uma vila envelhecida e com um parque habitacional cada vez mais antigo, inadequado às necessidades actuais do ser humano e cada vez mais degradado. Com a falta de construção, fixação de serviços e por inerência criação de postos de emprego, os nossos jovens, que felizmente fo-
Numa vila as infra-estruturas básicas são essenciais. Como estamos a nível de cobertura de saneamento e água? Nesta matéria, felizmente Serzedelo encontra-se servido com a rede pública de água e saneamento, em cerca de, diria, 70 a 80 % do seu território. Faltam actualmente pequenas situações que não ficaram contempladas nos projectos anteriores e outras que se prendem com burocracias que a Vimágua tem tentado solucionar e que tem vinda a resolver, nem sempre com a celeridade que todos desejaríamos, mas que têm vindo a ser executadas. Indicámos jà à Vimágua as nossas prioridades para as próximas execuções, com a finalidade de serem apresentados os respectivos projectos para candidatura aos fundos comunitários. Se todos os projectos forem contemplados, ficaríamos com uma cobertura de cerca de 95%, o que seria bastante satisfatório. E no capítulo da rede viária? Com já disse anteriormente, Serzedelo é muito bem servido a este nível. Porém, não gostaria de deixar passar esta oportunidade sem me pronunciar sobre o estado em que se encontram as nossas vias internas. De facto, após a intervenção da construção de rede pública de água e saneamento, as mesmas ficaram em mau estado e têm vido a degradar-se a cada dia que passa. Temos ao mesmo tempo algumas, poucas, cujo piso ainda é em terra batida. Nessa medida, esta é uma vertente em que haverá muito para investir nos próximos tempos, na esperança da retoma em termos económicos, não tarde em voltar. »»»»»» continua pub
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radouro das Senhoras do Monte.
Relativamente ao campo social, a freguesia dispõe de espaços para todas as idades, desde a infância até à velhice, ou faz falta algum serviço em especial? Ao nível social, posso afirmar, tem havido uma complementaridade entre a autarquia e as instituições viradas para essa área, nomeadamente o Centro Social e a Casa do Povo. Sem querer substituir ninguém, nem ser substituído, as restantes instituições também têm colocado no terreno a sua prestação para que, seja através do desporto, da cultura, dos tempos livres, ninguém se sinta desintegrado. A Junta de Freguesia, em colaboração com a associação Fraterna, disponibiliza a sua sede para consultas quinzenais de uma técnica da Câmara Municipal, para dar apoio aos desempregados e aos mais necessitados. O Centro Social, através da sua valência de Centro de Dia, presta este serviço aos idosos. A grande lacuna verificada é, sem sombra de dúvida, a inexistência de um lar de idosos, sendo que os mesmos actualmente recorrem ao da vizinha freguesia de Guardizela. Mas por vezes a sua disponibilidade nem sempre é peremptória e capaz de em tempo útil responder a todas as necessidades.
Qual o apoio que tem recebido da Câmara Municipal de Guimarães? Em termos orçamentais, a câmara tem assegurado os valores habituais das transferências correntes, relacionados com os duodécimos, destinados a pequenas intervenções de limpeza e conservação de ruas e nos espaços e edifícios públicos, no montante de 10.797 euros, assim como um valor de cerca de 27 mil euros, através de um protocolo de delegação de competências na Freguesia e que tem por objectivo a realização de pequenas obras. Ao nível técnico, a Câmara colabora nos estudos e elaboração dos projectos.
A nível do ensino, em que situação está a freguesia? Actualmente Serzedelo possui apenas um estabelecimento de ensino do primeiro ciclo, a EB 1 da Eirinha. Atendendo ao fenómeno atrás referido, de uma certa ‘desertificação’ verificada nos últimos anos e com a taxa de natalidade a diminuir, em termos de números, este estabelecimento satisfaz as necessidades da vila. Inclusive têm encerrado algumas salas, uma delas mesmo de Jardim-deInfância, por falta de alunos. Porém temos que considerar que as condições físicas do mesmo estabelecimento não são as melhores e que urge reabilitá-lo, convertendo-o em centro escolar. A Câmara já apresentou esse projecto por duas vezes, tendo sido em ambas as vezes reprovado pela DREN. Neste momento estamos todos, coordenadora, agrupamento, Junta de Freguesia e Câmara de Guimarães, de novo envolvidos nesse projecto, com o intuito de conseguir atingir este objectivo que é de todos. Que projectos estão a ser co ncretizados ou que pretende realizar? O projecto que maior visibilidade irá fornecer a esta vila, será sem sombra de dúvidas a construção da piscina municipal, que poderá ficar concluída ainda dentro deste nosso mandato. Depois, a requalificação do centro cívico da vila, cujo estudo se encontra em fase de elaboração, com muita vontade da nossa parte em ver concluído no próximo ano. A Guimaraes Capital Europeia da Cultura 2012 e a nossa grandiosa e tradicional Festa das Cruzes, são as duas razões para esta nossa pretensão. Além destes, não queremos esquecer uma futura praia fluvial e espaço de lazer junto ao rio Ave e a projecção da intervenção no mi-
Como autarca está mais perto da populafin nanceira está a ç ão, sente que a crise fi afectar a população de Serzedelo? Qual o papel da Junta? Hoje, infelizmente, acho que ninguém fica imune a esta forte crise que atravessamos e esse facto sente-se de uma forma mais marcante no seio das famílias com menores rendimentos e com défices em termos de formação. O papel desta Junta tem sido desenvolvido em parceria com a Fraterna e mesmo o Gabinete de Inserção Profissional sedeado em Conde, bem como o Centro Social. A distribuição de cabazes às famílias mais necessitadas, intervenção da nossa parte na procura activa de emprego e apoio nas candidaturas às prestações sociais, nos casos extremos, tem sido o nosso principal papel, para além de outros, que são estudados caso a caso. Estamos ainda empenhados em disponibilizar a toda a comunidade estudantil de Serzedelo, a permuta de manuais escolares a partir do próximo ano. Quais são na sua opinião as grandes potencialidades da freguesia que podem ser exploradas no futuro? A igreja românica e também monumento nacional como local de visita e a melhor, a envolvente imaterial implícita na tradição da Festa das Cruzes, no asseio das cruzes por parte das 16 famílias, património singular no nosso concelho; a zona ribeirinha do rio Ave, que se encontra a ser revitalizada por nós; e o maravilhoso miradouro das Senhoras do Monte. Numa descrição da freguesia de Serzedelo, que aspectos destacaria? Serzedelo é uma terra de gente trabalhadora, bairrista e com um espírito de entreajuda que considero assinalável. Este aspecto destaca-se sobretudo pelo número de associações que dispõem, todas elas dirigidas por pessoas de quadrantes diferentes e pela sua considerável actividade que mantêm. Grupo Desportivo, Casa do Povo, Rancho Folclórico, associação juvenil CEAJ, Associação de Pais, Centro Social. A todos os seus dirigentes felicito, pelos seus actos de cidadania e, acima de tudo, pela disponibilidade evidenciada para o voluntariado, que cada vez se torna mais escasso e com a crise que atravessamos, poderá tomar contornos mais vincados.
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Apoio Domiciliário e Centro de Dia são serviços principais
Centro Social aposta na proximidade O Centro Social Paroquial de Santa Cristina de Serzedelo foi criado em Outubro de 1989. A primeira valência, Centro de Actividades de Tempos Livres (CATL), para 50 crianças, teve início em 15 de Março de 1990. O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) surgiu em Julho de 1993 e o Centro de Dia (CD) arrancou em de Julho de 1995. Segundo o padre Marques, pároco da freguesia, o Centro pretende “exercer a caridade com qualidade, com profissionalismo. Somos a terceira pessoa para quem não tem outras de quem se possa valer”. Na verdade, a instituição tem apostado, desde há muito, na prestação de serviços de qualidade e a maior aposta vai para a formação técnica e académica dos seus principais colaboradores. Actualmente, o SAD serve 35 idosos/doentes/deficientes, com acordo de cooperação com a Segurança Social para 25 utentes. Frequentam o Centro de Dia 21 idosos. Entretanto, o CATL cessou a sua actividade a 31 de Agosto de 2007, em virtude do prolongamento do horário nas escolas do primeiro ciclo. O padre Marques conta que o Centro de Dia presta o serviço de transporte dos utentes, refeições, cuidados de higiene pessoal, tratamento de roupas, convívio e lazer, duas aulas de ginástica por semana, informática, trabalhos manuais, festas e comemorações, passeios e visitas de estudo, uma semana de praia por ano e ainda actividades de intercâmbio com outras instituições. Já no Serviço de Apoio Domiciliário presta-se o serviço de refeição, cuidados de higiene pessoal e habitacional, tratamento de roupas e ainda, para os idosos com mais autonomia, proporcionam-se passeios e a semana anual de praia. O Centro Social apresenta bons espaços, apesar de não serem muito recentes. O edifício sede, dos anos 50, sofreu obras de adaptação e remodelação nos anos de 90. Também o espaço livre com o encerramento do CATL é agora ocupado pelo serviço de Centro de Dia. No entanto, a instituição carece urgentemente de um espaço mais amplo de lavandaria, que em breve nascerá, uma vez que o projecto já foi aprovado. “A muita procura, especialmente no Inverno, torna difícil a secagem das roupas dos nossos uten-
tes”, justifica o padre. A direcção do Centro é composta por cinco membros voluntários. A instituição emprega 7 funcionários e tem como directora técnica, a enfermeira Raquel Moreira. Para os próximos tempos, a instituição pretende continuar a prezar a qualidade dos serviços que desempenha desde há longos anos. “Porque o trabalho de proximidade nos manteve sempre com os pés bem assentes na terra, e a procura dos nossos serviços atesta o valor do que fazemos, esperamos que esse valor nos seja reconhecido por aqueles que connosco trabalham”, sublinha o pároco, acrescentando que as “visitas de qualidade são de grande valor para as instituições e deveriam ser regulares em todas elas”. De resto, refira-se que o Centro Social Paroquial dispõe de um banco de ajudas técnicas que disponibiliza aos seus utentes e que têm como objectivo, de acordo com o padre Marques, “conseguir uma melhor qualidade de vida, minimizando a dependência e suas complicações, nomeadamente úlceras de pressão, infecções respiratórias e isolamento social”. A instituição dispõe, ainda, de uma biblioteca com mais de mil volumes com destaque para a literatura portuguesa.
Para manter qualidade na prestação de serviços
Casa do Povo reabilita edifício A Casa do Povo de Serzedelo iniciou a sua actividade em 1945. Hoje funciona com as valências de Creche, Jardim-de-Infância e Grupo Folclórico. Na infância, são seis salas de actividades compreendidas entre a idade de berçário e os cinco anos. Há ainda sala polivalente para diversas actividades com as crianças e diversas salas técnicas de apoio, além de um salão para a realização de actividades direccionadas para o público. Para já os espaços são suficientes, mas está prevista a execução de obras para “a reabilitação do edifício que começa a dar sinais de alguma degradação”, diz José Carlos Barroso, presidente da instituição. Para tal, já deu “entrada na Câmara de Guimarães um projecto para aprovação destas obras e um pedido para apoio das mesmas”, divulga. A Casa do Povo emprega 23 funcionários e recebe mensalmente um subsídio da Segurança Social para o seu funcionamento. Em tempos de crise, esta entidade, “como qualquer outra instituição sem fins lucrativos ou empresa privada, sente as adversidades, com as receitas que tendem a diminuir e os custos a manter-se”, compara José Carlos Barroso. Em termos de actividades, a Casa do Povo assinala o Dia do Agricultor que normalmente é realizado no dia da Festa das Cruzes, em par-
ceria com a comissão de festas. Refira-se também o Festival Internacional de Folclore que se realiza anualmente no terceiro sábado do mês de Julho. A somar ao plano de actividades estão as diversas festas ao longo do ano lectivo organizadas pela Creche e Jardim-de-infância, como o Natal, Carnaval e encerramento do ano lectivo, entre outras. Para a Casa do Povo a prioridade é manter o “mesmo nível de qualidade na prestação de serviço aos utentes e fazer um esforço para assegurar os 23 postos de trabalho, além de efectuar as obras que estão previstas”, avança José Carlos Barroso. Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo O Grupo Folclórico assegura a vertente cultural da Casa do Povo, levando o nome da instituição às diversas localidades onde se desloca. O Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo foi fundado em Dezembro de 1980, tendo iniciado a sua actividade em 1981. Hoje, este grupo representa-se com os trajes do baixo Minho, mais propriamente trajes de Guimarães, sendo estes de luxo, de festa, de domingo, de feira, de trabalho e de campo. No que respeita aos instrumentos, destaque para as concertinas, violas braguesas, cavaquinhos, violões, flauta travessa, bombo romeiro e ferrinhos. pub.
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Direcção pretende sair este Verão
GD Serzedelo pede mais apoio O Grupo Desportivo de Serzedelo existe oficialmente desde 1967 e do município de Guimarães é a terceira colectividade mais carismática em competições nacionais, logo a seguir ao Vitória de Guimarães e ao Moreirense. O GD de Serzedelo é dirigido por um padre. Justamente. É o padre José António Antunes que está a gerir os destinos da colectividade. A história não é complexa, é até bastante simples. “Sendo pároco de Serzedelo desde 1984 até 2000, é evidente que a vertente desportiva era um dos aspectos a ter em conta na minha acção pastoral. E essa foi a razão. Agora que estou em Guimarães desde 2000 fui desafiado por alguém que muito gosta do Serzedelo a quem não podia dizer que não e aqui estou”, conta José Antunes. O dirigente faz um balanço positivo destes dois mandatos, uma vez que esta direcção conseguiu aquilo a que se propôs a nível desportivo e também no aspecto de infra-estruturas. “É evidente que se houvesse maior apoio das entidades como há noutros concelhos bem próximos de nós, seria mais fácil e far-se-iam mais coisas. Mas somos como somos e é dentro destes limites que temos que balizar o nosso trabalho”, observa. Em termos desportivos, concretamente devido às condições físicas que o Serzedelo possui, a colectividade só pode ter um número reduzido de equipas: seniores, escolinhas e benjamins. A equipa sénior do Serzedelo disputa o Campeonato Nacional da 3ª Divisão da Série B e nesta temporada “ainda espera subir de divisão, sem obsessões, apesar de algumas adversidades”. Quanto aos mais novos, no entender deste responsável é fundamental investir nas camadas
jovens, porque desse investimento podem resultar boas aquisições para o plantel sénior. Financeiramente o clube está estável e nesta temporada espera gastar à volta de 250 mil euros. Mas, a angariação de verbas tem sido difícil. “Todos nós estamos a par da situação económica. E é evidente que as pessoas e empresas que nos ajudavam em anos anteriores, se nos ajudam agora é em muito menor número. Os sócios também comparticipam com as suas cotas”, aponta o dirigente. Neste momento, o Serzedelo conta com perto de 300 sócios pagantes. Um número “insignificante” para a vila. José Antunes declara mesmo que as pessoas querem um clube, mas para ajudar que pub.
venham os outros: “a direcção que resolva, mas isto vai ter um fim. Porque quem está agora na direção não é eterno. E é necessário que pessoas de Serzedelo, que gostam do clube dêem o passo em frente e apresentem as suas propostas porque o mandato desta direção termina no próximo Junho. Espero que haja pessoas e eu sei que há que, com o seu dinamismo, possam fazer mais do que nós pelo clube da sua terra”. Colec tividad e ped e mais ate nção da C âmara de Guimarães No plano das infra-estruturas, a colectividade mostra-se atenta ao que é preciso fazer e tem deitado mãos à obra para melhorar o parque desportivo. Ainda recentemente teve que fazer obras exigi-
das pela Federação Portuguesa de Futebol, tais como, gabinete para o controle antidoping, gabinete médico, casa-debanho para os espectadores. “Para isto contamos com a Câmara de Guimarães a quem vamos entregar o orçamento das obras realizadas para que, como outros clubes com menos visibilidade que o Serzedelo, sejamos ajudados no custo das obras. Isso esperamos com toda a convicção”, avança. Este responsável espera, aliás, que o município vimaranense olhe mais para esta colectividade. “Penso que é de justiça. Nada pedimos como privilégio”, diz. José Antunes revela que o sonho era que o Serzedelo tivesse um complexo desportivo, mas não há muito a fazer quando quem tem os terrenos não os disponibiliza. Aliás, o dirigente vai mais longe e acredita mesmo que Serzedelo é uma terra que precisa “de um abanão muito forte neste campo”. E explica: “cada um mete-se na sua vida e por isso pode-se fazer muito pouco. Precisa-se de sangue novo se calhar. Quem está na direcção, se calhar está cansado e não terá capacidade para motivar as pessoas neste sentido”, considera. As eleições para os novos corpos sociais decorrerão em Junho/Julho de 2012. José Antunes assume que não poderá continuar como presidente. “Ajudar sempre, mas tenho muitas ocupações e não posso dispersar-me com mais trabalhos exigentes”, justifica. Sem dramas, o presidente garante que se está em Serzedelo é porque quer. “Ninguém me obrigou. Se tenho sacrifícios também já o sabia. Mas chega sempre uma hora que temos de dar lugar a outros, porventura mais capazes do que eu”. pub.
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Agrupamento celebra 60 anos em 2012 e pede uma prenda especial
Escuteiros querem ficar na escola primária “Não procuramos divisas, nem galões, queremos ver os escuteiros bem dispostos e bem sucedidos”, é assim que Eusébio Lemos encara a sua missão como chefe de agrupamento de escuteiros de Serzedelo, cargo que ocupa há cerca de um ano. Apesar de considerar que não é fácil “comandar homens”, tudo é compensado pela qualidade imprimida ao agrupamento. “Encaro esta responsabilidade com muito respeito e atenção”, garante. O agrupamento de Serzedelo assinala no próximo ano, em Setembro, 60 anos de existência. São, no entender de Eusébio Lemos, ligado ao escutismo há 26 anos, “décadas positivas”. “Os momentos menos bons são totalmente superados pelos mais positivos. Pelas provas que os rapazes dão, vale a pena existir o escutismo em qualquer parte do mundo, é fundamental essa existência para que se fomente o convívio entre os jovens e a troca de experiências”, defende. Estão no agrupamento de Serzedelo 70 elementos. Um efectivo que não é diferente de anos anteriores. “Sempre estivemos entre os 70 e 80 escuteiros, chegando em alguns anos aos 90”, contabiliza, acrescentando que “nunca houve uma fraqueza”. “Poderíamos ter mais pessoas, mas hoje é complicado, porque sendo o escutismo um movimento da igreja católica, só poderemos ter elementos vocacionados para a igreja. Pelo número de jovens na paróquia e pelas crianças na catequese não estamos mal”. No campo das actividades, Eusébio Lemos destaca que cada secção tem uma motivação: os Lobitos, a Grande Caçada; Exploradores, a Grande Aventura; Pioneiros, o Empreendimento; e os Caminheiros, a Grande Caminhada. Além destas, destaque ainda para outras grandes iniciativas do escutismo, como o ACANAC, o Acampamento Nacional de Escuteiros, que se vai realizar no próximo ano, em Agosto, e onde estarão os escuteiros de Serzedelo. A somar a estas participações, é também habitual ver o agrupamento nas festas religiosas da freguesia, como a conhecida Festa das Cruzes. Actualmente, os escuteiros trabalham na
escola primária do Calvário, dado que o estabelecimento de ensino está encerrado. Isto, porque o salão em que trabalhavam está a sofrer remodelações. Mas, a verdade é que, apesar de provisória, os escuteiros gostavam de ficar, definitivamente, na escola. “Com o salão remodelado, em princípio teremos de sair, mas a vontade é mesmo continuar aqui na escola. Temos um espaço verde e é melhor do que estarmos dentro de uma sede com quatro paredes”, justifica Eusébio Lemos. “Era a melhor notícia que poderíamos receber no nosso aniversário”, revela. Em termos financeiros, os escuteiros de Serzedelo vão angariando alguma verba através da sua cantina. Ou seja, todos os fins-desemana fazem alguns petiscos para vender. “A população colabora e faz os pedidos. Não é muito, porque atravessamos tempos difíceis, mas temos de lutar, porque se não fizermos nada, nada conseguimos”, diz. Para além de ficar na antiga escola primária, isto no plano material, Eusébio Lemos deseja para o futuro que a “sociedade repare bem naquilo que os escuteiros fazem”. Aos escuteiros pede que sejam um exemplo e não um civil como outros. “Devem destacar-se pela sua formação e o meu grande objectivo é precisamente dar mais formação aos dirigentes para eles terem capacidade para transmitir isso aos rapazes”.
Fundadores do agrupamento 84:
Padre Manuel Dias Salgado; Chefe João da Costa Abreu.
Chefes que os sucederam:
Chefe José Gonçalves dos Santos; Chefe Bernardino Cunha Guimarães; Chefe Joaquim Alberto da Silva Pereira; Chefe Manuel Eusébio Alves Lemos (actual).
Associação desenvolve várias actividades ao longo do ano
CEAJ trabalha para os jovens O Centro de Entretenimento e Apoio à Juventude (CEAJ), em Serzedelo, foi fundado a 8 de Julho de 1998 e tem, tal como no passado, o objectivo de organizar e realizar actividades lúdico-culturais com vista a dinamizar a freguesia de Serzedelo tendo como especiais destinatários os jovens. O CEAJ realiza actividades que se prolongam durante todo o ano, como as aulas de aeróbica e dança, com aulas semanais, e outras como o Dia da Mulher, a Festa de Natal ou a Semana da Juventude que são anuais. Actualmente, o Centro ocupa a antiga escola da Portelinha. “Esta parceria com a Câmara de Guimarães foi muito positiva para a associação na medida em que para além de termos um espaço que é nosso, tornamonos mais independentes para a realização das nossas actividades”, explica Carlos Cidade, responsável pela associação. Concretamente, as
aulas de dança e aeróbica, que antigamente eram realizadas no anfiteatro da Casa do Povo de Serzedelo, são agora realizadas numa das salas da sede, que foi remodelada para esse efeito. Por outro lado, o espaço envolvente permite a realização de diversas actividades. Questionado sobre a importância do trabalho do CEAJ, Carlos Cidade sublinha o dinamismo a nível cultural e recreativo num “meio pequeno como Serzedelo, onde carecem infra-estruturas e entidades dinamizadoras para a população mais jovem”. Em segundo, o responsável frisa a valorização de conceitos como a entreajuda, companheirismo, amizade, responsabilidade, associativismo. “Num tempo em que as relações directas são cada vez mais deixadas para segundo plano, onde o facebook substituiu os amigos e a playstation veio substituir as brincadeiras de rua, faz
todo o sentido a existência de uma associação que dinamize os jovens e lhes proporcione outro tipo de vivências que não as passadas dentro das quatro paredes das suas casas”, defende. O CEAJ conta com 100 sócios, de todas as idades, mas tenciona dilatar esse número e ao mesmo tempo renovar o conceito de associado. “Pretendemos criar um novo cartão de sócio que possa trazer vantagens, desde descontos nas nossas actividades, quer em parcerias com o comércio e outras entidades locais. Desejamos também aumentar o grupo de trabalho da associação. Queremos chamar mais jovens a participar na organização das actividades”, anuncia. Em breve, outro dos projectos a concretizar será a recolha de bens para ajudar as famílias carenciadas da freguesia de Serzedelo, embora a ideia esteja ainda numa fase embrionária.
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Centro Social e Cultural de Riba de Ave Instituição Particular de Solidariedade Social
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO CENTRO SOCIAL E CULTURAL DE RIBA DE AVE
17 de Novembro de 2011, pelas 20.30 horas
CONVOCATÓRIA Ao abrigo do Artigo 15º dos Estatutos, convoco os associados do Centro Social e Cultural de Riba de Ave para uma Assembleia Geral Ordinária, a ter lugar no dia 17 de Novembro de 2011, pelas 20.30 horas, nas instalações da Instituição, e com a seguinte ordem de trabalhos: 1) Apreciar e votar o Plano de Actividades para 2012; 2) Apreciar e votar o Orçamento para 2012; 3) Outros assuntos de interesse para a Associação; Nota: Se à hora marcada nesta Convocatória não estiverem presentes mais de metade dos Associados no pleno gozo dos seus direitos, a Assembleia reunirá uma hora depois com qualquer número de Associados. Riba de Ave, 25 de Outubro de 2011 O Presidente da Assembleia Geral José Manuel Soares Cerqueira (Dr.)