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Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher, 8 de Março

Simplesmente… mulher

No próximo dia 8 de Março assinala-se o Dia Internacional da Mulher. Recorde-se que neste dia, em 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando aquele local para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, deflagrou um incêndio, acabando por morrer queimadas. Já em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como o “Dia Internacional da Mulher”. Com a celebração desta data pretende-se chamar a atenção para o papel

da mulher, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos. Uma mulher, não por lei, mas sobretudo por vontade própria, tem conquistado ao longo dos anos o direito ao trabalho, à liberdade de escolha, à segurança, à saúde, ao ensino e à participação política. Na União Europeia, Portugal está entre os países que apresentam uma grande participação feminina na actividade profissional a tempo inteiro, o que implica trabalhar muito. Porém, ainda hoje, as mulheres têm uma remuneração média 20 por cento inferior aos homens, indicou recentemente a central sindical CGTP. A remuneração média mensal das mulheres é de 831 euros, enquanto nos homens sobe para 1.024 euros.

A somar a isto, a falta de infraestruturas de apoio à família obriga, por exemplo, a mulher a trabalhar mais 16 horas por semana, em trabalho não remunerado, de apoio à família. Além da esfera profissional, na vida privada e familiar, a mulher assume um papel importantíssimo. A maior parte das mulheres levantase cedo, veste os miúdos e prepara o pequeno-almoço para a família, vai trabalhar, volta a casa, dá banho aos miúdos, prepara o jantar, cuida das roupas, prepara as mochilas dos filhos e no fim ainda tem forças para cuidar de si. Ser mulher é fácil? Não. Mas, a maior parte das mulheres gosta de o ser, porque, no fundo, os desafios são diários. Apesar de serem super activas, as mulheres, tenham a idade que tiverem, não devem deixar de cuidar de si. Porque, apesar de estarem sempre atentas aos outros, nenhuma mulher deve abdicar de ter tempo para si e para fazer o que mais gosta. Afinal, como diz o anúncio: “se não gostarmos de nós, quem gostará?”. Não há o certo e o errado. O importante é que cada mulher se sinta feliz da forma que entender, mas valorizar-se será um boa forma de começar.

Tendências para os meses quentes Coco Chanel disse que “não há mulheres feias, há mulheres preguiçosas”. Por isso, todas as mulheres devem cuidar de si para assim potenciar as suas qualidades e esconder os pequenos defeitozinhos. Para elas, fica aqui o que se vai usar na próxima estação Primavera/Verão. Pastéis: os tons pastéis são uma das grandes tendências da estação. Principalmente em tons de rosa, azul, amarelo e laranja. Já são várias as campanhas e as marcas a mostrarem esta tendência, que desfilou em diferentes passareles como: Louis Vuitton, Chanel, Dior, Vera Wang e Prada, entre outros. Esta tendência vem suavizar um pouco a cor, que continua em voga, mas que é suavizada com o recurso a tons pastéis. Floral: O estampado floral veio em força e complementado pelos tons pastéis. Este padrão pode ser encontrado num padrão maior ou mais pequeno. Para dar um toque de irreverência a esta tendência romântica misture com riscas ou tons néon. Branco total: O verão é a melhor altura para usar esta cor, devido ao tom bronzeado que a pele ganha, apesar de esta tendência ter ganho força na

estação passada, com recurso ao pêlo. Assimetrias: as assimetrias vão estar em vestidos, blusas ou cardigans. Também faz parte da tendência o velho ‘mullet’, o modelo mais curto à frente e mais cumprido atrás. A assimetria pode ser conseguida através de tamanhos diferentes, decote diferenciado, mangas ou drapeado só de um lado, a parte de trás da saia ou vestido maior que a parte da frente, entre outros. Estas assimetrias são normalmente feitas em tecidos mais leves e fluidos. Néon: esta é outra das cores tendência da Primavera/Verão que vai poder usar e abusar: em roupas, sapatos, malas e até mesmo em batons e vernizes. A febre das cores ácidas volta à tona para a moda feminina e também para a masculina, oferecendo a possibilidade de roupas muito criativas para o dia-a-dia. Padrões: continuam em voga nesta estação, principalmente os padrões gráficos. No entanto continuam os padrões animais, principalmente o cobra, as riscas e as bolas. Os padrões com efeito tingido também voltam nesta estação, com inspiração na fase hippie dos anos 70.

Preto e Branco: é quase uma tendência intemporal. Nesta estação volta com algumas nuances, pois ficará perfeita para combinar com os tons néon ou apenas para um look dominó total. Anos 20: a grande novidade é a introdução de alguns detalhes vindos diretamente dos anos 20. Os estilistas mostram-nos vestidos de corte reto e cintura descaída e muitas franjas e plumas. Nos acessórios, as referências vêm do Art Déco com as formas geométricas e brilhos discretos. Mistura de tendências: o melhor da moda é que nada é demasiado rígido e as próprias tendências já definidas podem misturar-se e dar origem a novas tendências. Os pastéis casam na perfeição com o floral, ou também podem ajudar a suavizar a cor, que continua em voga, mas com a introdução de elementos mais suaves. O preto e branco faz um contraste excecional com os tons néon, que por sua vez são perfeitos aliados dos padrões gráficos. Os padrões não se cingem apenas aos gráficos, passando muito pelo étnico. Na moda o que conta mesmo é pôr a imaginação à solta e reinventar. pub


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pública: 29 de Fevereiro de 2o12

especial pub

Mulheres especiais Para este Especial conversámos com algumas mulheres que se distinguem em várias áreas. Ficámos a saber como é o seu dia-a-dia, como gerem elas a sua vida profissional e pessoal. Colocamos as questões e elas responderam….de coração aberto. Haveria muitas outras mulheres para aqui distinguir, com certeza, mas estas terão muito em comum com outras mulheres, conhecidas ou anónimas.

Fernanda Costa Intenso e activo. É assim o dia da empresária Fernanda Costa, com 70 anos, que é também esposa de Armindo Costa, presidente da Câmara de Famalicão. Fernanda Costa desdobrase entre os compromissos familiares e profissionais, não descurando as funções que desempenha como provedora do doente do Hospital de Famalicão e como presidente da Universidade Sénior de Famalicão. Fernanda Costa sempre dedicou muito tempo à família nos momentos mais necessários e importantes para todos. “Posteriormente e por força das circunstâncias, quando o meu marido assumiu a presidência da Câmara tive de assumir a direcção das empresas da família”, revela. À semelhança de muitas outras mulheres, o percurso de Fernanda Costa apresentou-lhe dificuldades. “Quando assumimos um caminho e iniciamos o seu percurso, temos de estar preparados para as pedras que surgem. Os momentos difíceis são inevitáveis, mas a nossa determinação tem que ter força suficiente para superar os imponderáveis e inclusivamente os assimilar como parte do processo”, sustenta. Questionada sobre o seu papel como es-

posa do presidente da Câmara, Fernanda Costa responde que “não é fácil”, porque “muito tempo que era suposto ser dedicado à família é dado à causa pública”. Tendo como maior concretização como mulher a maternidade, Fernanda Costa mostra orgulho na família que tem. Apesar de não gostar de falar de si, diz que se sente muito bem com o que conquistou. De resto, os planos para o futuro são despretensiosos: “viver feliz”. “O que me faz feliz é estar bem comigo própria, com família e com os amigos. Senti-los bem”.

Ana Azevedo pub

É uma administrativa com uma paixão imensurável pelo futebol. Na verdade, Ana Azevedo está entre as melhores jogadoras de futsal do mundo. A capitã do FC Vermoim, de 26 anos, foi nomeada para o prémio de Melhor Jogadora do Mundo de 2011 do prestigiado ‘Futsal Planet’. A sua excelente prestação como jogadora, inclusive ao serviço da selecção nacional, foi decisiva para esta nomeação. Não conseguiu o título, mas para si este foi um momento muito positivo. “Considero-me uma pessoa com sorte, mas que trabalhou muito para chegar onde estou. Por vezes o difícil

não é chegar à posição de destaque, mas manter essa mesma posição”, defende. Ana Azevedo afirma que não faz planos para o futuro, preferindo trabalhar o presente para que o futuro traga felicidade quer a nível pessoal, profissional e desportivo. Precisamente no desporto, Ana Azevedo sonha ser campeã do mundo pela selecção nacional feminina de futsal e campeã nacional pelo FC Vermoim. Aliás, Ana Azevedo acredita que uma das maiores concretizações como mulher foi ter “ajudado no reconhecimento de uma modalidade até aqui desconhecida na vertente feminina, o futsal feminino”. A par do futsal, Ana Azevedo diz que a felicidade vem das “sobrinhas, do amor, da família, do trabalho”. Como mulher que é, Ana Azevedo deixa uma palavra para a mãe que admira, “por todo o esforço que fez ao longo dos anos, lutando contra as diversas adversidades para que eu e os meus irmãos pudéssemos ter uma educação e as melhores perspectivas profissionais”. Se lhe perguntarem sobre a sua filosofia de vida, ela responde: “a persistência e o trabalho são o melhor caminho para a realização dos nossos sonhos”. pub


especial

pública: 29 de Fevereiro de 2012 13

Maria do Céu Camposinhos É professora e concertista. Com 41 anos, para Maria do Céu Camposinhos, a maior concretização da sua vida é ser mãe, além, claro, da sua realização profissional. Por isso mesmo, o seu dia começa cedo para levar a sua filha à escola e depois vai estudar antes de começar a dar aulas. Tem por hábito almoçar num restaurante macrobiótico onde encontra vários amigos e ao final da tarde volta à escola para buscar a filha, de quem está ao dispor até à hora de se ir deitar. Porque gosta de ter momentos de recolhimento, Maria do Céu Camposinhos pratica yoga com regularidade e também Reiki. A música sempre esteve no centro da sua vida. Nasceu em Moçambique e aos dez anos ingressou na Escola de música Calouste Gulbenkian em Braga. Aos 13 anos tornou-se Discípula de Helena de Sá e Costa, com quem estudou durante dez anos. Completou os seus estudos na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo no Porto e posteriormente na Alemanha, na Escola Superior de Música de Freiburg, onde concluiu em 1996 os estudos de pós-graduação em Piano. Maria do Céu Camposinhos começa por explicar que é preciso ser muito perseverante, ter disciplina e espírito de sacrifício para atingir as metas a que nos propomos. “Na adolescência tive que estudar muito

para conciliar os estudos regulares com os estudos musicais. Ainda hoje agradeço aos meus pais todo o apoio que me prestaram, sem isso seria talvez impossível”, recorda. Para a concertista e professora, a felicidade está nas coisas simples: “brincar com a minha filha, o que faço diariamente, viajar, ouvir música, tocar piano, ou melhor, os alemães têm um verbo específico que é ‘musicar’, ir à praia, ler, ajudar as pessoas a ultrapassar as suas dificuldades e estar com amigos”, elenca. Sobre si, Maria do Céu Camposinhos prefere não falar de qualidades, mas antes de características. “Sou uma pessoa genuinamente verdadeira, metódica, paciente, perseverante e pacífica”. Quanto aos defeitos, afirma que é obstinada: “deve ser do meu ascendente em Touro. Por vezes causa-me alguns problemas, mas como tenho consciência disso, acabo por conseguir ver as coisas por outros ângulos”, confessa. Interrogada sobre o futuro, Maria do Céu Camposinhos responde: “quero dar mais recitais a solo e de música de câmara, orientar mais cursos de aperfeiçoamento pianístico, iniciar pessoas no Reiki e ter uma pequena estufa hidropónica em casa… e conhecer Florença”. pub

Lígia Santos

O nome não é estranho, porque um programa de televisão acabou por tornar o nome desta mulher nacionalmente conhecido. Lígia Santos foi eleita a primeira Masterchef portuguesa. Tem 33 anos e é engenheira civil, mas acabou mesmo por ser a melhor chef entre mais de 6 mil concorrentes. Lígia Santos fez a sua formação em Engenharia Civil de uma forma irrepreensível e quando terminou o curso iniciou a sua actividade, como engenheira, durante 10 anos. Mas, depois da vitória no concurso da RTP, as actividades ligadas à gastronomia falaram mais alto. “O percurso como engenheira civil está de momento estagnado para poder desenvolver todas estas vertentes gastronómicas que sempre me acompanharam de uma forma lúdica”, conta. Depois de ter decidido mudar de vida, o dia-a-dia de Lígia Santos é hoje diferente. Se antes era preenchido à volta da engenharia civil, hoje gira à volta de workshops, no Club masterCOOK (www.clubmatercook.com), showcookings de cozinha, promoção e desenvolvimento de práticas de agricultura biológica e eventos gastronómicos. Apesar de tantas actividades e convites, Lígia Santos não considera que hoje tenha uma posição de destaque. Entende, antes, que há “determinadas circunstâncias que permitem reconsiderarmos o nosso percurso e trabalhálo da melhor forma”. Depois da mudança profunda na sua vida, Lígia Santos pretende continuar a apostar naquilo em que acredita. “Quero continuar a desenvolver o Club, incentivar a população em geral e inovar na cozinha, privilegiando sempre que possível os produtos nacionais. Gostava também de desenvolver pequenas hortas domésticas para contribuir para um desenvolvimento sustentável da sociedade”, divulga. Esta mulher apaixonada pela cozinha diz que é feliz quando contribui para o bem-estar das pessoas. “Quando faço alguém sentir-se bem”, afirma. E apesar da sua inquietude, foi uma mulher que foi capaz de mudar e concretizar o seu sonho.


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