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Augusto Pinto, presidente do DECA
“Falta-nos sorte e experiência” O Desportivo e Cultural Arnoso de Santa Maria (DECA) ocupa o penúltimo lugar da 2ª divisão distrital da Associação de Futebol de Braga, séria A. Na verdade, esta 12ª posição não era a desejada pela direção. “Sabíamos que íamos ter dificuldades, porque era uma equipa nova, mas efetivamente estávamos a pensar nos lugares cimeiros”, admite Augusto Pinto, presidente do Arnoso. Questionado sobre o que tem falhado, o dirigente fala numa “pontinha de sorte e de experiência”. “O plantel é bastante jovem e em alguns jogos em que era necessário alguma matreirice não a tivemos”, diz. Augusto Pinto considera que os pontos na tabela não são reveladores da qualidade do plantel do DECA. “Temos feito excelentes jogos, eliminámos na Taça algumas equipas da 1ª divisão e fizemos bons resultados, mas há determinados jogos em que nos falta algo”, afirma. pub
Com o início da segunda volta, o responsável máximo espera que a equipa alcance melhores resultados. “Iremos fazer bastante melhor, sem dúvida… ainda não está tudo perdido”. Sobre a gestão do clube de Arnoso Santa Maria, Augusto Pinto confessa que financeiramente as coisas não estão bem. “Não vamos negar, estamos como o país, vamos sobrevivendo e inventando soluções de forma a levarmos isto a bom porto”, afirma, revelando que a coletividade conta com alguns apoios. “Infelizmente nota-se que há menos sócios pagantes, que a freguesia está algo afastada do clube, não sabemos porquê… há uma ausência de apoio relativamente a épocas anteriores”, acrescenta. Mesmo contando com um novo piso sintético, Augusto Pinto revela que tal não contribuiu para a proximidade das pessoas à coletividade. “Penso que se um dia mais tarde, esta direção ou outra, que se sature e não consiga trabalhar, depois de fazer os possíveis e impossíveis, colocar um cadeado no portão, muitos irão questionar-se por que razão tal aconteceu…a verdade é que nós, direção, sentimo-nos pouco apoiados pela freguesia”, desabafa. Apesar das contrariedades, motivo de satisfação é o trabalho que tem sido feito junto dos atletas mais novos. “Temos trabalhado bastante bem e temos equipas em todos os escalões a competir na AFB”, afirma, revelando que “há alguns jogadores que já despertaram o interesse de outros clubes… temos tido alegrias”.
Tiago Velho, treinador do DECA
“Os resultados irão aparecer”
A assumir o comando técnico do Desportivo e Cultural Arnoso de Santa Maria (DECA) está Tiago Velho, a quem a atual posição na tabela classificativa não encanta. “Não era isto que estava à espera, houve muitos contratempos na primeira volta, agora espero que esta segunda volta seja um novo começo, estou confiante que as coisas vão mudar”, afirma. Apesar dos resultados pouco favoráveis, Tiago Velho diz que a equipa deu boas mostras em campo, “não ficando nada atrás das outras equipas da tabela no estilo de jogo e da forma organizativa que está em campo, mas faltou a sorte, o fator ‘x’ que faz com que as coisas mudem”. É, assim, com grande esperança que o treinador do DECA diz que será nesta nova fase que a equipa irá mostrar o seu real valor. “Temos muitos jogadores jovens, com muita qualidade, que irão sobressair na segunda volta”, deseja. Na perspetiva de Tiago Velho, a equipa tem reagido e treinado bem, apresentando níveis de confiança elevados, com jogadores empenhados e motivados. “Vamos trabalhar para alcançar vitórias e acredito que a equipa vai fazer uma excelente segunda volta”, afirma. “O individual só sobressai se o co-
letivo estiver em sintonia e coeso e todos têm compreendido isso”, garante. Tiago Velho foi quem escolheu os nomes que integram o plantel da equipa de Arnoso Santa Maria, por isso entende que a atual classificação é totalmente da sua responsabilidade. Sobre as próximas jornadas, o técnico promete continuar o caminho traçado, não alterando em nada aquilo que foi estipulado no início da época. “Os resultados, mais cedo ou mais, terão de aparecer”, defende. Conhecedor desta divisão da Associação de Futebol de Braga, Tiago Velho tem consciência de que muitas equipas se reforçaram e que até têm mais posses que o DECA, chegando a pagar ordenados, contudo acredita que não é “o dinheiro que faz os plantéis, mas a raça, a dedicação e o empenho”. No que respeita às condições apresentadas pela associação de Arnoso, Tiago Velho diz que não “se pode pedir mais”, elogiando as pessoas que dirigem o clube. “São incansáveis, mostram um apoio incondicional… pensei em abandonar a equipa, mas a direção não me deixou… se confiam no teu trabalho, as coisas acabarão por acontecer”.
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Desportivo e Cultural de Arnoso Sta Maria
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especial
Eduardo Sá, presidente do Grupo Desportivo Lagense
Sérgio Ribeiro, treinador do Grupo Desportivo Lagense
“Queremos o melhor campeonato possível”
“Espero um pouco mais de cada atleta, pois temos valor”
O Grupo Desportivo Lagense está na 8ª posição da Associação Futebol de Braga, com 16 pontos. Depois de afastado, por vontade própria, dos campeonatos regionais, a equipa da Lage, em Calendário, sob a direção de Eduardo Sá, volta a competir na As-
sociação de Futebol de Braga, na 2ª divisão distrital, série A. Não estar nos primeiros lugares da tabela não é algo que preocupe o GD Lagense. “O nosso objetivo foi sempre tentar fazer o melhor campeonato possível. Não pedimos nada aos jogadores, pedimos apenas o que puderem dar”, afirma o presidente Eduardo Sá. Para esta direção o objetivo era, justamente, ter uma equipa sénior e o essencial é, para já, que “todos se sintam bem no clube”. Tranquilo é este o campeonato desejado pelo Lagense, algo que não será difícil, uma vez que neste campeonato não há descidas de divisão das equipas. “Jogamos mais pela competição”, justifica o dirigente. Eduardo Sá fala de uma equipa “nova e jovem”, em que alguns jogadores jogam mesmo pela primeira vez futebol de 11. Identicamente, a equipa técnica é também “ela muito jovem”, acrescenta. Financeiramente, a coletividade da Lage “encontra-se como outros clubes da regional”. “Hoje em dia, os patrocínios são muito complicados e o clube vive um bocadinho à custa dos poucos sócios pagantes, de alguns patrocinadores e da organização de outras iniciativas”, revela Eduardo Sá, assumindo que “não é fácil” gerir a falta de verba. Alvo de aplausos são as atuais instalações do GD Lagense. “Temos infraestruturas para andarmos nos distritais e no concelho de Famalicão somos um clube conceituado”, descreve o presidente.
O Grupo Desportivo Lagense deveria estar melhor classificado. É esta, pelo menos, a convicção do treinador Sérgio Ribeiro. Questionado sobre a atual classificação na 8ª posição, com 16 pontos em 15 jogos, o técnico da equipa de Calendário, atendendo ao valor de cada elemento do plantel, esperava que a situação fosse outra. “Temos tido algumas adversidades, algumas lesões e expulsões, que criam algum desequilibro na equipa, mas espero, até ao final do campeonato, um pouco mais de cada atleta, porque têm valor para isso”, refere. A direção exigiu à equipa técnica fazer o melhor possível, mas Sérgio Ribeiro assume que o plantel ainda não está no seu auge. Recorde-se que a equipa sénior do Lagense arrancou novamente este ano praticamente de raiz, o que impediu, de alguma forma, trabalhar antecipadamente.
“Ainda conseguimos alguns elementos que queríamos, mas outros já não fomos a tempo”, diz. Em relação a este campeonato, o treinador fala numa disputa “equilibrada”, com algumas equipas a fazerem algumas apostas e que se calhar são as mesmas que estão no topo da tabela, porque, “de facto, têm outras capacidades financeiras”. Nesta segunda volta, Sérgio Ribeiro espera me-
lhor. “Os jogadores têm valor para isso e estão assimilar o que a equipa técnica pretende. Espero mais felicidade no que toca a lesões e expulsões, porque isso tira equilíbrio à equipa”, afirma. No que diz respeito às condições de trabalho, o treinador diz que nestas divisões não se pode exigir muito, mas diz que o Grupo Desportivo Lagense dispõe de boas condições para os atletas fazerem um trabalho “sério e dedicado”. pub
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Grupo Desportivo Lagense
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especial
José Gomes, presidente do Operário Futebol Clube
Rogério Monteiro, treinador do Operário Futebol Clube
“As pessoas estão no clube por carolice” José Gomes é a pessoa que dirige os destinos do Operário Futebol Clube há 27 anos. Quem quiser apurar o crescimento da coletividade terá que visitar as instalações. Mas a obra não vai ficar por aqui, pois a intenção desta direção é fazer uma sala de troféus e um espaço de receção aos convidados, que servirá de sala de reuniões para os órgãos sócios. Neste momento, o clube de Mões, Famalicão, movimenta mais de 200 atletas. “É como uma família grande numa casa pequena, o espaço está bem gerido”, compara. O Operário possui dois campos de relva sintética, três balneários, duas arrecadações e diversos espaços – infraestruturas que custaram muito dinheiro ao clube, que cumpre, atualmente, o prazo de pagamentos ao banco e a particulares. Com o investimento efetuado, a coletividade tem procurado rentabilizar o seu património: “temos o bar que está alugado à exploração, o posto médico, que além nos prestar serviço de enfermagem a todos os nossos atle-
tas, ainda nos paga uma renda; alugamos ainda o campo pequeno”, elenca o dirigente, contabilizando muitas despesas para o funcionamento do espaço desportivo. “Só de luz são 1.800 euros de dois em dois meses”, destaca, acrescentando que é necessário uma “alta gestão financeira”. O Operário Futebol Clube é reconhecido pela sua boa organização. José Gomes explica que em situações mais complexas, a prioridade é manter a calma, porque o que está em causa é o clube. Mas o dirigente admite que não é fácil a sua tarefa equiparandose a um cozinheiro que “faz
boas omeletas com poucos ovos”. “Temos gerido bem, dentro do possível e das dificuldades inerentes à atividade que temos”, afirma, frisando a importante ajuda de amigos e da Câmara, a par de outras entidades. No plano desportivo, José Gomes aponta a subida à 1ª divisão como um objetivo que gostava de cumprir, admitindo, porém, que muitas outras equipas estarão melhor preparadas. “Temos um plantel jovem, mas não podemos exigir, porque todas as pessoas estão aqui por carolice”, diz, considerando positiva a atual classificação no 5º lugar.
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“O objetivo inicial nunca foi a subida” Rogério Monteiro é o treinador da equipa do Operário Futebol Clube, que disputa a 2ª divisão distrital da Associação de Futebol de Braga (AFB) e que está atualmente na 5ª posição, com 25 pontos. Andar mais próximo dos primeiros lugares da tabela e das equipas da linha da frente foi, desde sempre, o plano determinado para esta época. “O objetivo inicial nunca foi a subida, foi fazermos o melhor e termos sempre uma boa prestação, se possível andar nos lugares cimeiros”, afirma Rogério Monteiro. O plantel está, segundo o técnico, “a corresponder às expectativas”, mas declara que a prioridade é alcançar mais vitórias neste campeonato. “Durante a época vamonos adaptando à classificação e vamos lutando sempre para chegarmos mais acima”. Rogério Monteiro diz, sinceramente, que desejava mais no que respeita à classificação, porque “há qualidade na equipa para isso”. “Estamos a começar a segunda volta e acreditamos que poderemos fazer melhor do que na primeira”, aponta. O treinador olha para esta divisão da AFB como equilibrada: “há equipas que estão menos bem classificadas, o que não corresponde à sua qualidade… todos os jogos são difíceis”. Tendo em conta que o Operário é uma estrutura de formação, a equipa sénior vai absorvendo alguns jogadores oriundos dos juniores. “É evidente que não podemos ficar com todos os juniores, porque o escalão sé-
nior vai dos 18 aos 30 e tal anos”, justifica o técnico e também diretor do clube, apontando que o atual plantel é constituído justamente com esses jogadores, mais um ou outro que vem de fora “para dar mais qualidade ao grupo”. No Operário Futebol Clube, as condições são as “ideais”. “É evidente que para gerir um plantel em que não há contrapartidas financeiras a ninguém é mais difícil, porque os jogadores assumem compromissos e até têm gastos, como em combustível… mas quem vem para o Operário sabe a forma como esta coletividade funciona”. pub
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Operรกrio Futebol Clube
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