Joana Lima, presidente da Câmara Municipal da Trofa
“O endividamento que herdámos impõe que se façam as escolhas certas” Eleita pelo PS em 2009, Joana Lima está a meses do fim do seu primeiro mandato como presidente da Câmara Municipal da Trofa. A autarca, que se volta a recandidatar, faz um balanço positivo destes quatro anos, falando numa gestão autárquica de rigor, mas investindo para que a Trofa seja um concelho de referência no futuro.
praça em frente à Capela Nossa Senhora das Dores, dignificando aquele espaço e criando uma nova área de usufruto para toda a população. A crise implicou muitos cortes nas grandes obras, mas também afeta muitas famílias. De que forma é que a Câmara da Trofa tem auxiliado as pessoas? Face à grave crise que afeta cada vez mais famílias, o nosso desejo mais profundo seria podermos ajudar todos aqueles que vivem em situações de dificuldade. Temos tentado negociar o aumento das verbas disponíveis para os subsídios ao arrendamento, junto da Administração Regional e junto do Governo, e a verdade é que este nosso esforço de negociação não tem sido fácil, mas estamos confiantes. Estamos a preparar uma plataforma digital intitulada Trofa Solidária, que será lançada em breve, e que vai reunir todos os recursos disponíveis no concelho, de forma a agilizar procedimentos e a otimizar meios.
Sofifiaa Abreu Silva Quando se candidatou disse que seria uma candidatura de mudança. De que forma é que essa promessa se concretizou ao longo deste primeiro mandato? É com a consciência de dever cumprido que consideramos que concretizámos a promessa de mudança. Encetámos um novo rumo de gestão autárquica e de investimento em novembro de 2009, criando condições para que a Trofa seja hoje um concelho que tem bases sólidas e estruturadas de crescimento e de desenvolvimento. Apostámos na redução de 50% nas taxas de ligação das condutas de saneamento básico. Instituímos um rigor absoluto na gestão financeira da Câmara, diminuindo drasticamente as despesas e reorganizando e reestruturando o investimento, priorizando algumas áreas como a educação ou a ação social. Apostámos numa agenda cultural e desportiva dinâmica e eclética, garantindo eventos e iniciativas de grande qualidade. Na área da educação, desenvolvemos um investimento sem precedentes, lançando inúmeros projetos inovadores, como a oferta de manuais escolares gratuitos a todas as crianças do 1º ciclo. Arrancámos com o Projeto Educativo Municipal, criámos o Projeto Muito+ de reutilização de livros, iniciámos a Reformulação da Carta Educativa e renegociámos, com claros benefícios para a Trofa, a requalificação profunda de vários centros escolares, no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários no valor de 7,5 milhões de euros. Inaugurámos as Escolas Básicas e Jardins de Infância de Querelêdo em Covelas, de Paradela e Paranho em S. Martinho de Bougado e de Estação na freguesia do Muro. Demos um novo impulso às políticas de juventude, criando o Conselho Municipal da Juventude e lançando o projeto inovador e pioneiro do Orçamento Participativo Jovem da Trofa. No campo do planeamento do território, aprovámos e publicámos o Plano Diretor Municipal. Está ainda em curso a requalificação dos parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, no valor de mais de 7,5 milhões de euros . E em paralelo temos também no terreno, a bom ritmo, a construção do Parque das Azenhas, o parque natural que a Trofa merece e reivindica, num esforço financeiro de 3 milhões de euros, comparticipado em 85% por fundos comunitários e através da qual vamos ganhar um espaço privilegiado de contacto e
usufruto com a natureza e o rio, de mais de dada a situação financeira difícil do país, e, por outro, marcar um compromisso de arquatro quilómetros. ranque dessa estrada, dando início a este Quais as maiores dificuldades que encon- ciclo de mudança. A primeira fase a constrou neste primeiro mandato? truir de imediato seria o percurso entre o nó As dificuldades que encontrámos são públi- do Jumbo e a zona de Coronado e Barrosa na cas, mas posso destacar, e constatei esta si- Trofa, bem como a área Castelinhos/Lagoa tuação logo que iniciei funções como presi- em Famalicão, que permitirá a ligação à audente da Câmara da Trofa, os prazos toestrada e outro troço crucial seria a ligação extremamente morosos que temos que res- às zonas industriais de Lousado e de Ribeipeitar e que decorrem da legislação e dos rão. A Trofa seria claramente beneficiada com procedimentos obrigatórios, como a Lei dos esta proposta, que prevê a ligação entre o Compromissos ou todos os procedimentos centro da cidade da Trofa, zona da Estação da decorrentes da nossa adesão ao Plano de CP e Lemende, ligando desta forma, o coraApoio à Economia Local que dificultam sis- ção do concelho, ao nó da A3, sem ter que tematicamente projetos e decisões que de- percorrer as estradas nacionais existentes, veriam ser mais céleres. Outro dos grandes EN14 e EN104, libertando, com esta alternaobstáculos foi a muito grave situação finan- tiva, bastante movimento nas referidas vias. ceira com que nos deparamos no nosso município, herdada do anterior executivo e que Espera que seja retomada a ligação do Metro impede que possamos efetuar as obras e os do Porto até 2014? projetos que desejaríamos para o concelho. Como já referi publicamente inúmeras vezes, o Metro da Trofa não está esquecido, nem Recentemente as três autarquias (Famalicão, para mim, enquanto presidente da Câmara, Trofa e Maia) apresentaram uma nova solu- nem para todos os trofenses, que continuam ção ao Governo quanto à variante à Nacional à espera que a justiça seja reposta. O que 14. De que forma é que a concretização desta nos foi comunicado foi que a grave crise fiobra poderá ser benéfica para o concelho nanceira e económica que o país enfrenta trofense? motivou o governo a suspender a concretiPor considerar indiscutível que a construção zação das novas fases do Metro, onde se inda variante vai descongestionar as atuais es- clui a linha da Trofa, logo trata-se apenas de tradas nacionais na Trofa, com benefícios um adiamento, e que o projeto será retoimensos para toda a região, reuni com os mado logo que possível, com caracter prioripresidentes dos municípios de Famalicão e tário. Em paralelo, temos ainda da parte da da Maia, para propor uma solução conjunta, Metro do Porto e do secretário de Estado das mais barata e mais célere ao secretário de Es- Obras Públicas, o compromisso de que estas tado dos Transportes, dado o caracter abso- entidades irão cumprir na íntegra a parte que lutamente prioritário e decisivo da constru- lhes corresponde na empreitada de requalição da Variante à EN14. Esta proposta para ficação e regeneração dos Parques Dr. Lima desenvolver o projeto por troços, no formato Carneiro e Nossa Senhora das Dores, desigum por um, teve como principais objetivos, nadamente a obra de união dos dois parprimeiro a redução do investimento inicial, ques através da construção de uma grande
Quais os projetos que gostaria de concretizar no futuro? Só não conseguimos concretizar ainda o que não dependia diretamente de nós, e mesmo nesses dossiês, como as variantes à EN 14 e EN104 e o Metro, foram dezenas as reuniões e as diligências que desenvolvemos para expor factos e defender posições. Pendente está ainda a construção do edifício emblemático que sonhámos e que queremos para os nossos Paços do Concelho, como um marco identificativo do carácter e do património cultural e histórico da Trofa, mas a grave crise económica nacional e a situação financeira precária da câmara, herdada do passado, não permitiram ainda a concretização deste projeto. Em paralelo, já encetámos diligências no sentido de avançarmos com uma nova candidatura para a construção da segunda fase do Parque das Azenhas entre o Pinheiral em Santiago de Bougado e o lugar do Bicho em Guidões, contemplando a requalificação e otimização de todas as azenhas. Outro dos projetos que gostaríamos de ver concretizado a curto prazo seria o Museu de Arte Sacra. Joana Lima é candidata à presidência da Câmara Municipal da Trofa nas Autárquicas 2013, pelo PS. Porquê a recandidatura? Recandidato-me à Câmara da Trofa pelo retorno positivo que tenho sentido por parte da população e também para dar continuidade ao projeto estratégico que já iniciámos e que idealizámos para o concelho, consolidando a execução de um plano de ajustamento financeiro, assente num trabalho de rigor absoluto, transparência e responsabilidade, que pressupõe a preocupação, não só com o presente, mas também com as gerações futuras.
II
pĂşblica: 23 de maio de 2013
publicidade
especial
pública: 23 de maio de 2013 III
Associação apresenta soluções adequadas e de qualidade
AEBA ajuda na construção do futuro empresarial Criada em Abril de 2000, a AEBA – Associação Empresarial do Baixo Ave é uma entidade de Utilidade Pública. Os 17 empresários fundadores desejaram com este projeto associativo criar uma estrutura capaz de apoiar e representar as empresas e os empresários, dos sectores do comércio, indústria e serviços, provenientes da região denominada de Baixo Ave, abrangendo os concelhos da Trofa, Maia, Santo Tirso, Vila do Conde e Famalicão. Dada a conjuntura económica atual, a AEBA tem vindo a aumentar gradualmente o leque de serviços disponíveis, desenvolvendo serviços de qualidade e sobretudo de grande utilidade para as empresas, que querem uma vantagem efetiva, possibilitando a redução dos custos operacionais. Ao ser associada da AEBA, a empresa passa a beneficiar de apoio administrativo e fiscal; consulta jurídica; consulta médica; medicina no trabalho; envio de informação atualizada sobre o setor de atividade da empresa e de sistema de incentivos existentes; formação profissional; reconhecimento e certificação de competências; licenciamentos; consultoria; auditorias preventivas; apoio na seleção e recrutamento de recursos humanos; benefícios e descontos nas entidades protocoladas com a associação; comunicação e relações públicas; e ainda facilitação de negócios e parcerias através do AEBA Trading e o AEBA International Trading. A AEBA disponibiliza gratuitamente aos seus associados o serviço de Saúde no Tra-
balho, com a realização de exames por entidade devidamente credenciada. Mas, não é tudo. Justamente, pela influência que detém na região em que se insere, a AEBA conseguiu negociar condições privilegiadas com entidades parceiras de diversas áreas, como saúde, banca, seguros, alojamento, restauração, entre outros. Tendo em conta a diversidade de empresas associadas, que atuam em vários setores de atividade, a AEBA construiu o serviço “AEBA Trading”, no sentido de otimizar as sinergias entre as empresas, integrando-as numa rede de negócios, estimulando que comprem e vendam entre si. Isto tem permitido às empresas um acrescento direto no volume de negócios das empresas, que assim conseguem concretizar novos negócios e amplificar as suas vendas. Com o mesmo objetivo, mas num âmbito internacional, a AEBA lançou o serviço AEBA International Trading, com o qual pretende disponibilizar as ferramentas necessárias à exportação e efetiva internacionalização das empresas.
moção de contactos e de reuniões com potenciais importadores, tendo por objetivo o aumento do volume de negócios das empresas no exterior, em resultado do esforço promocional e do aumento da sua competitividade. Os mercados a serem intervencionados serão o México, Brasil, Moçambique, Colômbia, Peru e Gana. É de facto essencial o apoio que a AEBA fornece às empresas associadas na elaboração de candidaturas a financiamentos comunitários, nomeadamente a sistemas de incentivos. Através deste serviço, é possível auxiliar as empresas no enquadramento do respetivo projeto, na definição do plano estratégico e de negócios, na elaboração da candidatura e, sendo esta aprovada, na Projeto Conjunto de Internacionalização Este ano, a AEBA deu início ao projeto con- implementação do projeto. junto de Internacionalização, que visa auFormação gratuita para empresas mentar as exportações e a competitividade No que respeita à formação, a AEBA tem das empresas da região, através da promoção internacional, nomeadamente com a partici- um papel fundamental com o Programa Forpação em feiras internacionais, a realização mação PME. A implementação deste prode estudos e de prospeção de mercado, pro- grama, completamente gratuito para as em-
presas, é feita através da disponibilização, durante um período de 6 a 12 meses, de uma equipa de consultores e formadores, devidamente qualificados para o efeito. O Programa Formação PME procura, no fundo, contribuir para a melhoria da organização e gestão das empresas, através da aplicação de metodologia de formação-ação, que consiste na combinação de ações de consultoria, com a realização de ações de formação profissional, direccionada a colaboradores e chefias. No capítulo da formação profissional, neste momento, a AEBA tem disponível um conjunto de ações de formação modulares em diversas áreas, desde as línguas, organização e manutenção de arquivo, ambiente, segurança, higiene e segurança alimentar, atendimento, comunicação interpessoal, entre muitas outras, que permitem às empresas cumprirem, de forma gratuita, com o requisito legal das 35 horas anuais de formação certificada por colaborador. pub
IV
pública: 23 de maio de 2013
especial
A visitar... Capela Nossa das Dores
No centro do parque encontra-se a Capela de Nossa Senhora das Dores construída em 1879, no mesmo local onde estava edificada uma anterior datada de 1766. No terceiro domingo de Agosto realiza-se neste local a maior romaria do concelho.
Castro de Alvarelhos
Monumento Nacional, classificado desde 1910, localiza-se na freguesia de Alvarelhos, na Serra de St.ª Eufémia.
Igreja Santiago de Bougado
Classificada como Imóvel de Interesse Público, a igreja matriz de Santiago de Bougado destaca-se no topo norte do Largo do Souto da Lagoa. Foi inaugurada em 1762.
Casa da Cultura da Trofa
A Casa da Cultura distingue-se no Largo do Souto da Lagoa pelo seu modelo de habitação diferente, quer em forma, quer em volume, de todos os outros edifícios aí existentes.
Santeiros de S. Mamede Coronado Os registos associados à produção de imaginária religiosa em São Mamede do Coronado remontam ao séc. XIX. Em 1920 este núcleo de santeiros ganha reputação quando a oficina de José Ferreira Thedim (neto) executa a imagem da Virgem Peregrina para o santuário de Fátima.
Corporação possui estruturas para crianças e idosos
Bombeiros da Trofa: sem passivo apostam em mais investimentos A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Trofa (AHBVT) surgiu a 30 de maio de 1976. Pedro Ortiga exerce funções de presidente da direcção desde 4 de janeiro de 2010, depois de 22 anos de ter ingressado no corpo de bombeiros. Pedro Ortiga está no segundo mandato e diz que o balanço do trabalho é francamente positivo, mas ressalva que só com o espírito de equipa e comunhão de esforços da direção no seu todo é possível concretizar os projetos delineados, pelo que considera que o “mérito é do conjunto e não da pessoa”. Pese embora o contexto económico-financeiro desfavorável, as consecutivas revisões legislativas do setor e as fortíssimas restrições das entidades públicas parceiras, a AHBVT conseguiu realizar nestes últimos três anos investimentos vultuosos, como são exemplo a aquisição de um novo VFCI (veículo florestal de combate a incêndios), um novo VLCI (veículo ligeiro combate a incêndios), quatro ABTM (ambulância de transporte múltiplo de doentes), uma nova central de telecomunicações (prevista desde 1997), um número muito expressivo de EPI (equipamentos de proteção individual), cerca de uma centena de fardamentos completos para bombeiros, e três equipamentos de emergência pré-hospitalar (monitores de sinais vitais). No que respeita a investimentos, a corporação apostou ainda na requalificação do espaço do Museu Fernando Azevedo e espaço cultural Eng. Hernâni Cunha, além da requalificação e beneficiação do posto de atendimento, receção, e nas instalações da creche e jardim de infância. “Se esta lista é longa para apenas três anos, com muito esforço das direções e apoio da sociedade civil, beneméritos e institucionais, esta associação prevalece, tal como a recebi, sem qualquer passivo financeiro”, vinca o presidente, agradecendo também o apoio da Câmara da Trofa. “Com modéstia, mas muito orgulho”, a AHBVT apresenta, assim, uma situação estável, sustentada, com necessidade permanente de uma gestão rigorosa e conscienciosa dos tempos em que
estamos. “No ano passado investimos mais de duas centenas de milhar de euros, mas não sem acautelar as devidas fontes de financiamento. Não temos passivo bancário, nem financeiro, mantemos os prazos de pagamento, o que nos permite dormir cansados, mas tranquilos”. Bombeiros têm creche e jardim de infância Ideia inovadora é aquela que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Trofa teve ao criar uma creche e jardim de infância. “Hoje somos uma referência nacional nesta matéria, ao permitirmos o nosso contributo para a formação das gerações de amanhã, em consonância com um projeto mais recente, que coloca a AHBVT em parceria com o Rotary Club da Trofa, no outro extremo etário, através de uma universidade sénior que funciona nas nossas instalações”, revela Pedro Ortiga. Na realidade, os projetos para o futuro da AHBVT são construídos em função da necessidade e dos meios que consegue conciliar. Assim, pretende-se ainda este ano, adquirir uma nova ABSC (ambulância de socorro), concluir as obras de beneficiação e manutenção do quartel sede, efetuar novos investimentos nas instalações e equipamentos da creche e jardim de infância. De resto, quanto aos homens e mulheres que constituem o corpo de bombeiros da Trofa, a direção procura fornecer os meios adequados para fazer face “à sempre exigente missão que têm distintamente vindo a realizar”. Pedro Ortiga reconhece a entrega e dedicação que os Bombeiros da Trofa colocam nas suas missões quotidianas, realçando a entrada de jovens nas escolas da corporação. No que respeita aos meios “apesar de atuais e de alvo de investimento contínuo, nunca são na verdadeira proporção da exigência e de cada vez mais simultaneidade de ocorrências, suficientes para o que ambicionamos”, aponta. Para o futuro, o presidente da AHBVT promete dar continuidade a uma boa gestão e manter o prestígio que esta corporação detém.
especial
pública: 23 de maio de 2013 V
pub
História
Concelho da Trofa Apesar de ser um concelho recente e de nunca ter usufruído de autonomia administrativa até 19 de novembro de 1998, o percurso histórico da Trofa é longo e anterior à própria constituição da Nacionalidade. Uma das primeiras citações conhecidas está integrada num documento de escritura do mosteiro de Moreira (Maia) datado do ano de 979. Contudo, o povoamento de todo este território atualmente conhecido como concelho da Trofa remonta a milhares de anos atrás. Localizada num vasto território, vinculado ao grupo étnico dos madequisenses, que se estendia do Oceano Atlântico à Serra da Agrela e do Rio Leça ao rio Ave, esta ampla terra, fértil em recursos naturais, foi sendo, ao longo de mais de 160 anos, administrativamente dividida entre os concelhos da Maia, Vila do Conde, Santo Tirso e finalmente da Trofa. Em meados do séc. XIII este território é referido como Terra da Maia, julgado, e assim se mantém até 1384, ano em que é integrado no termo do Porto. Em 1527, D. Manuel atribui foral à Terra e Concelho da Maia, confirmando assim velhos privilégios de uma terra que se vai manter eminentemente rural até ao advento do liberalismo. No séc. XVIII, as oito freguesias da Trofa mantêm-se no centro deste território, mas as suas referências estão limitadas aos rios Ave e Leça, às serras de Covelas e Cidai e, ainda e sempre, à estrada Porto/Braga que atravessa o Ave no lugar do Vau (Santiago de Bougado) ou na Ponte da Lagoncinha (Lousado, Famalicão). Com a reforma administrativa, a comarca do Porto passa a ter 22 concelhos. É assim que a par de antigos concelhos como o da Maia e de Refoios de Riba d'Ave, surge o de Santo Tirso, antigo couto. Em 21 de Março de 1835, D. Maria II cria o julgado de Santo Tirso, composto pelos concelhos de Negrelos, Rebordões, Refoios, Roriz, Santo Tirso e ainda por 13 freguesias desanexadas ao concelho da Maia, entre as quais as oito que atualmente constituem o concelho da Trofa. Com o século XIX chegou também o progresso e a inovação tecnológica e industrial. A reforma da estrada nacional Porto/Braga, a construção das vias férreas Trofa/Fafe e Porto/Braga, e mais tarde a estrada Santo Tirso/Vila do Conde, esquartejaram a freguesia rural de S. Martinho de Bougado, mas constituíram fator preponderante na industrialização do Vale do Ave, deixando uma marca estruturante neste território. Em pleno século XX assiste-se a uma forte implantação de indústrias têxteis na Trofa. Entretanto, começava a independência da Trofa em relação a Santo Tirso. A autonomia administrativa ocorreu apenas em 1998 com a criação do município. Inserido na Área Metropolitana do Porto, o concelho da Trofa apresenta 8 freguesias: Alvarelhos, S. Martinho de Bougado, Santiago de Bougado, S. Mamede do Coronado, S. Romão do Coronado, Covelas, Guidões e Muro. Hoje a Trofa apresenta-se como um município solidário que trabalha pela modernização, reestruturação e requalificação urbanística, pela defesa do património natural e histórico-cultural e pela preservação da sua identidade.
VI
pĂşblica: 23 de maio de 2013
publicidade
especial
pública: 23 de maio de 2013 VII
Direção de Paulo Melro procura soluções sustentáveis para o clube
Trofense assegura manutenção e procura estabilidade financeira O Trofense assegurou a manutenção na II Liga de futebol na época 2012/2013, na 19ª posição, apesar de muitas dificuldades sentidas ao longo da época. O clube é atualmente liderado por Paulo Melro, eleito em setembro de 2012, que conseguiu que o clube atingisse esse objetivo. “Foi uma luta até ao fim. Nós sabíamos que íamos ter uma luta muito difícil. Em dezembro, alterámos a equipa técnica, em janeiro conseguimos alguns reforços e acabámos por fazer uma reta final de campeonato muito boa”, começa por dizer Paulo Melro, presidente da direção, que recorda que o clube esteve 15 jornadas abaixo da linha de água e até em último lugar. Perante uma luta que se adivinhava difícil, em dezembro a direção alterou a equipa técnica, contratando Micael Sequeira. “O treinador veio na altura certa e conseguiu com que começássemos a praticar o futebol necessário para cum-
prirmos os nossos objetivos, melhorando o nosso desempenho, apesar de estarmos muito atrasados na classificação”, considera o dirigente, acrescentando que os reforços também foram importantes. “No mercado de inverno, conseguimos jogadores que vieram fazer a diferença à equipa, o que permitiu que fizéssemos a segunda volta que fizemos”. Dificuldades financeiras Paulo Melro revela que o problema maior da época que termina foram as sérias dificuldades financeiras que o clube enfrentou, numa fase de revitalização. “Na altura das inscrições havia bastantes dívidas e dificuldades em arranjar receitas e isto levou a que o período inicial fosse bastante atribulado. Entretanto, esta direção veio trazer alguma estabilidade ao clube e conseguimos fazer um trabalho de recuperação, mesmo com os obstáculos que ainda temos”,
refere o presidente. O clube aguarda a aprovação do plano de revitalização em curso, pelo Tribunal. Perante uma resposta positiva, a direção acredita que conseguirá fazer uma reestruturação financeira, negociada com os credores, que permitirá que as dívidas maiores sejam resolvidas a longo prazo. “Nesse caso, já teremos alguma estabilidade, mas atendendo ao estado geral da economia, sentimos alguma dificuldade em equilibrar o orçamento mesmo com um plantel de gestão baixa”, observa Paulo Melro. A direção garante que tudo irá fazer para que a próxima temporada seja mais tranquila. “Queremos aproveitar parte da estrutura do plantel deste ano para o próximo, mas com o objetivo de ter um orçamento controlado, utilizando jogadores de outros escalões e tentando valorizar esses atletas”, adianta. pub
VIII
pĂşblica: 23 de maio de 2013
publicidade