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Cooperativa conta com 40 produtores associados

Frutivinhos prevê uma boa colheita neste ano Sofia fia Abreu Silva Está aí mais uma vindima. E em Famalicão, a Frutivinhos-Cooperativa Agrícola de Famalicão, localizada em Ribeirão, acredita que no que respeita aos vinhos, as expetativas são as melhores, dado que se prevê uma boa colheita. Apesar de ainda ser um pouco cedo para avaliar o ano, pois as vindimas ainda não foram feitas e portanto muita coisa ainda pode acontecer, o diretor da cooperativa, Armindo Oliveira, adianta, tendo em conta a evolução, que 2013 será “um ano positivo”. “Prevê-se uma colheita de óptima qualidade e generosa quantidade”. A qualidade é algo cada vez mais determinante em qualquer produto. E por isso mesmo a Frutivinhos tem contribuído para o aumento dessa mesma qualidade, porque, garante Armindo Oliveira, “os padrões de qualidade têm sido de ano para ano cada vez mais exigentes em todas as fases necessárias até ao produto final, começando com a qualidade das uvas produzidas pelos nossos produtores associados, que é fundamental, acabando na imagem e divulgação dos vinhos”. Atualmente, 40 produtores são sócios da cooperativa, que ajudam a que a Frutivinhos trabalhe, com as uvas por eles entregues, mas existe capacidade para receber ainda mais, uma vez que num ano normal de vindimas só cerca de 20 % da capacidade da adega fica preenchida. Na realidade, todos os viticultores associados da Frutivinhos recebem o apoio desejado sempre que solicitado dos serviços e técnicos que a cooperativa dispõe. Neste ano de 2013, mas referentes à colheita do ano passado, foram apresentados ao público os vinhos “D. Sancho I” colheita

Os vinhos da Frutivinhos são cada vez mais acarinhados pelos apreciadores

seleccionada; “D. Sancho I” Reserva; e “Adega Cooperativa de Vila Nova de Famalicão”. Segundo o diretor Armindo Oliveira, o feedback face aos vinhos tem sido muito bom em especial para os vinhos “D Sancho I” colheita selecionada e reserva. “Para além da qualidade que habitualmente este vinho já possui, este ano surgiu com a novidade do vinho reserva com características específicas, associado a uma nova imagem atribuída ao nível dos rótulos”. Numa perspetiva de expansão, o cami-

nho da exportação está também a ser efetivado. “Já foi feito uma expedição dos nossos vinhos no ano passado e está a trabalharse no sentido de continuar estas trocas comerciais”, vinca o responsável. No entender do diretor da Frutivinhos, o sucesso conseguido deve-se essencialmente “aos padrões de qualidade a que a cooperativa já habituou os consumidores dos seus vinhos, associado à inovação como é o caso do novo vinho “D. Sancho I reserva”. Para o futuro, a perspetiva é consolidar as marcas, atingir novos mercados e esta-

belecer parcerias para dinamizar toda a estrutura da Frutivinhos “ainda subaproveitada”. E numa altura em que se fala muito no regresso à terra, em Famalicão essa vontade também se nota, não sendo, por isso, uma exceção em relação ao resto do país. “Verifica-se um crescente de novos produtores e potenciais agricultores”, revela este responsável, explicando que não têm aparecido jovens agricultores, mas sim produtores já instalados que estão a reconverter as suas vinhas e em alguns casos aumentar as áreas. pub


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Vindimas: a tradição ainda é o que era! Em Agosto e Setembro, é altura de apanhar as uva e fazer vinho. Por este país fora, gente de todas as idades agarra um trabalho que muitas vezes é pago à hora e que dura algumas semanas. Da herdade de luxo à pequena exploração, as vindimas não variam muito - é a qualidade da uva e do processo final que faz a diferença no produto. Na verdade, as vindimas são um verdadeiro marco da etnografia portuguesa. No passado, as vindimas e colheitas eram vistas como uma autêntica festa. Hoje, tal como no passado, familiares e amigos reúnemse no dia designado para o trabalho e começam bem cedo com os homens a carregar as escadas de madeira às costas para se chegar a todos os cachos. Já mulheres ajudam com os cestos de vime e cozinham deliciosas refeições e petiscos. Às crianças cabe a tarefa de ajudar naquilo que é necessário…e, claro, brincar. Apesar das várias técnicas introduzidas pelos enólogos de hoje, continua a ser perfeitamente possível determinar a melhor altura para se vindimar através de um simples e tradicional método popular: quando os pés das uvas estão murchos e as peles dos bagos começam a contrair. Antigamente, as vindimas, depois de apanhadas as uvas, continuavam nos lagares onde os homens, de calções ou calças arregaçadas, formavam uma roda, davam os braços e pisavam as uvas colhidas. Hoje, ainda se mantém esta tradição em algumas casas, mas nos grandes campos, os carros de bois deram lugar aos tratores e, depois de colhidas, as uvas seguem agora para as adegas e cooperativas onde, com recurso a equipamentos mecânicos e conhecimentos de especialistas, são transformadas em vinho. O acondicionamento das uvas exige sempre um grande cuidado e o transporte para a adega deve ser o mais imediato possível, pois as uvas amassadas, juntamente com o calor que pode ainda marcar a época das vindimas, pode levar a uma fermentação prematura das uvas. Na adega, as uvas são depositadas num pegão e/ou selecionadas a partir de um tapete rolante; seguindo-se o desengaçamento das uvas e o seu esmagamento, do qual resulta o mosto. Por sua vez, o mosto é fermentado e assim transformado em álcool. No final do processo de fermentação, o vinho é armazenado em depósitos de madeira, cimento ou inox até estar próprio para consumo. Seguese o engarrafamento, distribuição e, finalmente, a prova do cliente, de preferência acompanhado por um bom prato.

Cuidado com os copos!

Segundo os especialistas, os copos devem estar adequados ao tipo de vinho que irá servir. Como nem sempre isso é possível, o ideal é adquirir um conjunto de copos de vinho tinto, espumante e de Porto (ver abaixo). O vidro do copo deverá ser incolor e transparente, sem adornos ou trabalhados para facilitar a observação do vinho. Deve ter o bordo e as paredes finas e um bom pé para ser possível colocar os dedos sem tocar no corpo do copo (parte superior). O tamanho do copo deve permitir mexer o vinho em redemoinho sem que o líquido vaze do copo e a sua capacidade deve ser a suficiente para cerca de 6 a 8 centilitros de vinho (que ocuparão cerca de um terço do copo). Quando se serve o vinho, os copos devem estar perfeitamente limpos e sem vestígios de detergente. Deve sempre trocar de copo quando serve novos vinhos, caso contrário há mistura de sabores. Lave os copos, de preferência, à mão e sem detergente. Depois, coloque-os a escorrer voltados para baixo durante um ou dois minutos. Seque-os com um pano limpo e guarde-os em pé, num armário fechado, longe do pó e dos maus cheiros. Copo de vinho tinto: Será um corpo redondo que se estreita ligeiramente no topo para que os aromas sejam lá concentrados. Copo Vinho Branco: é um copo mais pequeno do que o copo de vinho tinto, pois os brancos não precisam de respirar tanto como os tintos e os aromas do vinho não evoluem consideravelmente Flute de Champanhe: Uma flute tem um corpo estreito e fino, semelhante a uma tulipa. Esta forma permite que o gás do espumante circule no copo durante mais tempo. Copo Vinho do Porto: O vinho do Porto é servido em pequenas quantidades, por isso o corpo do copo é mais pequeno. O topo do corpo é mais estreito e não se deve enchê-lo totalmente para permitir que os aromas se libertem. pub.


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Harmonização de vinhos e pratos Para a grande maioria das pessoas é difícil combinar pratos e vinhos, principalmente quando surge a necessidade de recebermos alguém em nossa casa. Em primeiro lugar, devemos levar em consideração a nossa preferência por vinhos. Se não conhecer bem, o melhor é comprar o vinho a que já está acostumado e servir com o prato que achar mais conveniente. Afinal, não vale a pena comprar um vinho que não está habituado a beber e que poderá não agradar. A regra básica diz: vinho tinto com carne vermelha e vinho branco com carne branca. Essa regra é genérica e vale realmente, mas o recomendado é combinar a textura e o sabor do vinho com o molho ou tempero do prato. Mariscos: quando são cozidos vão bem com vinho branco leve, acídulo ou com vinho verde branco. Quando forem gratinados ou cozinhados com gordura, ervas aromáticas, especiarias ou natas requerem um vinho branco seco, menos acídulo e menos jovem. Peixes: quando cozidos ou grelhados são beneficiados quando acompanhados por um vinho branco, um pouco acídulo, leve, frutado e vivo. Já o peixe no forno deve ser servido com vinho branco mais seco, encorpado e capitoso. A exceção acontece com a sardinha assada e o bacalhau, que vão muito bem com o vinho tinto, encorpado e de preferência com alguma adstringência. pub

Carnes: as vermelhas necessitam de vinhos tintos encorpados. As carnes brancas irão melhor com vinhos brancos fortes ou rosados, mais jovens e menos carregados de aroma e sabor, como Chardonnay ou Sauvignon. No caso do leitão assado no forno, a escolha deve recair num espumante natural. Já a caça combina com vinho tinto velho, aveludado, com um bom “bouquet”. Massas: com massas, legumes, arroz e Doçaria: acompanha bem com um vinho liovos servem-se vinhos brancos adamados ou coroso doce ou meio doce, conforme a sobretintos ligeiros. mesa tenha mais ou menos açúcar na sua confeção, ou com um espumante doce. Porém, se Queijos: queijos fermentados (crus) ser- os doces tiverem chocolate ou nozes nunca se vem-se vinhos tintos fortes. Queijos de pastas deve acompanhar com espumante. Porém, os cozidas (tipo gruyére) pedem vinhos tintos espumantes vão bem com tudo. Está na moda, mais leves. Com queijos frescos servem-se vi- começar e acabar uma refeição sempre na nhos brancos suaves. mesma companhia: o espumante natural. Saladas: especialmente as de folhas verCafé: com café devem servir-se aguardendes combinam com vinho tinto. tes.


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Como provar e servir

Produção em Portugal deverá aumentar 7%

Visão, olfato e paladar. Estes são os sentidos que têm de estar bem apurados quando se saboreia um vinho. A prova é utilizada para avaliar o vinho e apesar de parecer um pouco complexa, qualquer um pode realizála. Comece por olhar o vinho e repare bem na sua cor. Depois, leve o copo ao seu nariz e sinta os aromas que estão a ser libertados. Se quiser, mexa o copo ligeiramente para estimular a libertação de outros aromas. Leve o copo à boca e beba um gole: o sabor é a combinação entre aquilo que o olfato detetou e aquilo que é sentido pelo paladar. Na boca vai sentir a estrutura do vinho e a sua acidez. Para servir um vinho corretamente, não precisa de ser um expert em vinhos. Já não é nova a ideia defendida por alguns especialistas: os vinhos brancos devem ser servidos em primeiro lugar que os tintos. Por outro lado, os vinhos mais encorpados e doces devem ser degustados no fim da refeição, apesar de poder servir como aperitivo vinhos brancos doces e frescos. Hoje em dia, pode-se afirmar que já não há regras: existem as combinações clássicas, mas também as inovadoras e revolucionárias. O único cuidado a ter será a possível sobreposição ou anulação de sabores e aromas entre os vinhos que serve. É, igualmente, importante que os vinhos sejam servidos em copos adequados ao tipo de vinho. pub

A produção de vinho deverá aumentar em Portugal em cerca de 7% para um volume na ordem dos 6,7 milhões de hectolitros, de acordo com as previsões do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). De acordo com o IVV, a previsão “aponta para aumentos de produção na maioria das regiões, com exceção da Península de Setúbal e região do Tejo, onde pode haver quebra de 10%”. O presidente do IVV, Frederico Falcão, refere que “estas duas regiões tiveram no ano passado um aumento de produção e nesta vindima estão a voltar ao nível médio registado nos últimos cinco anos, pelo que esta quebra não é preocupante”. O instituto salienta que este ano as vindimas estão atrasadas cerca de duas semanas devido a uma primavera mais fresca que teve influência na floração, mas no sul do país a vindima já decorre. Segundo os dados recolhidos pelo IVV “as vinhas estão sãs e as expectativas quanto à qualidade são boas, prevendo-se que praticamente todas as regiões vão produzir mais vinho”. Mas não é apenas em Portugal que a produção deve crescer. As estimativas em França indicam um aumento potencial de 11% face à baixa histórica registada em 2012. Também em Espanha as notícias apontam aumento na ordem dos 15%, para 40 milhões de hectolitros. Frederico Falcão acrescenta que “a Europa registou em 2012 a mais baixa produção de vinho desde o ano 1982, mas para este ano e, contando que não haja alterações climatéricas significativas, a situação deverá retornar ao nível médio dos últimos 5 anos”.

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