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A força do Famalicão Made IN O Famalicão Made IN está no terreno há 20 meses e é já um “projeto vencedor e de reconhecido mérito”, de acordo com o edil Paulo Cunha. Em novembro de 2013 arrancou a ampla e articulada estratégia da Câmara Municipal de Famalicão para impulsionar o desenvolvimento económico do concelho. Foi com uma visita à Leica que o Presidente da Câmara Municipal iniciou o roteiro às empresas famalicenses que se destacam pela sua capacidade empreendedora e de inovação, assumindo-se como embaixador institucional das marcas produzidas em Famalicão. Passados quase dois anos, assinala o autarca, “é evidente o crescimento e a evolução” desta iniciativa municipal que, fundamenta, “está a afirmar o concelho como um território atrativo, qualificado, inovador, empreendedor e com uma economia vibrante”. Vila Nova de Famalicão é um dos concelhos mais produtivos do país. É o terceiro maior exportador e o segundo com maior superavit comercial. “Em bom rigor, em Famalicão não se fala em reindustrialização porque o concelho nunca abandonou a indústria”, afirma. De facto, o Famalicão Made IN tem vindo a fazer um percurso ímpar no sentido de alavancar a economia do concelho. A inauguração do gabinete de apoio ao empreendedor, a criação do website, o roteiro de visitas semanais, que conta já com quase 50 empresas e instituições visitadas, e a inauguração da incubadora de empresas na próxima segunda-feira, 13 de julho, são os melhores exemplos desta nova relação entre a Câmara Municipal, os empresários e as instituições do concelho, num entrosamento profícuo para todos. Para Paulo Cunha “o balanço é necessariamente positivo e motivador para Famalicão e faz acreditar num reforço positivo de todos os indicadores económicos do concelho”, os quais já se destacam em relação ao país. “Sente-se no espaço público que os famalicenses se revêm nesta estratégia e estão cada vez mais orgulhosos, pois este é sobretudo um grande sucesso coletivo”, remata.

Incubadora Made IN: mais valor para a indústria Na próxima segunda-feira, 13 de julho, é inaugurada uma incubadora de empresas que se pretende que seja ímpar no país, pois está vocacionada para os domínios da indústria e dos serviços de apoio à atividade industrial e vai funcionar em ambiente empresarial ativo. Famalicão Made INcubar – Indústria nasce nas instalações da Riopele (não haveria melhor berço), resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal de Famalicão e aquela empresa de referência nacional, e tem a chancela do programa Famalicão Made IN. Trata-se, de facto, de uma iniciativa inovadora, estratégica e diferenciadora no concelho e na região devido a um conjunto de fatores que devem ser sublinhados. Em primeiro lugar pelo conceito. Incentivar, promover e apoiar projetos que acrescentem valor ao tecido industrial do concelho é a principal missão desta incubadora. O foco será sempre a indústria, pretendendo-se, portanto, que os empreendedores desenvolvam os seus produtos ou serviços orientados para os sectores predominantes no concelho, nomeadamente ao nível das áreas de Investigação & Desenvolvimento, Engenharia de Produtos & Processos, Marketing Digital e Tecnologias de Informação e Comunicação. São valorizados projetos que se encontram a jusante e/ou a montante da vertente produtiva. Assim, para além de ter como objetivo elevar os níveis da produção propriamente dita – pois não há dúvidas que é aquilo que as fábricas famalicenses mais e melhor sabem fazer –, esta incubadora pretende ver nascer projetos que tragam mais-valias à cadeia de valor dos setores respetivos. Em segundo lugar pela visão, pelo empenho e pela participação da empresa Riopele. Desde a primeira hora e no âmbito da sua responsabilidade social, mostrou total abertura e interesse para colaborar com o município na implementação desta incubadora. Ter uma em-

presa envolvida e comprometida com este projeto, com as caraterísticas da Riopele (passado de sucesso, por um lado, e futuro auspicioso, por outro), é o primeiro passo para garantir aos empreendedores condições base importantes para os seus projetos. Para além deste novo espaço, moderno, atrativo e funcional, a Riopele disponibiliza às startups a sua estrutura fabril, a sua experiência de negócio e o seu conhecimento de mercado e empresarial, contribuindo assim para que o arranque dos projetos possa ser encarado com mais segurança e sustentabilidade. Por último, pela possibilidade de estarem inseridos num ecossistema empreendedor. Um dos pilares deste ecossistema é a rede Famalicão Empreende na medida em que um conjunto de instituições do concelho e algumas regionais e nacionais proporcionam, em articulação, um leque de serviços que lhes possibilitará dar o melhor seguimento aos seus projetos nas

áreas da qualificação, inovação, investigação, internacionalização e financiamento. Outro pilar importante é o próprio programa Famalicão Made IN, pois tem constituído uma rede de empresas e de empresários que estão disponíveis para participar, acompanhar e aconselhar os empreendedores, funcionando, portanto, como potenciais parceiros, fornecedores e/ou clientes. Fazer esta “ponte” entre quem está a nascer e quem já está no mercado há muito tempo é e será, sem dúvida, um dos pontos fortes desta iniciativa. Em suma, estão reunidas as condições para que esta incubadora possa ter sucesso, mas, como em todas as situações, é necessário muito empenho, muita determinação e muita capacidade de trabalho de todos os envolvidos, pois só com estes ingredientes poderá ser possível chegar ao êxito!

Augusto Lima Coordenador do Famalicão Made IN


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pública: 9 de julho de 2015

À semelhança do ano passado, o OPINIÃO ESPECIAL volta a destacar as empresas e instituições que foram visitadas pelo Presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do Famalicão Made In. Aqui ficam as que integraram o roteiro entre 27 de julho de 2014 e a 30 de junho de 2015.

especial

Universidade Lusíada

A Cimenteira do Louro

A Lusíada está há 25 anos em Famalicão, desenvolvendo a sua atividade nas áreas científicas da Arquitetura, Design, Gestão, Marketing, Contabilidade, e das Engenharias Eletrónica e Informática, Gestão Industrial, Mecânica e Civil. Já entregou mais de 9 mil diplomas, dos quais cerca de 3.600 de licenciatura. Os cursos são desenvolvidos em parceria com empresas, o que contribui para 93% da empregabilidade dos seus estudantes.

A empresa, com mais de 50 anos, produz diariamente toneladas de produtos em betão. A crise que abalou o setor da construção, nomeadamente a ausência de obras públicas, criou dificuldades, mas para dar a volta, a Cimenteira tem procurado novos produtos e mercados. Além dos produtos mais clássicos em betão, como os blocos e lancis, a empresa tem apostado também em produtos mais arrojados, como pavimentos e revestimentos técnicos.

Riopele

Visual MO

Salsa

Iniciou a sua atividade em 1927 em Pousada de Saramagos e é hoje uma das mais antigas e conceituadas têxteis portuguesas. Com uma capacidade produtiva que excede os 700 mil metros de tecido por mês, exporta 98% da produção e está presente em mais de 30 países. Entre 2013 e 2014 investiu 10 milhões de euros em equipamento de modernização. A empresa criou, recentemente, um espaço de 1800 metros quadrados dedicado à inovação.

Nasceu há mais de um ano em Calendário e é já uma das mais promissoras agências de comunicação criativa portuguesas. A Visual MO desenvolve serviços na área da fotografia, televisão, conteúdos audiovisuais, design e motion graphics e lançou o UnikStore. Trata-se de uma plataforma de comércio eletrónico direcionada para as Top Portuguese Brands (marcas portuguesas de referência), em várias áreas. Esta plataforma de e-Commerce vende para todo o mundo.

Na base do segredo do sucesso da Salsa está a capacidade de criar jeans que se adaptam aos diferentes corpos dos clientes, tornando-se líder do mercado em apenas 20 anos. Mesmo em tempos de crise, a empresa de Ribeirão criada em 1994 pelos irmãos Vila Nova nunca parou de crescer. Hoje está presente em mais de 35 países da Ásia, Médio Oriente, África e Europa e conta com mais de 250 pontos de venda, dos quais 56 em Portugal.

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especial

A.F. Azevedos

Erva Limão

Bellator

Há 35 anos em Ribeirão esta é a empresa que faz o metal ganhar novas funções. Molda-o como se fosse plástico e o resultado são peças de arquitetura e decoração que já conquistaram o Médio Oriente e o Norte de África. A empresa tem a marca BPLAN de painéis decorativos em metal, obtidos pela vanguarda tecnológica, concretamente o corte a laser. Com 80 colaboradores a empresa tem uma faturação anual na ordem dos 4,5 milhões de euros.

Às portas do Parque da Devesa fica uma mercearia com produtos biológicos e saudáveis e uma área de restauração vegetariana. O projeto nasceu há mais de três anos, partindo da ideia de Ricardo Novais, licenciado em ciências farmacêuticas, que, em conjunto com a esposa Sylvie, decidiu enveredar pela medicina preventiva através da alimentação saudável. O espaço tem vindo a conquistar cada vez mais clientes.

Uma jovem de Famalicão revolucionou o mundo da equitação com a criação de uma linha de vestuário que acalma os cavalos. Criada por Liliana Serra, a Bellator rompeu com o estereótipo mais conservador da roupa para andar a cavalo, com peças que aliam o conforto e design de moda à alta tecnologia. A grande parte das peças é produzida em cerca de 20 indústrias têxteis de Famalicão e da zona do Vale do Ave.

Primor

Scoop

Caixiave

Com mais de 50 anos, o Grupo Primor é um dos maiores projetos empresariais do país no setor da transformação de carnes, com um volume de negócios superior a 170 milhões de euros e um quadro de 900 colaboradores. É constituído por várias empresas, que trabalham toda a fileira do porco, desde a criação ao produto final. O grupo é detentor da maior unidade de abate em Portugal - a Central Carnes, em Lousado, e de um dos maiores operadores de desossa de carne de porco - a ICM Pork, em Vilarinho da Cambas.

A empresa de Cavalões foi escolhida para confecionar uma linha de vestuário comemorativa da 50ª edição do Super Bowl, da Liga Nacional de Futebol Americano, que decorrerá em fevereiro de 2016. A Scoop, especializada em vestuário técnico para a prática de desportos, nasceu em 2001 e exporta 100% da produção. Os seus principais mercados são a Europa e os Estados Unidos, mas exporta para outros. Em 2014 faturou mais de 7 milhões de euros.

As janelas eficientes da Caixiave têm bilhete de identidade, uma etiqueta energética única na Europa, idêntica à que conhecemos dos eletrodomésticos, com classificação ‘Classe A’. São produtos inovadores e a qualidade aplicada na sua conceção que fazem com que a Caixiave seja líder na Península Ibérica na produção, fornecimento e instalação de janelas e portas eficientes de PVC. A empresa produz 850 janelas por semana. pub


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pública: 9 de julho de 2015

especial

Club Master Cook

AMOB

ESI

Criado por Lígia Santos, o Club Master Cook, localizado no antigo Clube de Caçadores, em Calendário, é uma escola de cozinha com aulas e demonstrações ao vivo, workshops e showcooking. Dá também formação e consultadoria no desenvolvimento de fichas técnicas e cartas de restaurante. O Clube dedica-se também à realização de eventos, confecionando ementas para diversos eventos.

No Louro, a AMOB cria e constrói máquinas para a curvatura e conformação de tubos e perfis com a metodologia de um alfaiate, ou seja, à medida do cliente. O resultado são máquinas únicas cujo preço pode ultrapassar o milhão de euros e que estão espalhadas pelo mundo, ao serviço das indústrias naval, militar, química, petrolífera, aeronáutica e automóvel. São já 140 os países que conhecem as máquinas da AMOB, que em 2014 produziu mais de 460 e apresentou uma faturação de mais de 15 milhões de euros.

Criada por três jovens engenheiros, a ESI, em Esmeriz, concebe soluções de engenharia para tornar outras empresas mais competitivas e rentáveis. Com projetos “chave na mão” e à medida do cliente, a ESI já encontrou soluções de engenharia inovadoras e eficientes em empresas como a Ikea, o Grupo Amorim, a Ford, a Vieira de Castro, a Primor, entre outras. Para 2015 a empresa espera atingir os 3 milhões.

HIDROFER

ITA

Alma de Luce

A Hidrofer é a única empresa portuguesa que produz cotonetes. O Grupo converte entre quatro a seis toneladas de algodão por dia em produtos para uso hospitalar e cosmético. São produzidos por minuto 12.500 cotonetes, 11 mil discos desmaquilhantes, 5.500 toalhitas de bebé, 5 mil bolas de algodão e 2 toneladas de algodão zig zag por dia. O objetivo é duplicar nos próximos dois anos, aumentando as exportações.

A Continental-ITA nasceu em 1950 em Lousado, em paralelo com a Mabor, para produzir os tecidos em tela para a produção de pneus. Hoje produz para muitas das empresas do grupo e tem vindo a registar crescimento em várias áreas, nomeadamente em resultados, inovação e investigação. Em 2014, teve o maior ano de sempre na sua história com um resultado líquido de 7,46 milhões de euros e prepara-se para bater novo recorde em 2015.

São móveis, é verdade. Mas são também autênticas obras de arte, feitas com alma, que contam histórias e preservam tradições. Estas peças de mobiliário saem da conceção de dois jovens arquitetos famalicenses que, no início do ano, arrancaram com a marca “Alma de Luce”, um projeto de negócio sedeado em Joane. A marca foi apresentada em primeira mão, no início do ano, no salão “Maison&Objet”, em Paris.

S. Roque

Gramafam

Campicarn

Dedicada ao fabrico de máquinas e equipamentos para as indústrias de estamparia têxtil e embalagem, a S. Roque cria soluções à medida dos clientes, desde 1984. Desde 2002 que a S. Roque tem crescido, passando de 3 milhões de euros de volume de negócios para 25 milhões em 2014. Hoje tem 275 funcionários, sendo líder no mercado nacional. A ambição é chegar à liderança mundial em 3 anos.

Sedeada em Calendário, esta é uma empresa de pavimentos e de revestimentos em rochas naturais e artificiais. A crise na construção civil e uma forte consciência ambiental levaram a que a atual geração à frente da Gramafam procurasse novos caminhos. Hoje, a transformação de produtos não naturais já representa 70% da faturação. Atualmente, vende para o exterior 80% do que produz.

É a maior empresa nacional na fileira do bovino, empregando 120 pessoas. Depois de lhe ver atribuído o selo de qualidade “Sabor do Ano” 2014, a Campicarn, em Pousada de Saramagos, está a reforçar a sua presença na Europa, nomeadamente na Alemanha. Semanalmente, saem da fábrica cerca de 500 toneladas de carne de bovino, entre carcaças, vácuo, cuvetes e preparados de carne, para clientes onde estão as principais cadeias de hipermercados e a McDonald’s.

Inovafil

Coindu

Porminho

A fiação foi inaugurada em maio pelo Ministro da Economia, Pires de Lime, e ocupa um antigo pavilhão da Têxtil Manuel Gonçalves (TMG), em Vale S. Cosme. A instalação implicou um investimento de 10 milhões de euros e significou a criação de 106 postos de trabalho, grande parte antigos operários da TMG, que se encontravam no desemprego com uma média de idades na casa dos 50 anos. A empresa recrutou também jovens à procura do primeiro emprego.

A empresa fabrica estofos e assentos para a indústria automóvel de alta gama e tem duas unidades em Famalicão, uma em Joane e outra em Mogege. A Coindu é uma das poucas empresas capazes de produzir os assentos de carros topo de gama da Audi, BMW, Volkswagen ou Porsche. Nas duas unidades de produção em Joane e Mogege, onde emprega um total de cerca de 2.000 pessoas, são fabricados, por dia, estofos para 2.500 automóveis. As vendas acumuladas rondam os 12 milhões de euros todos os meses.

A Porminho está no top 20 das maiores PME do país. A atividade da empresa divide-se entre a comercialização de carnes frescas e a produção de charcutaria e é nesta última área que pretende inovar, iniciando-se na comercialização de aves. A empresa vai iniciar um investimento entre 8 a 10 milhões de euros na ampliação das suas instalações para aumentar a produção, alargar o leque de produtos e atingir novos mercados, o que levará também à criação de novos postos de trabalho.


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