Comprar carro: conselhos práticos Um automóvel, ao contrário do que muitos podem dizer, é um bem essencial. Serve para chegarmos ao trabalho, ao infantário, irmos de férias e fazermos a nossa vida diária de forma mais rápida e confortável. Contudo, comprar um carro novo custa muito dinheiro. Assim, para não gastar mais do que é necessário, vale a pena preparar a compra de forma inteligente. Há quem prefira comprar um carro novo, mas há quem não se importe de comprar um carro usado, o que pode ser uma boa aposta para quem quer comprar carro, mas não quer ou não tem disponibilidade financeira para fazer um investimento muito elevado. No entanto, comprar um carro não é uma tarefa fácil, portanto aqui ficam algumas dicas que deve ter em conta. Não deixe a emoção sobrepor-se à razão. Pense no carro mais adequado para as suas necessidades e não no carro que acha mais “bonitinho”. É necessário analisar o tipo de utilização que costuma fazer, os estilos de condução, e ainda o número de quilómetros que faz por ano. Se não tiver a menor ideia sobre como iniciar a sua pesquisa, comece por definir a categoria do carro. Os compactos, por exemplo, são mais ágeis no trânsito e mais fáceis de estacionar, podendo ser uma boa opção para quem mora numa cidade grande. Já um veículo do segmento familiar poderá ser o ideal para quem tem uma família grande. Faça uma pesquisa. Pesquise bem o carro que melhor se adequa às suas necessidades. Visite vários standes e peça informações sobre as características do automóvel e qual o método de pagamento. Pode também recorrer a vários sites de venda de automóveis para pesquisar. Tente também encontrar informações sobre quais os melhores modelos e os
Antes de dar qualquer tipo de sinalização verifique se o automóvel tem todos os documentos em ordem, como o registo de propriedade ou o livrete. Recomenda-se especial cuidado na verificação do nome do vendedor e se este é o mesmo que está nos documentos da viatura ou se existe uma declaração de venda assinada pelo proprietário. Confirme também se o número do chassis e do motor é igual ao que consta no documento e se existe uma reserva no registo de propriedade a favor da entidade de crédito, uma vez que para a remover poderá ter um custo adicional. Convém que também tenha acesso ao livro de revisões, aos códigos de segurança e antirroubo, ao livro de instruções do carro, ao certificado de inspeção e ao comprovativo do pagamento do imposto do selo.
que causam menos problemas a médio prazo. Rejeite o carro se tiver qualquer tipo de dúvida. Se tiver muitas duvidas peça uns dias para pensar. Não tome esta decisão impulsivamente. Pesquise o preço. Se tem medo de sentir-se enganado com o preço existem alguns indicadores que podem ajudá-lo a determinar qual o preço certo e a definir limites ao que pode aceitar. Em sites de venda online, consegue comparar preços, quilometragem e outras distinções. Peça ajuda na inspeção do carro. Se já escolheu o carro e só lhe falta fazer o testdrive leve alguém consigo que perceba de mecânica. Desta forma terá acesso a uma opinião feita por alguém de confiança. No caso dos automóveis usados poderá saber logo se existe algum problema com o carro. Pontos-chave a verificar. Se não pode recorrer nem a amigos ou a oficinas para fa-
zerem uma inspeção ao carro faça-a você mesmo. Comece por verificar se existe ferrugem na carroçaria, amolgadelas ou mossas. Confirme também o estado dos pneus, as luzes, a pintura e a abertura de portas e capô. No interior do automóvel, verifique se os estofos se encontram em bom estado, se os bancos e os cintos funcionam e se não há estragos em botões, espelhos, fechadura e chave de ignição. Experimente ligar o motor para verificar se existe indicação de algum tipo de avaria ou revisão no painel. Se conseguir, veja também o nível de óleo e a validade da bateria. Faça contas ao seguro. Se quer saber também quanto irá pagar pelo seguro poderá aproveitar e fazer várias simulações online. Assim poderá ficar a saber quanto irá pagar pelo seguro que terá que fazer obrigatoriamente para o seu automóvel.
Verifique a documentação do carro.
Confirme a garantia do automóvel. Se está a pensar em comprar o automóvel a um particular fique a saber que não existe obrigatoriedade da garantia. No entanto, o carro poderá ter a garantia do fabricante e, neste caso, há que confirmar se esta se encontra válida. Se adquirir o automóvel num stande de usados terá direito a uma garantia de dois anos (ou no mínimo de um ano, caso haja acordo entre o comprador e o vendedor). Peça sempre por escrito os termos da garantia, como o prazo e as coberturas compreendidas bem como, as obrigações do comprador. Tome nota! Comprar um carro não custa só dinheiro, também custa tempo, principalmente se quiser fazer uma boa compra e gastar pouco dinheiro. Para negociar deve visitar vários standes para saber qual é a oferta mais interessante e competitiva. Há vendedores podem oferecer descontos ou extras grátis, como ar condicionado, assentos de pele ou um sistema de GPS integrado. pub
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Cuidados a ter com o automóvel pouco tempo podem existir sedimentos que entopem o filtro de combustível e os injetores.
Alivie o peso do seu porta-chaves Para evitar uma pressão excessiva na ignição, tenha apenas uma ou duas chaves no porta-chaves destinado ao seu carro. Se a chave começar a encravar quando tenta ligar o carro, quer dizer que a ignição poderá ter algum problema.
Tenha em atenção as médias de consumo da viatura Adaptação ao automóvel
frio ou muito calor. Conduzir com cuidado poderá também melhorar a vida dos pneus. Para isso, terá que respeitar os limites de velocidade bem como evitar paragens bruscas, buracos e objetos na estrada.
Se acabou de comprar o seu carro de sonho, não comece já a testá-lo ao máximo. Durante o período de adaptação, normalmente os primeiros 2.000 quilómetros, mantenha a velocidade abaixo dos 90 quilómetros por hora. Evite sobrecarregá-lo com atrelados ou encher a mala com material pesado. Não tenha o seu automóvel novo parado durante longos períodos de tempo, sob pena de influenciar a pressão do óleo e afetar a sua distribuição pelo motor. Tente também não acelerar muito, mantendo o motor abaixo das 3.000 rotações por minuto nas primeiras horas de condução.
A maior parte dos desgastes e das avarias dá-se nos primeiros minutos da condução. Se tem vários sítios onde ir, tente concentrar todas as deslocações numa só viagem, de preferência durante as horas em que existe menos trânsito. Isso irá manter o motor mais saudável.
Conduza com cuidado no dia a dia
Abasteça em estações de serviço de confiança
Se o seu carro já não é novo, é fundamental ter alguns cuidados na forma como conduz para evitar as idas à oficina. Não puxe pelo motor do seu carro assim que o liga e acelere de forma gradual, evitando o desgaste do motor. Evite conduzir a velocidades elevadas e acelerar demasiado, especialmente quando estiver muito
Informe-se sobre a utilização dos filtros de bomba na estação de serviço onde costuma atestar o depósito. Se a resposta for negativa ou não souberem responder-lhe, mude de gasolineira. Quando não são utilizados filtros de bomba, os combustíveis ficam mais “sujos” e isso pode danificar o motor. Da mesma forma, se o tanque de combustível tiver sido cheio há
Não faça viagens desnecessárias
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Mantenha-se atento ao consumo de combustível do automóvel, registando o número de vezes que atesta e quais os quilómetros percorridos. Desta forma, se o seu carro começar a consumir mais do que é normal poderá ser um sinal de que algo não está bem.
Proteja o seu carro durante longos períodos de paragem Se o seu automóvel estiver parado mais do que um mês, existem cuidados a ter para prevenir eventuais problemas quando voltar a conduzir. Encha o depósito de combustível para evitar condensação e desligue a bateria para evitar que esta descarregue. Lavar e encerar o veículo também são tarefas importantes, na medida em que previnem o desgaste do exterior do carro.
Escolha uma oficina da sua confiança Não deixe o carro em qualquer oficina. Procure um espaço pelo seu profissionalismo e garantia do trabalho realizado. No caso dos automóveis, se um trabalho não for bem feito, as consequências podem ser pesadas e implicar gastar, no futuro, avultadas quantias de dinheiro. pub
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pública: 26 de novembro de 2015 21 pub
Como pagar o automóvel? São cada vez mais os portugueses que estão a comprar um automóvel novo. A melhoria da confiança dos consumidores está assim a levar muitas pessoas a equacionar a possibilidade de trocarem de carro, seja ele novo ou usado. Como em muitos casos, os consumidores não têm disponível o dinheiro necessário para comprar a viatura a “pronto pagamento”, a solução passa por recorrer a um financiamento. Atualmente, existem diversas formas de financiar a compra de um automóvel. Conheça-as e veja qual aquela que melhor se adapta ao seu perfil e às suas necessidades.
Crédito automóvel Esta é a forma mais clássica e comum de comprar um carro com recurso a financiamento. O crédito pode ser contratado junto dos bancos, mas também através das concessionárias de automóveis. Se já tem o modelo do carro escolhido, compare a oferta de financiamento proposta pela concessionária com as condições que o seu banco lhe oferece para ver em que entidade o crédito fica mais barato. Não se esqueça, quanto maior for o envolvimento com o seu banco e quanto mais garantias apresentar, melhores condições no crédito terá. Para conseguir comparar qual é a oferta mais barata utilize a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global), já que esta taxa reflete todos os custos associados ao crédito, nomeadamente, juros, comissões, impostos,
Leasing e ALD Segundo os dados do Banco de Portugal, o número de novos contratos “leasing” e ALD estão a aumentar. Esta modalidade de financiamento caracteriza-se por a entidade que a concede, a empresa locadora, ficar com a propriedade do veículo. Ou seja, nestes contratos a instituição de crédito (locadora) cede ao cliente (locatário) a utilização temporária de um carro, em contrapartida do pagamento de uma renda mensal. No final do contrato, o cliente poderá adquirir o carro, se estiver interessado, mediante o pagamento do valor definido no contrato (valor residual). Qual é a vantagem? É uma opção mais barata, já
“Renting” O “renting” é uma modalidade alternativa e que é menos conhecida. Também aqui a entidade locadora cede ao consumidor o direito de utilizar a viatura, durante um determinado prazo acordado. No entanto, esta modalidade tem algumas particularidades, até porque o “renting” não é considerado uma forma de financiamento, mas sim uma modalidade de aluguer operacional de viaturas (para mais pormenores, consulte esta página). Além do simples aluguer do automóvel, o “renting” permite também aos consumidores contratarem um pacote de serviços extra associados ao uso da viatura. Tais como, o seguro de danos próprios; a gestão dos pneus, a gestão das inspeções periódicas e do pagamento dos impostos; a gestão de acidentes em que a viatura possa ser envolvida, entre outros. Outra característica do “renting” é o facto
etc. Na maioria dos casos, os contratos preveem a reserva de propriedade. Ou seja, no título de registo de propriedade é o consumidor que aparece como o proprietário da viatura, mas existe uma menção de reserva de propriedade à entidade financeira. Isto significa que até ao final do contrato de crédito, o consumidor não poderá vender o automóvel sem a autorização da instituição financeira. No caso dos créditos em que não existe a reserva de propriedade podem ser pedidos outros tipos de garantias (como uma fiança, por exemplo). Nesta opção, o consumidor é o dono do automóvel e não está obrigado a contratar um seguro de danos próprios. Porém, neste caso as taxas de juro associadas ao crédito automóvel podem ser, em média, mais elevadas face aos juros oferecidos em outras modalidades de financiamento. que as taxas de juro associadas ao ‘leasing’ são em média mais baixas do que as praticadas no crédito automóvel tradicional. Já o ALD (aluguer de longa duração) tem muitas semelhanças com os contratos de ‘leasing’. A grande diferença entre a forma de funcionamento das duas modalidades advém do facto de no ALD os consumidores terem a obrigatoriedade de comprar o veículo no final do prazo do contrato. No Leasing, durante a vigência do contrato, a viatura não pertence ao consumidor e as entidades locadoras obrigam à contratação de um seguro de danos próprios para a viatura (que é mais completo mas mais caro do que a apólice obrigatória de responsabilidade civil). de o contrato celebrado pressupor uma utilização média da viatura em quilómetros. “É importante fazer uma previsão realista dos quilómetros que vai realizar. Caso contrário, arrisca-se a pagar um valor elevado pelos quilómetros em excesso e receber pouco por aqueles que não realizar”, explica a Deco Proteste. Nesta opção, a maior vantagem é mesmo a comodidade, já que que nestes contratos muitos dos aspetos burocráticos, técnicos e fiscais relacionados com a viatura são assegurados pela entidade locadora. Contudo, esta não é a solução indicada para todas as pessoas. Segundo um estudo da Deco Proteste esta é uma forma de financiamento que é mais adequada para quem pretenda conduzir um carro de gama mais alta e não queira ficar com automóvel no final do contrato. Aqui, o consumidor apenas aluga o automóvel e não fica proprietário. www.saldopositivo.pt
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pública: 26 de novembro de 2015
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Escolher o melhor seguro automóvel
Cuidados na viagem
Escolher o melhor seguro automóvel pode dar algum trabalho, porque é necessário ter em conta diversas variáveis. Assim, a primeira coisa a fazer é decidir se quer um seguro obrigatório ou de danos próprios. Depois, terá de ter em conta critérios que podem influenciar o preço que vai pagar. São eles o modelo, o ano e a cilindrada do carro bem como a idade do condutor e os anos de carta. E há mesmo companhias que fazem descontos para mulheres. Já condutores com menos de 25 anos e com carta há menos de dois anos são, por norma, penalizados. O local onde vive o condutor também é tido em conta. O seguro é mais caro para quem vive na cidade porque o nível de risco é mais elevado do que no interior do país. Há ainda pequenas coberturas que deve fazer consoante o tipo de vida que tem. Por exemplo, se vive numa zona propícia a inundações, talvez deva “ponderar a contratação da cobertura de fenómenos naturais”, refere a Associação de Defesa do Consumidor, a Deco. Pode ainda proteger o seu veículo de quebra isolada de vidros que não resultem de acidentes, vandalismo, veículos para substituição, entre outros. Mas a Deco alerta: “certifique-se de que só inclui na apólice coberturas de que efetivamente possa vir a precisar, para não pesarem demasiado no seu orçamento”. Também é possível “cortar” na assistência em viagem, isto é, em várias companhias pode escolher diferentes modalidades de cobertura e limites de capital que pode definir quanto paga pelo seguro. Caso não consiga pagar a proteção do seu carro, pode sempre escolher apenas o seguro obrigatório, que cobre apenas a responsabilidade civil perante terceiros, se for considerado culpado do acidente. “O seguro obrigatório tem uma apólice uniforme, definida por lei, sendo comercializado por todas as companhias em condições idênticas. Neste caso, e na hora de escolher uma apólice sem coberturas adicionais, é tudo uma questão de preço”, explica a Deco. pub
Antes de iniciar a viagem confirme se o automóvel está em condições. Atenção ao estado dos pneus (a profundidade das ranhuras deve superar os 1,6mm de profundidade) e à sua pressão. Verifique se o sistema de iluminação está a funcionar perfeitamente, assim como os limpapara-brisas e o nível de óleo. Também deve confirmar o estado dos travões, sistema de refrigeração e o nível do líquido anticongelante. Consulte o estado das estradas, a previsão meteorológica e planifique o percurso. Atualmente existem várias aplicações móveis que permitem verificar o estado das estradas; estas podem e devem ser aproveitadas para planear a viagem. Confirme a validade do seguro do carro. Verifique que o seguro está válido e que incluí a cobertura de assistência em viagem. Este serviço deve incluir o reboque em caso de avaria, assim como a reparação no local se for um problema mais simples de resolver. No caso de alugar um carro lembrese também de se informar sobre o seguro do veículo de aluguer e quais as coberturas incluídas. Desta forma, não estará desprevenido em caso de acidente. Tome precauções durante o percurso. Opte por uma condução defensiva pois, desta forma, irá evitar acidentes. Utilize sempre o cinto de segurança e no caso de viajar com crianças aperte, mesmo em distâncias curtas, os cintos das respetivas cadeiras, que devem ser adequadas ao peso e altura da criança e devem estar colocadas segundo as normas em vigor. Respeitar períodos de descanso. Se a viagem for longa deve fazer várias paragens para descansar durante o percurso (de 2 em 2 horas), desta forma vai conseguir estar alerta enquanto estiver a conduzir. Confirme se o automóvel tem os elementos de segurança em caso de avaria ou furo. Antes de partir para a viagem confirme se tem o colete, triângulo, macaco e pneu suplente ou kit de reparação.
Portugueses pouparam 168 milhões com generalização dos combustíveis simples Os dados foram avançados pela Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis. No entanto, a diferença de preço entre o combustível mais básico e o aditivado baixou em média de sete para três cêntimos. A introdução de combustíveis simples em todos os postos de abastecimento já permitiu aos consumidores pouparem 168 milhões de euros desde Abril, de acordo com a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC). O combustível simples, que desde 17 de Abril é obrigatoriamente vendido em todos os postos de abastecimento, é aquele que sai diretamente da refinaria para o consumidor, sem qualquer aditivação.