ENTREVISTA Carlos Pereira, chefe do Núcleo de Famalicão
“O Escutismo não se frequenta, vive-se” Carlos Pereira é desde dezembro de 2015 o novo Chefe de Núcleo de Famalicão do CNE, sucedendo a Valdemar Magalhães. Encarando o novo cargo como uma verdadeira missão, as prioridades estão bem definidas e passam pela valorização do método escutista e o aprofundamento da vivência em Igreja, além da melhoria na comunicação e a eficiência na gestão administrativa e financeira. Mas há também obras concretas a realizar. Nesta entrevista, Carlos Pereira fala sobre o escutismo como a educação não formal que ajuda, certamente, na formação de cidadãos ativos e capazes. Sofia Abreu Silva Candidatou-se a Chefe de Núcleo e está frente deste organismo há poucos meses. Por que razão decidiu candidatar-se a este cargo? Todos os dirigentes do Corpo Nacional de Escutas assumem a missão de contribuir para a educação dos jovens. O espírito de serviço inerente a esta missão impeliu-me a abraçar um desafio na coordenação de uma estrutura vital para o desenvolvimento do Escutismo ao nível local. Liderar um grande núcleo como é o de Famalicão tem sido uma honra enorme mas também uma grande responsabilidade. Não posso deixar de referir que não me candidatei sozinho, mas sim com uma equipa capaz de
cessidades atuais do nosso movimento. Embora esta não seja uma realidade transversal a todos os agrupamentos, naqueles em que é evidente assume uma importância vital.
fazer a diferença num mandato que se prevê desafiante. Quais são os projetos que gostava de concretizar ao longo do deste mandato? Na construção do nosso plano de ação para o próximo triénio assumimos o lema de “Sermos um Só”. Este desejo pretende espelhar o ponto de partida do Núcleo de Famalicão para uma caminhada de três anos, e, acima de tudo, traçar o rumo e a estratégia, que se fundem na vontade e objetivos da Junta de Núcleo para o percurso que se antevê. Assim, definimos como principais objetivos para este mandato a valorização do método escutista como base da nossa ação, o aprofundamento da vivência em Igreja, o envolvimento dos recursos adultos, a dinamização dos recursos patrimoniais, a melhoria na comunicação e a eficiência na gestão administrativa e financeira. Estas nossas orientações assentam no propósito de uma maior aproximação e apoio aos nossos agrupamentos. No que a projetos específicos diz respeito, realço a necessidade de investimento em infraestruturas de base no Centro Escutista de Famalicão e a prevista remodelação da nossa sede de Núcleo que necessita de um melhor aproveitamento de espaços e, por conseguinte, de uma revitalização. Acrescento a estes, o projeto conjunto com as Guias de Portugal para a dinamização do espaço de uma rotunda que simbolize a marca do Escutismo e do Guidismo em Famalicão.
Para quem não conhece, quais as principais atividades que os escuteiros realizam? O Escutismo privilegia o contacto com a natureza e por essa razão aponto como principais as atividades que o fazem. Somos conhecidos pelos acampamentos e pelas caminhadas, a que chamamos ‘raides’ ou ‘hikes’, mas existem muitas outras igualmente atrativas. Convém, contudo, realçar que o mais importante não é o que fazemos, mas sim como fazemos. Os nossos escuteiros aprendem, com os seus pares e com a ajuda de adultos, a tomar parte da decisão, a liderar e a gerir projetos. Aprendem com os seus erros e, baseados no método escutista e num ambiente de educação não formal, crescem individualmente e em equipa. Como vê o escutismo no concelho? O nosso núcleo é composto atualmente por 45 agrupamentos distribuídos pelo Arciprestado de Famalicão. Tem, por força desta razão, várias realidades diferentes. Embora com relativas diferenças, vejo e sinto o dinamismo e a disponibilidade para a educação não formal presente em todos os agrupamentos, pelo que os famalicenses podem estar convictos de que trabalhamos na capacitação dos nossos
Hoje, as crianças e jovens têm muijovens e adultos, criando e incenti- tas solicitações. O escutismo convando a uma postura construtiva tinua a ser, atualmente, procurado? nas comunidades onde se inserem. Sim, felizmente. As vivências escutistas e o nosso método diferenQuais as maiores dificuldades que ciador continuam a ser bastante o escutismo famalicense apre- atraentes para os nossos jovens. A senta? diferença para as demais atividaDiria que um dos maiores proble- des é notória e temos conseguido mas, e por consequência dos maio- manter e até aumentar o nosso eferes desafios que temos, é a dificul- tivo. Os jovens de hoje adoram o dade em termos um número desafio que encontram no cresciadequado de adultos voluntários mento pessoal que lhes propomos. com disponibilidade para as ne»»»»»continua pub
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Nascido a 18 de agosto de 1984 em Famalicão, Carlos Pereira é o novo chefe de Junta de Núcleo de Vila Nova de Famalicão. Licenciado em Gestão, pela Faculdade de Economia do Porto, Carlos Pereira é bancário. É casado e tem um filho. Entrou para o Agrupamento 312 do Louro em 1991, tendo sido lobito, explorador, pioneiro e caminheiro. Foi chefe de unidade na Expedição nº64 e secretário do Agrupamento ao qual sempre pertenceu. Passou por uma longa caminhada de atividades, com destaque para a participação no RoverWay 2003 (Portugal), o RoverWay 2006 (Itália) e ACANAC 2007 e 2012. Durante os recentes anos da sua vida escutista colaborou com o Núcleo de Vila Nova de Famalicão e com a Junta Regional de Braga. Foi ainda representante do Núcleo no 3º Ciclo do Cenáculo Nacional. Fez parte da equipa que apresentou o livro “A Partida no Caminheirismo”, publicado pelo Núcleo em 2004, e da equipa de animação do ACANUC 2005. Integrou a Equipa Regional para a Educação e Formação de Adultos no triénio 2009/2011 e coadjuvou a coordenação da Equipa de Animação no ACAREG 2010. Foi Secretário de Núcleo para o Programa Educativo no mandato 2012/2015 coordenando, entre outros, o ROVER de Núcleo e fazendo parte da direção de campo do ACANUC 2015. Foi distinguido com a Medalha de Campo 3ª Classe, pela Junta Regional de Braga enquanto candidato a dirigente, e com a Medalha de Campo 3ª Classe, pela Junta de Núcleo de Famalicão, enquanto dirigente.
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Na sua opinião, quais são as vantagens do escutismo para quem o frequenta? Na verdade o Escutismo não se frequenta, vive-se. No Escutismo capacitamos os jovens e adultos para serem cidadãos ativos, criando uma mudança positiva nas suas comunidades e no mundo que os rodeia. Trabalhamos para uma sociedade mais equilibrada e feliz, nunca perdendo o norte que é o Homem Novo, Jesus Cristo. Qual o contributo que os escuteiros podem dar à sociedade atual? Na minha opinião, o facto de sermos a maior organização de juventude e de voluntariado, aliado ao facto de proporcionarmos um extraordinário espaço de educação para a vida, faz com que o impacto na nossa sociedade seja de um relevo incalculável. A diferença faz-se no dia-a-dia e em pequenos momentos que, quando vistos isoladamente, não tomam a real importância mas que, quando analisados em conjunto, resultam num efeito muito positivo.
A nossa ação voluntária faz-se com a ajuda de diversas entidades que complementam o apoio dos pais dos nossos escuteiros. Felizmente, temos tido, e estamos certos de que assim continuará, um apoio enorme quer da Igreja, dos órgãos de soberania, das empresas e da sociedade em geral. O apoio constante do município, bem como das Juntas de Freguesia, assume para nós uma motivação extra pois acaba por ser um reconhecimento do nosso papel de educadores de uma sociedade que se quer mais vivida e partilhada.
Para terminar, que mensagem gostava de deixar… Aproveito o momento para um agradecimento e para um desafio. O agradecimento especial que faço é para os pais de todos os elementos que temos em Famalicão. Obrigado por nos confiarem os vossos filhos. Estamos certos de que o crescimento deles será tocado por valores que farão deles pessoas melhores e construtoras de um mundo melhor. O desafio que sugiro é que experimentem o Escutismo. Tentem perceber a razão que nos leva a sermos mais de 3.000 em O Escutismo tem recebido o apoio suficiente Famalicão, mais de 70.000 em Portugal e das diferentes entidades? cerca de 40 milhões em todo o mundo.
Equipa da Junta A equipa da Junta de Núcleo de Famalicão, liderada por Carlos Pereira, é constituída por José Pereira, chefe adjunto; Dany Silva, secretário para o programa educativo; Rui Araújo, secretário para a comunicação e imagem; Ana Novais, secretária para a formação; Vânia Pereira, secretária financeira; José Carlos Neiva, secretário para o património; e Angélica Perliteiro, secretária administrativa.
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Uma vez escuteiro… sempre escuteiro No concelho de Famalicão, o movimento escutista reúne mais de 3 mil crianças e jovens. O OPINIÃO ESPECIAL quis falar com alguns dos escuteiros para saber o que os motiva e cativa nesta organização que aposta na valorização da pessoa e na preservação da natureza, tendo como lema “Sempre Alerta para Servir!”.
Vânia Pereira Agrupamento 357 - Gavião Vânia é escuteira desde 1989, ano em que abriram inscrições para escuteiras no agrupamento 357 de Gavião. “Tornei-me assim oficialmente lobita, e digo oficialmente pois desde muito cedo me lembro de participar nas atividades com o meu pai, dirigente da fundação do agrupamento e também chefe”. Foi também o pai de Vânia o grande responsável por lhe passar este ‘bichinho’ que é ser escuteiro. “É mesmo ‘bichinho’, porque é de tal forma envolvente e rico em oportunidades educativas, que uma vez escuteiro, escuteiro para toda a vida”. Vânia diz mesmo que todos os que passam pelo escutismo levam consigo uma mochila cheia de experiências enriquecedoras. “A vida na natureza, o aprender fazendo, a relação educativa entre adultos e jo-
vens, onde o papel do dirigente é o de um irmão mais velho, que apoia, incentiva e encoraja, o sistema de patrulhas, o progresso pessoal, onde o escuteiro trabalha para ser cada vez mais e melhor, são algumas das maravilhas do escutismo. Com elas cresci, aprendi e adquiri valores que me acompanham e fazem de mim a pessoa que sou hoje”, refere. Ser escuteiro é, para Vânia Pereira, mais do que ser um voluntário, é ser elemento ativo de um movimento de milhares de jovens em todo o mundo. “É um modo de vida. Hoje, como dirigente, e ao fim de muitos anos no movimento, a melhor recompensa é o sorriso dos jovens, as suas vitórias, o deixar em cada um deles o tal ‘bichinho’, que os ajudará a ser homens novos de um mundo novo”.
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Fraternidade Nuno Álvares: os escuteiros adultos Como movimento da igreja católica, a Fraternidade de Nuno Álvares (FNA) é uma associação privada de fiéis, de âmbito nacional, sem fins lucrativos, que se rege pelos estatutos e pelas normas canónicas vigentes. É uma entidade constituída por antigos escuteiros do Corpo Nacional de Escutas do Escutismo Católico Português, que deixaram o ativo. Esta associação está sob a proteção de S. Nuno de Santa Maria, seu patrono, e toma-o como exemplo de fé, humildade, espírito de serviço e abnegação, para ser seguido por todos os seus associados. A FNA tem como objetivos principais desenvolver junto dos seus associados a prática de escutismo adulto, à luz da lei e dos princípios do escutismo católico; manter vivo o ideal escutista na vivência da fé e do humanismo cristão, no serviço voluntário ao próximo, bem como na proteção da natureza e do meio ambiente; e promover a amizade escutista universal. pub
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Alexandra Vilas Boas Agrupamento 291 - Calendário
Tiago Silva Agrupamento 184 - Joane
Foi com 7 anos que Alexandra Vilas Boas entrou para os escuteiros. “Decidi entrar, porque, desde sempre, os escuteiros me chamaram a atenção e curiosidade. Também os meus amigos faziam parte deste movimento, o que, sem dúvida, me influenciou quando pensei em aderir”, começa por afirmar. Com 19 anos, Alexandra entende que o escutismo cria homens novos para um mundo novo. “É educar de forma diferente para o sucesso, é uma maneira de estar, é ajudar sem ser necessário, é deixar o mundo sempre melhor do que quando o encontramos, é guiarmo-nos por princípios e leis que nos levam a ser melhores seres humanos, é ser um bom cidadão e, acima de tudo, ser um exemplo para quem está de fora”. A diferença no escutismo está, justamente, no facto dos escuteiros serem “diferentes”. “De olharmos e pensarmos de forma especial, de nos preocuparmos mais com os outros do que connosco, de fazermos coisas que mais ninguém em nenhum movimento faz, de sermos reconhecidos mesmo sem o pedirmos”. Alexandra aprendeu no escutismo que sozinhos não conseguimos metade do que conseguimos em grupo. “O sucesso só merece ser valorizado quando partilhado e devemos tentar sempre ser o melhor para a sociedade. Ao longo destes anos, Alexandra aprendeu neste movimento a “ser divergente”. Porque, explica, “sou vista de forma diferente, sou educada de forma diferente, tenho um sentido da vida diferente e sei que no futuro os meus valores como pessoa serão também diferentes, serão baseados essencialmente na minha educação escutista”. pub
Tiago Silva entrou para o agrupamento 184 de Joane aos seis anos, sobretudo por influência dos pais. O pai tinha sido escuteiro em Joane e a mãe na freguesia de Airão S. João, concelho de Guimarães. Com Tiago entraram também para os escuteiros o irmão e o primo. Para ele, o escutismo é uma escola não formal, onde se tenta que todos aprendam vários valores sem que se apercebam. “À imagem da Igreja queremos que cada rapaz ou rapariga fique mais próximo do ‘Homem novo’ ”. No escutismo, o que mais gosta é a convivência entre as pessoas e os laços criados: “é importante a vida na natureza e ajudarmos na evolução dos jovens”. As lembranças oferecidas pelo escutismo são várias. Desde logo, e as mais relevantes, são “os acampamentos de agrupamentos que deixam sempre boas recordações e os grandes acampamentos como ACANUC, ACAREG que ficam sempre para a história”. Mas se calhar a memória mais importante está nos amigos: “foi no escutismo que criei o meu grupo de melhores amigos”. Tiago Costa não tem dúvidas: “recomendo que todos os pais deixem os seus filhos irem pelo menos a uma reunião para experimentarem e garanto que eles não sairão de lá indiferentes”. pub
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Sofia Gomes Agrupamento 445 - Cabeçudos “Ser Mais”. É com estas duas palavras que Sofia Gomes define o escutismo, no qual está desde 2011. Já passou pela secção dos pioneiros e agora está na reta final do escutismo, nos caminheiros. Sofia Gomes assume que inicialmente teve receio de entrar. Diz ela que basta imaginar: “movimento novo, dormir em tendas no meio do nada, não ter os mesmos recursos e facilidades do dia a dia”. Mas, arriscou e ainda bem que o fez. “Cresci imenso…Lidei com responsabilidades acrescidas fazendo jantares solidários, atividades para as secções de menor idade, organização de eventos escutistas, entre muitas, muitas outras”, conta. E acrescenta: “aprendi a trabalhar com personalidades muito diferentes da minha e passei por situações completamente inesperadas e fabulosas ao mesmo tempo, fazendo-me acreditar na grandiosidade que Deus nos tem vindo a proporcionar”. Por isto tudo, Sofia Gomes termina como começou este testemunho. “O escutismo levou-me a ser mais, tanto a nível pessoal como na minha relação com o próximo, baseando-me sempre nos ensinamentos do nosso fundador, Baden Powell, tendo um deles como lema de vida: deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei”.
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Hélder Silva Agrupamento 1387 - Gondifelos Com 10 anos, Hélder Silva entrou para os escuteiros. “Tomei essa decisão, porque sempre quis ser escuteiro”, diz, revelando que o que mais gosta é do “tempo passado nos acampamentos com os companheiros”. No escutismo, Hélder Silva encontra a educação e a preparação para a vida com base na lei e promessa. “Levarei para sempre valores como o respeito, responsabilidade e uma vivência cristã, além das recordações da promessa e do acampamento”. E acrescenta que foi neste movimento que aprendeu a valorizar a “vivência em patrulha” e a reconhecer o valor de trabalho em grupo”.
Números
Existem mais de 25 milhões de escuteiros em todo o mundo! A Organização Mundial do Movimento Escutista abrange mais de 216 países e territórios O CNE – Escutismo Católico Português é uma instituição reconhecida desde 1983. Há cerca de 70 mil escuteiros em Portugal Os 45 agrupamentos do arciprestado de Famalicão movimentam mais de 3 mil jovens
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Guias de Portugal: 85 anos de fé e valores para as raparigas
No passado dia 21 de fevereiro juntaram-se em Riba de Ave mais de 600 Guias para celebrar o Dia Mundial do Pensamento. As Guias é um movimento só para raparigas fundado por Baden Powell e sua esposa Lady Olave, assumindo-se como um movimento da formação integral de meninas e jovens. Todos os anos, em fevereiro, todas as Guias do mundo, mais de 10 milhões, estão unidas pelo mesmo pensamento, celebrando neste dia o aniversário dos fundadores. Para assinalar a data, este ano, as guias da região Braga juntaram-se em Riba de Ave e a elas juntaram-se também as guias da região Porto. A Associação Guias de Portugal é a entidade que promove o Guidismo no nosso país, sendo uma entidade ligada ao Movimento Mundial Escutista. Na verdade, o Guidismo procura contribuir para a formação de carácter,
através de uma pedagogia ativa, baseada no jogo e promove ainda vivência de valores fundamentais. A pedagogia do Guidismo tem por base a vivência de constantes que potenciam a educação para a autonomia e a responsabilidade e motivam as jovens a progredir nas suas capacidades pessoais, privilegiando a vida em grupo, a vida ao ar livre, o compromisso e a progressão. Em Portugal, o Movimento Guidista surge devido ao entusiasmo de antigas guias inglesas residentes em Portugal que, nos anos 20, juntam grupos de raparigas inglesas e portuguesas, no Porto e depois em Carcavelos e na Madeira, com as quais formam as primeiras Companhias. Este ano, as Guias de Portugal celebraram 85 anos de “testemunho de fé e escola de valores”. A arquidiocese de Braga conta com 19 Companhias num total de 500 guias.
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Corpo Nacional de Escutas
O Corpo Nacional de Escutas (CNE) é uma associação de juventude sem fins lucrativos, não-política e não-governamental, destinada à formação integral de jovens, com base no método criado por Baden Powell e no voluntariado dos seus membros, de 3 de Agosto de 1983. No nosso país, o CNE está implementado em cerca de 1.100 agrupamentos locais em todos os concelhos do território continental e regiões autónomas dos Açores e da Madeira. O CNE é um movimento da Igreja Católica e a sua missão consiste em contribuir para a educação dos jovens, partindo dum sistema de valores enunciado “na lei e na promessa escutistas, ajudando a construir um mundo melhor, onde as pessoas se sintam plenamente realizadas como indivíduos e desempenhem um papel construtivo na sociedade”. Os objetivos cumprem-se através do envolvimento dos jovens, ao longo dos seus anos de formação, num processo de educação não formal. O escutismo utiliza um método original, segundo o qual cada indivíduo é o principal agente do seu próprio desenvolvimento, para se tornar uma pessoa autónoma, solidária, responsável e comprometida. O Escutismo ajuda os jovens na definição de um sistema de valores baseado em princípios espirituais, sociais e pessoais expressos na “Promessa” e na “Lei”. pub