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Vinhos famalicenses a caminho da internacionalização Quem quiser provar os vinhos da Frutivinhos, pode encontrá-los na própria Cooperativa, em Ribeirão, onde existe actualmente um posto de venda ao público. Além disso, os vinhos famalicenses podem ser encontrados na restauração, supermercados, hipermercados, garrafeiras e armazenistas. Para já os vinhos são apenas vendidos no mercado nacional, mas a intenção é dar um novo passo: a internacionalização. “Temos tentado muito, porque o caminho é exactamente por aí. Já enviámos amostras para várias empresas, mas é um processo que demora a algum tempo”, sustenta a engenheira Sílvia Gomes. Enquanto a internacionalização não acontece, a Frutivinhos tem concorrido a vários concursos e já ganhou vários prémios, o que é, no fundo, “um reconhecimento para as várias pessoas que trabalham para um objectivo comum”. Com efeito, as metas para o futuro passam pelo aumento de produção e qualidade, investir na exportação e valorizar os profissionais a nível técnico.

Rosé e D. Sancho I premiados mais uma vez Mais uma vez, os vinhos produzidos pela Frutivinhos foram reconhecidos pelo júri. O Vinho Adega Cooperativa de Famalicão, Rosé foi distinguido, pelos seus 82 pontos, com uma Tambuladeira de Bronze, na rubrica “Vinhos provados pelo painel dos escanções”, realizado pela Associação dos Escanções de Portugal. O reconhecimento aconteceu no passado mês de Agosto. Já o Vinho Verde D. Sancho I foi classificado como Muito Bom (85 pontos) e ganhou assim três estrelas de prata no Concurso Internacional “Premium Select Wine Challenge 2010”. O júri composto por cerca de uma centena de elementos avaliou este vinho mediante uma prova cega, valorizando pelo segundo ano consecutivo o trabalho feito pela Frutivinhos.

Cooperativa mantém o número de produtores há três anos

Frutivinhos aumenta produção de vinho Sofifiaa Abreu Silva* Em plena época de vindimas, a Frutivinhos – Cooperativa Agrícola de Famalicão deve registar um aumento de 10% a 20% na recepção de uvas. Contas feitas, deverão ser entregues entre 300 toneladas de uvas brancas e cerca de 40 toneladas de uvas tintas na cooperativa de Ribeirão. Este acréscimo, segundo Sílvia Gomes, deve-se sobretudo às variações de temperaturas que se têm registado nos últimos meses e à precocidade do estado vegetativo da planta na ordem dos 10 a 15 dias. A engenheira agrária da Frutivinhos explica que em relação à qualidade, poderá haver alguns prejuízos para quem não fez os tratamentos fitossanitários atempadamente, porque “houve em Junho e Julho uma ocasião em que as temperaturas não ajudaram”. Mesmo assim, serão cerca de 40 a 45 produtores que entregarão as uvas na cooperativa. “Durante três anos temos mantido o número de produtores, alguns possuem áreas de cultivo de três a quatro hectares, outros de um hectare, mas todos juntos ainda dão algum volume”, explica. Na realidade, a Frutivinhos tem feito um acompanhamento muito próximo dos agricultores famalicenses, concretamente ao “nível da assistência técnica”. No sentido de incentivar à continuação de produção de vinho, a Cooperativa dilatou o valor que paga por quilo de uvas a cada produtor. “Houve um aumento muito significativo e estamos a tentar acompanhar a evolução do mercado. A nível de pagamento de uvas, o esforço é muito grande, mas temos obtido bons resultados”, realça. Sílvia Gomes conta ainda que o programa de apoio VITIS – Regime de Apoio à Reconversão e Reestruturação das Vinhas – começa também a dar resultados. Na prática, os produtores que se candidataram a este projecto avançam para a plantação de vinha ou reconvertem as vinhas que possuem e voltam a cultivá-las. “Vamos começar agora a colher as primeiras uvas das candidaturas feitas há três anos”. Cooperativa ajuda no escoamento dos produtos Os produtores que entregam as suas uvas na Frutivinhos podem contar com a ajuda da cooperativa no que respeita ao escoamento. Ou seja, explica Sílvia Gomes, depois de realizarem as vindimas, a Cooperativa faz a vinificação, o engarrafamento e a comercialização. “No caso das frutas e produtos hortícolas, há produtos que já vêm embalados do campo, como por exemplo a alface, que é um produto mais minucioso no seu manuseio. Depois, há outros que nós embalamos e calibramos aqui. Mas, segue-se a expedição e comercialização”. Actualmente, a Frutivinhos fornece particularmente mercados abastecedores, especialmente o do Porto. “Trabalhamos com produtos sazonais e não temos um leque de oferta durante todo ano, portanto não estamos tão direccionados para os hipermercados ou supermercados que, quando compram, adquirem vários produtos, que chegam todos no mesmo transporte”, explica, lamentando porém esta condição porque “a produção local deveria ser valorizada localmente”. Como os tempos são de crise, Sílvia Gomes conta que assistimos ao fenómeno de os agricultores, que possuem pequenas propriedades, produzirem e venderem à porta, “Estamos quase a voltar ao passado. Os pequenos agricultores vendem para ter o dinheiro para o dia-a-dia. E aqui, na cooperativa, os pagamentos são mensais e estamos a falar de toneladas e não de quilos”, elucida. * Com Rodrigo Andrade

Engenheira Silva Gomes

Temperaturas antecipam vindimas Em todos os anos vitivinícolas há uma particularidade e este ano não foi uma excepção. Segundo a enóloga da Frutivinhos – Cooperativa Agrícola de Famalicão, as condições climatéricas deste ciclo vegetativo de 2011 “foram responsáveis pela precocidade da vinha, em relação ao ano anterior, desde o abrolhamento à floração e ao pintor”. Registaram-se, de acordo com Gabriela Albuquerque, temperaturas muito elevadas em Junho, mais moderadas em Julho, mas sempre acompanhadas de um longo período de estiagem (tempo seco). Isto significa que, apesar de um Verão moderado, “as castas sintetizaram os açúcares de uma forma regular, antecipando assim a maturação”. Assim, regista-se, segundo a especialista, “um acréscimo de 5% da produção, na Região dos Vinhos Verdes, em contraste com a maioria das outras regiões, onde houve um decréscimo de produção”. A enóloga sublinha que a Frutivinhos tem, ao longo dos últimos anos, incentivado os seus associados para a produção de qualidade. Com efeito, este ano, e mais uma vez, “a uva apresenta uma boa relação qualidade açúcar/acidez”. Engane-se porém quem pensa que fazer vinho de qualidade é sempre a mesma coisa. “Todos os anos, os enólogos preparam-se para intervir conforme as diferentes características organolépticas da matéria-prima”, explica Gabriela Albuquerque. No fundo, o desafio que se coloca à Frutivinhos é obter o máximo de qualidade, “desde a colheita até à mesa, de forma a proporcionar grande satisfação aos nossos clientes”.


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pública: 7 de Setembro de 2011

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Frutivinhos ajuda na revitalização das terras

Há cada vez mais interesse pela agricultura

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Frutivinhos iniciou, há cerca de três anos, a vertente ao apoio à elaboração e acompanhamento de projectos agrícolas de investimento. A ideia surgiu devido à procura de pessoas que não estavam ligadas ao sector agrícola, mas que viram nos seus terrenos uma fonte de rendimento e de aproveitamento para minimizar a desertificação. “Como a Frutivinhos é a única cooperativa da região ligada ao sector da produção agrícola, achamos bem dar apoio a essas pessoas e desta forma valorizar os produtos com mais procura”, explica Sílvia Gomes, engenheira agrária da Frutivinhos. A Cooperativa iniciou, por isso, o Projectos Vitis ligado ao aumento e reestruturação de áreas de vinhas. “No universo da Frutivinhos esta medida já levou ao arranque de velhas vinhas e ao aumento de cerca de 10 hectares”, calcula. Outra medida que a Frutivinhos implementou de apoio aos agricultores foi a de “Investimentos de pequena dimensão”. Neste caso, a finalidade é a melhoria das condições de trabalho e de produção para um melhor desempenho das explorações agrícolas. Para Sílvia Gomes, o objectivo principal passa por melhorar “as condições de vida, de trabalho e de produção dos agricultores e contribuir para o processo de modernização e capacitação das empresas do sector agrícola”. O papel da Frutivinhos passa, com

efeito, pelo aconselhamento agrícola e apoio na gestão da elaboração do projecto. O apoio baseia-se na elaboração da candidatura e em todo o processo de implantação das culturas, desde o levantamento de áreas, limpezas e nivelamento dos terrenos, apoio nas fertilizações, o que plantar, métodos de plantação, sistemas de rega, acompanhamento ao longo do ciclo vegetativo e, finalmente, garantir o escoamento do produto. De resto, existem outros casos, que não passam pelos projectos de investimento, mas antes na revitalização de culturas já instaladas. Estes casos estão associados ao abandono das culturas e, mediante avaliação do estado dos terrenos e culturas, a Frutivinhos ajuda nos trabalhos de melhoria destes. “Muitas vezes pelo facto de a população mais jovem procurar trabalho nos grandes centros, e não terem carácter agrícola, regista-se o abandono das terras”, descreve a engenheira. Por isso mesmo, o trabalho da Frutivinhos passa pela avaliação económica financeira e rentabilidade da estrutura. Neste momento a Frutivinhos possui 7 projectos em plena laboração, enquanto 4 estão em análise e à espera de aprovação. Sílvia Gomes nota que as pessoas estão mesmo a apostar na terra e acredita que a cooperativa seja uma mais-valia para o “crescimento sustentado do sector agrícola na região”.

Vinho e gastronomia Beber vinho com moderação além de ser uma atitude saudável, ajuda melhor a apreciar os diversos pratos que fazem parte da rica e variada gastronomia nacional. M a ris co s : quando são cozidos, vão bem com vinho branco leve, acídulo ou com vinho verde branco. Quando forem gratinados ou cozinhados com gordura, ervas aromáticas, especiarias ou natas requerem um vinho branco seco, menos acídulo e menos jovem. Peixes: cozidos ou grelhados: são beneficiados quando acompanhados por um vinho branco, um pouco acídulo, leve, frutado e vivo. Já o peixe no forno deve ser servido com vinho branco mais seco, encorpado e capitoso. A excepção acontece com a sardinha assada e o bacalhau, que vão muito bem com o vinho tinto, encorpado e de preferência com alguma adstringência. Carnes: as vermelhas: necessitam de vinhos tintos encorpados. As carnes brancas irão melhor com vinhos brancos fortes ou rosados, mais jovens e menos carregados de aroma e sabor, como Chardonnay ou Sauvignon. No caso do leitão assado no forno, a escolha deve recair num espumante natural. Já a caça combina com vinho tinto velho, aveludado, com um bom "bouquet". Massas Com massas, legumes, arroz e ovos servem-se vinhos brancos adamados

ou tintos ligeiros. Queijos Com queijos fermentados (crus) servem-se vinhos tintos fortes. Queijos de pastas cozidas (tipo gruyére) pedem vinhos tintos mais leves. Com queijos frescos servem-se vinhos brancos suaves. Saladas: especialmente as de folhas verdes: combina com vinho tinto. Doçaria: acompanha bem com um vinho licoroso doce ou meio doce, conforme a sobremesa tenha mais ou menos açúcar na sua confecção, ou com um espumante doce. Porém, se os doces tiverem chocolate ou nozes nunca se deve acompanhar com espumante. Porém, os espumantes vão bem com tudo. Está na moda, começar e acabar uma refeição sempre na mesma companhia: o espumante natural. Café : Com café devem servir-se aguardentes.


pública: 7 de Setembro de 2011 13

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Reciclar rolhas de cortiça Green Cork é um programa de reciclagem de rolhas de cortiça desenvolvido pela Quercus e tem como objectivo não só a transformação das rolhas usadas noutros produtos, mas, também, com o seu esforço de reciclagem, permitir o financiamento de parte do Programa “Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade”. As rolhas de cortiça recicladas nunca são utilizadas para produzir novas rolhas, mas têm muitas outras aplicações, que vão desde a indústria automóvel, à construção civil ou aeroespacial. A rolha de cortiça faz parte da embalagem do vinho e tal como noutras embalagens em que as tampas ou vedantes são reciclados, a rolha de cortiça também deve ser. Sem esta reciclagem a rolha de cortiça não se pode defender a rolha de cortiça como um produto ecológico. A matéria-prima cortiça, como produto natural (que necessita de um tempo longo

Vindima promete grandes vinhos na Quinta do Ermízio

de crescimento) é limitada, pelo que o seu reaproveitamento não diminui a utilização da cortiça que sai das árvores, mas permite a sua utilização em outros produtos. Assim, não serão feitas novas rolhas a partir das usadas, mas as rolhas serão matériaprima para a produção de outros materiais como isolamentos de construção.

TAP premiada em concurso de vinhos servidos a bordo Pela primeira vez, a TAP recebeu três prêmios da Business Traveler (Global Traveler – Wine on the Wings 2011 Award). É o mais prestigiado concurso anual de vinhos servidos a bordo, pelos vinhos da Carta 2011. A Business Traveler é uma publicação norteamericana, com tiragem superior a 100 mil exemplares e edições regionais para Ásia, Europa e Oriente Médio. É considerada a maior revista voltada para viajantes a negócio nas classes primeira e executiva. O concurso foi realizado no dia 25 de Maio na Accademia di Vino, em Nova York. Os 30 juízes e um especialista participaram da prova cega de vinhos brancos, tintos e es-

Qualidade e rigor são valores essenciais

pumantes das companhias aéreas. Os juízes vieram de uma ampla gama de especialidades, incluindo jornalistas especializados, sommeliers, donos de lojas de vinhos e vinicultores. No total, 28 companhias aéreas de grande porte participaram, fornecendo 136 amostras para degustação, e a TAP recebeu o primeiro lugar na categoria de vinho tinto, com o “Casa de Santar Dão Reserva 2007”. Na categoria espumante, a aérea portuguesa ficou em terceiro lugar com o “Luís Pato 2010” e em quarto lugar na categoria de vinho branco com o “Paulo Laureano Alentejo Branco Reserva 2010”.

As vindimas estão em pleno e a correr bem na Quinta do Ermízio, em Ronfe, no concelho de Guimarães. Na realidade, para este produtor, a vindima tem, claro, a máxima importância. “O ano tem sido difícil”, começa por dizer António Monteiro, responsável pela quinta e também professor no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. “O mês de Maio foi mais quente do que o habitual e acelerou o desenvolvimento das videiras e a maturação das uvas. Tivemos que iniciar as vindimas em Agosto pela primeira vez na história da quinta. As uvas não podiam esperar, mas veio a chuva”, conta António Monteiro. Foi, assim, preciso utilizar as previsões meteorológicas para aproveitar os poucos dias secos para vindimar. Assim, até agora, já foram colhidas “as castas mais temporãs como o Alvarinho e a Trajadura, deixando as mais tardias, como o Loureiro e a Pedernã para Setembro”. Porque o Verão foi fresco e deu uvas muito

aromáticas e de maturação equilibrada, o vinho deverá ser bom, segundo o professor António Monteiro. Aliás, a Quinta do Ermízio já ganhou várias medalhas de ouro no concurso da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, tendo inclusivamente conquistado um troféu do melhor vinho verde branco. Na Quinta do Ermízio, as uvas são transportadas para a adega em cestos, para que cheguem inteiras. Uma vez na adega, há todo o cuidado em preservar a qualidade das uvas, utilizando muito rigor no processo de vinificação, cada vez mais baseado em métodos naturais, que a tradição consagrou. Segundo o professor António Monteiro, a intenção é fazer vinhos que dêem prazer a beber. “Macios, frescos e cujo aroma se mantém na boca durante longo tempo. Nos tintos é bem conhecido o nosso vinho da casta Vinhão, com intensa cor rubi, no estilo tradicional. Temos ainda o Campo do Porral, muito frutado, para quem

prefere um tinto mais suave”, descreve. Já nos brancos há mais variedade. “O vinho corrente, vendido ao litro, é um bom exemplo de um vinho verde agradável com boa relação preço-qualidade”. Depois temos o Campo do Porral e o Campo da Lajinha, feitos à base de Loureiro, aromáticos e com a agulha típica da região. Por último, e como topo de gama, surge-nos o Quinta do Ermízio, à base de Alvarinho, macio, que enche a boca, com aromas complexos e grande persistência aromática. Na verdade, vale a pena conhecer a adega da Quinta do Ermízio, no lugar do Sobrado, Av. Cidade de Guimarães, em Ronfe. Aberta de segunda a sábado para provas e venda de vinho. pub.


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