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Leandro Alves de Almeida, Logum Logística EMISSÕES DE CO2
os desafios do mercado de baixo carbono
A partir de 2020, os produtores de bioenergia e, em especial, a indústria sucroenergética, passaram a ofertar um novo produto associado aos benefícios ambientais dos biocombustíveis: os créditos de descarbonização ou CBIOs.
Esses títulos foram criados pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), representam a emissão evitada de uma tonelada de gases causadores do efeito estufa (GEE). O Programa prevê a compra do certificado pelos distribuidores de combustíveis para o cumprimento de suas metas anuais de descarbonização, sem, contudo, descartar o uso dos créditos para compensação de emissões por outras indústrias. O preço do CBIO, por sua vez, é determinado pelas condições de oferta e demanda, com ajustes realizados a partir da comercialização em mercado organizado.
A dinâmica inicialmente proposta pelo RenovaBio busca corrigir uma importante falha de mercado que caracteriza o mundo das energias renováveis: a presença de externalidades que resultam em um nível subótimo de produção e consumo dos biocombustíveis e um superinvestimento em fontes fósseis. Em essência, a externalidade positiva associada à descarbonização passa a ser um retorno econômico ao produtor de biocombustível; o que era externalidade negativa, por outro lado, se torna um custo privado adicional aos fósseis. A partir daí, cabe ao consumidor fazer a sua escolha, com base nos preços relativos, agora corrigidos, de cada combustível.
Esse ajuste de mercado e as transformações promovidas na indústria sucroenergética a partir da geração de CBIOs são, sem dúvida, mais importantes do que qualquer receita gerada com a venda desses títulos. As mudanças observadas desde a implementação do RenovaBio iniciaram um processo fundamental para que o setor possa enfrentar ;