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Joaquim Trecenti Barros Lordelo
as inovações inseridas na colheita
Diversas inovações tecnológicas desenvolvidas na última década estão invadindo, ou melhor, embarcando em máquinas e equipamentos, sejam para as atividades agrícolas ou florestais. Elas são benéficas para toda a cadeia agrícola e florestal, porém a velocidade com que essas novidades chegam aos equipamentos varia muito em função do setor. Alguns, como a agricultura, já saíram na frente e implantaram diversas novidades em suas colheitadeiras e tratores, iniciando um novo processo produtivo, denominado de agricultura de precisão. Desdobrando esse conceito ou processo produtivo (agricultura de precisão), é possível entender um pouco sobre a presença das novidades tecnológicas nas atividades agrícolas. Esse processo produtivo, o qual associa a tecnologia embarcada nos equipamentos com o sistema global de posicionamento (GPS), permite integrar as informações geradas pelas tecnologias embarcadas com a localização e mapeamento das atividades realizadas. Outro grande produto desse sistema integrado é a disponibilidade de informações em tempo real, possibilitando eventuais intervenções em tempo hábil. Sendo assim, iniciamos a incorporação desse novo conceito de processo produtivo nas atividades florestais. As primeiras inovações tecnológicas foram inseridas nas atividades iniciais da cadeia de produção de madeira, ou seja, na silvicultura.
Os equipamentos utilizados na colheita florestal há tempos permitem a utilização de tecnologias embarcadas. O que faltava ao setor era transformar os dados gerados nesses equipamentos em informações que auxiliassem desde o planejamento até a execução, tanto da operação quanto da manutenção desses equipamentos. Atualmente, a busca pela maior competitividade no setor de florestas plantadas faz com que o foco nos detalhes operacionais represente elevada importância, a fim de identificar oportunidades para o aumento de produtividade e a consequente redução de despesas/custos. Os equipamentos florestais disponíveis no mercado nacional já disponibilizam aos clientes tecnologias (por exemplo, computadores de bordo) com as mais variadas funções, como o controle de produção, planejamento de manutenção, monitoramento online dos principais indicadores do equipamento, etc. O novo desafio está na integração desses sistemas, de forma que as empresas, mesmo que utilizem mais de um fornecedor de equipamento, possam consolidar esses dados e gerar informações para a gestão e a decisão sobre o processo produtivo. Esse sistema deverá ser robusto e versátil para que, independente do modelo de colheita utilizado (harvester, feller, chipper, etc.), a empresa tenha informações e indicadores que lhe permitam planejar e operar dentro de sua melhor capacidade.
O início dessa mudança cultural, com a utilização de novas tecnologias, permitiu que algumas operações atingissem níveis de controle e qualidade diferenciados dentro do setor florestal. Algumas tecnologias consideradas pioneiras nas atividades florestais seriam: controle eletrônico de dosagem, aplicação de insumos em taxas variáveis e mapeamento georreferenciado das atividades realizadas. Após essa quebra de barreira, outros processos da cadeia produtiva da madeira iniciam também a busca por tecnologia, visando alcançar novos patamares de produtividade e custo. Um deles seria o processo de colheita florestal. Da década de 1970 (uso de motosserra), saímos para um boom de mecanização na colheita da década de 1990 até os dias atuais. No entanto, o processo de mecanização da colheita florestal caminhou a passos lentos e deixou de aproveitar o que de melhor havia disponível no mercado.
Joaquim Trecenti Barros Lordelo Gerente de Operações Florestais da Suzano Papel e Celulose
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Existem dois grandes fatores de risco ou oportunidades neste processo de implantação da tecnologia nos processos produtivos. O primeiro é a integração com os demais sistemas das empresas. O segundo, e mais importante, é a qualificação da mão de obra. "
Ainda assim, existem dois grandes fatores de risco ou oportunidades neste processo de implantação da tecnologia nos processos produtivos. O primeiro é a integração com os demais sistemas das empresas, necessitando de uma participação intensa das áreas de Tecnologia da Informação. O segundo, e mais importante, é a qualificação da mão de obra. Esse é um tema que deve permear todo grande projeto ou processo de mecanização ou de implantação de novas tecnologias, pois é o grande fator de sucesso: o quão preparados e engajados estão os trabalhadores.
Acredito que o País evoluiu significativamente nas questões tecnológicas do processo produtivo, agrícola e florestal, atingindo reconhecimento mundial, mas não se pode acomodar. Vamos buscar sempre evoluir e melhorar, pois há muito a fazer.