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Jorge Takeshi Yonezawa
inovações e
Opiniões integração
O setor florestal apresentou uma expressiva evolução na produtividade nos processos operacionais nos últimos 30 anos, como resultado das condições edafoclimáticas favoráveis e das inovações tecnológicas em diversas fases evolutivas, como a da biotecnologia e melhoramento genético, manejo florestal, mecanização da silvicultura e da colheita, gestão de pessoas, gestão ambiental e logística. Somos reconhecidos mundialmente pela alta produtividade e pelo menor custo de madeira posto-fábrica para espécies cultivadas. Mesmo assim, temos novos desafios, impostos pela competição mundial e pela necessidade de evolução contínua dos processos exigidos pelo mercado. Integração de atividades e setores: A integração entre atividades de silvicultura, colheita e logística possibilita ganhos de produtividade e de redução de custos. Um bom exemplo é o cultivo mínimo na silvicultura com o preparo de solo com perfil em “V”, fertilização balanceada, alinhamento e aplicação de herbicida (pré e pós) em uma única passada de máquina equipada com vários implementos, para simplificar as operações em novos reflorestamentos e reformas, permitindo plantações em grande escala com baixo custo e altas produtividades. Talhões com alta produtividade florestal com volumes médios acima de 0,25 m 3 sc/árvore (IMA > de 40 m 3 cc/ha.ano x 7 anos) vão possibilitar menores custos de colheita com harvester (pelo menos, 25% inferiores) que talhões com volumes médios abaixo de 0,17 m 3 /árvore (< 27 m 3 /ha.ano). Os mesmos ganhos podem ser obtidos no baldeio, com um bom planejamento do serviço e layout dos talhões, menor distância e maior concentração da madeira no baldeio.
Na produção de celulose, o descasque do eucalyptus spp com o harvester possibilita uma maior velocidade de secagem da madeira no campo e um menor percentual de casca no processo produtivo quando comparado com o tamborão industrial, possibilitando ganhos no transporte e na produção industrial. Na produção do carvão vegetal, o descasque no campo apresenta maiores resultados, pois a casca representa 10 a 13% do volume, auxilia na formação do mulching e na reposição de nutrientes essenciais do solo. Pelo fato de apresentar uma densidade 60 a 70% do lenho, gera cinzas (perdas) na primeira fase da carbonização e dificulta a secagem, pelo seu efeito de filtro, onerando o baldeio e o frete, além da maior presença de fósforo e sílica, que são prejudiciais na fabricação de alguns produtos siderúrgicos. Uma
Jorge Takeshi Yonezawa Gerente de Suporte ao Mercado da Ponsse Latin America
análise holística ou integrada possibilita ganhos no ciclo total, mesmo com aumento de custos em operações parciais. Silvicultura: A silvicultura é determinante para um bom resultado na colheita, no transporte e na produção industrial. Um reflorestamento de má qualidade terá reflexos não só no custo de produção da madeira, mas principalmente nas operações de colheita e na produção industrial. É fundamental a utilização de alta tecnologia para produção de clones coerentes com o produto final, adaptados ao site, um manejo adequado do solo, fertilização balanceada, cultivo mínimo com qualidade mantendo o mulching e o plantio uniforme, com poucas falhas, seja mecanizado ou manual. Colheita e Logística: A mecanização teve uma boa evolução graças ao pioneirismo de algumas empresas que tiveram a iniciativa de importar máquinas e adaptá-las à nossa realidade, desenvolvendo toda uma estrutura própria de operação, manutenção mecânica e treinamento, bem como a reposição de peças, em conjunto com os fornecedores. Foi o caso da Riocel (atual Klabin) com forwarder, da Aracruz (atual Fibria) com harvester e forwarder, da Olinkraft (atual Klabin) com feller buncher e skidder, da Berneck com guinchos e cabos aéreos para áreas acidentadas. Também tivemos uma fase evolutiva através de programas cooperativos, como o PC MEC, desenvolvido em conjunto por empresas florestais, universidades, institutos de pesquisa e fornecedores, com o qual obtivemos o desenvolvimento do cultivo mínimo e vários equipamentos para silvicultura, colheita e logística. No transporte, temos a tecnologia mais recente disponível no mercado mundial, com composições com alta capacidade de transporte, alto PBTC, baixo consumo energético, baixa relação peso/potência, know-how para locação, abertura e conservação de estradas florestais com boa sustentação, equipamentos mais efetivos para transferência de cargas e um bom planejamento do fluxo de veículos, evitando paradas ociosas. Ganhos também podem ser obtidos com o transporte fluvial, marítimo ou ferroviário e com os fretes de retorno.
As inovações tecnológicas na silvicultura, na colheita e na logística proporcionaram altos ganhos de produtividade e redução de custos para empresas florestais do Brasil. Para manter a continuidade desses ganhos, há necessidade de integrar ainda mais essas atividades entre si e com outros setores internos ou externos e também prosseguir com novas inovações tecnológicas.