E.L.A.S - Liberdade para Envelhecer

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Fortaleza - CeARÁ - 31 de julho de 2020

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Arte de Anauricio Cortez sobre Imagem de Adobe Stock © New Africa

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FORTALEZA - CEARÁ - 31 DE JULHO DE 2020

EDITORIAL POR ADAILMA MENDES

ADAILMA.MENDES@OPOVODIGITAL.COM

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Parte das mulheres - parte pois infelizmente muitas delas seguem em condições socioeconômicas limitantes, a exemplo do que se vê no Brasil - passou a ter mais acesso à saúde e à educação, consequentemente

Nova relação com

FCO FONTENELE

ideia da mulher após os 50 anos, 60 anos, dedicada exclusivamente a cuidar dos netos e de outros parentes caiu por terra. Após a Segunda Guerra, a atuação do público feminino no mercado de trabalho passou a ser crescente, os movimentos feministas ganharam força e a luta por mais liberdade sexual não se cessa.

Maria Norma Colares, Cláudia Pires, Regina Ribeiro, Ethel Whitehurst e Virgínia Fukuda após bate-papo descontraído

O TEMPO |MULHERES| Com boa saúde

e independência financeira, a velhice é momento de redescoberta. A experiência é vivida por Virgínia Fukuda, que aceitou o convite do O POVO para esta reportagem

GABRIELA CUSTÓDIO

gabrielacustodio@opovo.com.br

Após 28 anos de atuação na área de habitação popular, três deles em São Paulo e 25 em Fortaleza, Virgínia Fukuda, 73, decidiu retomar um conhecimento antigo. Voltou ao bordado, prática que conheceu ainda pequena, e aprendeu a desenhar para aprimorar as criações. “Quando comecei, tinha amigas que não gostavam de me ver bordando, diziam que eu parecia uma velhinha”, conta, desmentindo o estereótipo que ronda a atividade. “Hoje, temos um monte de jovens bordando.” Ela faz parte dos grupos Café com Bordados e Iluminuras — Literatura e Bordado. “Parece que eu não fiz outra coisa na vida. Fiz amigos, depois de mais velha, conheci muita gente bacana”, conta. Paulista residente em Fortaleza há 43 anos, mãe de dois filhos e avó de três meninos, ela gosta de viver e descobrir a capital cearense, seja sozinha ou acompanhada. “Acho que faço uma boa companhia para mim mesma”, declara. Ir a exposições, assistir a apresentações musicais e encontrar amigas em cafeterias são algumas atividades que, literalmente,

ganhando mais independência para seguir em frente na busca por respeito e dignidade em qualquer fase da vida. No projeto “E.L.A.S.- Liberdade para Envelhecer” do O POVO, quatro mulheres - Maria Norma Colares, Cláudia Pires, Ethel Whitehurst e Virgínia Fukuda - nortearam a discussão sobre o que é hoje uma mulher na maturidade. Com a curadoria da jornalista Regina Ribeiro e apuração da repórter Gabriela Custódio, elas revelaram sentimentos, percepções de vida e o próprio caminhar. O material completo do E.L.A.S. encontra-se na plataforma multistreaming OP+.

preenchem a agenda de Virgínia. Ao saber de um evento ou de um local que quer conhecer, toma nota. Depois, comBABY partilha as novidades no InsBOOMER tagram com os mais de 600 A geração que perfis que a acompanham. nasceu no Virgínia Fukuda faz parte da pós-guerra, geração de mulheres que hoje entre 1945 e 1964, é, para tem mais de 50 anos e que viveu a antropóloga uma juventude diferente daqueGuita Debert, la experimentada pelas mães e “revolucionária pelas avós. Diversos costumes em todas as etapas da vida”. foram transformados. Elas passaram a ter mais acesso à saúde e à educação; testemunharam o auge da segunda onda do feminismo, que pautou a liberdade sexual; e muitas participaram ativamente de diversos movimentos de protesto. Chamada baby boomer, a geração que nasceu no pós-guerra, entre 1945 e 1964, foi “revolucionária em todas as etapas da vida”, segundo Guita Debert, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Agora que estão envelhecendo, elas continuam transgressoras, empenhadas em mudar essa etapa da vida, outrora vista como “mais dramática”. Essas mulheres cresceram em meio à mudança de paradigmas causada pela revolução sexual na década de 1970, tiveram acesso a contraceptivos, começaram a escolher se e quando teriam filhos, adentraram os

Fiz amigos, depois de mais velha, conheci muita gente bacana” Virgínia Fukuda

FRASE EM CX ALTA

muros das universidades e conquistaram mais espaço no mercado de trabalho. “Isso tem um impacto muito grande no envelhecimento, porque são mulheres que têm independência financeira, já estão aposentadas, têm curso superior”, explica Paula Brandão, professora e coordenadora do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Em tese de doutorado defendida em 2014, ela estudou o envelhecimento de mulheres da classe média de Fortaleza. Ao se abordar esse tema, faz-se necessário considerar aspectos interseccionais — de gênero, raça e classe social —, mas a pesquisadora aponta o salto qualitativo no envelhecimento das mulheres com quem conviveu durante o estudo. “A independência e a liberdade são muito fortes, acho que são palavras-chave para interpretar esse momento que elas estão vivendo. Isso não existia antes.” Mulheres com mais de 60 anos não se voltam mais apenas para o ambiente doméstico. Ir a festas, viajar, cursar especializações desejadas há tempos e/ ou realizar trabalhos que antes não supriam as necessidades financeiras, por exemplo, passam a fazer parte da rotina. “Essa mulher está com know-how para decidir os caminhos da vida dela”, aponta a professora. Essa ressignificação da velhice também é encontrada pela antropóloga Mirian Goldenberg em suas pesquisas. Uma diferença do novo modelo de envelhecimento, para ela, é as mulheres deixarem de se rotular. “(Elas) não se etiquetam, não falam: ‘Ah, agora eu fiquei velha, não posso mais transar, não posso mais namorar, não posso mais viajar’. Não, é até o oposto: ‘agora que eu fiquei velha é que eu vou fazer tudo que eu sempre quis fazer e não tinha tempo, não tinha coragem, não tinha dinheiro’.” Professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autora de diversos livros sobre o assunto, a pesquisadora resolveu trabalhar apenas com pessoas com mais de 90 anos desde 2015. Nas pesquisas, ela afirma encontrar realidades que fogem dos estereótipos existentes. “Tudo que se fala da mulher mais velha não é o que eu encontro: que ela vai ficar em casa fazendo tricô ou que vai ficar só cuidando dos netinhos, que não vai ter vida própria, que vai viver só para a família ou que vai se aposentar da vida amorosa e sexual. Todos esses estereótipos são só estereótipos, porque não é nada disso que ocorre.”


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PARA VER TODA A REPORTAGEM

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A reportagem especial E.L.A.S. - Liberdade para Envelhecer teve início com o encontro de cinco mulheres, antes de a Covid-19 mudar a rotina de todas elas, para um bate-papo sobre as próprias vivências durante o envelhecimento. Ethel Whitehurst, Cláudia Pires, Virgínia Fukuda e Maria Norma Colares reuniram-se para a conversa comandada pela jornalista e editora Regina Ribeiro, e o resultado foi um vídeo disponível na plataforma multistreaming de jornalismo e cultura OP+.

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O corpo que

HABITO

Vestido branco, longo e fluido. Pés descalços, cabelos soltos. Confortável na própria pele e no espaço onde faz morada, Cláudia Pires, coordenadora dos Laboratórios de Criação do Porto Iracema das Artes, percorre os cômodos em movimentos ensaiados para contar a própria história. Para comemorar os 50 anos, a bailarina abriu as portas de casa e acolheu as visitas que chegaram para prestigiar o espetáculo Com o tempo a teus pés. “Acho que, no meu fazer de dança, nós temos muitas conquistas no que diz respeito às maneiras de expressão. Nós, mulheres, especialmente, não precisamos mais ser, obrigatoriamente, as princesas dos balés de repertório. Nós podemos, além de ser isso, seguir dançando, nos expressando, como mulheres comuns, de corpos diferentes, de histórias diferentes.” O Brasil é o segundo colocado no ranking mundial em número de cirurgias plásticas, com mais de 2,2 milhões procedimentos realizados em 2018. A classificação é do mais recente estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês), que foi divulgado em dezembro de 2019 e mostrou novamente o País atrás apenas dos Estados Unidos. Nesse cenário, o corpo jovem, magro e sensual é um verdadeiro “capital” na cultura brasileira. O conceito é da antropóloga Mirian Goldenberg. “As mulheres têm mais medo de perder isso, mas, ao mesmo tempo, como elas se cuidam muito mais, vão muito mais ao médico, se preocupam muito com a aparência, elas envelhecem melhor. Inclusive não só na saúde, mas na própria aparência, porque elas cuidam mais da pele, cuidam mais do dente, cuidam mais do cabelo, cuidam mais do corpo”, afirma. Ao longo do tempo, são diversas as mudanças pelas quais o corpo passa. Os fios tornam-se brancos, as rugas surgem, os níveis de hormônio são alterados. Cada mulher lida com essas mudanças à própria maneira. Como nas demais etapas da vida da mulher, esse processo é repleto de cobranças. “Existe uma série de marcadores que vão desde o corpo a maquiagem, adorno e roupa que fazem com que essa mulher seja muito mais presa (do que o homem)”, afirma a vice-coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Gênero, Idade e Família da Universidade Federal do Ceará (UFC)

MODELO DE BELEZA O Brasil é o segundo colocado no ranking mundial em número de cirurgias plásticas, com mais de 2,2 milhões procedimentos realizados em 2018. A classificação é do mais recente estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês), divulgado em dezembro de 2019.

da Universidade Federal do Ceará (UFC), Kelly Menezes. A professora defende o poder de escolha sobre o que fazer com o próprio corpo, mas propõe a reflexão sobre os reais motivos para as decisões. “O que é o envelhecer bem? É o que mais se aproxima do corpo jovem e considerado belo. Esse sujeito idoso pode fazer o que quiser e puder com o corpo, mas é preciso provocar uma reflexão sistemática sobre estar fazendo isso porque

Nós, mulheres, não precisamos mais ser, obrigatoriamente, as princesas dos balés de repertório.” Cláudia Pires

O especial traz também entrevistas em vídeo com cada uma das personagens, além de episódios de podcast com os temas “O novo envelhecer”, “Vida profissional” e “Corpo e sexualidade”.

quer ou porque existe uma imposição midiática e da indústria.” Da mesma forma que as cobranças continuam em relação à aparência, há também aquelas sobre a sexualidade que são mais rigorosas para as mulheres. “É legitimado socialmente o homem viúvo relacionar-se de novo, mas existe um apelo de que a mulher fique até a morte sozinha”, exemplifica Kelly Menezes. Mas a realidade pode ser diferente. A ruptura entre a vida sexual das mulheres na juventude e na velhice, segundo Mirian Goldenberg, não é “tão grande quanto se imagina”. “As mulheres que gostavam muito de fazer sexo vão continuar fazendo, vão descobrir produtos e formas de continuar fazendo. Aquelas que nunca gostaram — e são muitas na minha pesquisa, principalmente as mais velhas, que não tiveram grandes experiências sexuais —, vão (pensar): ‘Poxa, agora vou me aposentar de algo que nunca foi bom para mim’”, explica a antropóloga.

O POVO MAIS MAIS.OPOVO.COM.BR Confira a reportagem na íntegra em: https://bit. ly/32Nidc1

FELI CIDA DE Elaborada pelo economista David Blanchflower, professor da universidade Dartmouth College, nos Estados Unidos, com pessoas de 132 países — e encontrada no Brasil pela antropóloga Mirian Goldenberg —, a curva da felicidade ao longo da vida tem formato de “U”. De acordo com ela, as pessoas mais felizes são as mais jovens e as mais velhas. Por volta dos 45 anos, ponto mais baixo do gráfico, as mulheres estão mais estressadas, exaustas, deprimidas e insatisfeitas. “É uma fase que elas reclamam muito de falta de tempo, falta de liberdade e falta de reconhecimento, porque elas fazem, fazem, fazem, e as pessoas dizem que elas não fazem mais que obrigação de mãe, de esposa, de profissional. Então, é uma fase muito difícil. E depois ocorre uma verdadeira libertação. Elas passam a usar o tempo para elas, para cuidar delas, fazer as coisas que querem fazer”, explica. Sem depender financeiramente de maridos, elas viajam, dançam e vão a festas. “Hoje, existe um circuito, em Fortaleza, da terceira idade. Um circuito que elas frequentam assiduamente de segunda a segunda. Todos os dias da semana tem algum lugar onde essas mulheres se encontram”, afirma a professora Paula Brandão.


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POETISA” PRA ZER As mudanças fisiológicas, de acordo com a psicóloga Valéria Fátima da Rocha, não retratam a dimensão da sexualidade. Membro da ONG Eternamente Sou, centro de referência e convivência para idosos LGBT, ela defende que é preciso “desgenitalizar o prazer”. “Temos que lembrar que a normatividade heterossexual não é muito discutida. Simbolicamente, o gozo sexual está diretamente ligado à penetração. Neste sentido, as mulheres bissexuais e trans, na velhice, também têm o desafio de aprender com o corpo zonas erógenas de prazer que não seja somente a genitália”, afirma. A repressão acerca do conhecimento do próprio corpo, porém, historicamente recai mais sobre as mulheres — principalmente, segundo Valéria, sobre as que hoje têm 70 anos ou mais. Isso explica o fato de muitas mulheres LGBT relatarem nunca terem se masturbado sozinhas ou não se olharem nuas no espelho, “tamanho bloqueio e anulação iniciados na infância e continuados na velhice por ‘vergonha’ e falta de aceitação”. Mas, no consultório, a sexóloga e ginecologista Rayanne Pinheiro tem percebido pontos de mudança. Um deles é a busca, cada vez mais cedo, por alternativas que possibilitem um envelhecimento com mais saúde e com vida sexual ativa. Ela percebe mulheres maduras que querem uma vida sexual gratificante e que dão maior importância ao orgasmo. “Tenho pacientes com mais de 60 anos que estão me buscando para redescobrir o prazer”, declara Rayanne. Enxergar uma nova parceria após a viuvez ou a separação é outra realidade. “A sexualidade entra em um apoio, porque é uma redescoberta, é tudo novo, já que ela passou tantos anos com a mesma parceria. Muitas mulheres estão descobrindo a homoafetividade, mesmo na maturidade. Todas essas dinâmicas são circunstâncias novas desse momento.”

ALÉM DA GENITÁLIA A psicóloga Valéria Fátima da Rocha coloca que a normatividade heterossexual põe o gozo sexual diretamente ligado à penetração. Neste sentido, as mulheres bissexuais e trans, na velhice, também têm o desafio de aprender com o corpo zonas erógenas de prazer.

O ativismo de Maria Norma Colares, 71, já é percebido na maneira como ela se identifica profissionalmente: poeta, não poetisa. Assim como outras escritoras também questionam, ela considera o termo negado “pejorativo”. “Eu sou poeta porque poetisa é uma palavra que sempre resvalou em mim, não entrava no meu coração. E se a língua portuguesa insistir em ser machista, eu tenho licença poética para dizer: ‘Eu sou poeta’.” Cientista social por formação, Maria Norma viu no estudo e na leitura uma forma de não reproduzir a história das outras mulheres da família. Conta que

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MACHISMO Em uma sociedade marcada por um machismo estrutural, o envelhecimento pode ser “mais cruel” para mulheres do que para os homens, como avalia a cientista social Marcia Veiga.

a vida foi repleta de migrações entre Ceará, Pernambuco e Amazonas, sempre envolvida em lutas sociais e culturais, participando de ocupações e militando por meio da arte. “Eu lamento que as mulheres da minha idade, que foram ativistas na juventude, hoje digam que estão cansadas, que estão doentes e não podem fazer nada.” A liberdade que marcou a juventude da poeta reflete-se aos 71 anos: ainda considera-se uma mulher livre e diz que transita facilmente entre diferentes gerações. Mas afirma que “envelhecer não é fácil”. O que torna o processo mais difícil é a exigência de pessoas da mesma idade para ser o que não é: agir e se vestir de forma mais séria ou não usar biquíni e shorts na praia. “Mas veias quebradas

Mas veias quebradas são como as cicatrizes da minha mão. São coisas que a gente vai perdendo no corpo. É o tempo.” Maria Norma Colares

são como as cicatrizes da minha mão. São coisas que a gente vai perdendo no corpo. É o tempo.” Em uma sociedade marcada por um machismo estrutural, apesar dos avanços dos movimentos feministas, o envelhecimento pode ser “mais cruel” para mulheres do que para os homens, segundo a pedagoga e cientista social Marcia Veiga. “Por um lado, (elas) são cobradas a permanecerem aparentemente jovens e ativas; por outro, obrigam-se, em grande parte, a assumir para si o cuidado com o envelhecimento alheio — de seus companheiros, familiares ou a quem prestem serviços de cuidado”, afirma. A professora argumenta que há uma “homogeneização danosa na velhice”, quando origens, trajetórias, desejos e expectativas de cada pessoa são ignorados, “como se todas as pessoas idosas tivessem que, a partir de determinada idade, agir de uma determinada forma”. Além disso, há especificidades em relação aos preconceitos sentidos pelas mulheres. “Existem preconceitos em relação à sexualidade e ao desejo feminino na velhice; preconceitos em relação à sua capacidade intelectual e decisória, por exemplo.” O acúmulo de funções também é pontuado pela geriatra Danielle Ferreira, médica da Clínica da Memória. “A mulher que envelhece é esposa, mãe, avó, profissional e, muitas vezes, torna-se cuidadora também. Se tem dois idosos, marido e mulher, muitas vezes a mulher vai ser a cuidadora, seja dos netos, do marido, do irmão.” Em consequência, muitas delas param de olhar para si e se dedicam ao outro. Mas a médica acredita que essa realidade pode mudar ao longo das próximas gerações. “Acho que já tem uma mudança, na sociedade, de como a mulher se enxerga nesse sentido, de ter seu valor, de cuidar de si, de ter um tempo para si. Mas ainda não chegamos lá”, afirma. Na medicina como um todo, o momento é de promover uma abordagem focada em prevenção, e não na doença. Essa postura é percebida na mudança do perfil dos pacientes que procuram a geriatra, principalmente as mulheres. “Hoje, não encaramos a entrada na terceira idade como um fim. Acho que começamos a encarar mais como uma das fases do ciclo de vida”, avalia.


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PROJETOS Aluna em um colégio interno do Rio de Janeiro por sete anos, a empresária e consultora Ethel Whitehurst aprendeu a bordar e costurar na infância. Aos 15 anos, já morando em Fortaleza, começou a ajudar a mãe na confecção de camisolas. Dois anos depois, casou-se pela primeira vez, continuou trabalhando, empreendeu no segmento e já soma “50 anos de bordados e rendas”. “Com a minha vida agitada de criar filho, trabalhar, viajar e vender, sempre trabalhando, eu não tive tempo de envelhecer.” Sempre de bom humor, a empresária de 65 anos atribui a vitalidade ao cuidado com a espiritualidade e à empatia com os demais. Em meio à criação de quatro filhos — todos do primeiro de três casamentos —, esses anos foram majoritariamente dedicados ao ofício de criar, vender e se doar. É o trabalho que a faz feliz. Ethel já planejou desacelerar, trabalhar menos horas. Mas, em 2017, aceitou o convite da amiga Ana Maria Studart para participar do núcleo em Fortaleza do Grupo Mulheres do Brasil. Assim, a ideia não se concretizou. Além de continuar à frente da Yamor da Ethel, deu início ao trabalho voluntário com rendeiras do município de Aquiraz. Em seguida, passou a trabalhar com internos da Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL 4), da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes e do Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa (IPF). Aceitou, ainda, o convite para atuar com egressos do sistema prisional no projeto Um Novo Tempo, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). “Eu sempre trabalhei muito, mas agora eu trabalho muito mais”, relata.

 REALIZAÇÃO Paula Brandão, professora e coordenadora do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece), posiciona que muitas mulheres, após se aposentarem, buscam realizar atividades para as quais não conseguiram dedicar-se antes.

Com a minha vida agitada de criar filho, trabalhar, viajar e vender, eu não tive tempo de envelhecer.” Ethel Whitehurst

Como fruto do trabalho no IPF, Ethel conta que as artesãs, que já produziam artesanato, passaram a vender mais. “Eu faço isso com um amor muito grande, porque já estamos vendo resultados: pessoas que saem de lá e não voltam para o crime, hoje são profissionais, são artesãs. Eles aprenderam uma profissão e já estão ou dando aula ou produzindo para comercializar”, orgulha-se. Não são raros os casos de mulheres que depois dos 60 permanecem envolvidas com o trabalho ou passam a se engajar em projetos voluntários. De acordo com Paula Brandão, professora e coordenadora do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece), muitas delas buscam, após aposentadas, realizar atividades a que não conseguiram dedicar-se anteriormente.

“Elas passaram a vida toda trabalhando, e esse trabalho deu um sentido para a vida delas. Não é simplesmente pendurar as chuteiras. Elas têm um papel e ressignificam isso”, afirma. Em pesquisa de pós-doutorado, Paula Brandão estudou as docentes aposentadas do curso de Serviço Social da Uece. Muitas, conforme relata a pesquisadora, querem diminuir a jornada, mas dão aulas em “espaço onde são reconhecidas pelo trabalho de uma vida toda”. “Elas vão para as pós-graduações ou dar aula como professoras eméritas em cursos de doutorado. Então, tudo isso é algo que torna a vida dessas mulheres mais ativa, mais potente. Você não vê mais uma mulher de 60, 65 anos, sem um projeto. Elas têm um projeto de vida, e esse que é o diferencial.”

VO LUN TARI ADO

Foi aos 63 anos que Glória Santos deu início a um trabalho voluntário. Bióloga por formação e professora aposentada, já faz uma década que ela participa do Projeto Cidadania Ativa, do Serviço Social do Comércio (Sesc), e visita quinzenalmente uma comunidade no bairro Papicu. “Quando reduzi minha carga horária e senti que ia parar, não me senti muito bem. Então, busquei alguma coisa para conviver com outras pessoas, um grupo. Eu busquei (o Sesc) e vi que poderia, além de me beneficiar, beneficiar os outros”, conta. O trabalho voluntário, para ela, a ajuda a se manter viva, apesar das críticas que já ouviu. “Não está bom de parar?” ou “Já fez tantas coisas” foram algumas delas. “Mas, ao mesmo tempo, você convence as pessoas de que a melhor parte é essa: você ainda se sentir útil e participar, como cidadã que você é”, conta. Existe, porém, uma “diferença abissal” entre idosos de distintas classes sociais, segundo a vice-coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas So-

O idoso das classes baixas, que durante toda a vida foi muito mal remunerado, continua trabalhando porque tem uma necessidade” Kelly Menezes

vice-coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Gênero, Idade e Família da UFC

bre Gênero, Idade e Família da Universidade Federal do Ceará (UFC), Kelly Menezes. As alternativas não são as mesmas: enquanto os de classes média e alta têm inúmeras possibilidades — como viajar, realizar projetos pessoais ou cursar uma nova graduação —, aos mais pobres resta trabalhar. “O idoso das classes baixas, que durante toda a vida foi muito mal remunerado, continua trabalhando porque tem uma necessidade. Então, ele vai continuar, de alguma forma, nos bicos e nos trabalhos informais, (mas) não porque gosta. Ele pode até dizer que é porque quer, mas sabemos que, no fundo, ele continua trabalhando por questão de sobrevivência.” A antropóloga e pesquisadora Mirian Goldenberg, autora de livros como “Corpo, envelhecimento e felicidade” (2011) e “Velho é lindo” (2016), também aponta a necessidade de se ter boa saúde — o bastante para ter autonomia — e independência financeira para “envelhecer bem”. “Mas isso não seria uma questão só da velhice. Em todas as fases da vida, se não tiver saúde boa e independência econômica, é quase impossível viver. Imagine envelhecer.”


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LGBTQIA+

A gente percebe que o corpo envelheceu, que as rugas apareceram, os cabelos brancos surgiram, o corpo já ficou flácido. Mas eu me sinto uma pessoa realizada, porque a luta foi árdua.” Thina Rodrigues,

foi presidente da Associação de Travestis do Ceará (Atrac), vítima da Covid-19

Fabio Lima

Thina Rodrigues tinha 57 anos quando foi vítimas da Covid-19, na manhã do último 29 de junho. Ela foi uma das mais de sete mil vidas encerradas pela pandemia só no Ceará. Lembrada como uma mulher guerreira, Thina presidiu a Associação de Travestis do Ceará (Atrac) e deixou um legado na militância pelos direitos de travestis e transsexuais no Estado. Meses antes daquela segunda-feira de junho, ainda em março, ela contou ao O POVO sobre como era envelhecer sendo travesti. Falou de dores, de cansaços e do corpo que já pedia sossego — sinal dos anos vividos —, mas destacou mais ainda a persistência na causa em que sempre acreditou. “Algumas das meninas desistem cedo. Acho que na veia delas não tem o sangue da militância. Eu nasci para ser militante, acho que vim com um propósito. E esse propósito eu tenho que terminar, mesmo meu corpo já pedindo um sossego, uma cama, paz. Mas eu continuo.” Quando se aponta que, atualmente, a procura por profissionais da saúde — como geriatras — se dá cada vez mais cedo, com o objetivo de prevenção, a realidade de pes-

soas LGBTQIA+ durante a velhice não é contemplada. Na realidade, mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis correm o risco de adiar as consultas e de procurar serviços médicos apenas em emergências por medo da discriminação e do preconceito. Isso resulta em falta de informação. “De forma equivocada, muitas mulheres acreditam que, por se relacionarem com outras mulheres, não necessitam de exames preventivos e tratamento para o câncer de mama e colo de útero ou infecções sexualmente transmissíveis”, afirma Valéria Fátima da Rocha, psicóloga e membro da ONG Eternamente Sou, centro de referência e convivência para idosos LGBT localizado em São Paulo. Os atendimentos muitas vezes têm como base os relacionamentos heterossexuais e a ideia de sexo ligado à reprodução, segundo a psicóloga. “Não há orientação de como fazer sexo seguro e uso do preservativo feminino, por exemplo.” Outros relatos de membros da ONG apontam falta de sensibilidade dos profissionais e desrespeito em relação ao nome social e aos pronomes adequados. “Outro problema: uma mulher trans que não fez a cirurgia de redesignação sexual vai precisar de um médico com especialidade em urologia. Uma participante do grupo relatou a experiência de ter ficado seis meses esperando a vaga pelo SUS (Sistema Único de Saúde), porém o médico recusou-se a

 Medo do preconceito Valéria Fátima da Rocha, psicóloga, explica que, “de forma equivocada, muitas mulheres acreditam que, por se relacionarem com outras mulheres, não necessitam de exames preventivos e tratamento para o câncer de mama e colo de útero ou infecções sexualmente transmissíveis”.

atendê-la alegando que ‘não se sentia à vontade’.” Além das relações entre médicos e pacientes, a discriminação e o preconceito para essa parcela da população envolvem toda a sociedade. “As mulheres lésbicas e trans precisam sair do imaginário coletivo de pornografia e de sexo fácil e frágil para ganhar o respeito e dignidade. Na velhice, isso aparece em forma de desprezo, invisibilidade e doenças emocionais e físicas.” Fazia quatro décadas que Thina Rodrigues vivia em Fortaleza, após ter sido expulsa da casa da família, no município de Brejo Santo. Com uma trajetória de atuação em prol dos direitos de travestis e transsexuais, ela viu conquistas serem alcançadas, mas temia novos retrocessos. Como avanços, citou o reconhecimento do nome social e a retificação do prenome e do gênero no registro civil sem necessidade de autorização judicial, cirurgia de redesignação sexual ou tratamento hormonal. A última foi decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) regulamentada no Provimento nº 73, de 28 de junho de 2018. “Isso é um dos avanços principais na classe de travestis e transsexuais. O que nos preocupa é que estamos vivendo um retrocesso na vida e na política, perdendo os direitos, mas mesmo assim a nossa luta continua. Estamos tentando inserir as meninas travestis e transsexuais no mercado de trabalho”, afirmou. A rotina era agitada. Thina começava o dia às cinco da ma-

As mulheres lésbicas e trans precisam sair do imaginário coletivo de pornografia e de sexo fácil e frágil para ganhar o respeito e dignidade.” Valéria Fátima da Rocha,

psicóloga e membro da ONG Eternamente Sou

nhã e recorria aos ônibus lotados para ir e voltar do trabalho. O corpo, que mostrava os sinais de envelhecimento, se mantinha forte para continuar a luta. “A gente percebe que o corpo envelheceu, que as rugas apareceram, os cabelos brancos surgiram, o corpo já ficou flácido. Mas eu me sinto uma pessoa realizada, porque a luta foi árdua.” Para o futuro, porém, o retrato era de incerteza. “Eu me preocupo porque não tenho uma moradia própria, não tenho família. E, muitas vezes pergunto a Deus: ‘O que será da minha vida? Que ramo eu devo seguir? Qual a luz que eu tenho que seguir?’ Então, é um tabu muito grande, principalmente para as meninas travestis que estão em uma idade avançada e são soropositivo (para o vírus HIV).”


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SEM PRE

| POLÍTICAS | Socialização, relacionamento entre gerações e protagonismo são pontos necessários para um envelhecimento saudável Se atualmente um em cada 11 cearenses é idoso, em 40 anos, com o envelhecimento populacional, essa proporção deve aumentar. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, em 2060, uma em cada quatro pessoas, no Ceará, terá 65 anos ou mais. Enquanto hoje essa parcela no Estado corresponde a 9% da população, em quatro décadas ela deverá ser equivalente a 25,4%. No âmbito nacional, a projeção é semelhante: o percentual deve aumentar dos atuais 9,8% para 25,5%, somando 58,2 milhões de pessoas. O interesse dos profissionais de Saúde por áreas como Geriatria e Gerontologia, porém, não acompanha esse ritmo. “É algo que precisa, urgentemente, ser debatido e posto em pauta, já que estamos caminhando com uma celeridade muito grande para uma população predominantemente de idosos, e isso envolve também a forma de compreensão do que é ser idoso”, afirma a doutora em Enfermagem Liana Mara Rocha Teles. Ao invés de taxá-lo como “uma criança com mais idade”, deve-se preservar a autonomia e a independência dele. “O familiar, o cuidador vem para contribuir, mas quem deve ser o protagonista nas decisões de saúde é o próprio idoso”, afirma a professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC). As políticas públicas devem considerar recortes específicos como a classe social, mas, em geral, as iniciativas voltadas para mulheres idosas devem promover espaços de socialização e fomentar a intergeracionalidade e o protagonismo.

CENTRO-DIA DE REFERÊNCIA PARA PESSOAS IDOSAS Espaço para atendimento e convivência de idosos com cuidados cotidianos (atividades física, pedagógica, psicológica, terapia ocupacional, oficinas de dança, música, leituras, rodas de conversambém presta orientação sobre a importância dos autocuidados dos acompanhantes dos idosos. Iniciativa da Prefeitura de Fortaleza está localizada na rua Dr. José Roberto Sales, 830, na Barra do Ceará. Mais informações em: https://catalogodeservicos. fortaleza.ce.gov.br/ categoria/social/servico/18 PROJETO FORTALEZA CIDADE AMIGA DO IDOSO Oferece as seguintes atividades: Esporte Amigo do Idoso. Promove prática de futsal, vôlei, basquete e ginástica em espaços públicos da cidade; Parque Aquático. Oferta da prática de natação e hidroginástica no Centro de Cidadania do Conjunto Ceará;

É algo que precisa, urgentemente, ser debatido e posto em pauta, já que estamos caminhando com uma celeridade muito grande para uma população predominantemente de idosos, e isso envolve também a forma de compreensão do que é ser idoso” Liana Mara Rocha Teles, doutora em Enfermagem

“Sobretudo, do (ponto de vista do) controle social, com participação em conselhos e fóruns. É daí que, de fato, vamos fazer as bases para que as políticas possam atender às reais necessidades desse público”, afirma Thaís Castro, supervisora administrativa da assistência do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Fortaleza. Apesar de existirem dispositivos como o Estatuto do Idoso (Lei Nª 10.741/2003) e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, aprovada pela portaria Nº 2.528, em 2006, iniciativas com o recorte de gênero ainda são “frágeis”. “Não tem uma política específica para o envelhecimento da mulher. Fica muito a cargo dos próprios gerontólogos e no campo acadêmico”, afirma. Além disso, ela aponta um “desmonte” das políticas públicas, mas destaca a força do Ceará nas ações para o segmento etário, com iniciativas como o Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (Cedi) e o Fórum Cearense de Políticas para o Idoso (Focepi). (Gabriela Custódio)

Idoso Bom de Bola. Visa democratizar a prática do futebol de campo entre o público idoso; Hortas Sociais. Incentiva a agricultura urbana e estimula o convívio social de famílias em situação de vulnerabilidade social. São mantidas três estufas, duas no conjunto Ceará e uma na Granja Portugal; Laboratório de Informática e Mídias Sociais. Visa proporcionar benefícios pessoais e sociais por meio da tecnologia. Mais informações em: www. fortalezaamigadoidoso.com.br AÇÃO DA SECRETARIA DA PROTEÇÃO SOCIAL, JUSTIÇA, CIDADANIA, MULHERES E DIREITOS HUMANOS (SPS) Promove acolhimento institucional em Instituições de Longa Permanência do Idoso, com atividades de incentivo à melhoria da qualidade de vida em grupos dos Centros-Dia. COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PESSOAS IDOSAS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Também da SPS, articula e executa ações para enfrentamento de violência e violação de direitos do idoso e da idosa, ações voltadas à qualificação de agentes públicos e da sociedade civil para os direitos da pessoa idosa e monitora o Projeto Praia Acessível, que oferta condições de acessibilidade na praia para pessoas idosas com baixa mobilidade. Realizado na Praia de Iracema, próximo à Ponte dos Ingleses, o Praia Acessível está temporariamente suspenso.

TRABALHO SOCIAL COM IDOSOS (TSI) Parte do Trabalho Social com Grupos (TSG) do Serviço Social do Comércio (Sesc), a iniciativa existe desde 1983. Atualmente, pautase nas seguintes linhas de trabalho: promoção da saúde e qualidade de vida do idosos, protagonismo da pessoa idosa, direitos sociais e cidadania, memória e histórias de vida, expressões artístico-culturais e intergeracionalidade. Ao todo, são 29 projetos de diferentes temáticas, entre elas: informática, criação literária, dança, filmes, voluntariado, canto, envelhecimento e trabalhos manuais. Dois projetos são voltados para as mulheres: Envelhecimento Feminino 50+. O projeto visa discutir questões acerca do processo de envelhecimento feminino, sobretudo, proporcionando reflexões sobre as mudanças no corpo envelhecido e autoimagem; Qualidade de Vida e Envelhecimento Feminino. Este versa sobre o envelhecimento feminino, tendo como foco questões relacionadas à saúde e a qualidade de vida de mulheres idosas, valorizando conhecimentos e vivências adquiridas ao longo do curso de vida das participantes.

Oficina da Memória. Busca exercitar o cérebro para preservar a memória por meio de atividades de estimulação cognitiva. É voltado para clientes com mais de 50 e sem diagnóstico médico de Demência. Inscrições: (85) 3208 2900 ou https://www. unimedfortaleza.com.br/ medicinapreventiva#osgrupos Obs.: Durante a pandemia, os grupos foram suspensos, mas estão voltando de forma gradativa, inicialmente online — com exceção da Dança Sênior®. As atividades são disponíveis para clientes da operadora e para não clientes, de forma particular. UNIVERSIDADE SEM FRONTEIRA Especializada em gerontologia educacional, a Universidade Sem Fronteira (Unisf) tem cursos para alunos de 50, 60, 70, 80 anos. Com a pandemia de Covid-19, a instituição passou a oferecer, remotamente, os cursos de Informática, Ginástica Cerebral, Canto, Idiomas, Filosofia e Auto Estima. As aulas de dança, zumba e circuito de exercícios físicos estão temporariamente suspensas. Inscrições: https://unisf.com.br/ Contato: (85) 3224 0909 / 98202 3297

A previsão de novas inscrições é em outubro. Quem quiser conhecer o TSG, participar dos grupos de Whatsapp ou dos encontros online deve ligar para(85) 3464 9322 ou 3452 9083 MEDICINA PREVENTIVA DA UNIMED Envelhecimento saudável. Voltado para pessoas com mais de 50 anos, trabalha perspectivas do envelhecimento, prevenção de quedas e outros acidentes, alimentação saudável na maturidade, atividade física na maturidade, como envelhecer e manter a autonomia e prevenção e controle de doenças crônicas; Dança Sênior®. Também para quem tem mais de 50 anos, busca favorecer a qualidade de vida mediante estímulos sensório-motores e cognitivos da Dança Sênior®. As sessões acontecem uma vez por semana e obedecem a programação de coreografias; Sobrepeso na Maturidade. Tem foco em pessoas com IMC ≥ 27 kg/m² e 65 anos ou mais. Visa orientar sobre melhoria do estado nutricional e mudança no estilo de vida para redução do peso e consequente redução de complicações;

EXPEDIENTE GRUPO DE COMUNICAÇÃO O POVO | Presidente: Luciana Dummar | Vice-Presidente: João Dummar Neto | Diretor Geral de Jornalismo: Arlen Medina Néri | REDAÇÃO: Diretores Executivos de Jornalismo: Ana Naddaf e Erick Guimarães | E.L.A.S. - LIBERDADE PARA ENVELHECER | Edição: Adailma Mendes | Repórter: Gabriela Custódio | Imagens: Fábio Lima e Fco Fontenele | Editor de Design: Deglaucy Teixeira | Tratamento de imagem: Robson Pires | Coordenação Audiovisual: Chico Marinho | Comercial: Diretora de Negócios e Comunicação: Marcus Soares | Gerente Comercial: Ranilce Barbosa | Diretor de Negócios: Wagner Mendes | Gerência de Produção: Gilvana Marques | Produção: Valéria Freitas | Gerência de Marketing: Natércia Melo | Analista de Marketing: Fernando Diego | Head de Estratégia Digital: Felipe Dummar | Gerente de Tecnologia: Maria Fernandes | Gerente de Inovação: Brenda Câmara

ARTE DE ANAURICIO CORTEZ SOBRE IMAGEM DE ADOBE STOCK © NEW AFRICA

CONHEÇA ALGUMAS INICIATIVAS QUE OLHAM PARA A TERCEIRA IDADE NO CEARÁ


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Sexta-feira

Fortaleza - CeARĂ - 31 de julho de 2020


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