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GUIA Dicas de leitura e filmes para educação ambiental

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O estudante Matheus Saboia trocou o carro pelo ônibus: mais economia e menos poluição

FORTALEZA-CE, AGOSTO DE 2020

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FOTOS PRISCILA SMITHS

DO CARRO AO ônibus

COM O INTUITO DE CONTRIBUIR PARA UMA MOBILIDADE URBANA MELHOR, O ESTUDANTE DE TEATRO MUSICAL MATHEUS SABOIA DEIXOU O CARRO NA GARAGEM E ADERIU AO TRANSPORTE COLETIVO

Lia Bruno liarocha@opovo.com.br

Se a gasolina polui tanto o meio ambiente, por que não deixamos os nossos carros na garagem e aderimos ao transporte coletivo? Se o trânsito está tão congestionado, então por que não passamos a usar as bicicletas para chegar mais rápido ao nosso destino? Foi pensando nisso que Matheus Saboia resolveu mudar os hábitos. Em prol de uma mobilidade urbana mais agradável, o estudante de teatro musical de 23 anos resolveu deixar o carro na garagem e adotar de vez o transporte público. “Por dia, a minha despesa com gasolina chegava em torno de R$ 20, então foi uma redução de custo bem grande. Sem contar que o trânsito de Fortaleza é muito caótico, você fica estressado e tira sua paciência, o que pode acabar gerando brigas desnecessárias com outros motoristas. Já ao andar de ônibus, eu só me preocupo em pagar a passagem e desço onde eu quero”, afirma o estudante.

Para Matheus, além da contenção de gastos, a decisão também foi pensada no meio ambiente, já que os gases liberados pelos veículos prejudicam a camada de ozônio. “Quanto mais carros, mais a camada de ozônio fica desgastada. Não podemos pensar só na gente, todos nós também fazemos parte deste ambiente”, reflete.

O artista ainda ressalta que não se sente desestimulado pela superlotação dos transportes públicos. “Nós sabemos que mobilidade urbana de Fortaleza tem que melhorar bastante em alguns aspectos, como a frota, mas eu ainda prefiro pegar um ônibus, por mais lotado que esteja, do que estar em um engarrafamento gigantesco”, diz ele.

De acordo com o estudante, talvez, se as pessoas tivessem esse tipo de consciência, a mobilidade urbana da capital não seria tão caótica. Ele ainda recomenda, principalmente para aqueles que não são tão fãs dos ônibus e da lotação do transporte público, o uso das bicicletas compartilhadas como uma alternativa ainda mais sustentável. “Lugares que antes você demo

rava até 40 minutos para chegar de carro e até mesmo de ônibus, com a bicicleta não leva mais de 15 minutos. Para mim, além de agilizar na mobilidade, também é uma forma de sair do sedentarismo e reduzir a emissão de gases poluentes”, explica.

Mas, engana-se quem acredita que a preocupação do artista com o meio ambiente se resume somente à mobilidade. Matheus também também abandonou o uso dos canudos de plástico e adquiriu um de metal, que sempre leva na mochila. “Eu parei de usar canudo [de plástico] porque isso prejudica muito a vida marinha. Não só os canudos, mas o plástico em geral é muito prejudicial. Também tem o lixo que a gente deposita em certos lugares, por exemplo. Eles não são separados corretamente para reciclagem e vai tudo para o mar”, conclui.

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RECICLAR PARA preservar

O ESTUDANTE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LEONARDO SOUZA DE ANDRADE PASSOU A SEPARAR O PRÓPRIO LIXO PARA A RECICLAGEM COMO UMA FORMA DE PRESERVAR A NATUREZA

Considerado um dos maiores vilões do meio do ambiente, o plástico está entre as maiores causas do comprometimento da qualidade do ar, solo e sistemas de fornecimento de água. Em todo o mundo, organizações não governamentais trabalham duro com o objetivo de conscientizar a população sobre o descarte consciente deste material, que é responsável por destruir, todos os dias, diversas vidas marinhas. E foi pensando nisso que o estudante de Ciências Biológicas Leonardo Souza de Andrade, de 22 anos, tomou a iniciativa de começar a separar o lixo de casa para a reciclagem. “A gente está, diariamente, usando plástico. No Brasil, hoje em dia, nós temos até alguns debates sobre o uso consciente dele, mas ainda tem uma grande rejeição. Aqui, a gente ainda está estagnado no negócio do canudinho, só que o problema não é só isso, até porque a gente consome ele de hora em hora. O grande problema do plástico é que ele foi feito pra ser super durável, ele dura muito mais que a gente”, explica. Apenas 1,28% do plástico do Brasil é destinado a reciclagem, segundo estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) em 2019. “É claro que a gente tem que descartar o lixo corretamente, mas aqui em Fortaleza é um pouco complicado. Nós temos alguns pontos de coleta seletiva, mas são pouquíssimos e, normalmente, ficam concentrados na área nobre. Eu, por exemplo, morei na periferia, até pouco tempo e não tinha acesso a um ponto de descarte de lixo reciclável”, afirma Leonardo que, sempre que pode, organiza o lixo de casa para levar em postos de coleta perto de sua casa.

Diferente do que muitos pensam, essas mudanças não precisam ser feitas de maneiras bruscas ou exageradas. Para o estudante, pequenos atos já são suficiente para ajudar o meio ambiente. “A pessoa não precisa radicalizar, só precisa ter o mínimo de noção de que está inserida no meio ambiente e que precisa dele. O ser humano tem muito esse negócio do egocentrismo, ele acha que é isolado de todo o resto da natureza, mas não, a gente tá aqui, inserido nesse ecossistema e nós temos que preservar ele”, finaliza.

Põe essas ideias em prática

Reduzir o uso de plástico. Você pode aderir ao uso das sacolas de papel reciclável quando for ao supermercado e adquirir seu canudo de metal;

Quando estiver andando na rua e não encontrar lixeira disponível, guarde o lixo no bolso ou na mochila para descartá-lo no local adequado;

Evite tomar banhos demorados, nada de passar meia hora cantarolando embaixo do chuveiro. Seja rápido, pois, ao contrário do que você pensa, a água vai acabar;

Sabe aquele copinho de plástico? Evite usálo e tenha sempre em mãos sua garrafinha d’água ou uma caneca;

Separe seu lixo. Não custa nada criar um espaço separado para descartar o material que pode ser utilizado na reciclagem.

FORTALEZA-CE, AGOSTO DE 2020

Leonardo Souza leva o lixo de casa para o ponto de coleta do supermercado Carnaúba, no Edson Queiroz

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Prevenção

COVID-19: CUIDADOS AO PEGAR ÔNIBUS

Os cuidados básicos de higiene para evitar o coronavírus devem ser adotados antes, durante e depois de usar o transporte público. As indicações da da Organização Mundial de Saúde (OMS) incluem limpar as mãos com frequência e evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca. Confira dicas de prevenção para pegar ônibus:

1. Usar máscara e levar consigo álcool 70; 2. Ao pegar em superfícies, utilize álcool 70 para limpar as mãos antes de encostas nos olhos, no nariz ou na boca; 3. Tossir ou espirrar na parte interna do cotovelo (se estiver com nariz escorrendo, utilizar lenço descartável); 4. Tentar evitar multidões, esperando um ônibus mais vazio, por exemplo, e até utilizando o app Meu Ônibus; 5. Evitar contato físico na hora de cumprimentar as pessoas; 6. Ao retirar a máscara, não tocar a parte da frente.

HIGIENIZAÇÃO DOS ÔNIBUS A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) orienta às empresas a correta higienização dos veículos para evitar a proliferação do vírus, com disponibilização de água e sabão nos sanitários e álcool em gel nos pontos de atendimento.

ETUFOR > EM TODOS OS TERMINAIS de integração, foram instaladas pias e dispenser com álcool em gel; > FORAM DISTRIBUÍDAS 150 mil máscaras nos terminais, que podem ser solicitadas aos funcionários nos terminais; > HIGIENIZAÇÃO diária dos veículos.

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