Se Apaixonar? A comparação e avaliação dos três tipos de amor, e como eles se relacionam com namoro e casamento Por Devern Fromke Será que Deus pretende que um cristão se apaixone?... ... Parece que há duas falsas noções que dominam o pensamento do mundo sobre o amor. Primeiro de tudo, há a noção fatalista como expresso na frase "Fall in love" (literalmente, “cair em amor”, transliterado: “morrendo de amor”). A própria expressão parece sugerir que o amor é uma espécie de armadilha em que se cai e, depois de ter caído, torna-se uma vítima desesperada, incapaz de libertar-se. Em segundo lugar, o amor é pensado como um poder irresistível que pode dominar uma pessoa a qualquer momento. E, querendo ou não, você tem que amar um certo alguém, independentemente das circunstâncias e condições. Se as coisas são tais que você não pode ter o amor desejado, então o seu destino é trágico. Como as letras dos romances, você deve definhar em remorsos e desejos insatisfeitos. É esta noção distorcida de se apaixonar que tem arruinado casas e casais. Isto é responsável pelo registro escandaloso de divórcios em nossa nação (EUA, mas no Brasil também). Recentemente, lemos de um proeminente dramaturgo que, como ele se casou com sua segunda esposa, concordou com ela que se o amor acabar, e algum deles se apaixonar por alguém, não se tentaria segurar o outro. Ele agora está casado com uma terceira esposa... Graças a Deus, o amor não é um déspota cruel, invisível que brinca com suas vítimas. Deus não tenciona que um cristão deva se casar simplesmente porque ele se apaixonou. No amor, devemos ser tão definitivamente guiados pelo Espírito Santo como em qualquer outra experiência em nossa vida. Assim, devemos escolher amar aquele a quem o Espírito Santo guia. Com a mente renovada, sob a direção do Espírito Santo, pode-se deliberadamente viver na Sua vontade, e viver acima do magnetismo animal da carne. Agora, não estamos dando a entender que o povo cristão não se apaixona. Oh, não! Talvez a palavra "Fall" (cair), explica exatamente o que eles fazem. Em grego, existem três níveis de amor: Eros é a paixão e o magnetismo animal; Phileo é uma afeição da alma ou natural, de amizade, muitas vezes confundido com o amor divino; Ágape é o amor divino, que é derramado pelo Espírito Santo (Rom. 5:5). Não é que estes dois níveis mais baixos não devem existir; não. Deus planejou e os construiu em nosso ser (Cantares de Salomão; 1 Coríntios 7:3-5).. Mas ele nunca teve a intenção de que eros ou phileo deveriam dominar ou controlar. Quando o Espírito Santo está controlando o derramar do amor ágape, é que o amor phileo e eros ficam na sua função adequada. Assim, podemos entender essas paixões que as pessoas chamam de "amor". Eles começam com a imaginação da mente carnal, combinam com os afetos da natureza e surgem para criar o que parece ser um poder irresistível. O mundo chama isso de amor! Mas isso não é o mais alto desígnio de Deus. Devido a essas paixões, muitos jovens (e, infelizmente, os mais velhos também) são desviados. Aqueles que não conhecem a sua posição permanente na Sua Morte e Ressurreição (Gl 2:20) não conseguem perceber a sentença de morte que Deus coloca em nossas afeições carnais (Gl 5:24), que se tornaram deformadas no Cair (“Fall”). Estes estão aptos a encontrarem-se fortemente atraídos por uma estranha paixão magnética que aperta a alma. Isto é o que eles descrevem como “cair em paixão”, mas está mesmo é “caindo” do lugar mais elevado que Deus planejava.
Observe como fugazes e passageiras estas paixões podem ser. Aqui está um rapaz que mal pode comer ou dormir porque ele está pensando apenas em uma certa garota. Ele escolhe estar ocupado apenas com ela. Em seguida, vem um dia, quando ela faz algo para ferir seu ego. Talvez ela o decepcione e vai embora com outra pessoa. Eis que o feitiço é quebrado e a paixão acabou. De repente, ele pode ver todos os tipos de coisas que ele não gosta nela coisas que nunca viu antes. [Para uma vívido, trágico exemplo desse padrão, veja o caso de Amnon e Tamar em 2 Samuel cap. 13] É claro que nós aprendemos que quando um jovem está no meio de uma tal "paixão enfeitiçante", é quase impossível argumentar ou mostrar-lhe qualquer coisa. Se formos sábios, devemos dar instruções antes deste tempo, de modo a prevenir. Aquele que aprendeu a viver em Sua vontade, não será a próxima vítima desses caprichos da alma. Há muitas pessoas que experimentaram o amor apenas no segundo plano [phileo]. Eles descobriram uma alma gêmea, pois eles têm uma afinidade de ideais e valores. Mas o que acontece quando seus ideais ou valores mudam? Outros, cujos objetivos e planos tem quilômetros de distância, sofreram apenas paixão física e atração [eros]. Eles assumiram que a atração sexual era tudo o que há no amor, e quando a atração parece ter mudado ou diminui, eles imaginam que o amor foi embora. São vidas construídas sobre essas noções superficiais que podem esperar o pecado e a tristeza de casas destruídas [Veja Mt. 7:24-29 ]. Como é necessário que a nossa concepção de Amor seja corrigida. Muitos que não têm muito conhecimento dos aspectos mentais ou espirituais se perguntam por que o aspecto físico do amor não consegue mantê-los. Eles não podem entender como a Bíblia pode ordenar a um marido e uma esposa para continuar a amarem uns aos outros, enquanto eles viverem. Se o amor fosse apenas uma coisa física ou emocional, tal coisa não poderia ser possível. Mas Deus quer que o amor seja algo sob a vontade e o controle do Espírito. Devemos cuidadosamente e por uma ação deliberada da Vontade, escolher amar. Este amor não é algo que simplesmente Cai. Um cristão que entende esse conceito de amor jamais poderia sequer pensar em deixar de amar aquele a quem ele ou ela está casado. Há um fato inegável de uma senhora que eu estava aconselhando que sofreu por mais de vinte anos na vida conjugal. Seu marido, bêbado, imprudente, parecia aumentar em sua irresponsabilidade. Agora ela queria a separação legal. Ela insistiu que seu amor por ele tinha ido embora há muito tempo e que a sua situação em casa era insuportável. Enquanto eu ouvia e enquanto orávamos, o Senhor deu a visão sobre o seu verdadeiro problema. Durante a maior parte desses 20 anos, ela tinha desenvolvido uma secreta amargura pelo marido, mas ela também nutria uma amargura para com Deus, porque Deus (aparentemente) permitiu a sua vida ser arruinada por um homem tão miserável. Por que Deus não responde suas orações? Por que Ele não consertou este marido e aliviou sua frustração? De repente, ela viu duas coisas: primeiro, que ela realmente só queria usar a Deus para resolver este problema em casa. Ela não estava preocupada com o que Deus pode realizar através de sua vida - ela só queria usá-Lo para seu próprio benefício. Em segundo lugar, ela viu como ela tinha fugido de seu papel como uma esposa. Ela não queria a vontade de Deus, ela só queria ser livre. Enquanto Deus queria que ela aceitasse este lugar difícil como a “Sua vontade" e confiasse Nele para trabalhar uma graça interna em seu coração, ela queria fugir. Ela queria liberação, mas Deus queria moldar a vida dela Nele mesmo e, em seguida, através dela, chegar a seu marido.
Quando eu lia a Palavra de Deus para essa situação era como um raio de luz rompendo. Ela admitiu: “Eu estou entendendo. Esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para mim.”. Então eu continuei: "Você tem certeza qual a vontade de Deus para você e John?" Ela foi rápida em responder: "Tenho certeza de que no propósito de Deus John é verdadeiramente o meu marido e eu prometi estar com ele “no melhor ou no pior!”. Vou aceitar a vontade de Deus e voltar para John - com uma nova mente e espírito ". Eu mostrei como isso significava permitir a mente do Espírito fluir enviando o conhecimento certo; e que antes tinha sido comprometida com raciocínios vãos da carne. "Mas isso não é tudo", eu continuei. "Também Deus quer que você ame o seu marido, e não apenas permaneça com ele. Esta é a verdadeira dificuldade. Você sabe que não pode fluir no amor assim como faria uma torneira. Toda a amargura reprimida, ressentimentos e ódio virão para justificá-lo em sua autopiedade e voltarão a tentar sobrepor-se ao que você sabe que é a vontade de Deus." "Eu sei qual é a vontade de Deus", continuou ela. "Mas eu não vejo como eu possa trabalhar o amor ou confiança que não existem mais. Eu posso ter a vontade, mas como eu posso botar em prática?" "É aí que vem a parte de Deus", repliquei. "Se você simplesmente vai, como se fosse abrir uma porta, então você pode confiar que Deus vai mover para fazer acontecer. Você não fará acontecer. Você simplesmente coloca sua vontade do lado do Senhor - em harmonia com tudo o que Ele deseja para Si mesmo em nossas vidas. Por esta livre escolha, você pode esperar que Deus envie o fluir do Seu amor e Seu próprio conhecimento, como rios, na tua vontade. "Além disso, você deve lembrar que quando você morreu em Cristo na cruz, Deus desferiu um golpe de morte em toda a velha mente da carne e nos sentimentos de piedade do velho homem [Veja Rom. 6:6,11]. Dizem que a cruz foi colocada sobre estes dois rios (mente e sentimentos) para que eles não sejam a fonte de onde flui raciocínios e sentimentos carnais". Então, traçamos uma cruz sobre os dois rios, indicando que se tornarão inoperantes. Nós consideramos que esta situação no casamento era apenas uma crise, e nas horas e semanas à frente ela deveria continuamente lembrar-se da obra da cruz parando as antigas fontes, e contando com o alimento de Deus para a mente e as emoções vindo da fonte adequada. Eu garanti a ela, "se você fizer isso. Deus colocará Seu amor em seu coração e vai ajudar você a ver, através de uma mente renovada, algumas das boas qualidades de John que você não consegue ver a muito tempo". Ela saiu com um sorriso iluminado, anunciando: "Eu posso ver agora por que você coloca tanta ênfase sobre a vontade pessoal. Eu vou fazê-lo". Porque tinha acontecido com tantos outros que eu poderia confiantemente insistir: "Deus tem mais planos para nossa vontade do que a maioria de nós consegue perceber. Se você vai aceitar o remédio de Deus (a vida antiga tornada inoperante na cruz), então Deus irá iniciar o fluir de Seu próprio amor e compaixão através de tuas emoções". Ela voltou às reuniões todos os dias durante as próximas duas semanas. Ela parecia ser uma nova pessoa com um novo brilho interno e, claro, um novo testemunho. "Eu pensei que era o meu marido, mas eu era a chave para a nossa dificuldade em casa. Deus está permitindo um novo fluir de seu amor por mim". Estou feliz em informar que depois de sete anos, a casa está completamente mudada. Seu marido não é apenas um crente, mas tornou-se um líder
verdadeiramente cheio do Espírito Santo em sua igreja. Ela tornou-se uma esposa amorosa, submissa que sabe o seu lugar e o aceita alegremente. Este tema vai desafiar cada leitor a avaliar se seus conceitos de amor são moldados por Hollywood ou Holy Word (Santa Palavra).
Quantas vezes temos ouvido a confissão de algum coração confuso: "Eu não amo o Senhor como eu sei que eu deveria". Porque a noção do mundo de amor foi imposta à igreja, muitos parecem incapazes de fabricar esse tipo de emoção religiosa que tantas vezes ouvimos falar em músicas, sermões e escritos. E eles imaginam, talvez, que têm apenas uma confissão vazia e não se acham verdadeiramente um crente. Agora, o fato de seu anseio genuíno de amá-Lo parece indicar que eles O encontraram como Senhor e confiaram em Sua obra consumada no Calvário. Por que, então, será que esse amor que as Escrituras de forma tão enfática ordenam, parece escapar-lhes? Dr. A.W. Tozer perguntou e, em seguida, respondeu a esta pergunta. “Uma das questões desconcertantes que mais cedo ou mais tarde surge para confundir o cristão é como pode cumprir o mandamento bíblico de amar a Deus de todo o coração e o próximo como a si mesmo. O cristão sincero, enquanto medita nesta obrigação sagrada de amar a Deus e à humanidade, pode experimentar uma certa frustração gerada pelo conhecimento de que ele não pode criar deliberadamente qualquer entusiasmo emocional com relação a seu Senhor ou seus irmãos. Ele deseja isso, mas não consegue fazê-lo. As deliciosas fontes do sentimento simplesmente não correm. Muitas pessoas sinceras desanimaram por causa da ausência de emoção religiosa e concluíram que não eram cristãs afinal de contas, achando que perderam o caminho certo em algum ponto e sua religião tornou-se praticamente vazia de sentido. Durante algum tempo então censuram-se pela sua frieza e finalmente entram num estado de desânimo completo, mal sabendo o que pensar. Elas acreditam em Deus; confiam verdadeiramente em Cristo como seu Senhor, mas o amor que esperavam sentir lhes escapa sempre. Qual será o problema? Ele não é fácil. Existe uma dificuldade real, a qual pode ser estabelecida em forma de pergunta: Como posso amar obrigado? De todas as emoções de que a alma é passível, o amor é a mais livre, a menos racional, a que tem menor probabilidade de atender ao chamado do dever ou da obrigação, e certamente aquela que não atende ao mandado de outrem. O que fazer então com o mandamento do Senhor para amar a Deus e a nosso próximo? A fim de descobrir o caminho que leva da escuridão para a luz, precisamos apenas saber que existem duas espécies de amor: o amor do sentimento e o amor da vontade. Um deles está preso às emoções, o outro à vontade. Sobre o primeiro é mínimo o nosso controle. Ele vem e vai, sobe e desce, chameja e desaparece segundo lhe apraz e muda de quente para morno, para frio, e depois se aquece de novo assim como o clima. Não foi a esse amor que Cristo se referiu quando disse aos seus discípulos que amassem a Deus e uns aos outros. O amor recomendado na Bíblia não é o amor-sentimento; mas o amor-vontade, uma decisão tomada deliberadamente. " (Tozer).
Quando entendemos a diferença entre as duas palavras gregas (phileo e agapeo), percebemos como discriminadamente o Espírito Santo tem usado cada uma na Palavra de Deus. E vemos mais claramente que Deus nunca teve a intenção de que o homem deva ser joguete de suas emoções ou sentimentos. Na verdade, a vida emocional é uma parte apropriada e nobre da personalidade, mas tem por sua própria natureza importância secundária. E desde a queda do homem deve ser corrigida através da obra da cruz. O homem que aprende a andar com o seu espírito controlando suas faculdades da alma e com o corpo em sujeição, tem de aprender a viver de acordo com a vontade. A vontade torna-se o leme que mantém o barco no rumo certo. Em que nível está o nosso amor? Se ele é menos do que amor-ágape, ele é sub-cristão. As linhas são muito claramente traçadas entre ágape, phileo e eros. Se nós meramente nos unimos com os outros por objetivos, ideais e valores semelhantes mesmo que valores altos e nobres ou cultivados, é apenas o amor phileo. Ele ainda é um amor que ama por aquilo que pode receber. É amar as pessoas pelo que elas nos dão em troca. Quando não há retorno, então o amor deixa de existir. Como realmente o termo "cair" (“fall”) descreve este nível, pois é uma pequena queda do que Deus quer. E quando o amor vai do phileo para o nível eros, torna-se luxúria e descontrolada paixão que usa o corpo de outra pessoa para a sua própria satisfação. Como acertadamente o mundano expressa esse nível de “cair” apaixonado. Ele vê algo em outro - talvez beleza ou atração física - que traz uma satisfação para ele. Ele vê em alguém como aquele que atende a uma necessidade sua, então, ele sai para obter a este. Na verdade o amor caiu do alto padrão de Deus. Mas o mais trágico é perceber como muitas vezes na igreja o amor tem caído. Deus, também, é apresentado sob o impulso de aquisição. Nós fazemos de Deus um meio para os nossos fins. Ele nos salva de problemas, nos cura de nossas doenças, nos dá sucesso na vida, dá-nos um céu futuramente: portanto, vamos servi-Lo. Somos o centro, e Deus é puxado para dentro da esfera de nosso interesse. Tudo isto pode ser muito religioso, mas é puro egocentrismo. Esperamos conseguir alguma coisa do nosso Deus amoroso. Vamos à igreja, oramos, nós pagamos para a igreja e instituições de caridade, somos fiéis em nossos deveres. Por isso, sentimos que Deus tem obrigações conosco - para nos proteger do mal e perigo, afastar doenças, prover-nos com abundância de bens materiais, e nos dar um lar no céu. Embora este tema tenha secretamente entrado em muitos corações na igreja, ainda mais ousada é a ênfase da "paz de espírito" e cultos da "felicidade". Eles insistem descaradamente: "Se eu vou servir a Deus, repito certas palavras, obedeço a certas regras, eu vou ter paz de espírito e felicidade. Tudo que dou volta para mim. Eu sou o centro do universo. Tudo, incluindo Deus, estão à minha disposição, e giram em torno de mim". Agora, o que é muito perigoso é que estes são princípios que funcionam, e irão percorrer um longo caminho em direção a realização, se realmente praticados. Mas, finalmente, falharão porque eles estão com o centro errado. A palavra final de Deus é que, como Seus filhos, não estamos “caindo”, mas subindo para o nível divino, onde o Seu amor ágape está fluindo... Então, quando somos exortados em Sua Palavra a amar a Deus e aos outros com todo o nosso coração, é porque nós escolhemos (querer/vontade) permitir que o Seu próprio amor flua através de nós. DeVern Fromke. Unto Full Stature (Até a plena estatura). (Sure Foundation, 2001) 149-151 http://www.surefoundation.com/