Revista
Ano 14
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Publicação Trimestral da Família Mercedária no Brasil - Junho de 2018
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EDITORIAL Olá queridos amigos da Revista Mercê. Apresentamos a vocês mais uma edição de nossa edição impressa! Nosso objetivo é, para além de deixá-los a par dos trabalhos de evangelização e redenção da Ordem Mercedária no Brasil, compartilhar com vocês esse bonito trabalho! Com o apoio da oração e também da colaboração que realizam, nós levamos, juntos, esperança e mercê a muitos irmãos escravizados pela dependência química, que são atendidos em nossa fazenda de recuperação, o “Recanto Mercê”. Reiteramos nosso muito obrigado pelo seu sim a essa obra de Deus! A misericórdia do Senhor Jesus chega ao coração da humanidade na mediação do sim generoso que cada um de nós, mercedários e
mercedárias, religiosos e leigos, somos chamados a ofertar em prol da missão redentora. Nas páginas que se seguem, apresentaremos alguns temas importantes para a formação cristã e também referentes à vocação para a vida religiosa mercedária. Partilharemos alguns momentos importantes de celebração do Jubileu dos 800 anos nas comunidades paroquiais de nossa província, além de notícias importantes a respeito de nosso apostolado. Por fim, daremos espaço para menção a dois momentos paradoxalmente marcantes da caminhada mercedária no Brasil: a ordenação presbiteral de Frei Rafael Gomes, que inicia seu ministério sacerdotal no mesmo dia em que Dom Ramón Lopez Carrozas faz sua Páscoa
Provincial Superior: Fr. John Londerry Batista, O. de M. Editor Chefe: Frei Rafael Gomes, O. de M. Jornalista Responsável: Rodrigo Sales - Reg. 8316-DF Correção e Revisão: Elza Atala Ordem Mercedária no Brasil Avenida L2 Sul, quadra 615, Bloco D CEP 70200-750 - Brasília- DF Fone: (61) 3346-3890 www.revistamerce.com.br
Participaram nesta edição: Frei Fernando Cascón, O. de M. Frei HerculanoNegreiros, O. de M. Frei Rafael Gomes, O. de M. Frei Carlos Lourido, O. de M. Pe. José Adairton de Jesus Coelho Pedro Henrique Neves
definitiva na direção do Pai, falecendo no Piauí, terra que serviu e amou até o fim de sua vida sacerdotal. Esperamos que façam uma boa leitura! Sejamos sempre manifestação da ternura de Deus que redime! Deus os abençoe! Pe. Fr. Rafael Gomes O. de M.
Por Pedro Juan Ribeiro Calisto, Postulante Site www.revistamerce.com.br Projeto Gráfico e diagramação Rodrigo Sales Impressão e Acabamento Gráfica Infante LTDA. Tiragem 3.000 exemplares Publicidade 61-3345 1278 Central de Assinantes imprensa@mercedarios.com.br 61-3346 1952 Revista Mercê -03
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PRIMEIRA PÁGINA
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MORRE DOM RAMÓN LÓPEZ
FAZER OS A SANTA ORDENAÇÃO SANTOS E MISSA- PAPA FREI VOTOS DA BEATOS OBEDIÊNCIA FRANCISCO RAFAEL MERCEDÁRIOS
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BIOGRAFIA MERCEDÁRIA
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IMAGEM PEREGRINA
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Ag. 212/412 Correios 70275-970 - Brasília- DF
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ORDEM MERCEDÁRIA
Padre Frei Carlos Lourido O. de M.
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PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO
A Santa Missa (I)
Para compreender a beleza da celebração eucarística, desejo iniciar com um aspecto muito simples: a Missa é oração; aliás, é a oração por excelência, a mais elevada, a mais sublime, e ao mesmo tempo a mais “concreta”.
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SANTOS
SANTOS E BEATOS MERCEDÁRIOS 1°- São Arnaldo de Arenchs Mártir Foi martirizado em Granada, no ano 1394, depois de uma redenção. Feito prisioneiro pelos mouros, ofereceram-lhe vultosa quantia de dinheiro se renegasse Jesus Cristo. Ante a negativa do religioso, deram-lhe golpes com um ferro na cabeça e depois o jogaram num precipício. Num momento de sua vida, foi Chanceler da Faculdade de Medicina de Montpellier, França; por isso é representado com um livro na mão e o dizer “Honora medicum”. É invocado nas dores de cabeça.
17 - Santos Luis, Egidio, Pablo e Juán Mártires Feitos cativos em 1450 pelos mouros de Granada, foram levados para Fez. Lá, pelo fato de seguirem a fé em Jesus Cristo, tiveram a língua arrancada e as mãos cortadas; por fim foram degolados pelos mouros. Eles são invocados nas dores de boca e de cabeça.
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8 - São Pedro Amér ou São Amério Confessor Nobre francês aparentado com o rei de Hungria, ingressou muito jovem na Ordem das Mercês, recebendo o hábito das mãos do fundador, São Pedro Nolasco. Depois deste, governou a Ordem, escreveu as primeiras Constituições e Legislação para melhor governar; esses escritos levaram o seu nome: “Constituições Amerianas”. Foi embaixador dos reis de Aragón, França e Portugal; realizou o casamento da rainha Santa Isabel de Hungria com Dionísio; estabeleceu cátedras de Teologia, Sagrada Escritura e Línguas nas casas mercedárias, ativando os estudos e a piedade não só entre religiosos, mas também entre clérigos e leigos. Realizou várias redenções na África. Faleceu santamente no ano 1301. 21 - Santa Colágia Virgem Na fundação das Mercedárias, recebeu o hábito branco juntamente com Santa Maria de Cervellón, Beata Maria de Requesens, Beata Eulália de Berti e Eulália de Pinos. Foi chamada a contemplativa pela alta elevação espiritual de sua vida. Foi comendadora e muito conhecida por seus sábios conselhos. Como a Santa Maria de Cevellón, viu-se alguma vez flutuar sobre os navios redentores, ajudando-os quando em perigo de naufrágio ou de assédio muçulmano. É representada extática com as mãos protegendo os navios redentores. É invocada para ter espírito de oração e fazer bem os exames de consciência.
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JUNHO 14 - Beato Pedro de Bustamente Bispo e confessor
15 - São Pedro Cerveró Mártir
Foi Bispo de Achade (Inglaterra) em 1489, nomeado pelo Papa Inocêncio VIII. Foi Comendador do convento de Santa Catalina de Toledo e passou o fim de sua vida em Osma, onde faleceu santamente. É representado vestido de bispo e invocado em favor dos missionários e vocacionados.
Nascido da nobreza francesa em Perpignán e recebeu o hábito nessa mesma cidade. Foi Comendador em Narbona, de onde partiu para uma redenção no ano 1422. Lá foi açoitado cruelmente e flechado pelos mouros. Alguns piedosos cristãos recolheram o seu cadáver e o sepultaram santamente no Makam, mais tarde chamado o Cerro de los Mártires. É representado com um cervo ao seu lado e três flechas na mão. É invocado nas feridas e contusões.
24 - Beato Cristóbal de Albarrán Mártir Insigne missionário de América
30 - Beato Antônio de Tremoulieres
Insigne missionário da América. Foi Comendador de Assunção (Paraguai), onde foi martirizado cruelmente em 1566 pelos índios chiriguanes, perto de Santa Cruz de la Sierra. É representado amarrado numa árvore, cheio de flechas e um anjo trazendo uma coroa. É invocado para quando se desej livrar-se de assaltantes nas viagens e lugares ermos.
Oriundo da nobreza francesa, foi nomeado Comendador de Tolosa e, mais tarde, Provincial das casas da França; no Capítulo Geral de1575, foi eleito Mestre Geral. Era confessor do rei e Conselheiro do Parlamento de Tolosa, onde morreu santamente no dia 15 de agosto de 1577. É representado com pergaminhos na mão e invocado para fazer uma boa confissão.
Confessor
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800 ANOS
CELEBRANDO 800 ANOS NO CRISTO REDENTOR
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Texto e fotos: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe - RJ Revista Mercê - 13
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CAPA
Morre Dom Ramón López Carrozas, O. de M. 16-- Revista 14 RevistaMercê Mercê
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Por Frei Herculano Negreiros
A Revista Mercê manifesta, neste número, ao povo de Bom Jesus e a todos os nossos leitores o grande pesar pela morte de Dom Ramón López Carrozas. Porém, ao mesmo tempo, rende graças aos céus e à Mãe das Mercês pela vida deste homem de Deus que ajudou a construir a vida de fé do povo de Bom Jesus do Piauí, ao qual por mais de trinta anos serviu como Bispo naquela Diocese. Vocacionado pelo carisma do seu Instituto Religioso, este ano celebrando o seu 8° Centenário de trabalho redentor na Igreja, Carrozas, seguindo a trajetória de tantos confrades seus que deram sua vida pela evangelização daquele povo, nos anima a renovar com entusiasmo os propósitos para uma tarefa evangelizadora, conforme as instâncias do tempo em que vivemos. Dom Ramón nasceu em Lugo, na Espanha em 1937. Veio para o Brasil com apenas 34 anos de idade e aqui dedicou, como religioso sacerdote, 47 anos da sua vida, primeiro no Piauí e depois no Rio de Janeiro, e posteriormente de novo ali como bispo, perfazendo 39 anos de dedicação ao serviço de Deus. João Paulo II o elegeu Bispo Auxiliar de Dom José Vázquez
Díaz, em abril de 1979. Em maio do mesmo ano, foi consagrado em Roma, na Basílica Vaticana, pelo mesmo Papa. Ficou 10 anos como Bispo Auxiliar de Dom Vásquez. Assumiu a Diocese de Bom Jesus, como segundo Bispo Diocesano, desde a renúncia de Dom José. E governou essa Diocese até 2012, quando se tornou Bispo Emérito, permanecendo como Administrador Diocesano, até fevereiro de 2014, com a chegada do novo Pastor. A missão Mercedária no Piauí começou em 1922. Há exatamente 96 anos, quando naquela região ainda quase inóspita, a Ordem Mercedária na sua índole libertadora e missionária, aceitou da Sé Apostólica a solicitação
e incumbência de apostolizar o povo de Deus de um grande mapa geográfico e humano daquele Estado. Os mercedários protagonizaram naquele pedaço de chão, durante quase um século, uma das mais fulgurantes páginas de sua ação missionária. Durante os primeiros 50 anos, a missão Mercedária no Piauí pareceu deveras uma aventura dantesca, um doloroso desafio. Seus religiosos, isolados de tudo e de todos, começaram, do zero, o trabalho da evangelização. Eram paróquias muito extensas para serem atendidas em desobrigas. O padre devia enfrentar léguas e mais léguas em lombo de burro e por regiões perigosas, por causa dos animais selvagens
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e pelas doenças que afetavam os moradores, como a febre tifoide, a malária, o amarelão e outras. Aos olhos humanos parecia um imponderável, quase um louco desafio: Passar a viver num total anonimato, na extrema pobreza; conviver com a ignorância, percorrer a cavalo milhares de léguas, sob as impiedosas condições de um clima equatorial, sofrer um insuportável calor, a intempérie, a distância da pátria, a mais austera disciplina, a preocupação com os pobres, sendo um deles, num mundo aparentemente sem horizontes. Nada disso arrefeceu sua fé. Ao contrário, sabe-se da sua garra, sua teimosia e inquebrantável vontade de evangelizar. Foi dentro e a partir dessas condições que se arrojaram na implantação de comunidades eclesiais por várias cidades da então Prelazia. O cenário humano era formado de uns poucos milhares de pobres criaturas espalhadas pelos imensos sertões e caatingas e pequenas povoações, disseminadas num território de quase 100 mil quilômetros quadrados; com trajetos de milhares de quilômetros a serem percorridos em viagens de doutrinação, travessias perigosas, fome, sede, cansaço. Esses homens representaram uma plêiade de fortes. Foram uns gigantes da fé. Enfrentaram,
sem medir consequências, situações que teimavam em lhes resistir, num trabalho genuinamente evangélico e de força libertadora efervescente. Isto não diminuía certamente a disposição de vida desses grandes homens, que se entregaram da forma mais heroica à causa do Reino de Deus. Eles não eram, evidentemente, os únicos missionários. Mas, a maneira de fazer a missão, na intensidade e dureza com que a fizeram pode ter sido única; o seu trabalho naquela região representa, sem dúvida, uma página, sim, de abnegação e de identificação que nos permite dizer: viveram como pobres, com os pobres e para os pobres, sendo um deles. Dom Carrozas seguiu as pisadas dos seus grandes antecessores que se dedicaram àquelas terras. Os Bispos que na Diocese de Bom Jesus precederam Dom Carrozas, incluindo também o mesmo, foram homens de vida tão austera, sacrificada e tão cheia da presença de Deus e da causa do seu Reino, que não precisamos, neste aspecto, de outros modelos para conhecer a configuração da santidade. Desde o começo, esses missionários se empenharam na catequese, na educação da fé, na criação de comunidades e na formação de lideranças. Além de ardorosos evangelizadores, foram também
decididos protagonistas do processo social. Adiantando-se ao Estado, projetaram as grandes linhas estruturantes de todas as políticas que só nesses últimos anos passaram a ser assumidas pelos governos. Pressionaram pela abertura de estradas, estimularam a política agrária, investiram na educação, instalando em vários pontos do território da vasta Prelazia-Diocese colégios com qualidade nos núcleos regionais. Edificaram templos, hoje disseminados, às centenas, em boa parte da geografia do sul do Estado. Comandaram, nestes quase 100 anos, três das sete dioceses piauienses. Impossível se dizer aqui, em poucas palavras, as muitas e grandiosas obras desenvolvidas por esses Bispos Mercedários, no campo da evangelização, formação do clero, obras sociais abertas no mais amplo leque, que vai de colégios a leprosários, de creches a oficinas técnicas, e ao acompanhamento das classes oprimidas da população. Estes serviços lhes renderam sacrifícios,sofrimentos,privações, renúncias; mas nunca, desânimos. Tateando na escuridão do projeto que os animava, terão sido atormentados pela fadiga, o cansaço, a tentação do desânimo e das dúvidas e terão tido crises e incertezas. Mas, responderam com amor
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Fotos: Seu Nivaldo
Dom Ramón durante celebração do Crisma na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês - DF
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Dom Ramón ePadre Carlos durante celebração na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês - DF revista_ed40.indd 17
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às provas da sua entrega a Deus. Foram, portanto, homens de fé. Acreditaram em Deus, acreditaram no próximo e acreditaram em si mesmos. Não abdicaram de Deus e mergulharam no serviço aos irmãos, homens de Deus e dos homens. Enquanto alguns olham para a altura dos cargos, eles olharam para os porões da sociedade, onde muitos precisavam ou precisam descobrir-se como gente. Não chegaram ali certamente com idéias prontas, ou com cartas marcadas. Seus projetos foram se construindo no contexto daquela realidade sofrida. Ali eles foram abrindo a estrada do serviço ao homem, obedecendo à força do Espírito dentro deles. Toda sua ação foi feita pela fé e em favor da fé. Os tempos mudaram. Hoje as cidades da Diocese já não são mais aquelas cidadezinhas perdidas no meio do agreste ou do semi-árido. Ligadas pelo asfalto à capital, Teresina, e a Brasília, seu território, coberto pelas vastas esteiras da agricultura extensiva, desenvolve-se de maneira impressionante e rápida, acenando um crescimento econômico até hoje inimaginável. Mas o sol da fé continua irradiando sua aura sobre aquela população. E Dom Carrozas, pela força do Espírito,
Missa de corpo presente de Dom Ramón
fez a sua parte. Fez de toda sua vida o próprio dom. E seguiu a risca o lema que se propôs: “servire, non serviri”- “ vim para servir e não para ser servido”. Uma vida totalmente doada ao serviço dos irmãos, de Deus e da Igreja. O trabalho ali continua e a coincidência da morte de Dom Carrozas com a celebração, entre os mercedários, dos 800 anos da primeira redenção, feita por S. Pedro Nolasco, ilumina, num flash, sua vida de entrega redentora e renova o estímulo para se avançar nesta mística do amor misericordioso e libertador. Neste momento em que Dom Carrozas entrega sua alma a Deus, temos que bendizer seu nome e pedir ao Senhor que plenifique sua vida com o destino que merecem todos os heróis escondidos na penumbra da modéstia e
da humildade, mergulhando-o no infinito mistério da sua glória. E que Deus se encarregue de apresentá-lo um dia revestido com a túnica da glória. Da morada eterna, onde agora passa a viver, que o Bispo Carrozas continue estimulando o serviço da evangelização, a fim de que os seus sucessores, com o clero e o povo de Deus daquela Diocese encampem com o mesmo ardor os desafios de hoje, impostos pela geografia globalizada de uma cultura, cada vez mais dessacralizada, irreverente, avessa a clichês de qualquer natureza política, religiosa, institucional. E que Dom Carrozas mergulhe na glória de Deus, conforme Jesus Cristo garantiu aos seus discípulos.
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D. Ramón, um cidadão do Infinito, Uma vida em Missão Por Pe. José Adairton de Jesus Coelho, Diocese de Bom Jesus/PI Conheci D. Ramón há mais de 40 anos. Desde os tempos de Pe. Carrozas, reitor do seminário menor Instituto Pe. Zúmel, quando o então bispo da Prelazia de Bom Jesus ainda era nosso saudoso D. José Vasquez. Sempre enérgico e dinâmico, encarnou com muito afinco o carisma da Ordem das Mercês, de redimir esse povo sofrido e exilado do extremo sul do Piauí, por meio de sua dedicação e serviços como reitor do seminário, professor no Ginásio Odilon Parente, da Prelazia e principalmente, como dedicado pregador e missionário do Evangelho de Jesus. Como bispo auxiliar (1979) e bispo diocesano (1989), implantou um novo impulso na Prelazia/ Diocese, dando principalmente funcionalidades às estruturas físicas gigantescas de que ela dispunha. Iniciaram-se com ele a criação, a organização e o funcionamento das diversas pastorais, das grandes assembleias Diocesanas de Avaliação e Planejamento. Buscava sempre estar em sintonia com a evolução e a caminhada da Igreja no Brasil. Pela primeira vez, ouvimos falar da chamada Pastoral de Conjunto e tentamos implantá-la. Tudo isso dentro de um contexto dificílimo: grandes distâncias geográficas, poucos recursos econômicos e humanos, clero reduzido e muitos outros desafios. Com persistência, muita energia, simplicidade, compromisso e muita fé, fazendo de tudo um pouco: bispo, motorista, catequista, reitor do seminário menor, coordenador de pastoral, dirigente do canto litúrgico, administrador, escritor, exímio pregador, dispensador dos sacramentos, principalmente o da Crisma. Dava-se início então a uma história de amor e dedicação à Diocese de Bom Jesus. Com um zelo especial pelas vocações, D. Ramón esforçou-se para criar um clero novo e plenamente nativo, deixando todos os municípios da Diocese com um sacerdote, casa paroquial e centro comunitário de pastoral. Encontrou a Diocese com seis padres e deixou-a com mais de 25. Homem de Deus, de fé e convicções eternas, Mercedário autêntico, deixa para todos nós, da Diocese de Bom Jesus, um legado inestimável, uma devoção profunda a Nossa Senhora das Mercês e, por conseguinte, um amor grandioso e inesgotável à Ordem Mercedária, exatamente porque sem ela a nossa história seria outra. Deixo aqui nosso profundo agradecimento a D. Ramón e, ao mesmo tempo, a certeza de que ele agora descansa em paz com a plena consciência do dever cumprido. Um grande abraço a todos!
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BIOGRAFIA DE DOM RAMON
Dom Ramón López Carrozas, O. de M.
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Por Frei Fernando CascĂłn
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Comunidade acompanha missa de corpo presente de Dom Ramón López Carrozas
Missa de corpo presente de Dom Ramón López Carrozas, O. de M.
Enterro de Dom Ramón López Carrozas, O. de M. Revista Mercê - 23
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ORDENAÇÃO FREI RAFAEL, O. DE M.
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Por Pedro Juan Ribeiro Calisto, Postulante
Uma expressão muito dita nos dias de hoje, e talvez desde sempre, é a seguinte: “Você deve se colocar no lugar do outro”! Por que isso? Porque apenas dessa forma é possível analisar um contexto completo, fazer uma nova avaliação de algum acontecimento e até, se tivermos a mente aguçada, experimentar um sentimento igual ou ao menos parecido com o da pessoa! Você pode tentar agora! Vamos juntos? Um frade mercedário chamado Rafael Gomes dos Santos foi ordenado presbítero no último dia 28 de abril. Para alguém que não o conhece, pode-se tranquilamente dizer que é apenas um servo que se dispôs ao Senhor. Nenhuma emoção nisso. Mas, que tal colocar-se no lugar do outro? Imagine que você é um dos postulantes que convivem com o frei Rafael na formação. Todos os postulantes viajaram para a cidade de Montes Claros no dia 25, para participar do tríduo e auxiliar na liturgia da missa. Agora você é um postulante. Imagine-se numa viagem de Brasília até Minas Gerais com muitas aventuras, sorrisos e até momentos de medo. Imagine a ansiedade em ver o frade que você ama ser ordenado! E imagine: ele está vivendo algo que você vai viver um dia! O
coração bateu mais forte? Se sim, você conseguiu colocar-se no lugar dos postulantes! Imagine agora que você é um amigo do frei Rafael. Um amigo próximo. Alguém que o conhece mais a fundo. Imagine-se lembrando de momentos divertidos que passaram juntos, e de como esse frade tão especial te falou sobre seus sonhos, suas inspirações e principalmente, seu chamado. Agora imagine você, prestes a vê-lo, um amigo tão próximo e amado ser ordenado! O coração bateu mais forte? Se sim, você conseguiu colocar-se no lugar do amigo próximo!
Imagine agora que você é pai ou mãe do frei Rafael. Você o gerou, criou, alimentou, educou e falou a ele sobre fé. Você o viu crescer em sabedoria e estatura. Você o ama incondicionalmente, ao ponto de desistir de seus sonhos para realizar os sonhos dele. Você o vê como seu menino, e simplesmente não consegue lembrar como era a vida antes de ele nascer. E agora ele está com a mão em seu ombro, entrando com você na capela, prestes a lhe dar uma das maiores alegrias que você terá na vida. O coração bateu mais forte? Se sim, você conseguiu se colocar Revista Mercê - 25
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ORDENAÇÃO FREI RAFAEL, O. DE M. no lugar dos pais do frei Rafael! Finalmente, imagine agora que você é o frei Rafael. Imagine toda a sua vida passando como um filme em seus óculos redondos. A primeira infância, a vinda do irmãozinho, a escola, os grupos de jovens e de oração. Imagine-se realizando os primeiros sonhos. Imagine-se concluindo um curso superior. Agora imagine o despojamento de tudo isso por um chamado, um chamado inexplicável que vem do alto e se manifesta no coração! Imagine-se no postulantado e depois, no noviciado; professando os primeiros votos e depois estudando teologia. Imagine-se professando votos solenes e depois sendo ordenado diácono. E agora, imagine-se entrando na capela e encontrando-a tomada pelas pessoas que você ama! Talvez você nem saiba mais o que dizer e nem o que pensar. Mas tudo faz sentido quando o povo aceita sua ordenação presbiteral com uma salva de palmas calorosa e duradoura. Parabéns, frei Rafael! Você merece! O coração bateu mais forte? Se
Frei Rafael Gomes durante sua Ordenação
Frei Rafael Gomes com padres convidados
sim, você conseguiu se colocar no lugar do frei Rafael! Agora, coloque-se em seu lugar. Você tem emoções e sentimentos valiosos, sabia? Viva-os. Nem sempre alguém vai querer vivê-los por você. Espero que você entenda que cada mo-
mento de sua vida é especial. Se você entender isso, perceberá em cada segundo grande segredo para a felicidade.
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BIOGRAFIA MERCEDÁRIA
Por Frei Fernando Cascón
PADRE JESUS FERRO VÁZQUEZ. O.de M. O Pe. Ferro nasceu numa pequena cidade da província de Lugo (Espanha), San Vicente de Ulloa, no dia 9 de abril de 1936, e foi batizado no dia seguinte. Certamente a vocação lhe veio pelo conhecimento de algum religioso mercedário da mesma aldeia, pois de lá saíram Frei Manuel Paredes e o sobrinho, Pe. Manuel Paredes, que andou pelas terras de missão do Piauí. Ingressou em Sárria (Lugo) para postulante no ano 1950 e lá estudou até 1954. Em 1955, fez noviciado em Verin (Ourense) até 1956, ano em que foi transferido para Poio (Pontevedra) para fazer os estudos de Filosofia e Teologia. Lá permaneceu até 1962, sendo ordenado sacerdote, no dia 22 de junho, pelo Cardeal de Santiago de Compostela, Dom Fernando Quiroga Palácios, na igreja do mosteiro. Logo foi enviado para a Vicária do Brasil, onde havia necessidade de padres. Em 1963 foi destinado a Guadalupe (Rio de Janeiro), onde ajudou no Colégio Pio XII. Lá permaneceu pouco tempo, pois em 1965 o encontramos como Diretor do Colégio “Dom Inocêncio”, em São Raimundo Nonato; ocupou o cargo por três anos e outros três anos como superior da casa na mesma cidade. Em 1971, foi para São Paulo a fim de ajudar na formação dos seminaristas mercedários, com o Pe. Augustín Aguiar Mariño. Como curinga foi para Pituba, Salvador (BA). Voltou a Ramos (RJ) em 1979 para substituir o Pe. Carrozas, que fora nomeado bispo auxiliar de Bom Jesus do Gurgueia, no Piauí. Em 1996, foi destinado para Guadalupe, até que regressou à Espanha. Estando em Ramos, completou os estudos, licenciando-se em Filosofia na Universidade Dom Bosco de São João Del Rei em Minas Gerais e doutorou-se em Psicologia pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro. Na mesma universidade, conquistou o título de Psicologia Clínica com um ano mais de estudo. Essa foi sempre uma ilusão em sua vida. Dr. Pe. Ferro clinicou em Ramos e depois em Sevilla quando voltou para a Espanha.
Um colega e amigo, Pe. Luís Vázquez Fernández, definiu-o da seguinte forma: “simples, cordial, sempre amável e acolhedor, disposto a dar uma mão a quem lhe pedisse ajuda” (Boletin de La Província de Castilha – nº 151). Em São Raimundo, onde esteve quase sete anos, deixou fama de inteligente e de professor. Estava fazendo uma viagem de Sevilla a Poio para os exercícios espirituais anuais. Aproveitando a passagem perto da sua cidade, aproximou-se para visitar a família. Foi na casa dos seus sobrinhos que aconteceu o mistério insondável da morte: Deus o chamou repentinamente. Era o dia 9 de abril de 2003. Tinha 67 anos de idade, 47 de profissão religiosa e 40 de sacerdote.
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II SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE O SISTEMA PRISIONAL Mais que um problema de segurança pública, um problema social. Programação: 1. O SISTEMA PRISIONAL MUITO ALÉM DA SEGURANÇA PÚBLICA. (Mesa de Abertura) 2. A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL PARA ALÉM DO CONTROLE DA CRIMINALIDADE. 3. A ATUAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO SISTEMA PRISIONAL.
15 e 16 agosto
Local: Brasília/DF
4. TRAJETÓRIAS DE CIDADANIA: MOBILIZANDO ATORES PARA ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS ÀS PRISÕES PROVISÓRIAS NO DISTRITO FEDERAL;
Organização:
5. O MEIO AMBIENTE E O SISTEMA PRISIONAL.
Pastoral Carcerária do Distri-
6. A PRESENÇA DA SOCIEDADE E DA FAMÍLIA NOS CÁRCERES COMO AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO. (Mesa de encerramento do Seminário)
Associação de Apoio aos
to Federal Presos, Egressos e Familiares (APEF)
Além das Mesas de Debates também teremos: a) Oficinas para Egressos e Familiares; b) Lançamento da Frente Distrital Pelo Desencarceramento.
Informações: gcep.df@gmail.com
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Apoio: Instituto Veredas
Inscrições: www.even3.com.br/SRSP
28/05/2018 11:00:22