O Saquá 212

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Nepotismo no município de Saquarema  PÁGINA 4

Ano XVII • nº 212 • 1 a 31 de maio de 2017 • Saquarema • Rio de Janeiro

www.osaqua.com.br • Diretora: Dulce Tupy

Folias de Saquarema, relíquias que enobrecem o município

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s Folias de Saquarema - a Folia de Reis e a Folia do Divino - são dois aspectos da cultura popular. Com origens no passado do Brasil Colonial, originárias das festas da colheita em Portugal, as folias saquaremenses são um símbolo de resistência na Região dos Lagos, onde poucas folias e foliões sobreviveram ao impacto da modernidade, aos turistas e à invasão cultural que trouxeram novos costumes. As Folias de Saquarema deveriam ser abraçadas pelos governantes municipais e divulgadas até como atrativos turísticos, como acontece em cidades como Paraty, no Sul Fluminense, que apóia todas as tradições culturais de seus cidadãos. Apesar de protegidas por lei, as Folias de Saquarema precisam ser redescobertas. Enquanto existem. Páginas 6 e 7

Campeonato Mundial do Surfe no cenário da Praia de Itaúna

A Folia de Reis Estrela do Oriente, de Sampaio Corrêa resiste

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stá chegando a hora do Oi Rio Pro 2017, a 4ª Etapa do Circuito Mundial da WSL, promovido pela Liga Mundial do Surfe. Realizado na Praia de Itaúna, de 9 a 20 de maio, o campeonato marca o retorno de grandes eventos no chamado “Maracanã do Surfe”, como Itaúna é conhecida aqui dentro e lá fora. Alunos da rede estadual de ensino ganharam antecipadamente 90 pranchas de surfe profissional. Página 11

O coreto do Divino, também chamado de Império, do século 18

Gracias a la vida

O A família de João Massena, com seus quatro filhos e a esposa Rosa Prestes

livro do professor de química João Massena, lançado recentemente no Museu da República, no Rio, é o tema do comentário de seu cunhado, Luiz Carlos Prestes Filho. Autobiografia escrita com muita emoção, revela o tempo do exílio da família Massena, após o trá-

gico desaparecimento de seu pai, em consequência da prisão e tortura em São Paulo, durante a ditadura civil-militar. O autor frequenta Saquarema desde a adolescência, quando seu pai tinha uma casa na antiga Vila. Hoje, a casa de João Massena, no Gravatá, vive cheia de amigos e parentes. Página 3

O deputado federal Marco Antônio entregando uma das 90 pranchas de surfe a alunos da rede estadual de ensino no palanque do campeonato na Praia de Itaúna

Cenas de Saquarema O livro do médico Dr. José Ernesto, lançado em Niterói, revela uma rural Saquarema, pequena, simples, ainda no tempo da Estrada de Ferro. Tudo se passa em torno da fazenda da família Machado, do Morro dos Pregos. É uma narrativa deliciosa, que reflete os usos e costumes da época. Página 8


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Petrobras e Ibama promovem ações compensatórias para os pescadores

projeto Rota 3 é um gasoduto da Petrobras, que visa ampliar o escoamento de gás natural da área do pré-sal da Bacia de Santos até o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, o Comperj, que fica em Itaboraí. A extensão do gasoduto é de aproximadamente 355 km de extensão total, sendo 307km de trecho marítimo e 48km de trecho terrestre, por onde passarão aproximadamente 18 milhões de m³ por dia, após a inauguração, prevista para o segundo semestre de 2017. Em julho de 2016, o Ibama concedeu as Licenças de Instalação, iniciada em outubro de 2016, em lâminas d’água de 58m e 2.190m de profundidade. Durante a instalação do Gasoduto Rota 3, de forma a atenuar os impactos sociais e evitar perdas e danos nos petrechos de pesca, foi criado um canal

de informação aos pescadores e foi feito o Plano de Compensação da Atividade Pesqueira, em áreas específicas dos municípios de Niterói, Maricá e Saquarema. A chegada do gasoduto na costa será no município de Maricá (RJ), na praia de Jaconé, em Ponta Negra, mas Niterói e Saquarema também serão impactados pela obra. O gasoduto terrestre passará pelos municípios de Maricá e Itaboraí. Em Saquarema, a equipe da Petrobras e do Ibama, junto com uma empresa de assessoria de comunicação, realizou várias reuniões com os pescadores na Colônia de Pescadores Z-24, no quiosque Sereia, na Barrinha e na Praça Charles Darwin, em frente ao bar do Seu Xavier, em Jaconé. O objetivo é discutir com os pescadores ações de compensação, como a construção de uma capatazia, espécie de filial da Colônia de Pescadores, EDIMILSON SOARES

A Rota 3 sai do Campo de Libra e chega ao município de Maricá na altura da Praia de Jaconé, em Ponta Negra, mas com impactos em Niterói e Saquarema A família Xavier abriu sua casa para abrigar a reunião com os pescadores que serão beneficiados pela Rota 3

tipo um entreposto nas margens da Lagoa de Saquarema, em Jaconé, a dragagem do Rio Salgado, antiga reivindicação da comunidade, e um caminhão frigorífico, além de cursos de capacitação. Agora, as reivindicações dos pescadores serão sistematizadas pela equipe de técnicos que retornarão com os projetos devidamente dimensionados, prontos para execução. De acordo com Marcos Xavier, filho do Seu

Xavier, um dos mais antigos pescadores de Jaconé, a comunidade pesqueira está confiante no resultado do atual Plano de Compensação da Atividade Pesqueira (PCAP). Desta vez ele espera que saia do papel a tão almejada Capatazia prometida diversas vezes, inclusive pelo Rio Rural, Programa do Governo do Estado com apoio do Banco Mundial (Bird) mas que acabou não acontecendo.


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“Gracias” – Autobiografia de João Massena FACEBOOK/JOÃO MASSENA

Luiz Carlos Prestes Filho

“Gracias a la vida / que me ha dado tanto” (Violeta Parra, 1966)

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livro autobiográfico de João Massena, Kanimambo, publicado pela Letra Capital Editora, tem estrutura similar a da canção de Violeta Parra “Gracias a la Vida”, conhecida no Brasil em duas interpretações: na voz de Mercedes Sosa e na de Elis Regina. Canção dramática, foi composta um ano antes da autora cometer suicídio. No seu livro, lançado recentemente no Museu da República, no Rio, João Massena repete ao longo da narrativa a palavra “kanimambo”, que significa “obrigado”, em changana, língua nativa da Província de Maputo, em Moçambique. É uma cronologia de vida do autor. Verdades de um homem que desejou ser feliz, fazer o mundo ser feliz e ver os seus entes próximos felizes. “Esta viagem”, recorda o autor ,“eu jamais esquecerei em minha vida, pois eu estava algemado com meu pai, ele segurando minha mão para que a algema não nos machucasse e ficava me encorajando a todo momento. Aquilo talvez não fosse necessário, pois por dezenove anos eu assisti aos seus atos e creio que era o suficiente para que agisse com dignidade. Aprendi com ele a ter personalidade, firmeza nos meus atos e continuar na luta que, sei não terminará aqui e nem enquanto não alcançarmos a democracia e diminuirmos a desigualdade no país. Como não sabíamos para

O professor João Massena com parte da família na Praia no Gravatá, onde tem uma casa sempre cheia de amigos e parentes

onde eles estavam nos levando e nem qual eram as verdadeiras intenções, o pai, apertando a minha mão durante a viagem, me disse: se te derem choque elétrico, grites, pois assim vai aliviar a dor”. Nestas linhas, a síntese do livro. Nelas destaco as seguintes palavras cravadas nas entrelinhas: viagem, pai e dor. O livro, primeiro seria uma biografia do pai, João Massena Melo, militante comunista, desaparecido no período de regime autoritário implantado no Brasil após o Golpe Civil-Militar de 1964. Vereador, em 1945, e deputado estadual, em 1962, cassado em ambas legislaturas, foi um pai marcante na infância e na adolescência do autor, seu filho João Massena, preso com o pai aos 19 anos. Sempre à disposição da família, apesar dos impedimentos naturais da luta, exigente no cumprimento dos deveres e nos momentos de alegria, João Massena Melo é um dos desaparecidos políticos no Brasil. Seu corpo nunca foi devolvido à família

pela ditadura. Na autobiografia de João Massena, o filho, imagens do Aero Willis oficial da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde o pai era deputado, se misturam com a Kombi, rumo à Saquarema, onde a família tinha uma casa no centro da Vila. Mais adiante, o fusquinha azul, clandestino, rumo à cidade de São Paulo se confunde com o Aero Willis velhinho, moçambicano, em seu exílio na África, onde viveu anos com sua família, construída com a esposa Rosa Prestes, primeira filha do famoso Cavaleiro da Esperança, o comandante Luiz Carlos Prestes, herói da imbatível Coluna Prestes, prisioneiro político no governo Getúlio Vargas e posteriormente senador cassado no governo Dutra, quando também foi cassado o pai de Massena, o operário tecelão e depois metalúrgico, o deputado João Massena Melo. Viagem é uma palavra que atravessa a narrativa em todos os momentos. Inclusive, através

da geografia familiar que teve que se deslocar inúmeras vezes pelo país e mais tarde para a Rússia, República Democrática Alemã, Cuba, Guiné Conacri e Peru. Mas foi em Moçambique que o professor e químico, formado em Moscou, Massena viveu como em uma segunda Pátria, durante anos de exílio. Dor é outra palavra recorrende nesta autobiografia marcada pelas prisões, separações, inseguranças, guerras, assassinatos. “Já algum tempo, desde quando frequentei pela primeira vez o consultório do cardiologista, ou do psiquiatra/psicoterapeuta, e após relatar trechos de minha vida para que eles entendessem os sintomas que me atormentavam, me aconselharam a escrever um livro com minhas aventuras e desventuras por este mundo afora. Teriam eles detectado algum sintoma grave para indicar tal tratamento? Ou quem sabe, gostariam que outras pessoas conhecessem, com mais de-

“Kanimambo”, em língua moçambicana, quer dizer obrigado, “gracias”, em espanhol

Quem foi João Massena Melo João Massena Melo nasceu em Palmares, Pernambuco, em 1919, onde viveu até 1950. Durante a ditadura do Estado Novo, instaurada pelo presidente Getúlio Vargas, conviveu com Agildo Barata e Carlos Marighella, quando presos na Ilha de Fernando de Noronha. Mu-

dando-se para o Rio de Janeiro, foi operário tecelão e metalúrgico. Militante e dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi cassado duas vezes; primeiro, em 1948, depois de eleito vereador do Distrito Federal pelo PCB; e, em 1964, quando era deputado estadual da Guanabara, eleito em 1962,

pelo Partido Social Trabalhista (PSC). Condenado pelo Conselho Permanente da Justiça Militar, em 1966, viveu na clandestinidade na antiga União Soviética, onde fez cursos universitários. De volta ao Brasil, em 1970 foi preso junto com sua família e encarcerado na Ilhas das Co-

bras. Solto em 1973, foi preso em 1974, em São Paulo, e continua desaparecido até hoje. É um dos casos investigados pela Comissão da Verdade, que apura mortes e desaparecimentos na ditadura civil-militar brasileira. Deixou a mulher Ercila e três filhos, entre eles João Massena, autor do livro.

talhes, essa história vivida?”, se pergunta o autor, agora tornado escritor para sempre. Em seu livro, Massena confessa que em 1993, depois de passar por situações de fobia, consultou especialistas que receitaram medicamentos de tarja preta para controle da situação. Foi com muita perseverança que ele aprendeu mais sobre sua doença, seus sintomas e compreendeu como enfrentar o desconforto que surge “quando ocorre no país um evento sócio-político”. Assim, João escolheu o caminho oposto da compositora chilena Violeta Parra, que se suicidou numa crise de depressão! João optou pela vida e pela coragem de contar a história onde foi construtor e não “coadjuvante”, onde foi ator e não “testemunha”. Grande honra ter João Massena como cunhado. Sua figura para mim, pelo menos nos últimos 40 anos, sempre esteve envolta de alegria e leveza. Sinceramente, ele conseguiu esconder bem os seus sofrimentos dos meus olhos e da minha sensibilidade: através do samba (ele me ensinou alguns passos), das piadas, do futebol. Grande a bravura dele! Quanta coisa meu cunhado calou? Quanto desabafo ele censurou internamente e só agora revela? O livro Kanimambo, de João Massena, não é um discurso homogêneo, coeso, indivisível, como aqueles textos dogmáticos do passado. Demonstra um ser maleável, adaptável; pessoa que sabe aceitar sua identidade fragmentada, construída e reconstruída continuamente. É um grito como aquele que um dia seu pai pediu para gritar: “assim vai aliviar a dor”.

FACEBOOK/JOÃO MASSENA

João Massena Melo pai do autor, na Praia de Muriqui, com os três filhos


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O SAQUÁ Enquanto sopra um jato de justiça em Araruama, aqui prolifera o nepotismo

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Dulce Tupy*

município vizinho de Araruama, uma referência histórica para Saquarema, vive atualmente a esperança de que seja feita justiça, desde que a juíza eleitoral Alessandra de Souza Araújo determinou a cassação do mandato da prefeita Lívia de Chiquinho, por fraudes nas eleições de 2016. O julgamento que estava sendo aguardado desde o ano passado promoveu uma reviravolta, com a cassação do ex-prefeito Chiquinho, que elegeu sua mulher Lívia, mas vinha exercendo de fato o Poder Executivo Municipal, conforme comprovado através de reportagem do SBT, escancarada na televisão. Hoje, o ex-prefeito já não pode mais despachar na Prefeitura, como vinha fazendo antes. E o quadro político local aponta para uma nova eleição em Araruama, embora haja recurso impetrado pela prefeita. Em Saquarema, a situação da atual prefeita Manoela Peres é semelhante, mas não é igual. Na eleição de 2016, Manoela foi lançada candidata para substituir seu marido, o ex-prefeito Peres Alves, que não podia concorrer devido a sua condenação no famoso “Processo da Máfia dos Sanguessugas” que fraudou a compra de ambulâncias. Cassado, Peres abriu mão de sua candidatura e lançou sua mulher como estratégia para voltar ao poder com outra cara e nome. Em um panfleto distribuído na ocasião, Peres escancarava: “Peres é Manoela e Manoela é Peres”. Não há dúvida de que a intenção era mascarar o verdadeiro

motivo da substituição: Peres voltar ao poder de qualquer maneira, como primeiro “damo”, ou primeiro cavalheiro, como acabou ocorrendo, tornando-se em seguida secretário de governo, num caso típico de nepotismo. Eleita, mas sem nenhuma experiência política, Manoela recorreu aos familiares para montar seu governo. Como procurador geral, nomeou seu cunhado Antonio Francisco Alves Neto, o ex-vereador Chico Peres, e como chefe de gabinete sua cunhada Ana Amélia Alves Quintanilha. Segundo informações obtidas no Diário Oficial e comentários que correm soltos na Câmara Municipal e na própria sede da Prefeitura, em outros cargos da máquina pública Manoela nomeou seu cunhado Paulo Luiz de Oliveira para trabalhar na administração e suas cunhadas, Denise e Fátima Alves, na Secretaria de Educação e Cultura, assim como seu irmão Daniel, na Secretaria de Esporte e Turismo, sua sobrinha Milla, na Secretaria de Saúde, e até mesmo sua mãe, numa creche em Itaúna. É sempre bom lembrar que o Brasil depois da Operação Lava-Jato já não é o mesmo. “A Justiça tarda mas não falha”, diziam os antigos. Hoje, se verifica que “o vento que bate lá, bate cá”. “Pau que bate em Chico, bate em Francisco”... São ditados antigos que, na sabedoria popular, permanecem desde os tempos coloniais. É preciso passar este país a limpo em todos os níveis: federal, estadual e municipal. Até quando vamos assistir essas infustiças?

e Obstetrícia

* Dulce Tupy é jornalista, escritora, pesquisadora e editora do jornal O Saquá

Drª Fernanda Silva de Paula CRM5268323-0

Ginecologia

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im, 80 anos a querida e talentosa escritora completou no dia 3 de maio. Toda uma vida dedicada à Literatura. Premiadíssima, foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, e, quis o destino, estivesse na presidência da ABL, justamente no ano do seu 1º Centenário (1997). “Não sou forte e nem poderosa”, assim ela abre o seu “Livro das Horas”, de 2012. “Tampouco estou na flor dos 20 anos”, complementa Nélida. E acrescenta: “Sempre que mencionam em tom de elegia de como era nos áureos anos, sorrio. Recordo, agradecida, uma trajetória intensa e ruborizo-me. A beleza, a esta altura, não me lisonjeia. Opto por ser a heroína das ideias e das ações que desenvolvi, em especial por me haver submetido ao que o corpo e a imaginação me ditaram”. Ao longo da sua brilhante trajetória, Nélida tem espalhado beleza literária por sua vasta obra. Dela extraímos trechos que sensibilizam e haverão de sensibilizar os leitores, gerações e gerações, pela eternidade...”:

O jornal de Saquarema

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“Tenho apetite de almas.” // “Sou um conjunto sensível que arfa na cadência da brisa.” // “Sou sensível diante dos gestos de flor.” // “Ah, como quero minha sensibilidade treinada, disposta a evitar desperdícios.” // “Pedi a Deus um amigo, e veio você.” // “Só a arte se opõe à mediocridade.” // “O amor de toda espécie não se abandona.” // “Abranda o tom, o momento requer sussurro.” // “Tudo rápido demais transgride as regras.” // Sobre Lygia Fagundes Telles: “Tem visível no rosto a rara marca da grandeza.” // “O tempo arfa indiferente aos meus desejos.” // “Quem perde é porque não soube ganhar.” // ...”não se pode acorrentar os que desfrutam de uma liberdade encantatória, ou os que se dedicam a uma ardência localizada no centro da vida”... // “A desordem é o imperativo do amor.” // “O mundo da beleza é simples.” E aqui ficaria, infinitamente, inebriada, a transcrever as belas palavras de Nélida, que fazem dela uma escritora rara, singular, única, e tornam a vida, sem sombra de dúvida, muito, muito mais bonita!

*Poeta, “Cidadã Saquaremense” e presidente da Academia de Letras Rio – Cidade Maravilhosa

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Folias de Saquarema, duas EDIMILSON SOARES/ARQUIVO O SAQUÁ

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Dulce Tupy

s Folias de Saquarema - tanto a Folia de Reis como a Folia do Divino - são dois aspectos da cultura popular que resistem até hoje, mas correm o risco de desaparecer, tendo em vista a redução do número de foliões e as dificuldades que vêm sofrendo nos últimos anos. A fase em que as Folias de Saquarema se encontram atualmente reflete o que restou do tempo em que eram grandes manifestações da fé católica, mobilizando centenas de foliões. A Folia de Reis é um auto de Natal, que canta o nascimento de Jesus, peregrinando pelas ruas à noite, visitando as casas. Já a Folia do Divino é um louvor ao Divino Espírito Santo, terceira pessoa da “Santíssima Trindade” (Pai, Filho e Espírito Santo), comemorado numa data móvel do calendário cristão, Dia de Pentecostes, que encerra as festividades da Páscoa. Os primeiros registros da Folia do Divino em Saquarema são de 1769, quando foi doado o Coreto do Império, pelo fazendeiro Tomaz Cotrin de Carvalho. Segundo o historiador de Saquarema, Darcy Bravo, também o Barão de Saquarema, que doou o prédio da primeira Câmara de Saquarema, mais tarde também fez doações ao Divino. A Folia do Divino tem raízes em Portugal. Com presença marcante no Brasil Imperial e em todas as colônias portuguesas, em certas localidades a Folia do Divino

na grande Usina Santa Luzia. Hoje, com o nome de Folia de Reis Estrela do Oriente, tem como mestre o Boca de Velho e uma mulher como bandeireira, Dona Jurema, além do contramestre, ritmistas, cantores e demais foliões, inclusive jovens e crianças.

As folias como fator de identidade

A Folia de Reis Estrela do Oriente, de Sampaio Corrêa, é a única de Saquarema e uma das poucas sobreviventes na Região dos Lagos

tinha o poder de libertar um preso durante a festa. Em Saquarema, tornou-se costume doar alimentos ao Instituto Madre Maria das Neves, que atendia e atende até hoje crianças carentes. Na procissão, o grupo de foliões se reveza com a banda de música da cidade. Hoje, mesmo reduzida em número de foliões, a Folia do Divino impressiona por sua majestade. O Menino-Imperador veste o tradicional terno de veludo verde e traz na mão um cetro com a pombinha de prata, seguido por seus guardiões e princesas. No coro dos foliões, também se man-

tém a tradição das crianças cantando com suas vozes estridentes. Assim permanece o costume de geração em geração. Já no caso da Folia de Reis de Sampaio Corrêa, que antigamente era recebida pelo saudoso Padre Manoel na igreja de Nossa Senhora da Conceição, corre o risco de extinção. A Folia de Reis chegou em Sampaio Corrêa, terceiro distrito do município de Saquarema, no início do século 20, trazida pelo mestre André, que veio do Espírito Santo para trabalhar nas fazendas que depois se transformaram

As duas folias, a Folia do Divino e a Folia de Reis, são aspectos da vida da cidade que não devem e não podem ser extintas. Declaradas “Patrimônio Imaterial de Saquarema”, pela Lei 1.021, de outubro de 2009 (que também protege a Festa de Nazareth, considerado o primeiro Círio de Nazareth do Brasil, com data de 1630) as Folias são elementos da cultura colonial que permaneceram até os dias de hoje e têm imenso valor histórico. Adaptadas à cultura da cidade, matem a tradicional “Benção da Farinha”, feita pelos foliões numa grande mesa na rua em frente ao Coreto do Divino, seguida de almoço comunitário, promovido pela Irmandade Nossa Senhora de Nazareth, na esquina do Salão Paroquial. Em Saquarema, a Folia de Reis Estrela do Oriente, de Sampaio Corrêa, não encerra suas festividades no dia 6 de janeiro, Dia dos Santos Reis, que segundo a tradição católica foi quando os três reis magos chegaram à manjedoura, trazendo presentes para o menino Jesus. A Folia de Reis em Saquarema, como em vários municípios do Rio de Janeiro, mantém o seu “giro”, a


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as faces da cultura popular sua peregrinação, até o Dia de São Sebastião, 20 de janeiro, quando faz o tradicional “remate”, comemorado com um grande jantar comunitário, na sede da folia, na casa do mestre Boca de Velho. Originárias da Península Ibérica, as Folias foram trazidas pelos colonizadores portugueses, como expressões da fé católica, mas no Brasil adquiriram características próprias. Porém, sem apoio oficial, especialmente do Poder Público que deveria zelar por este patrimônio cultural, as Folias estão perdendo espaço, prestígio e importância no município. A Folia de Reis sobrevive a duras penas sob o comando do apito e do fole de oito baixos do mestre Boca de Velho, em Sampaio Corrêa. No Natal, a Folia de Reis Estrela do Oriente completou 50 anos, sem que nenhuma autoridade voltasse os olhos para ela. Boca de Velho viu então uma lágrima escorrer de seus olhos. Ninguém lembrou da Folia, ninguém visitou sua casa, não recebeu um único telefonema para comemorar ou pelo menos dar os parabéns... No centro da cidade, a Folia do Divino vem encontrando um caminho para sua sobrevivência, com um pequeno apoio da Irmandade Nossa Senhora de Nazareth.

PAULO LULO/ARQUIVO O SAQUÁ

A premiada Folia de Reis

O ritual da “Benção da Farinha”, um dos mais tradicionais, é feito pelos foliões do Divino, rezando pela fartura de alimentos no ano todo

Sobrevivendo numa luta intensa contra o tempo, as Folias de Saquarema são parte da identidade cultural do município. A Folia de Reis, com sua bandeira de fitas coloridas e seu canto milenar. A Folia do Divino com seus instrumentos típicos e EDIMILSON SOARES/ARQUIVO O SAQUÁ

Com cânticos muito antigos e tradicionais, que remetem à Idade Média, os foliões do Divino passam o ritual de geração em geração

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adereços centenários. O Coreto do Divino, que data do século XVIII, foi poupado da destruição do casario colonial do centro de Saquarema e ainda permanece em frente à praça principal, a Praça Oscar de Macedo Soares. Mas até quando?

Um momento importante e de reconhecimento na trajetória das Folias de Saquarema foi a participação de alguns foliões no desfile das escolas de samba do Grupo Especial na Passarela do Samba, no Rio. No ano de 2008, o enredo da escola de samba Tradição homenageava o município de Saquarema. Porém, o fato mais marcante na história da Folia de Reis Estrela do Oriente foi quando ganhou o Prêmio Culturas Populares da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, também em 2008. Concorrendo na categoria de Grupos Tradicionais Informais, a Folia de Reis de Saquarema foi agraciada com o Prêmio Humberto de Maracanã, entre centenas de manifestações culturais de todo o país . EDIMILSON SOARES/ARQUIVO O SAQUÁ

O grupo de foliões de Reis visitam as casas onde rezam diante das imagens de santos num altar e benzem os alimentos sobre a mesa


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Livro revela cenas de uma Saquarema rural

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m livro de memórias escrito pelo médico José Ernesto Pinto Coelho, publicado em 2011 pela Editora Portal Literário, do Rio, conta histórias vividas em Saquarema, em meados do século passado, a partir da família de um fazendeiro do Morro dos Pregos, na zona rural saquaremense. Com inúmeros detalhes sobre a vida na região, uma pitada de humor, a narrativa é interessante e atrai o leitor. O saudoso Dr. Ernesto, autor do livro, vem a ser o pai do Dr. Toneres, homeopata famoso, e é avô do Dr. Saint Clair, um dos grandes oftalmologistas de Saquarema, terceira geração de médicos com consultórios montados em Bacaxá. Com o título “O cenário da Baixada”, o livro é uma raridade, porque nunca foi lançado em Saquarema, embora alguns exemplares tenham circulado de mão em mão, distribuídos pelo próprio Dr. Toneres, responsável pela edição. Médico formado na Faculdade de Medicina

Capa do livro

da UFRJ em 1934, Dr. José Ernesto exerceu medicina no Rio até 1959, quando se aposentou e fixou residência em Bacaxá, Saquarema, onde continuou trabalhando como médico até seu falecimento em 1975. Dr. Toneres deu continuidade então à profissão herdada do pai. Com uma surpreendente habilidade literária, Dr. Ernesto descreve cenas, hábitos e tipos locais como o preto velho João Fundo Novo, “dos últimos vestígios da escravatura naquelas plagas”, como descreve o autor, a figura

burlesca do padre Rufino, que teve muitos filhos e costumava beber junto com o médico Dr. Luiz Januário, hoje nome de rua no Centro de Saquarema; a curandeira Dona Tomázia, de Bonsucesso; e o personagem principal, o fazendeiro Álvaro Machado que se mudou do Rio Seco para o Morro dos Pregos, onde estabeleceu sua próspera fazenda. Era uma fazenda rica em “tabebuias”, as taboas que proliferavam nas margens das lagoas e brejos e serviam para a fabricação de tamancos em Niterói.

Dr. José Ernesto, médico e autor do livro

FATOS E PERSONAGENS Na fazenda dos Machado era feita a vacinação, depois das tempestades que traziam doenças endêmicas, as chamadas febres “malignas”, malária e tifo, entre outras. No Retiro, havia o baile caipira e o baile dos namorados no Clube Bacaxá, para onde convergia a juventude na época. Na Madressilva, uma gigantesca teia de aranha assombrava os moradores e até cavalos que se recusavam a passar por ela em noites de lua cheia. Dr. Ernesto conta também a vinda do rezador Félix Nora, de São Gonçalo, que se instalou no Rio Seco, e do padre Frei Berardo, um marujo americano, neurótico de guerra, que veio morar em Saquarema, além do esotérico Paulo Lorena, fazendeiro de Pedra Branca, que depois de casar com Dona Joana, casou com sua enteada Rita, convivendo com as duas. Assim, a narrativa vai se sucedendo até o desfecho final, com o casamento de Laura, uma das filhas do fazendeiro Machado. Tendo se

EDIMILSON SOARES

Dr. Saint Clair, filho do Dr. Toneres e neto do Dr. José Ernesto

mudado para Niterói e depois para o Rio de Janeiro, a bela Laura se casou com o motorista que conheceu na casa de uma família abastada onde ambos trabalhavam, mas nunca esqueceu seu primeiro amor saquaremense, o músico Anquises, com quem dançou a noite toda no dia de seu casamento. O Dr. Ernesto conta essas e outras histórias com talento narrativo. É, sem dúvida, um manancial de informações sobre o passado de Saquarema.


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Oficina de Tambores

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Kazawá - Território de Trocas de Saberes, em Barra Nova, inicia no mês de maio o Círculo do Sagrado Feminino, um projeto que vem sendo elaborado há mais de dois anos. Nos dias 20 e 21 de maio acontece o primeiro evento sobre a força sagrada do Tambor, com a presença confirmada da professora de Cabala Carmem K’hardana, terapeuta, artesã, facilitadora de Círculos do Sagrado Feminino. Com vasta experiência, Carmen vai ministrar a Oficina e Vivência de Tambores Sagrados, e explica: “As oficinas são na verdade apenas um pretexto para acessarmos nossas sementes, nossos desejos, e trazê-los à manifestação. Uma vez que acessamos nosso poder criativo, muitas “criações” se abrem, muitas possibilida-

Dolores de Xangô promove festa dos pretos velhos no 13 de maio A babalorixá Dolores de Xangô vai promover a festa dos pretos velhos no dia 13 de maio, Dia da Libertação dos Escravos e assinatura da Lei Áurea, em seu congá, no Areal, rua Major César 70, Areal, a partir das 19 horas. Na ocasião será servida a tradicional feijoada que mãe Dolores ofecere ao seus filhos e filhas de santo.

FACEBOOK/KAZAWÁ

Festa para Santa Sara Kali

A Situada em Barra Nova, a Kazawá e um espaço cultural

des. Percebemos que somos capazes de construir, de criar, de manifestar, de plantar e colher, com nossas mãos, palavras e escolhas”. Inscrições e mais informações no Facebook da Kazawá.

Sociedade Paz, Amor e Ordem, conhecida como Casa do Sopão, em Barra Nova, apresenta no próximo dia 27 de maio, a partir das 18h, a festa em homenagem à Santa Sara Kali, padroeira do povo de cigano. O grupo Estrela Guia preparou uma programação variada para o evento, que contará com procissão, missa campal, expositores, oraculistas, a tradicional fogueira cigana e apresentações

de dança. Os ingressos custam R$10. A Casa do Sopão é uma instituição filantrópica não governamental, voltada para projetos sociais, culturais e artísticos. Fica na Avenida Litorânea, 25, em Barra Nova – Saquarema/RJ. No dia 8 de abril, Dia Internacional do Povo Cigano, a Casa do Sopão recebeu uma benção na gruta de Santa Sara Kali, em cerimônia realizada pelo padre André e bispo Don Joanir, ambos da igreja de São Jorge de Cabo Frio. FACEBOOK/CASA DO SOPÃO

EDIMILSON SOARES/ARQUIVO O SAQUÁ

Preto Velho, entidade da umbanda e candomblé O Padre Jorge e o bispo Don Joanir estiveram na Casa do Sopão em Barra Nova

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Adeus ao amigo Leopoldo

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om muito pesar, informamos o falecimento do grande amigo Leopoldo Conceição Mota, morador e benfeitor do bairro Barra Nova. A saudade da viúva, D. Maria, ainda muito abalada pela dor da despedida, é preenchida pela doce presença da netinha Alana, ale-

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gria da casa, filha de Alan, filho único do casal. Leopoldo foi um exímio tradutor e experiente técnico em computação. Um dos homens mais cultos da cidade.

Comunicado Documentos Furtados Eu, Maria Lucia Vasconcelos, nascida em 18/04/1942, em Barretos – Estado de São Paulo, comunico que tive meus documentos furtados no dia 23/02/2017, em Bacaxá – Saquarema. Diante do exposto, estejam avisados os comerciantes em geral, bem como financeiras e a quem mais possa interessar, visto que venho recebendo ligações de empresas para confirmação de meus dados, fato que demonstra a clara intenção de fraude com meu nome.

O tradutor Leopoldo deixou deixou inúmeros colegas e amigos inconsoláveis com o seu falecimento


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O SAQUÁ

Educação profissional

Bacaxá, no coração comercial de Saquarema, tem cursos profissionalizantes para todos os públicos Cíntia Viana*

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esse mês de maio, O Saquá está iniciando uma série de matérias sobre a rede de cursos profissionalizantes na região, que conta com boas opções de cursos e especializações multidisciplinares, diversificados e conectados ao mercado de trabalho local. Há opções de qualificação para todas as idades. A Academia Brasil, por exemplo, oferece cursos a partir de 12 anos, “mas o

aluno tem de estar matriculado na escola”, diz a diretora e fundadora do curso que existe há mais de dois anos, Luciana Brasil. Empresária carioca de Vila Isabel e graduada em Belas Artes na UFRJ, a professora da a Academia Brasil oferece cursos de Barbeiro, Cabeleireiro, Maquiagem, Penteados, Aperfeiçoamento em Corte, Especialização em Mechas, Depilação e Design de Sobrancelhas (Depilação Egípcia), além dos cursos livres em Penteados, Manicure, Mega Hair, aperfeiçoamento de Corte e Colorimetria. Há uma “cons-

A empresária Luciana Brasil administra um dos cursos mais populares de Bacaxá

tante preocupação com a formação teórica, prática, humanística e ética”, diz Luciana. Uma média de 100 alunos se formam na Academia Brasil, todos os anos. Os valores dos cursos variam entre R$100 e 160 reais mensais, com aulas práticas e atendimento comunitário nas áreas do curso de beleza em escolas da região, nos fins de semana. Já o Vigma oferece cursos profissionalizantes desde 2012 na área de saúde em Bacaxá. De acordo com Gabriela Vignoli, diretora, técnica e enfermeira graduada, os estágios agora estão sendo feitos na própria região, o que aumenta ainda mais a relação do curso com o município. O Curso de enfermagem tem duração média de 22 meses. Segundo Gabriela, cerca de 80% dos alunos se insere imediatamente no mercado. “Os hospitais absorvem a maior parte deles. A procura do profissional técnico na área de enfermagem é muito maior do que a do graduado. No Vigma são oferecidos cursos de Técnico em Enfermagem, Técnico em Massoterapia, Técnico em Enfermagem do Trabalho, Cuidador de Idosos, Atendente de Farmácia, Administração de Medicamentos, Feridas e Curativos e Primeiros Socorros”, informa ela. Ambos os cursos não contam com apoio governamental e, além de oferecerem serviços à comunidade, con-

FOTOS: CINTIA VIANA

Gabriela Vignoli, do Curso Vigma, um dos mais tradicionais da cidade

sideram que essas parcerias seriam necessárias e muito bem vindas. Por outro lado, contam com boas e interessantes parcerias dentro das respectivas áreas de atuação e já se propõem a lançar novos cursos no mercado, com contínua atualização dos professores e da própria direção do curso para fazer frente aos inúmeros desafios que se apresentam na prática. *Cintia Viana é socióloga, colaboradora e agente publicitária do jornal O Saquá

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Governo do Estado distribui pranchas de surfe a alunos da rede escolar

Uma parceria entre o Governo do Estado e a organização do Circuito Mundial de Surfe premiou com pranchas de surfe profissional 90 alunos das seis escolas estaduais no município. Os estudantes foram selecionados por praticarem ou terem interesse pelo esporte, além de boas notas ou classificação em concursos voltados à Educação, como a Olimpíada de Matemática. Realizado no palanque do Circuito Mundial de Surfe, no tradicional Point de Itaúna, o evento foi promovido pela Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) e Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (Seelj), em parceria com a World Surf League (Liga Mundial de Surfe). Consi-

derada a Capital do Surfe, Saquarema vai sediar a 4ª etapa do Circuito Mundial de Surfe, de 9 a 20 de maio. Durante o evento de doação das pranchas, o deputado federal Marco Antônio, o secretário de Educação, Wagner Victer e o secretário de Esporte, Lazer e Juventude, Thiago Pampolha, junto com representantes da WSL, fizeram a entrega das pranchas aos alunos. A 4ª Etapa do Campeonato Mundial de Surfe é resultado de uma negociação feita no ano passado pelo ex-secretário de Esporte, hoje deputado federal Marco Antônio, que junto com o deputado estadual Paulo Melo possibilitou a realização do campeonato em Saquarema.

No palanque do Campeonato Mundial do Surfe, o deputado federal Marco Antônio e os secretários do Governo do Estado, da Educação e do Esporte, entregaram as 90 pranchas aos alunos das escolas estaduais, ao lado dos governantes do Município


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