O Centrão é só uma sopa de letrinhas PÁGINA 2
Ano XVIII • nº 227 • 1 a 15 de AGOSTO de 2018 • Saquarema • Rio de Janeiro
osaqua.com.br • Diretora: Dulce Tupy
Audiência Pública sobre o Porto de Jaconé lotou o plenário da ALERJ THIAGO LONTRA
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ma Audiência Pública sobre o Porto de Jaconé lotou o plenário da ALERJ (Assembleia Legislativa) no Rio de Janeiro. Promovida pela Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo deputado André Lazaroni, a audiência reuniu militantes dos dois lados, tanto os que são contra a construção do porto, o pessoal do SOS Porto Não!, como também os que querem a construção do porto a qualquer custo. Na ocasião, a DTA Engenharia
apresentou mudanças no projeto original, para se adequar às exigências ambientais feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que se opõe ao projeto original. Mas um dos objetivos do encontro, que era discutir o tombamento dos beachrocks, devido ao seu alto grau de interesse científico, cultural, histórico e aqueológicos, ficou prejudicado, pois a discussão foi muito tumultuada e acabou sendo convocada outra Audiência Pública em local a ser divulgado. Página 4 e 5
Feira orgânica é na Praça dos Pescadores O plenário ficou dividido em duas torcidas, uma contra e outra a favor do porto
Pré-candidata promove reunião
DULCE TUPY
Defensoria Pública
Produtos orgânicos para quem quer viver com saúde e em harmonia com a natureza
CLÁUDIO MOTTINHA
A ex-prefeita de Saquarema e pré-candidata Franciane Motta, esposa do deputado Paulo Melo, promoveu uma reunião na casa de show Stylos, em Bacaxá. Franciane vai disputar uma vaga de deputada estadual, em dobradinha com o vereador Russo, de Araruama. Na reunião a presença do ex-prefeito de Araruama, Chiquinho da Educação, além de lideranças saquaremenses como o ex-vice-prefeito Zequinha Martins e o ex-vereador PiA ex-prefeita Franciane tico. agora é candidata a Página 2
deputada estadual
A sede da Defensoria Pública foi todo reformada
Foi inaugurada a sede reformada da Defensoria Pública de Saquarema. Agora, com mais conforto para os funcionários e para o público, a Defensoria tem todas as condições para um trabalho mais ágil e com dignidade para todos. Página 3
Uma Feira Orgânica realizada todo segundo sábado de cada mês está se tornando um ponto de encontro entre os produtores e consumidores, que buscam qualidade de vida, através dos produtos naturais. Moradores de vários bairros do município, os produtores orgânicos apre-
sentam o melhor que a terra de Saquarema pode oferecer. Vale a pena fazer uma visita e experimentar tudo de bom que eles oferecem, sempre com um sorriso iluminando os rostos. Tudo muito saudável, na Praça dos Pescadores, em frente à Padaria da Ponte. Página 3
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O SAQUÁ
Mais uma eleição na base do “é dando que se recebe” Silênio Vignoli
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espúria negociação de uma aliança para obter apoio do Centrão, visando principalmente o ranking de exposição na TV, gerou um forte impulso, medido em tempo de propaganda eleitoral, ao candidato tucano Geraldo Alckmin, que vai desfrutar de 41% do total do horário político, com dois blocos diários de 5 minutos e 12 segundos cada um, totalizando 12 minutos e meio diariamente. Além das cotas do PSDB, Alckmin contará com as do DEM, do PP, do PR, do PRB e do SD, fazendo o maior lance de um candidato antes do período de Convenções. Como o momento da política brasileira é de baixo nível ético, as legendas que compõem um acordo como este o fazem sonhando com as já conhecidas moedas de trocas, como cargos e acesso a verbas públicas, através das licitações suspeitas que alimentam este viciado balcão de negócios. Considerando que o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão visa um acesso democrático do eleitor a todos os candidatos, uma aliança política oferecendo a maioria esmagadora deste horário eleitoral para um só candidato é tudo, menos um critério democrático.
FISIOLOGISMO Grupo suprapartidário de centro-direita, criado no final do primeiro ano da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, o Centrão nasceu mar-
cado por uma frase, até hoje sinônima de fisiologismo: “É dando que se recebe”. Foi o deputado paulista Roberto Cardoso Alves, apelidado de Robertão, já morto, o autor desta releitura da famosa frase de São Francisco de Assis. O Centrão, da época de sua fundação, reunia lideranças conservadoras do PFL (hoje DEM), do PMDB (agora MDB) e do PTB, não necessariamente as direções partidárias dessas legendas, mas os políticos de peso dentro do Congresso, como Luiz Eduardo Magalhães, filho de ACM, e de Ricardo Fiuzza do PFL, Gastone Righi, do PTB, Daso Coimbra, do PMDB, partido que se dividiu entre os que apoiavam o governo Sarney e os que seguiam o presidente da legenda na época, Ulysses Guimarães, que semeava na Constituição Cidadã sua futura campanha à presidência da República, em 1989, na qual foi cristianizado, chegando em sétimo lugar com apenas 4% dos votos. Essa divisão do então PMDB, o partido hegemônico, determinou o fim da Aliança Democrática entre o PMDB e o PFL, que dava sustentação à chamada “Nova República”. Da mesma maneira que, agora, os líderes do Centrão procuraram se afastar do Palácio do Planalto como fizeram em 1989, aproximando-se de Fernando Collor que se elegeu presidente. Agora, mais uma vez, o MDB deve continuar com uma bancada poderosa, fazendo valer um velho axioma da política brasileira: o MDB não consegue eleger um presidente da República, mas nenhum presidente governa sem o MDB.
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DESAMPARADOS Um dos dados mais relevantes das pesquisas qualitativas é o vácuo político desenhado pela maioria absoluta de eleitores que não se sente representada pela oferta de partidos e candidatos. Este sintoma vem-se acentuando desde junho de 2013. Nada menos que 64% dizem que não tem partido. O eleitor está desamparado, define o diretor do Datafolha, Mauro Paulino. O PT continua sendo a legenda com o maior contingente de apoiadores, o que acontece historicamente desde 1999, quando superou o então PMDB, hoje MDB. Na pesquisa de agora, o PT conta com 18% de preferência do eleitor e os demais partidos patinam em torno de 1%. O MDB tem 5% e o PSDB 3%. A vantagem comparativa do PT é grande, mas o fato é que todos os partidos estão devendo aos eleitores. E como estão devendo... O que costuma prejudicar o PT são aqueles períodos de sucessivas denúncias de corrupção, mais do que aquela cínica radicalização do discurso. Em agosto de 2016, com o fim do processo de impeachment da então presidente Dilma, o índice do PT levou um grande tombo, caindo para 9% de preferência e o total de eleitores sem partido atingiu o recorde de 75%. A mesma pesquisa do Datafolha revela que 53% dos entrevistados querem Lula na cadeia e 37% consideram que ele recebe um tratamento igual ao de outros tantos criminosos na área política, enquanto 22% acharam que ele está recebendo um tratamento de presidiário privilegiado.
Editora: Dulce Tupy – dulcetupy@osaqua.com.br Diretor comercial: Edimilson Soares Diretora de Arte: Lia Caldas Colaboradores autônomos: Pedro Stabile (fotografia), Ronan Conde (diagramação)
Jornalista Responsável: Dulce Tupy (registro:18940/87/62)
Ex-prefeita de Saquarema agora é pré-candidata a deputada estadual CLÁUDIO MOTTINHA
Franciane fez o lançamento de sua pré-candidatura junto com o pré-candidato a deputado federal Russo, vereador de Araruama. Na foto o vereador Romacart, o ex-vice-prefeito Zequinha Amorim e o ex-prefeito de Araruama, junto com os pré-candidatos
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ma mulher bonita, bem vestida, faceira, que nunca quis o poder, mas foi chamada pelas circunstâncias da vida a assumir papéis de envergadura, exerceu com dignidade as funções políticas delegadas a ela e sua equipe de trabalho. Franciane Motta (MDB) foi prefeita de Saquarema por dois mandatos, durante os quais governou com apoio do marido, o deputado Paulo Melo, um dos mais influentes políticos do Estado do Rio de Janeiro, hoje detido em Bangu, acusado em delações premiadas. Realizadora de inúmeras obras de urbanização, construiu e reformou grandes escolas e creches, postos de saúde, asfaltou bairros, transformando Saquarema num verdadeiro canteiro de
Gráfica: Editora Esquema Tiragem: 3.000 exemplares Circulação: Saquarema, Araruama, Silva Jardim e demais municípios da Região dos Lagos As matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal.
obras. Reativou o Pólo Industrial em Sampaio Corrêa e, em sua gestão, inaugurou o Hospital Estadual HELagos, em Bacaxá. Também reurbanizou a Praia de Itaúna e a Praia da Vila, no centro de Saquarema. Com esta folha de serviços prestados a Saquarema, Franciane assume agora sua pré-campanha a deputada estadual, realizando no salão de festas Stylo, em Bacaxá, sua primeira reunião, em parceria com o vereador Russo, de Araruama, pré-candidato a deputado federal. Participaram da reunião o coordenador de sua pré-campanha Zequinha Martins, ex-vice prefeito de Saquarema, o ex-vereador Pitico e o ex-prefeito de Araruama Chiquinho da Educação, entre outros políticos e correligionários.
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rodutos fresquinhos, alimentos saudáveis, refrigerantes naturais, chips de banana, muito verde, folhagem, incluindo taioba e ora pro nobis, geleias, compotas, sabonetes, temperos em geral, plantas para vender e muitos outros ítens estão expostos na feirinha que acontece uma vez por mês na Praça dos Pescadores, ao lado da ponte Darcy Bravo, em frente à Padaria Marocas, na Avenida Saquarema, no Centro. A Feira de Produtos Orgânicos e Agroecológicos de Saquarema reúne produtores rurais que não usam agrotóxicos, são ambientalistas de carteirinha e curtem uma vida alternativa em harmonia com a natureza. Com apoio da EMATER-Rio e da Prefeitura de Saquarema, a feirinha acontece sempre no segundo sábado de cada mês, das 7 às 13 horas. Alí se reúnem não
Feira Orgânica de Saquarema FOTOS: DULCE TUPY
Realizada na Praça do Pescador, a Feira Orgânica é um sucesso
só produtores de vários bairros mas também consumidores que não abrem mão da qualidade e acabam se tornando amigos, trocando informações de receitas, de saúde e outros detalhes.
Mulher, um click de liberdade Estão abertas as inscrições para a exposição fotográfica MULHER, UM CLICK DE LIBERDADE, realizada pela produtora e fotógrafa Michele Maria, da REC PLUS, com apoio da PR PRODUÇÕES e CULTURARTEEN. Em 2017, a exposição reuniu 14 modelos de todas as idades e percorreu diversos locais de Saquarema, Maricá e Niterói, sendo visitada por mais de 9 mil pessoas.
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As inscrições para a participação neste ano, já estão abertas. Inscrições até 13 de agosto: (22) 99234-8025 (Michele Maria - Saquarema) ou (21) 99281-4037 (Pery Salgado - Maricá). Valor: R$ 299,00, que pode ser parcelado em até 3 vezes. Podem participar da exposição modelos de todas as idades (menores autorizados e acompanhados dos responsáveis).
ESTILO DE VIDA NATURAL A Feira Orgânica existe desde novembro de 2017, mas se consolidou mesmo a partir de janeiro de 2018. Com uma produção de orgânicos crescente e conquistando cada vez mais os agricultores, a Feira Orgânica é feita por pessoas conscientes da importância do meio ambiente como Rosa e João Paulo, que moram com seus filhos num Sítio no Tingui, onde produzem de tudo um pouco, tudo natural, até o refrigerante, a base de capim limão! Já Flávia optou pela Serra do Mato Grosso, onde produz aipim, banana, limão, açaí, espinafre, hortelã, salsa, cebolinha, couve. Marcelo e Fernanda produzem no Rio Seco, uma plantação tão verdinha de dar gosto, que inclui a rara taioba - que anda meio desaparecida do mercado - e o fortíssimo
O casal João e Rosa vive com os filhos num sítio no Tingui
ora pro nobis! Magno e Cris, são do Sírio Refugio, de Bonsucesso; participam da feira e mantém uma loja em Itaúna, o Refúgio dos Sabores, onde oferecem várias opções de geleias, doces caseiros, banana passa e outros alimentos.
Luiz e Rosangela produzem seus temperos, pomadas e sabonetes em Sampaio Corrêa, mas também vendem plantas. É tudo tão bom que poderia ser todo sábado em vez de apenas uma vez por semana. Porque não?
Marcelo e Fernanda, do Sítio Pedra Branca, no Rio Seco já criaram um selo, uma marca: Pedra Branca Orgânicos
Reformada a sede da Defensoria Pública CLÁUDIO MOTTINHA
Autoridades vieram do Rio pára prestigiar a inauguração da nova sede
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Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro reinaugurou a reforma de sua sede em Saquarema, em solenidade com a presença do defensor-geral do Estado, André Castro. Após quatro meses de obras para a ampliação e reforma total do espaço, a instituição deixou o local cedido pela prefeitura e volta a atender a população estimada em 84 mil habitantes no antigo endereço (Praça Santos Dumont 15, no Centro), onde tem imóvel próprio, agora mais amplo e con-
fortável. Totalmente climatizada e acessível às pessoas com deficiência, a nova sede conta com sala de espera equipada com TV, bebedouros e cadeiras para acomodação do público. Há também uma sala para a mediação de conflitos voltada à resolução extrajudicial das demandas, ou seja, sem a necessidade de uma ação na Justiça. – O retorno dos órgãos da Defensoria à sua antiga sede, agora reformada e mais ampla, será de grande ganho para a população, que terá mais conforto e a capacidade de atendimento quase
que dobra. A melhora é significativa também para defensores, servidores, estagiários e residentes jurídicos, que agora contarão com uma sede moderna e com locais apropriados a cada tipo de atendimento – destaca o coordenador-geral do Interior, Marcelo Leão. A nova sede tem área total de 228 metros quadrados e iluminação a LED, que é mais econômica. Além disso, há dois pavimentos para o atendimento à população nas áreas Cível, Criminal, de Família e outras junto à 1ª e à 2ª Vara da Comarca de Saquarema.
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Audiência Pública na ALERJ debateu o Porto de Jaconé
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ma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa (ALERJ), em pleno recesso parlamentar, lotou o plenário, com manifestantes pró e contra a construção do Porto de Jaconé, em Ponta Negra, Maricá. A polêmica sobre o porto se deve à existência de “beachrocks” que são arenitos de praia existentes em Jaconé, junto ao Costão de Ponta Negra, que constituem patrimônio arqueológico e cultural não só de Maricá, mas do Brasil e até do mundo. No entanto, esta particularidade não foi levada em conta pelos empresários da DTA Engenharia, quando começaram a elaborar o projeto do porto. Mas os “beachrocks” ganharam a atenção dos cientistas e dos ambientalistas que não concordaram com o empreendimento que pode apagar vestígios da evolução da Terra e da formação dos continentes. Antigamente existia só um aglomerado, um só bloco, sem a divisão dos oceanos e dos continentes. Com a erupção de vulcões, formaram-se os oceanos e os continentes, tal como conhecemos agora, entre eles o Oceano Atlântico que banha todo o litoral do Brasil. Os “beachrocks” da Praia de Jaconé são testemunhos deste processo geológico e, segundo cientistas, têm ligação com “beachrocks” semelhantes aos que existem do outro lado do oceano, na África, no norte da Namíbia e sul de Angola. Esta rápida lição aprendida em palestras da geóloga Kátia Mansur, uma das realizadoras do projeto Caminhos de Darwin, levantou a bandeira a favor do “beachrocks”, arrastando um enorme grupo de estudantes, geógrafos, historiadores, jornalistas, pescadores, surfistas, ambientalistas em geral, professores e cientistas que lutam pela preservação deste sítio histórico, arqueológico e cultural. Se construído, o Porto de Jaconé ficaria justamente em cima dos “beachrocks”. Desde o início deste debate, surgiu o movimento SOS Porto Não, um grupo de moradores e ambientalistas que vem se destacando na luta pela preservação da área que já pertenceu ao jornalista Roberto Marinho, que lá instalou um campo de golfe particular, e que sempre foi considerada área de preservação ambiental. Em dezembro de 2010, a DTA Engenharia iniciou uma série de estudos, visando a construção de um porto e em 2011 a empresa adquiriu o terreno que pertencia à empresa Brookfield Rio de Janeiro, Empreendimentos Imobiliários, antiga Braskan. Em seguida, foi aprovada uma lei municipal na Câmara de
DIVULGAÇÃO/GEOPARQUE
do porto. Teve início então uma Ação Civil Pública contra os Terminais Ponta Negra, nome oficial do Porto de Jaconé, que foi a base para a intervenção do Ministério Público do Rio de Janeiro que não só considerou a área imprópria para a construção do porto como produziu um filme, o “Beachrocks em Chamas”. A atuação rápida do GAEMA (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente), presidida pelo promotor Marcus Leal, do Ministério Público do Rio de Janeiro, estancou as expectativas dos empresários, ávidos para construir um porto naquela área, devido à excelente profundidade do mar, entre outras vantagens.
APLAUSOS E VAIAS Beachrocks são arenitos da praia, pedras, que testemunham a formação dos continentes na Terra; são importantíssimos para a ciência; têm valor cultural, histórico e arqueológico DULCE TUPY
Os beachroks de Jaconé foram descritos por Charles Darwin no século 19
Maricá, que mudou o status da área – até então reconhecida como reserva natural - que passou então a ser uma área industrial, abrindo caminho para o porto. Hoje o porto é a principal meta do atual prefeito de Maricá, Fabiano Horta, afilhado político do ex-prefeito Quaquá, ambos presentes na Audiência Pública promovida pela Comissão do Meio Ambiente, na ALERJ.
SOS PORTO NÃO! No plenário lotado, o grupo do SOS Porto Não era minoria, mas barulhento, com faixas, e sempre disposto a protestar com vaias. Já o grupo a favor do porto parecia mais uma claque organizada, típica de comícios políticos, que aplaudia toda vez que se falava em construção do porto, sob o pretexto de aumentar o número de empregos em Maricá. Essa foi a tônica do discurso da deputada Zeidan,
esposa de Quaquá. O casal considera o porto de Maricá o maior legado do grupo político que eles representam. Maricá atualmente é o município do Estado do Rio de Janeiro que mais ganha royalties do petróleo, depois da descoberta e exploração do Pré-Sal. Com isso o município está dando um banho de asfalto nos bairros que antes eram de terra batida, e já construiu praças, pontes, CineTeatro Henfil, um centro cultural e esportivo no bairro Mumbuca, entre outras obras. Mas a cereja do bolo é sem dúvida a construção do Hospital Ernesto Che Guevara, na margem da Rodovia Amaral Peixoto, em São José do Imbassaí. Porém, Maricá praticamente não tem saneamento básico! Só recentemente o município se voltou para essa demanda. Em novembro de 2015, a engenheira sanitarista Ana Paula, o jornalista Pery Salgado e dezenas de moradores encabeçaram um manifesto contra a construção
Na Audiência Pública na ALERJ tudo isso veio à tona, com depoimentos de ambos os lados, com destaque para o deputado Flávio Serafini, o professor Paulo Hargreaves, oceanógrafo da UFRJ, o professor Vitor Nascimento, geólogo da UFF, o ambientalista Sérgio Ricardo e o geógrafo Vitor Frias, entre outros identificados com o movimento SOS Porto Não! Favoráveis à construção do porto da DTA Engenharia, os técnicos contratados pela empresa e a tal claque comandada pelo poder público de Maricá. No meio dessa polarização entre os dois lados, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da ALERJ, deputado André Lazaroni, muitas vezes teve que pedir silêncio ao plenário, entre aplausos, assovios e vaias. Quase no final, quando o promotor Marcus Leal teve concedida a palavra, revelou o seu espanto por ter sido convidado para uma audiência pública sobre os beachrocks, mas alí só se falava do porto de Jaconé, questionou ele. A DTA Engenharia distribuiu um catálogo as várias fases do projeto do Porto de Jaconé e as mudanças feitas recentemente, para se adequar às exigências do Ministério Público. Entre as alterações feitas, consta a retirada do Estaleiro e do Terminal de Carga Geral, que constavam do projeto original. E propõe ainda a redução do porte do porto - em estruturas, operação, mão de obra e fluxos - além da redução de interferência em área com vegetação nativa de restinga. Diante desse impasse, o deputado Lazaroni se comprometeu a realizar outra audiência pública em breve, focando desta vez nos beachrocks, nesta audiência pública só entraram como pedras no caminho.
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Charles Darwin no meio da polêmica O entrave a cerca dos “beachrocks”, formação rochosa, arenitos de praia, que se localizam na praia de Jaconé, próximo ao costão de Ponta Negra, se deve à descrição dessas pedras no diário de Charles Darwin, o maior cientista inglês do século 19, pai de Teoria da Evolução. Darwin teria registrado no seu “Diário de Beagle”, a existência dessas pedras na beira da praia de Jaconé, que ele avistou em sua passagem de Maricá para Saquarema, onde pernoitou numa venda às margens da lagoa de Saquarema, onde degustou uma sopa, provavelmente de peixes ou mariscos. No entanto, os manuscritos do naturalista inglês – naquela ocasião ainda bem jovem – não especificam a identificação das pedras; somente faz uma referência. Em
O cientista Charles Darwin passou pelo Brasil aos 20 anos, em sua viagem pelo mundo, tendo estado na Região dos Lagos, em Maricá e Saquarema
uma entrevista, o presidente da DTA Engenharia, João Acácio Neto, disse que os “beachrocks” são um factoide! Exagero, pois foram descritos também no inventário do Sambaqui da Beirada pelas arqueólogas Lina kneip e Filomena Crancio, que pesquisaram a região. Também não é o que pensam os cientistas e ambientalistas que lutam contra a
construção do porto em Ponta Negra. Um abaixo-assinado está circulando na internet apoiando o Projeto de Lei 2590, de 2017, que prevê o tombamento da área como “Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro”. Na verdade, os beachrocks são um patrimônio geológico e possuem um valor especial. Elas se formaram por cimentação de uma antiga praia entre 7 e 8 mil anos no passado. São cientificamente importantes e raros, pois foram utilizados pela população pré-histórica que habitou a região. Mais tarde os beachrocks foram descritos pelo grande naturalista inglês Charles Darwin, que ainda jovem passou por Maricá e Saquarema, vindo do Rio de Janeiro, indo até Cabo Frio, fazendo pesquisas. Daí a importância histórica, cultural, educativa e, consequentemente, turística.
Os beachrocks são considerados patrimônio geológico do tipo geomorfológico (pela bela paisagem), sedimentar (pelos diferentes tipos de rochas e estruturas presentes), paleoambiental (que indica o posicionamento da antiga praia), petrológico (pela presença de fragmentos de rocha subvulcânica, mostrando a existência destes tipos de rocha embaixo do mar), importância arqueológica (pela presença de amostras nos sambaquis de Saquarema) e importância para a História da Ciência, por ter sido descrito por Charles Darwin. Pelo art. 216 da Constituição brasileira os sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico são patrimônio cultural do Brasil e são passíveis de tombamento (preservação), para as atuais e futuras gerações. A proteção do sítio natural dos
Cartaz do filme produzido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro
beachrocks possui diversos pareceres favoráveis, destacando-se o tombamento proposto pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural). Este patrimônio encontra-se seriamente ameaçado pelo projeto de construção do porto e está sendo protegido apenas pela Ação Civil Pública, em processo que está tramitando no Ministério Público do Rio de Janeiro
Um olhar ambiental sobre Maricá Flávia Lanari*
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ecologia ou ambientalismo é a preservação de todos os ecossistemas existentes, aí incluídas fauna, flora, água, pedras, terra e ar. Queria propor uma grande reflexão a respeito deste movimento chamado ambiental. Ele busca a harmonia e o equilíbrio dos/ entre entes da natureza, como citados acima. Também é um ente da natureza o dito “animal racional”, o ser humano. Ele é também o maior predador da Terra, pois consegue destruir o próprio ecossistema, colocando em risco o seu futuro. O verdadeiro ambientalismo é, em minha concepção, buscar a preservação e o equilíbrio entre todos estes atores, onde o ser humano deveria valer tanto quanto as rochas ou a vegetação. Mas o que temos vivido desde a era industrial, principalmente, é exatamente o contrário. Vindo para um
tempo mais atual, estamos destruindo nosso habitat em nome do que foi nominado um dia como “capitalismo selvagem”. Os interesses econômicos em primeiríssimo lugar, em detrimento do meio ambiente, do social. Um exemplo bem claro disso é o modo como são tratados os corpos hídricos e terrestres. A terra desflorestada para o cultivo de uma única espécie em grandes extensões necessita dos mais variados venenos (agrotóxicos) para ser realizado. Um grande “pecado”, que começa no botar abaixo de matas deixando o solo vulnerável e exterminando nascentes, que mesmo que sobrevivessem seriam envenenadas, sem dó nem piedade. É o início de uma devastação mortal para todos os seres vivos. Buscando um exemplo mais próximo, vejo aqui em nosso município outra demonstração do risco de um desequilíbrio tão nefasto quanto. Em nome desse capitalismo selvagem e mortal, mas travestidas de bem social e desenvolvimento, estão as políticas públicas que incentivam uma avalanche de empreen-
O SAQUÁ O Jornal de Saquarema
dimentos devastadores ao meio ambiente. A ganância dos grandes empresários e os interesses imediatistas da coisa pública de estada levam a uma aceitação da destruição do habitat maricaense. Porto, resort, grandes empreendimentos imobiliários, com todos os impactos ambientais inerentes a eles, são apoiados e incentivados a florescerem, em nome de um desenvolvimento ilusório. Poderíamos ter por aqui políticas públicas que levassem a um desenvolvimento realmente sustentável. Muito já se perdeu, como as fazendas, que poderiam atrair o turismo rural. O turismo de aventura, que tanto poderia acontecer também em propriedades rurais como em outros lugares. O turismo histórico, onde são buscados locais relevantes, como é o caso do tesouro chamado beachrocks, que acontecem de maneira aflorada em Jaconé, mas também de forma submersa em Itaipuaçu. É o turismo da natureza, com nosso grande leque de atrativos como praias, lagoas, pequenas cachoeiras, montanhas, restinga...
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Essa é uma indústria não poluente que pode gerar um número relevante de empregos, diretos e indiretos, muito superior aos empreendimentos onde a destruição desta mesma rica natureza é o que impera. Um município que quer se desenvolver, nem que seja às custas de nosso patrimônio natural, está andando na contra mão do desenvolvimento sustentável. Vivemos em uma urbe mal cheirosa, seja no centro ou nos bairros, onde os corpos hídricos se tornaram em corpos de esgoto que nos ameaçam a saúde. Perto deles falamos com nossos narizes tapados. Outros temerários os usam para banho, como nas lagoas, infelizmente em estado crítico, correndo o risco de contrair doenças. Se tivéssemos uma visão realmente ecológica, estaríamos procurando melhorar o nível de consciência dos munícipes e daqueles que detém as rédeas da situação: o poder público. Estaríamos tendo leis sendo adotadas para proteger esse
bem natural que é de todos. Ao invés disso, o que vemos é a busca de “desenvolvimento” predatório, justificado pelo fato de que não se pode depender economicamente apenas dos royalties da indústria do petróleo. Então, incoerente e equivocadamente se investe em quê? Empreendimentos voltados para a indústria do petróleo e para outros fins que tentam se mostrar “ecologicamente corretos”, na prática irão fragmentar um ecossistema naturalmente frágil, o da restinga, que ocorre em todo nosso litoral e que é relevante e encontra-se numa área de proteção ambiental que não a protege! Afinal, o que queremos realmente para o meio ambiente que habitamos? Como disse no início deste longo texto-desabafo, acho que merece uma reflexão, uma grande e longa reflexão. * Flávia Lanari é ambientalista e presidente da APALMA (Associação de Preservação Ambiental das Lagunas de Maricá)
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Roda de Conversa
Cultura é notícia
Professora Edna Calheiros*
Beatriz Dutra*
Dia Nacional Tereza de Benguela
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Dia Internacional da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha é comemorado em todo o mundo e, no Brasil, coincide com o Dia Nacional Tereza de Benguela, comemorado no dia 25 de julho. A data tem como marco o I Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, realizado em Santo Domingos na República Dominicana, em 1992. Reconhecidopela ONU, tornou-se um dia simbólico para se refletir sobre a luta que nós, mulheres negras, travamos diariamente contra o racismo, o machismo, o sexismo e outras diversas violências a que estamos submetidas. No Brasil, a data foi reforçada após a presidenta Dilma Roussef sancionar, em 2014, a Lei 12.987 como o Dia Nacional Tereza de Benguela, líder quilombola, que viveu no século 18 e que, com a morte de seu companheiro José Piolho, tornou-se líder do Quilombo de Quariterê no Mato Grosso. Alí, Tereza de Benguela comandou mais de 100 quilombolas e implantou um sistema político e de segurança que lhes possibilitou resistir por mais de duas décadas. O dia 25 de julho não é apenas para reconhecer e homenagear mulheres negras que se tornaram, na história do país, referenciais de luta contra o racismo, ainda invisibilizadas nos conteúdos escolares, que continuam a privilegiar uma perspectiva eurocentrada de conhecimento. O 25 de julho é uma oportunidade para dar visibilidade à nossa luta ao longo dos séculos por dignidade, valorização e respeito. Luta essa que se solidifica, a cada dia, ao defender e afirmar o reconhecimento de nossa importância fundamental na formação da sociedade brasileira e construção do país. Nós, do Movimento de Mulheres Negras, temos atuado, incansavelmente, na defesa de políticas que atendam às nossas demandas, que possibilitem,
de fato, nossa inserção nos espaços sociais privilegiados: mercado de trabalho, educação, mídia, política. Denunciamos diariamente a violência sofrida por nossos corpos, nossos filhos e a que atenta contra a nossa própria vida. Denunciamos a sociedade racista que nos mata todos os dias - e em maior número, em relação às mulheres brancas. O racismo que nos impede, sempre que pode, o direito de nos sentarmos nos bancos escolares e, principalmente, universitários. E que nos impõe a solidão afetiva, com a chefia solitária de uma família. Que nos expõe à violência obstétrica, frequentemente nos vitimando. Que nos segrega, nos discrimina nos forçando a reagir ao sentimento de abandono, de injustiça, de depressão. Nós, mulheres negras, somos resistência, somos resiliência. Re-existimos todos os dias e assim tem sido, desde a diáspora nestas terras, num movimento que tem sido de resistir e lutar incessantemente por dignidade, tal qual nos ensinaram Tereza de Benguela, Dandara, Maria Felipa, Luiza Mahin e outras tantas que marcharam nas primeiras fileiras. Tal qual nos ensinaram Ruth de Souza, Lélia Gonzales, Beatriz Nascimento, Marlene Cunha, Luiza Bairros e outras pioneiras no movimento que nos faz marchar hoje; tal qual nos ensinou Marielle Franco, que nos mobiliza a seguir na luta de forma destemida na defesa de direitos que almejamos conquistar. Cada uma dessas mulheres são mais do que referenciais, são sementes que germinam em nossos corações o desejo de justiça e o amor por nossas vidas. Este é o sentido da luta, que nos exige passos firmes, que nos mobiliza a seguir em marcha, resistindo, sempre resistindo. Participou: MUNEGRAS/GETHOMN (Grupo de Estudos e Trabalhos para a Conscientização do Homem e da Mulher Negra)
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Calma!...
a famosa entrevista que VINICIUS DE MORAES concedeu a CLARICE LISPECTOR, ele declarou que o que mais queria era “viver a calma, no seio das paixões...” Delírio do Poeta? Seria possível isso? Se paixão é fogo que arde e queima, como vivê-la com serenidade? E viver em calma na vida atual? É sonho realizável? Num mundo cada vez mais competitivo, desagregador, aturdido, apressado, é possível a calma, a serenidade? Este parece ser um desejo universal mas uma coisa é certa: a calma para ser alcançada precisa ser, além de desejada, conquistada!... É um objetivo que deve permanecer continuamente em nossa mente, nos nossos dias. Porque tudo colaborará para o desgaste, a irritação, o estresse, se não estivermos com a mente sempre preparada para não perdermos o fio do prumo... “Faço as tarefas devagar, seja comer, caminhar ou limpar as folhas que caem no quintal”, revela o monge zen-budista Haemin Sunin. E continua: “É como ir a um restaurante que você desejava muito e, ao chegar lá, comer tão depressa que sai sem nem ter conseguido sentir o sabor da comida.” Qual seria a graça da refeição e também da vida? Para Haemin, se prestarmos
*Poeta, “Cidadã Saquaremense” e presidente da Academia de Letras Rio – Cidade Maravilhosa
Encontro LGBTQ+ em Bacaxá Os participantes assistiram ao filme do diretor Hilton Lacerda, Tatuagem, que retrata questões homoafetivas, e em seguida debateram a sociedade excludente
*Presidenta da AMEAS e membro do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher/Cedim-RJ Lucas Alexandrio
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atenção verdadeira na nossa atividade do AGORA, qualquer coisa pode se tornar interessante, bela e até misteriosa” (Revista “Vida Simples”, junho/2018). Em matéria publicada na citada revista, DÉBORA ZANELATO sugere: “Também podemos desenvolver a calma ao apreciar a beleza de algo grandioso, como uma cachoeira, uma montanha ou mesmo o céu, com suas incontáveis nuvens e estrelas. É o nosso contato com o sublime, com algo que pode nos deixar impressionados por ser muito maior e mais poderoso do que nós.” O assunto é vasto e várias são as sugestões para desacelerarmos e chegarmos à calma. Até recorrermos “a um demorado abraço de alguém querido também é capaz de apaziguar a nossa inquietação e ansiedade. Ser envolvido fisicamente pode recriar parcialmente o ambiente mais livre de estresse que já experimentamos: o útero materno.” (Revista Vida Simples já citada). O espaço acabou mas DÉBORA ZANELATO esclarece: “Manter a calma não quer dizer que vamos ver a situação adversa como algo agradável, mas entender que bufar, sair de si ou espumar de raiva nos afasta da possibilidade de desenvolver uma compreensão mais leve do problema”
Aconteceu em Saquarema a primeira reunião do Coletivo Presente, um grupo pioneiro do movimento LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bisexuais, Transgêneros e Queers, entre outros grupos de sexualidade). A reunião agregou em seu primeiro evento cerca de 40 pessoas, para discutir uma abordagem relacionada ao filme brasileiro Tatuagem, que trata de questões de censura da arte, sexualidade e gênero, ditadura e periferia no nordeste. Realizado em Bacaxá, na Secretaria da Mulher, a reunião foi numa de suas
salas para a comunidade LGBTQ+ conversar sobre sua militância com segurança e abrangência, proporcionando liberdade de expressão entre seus membros e simpatizantes, aumentando o foco em proteção, empoderamento e vivências de cada um. Foi um momento para se sentir em casa, com uma troca entre as pessoas que realmente entendem seus cotidianos conturbados, em meio à sociedade massacrante e discriminatória. Foi um debate produtivo que ajuda a somar conhecimento, visando uma ação coletiva social. O grupo LGBTQ+ vem se reunindo em praças e outros locais abertos ao público.
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O SAQUÁ Lixo, um problema crônico em muitos municípios e também em Saquarema
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Brasil enfrenta muitas dificuldades para descartar seu lixo de maneira adequada, apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos ter sido aprovada em 2010, quando estabeleceu que os lixões deveriam ser extintos até 2014. Porém, segundo recente pesquisa do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) em parceria com a consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana indica que 53% dos municípios ainda descartam seus resíduos em lixões a céu aberto. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que acaba de completar 8 anos, determina que o descarte de lixo no país deve ser readequado, com a implantação da coletiva seletiva, instalação de usinas de reciclagem e depósito do material orgânico em aterros sanitários. Porém, as prefeituras afirmam que o prazo estabelecido para encerramento dos lixões no país era curto demais para se adequarem, incluindo a construção de aterros sanitários e recuperação da área dos lixões desativados. É o caso de Saquarema que, apesar de ter participado da proposta de formação de um consórcio, junto com Araruama e Silva Jardim, não conseguiu seu objetivo de ter um aterro sanitário para acabar com o lixão. O mesmo aconteceu com a maioria dos municípios considerados pequenos que continuam descartando o lixo em locais não adequados, nos lixões a céu aberto. Uma das justificativas pela dificuldade de implantar uma política de descarte adequa-
do do lixo seria o financiamento: 61,6% dos municípios do país não têm arrecadação para concretizar os aterros sanitários. Desde a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos pouco tem sido feito para que ela seja efetivamente colocada em prática nos municípios. Por exemplo, a legislação incentiva práticas de reciclagem e a destinação adequada do lixo, em ações compartilhadas entre o poder público, a sociedade e o terceiro setor (ONGs, associações de catadores, etc). Como o prazo para extinção dos lixões era 2014, o que não ocorreu, o lixo acaba misturado ao que não é lixo e o que poderia ser reciclado é descartado junto com o lixo comum nos lixões. A falta de uma política municipal de reciclagem, por falta de caminhões adequados e parcerias com as cooperativas de lixo, aumenta ainda mais o problema. A adoção da coleta seletiva de lixo e a reciclagem reduziriam a quantidade de resíduos que vai para o lixão. O Perfil dos Municípios Brasileiros, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma que metade dos 5.570 municípios no país não têm sequer um plano integrado para o manejo do lixo. O plano é o primeiro passo para resolver o problema dos resíduos sólidos, porque prevê metas de redução do lixo, via reciclagem, a reutilização do lixo e regras para o transporte do lixo, limpeza urbana e outras medidas. O plano é necessário também para que as prefeituras recebam recursos e incentivos da União.
* Dulce Tupy é jornalista, escritora, pesquisadora e editora do jornal O Saquá
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