O Saquá 171

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Desfile cívico começou com o Cenecista  PÁGINA 2

Ano XIV • nº 171 • 1 a 31 de maio de 2014 • Saquarema • Rio de Janeiro

www.osaqua.com.br • Diretora: Dulce Tupy

••• EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO DA CIDADE •••

Criado em 8 de maio, município de Saquarema elegeu vereadores somente em outubro de 1841 PAULO LULO

FUTEBOL

O prédio histórico ficou pequeno para abrigar a Câmara e a Prefeitura

Barão de Saquarema, esse desconhecido

Futebol através do tempo e dos seus eternos craques Página 10

O

PAULO LULO

Ozo e Juarez, pai e filho

SURFE

Barão de Saquarema é um dos personagens mais ilustres do município, mas continua sendo desconhecido. Sabe-se que do seu passado de glória, resta a lembrança de que foi o doador do prédio onde hoje está situada a Casa de Cultura Walmir Ayala, onde funcionou a primeira Câmara Municipal e a primeira Prefeitura. Barão de Saquarema é também nome de uma das principais ruas da cidade, no que restou do chamado centro histórico da antiga Vila. Páginas 6 e 7

O Barão de Saquarema, desenho publicado no livro Minha Terra Saquarema, do pesquisador e ex-vereador de Saquarema Darcy Bravo RUGENDAS

SERGIO LEANDRO SOC

Meio século do surfe em Saquarema será o foco do próximo filme de Rossini Maraca. Página 11

Lei que criou o município foi assinada em 8 de maio de 1841, porém a eleição dos vereadores se deu em 3 de outubro e a posse em 3 de novembro, quando foi eleito o presidente Dr. Joaquim Mariano de Azevedo Soares, o vereador mais votado que passou a acumular as funções de

prefeito. A festa da posse foi de gala, com bandeirinhas nas ruas. No mesmo prédio histórico, doado pelo Barão de Saquarema, a Câmara funcionou durante muitos anos junto com a Prefeitura, que se mudou para um novo prédio construído em frente. Hoje, a antiga Câmara é ocupada pela Casa da Cultura e Biblioteca Municipal. Página 3

Antenor de Oliveira, o primeiro animador cultural do município ACERVO DE JOÃO EDUARDO, FILHO DE ANTENOR OLIVEIRA

Na antiga sede, a Câmara ficava numa sala ao lado da Prefeitura

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ACERVO DE HERIVELTO BRAVO PINHEIRO

A

rtista plástico, poeta, ator, cenógrafo, carnavalesco e vereador, Antenor de Oliveira foi um autêntico animador cultural de Saquarema. Em todas as atividades que exerceu demonstrou o seu talento e o com-

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promisso com o povo, retratado em seus quadros e poemas. Entre suas telas, as mais valiosas são suas marinhas com cenas de canoas, da praia e do mar, além dos pescadores que são um dos seus temas preferidos. Página 5

Oscar de Macedo Soares

le nasceu na fazenda Bonsucesso, em Saquarema, que depois foi integrada a Araruama. Disputado pelos dois municípios, Oscar de Macedo Soares foi o político que trouxe

para Saquarema a Casa de Caridade, com maternidade e hospital, dirigida pela Madre Maria das Neves. Trouxe ainda a água encanada e a iluminação pública, através de lampiões. Página 9


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Jornal impresso continua sendo a mídia com maior credibilidade

Comemoração do 8 de maio começou com o Cenecista

Dulce Tupy

Silênio Vignoli

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esde que Gutenberg inventou a impressão, no século 15, houve uma revolução no mundo, a partir da multiplicação da informação. Gráfico alemão, inventou a prensa móvel por volta de 1439, o que permitiu a produção em massa de livros e jornais, abrindo um novo horizonte para o período moderno, a Renascença, a Reforma e a Revolução Científica e Industrial, lançando as bases para a disseminação da aprendizagem. Depois de Gutenberg, nunca mais o mundo foi o mesmo. Como também nunca mais o mundo foi o mesmo depois da informática, dos computadores, da internet, abrindo ainda mais a era do conhecimento. Porém, entre a descoberta de um e outro marco da civilização, há séculos de evolução, passando conhecimento de geração em geração, até os dias de hoje. Desde a edição da primeira Bíblia de Gutenberg até os modernos processos de comunicação através da interntet tudo mudou. Neste largo período histórico, surgiram novas mídias. O mundo viveu o surgimento do telégrafo, do telefone, da fotografia, do cinema, do rádio, do telex, da televisão, do fax, dos celulares, dos computadores. Mas todas as mídias continuam complementares e evolutivas! Assim, apesar das previsões em contrário, a pintura não acabou depois do advento da fotografia, como preconizavam alguns, o cinema não extinguiu o teatro, nem desapareceram os livros e jornais. Ao contrário, a cada nova mídia que surge, as mídias anteriores continuam suas trajetórias específicas, cada uma a seu sabor, com seu destino... O papel dos jornais é determinante na civilização moderna, desde o século

15. No final do século 20, alguns teóricos apressadamente imaginaram que, com o surgimento da internet os jornais impressos iriam acabar, o que não aconteceu. Ao contrário, pesquisas recentes demonstram que os jornais impressos nunca foram tão lidos como atualmente, no século 21. Até as empresas jornalísticas que pararam de produzir jornais impressos – e passaram a publicar jornais apenas na internet – hoje estão revendo suas estratégias e muitas já anunciam o retorno às publicações impressas, aos jornais e revistas vendidos nas bancas de jornais, pontos tradicionais de difusão de conhecimento. Uma pesquisa feita pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, publicada há cerca de um mês nos jornais O Globo e O Dia, revelou que os jornais impressos continuam sendo a mídia de maior credibilidade no Brasil e no mundo, sendo assim insubstituíveis. De nada adianta ter um programa de TV ou uma propaganda num “outdoor” (propaganda de rua), se o mesmo conteúdo não for impresso nos jornais, porque são os jornais que gozam de credibilidade junto ao público, informando, formando e transformando opiniões. Não é à toa que o slogan do Sistema S, da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) é justamente este: formar, informar e transformar! A opinião pública não se forma, nem informa, nem transforma, com placas de rua, que não foram feitos para formar, informar e transformar ninguém! São apenas lembretes – rápidos, instantâneos e passageiros – que não fixam conteúdos. É mídia de muita visibilidade e pouca eficácia. Coisa, como diziam antigamente, para “inglês ver”...

“Outdoor” é tipo de propaganda para “inglês ver”

O SAQUÁ O jornal de Saquarema

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a segunda metade da década de 50, Darcy Bravo, pioneiro no resgate da memória do município, recebeu meu pai, na saudosa Padaria Natal, com uma pilha de papel sobre o balcão e a cobrança desafiadora: “Casimiro, Saquarema não comemora sua emancipação político-administrativa, ocorrida em 8 de maio de 1841, com festa, foguetório, solenidade, missa e desfile cívico-escolar. Eu estou falando com você, Casimiro, porque você e Dona Nair, sua esposa, são as pessoas talhadas para articular esses tipos de coisas.” Dito e feito! Casimiro empolgou-se, topou a ideia, arregaçou as mangas e foi logo viabilizando tudo rápida e simultaneamente. E, assim, em 10 de julho de 1957, o salão do então Hotel Invicto, no Centro da cidade, ficou pequeno para a grande quantidade de pessoas da comunidade que foi recepcionar a caravana comandada pelo inesquecível Felipe Thiago Gomes, fundador da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos, posteriormente, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), e participar da assembleia de criação do Setor Municipal da referida entidade educacional, tendo à frente o casal Casimiro e Nair Vignoli responsável pelo encaminhamento da fundação do Ginásio Professor Alfredo Coutinho, mais tarde transformado em Colégio Cenecista Professor Alfredo Coutinho. Sobre a escolha do patrono que deu o nome do colégio, Casimiro Vignoli justificou: Trata-se de um saquaremense, nascido na localidade de Palmital, professor de português e autor de uma conceituada gramática que, por

Editora: Dulce Tupy – dulcetupy@osaqua.com.br Editor adjunto: Silênio Vignoli Diretor comercial: Edimilson Soares Diretora de arte: Lia Caldas / Subito Creative - www.subito.cr Colaboradores autônomos: Alessandra Calazans (redação e revisão), Michele Maria (redação e revisão), Agnelo Quintela, Paulo Lulo e Pedro Stabile (fotografia)

Jornalista Responsável: Dulce Tupy (registro:18940/87/62)

30 anos, desde o início do século XX, foi adotada, praticamente, em todas as escolas públicas e particulares do Brasil. Ao mesmo tempo em agilizavam a construção da sede própria do colégio em terreno de 3 mil metros quadrados, doado pelo Dr. José Cláudio Bocaiuva Bulcão, Casimiro Vignoli e sua incansável esposa, Nair Vignoli, conseguiram também viabilizar o projeto para a comemoração do 8 de maio, data da emancipação político-administrativa de Saquarema, com a realização em 1960, do primeiro desfile cívico-escolar pelas ruas do Centro da sede do município, puxado pelo então Ginásio Professor Alfredo Coutinho. A partir daí, Saquarema passou a ter o seu brasão, a sua bandeira e o seu hino. Casimiro acionou um desenhista conhecedor dos princípios básicos que regem a heráldica que foram aprovados por resolução da Câmara. Conhecedor de teoria musical, filho do maestro Francisco Vignoli, Casimiro escreveu as partituras para a execução do Hino do Município, com letra e música de José Bandeira. Além do desfile, as comemorações foram só crescendo com o hasteamento de bandeiras e canto de hinos, missa, sessão solene da Câmara de Vereadores, shows e queima de fogos. Interrompida nos últimos anos, a presença do Colégio Cenecista Professor Alfredo Coutinho, no desfile cívico-escolar do 8 de maio, será retomada este ano pela gestão recém-iniciada da diretora Cláudia Ruas, quando os alunos vão estrear um novo uniforme, desfilando acompanhados pela banda de música do Colégio Cenecista Felipe Thiago Gomes.

Cenecista volta ao desfile que criou, com novo uniforme

Gráfica: Editora Esquema Tiragem: 3.000 exemplares Circulação: Saquarema e Região dos Lagos

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A instalação da Câmara Municipal em 1841 foi comemorada com festa pela população e marcou uma nova era em Saquarema

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odo mundo sabe e está até na letra do Hino de Saquarema que a emancipação político-administrativa do município ocorreu em 8 de maio de 194l, a partir de um decreto do então presidente da Província do Rio de Janeiro, Visconde de Baependy. A Lei 238 criava uma vila no arraial denominado de Nossa Senhora de Nazareth de Saquarema, pertencendo então à Comarca de Cabo Frio. Porém a instalação efetiva da Câmara Municipal só ocorreu no dia 3 de outubro de 1841, no prédio construído e doado pelo Barão de Saquarema, quando se realizou a primeira eleição de vereadores, sob a presidência do juiz de paz. A posse festiva porém só se realizou no dia 3 de novembro, com a cidade em festa, ruas enfeitadas e bandeiras. No Paço Municipal, os fazendeiros com suas comendas e condecorações, as irmandades com seus estandartes, a banda de música Sociedade Musical de Saquarema, sob a regência do maestro Francisco Antonio da Silva Pimentel, o vigário Padre Joaquim da Costa e populares aclamaram os nomes do Imperador Pedro II e do Visconde de Baependy, do Barão de Saquarema e do Dr. Joaquim Mariano de Azevedo Soares, o vereador mais votado, que se tornou o primeiro presidente da Câmara e empossou os demais eleitos: Antonio Joaquim Torres Bra-

ACERVO DE HERIVELTO BRAVO PINHEIRO

Na antiga Câmara Municipal, havia falta de espaço até para as sessões solenes, quando o plenário ficava lotado de convidados, políticos e eleitores Na tribuna, o então vereador Paulo Melo, ladeado pelo juiz Leomil Pinheiro, pelo exvereador Victor da Farmácia, prefeito Carlos Campos e vereador Derval Pinheiro

pelo Relatório assinado or ten An r então vereado ira ive Ol de

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA

Ministério do Meio Ambiente

AUDIÊNCIA PÚBLICA O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) informa que tornou público no dia 21 de março de 2014, no Diário Oficial da União, Seção 3, Edição 55, que promoverá Audiência Pública para discussão do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, da Atividade de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural no Polo Pré-sal da Bacia de Santos – Etapa 2, a ser desenvolvida pela empresa Petrobras, na seguinte data e local: Dia: 13/05/2014, às 18h, no Esporte Clube Maricá, Rua Álvares de Castro, nº 172, Centro, Maricá (RJ). O transporte é gratuito e mais informações poderão ser obtidas pelo telefone 0800 77 00 112, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

ga, Liando Antonio Ferreira, Joaquim José Marques Madureira, Antonio Gonçalves Lima, Manoel José da Costa e Joaquim José de Souza. O Dr. Joaquim Soares, primeiro presidente da Câmara, era médico, cavaleiro da Ordem de Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa, da qual também fazia parte o Barão de Saquarema, o mais influente político local. Porém, o jovem município – que incluía Araruama - só durou 18 anos, pois em 1859 a sede da Vila de Saquarema foi transferida para Mataruna, mexendo com os brios dos saquaremenses. O motivo eram as desordens havidas desde as eleições de 1844, protagonizadas pelo Padre Ceia que, como subdelegado de policia, expedia portarias aos inspetores de quarteirão, autorizando-os a fazerem violentas buscas e prisões. Segundo os Anais do Senado da época, o temido padre mandava até matar, se julgasse necessário, em caso de resistência. Mas a anexação a Araruama durou menos de um ano, até 1860, quando Saquarema retomou sua categoria, independente de Araruama que se uniu a São Vicente de Paulo, formando um novo município. Em 29 de janeiro de 1861, Saquarema comemorou então com uma grande festa o seu retorno à condição de Vila que duraria até 1890, já no período republicano, quando finalmente ganha o título de cidade.


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Felicitamos a cidade querida neste dia de alegria, quando um sonho se concretizou. Que 8 de Maio traga novos sonhos e que todos possam ser realizados. São os votos da Bodega do Catatau

O dia 8 de Maio é o mais feliz porque se faz especial. Viver esse momento com Saquarema e participar de seu desenvolvimento é uma grande alegria para a Padaria da Ponte

Ao celebrar seu aniversário de 173 anos, a família Herr Alemão saúda a família saquaremense com um brinde especial por sua trajetória e por um futuro promissor. DISTRIBUIDOR DE BEBIDAS

A Lulemar presta homenagem ao município pelos seu 173° aniversário e celebra a esperança que nasce no coração de cada um de nós.


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Antenor de Oliveira, um artista nato

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ntenor de Oliveira acreditava que o artista já nasce feito. No caso dele, parece que sim. Foi artista plástico, ator, diretor de teatro, dramaturgo, confeccionava presépios de Natal, fazia a decoração de clubes no carnaval, fazia máscaras e carros alegóricos para os blocos – um autêntico carnavalesco – e escrevia muito bem, deixando inédito um livro de poesias. Quando foi vereador, Antenor fez a revisão do Regimento Interno da Câmara Municipal de Saquarema, que então se baseava num regimento comum a todas as Câmaras do antigo Estado do Rio. Assinado em 3 de julho de 1951, é um documento raro que revela o grande conhecimento jurídico de Antenor de Oliveira, um artista nato e um autodidata. Filho de Frutuoso Alcanforado de Oliveira e Othyldes Ignácia Gomes de Oliveira, Antenor de Oliveira nasceu em 11 de novembro de 1918 e faleceu em 6 de junho de 1990. Em seus 71 anos de existência, Antenor fez de tudo um pouco. Foi vendedor de doces, quando criança, brincava vestido de palhaço nas ruas da cidade, no carnaval, quando também fazia máscaras de “papier marché”, com papel e cola de farinha; criou um teatro no salão de uma casa colonial no centro de Saquarema, pintou os murais da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazareth, foi carnavalesco do rancho Tenentes e depois do bloco Reco-Reco, vermelho e branco; foi ainda secretário do Saquarema Futebol Clube, fundador do Centro Espírita Apóstolos de São Francisco de Assis, hoje Casa Espírita de Saquarema Francisco de Assis, leiloeiro das grandes festas de Nazareth, secretário da Venerável Irmandade N. Sra. de Nazareth, decorador da Festa do Divino, orador na inauguração do busto de Macedo Soares, em 1963, na praça em frente ao antigo Convento das Irmãs, hoje Instituto Madre Maria das Neves, entre outras atividades. Consagrado como pintor, embora também fosse escultor, ganhou inúmeros prêmios, entre eles a Moção Honrosa com o quadro “Obras do Padre Anchieta”, no 1º Salão Niteroiense de Pintura e Medalha de Ouro com “Igreja de Itaipu”, na gin-

Maria José, filha e herdeira da arte teatral de Antenor, com o fantoche “Bringuela Cotó”, criado por ele e confeccionado por seu irmão João Eduardo, também pintor e escultor como o pai

Capa do Regimento Interno da Câmara Municipal de Saquarema revisado pelo então vereador Antenor de Oliveira

O premiado artista plástico Antenor de Oliveira

O Pescador, uma das telas premiada de Antenor de Oliveira

Casa de Antenor de Oliveira cana promovida pelo Centro Niteroiense de Turismo e Medalha de Ouro com “O solitário”, da Prefeitura de Valença. Participou desde 1945 do Salão Nacional de Belas Artes, onde concorreu com o quadro “Recanto de Saquarema”. Foi aluno do pintor e professor José Maria de Almeida, tendo também se tornado mais tarde professor de desenho do Ginásio Professor Alfredo Coutinho. Participou ainda de muitas Exposições Coletivas, inclusive na Associação Cristã de Moços, no Rio, em Rio Bonito e na promovida pela Prefeitura de Saquarema. Com mais de 800 quadros e várias esculturas, Antenor

Uma das célebres marinhas de Antenor de Oliveira, do acervo da família

de Oliveira – que se assinava A. Oliveira – tem obras espalhadas por vários estados do Brasil, dois quadros na Alemanha e um nos Estados Unidos.

Inúmeros talentos

Presidente da Colônia de Pesca, criou a primeira escola primária voltada para os pescadores e fez o “Regulamento dos Ganchos e Estacadas”, situados na embocadura do canal que liga a lagoa ao oceano, mantido pelo então Departamento de Reservas Naturais da Secretaria de Agricultura, beneficiando famílias que vivem da pesca. E colaborou decisivamente com

o extinto Departamento de Turismo de Saquarema, quando da disputa da “Copa das Cidades”, na TV Tupi, no programa de Mauro Montalvão, quando o município sagrou-se campeão, numa disputa acirrada contra outras cidades do Rio de Janeiro. Pai de 6 filhos – Maria José, Aluísio, Luiz Fernando, João Eduardo, Hélio e Ana – todos artistas, Antenor foi amigo do padre Manoel, de juízes que vinham trabalhar na cidade e recebeu visitantes ilustres, como o ator Grande Otelo e o pintor Pancetti, que dormiram no sofá de sua casa. Foi também um visionário, quando montou a peça

“Deus lhe pague”, de Joracy Camargo, moderníssima na ocasião, hoje um clássico. Fã de Procópio Ferreira, que imitava num programa de rádio que ele fazia em Rio Bonito, Antenor deixou um livro inédito de poesias chamado “Pinceladas Poéticas”, além de uma série de peças infantis e um boneco fantoche, o “Bringuela Cotó”, que a filha Maria José, herdeira de sua vocação teatral, mantém até hoje, confeccionado pelo irmão, também pintor e escultor, João Eduardo, para uma peça especialmente montada pela família no Teatro Municipal, para a comemoração dos 85 anos de Antenor de Oliveira.


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Tenente-coronel da Guarda Nacional, o Barã

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Dulce Tupy

osé Pereira dos Santos, o Barão de Saquarema, nasceu em Rio Bonito, na Provincia do Rio de Janeiro, em data desconhecida e faleceu em Niteroi, em 1874. Fazendeiro abastado, era tenente-coronel da Guarda Nacional e comendador da Imperial Ordem da Rosa. Naquela época, os membros da Guarda Nacional eram recrutados entre os cidadãos “eleitores” e seus filhos, o que significava ter uma renda anual superior a 100 mil réis. Os membros da Guarda Nacional, constituída por representantes das elites políticas locais, não exerciam atividade militar, mas faziam parte da reserva. Já a nobreza era formada pelos membros da família imperial e pelos detentores dos títulos nobiliárquicos, concedidos durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822) ou durante o Império do Brasil (1822-1889). Somente os nobres podiam exercer altos cargos no Brasil Império, serem oficiais do exército e da marinha. Com o advento do ciclo do café, os grandes fazendeiros passaram a obter títulos, na maioria de barão, tornando-se conhecidos como “barões do café”. O Barão de Saquarema, próspero fazendeiro, era muito influente na corte e foi determinante no processo de emancipação do município de Saquarema. Em 8 de maio de 1841, a freguesia de Saquarema - título conquistado em 1755 - foi elevada à categoria de Vila, graças à intervenção dos fazendeiros “barões do

Na litografia de Rugendas, o desmatamento da mata atlântica abre espaço para atividades agrícolas, especialmente café café”, liderado pelo Barão de Saquarerma e pelo Barão de Itaboraí. Mas devido à fraca situação econômica do município e à briga política dos chamados “saquaremas”, do Partido Conservador, contra os “luzias”, do Partido Liberal, a sede do município foi transferida para Mataruna, atual Araruama, durante um curto período, a partir de 1859. Porém, a grita geral dos “barões do café” e o agito da população local fizeram com que Saquarema recuperasse sua autonomia em 1860, retornando à condição de Vila em 1861.

173 anos de emancipação político-administrativa em 8 de Maio, eis nosso compromisso com o município, honrar esta data histórica e comemorar sua trajetória sempre rumo ao progresso, destacando a bravura de nossos antecessores por tantas conquistas. Presidente da Câmara de Saquarema, vereador Paulo Renato

A Imperial Ordem da Rosa

Em 1869, Saquarema possuía 4 engenhos de açúcar, sendo 3 deles movidos a vapor, pertencentes ao Barão de Saquarema. A cultura do café que chegou ao Brasil em 1727, trazido da Guiana Francesa pelo sargento Palheta, se espalhou rapidamente pelo Pará, passando pelo Maranhão e Bahia, até chegar ao Rio de Janeiro. A riqueza gerada pelo café – e pelo açúcar – aguçava o contraste entre a opulência das fazendas e as tristes condições de

vida nas senzalas cheias de escravos. As plantações de café cobriam vales e montanhas e não raro havia relatos de maus tratos contra os negros. Em Saquarema, também houve rebeliões de escravos, como na Fazenda Ipitangas. Porém, segundo o pesquisador saquaremense Darcy Bravo, autor do livro “Minha Terra, Saquarema”, o Barão de Saquarema foi um “humanista”, um pré-abolicionista, pois ao morrer legou a seus escravos todos os seus bens, as plantações, a criação, tudo!


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ão de Saquarema foi o inventor do município PAULO LULO

Primeira Câmara Municipal e Prefeitura, onde hoje se localiza a Casa de Cultura Walmir Ayala e a Biblioteca Municipal José Bandeira

Acima, o brasão do Barão de Saquarema Ao lado, engenho de açúcar “portátil” em gravura de Debret, retratando cena do trabalho escravo típico da época

O Barão de Saquarema atuou também na Guerra do Paraguai. No dia 2 de abril de 1867, o então tenente-coronel José Pereira dos Santos, Barão de Saquarema, constituiu junto com outros cidadãos – um fazendeiro, um lavrador, um padre e o presidente da Câmara Municipal, Dr. José Ferreira da Silva – uma comissão para promover o alistamento dos chamados “Voluntários da Pátria” e recolher donativos. Mais de 50 voluntários se apresentaram, nesta campanha em Saquarema, onde alguns cidadãos se destacaram pela ajuda financeira, entre eles o comerciante José Mariano de Oliveira, pai do poeta Alberto de Oliveira, e o médico Dr. Luiz Januário, hoje nome de uma das principais ruas da cidade. Nesta época, o Barão de Saquarema também exercia o cargo de 1º substituto do juiz municipal e delegado de polícia. Principal benfeitor do município, para o qual doou o prédio da Câmara Municipal que até hoje existe e onde funciona atualmente a Casa de Cultura Walmir Ayala e a biblioteca José Bandeira, o Barão de Saquarema é um personagem histórico ímpar na vida da cidade e mereceria uma pesquisa profunda sobre sua vida e obra. Uma vida coroada pela Imperial Ordem da Rosa, uma medalha criada por D. Pedro I, inspirada nas rosas que ornavam um vestido da Imperatriz Dona Amélia, desenhada pelo famoso viajante francês Jean Baptista Debret e destinada a militares e civis, nacionais e estrangeiros, fiéis ao Império.

Os “saquaremas” e os “luzias”

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m 1842, uma revolta apoiada pelos membros do Partido Liberal teve apoio das Guardas Nacionais em várias vilas, mas perdeu a célebre batalha de Santa Luzia, em Minas Gerais, no confronto com o Exército, comandado pelo então Barão de Caxias, futuro Duque de Caxias, do Partido Consevador, fiel ao imperador D. Pedro II. Na origem, os apelidos “luzias” (liberais) e “saquaremas” (conservadores) tinham caráter pejorativo. Os adeptos do Partido Conservador apelidaram os liberais de “santa-luzias” ou simplesmente “luzias”, para acentuar a derrota em Minas Gerais, e os “luzias” por sua vez passaram a chamar os conservadores de “saquaremas”, em alusão a um grupo de fazendeiros que reagiram aos desmandos de um padre e subdelegado de polícia de Saquarema, o Padre Céa (José de Cêa e Almeida), um liberal. O termo “saquarema”, que surgiu para achincalhar o grupo político que apoiava o Imperador, acabou sendo adotado pelos próprios conservadores que alcançaram fama nacional, chegando a lançar jornais em Pernambuco e São Paulo com o nome “O Saquarema”.

Em 8 de Maio de 1841, Saquarema conquistou sua emancipação políticoadministrativa. São 173 anos de celebração à nossa amada cidade e de inúmeras vitórias e conquistas. Viva Saquarema, viva sua gente, viva 8 de Maio. Vereadora Adriana de Vander

Que a alegria que esta data representa seja a força capaz de mover o ideal de prosperidade e novas conquistas, sempre sob as bênçãos de Deus e de Nossa Senhora de Nazareth. Parabéns a Saquarema! Vereador Matheus da Colônia


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Homenagem a Alberto de Oliveira A Prefeitura Municipal de Saquarema, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, promoveu no dia 29 de abril um evento em homenagem ao poeta Alberto de Oliveira. Realizada na Casa de Cultura Walmir Ayala, a cerimônia reuniu poetas, artistas, estudantes e diretores de escolas do município, além de políticos como o presidente da Câmara Municipal, Paulo Renato, os vereadores Matheus da Colônia, Rodrigo Borges e o vereador, advogado e poeta Chico Peres, coautor do livro “Alberto de Oliveira, poeta de Saquarema”, lançado em 2008, em coautoria com a professora Lina Barcellos. Presentes também o poeta, trovador e jornalista João Costa, o artista plástico Nelsinho, a animadora cultural e artista plástica Telma Cavalcanti, presidenta do Círculo Artístico e Cultural de Saquarema (CACS) e o ex-vereador Vitor de Oliveira. Também participaram do evento, a presidenta da Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa, a advogada e poeta Beatriz Dutra, autora de vários livros de poesia e colunista do jornal O Saquá e a jornalista Dulce Tupy, diretora da Tupy Comunicações, editora que lançou a Coleção Memória da Cidade, cujo primeiro volume foi o livro sobre Alberto de Oliveria e o segundo

FOTOS: EDIMILSON SOARES

O sarau em homenagem ao poeta Alberto de Oliveira reuniu intelectuais e artistas, gestores culturais, professores e alunos foi “Raízes de Minha Terra”, do pesquisador Herivelto Bravo Pinheiro. Na abertura do evento, a diretora da Casa da Cultura Neusa Oliveira e a subsecretária de cultura Sandra Santana falaram da importância de homenagear o poeta de Saquarema. Foi uma homenagem festiva, com declamação de poemas e algum discurso. Em sua fala, Chico Peres informou que acabara de aprovar na sessão da Câmara Municipal um projeto de lei que institui o Mês Alberto de Oliveira, em abril, anual-

mente. Alunos, professores e diretores de várias escolas municipais se apresentaram interpretando poemas do grande autor parnasiano, que pela perfeição de suas métricas e rimas chegou a ser eleito como “Príncipe dos Poetas”. Sendo um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, junto com Machado de Assis, Alberto de Oliveira nasceu no Palmital onde viveu sua infância e fez os primeiros estudos em Saquarema; passou a juventude em Rio Bonito e morou em Niterói.

O vereador Chico Peres aprovou na Câmara o “Mês Alberto de Oliveira”

O aluno se inspirou no poeta para se vestir e ganhou muitos aplausos

Colégio Cenecista Professor Alfredo Coutinho, HÁ 57 ANOS, CONSTRUINDO O FUTURO!

Parabéns, Saquarema!


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Oscar de Macedo Soares, o benemérito

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enemérito é todo aquele que produz um benefício ou vários benéficos para alguém ou um lugar. É o caso do ilustre advogado, jornalista, parlamentar e secretário de Estado nascido na fazenda de Bonsucesso, em Saquarema, a 15 de setembro de 1863 e falecido no Rio de Janeiro a 3 de agosto de 1911. Filho do conselheiro Antônio Joaquim de Macedo Soares, ministro do Supremo Tribunal Federal, formou-se em 1866 pela Faculdade de Direito de São Paulo, tendo dirigido a Revista Acadêmica e sido redator do Correio Paulistano, como correspondente de São Paulo para jornais cariocas e niteroienses, entre eles O Fluminense.

Filho do juiz de direito Antonio Joaquim de Macedo Soares, Oscar de Macedo Soares, cujo busto em bronze se encontra na praça que leva seu nome, conhecida como “Praça do Artesanato”, no centro de Saquarema, foi promotor e curador de órfãos na cidade de Itu, em São Paulo, secretário de Governo, em Alagoas e no Ceará, antes de se estabelecer como advogado no Rio de Janeiro. Aderindo à República, elegeu-se deputado pelo Estado do Rio à Assembleia Nacional Constituinte de 1891, período em que dirige o diário O Rio de Janeiro. Em 1897, renunciou ao terceiro mandato para assumir a Chefia de Polícia. Após a cisão do Partido Republicano Fluminense, fica desgostoso e abandona a política.

A família Macedo Soares

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com a história da família e seus descendentes. Publicado em 1965, o livreto foi o fio da meada para tecermos a árvore genealogia dos Macedo Soares, uma família que dominou desde meados do século 19 e até o início do século 20, a aristocracia fluminense, com suas enormes fazendas, a maioria oriunda da sesmaria de Cabo Frio, em Maricá, Saquarema e Araruama. Segundo Emmanoel de Macedo Soares, autor de vários livros e membro de diversas Academias de Letras, naquela época as divisas entre Maricá, Saquarema e Araruama, e até mesmo Rio Bonito, se confundiam e os nascidos num município anos depois constavam como tendo nascido em outro, a maioria integrante da antiga sesmaria de Cabo Frio. É o caso de Oscar de Macedo Soares que embora nascido em Bonsucesso, em Saquarema, às vezes aparece como tendo nascido em Araruama. Mas na verdade sempre foi um autêntico saquaremense.

Emmanoel de Macedo Soares, o pesquisador

Elmar, o Catatau, empresário em Saquarema

FOTOS: EDIMILSON SOARES

ão muitos os membros da família Macedo Soares e em Saquarema temos o sobrinho bisneto de Dr. Oscar Macedo Soares, Elmar de Macedo Soares, um dos filhos do segundo casamento de Argemiro Ribeiro de Macedo Soares. Conhecido como Catatau, o dono da Budega du Catatau é também um benfeitor, ajudando vários artistas e grupos de teatro e cinema, como a Casa do Nós. Meio irmão do pesquisador e jornalista Emmanoel de Macedo Soares, que mora em Niterói, filho caçula do primeiro casamento de Argemiro Ribeiro de Macedo Soares, Catatau deu para o fotógrafo Edimilson Soares uma cópia do livro “Meu Canhenho (Notas Autobiográficas)”, uma espécie de caderno de anotações de seu pai

Casimiro Vignoli, que idealizou e pagou a escultura em bronze, discursa na solenidade de inauguração do busto de Oscar de Macedo Soares, na praça no centro da cidade, em 22 de setembro de 1963, na cerimônia que reuniu o ex-prefeito Gentil Mendonça, de óculos, o representante da família do homenageado, de terno branco, o presidente da Assembleia Legislativa do antigo Estado do Rio de Janeiro, Raul de Oliveira Rodrigues e os alunos do GEOMS (Grupo Escolar Oscar de Macedo Soares) Surge aí a grande figura do quarema iluminação pública, provedor. Em 1902, Oscar de colocando em postes de ferro Macedo Soares funda a Casa de artísticos lampiões e saneaCaridade de Saquarema, com mento básico, trazendo água hospital e maternidade, trazenencanada para o centro da cido para cá dade. Foi o Madre Maria eminente das Neves. jurista quem No Rio de doou ainda Janeiro, tamo terreno bém tornoupara edi-se provedor ficação do do Hospício Telégrafo (nome que se em Saquaredava na époma, um dos ca ao Hospimelhores tal) de Nosprédios do Tela de Martinha Vignoli sa Senhora centro, num retratando a Praça Oscar da Saúde, dos pontos de Macedo Soares no bairro da mais apraGamboa, rezíveis da formado e ampliado em 1909. Vila, à beira da lagoa. Durante Dedicou seus últimos anos a anos, a Colônia de Pescadores essas obras de benemerência e manteve uma escola, chamada ao Clube Brasileiro Comercial Oscar de Macedo Soares, hoje do Rio de Janeiro, que presidiu nome de um Colégio Estadual, a partir de 1897. Através dessa na Avenida Saquarema. Casaentidade promoveu em 1907 do com sua prima Ambrozina uma série de conferências, vide Azevedo de Macedo Soasando à expansão do parque res, Oscar de Macedo Soares industrial do Estado do Rio, é patrono de uma cadeira na com grande sucesso. Academia de Comércio do Rio Foi Oscar de Macedo Sode Janeiro e também na Acaares quem trouxe para Sademia Niteroiense de Letras.


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Saudades do futebol do passado Gilson Gomes

A fachado do Saquarema Futebol Clube, potência do município, criado em 1920

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futebol saquaremense – de tantas glórias – vem se arrastando com poucas competições, deixando os torcedores mais antigos com saudades do Campeonato Estadual de Seleções, Campeonato Municipal, disputado por clubes afiliados a FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), Copa Região dos Lagos e Campeonato Campeões dos Campeões. Dentre os grandes times da antiga, destacam-se o Santa Luzia, de Sampaio Correa, que por várias vezes foi campeão municipal e contava com grande número de torcedores em sua maioria funcionários da Usina de Açúcar, uma das potências econômicas do município na época. A equipe do Sampaio Correa tinha uma bela diretoria – Lucio Couto, Ari Fonseca, Chiquinho Batista – tendo como patrono Durval Cruz, cujo estádio leva seu nome, além de craques locais e outros vindos de São Gonçalo e Niterói: Jorginho, Roló, Elias, Jorge Luiz, Ddode, Delmir, Dico, Arthur, João Carlos, Gabriel, Carrete, Pelezinho, Didi, Chicão, Canidé e Cleber, que deram muitos títulos ao tricolor de Saquarema. Lembrando também de 2 torcedores folclóricos: Matinada e Dona Ana. Já o Saquarema, várias vezes campeão municipal e campeão estadual de profissionais, teve 3 diretorias que marcaram o clube pelo trabalho realizado nas gestões de Dozinho, Itener de Oliveira e Segisfredo Bravo. Entre os atletas destacamos: Washington (um mito), Gica, Humberto Glória, Ivan, Méco, Romeu, Nildinho, Sabará, Orlando Capecci e os mais recentes Helinho, Dil, João Eduardo, Ludemar e Zé Carlinho, além dos técnicos Zé de Nini, Hélio Bravo, o zelador Nônito (um

baluarte do clube) e Delarolle, que veio de Maricá e foi o primeiro atleta de fora do município a vestir a camisa auriverde. Outros clubes também brilharam no município, como o América. Situado no bairro de Bonsucesso, jogava no estádio Izaías Amorim e teve grandes momentos, dirigido por Seu Zaínho, Julio Amorim, Godinho, Narcísio Amorim, Guilherme e Rogélio, sob a direção técnica de Carlos Roberto Ferreira e depois Gilcílio Machado. O alvirrubro brilhou com um elenco destacado por Pedro Gago, Ademir Amorim, Renato, Banha, Coronel, Sérgio Fubá, Guimalir e Ademir. Também deixou saudades o Bacaxá que teve Carlí, Hamilton, Cindinho, Coloretti, Tição, Wilson Bravo, Jorge Cutruco, Joacir, Josué e o eterno presidente Tancredo Moreira. No Barreira, a situação não era diferente, com dirigentes badalados como Ademário e Elcy Mendonça, e craques com Ide, Pingo, Cabral, Adelmo, Robertinho, Adélio, Anselmo e outros. Em destaque, os 3 atletas que rodaram vários

clubes: Espirro, Vavá e Boquinha; e os clubes menos conhecidos, mas que deixaram lembranças, como o Santa Cruz, do Rio Seco, com seu polêmico presidente, Sebastião Reis, além do diretor Luiz Mello e os atletas Manoel Português e Lucio Walter; o Corinthians, do Palmital,

Luis Bagunça

FOTOS: PAULO LULO

Noel

Adelmo

Aluísio de Antenor

Vavá de Totô

com os craques históricos: Ari, Caubi e Darli, além do torcedor fanático Lazinho e o grande diretor Docha. Santa Cruz, Corinthians e os 3 melhores presidentes da liga saquaremense de desportos, Edilson Costa, Áureo Vignoli e Carlos Roberto Ferreira.

João Eduardo de Oli veira

Bravo Seu Helio


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Nas ondas do Maraca

Ícone do surfe filma a história dos 50 anos do esporte em Saquarema DULCE TUPY

Dulce Tupy e Alessandra Calazans

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apelido Maraca veio do amigo Tito Rosemberg, que do nome Rossini Maranhão, pegou Maranhão e começou a chama-lo de “Maraca”, antes mesmo do estádio Mário Filho ser chamado de Maracanã e depois simplesmente “Maraca”. Mas o fato é que, por causa dos dois “Maracas”, a Praia de Itaúna também passou a se chamar “Maracanã do surfe”. O surfista Maraca, um dos pioneiros do esporte, foi um dos primeiros brasileiros a surfar as ondas gigantes do Havaí. Foi também um pioneiro na produção do surfe profissional, promovendo campeonatos históricos em Saquarema. Agora, fazendo 50 anos de surfe, está na hora de contar sua história, ou seja a história do surfe desde que pisou pela primeira vez nas areias de Itaúna, rumo às ondas que têm fama de serem as mais perfeitas do mundo. Maraca conta que era final de verão, água do mar azul, e o Armando Serra chegou ao Rio contando que tinha vindo pescar em Saquarema e visto boas ondas. Maraca, Tito Rosemberg e outras feras que já surfavam no Arpoador tomaram a iniciativa de conhecer o lugar. A casa de Patrícia Sampaio abrigou a galera em Saquarema, onde começaram a pegar onda na Barrinha. Desde então não deixaram mais de vir para Saquá. “Hoje me considero saquaremense e carioca, apesar ca, Maraca torna-se apresentador de um de ter nascido em Belém do Pará”, conprograma na TV Bandeirantes, chamado fessa Maraca. “Meu coração é 50 % sa“Surfe no Set”, o primeiro na televisão quaremense, porque quando eu cheguei sobre surfe, transmitido aos sábados, aqui e vi a onda maravilhosa eu gostei e com audiência estimada em 400 mil tenão consigo morar em outro lugar, porlespectadores, o que era então extraorque aqui tem onda dinário... Logo depois, boa, eu trabalho no veio o programa dia em que não tem “Realce”, na Rede onda boa e, pego Record, seguido onda no dia que tem pelo “Vibração”, e onda boa, em água mais tarde o proquente de preferêngrama “Mapa da cia, que água geSaúde”. Na Rede lada nem pensar”, Globo, Maraca traexplica ele, uma balhou também na verdadeira lenda área comercial, lando surfe nacional. çando jingles e camVivenciando panhas, e na novela o ponto alto de Top Model, em 1980, sua carreira, Maonde representava a raca fala sobre o si mesmo, atuando filme “Nas ondas ao lado de Nuno Leal do surfe”, que Toca Seabra e Marac Maia, Zezé Polessa, a, o primeiro filme sobre estreou em 1978, Adriana Esteves e surfe com excelente reEvandro Mesquita, feito no Brasil percussão, lançado entre outros globais. em rede nacional, com produção do BruEntre os grandes eventos, fez a Copa ni e do próprio Maraca. Na mesma époCCE, com 80 mil pessoas, e o evento da

Pioneiro do surfe, Rossini Maraca resgata a trajetória do surfe

Rádio Fluminense, com 30 mil pessoas, em Saquarema. Fez também o lançamento do Red Bull no Brasil. Trouxe o campeonato longboard internacional para Saquarema e fez o resgate do surfe, quando os grandes campeonatos estavam impedidos de se realizar por aqui, devido a irregularidades junto à FESERJ (Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro). Maraca trabalhou ainda para a vinda do mundial, o WCT, para Itaúna e promoveu, em 2011, a exposição da história do surfe em Saquarema na Pousada Espuma da Praia, durante o mundial WQS.

Cenas inéditas

Atualmente, o nosso surfista está envolvido com o lançamento de seu novo filme, que conta os 50 anos da história do surfe, com cenas inéditas das ondas de Itaúna, das ondas gigantes da Manitiba e de campeonatos memoráveis. Com participação da cantora saquaremense Érica, na trilha sonora, e produção de Luiz Ignácio, o filme resgata cenas totalmente inéditas. “É uma memória fantástica! Foram feitas imagens de 2 anos de ondas impecáveis em Saquarema, com toda sua majestade: Itaúna gigante, a Barrinha

perfeita, a Vila melhor que o Havaí, com filmagens aéreas, filmagens aquáticas, a Laje de Manitiba, com 8 pés com 18, de dentro do tubo, puxada pelo “tow in”, incluindo depoimentos de Evandro Mesquita, André de Biase, Mark Occhilupo, todos os pioneiros do surfe e os locais”, fala Maraca. “São grandes histórias; é a expressão máxima do surfe”, garante ele, afirmando que nenhum programa de surfe chegou tão perto desta realidade. Na fase final da edição do filme, Maraca ainda deseja pôr em prática outros projetos como o Campeonato Mundial de Surfe de Surdos e Mudos e o Museu do Surfe. E como atleta master, aos 64 anos, em recente entrevista para o programa Zona de Impacto, do canal Sport TV, junto ao campeão Lucas Silveira, de 17 anos, Maraca mostrou que ainda manda bem nas ondas. O programa promoveu o encontro de duas gerações de grandes surfistas, nas ondas perfeitas de Itaúna. Maraca resume: “foi um momento grato no Maracanã do Surfe”. Ao contar a história dos 50 anos do surfe, Maraca revela como o esporte tornou-se marca registrada do município, nacional e internacionalmente. “É a grande referência esportiva da cidade”.


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O SAQUÁ

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www.grupoaguasdobrasil.com.br

ÁGUAS DE JUTURNAÍBA TEM O ORGULHO DE FAZER PARTE DA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA HISTÓRIA PARA A CIDADE, LEVANDO ÁGUA DE QUALIDADE E OFERECENDO MAIS SAÚDE PARA A POPULAÇÃO. Uma homenagem da Águas de Juturnaíba aos 173 anos de Saquarema.


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