O Sesimbrense - Edição 1172 - Março 2013

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ANO LXXXVII • N.º 1172 de 1 de Abril de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)

Arrábida:

Quinta dos Cactos

A UNESCO, a quem foi entregue, no passado dia 1 de Fevereiro, a candidatura da Arrábida a Património Mundial, já comunicou que a mesma preenche os requisitos necessários: uma importante vitória, já que a preparação da documentação teve de ser acelerada por motivos imprevistos. A candiatura será agora analizada por duas instâncias internacionais: o ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) e a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Página 9

J. A. Aldeia

Candidatura aceite pela UNESCO

Pioneira no estabelecimento em Portugal de pomares ordenados de figueiras-da-índia (piteiras), a Cactacea ensina como fazer - Pag. 8

Carla e Luz Alves: paixão pela música

Política Local

Socialistas acusam CDU de “insolvência financeira e política” A vontade de “querer fazer tudo de repente”, esteve na origem do brutal endividamento da Câmara Municipal de Sesimbra: é a acusação feita pelo Partido Socialista à CDU, numa conferência de impren-

sa do passado dia 14 de Março. O mau planeamento das obras, levando a que a Sesimbra tenha ficado “esventrada” no Verão, com prejuízo para os comerciantes, foi outra das acusações do PS, que classifi-

cou como “insolvência política” o facto do Presidente da Câmara estar a desenvolver uma gestão centralizada na sua pessoa, devido à incompetência política e técnica dos outros vereadores da CDU.

PSD e CDS formaram a coligação eleitoral Abraçar Sesimbra O Partido Social Democrada (PSD) e o Centro Democrático Social (CDS) concorrerão às eleições autárquicas do final do corrente ano, através da

coligação “Abraçar Sesimbra”, que terá como mandatário Carlos Filipe Oliveira - membro do PSD, que durante muitos anos representou este Partido na

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Assembleia Municipal e, que foi depois vereador na Câmara Municipal de Sesimbra. Já estão escolhidos os restantes cabeças de lista. Página 10

Casa do Bispo inaugurada A Casa do Bispo já se encontra a funcionar. No passado dia 23 de Março teve lugar a inauguração, bem como a assinatura de protocolos entre a Câmara e as duas associações que a passarão a utilizar, dinamizando diversas actividades: o Circulo António Telmo e a Casa das Artes. Uma exposição dedicada a António Telmo, e um colóquio sobre Rafael Monteiro, ocuparam o primeiro dia da Casa. Página 16

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São irmãs, nascidas no Bairro dos Pescadores, e partilham a paixão e a dedicação à músi-

ca. O caminho para lá chegar, no entanto, não foi percorrido ao mesmo ritmo. Página 4

Conceição Morais Dando o seu nome a uma rua da vila, e inaugurando uma a exposição sobre “A Mulher do Poder Local Democrático”, Sesimbra prestou homena-

gem a Conceição Morais, a sesimbrense que desempenhou diversas funções políticas, em vários órgãos democráticos Página 16

Lagoa de Albufeira Enconta-se em discussão pública, até ao dia 2 de Maio, o plano de urbanização da Lagoa de Albufeira - um marco importante na reabilitação

de uma das maiores zonas de construção ilegal, mas que ao longo dos últimos 20 anos foi recuperando urbanísticamente. Página 11

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Editorial

Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

Empreendedorismo é inovação Começa-se a utilizar com alguma liberdade o termo “empreendedor”, como se fosse sinónimo de “empresário”, mas não é a mesma coisa. A diferença está numa palavra chave: inovação. O empreendedor também é um empresário, mas diferencia-se por ser inovador: cria um novo produto, ou recorre a processos de produção inovadores, ou, ainda, avança para novos mercados. O empreendedorismo é um dos temas mais importantes da investigação actual em Economia e Gestão de Empresas, por se considerar que são os empreendedores que criam mais valor nas empresas, que dão ao processo produtivo a margem competitiva e ganhadora, e que, em última análise, garantem a sustentabilidade das regiões

económicas. Nem todos os empresários têm de sem inovadores: as economias regionais também precisam daqueles que se limitam a copiar ideias, a repetir o que já outros fizeram. Mas os empresários empreendedores são fulcrais para a sustentabilidade. A importância do empreendedorismo empresarial justifica que a União Europeia lhe tenha dedicado um “livro verde”, e que tenha em curso várias medidas dedicadas especialmente ao “espírito empresarial”. Seria interessante que também Sesimbra pudesse debater este tema e compreender qual a diferença entre ser apenas empresário, e ser empreendedor. João Augusto Aldeia

Carlos Otero revela António Salieri No próximo dia 20 de Abril (sábado) pelas 15 horas, Carlos Otero trará até Sesimbra mais uma das sua “conversas”, desta vez para divulgar o compositor italiano Antonio Salieri (1750-1825), o qual é mais conhecido como a figura algo sinistra, invejosa de Mozart, divulgada através do filme Amadeus. Carlos Otero revela que “Há poucas evidências de intrigas entre Salieri e Wolfgang Amadeus Mozart, com o qual o compositor italiano teria pretendido rivalizar. No entanto, a ópera Mozart e Salieri (1898), de Nikolai Rímski-Kórsakov, e o filme de Milos Forman, Amadeus (1984), estimulam tais especulações.” Salieri foi, na realidade, um compositor de mérito, e até um admirador do génio de Mozart: aspectos que Carlos Otero irá revelar na sua palestra.

Pescas - Fevereiro Com o apoio:

Farmácia da Cotovia

212 681 685

Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

Farmácia de Santana

212 688 370

Estrada Nacional 378, Santana

Farmácia Leão

212 288 078

Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

Farmácia Liz

212 688 547

Estrada Nacional 377, Lote 3, Alfarim

Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Grandes diferenças em relação a Janeiro. Na quantidade de quilos de peixe pescado, menos um milhão e nos valores da lota 500.000 euros. Isto, mais transcendente no cerco porquanto as espécies pescadas são mais volumosas e o valor de venda de menor rendimento. Sempre, no Inverno, o cerco diminui de produção. A artesanal tem pequenas diferenças. O arrasto mantém-se num equilíbrio para baixo. Aguarda-se desde há muito que as pescas tenham o incremento que merece, pis é um grande e produtivo sector que continue ignorado. Pedro Filipe


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Utentes concelho de Sesimbra passam a ter como referência o Hospital São Bernardo

A partir de hoje, dia 1 de Abril, os utentes do concelho de Sesimbra passarão a ter como Hospital de referência, o São Bernardo, em Setúbal, em vez do Hospital Garcia de Orta, em Almada. Até hoje, esta situação só se verificava em consultas de psiquiatria, no entanto com a entrada, do centro e unidades de saúde do concelho de Sesimbra, na ACES Arrábida (Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida), onde se inserem os concelhos de Se-

túbal, Sesimbra e Palmela, todos os serviços de urgência e consultas de especialidade passaram a ter como referência, o hospital público de Setúbal. Contactados os bombeiros voluntários de Sesimbra, foi-nos informado que não tinham recebido qualquer informação acerca do assunto. Já o centro de saúde de Sesimbra, tem conhecimento do facto mas não possui, até ao momento, informações sobre a data de entrada em vigor.

Ribamar no “Peixe em Lisboa”

O restaurante Ribamar vai mais uma vez representar Sesimbra na iniciativa Peixe em Lisboa, que terá lugar

no Pátio da Galé (Terreiro do Paço) de 4 a 14 de Abril próximo. Focado numa gastronomia de excelência, um ponto forte deste certame é a presença de grandes chefes da cozinha nacional, que este ano partilham apresentações ao vivo com estrelas da gastronomia como francês Adrien Trouilloud, o italiano Mauro Uliassi ou o peruano Virgilio Martinez. Dez dos mais destacados restaurantes da região de Lisboa (um deles, o Ribamar) preparam menus de degustação, com preços entre os 5 e os 8 euros. Todos os dias haverá sessões de 50 minutos de cozinha ao vivo no auditório principal. Há também um mercado gourmet, aulas de receitas fáceis, etc. Cada entrada para a edição deste ano do Peixe em Lisboa custa 15 euros, e vale uma degustação de 5 euros num dos restaurantes presentes, uma bebida e ainda um copo para prova.

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Posto de combustível no Pingo Doce abre dia 3 de Abril É já na próxima quarta-feira, dia 3, que a gasolineira Prio abre ao público. Esta marca, que se associou ao Pingo Doce, possui uma logística independente, que permite praticar preços mais competitivos (low cost), e uma total sustentabilidade no fornecimento de produto. Prevê-se que no dia da inauguração, os preços sejam ainda mais baixos.

O posto estará aberto 24 horas/dia e neste primeiro mês funcionará apenas com atendimento automático, estando presente um funcionário, das 8h30 às 21h00, no sentido de auxiliar os automobilistas. Já na Quinta do Conde, supõe-se que a inauguração do posto de combustível do Pingo Doce, possa ocorrer na próxima semana.

Roubaram o sino da Igreja do Cabo O sino da Igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel foi roubado, na madrugada de 15 para 16 de Março. Para facilitar o roubo, os ladrões atiraram o sino da torre abaixo, deixando uma marca vincada no terreiro. Contactado o Sr. Padre David Caldas, informou-nos que até ao momento, “não existe mais nenhuma informa-

ção disponível a respeito do furto do sino do Santuário do Cabo Espichel”. Ao longo das últimas semanas temse vindo a verificar uma onda crescente de assaltos no concelho de Sesimbra, destacando-se roubos em residências particulares, a pessoas na rua, no porto de abrigo de Sesimbra, etc.


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Carla e Luz Alves: paixão pela música São irmãs, nascidas no Bairro dos Pescadores, e partilham a paixão e a dedicação à música. O caminho para lá chegar, no entanto, não foi percorrido ao mesmo ritmo: Luz Alves, a mais velha, começou a aprender música com 8 anos, na Sociedade Musical Sesimbrense, por vontade própria: – Fui para a SMS com 8 anos, aprender clarinete, com o maestro Araújo, – mas ainda tive aulas com o maestro António Cruz. Saí a tocar após dois anos: um de solfejo, e outro de aprendizagem do instrumento. Tinhamos aulas todos dias, de segunda a sábado, e ao sábado era durante o dia todo. Quando saíamos na Banda já sabiamos tocar o reportório quase de olhos fechados. Carla Alves, ao invés, começou por aprender música contrariada: foi obrigada pela família a seguir os passos da irmã, e a ingressar na Sociedade Musical Sesimbrense: – Fui eu que escolhi o trompete. Aqui não havia raparigas a tocar este instrumento, mas eu sempre fui muito fascinada pelo trompete. Não gostava era a parte da banda: não gostava da farda, o cabelo não ficava bem com o chapeu... E, assim, aos 16 anos, acabou por abandonar a Banda da SMS. Mas não abandonou a música: a irmã Luz, que participava em pequenos agrupamentos musicais, como os que acompanham o Círio da Azoia, na Festa da Atalaia, ou as marchas populares, quando era necessário um trompete, convidava a Carla. O contacto com a música acabou por compensar: – Saí da Banda, mas voltei há uns 6 a 7 anos, porque senti falta. Eu sempre

Carla Alves e Luz Alves: percursos diferentes com um só destino: a paixão pela música. tive adoração pelo trompete, e ia ajudar a minha irmã, nos cavalinhos, nas marchas, e depois voltei à Banda em força. Passei a adorar, estudava todos os dias, 2 a 3 horas. E comecei também a tocar noutras Bandas filarmónicas. O ambiente já era diferente, as músicas já eram diferentes, e eu também já era diferente, com mais maturidade, a minha dedicação era maior: passei a viver para a música. No caso da banda da Arrentela, fui lá perguntar se precisavam de um trompetista, e saí logo pouco tempo depois. Também tenho tocado nas corridas de touros com a Banda do Montijo, gosto muito dos pasodobles. Entretanto surgiu a oportunidade de tirar o curso superior de música, que Luz Alves não desperdiçou: – Quando tinha à volta dos 12 anos, a Câmara Municipal de Sesimbra quis apostar na Banda, e fez uma proposta à colectividade – tal como fez à Junta de Freguesia de Santiago, para alunos de viola – para podermos estudar no Conservatório de Setúbal, e para iss o concedeu bolsas de estudo. Os mais velhos, ao 3º ano, desistiram, porque a vida deles já era diferente. Quando estávamos no nosso 5º ano de Conservatório, a Câmara interrompeu o apoio, e a uma semana dos exames finais desse ano, não sabíamos se conseguiriamos fazer exame, não havia dinheiro. Mas resolveu-se, e consegui continuar os estudos e concluir o 8º ano de Conservatório. Desse grupo de alunos, eu e a Ana Luisa, que toca clarinete na Big Band do Bota, fomos as únicas que concluimos o curso de Conservatório.

Carla Alves e Luz Alves na banda de acompanhamento do cantor Dário Mira

Carla não chegou a frequentar o ensino escolar de música, mas não

afasta a ideia de aumentar a sua formação: – Na altura não gostava, não ligava tanta importância à música, mas hoje gostava de ter aulas e de melhorar, já tenho pensado nisso. Quem tem acompanhado os concertos da Banda da SMS , ou da Bota Big Band, já deve ter visto qualquer das irmãs no papel de solistas. No caso de Luz Alves, o facto de ter formação superior em música, pode explicar essae destaque, mas a explicação não serve para Carla: – Creio que é devido ao empenho, ao treino, à sensibilidade. Hoje a música diz-me muito. Luz Alvez não só participa em vários agrupamentos, como a irmã, mas também tem sido solicitada para fazer arranjos musicais – como acontece com a banda juvenil do Bota. – Comecei a ser convidada, porque eu era muito dinâmica, e o grupo de músicos mais idosos começou a necessitar de mais instrumentos, e então eu, com 13 anos, já andava a tocar com os

mais velhotes. Fizemos durante vários anos a festa da Atalaia, e também a festa da Senhora d’El Carmen. E comecei também a fazer arranjos musicais. Convidaram-me para participar nos Cavalinhos das marchas populares de Setúbal, e passei a fazer arranjos musicais dessas marchas. Mais tarde constituí o meu próprio grupo e passei a ser chefe de Cavalinho. Também já participei nas marchas de Lisboa. Também participo no Quartinete, que tem estado algo parado, devido à menor disponibilidade de uma das componentes, mas estamos a ponderar um arranque. Carla Alves, além de integrar o agrupamento feminino de música popular 7 Saias, tem participado regularmente na banda de acompanhamento do cantor romântico Dário Mira: – Há cerca de três anos, soube precisavam de uma trompetista para o cantor Dário, e estou lá à quase 3 anos. Dá algum trabalho, andamos de um lado para o outro, fazemos muita televisão, festivais de rádio. João Augusto Aldeia

Grupo Sete Saias: Carla Alves é a primeira a contar da esquerda.


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Pescas

em destaque

ACOPE promove “Empresário esclarecidoSector protegido”

Foi no passado dia 21 de Março, no Auditório Conde de Ferreira, que a ACOPE (Associação dos Comerciantes de Pescado) apresentou, numa sessão pública, o projecto “Empresário Esclarecido – Sector Protegido” e “Guia de Boas Práticas de Higiene para Produtos da Pesca Frescos”. Esta acção dirigida aos operadores grossistas e retalhistas de pescado fresco, teve como objectivo sensibilizar os operadores para a importância das boas práticas de higiene, de forma a preservar a qualidade dos produtos, potenciando o aumento das transacções comerciais. A apresentação do projecto, foi antecedida por outros temas, relacionados com o sector, tais como “A importância do sector da pesca em Sesimbra”, por Dr. José Polido (vereador da Câmara Municipal de Sesimbra), “Requisitos

específicos dos locais de preparação de pescado”, por Dra. Maria Helena Tuna (Dire4cção Geral d Alimentação e Veterinária) e “Vigilância dos Estabelecimentos”, por Dra. Liliana Carvalho (Médica Veterinária da Câmara Municipal de Sesimbra). No final, os mais de vinte participantes, assistiram à apresentação de Dina Lopes, pela ACOPE, que fez uma breve exposição das acções daquela associação, das quais se destaca a criação de um website, de uma newsletter e de um guia de boas práticas de higiene. Com estas acções a ACOPE pretende informar e esclarecer sobre matérias relacionadas com o sector e em simultâneo promover uma imagem de modernidade, de actualidade, de empreendorismo e de plena consciência ambiental e cívica. Jovita Lopes

Pescador sesimbrense desaparecido no naufrágio dos Açores Um dos pescadores desaparecidos no naufrágio, ocorrido no dia 10 de Março, nos Açores é Vladimiro Pinto da Costa, de Sesimbra. Apenas um dos quatro pescadores a bordo foi resgatado com vida, por uma outra embarcação de pesca. As buscas realizadas pela Marinha e autoridades da protecção civil foram dadas por terminadas na quinta-feira (14 de Março), após 4 dias. O naufrágio da embarcação, de nome Gracilária, deu-se a 4 milhas ao largo da ilha de S. Jorge, possivelmente devido ao facto dos aparelho de pesca terem ficado presos no fundo, seguindo-se uma forte ondulação

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que virou a embarcação – segundo relatou o único sobrevivente. Vladimiro, de 57 anos, é bem conhecido em Sesimbra, tendo pertencido à equipa de futebol do Grupo Desportivo de Sesimbra.

Sesimbra em 3º lugar em 2012, no valor do pescado Sesimbra ficou em 3º lugar, em valor de pescado, no conjunto dos portos portugueses, no ano de 2012, segundo dados da Docapesca (que incluem também dados de portos mais pequenos que estão associados aos portos principais). Peniche ficou em primeiro lugar, com mais de 30 milhões de euros, o que representa 15,2% do total. Sesimbra, com 24,5 milhões de euros, ficou a representar 12,2% do valor de todo o peixe capturado em Portugal em 2012. Em tonelagem, O primeiro lugar foi obtido por Matosinhos, com 24,8 toneladas, ficando Sesimbra em segundo lugar, com 18,8 toneladas. Peniche obteve também o maior va-

Os dados relativos aos 2 primeiros meses de 2013, colocam Sesimbra em segundo lugar em termos de valor (com 3,9 milhões de euros) e em primeiro lugar em quantidade capturada (2,7 to-

lor médio do preço do peixe: 2,11 euros por quilo. No conjunto dos 7 principais portos, a seguir situou-se Aveiro (1,72 €/kg) e só depois Sesimbra, com uma média de apenas 1,31 €/kg, inferior à média nacional de 1,68 euros por quilo.

neladas). O preço médio do pescado nestes dois primeiros meses do ano, em Sesimbra, atingiu o valor de 1,42 euros, acima da média do ano anterior, mas inferior a Peniche, Aveiro e Olhão.

APSS disponibiliza instalações ao SEF

A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra disponibilizou, no seu edifício principal, uma área destinada ao funcionamento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Sesimbra, reformulada por este orga-

nismo de acordo com as suas necessidades. Esta parceria permitirá a entrada no Porto de Sesimbra de embarcações estrangeiras, sobretudo de Marrocos, Espanha e Mauritânia.


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De igual modo Do elogio ao “grémio” à crítica ao desleixo No início do típico mês carnavalesco comemorou-se, muito a sério, o 160º aniversário do clássico Clube Sesimbrense, o “Grémio” de ampla e tão valiosa memória. Num exemplo admirável de saber sorrir às dificuldades (e tantas são!) o “Grémio” rejuvenesceu neste últimos tempos, sob o elogiável impulso do seu Presidente da Direcção, Engº António Júlio Cruz. Do exterior apercebemo-nos desse intuito de vida nova através das obras da fachada do magnífico edifício que ostenta, bem lá no cimo, a data de 1853 quando o Clube foi fundado por

um abnegado número de cidadãos sesimbrenses. A melhoria geral da frontaria do edifício foi possível mediante à inteligente recolha de apoios comunitários, com diligente acção burocrática a cargo do infatigável Ludgero Caleiro tal como foi referido na sessão solene de 2 de Fevereiro. No “coração” de Sesimbra, agora retocado e inovado, o “Grémio” assume papel principal bem secundado pelo histórico Café Central, integrado num bonito edifício de azulejos coloridos onde têm vivido famílias clássicas de Sesimbra que recordamos com apreço. E assim como nos devotamos a elogiar tais evoluções, de igual modo expressamos, com idêntica intensidade, o nosso desconforto e consequente critica face ao desleixo patente no pequeno prédio a lado do “Central”, vis a vis com o “Grémio”. A pequena

fachada, de duas portas e janela com varanda no 1º piso, destoa do louvável arranjo do Largo “José António Pereira” causando uma péssima impressão. Com uns escassos milhares de euros o proprietário daquele pequeno edifício facilmente poderia dar-lhe um outro aspecto e, talvez, uma bem imaginada utilização prática. Se o próprio Município pudesse dar uma “ajudinha” aquela zona central de Sesimbra ficaria bem mais valorizada. A modernizada vizinhança do “Grémio” deveria construir um incentivo para o proprietário daquele pequeno Prédio que fere a nossa visão quando percorremos o Largo que é, de facto, o apregoado “coração” de Sesimbra. Felicitamos o Clube Sesimbrense e, de igual modo, apelamos à melhoria visual das suas cercarias. Sesimbra merece – e agradece, também. David Sequerra


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Organizações ecologistas contestam o projecto da Mata de Sesimbra (Norte) Na sequência do período de discussão pública da Avaliação de Impacte Ambiental do Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra, 3 organizações ecologistas nacionais (Liga para a Protecção da Natureza, QUERCUS e GEOTA) emitiram um longo comunicado crítico, onde afirmam que o projecto “contradiz o PDM de Sesimbra”, e que é de duvidosa viabilidade económica, apontando a existência, nesta região, de numerosos projectos turísticos concorrentes. As organizações ecologistas apontam também deficiências na avaliação da “pressão que a criação de uma nova urbanização com esta dimensão (porque de uma verdadeira cidade se trata) trará sobre os recursos hídricos”. Referindo-se à candidatura da Arrábida a Património Mundial, questionam o facto de nunca ter sequer equacionada a “interferência” que o projecto da Mata poderá ter nessa candidatura, podendo mesmo “colocála em causa”. Em resposta a esta tomada de posição, que teve eco em jornais nacionais, a Câmara Municipal de Sesimbra emitiu um comunicado referindo que o projecto da Mata “é um projeto de referência mundial em termos ambientais”, e classifica como “intransigente” a posição dos ambientalistas, que mantêm a sua posição crítica desde há 10 anos, apesar das “alterações introduzidas desde a fase inicial”. Em relação aos argumentos do

comunicado das organizações ecologistas, a Câmara diz que o mesmo é sustentado por um “conjunto de generalidades sobre viabilidade económica e degradação do ambiente e ordenamento do território”, complementados “pelo habitual exercício de descontextualização e omissão, com vista a criar dúvidas na opinião pública, como é o caso da referência à candidatura da Serra da Arrábida a Património Mundial, completamente despropositada pois a área em causa não está abrangida pela candidatura e não tem qualquer interferência na mesma. “ A Câmara de Sesimbra destaca ainda que o comunicado dos ecologistas ignora “que na última revisão do projeto, as águas residuais passaram a ser encaminhadas para a ETAR Lagoa/ Meco, da SIMARSUL, prescindindo-se da construção de uma ETAR no local, o que aumentaria os possíveis riscos de contaminação do solo”. A Câmara de Sesimbra afirma a sua convicção de que o empreendimento da mata é “inovador, de elevada qualidade turística”, e de que “contribuirá de forma significativa para o desenvolvimento económico da região, combatendo o envelhecimento populacional e a desertificação do território, através da criação de emprego e da oferta de equipamentos turísticos e de alojamento classificado na região, promovendo, de forma sustentada, as potencialidades turísticas de Sesimbra e da região.”

Concurso de fotografia AMARSUL ECOPHOTO A AMARSUL (Sistema Multimunicipal de Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos da Margem Sul do Tejo) está a lançar um desafio, a todos os alunos do 3º ciclo e do secundário, no sentido de participarem no concurso de fotografia ECOPHOTO. O objectivo desta iniciativa prende-se com o lançamento de novos desafios de sensibilização ambiental através da criatividade de cada participante. As melhores fotografias serão premiadas em 5 categorias distintas e ainda será distinguida a melhor fotografia apresentada no concurso. Com iniciativa, que conta com o apoio da CASIO Portugal, a AMARSUL pretende abranger os estabelecimentos de ensino sediados nos concelhos da sua área de intervenção (Almada, Alcochete, Barreiro, Palmela, Montijo, Moita, Setúbal, Seixal e Sesimbra) incentivando a promoção de práticas ambientais correctas, sensibilizando para a política dos 4 R’s: Reduzir, Reciclar, Reutilizar e Recuperar. As inscrições para o ECOPHOTO

estão abertas até ao próximo dia 15 de Abril. Para mais informações poderá consultar a página www.amarsul.pt

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Assembleia Municipal atribuiu os Prémios Espichel Conforme já referíramos na nossa anterior edição, a Assembleia Municipal de Sesimbra atribuiu o Prémio Espichel 2013 à família Chagas e a José Manuel Gouveia. O prémio na Área Social e Profissional, abrange três gerações: António Chagas (já falecido), Hélder Chagas e Rita Chagas, que “manterem ainda hoje uma referência na atividade da restauração, constituindo um valor acrescido à vida económica do município de Sesimbra e afirmando-se no panorama regional, nacional e até internacional”. O prémio na “Área Ciências” foi entregue a José Manuel do Nascimento Baptista de Gouveia, “pelo conhecimento único no país e no estrangeiro no que se refere à sua especialização em análise sensorial de azeites virgens, o que o levou a integrar inúmeros júris de prova de azeites em vários países, sendo reconhecido como uma individualidade com valor promocional

para o nosso Concelho”. Os prémio foram entregues numa cerimónia que decorreu no dia 24 de Março passado, durante a qual o geólogo Paulo Caetano fez uma intervenção sobre o tema: “Cabo Espichel - Aspetos Geológicos e Patrimoniais”. Também foi apresentado o documentário “Arrábida, da Serra ao Mar” Criado 12 de Dezembro de 2003, o prémio Espichel destina-se a “reconhecer e evidenciar o mérito de pessoas singulares e colectivas por actos relevantes, que tenham influência directa na vida do Concelho ou que constituam uma forma de promoção de Sesimbra em Portugal e no Mundo.)”, pretendendo ser também “um estímulo à solidariedade, à inovação e à criatividade”. As entidades já distinguidas foram: Cercizimbra, empresa Teodoro Gomes Alho & Filhos, Lda. , Clube Naval de Sesimbra, ArtesanalPesca, Luís Sénica, Núcleo de Espeleologia da Costa Azul – NECA, Carlos Sargedas.

Carta de Londres Português, 59 anos, imigrante ocasional. Chegados a Londres, despido da farpela de turista e vestido de imigrante ocasional, mergulhamos nesta imensa urbe, construída com pedaços do mundo, comunidades que teimam em manter sua identidade sem recusar o diálogo, ou melhor sem recusar o comércio, essa sim, a mais antiga profissão do mundo. Primeira paragem Peckham, zona a Sudeste da City londrina. Contra a opinião dos meus amigos que me diziam que aquilo era uma zona perigosa. Um hotel barato, estive ali três dias, não fui assaltado, nem vi ninguém ser assaltado. Para quem tem medo do diferente, isso sim, é de meter medo. Estamos em Londres é verdade, mas para os mais distraídos, bem poderiam estar num qualquer mercado em Abuja ou Tunis. Os mais velhos mantêm a forma de vestir das suas terras, os mercados estão cheios de produtos pouco vistos pelas nossas paragens. O peixe é pouco e quase sempre salgado ou congelado – Primeiro ataque de saudade, do nosso peixe, do peixe de Sesimbra. Primeira compra do imigrante ocasional – um telemóvel de uma rede local. Vou ter de começar a procurar alojamento, quer dizer de um quarto decente. Isto de viver num hotel é coisa de Beatriz Costa e já vinha preparado com uns 4 ou 5 contatos. Truques de imigrante ocasional: fugir dos alojamentos partilhados por muita gente, em que o “landlord”, ou seja o senhorio, não vive na habitação, normalmente significa balburdia; atenção aos transpor-

tes que servem a zona do alojamento, a partir de certa hora da noite os autocarros são poucos ou não existem; atenção às distancias entre alojamento e local trabalho, os custos de transportes são elevados. Primeiros contactos telefónicos – com o meu inglês fraquinho, lá me enchi de coragem e comecei a ligar – sorte ou azar, ninguém atendia, era sempre encaminhado para o “voice mail”, não há problema, escrevinhei uma mensagem e tornei a ligar, mas desta vez deixei mensagem. Pelo final da tarde o telefone começa a tocar, afinal os meus possíveis senhorios são pessoas que trabalham durante o dia e não podem passar a vida a atender chamadas de imigrantes ocasionais, aflitos para arranjar um quarto. Tive sorte, encontrei um quarto acolhedor e uma família que me recebeu com o carinho que só os latinos sabem ter. Colombianos a viver em Londres há mais de 30 anos partilham a sua casa e uma forma de receber que nos faz sentir casa. Bem, e agora José? Agora é integrar, pertencer, bom seria um “job” mas isso não é coisa que abunde por aqui, e ainda para mais para um menos jovem. Primeira regra para encontrar qualquer coisa, é procurar, é isso mesmo que vamos fazer. Um emigrante ocasional, em Londres


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Figueira-da-índia espinhosa, mas também generosa

É uma da plantas mais conhecidas dos portugueses, por crescer de modo selvagem ao longo das estradas e valados das zonas rurais, mas nunca entrou verdadeiramente nos nossos hábitos alimentares. Propaga-se com grande facilidade, cresce rapidamente e proporciona uma grande variedade de utilizações: frutos saborosos, chás, xaropes e licores, doces, picles, ração para gado. Os grandes problemas da piteira, ou figueira-da-índia, são os espinhos, e também o seu rápido desenvolvimento, que obriga a podas constantes. A aventura de iniciar um pomar de figueira-da-índia, no Zambujal, teve início em 2009, pela mão de Mário e Gilberta Gonçalves, fundadores da empresa Cactacea – uma iniciativa pioneira em Portugal, na modalidade de pomar ordenado – e o jornal O Sesimbrense foi o primeiro órgão de comunicação a relatar o facto, em Maio de 2011. Inicialmente, o pomar ocupava apenas meio hectare, e iniciava a produção dos primeiros licores. Entretanto a área ocupada duplicou e a empresa alargou a variedade de licores produzidos, iniciando a denominada “linha exótica”, com licor de figo-da-índia associado à murta, ao araçal e ao zimbro. Mas um “novo produto” surge agora, promovida pela Cactacea: a formação. Em 16 de Março teve lugar o III Workshop “A Figueira-da-Índia”, e para 6 de Abril está já marcado outro, dada a quantidade de interessados que não foi possível acolher. Com a experiência já acumulada, nomeadamente na adaptação do produto ao clima português – a variedade plantada pela Cactacea é originária da Índia – Mário Gonçalves divulga os conhecimentos esssenciais para o início desta actividade, e igualmente para a respectiva comercialização, factor essencial, dado não haver ainda um sólido mercado consumidor para os figos-da-índia e as suas diversas aplicações. O workshop teve início no Espaço Zambujal, com a componente teórica. Nesta sessão esteve presente o vereador José Polido, que afirmou a importância destas iniciativas para a economia local, e manifestou a disponibilidade da Câmara Municipal, através do Gabinete de Apoio ao Em-

O figo-da-índia tem grande potencial de crescimento no mercado alimentar e de bebidas, mas tem ainda muito caminho a percorrer.

presáripo, para apoiar iniciativas deste género.

Sol e picos Na parte da tarde teve lugar a componente prática, realizada no pomar da Cactacea, no Zambujal. As piteiras – outra das nossas designações para a figueira-da-Índia - crescem com espantosa rapidez, propagando-se em novas palmas, ou cladódios, que constituem o caule da planta. É nas palmas que nascem novas, e também os frutos. Mas há a necessidade de cortar as palmas em excesso, para que as restantes possam ficar com espaço para receber sol, proporcionando frutos de maior qualidade e calibre. Depois de uma pequena demonstração sobre o modo de retirar as palmas, Mário Gonçalves convida os participantes a repetir a operação, e logo surgem os primeiros problemas: apesar de estarem devidamente protegidos com luvas, os picos lá encontram um caminho para desempenhar a função para a qual foram desenvolvidos pela natureza. Segue-se uma demonstração de plantação: basta colocar as palmas no terreno; no entanto, é preciso que fiquem bem expostas à luz do sol, e é preciso também que se mantenha o devido espaço entre as plantas, para facilitar as futuras operações de poda e de apanha dos frutos. E mais uma vez os alunos são convidados a experimentar: apesar da aparente facilidade e da explicação prévia, surgem sempre dúvidas, que Mário Gonçalves se apressa a esclarecer, mas acrescentando: “nós todos somos os pioneiros, estamos a experimentar e a aprender, e a inventar

designações novas. Por exemplo, eu chamei “ilhas” àquela maneira de dispor as plantas (aponta)

Gente de todo o lado Os formandos deste curso vieram de grande diversidade de locais: Elvas, Porto, Castelo Branco, Portimão, Beja – Amora, do Seixal, é a mais próxima. Uma das formandas, Isabel Serrão, até tem trabalho, na Autoeuropa, mas é um trabalho intensivo, “E a agricultura para mim é como uma terapia” Observamos que mudar da Auto Europa para a produção de figoda-índia seria uma mudança grande, mas responde-nos que não: “Porque eu nunca deixei a terra, dei foi uns passinhos ao lado...” Outra formanda, Paula Cruz, explica que a mãe herdou uns terrenos e está a pensar em investir, em Portalegre. Perante o que aprendeu no curso, admite que vale a pena, “Mas não é tão fácil como isso, dá muito trabalho: o meu pai já me tinha avisado

Criar mercado Uma grande dificuldade é a da comercialização. Apesar de ser conhecido dos portugueses, o figo-da-índia não faz parte da sua dieta alimentar: é como se fosse uma espécie exótica. Isso pode ser uma vantagem, mas é preciso dar uma “ajuda” ao consumidor, convencê-lo das propriedades da planta e dos seus frutos. A Cactacea tem vendido a sua produção nas praças, e em pequenas feiras agrícolas da região, mas sempre com o sentido da promoção. Depois há o problemas das grandes superfícies: compram barato ao produtor, mas vendem caro ao consumidor: “Estávamos a fornecer a 3 euros o quilo às grandes superfícies, e eles venduam entre 9 a 15 euros por quilo.” A Cactacea tem vendido a um intermediário que depois coloca o fruto nas grandes superfícies: “mas apenas 150 kg por semana, o que é uma coisa mínima”, esclarece Mário Gonçalves. Nas grandes superfícies, em geral são figos importados, e de qualidade inferior aos nossos: são da Colômbia, da Tunísia. Mas o nosso figo tem melhor aparência apanha aqui o ar do mar, sol todos os dias, e chega fresco ao consumidor, enquanto a importada tem de ser apanhada mais cedo.” Mário Gonçalves explica como conquistar o mercado: “Em todas as praças e eventos, não há nenhum que

não se ganhe através de dar a provar. Chego a estar em eventos em que as pessoas ao lado, com outros tipos de fruta e licores, não conseguiam vender nada, e eu vendia tudo.” E acrescenta: “O mercado vai à procura de coisas novas. Temos de acreditar que há aqui um potencial enorme. Não é fácil trabalhar com isto, mas há um grande potencial.” Outra das aplicações deste figo é na pastelaria: há já uma gelataria desta zona que faz gelados de figo-da-índia, há uma pastelaria que faz bolos de figo-da-índia, e dois ou três restaurantes fazem sobremesas com este fruto. Mário Gonçalves acrescenta: “Cada um tem de se mexer, não podemos estar à espera!”, e defende o associativismo para reforço da promoção. Alguma cobertura das televisões ajudou à promoção: no pomar da Cactacea já estiveram a RTP e a TVI, nomeadamente para a procura dos workshops. Mário Gonçalves está optimista; “Figo-da-india Portugal, vai em frente com certeza!” Logo a seguir ouve-se a voz de uma formanda: “Sabe o que me falta? É terreno!”. E logo outro acrescenta, perante risos gerais: “A mim falta-me é dinheiro!” J. A. Aldeia

Antonieta: a criadora criadora da Bavariose de figo-da-índia, na churrasqueira Brasa de Ouro, no Zambujal de Cima.


O SESIMBRENSE | 1 DE ABRIL DE 2013 A candidatura da Arrábida a Património da Humanidade ultrapassou mais uma importante barreira: a Unesco considerou que o dossiê que lhe foi entregue no dia 1 de Fevereiro se encontra em conformidade e cumpre todos os requisitos técnicos descritos nas Orientações Técnicas para a Aplicação da Convenção do Património Mundial. Este passo – o primeiro de uma longa caminhada – é importante porque a Associação de Municípios teve de preparar a candidatura num prazo mais curto do que inicialmente previsto, porque a participação de Portugal numa estrutura da Unesco impediria, passado este prazo, que a candidatura pudesse ser entregue durante muitos anos. A Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, responsável por esta candidatura, em estreita colaboração com as Câmaras de Sesimbra, Setúbal e Palmela, vai agora organizar uma equipa de trabalho, a equipa Arrábida”, que terá a responsabilidade de dinamizar a candidatura daqui para a frente A candiatura apresentada tem uma natureza mista, simultaneamente a Património Natural e Cultural, pelo que será agora analizada por duas instancias internacionais: o ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) e a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Após a entrega, no dia 1 de Fevereiro na UNESCO em Paris, a AMRS recebeu já a indicação que o dossiê atendeu a todos os requisitos descritos nas Orientações Técnicas para a Aplicação da Convenção do Património Mundial, seguindo-se agora a avaliação dos vários elementos

Arrábida Património Mundial candidatura aceite pela UNESCO

da candidatura na vertente Cultural e Natural, pelas duas Organizações Consultivas da UNESCO: o ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) e a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), respectivamente. Prevendo-se que as peritagens

Património Natural A candidatura destaca a Serra Mãe como “um dos espaços naturais de influência mediterrânea mais belos e significativos, constituindo uma paisagem de excepcional valor estético, um local de fortíssima personalidade paisagística, uma região-chave, do ponto de vista geológico, para um melhor conhecimento e compreensão de etapas fundamentais da história da Terra. Na Serra reúne-se uma série de especificidades que justificam a presença de comunidades vegetais, bem preservadas, únicas a nível mundial. A Arrábida é também relevante ao nível dos ecossistemas marinhos, sendo uma área de elevada biodiver-

sidade, sem paralelo a nível europeu.” Outro destaque, vai para o facto do maciço sudoeste da Arrábida possuir “as maiores falésias à beira-mar de Portugal Continental, sendo o Risco a escarpa litoral calcária mais elevada da Europa que cai num mar calmo, azul cristalino e verde-esmeralda”. A área da presente candidatura é considerada uma unidade de paisagem, “com uma fortíssima identidade, à qual se liga também um significado extraordinário em termos de história natural. Esta unidade de paisagem é formada por uma multiplicidade de paisagens com características raras, mesmo únicas no contexto nacional e internacional.”

Património Cultural A outra vertende da candidatura abrange o património Cultural: “A individualidade geográfica da Arrábida e o seu relativo isolamento conferiram a este lugar a dupla dimensão de um local de reflexão mística e de defesa do território, de exercício simultâneo da espiritualidade e de afirmação do poder militar – dupla dimensão concentrada no termo árabe Ribât, origem etimológica do topónimo Arrábida. Lugar mágico e sagrado para diversos cultos desde o Paleolítico Su-

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perior até à atualidade, a candidatura refere que a Arrábida testemunha esta presença humana pontuando a sua paisagem com capelas, igrejas, ermidas, conventos, santuários, castelos e fortificações, destacando-se os castelos de Sesimbra e de Palmela, entre outros monumentos. São referidas, nomeadamente, a religiosidade popular, assim como outras manifestações ligadas à agricultura, à pesca, à pastorícia, à gastronomia, bem assim como a pesca e a construção naval tradicionais.

terão lugar entre Setembro e Novembro do corrente ano, a Associação de Municípios assumiu a dinamização de um conjunto de medidas que visam a preparação das peritagens bem como a execução das medidas consideradas prioritárias no pré-plano de Gestão entregue no dossiê da candi-

Sesimbra e a Arrábida Dos valores naturais e culturais apresentados à UNESCO, vários localizam-se, total ou parcialmente, em Sesimbra, e nomeadamente:

– Falésia e Terras do Risco – Encostas da Arrábida no seu interface com o mar – Promontório do Cabo Espichel – Vistas litorais a partir do mar – Vista de Calhariz para a quinta d’El Carmen – Castelo de Sesimbra – Cabo Espichel – Afloramentos do Alto da Califórnia e Cova da Mijona – Jazidas de vertebrados do Espichel – Afloramentos da Praia da Foz – Lapa do Fumo – Lapa do Bugio – Outeiro Redondo – Roça do Casal do Meio – Mar de Ancão – Forte de São Teodósio / do Cavalo – Fortaleza de Santiago – Igreja do Castelo – Santuário do Cabo Espichel – Palácio de Calhariz – Moinhos de vento e moagem de cereais – Lenda da Pedra da Mua, ou de N. S. do Cabo – Aiola de Sesimbra Sesimbra, como tem referido o seu presidente da Câmara, Augusto Pólvora, encontra-se no “coração da Arrábida”, sendo pois de grande importância para o Concelho a possibilidade da honrosa classificação a que a Arrábida se candidata. Essa classificação trará enormes

A paternidade da candidatura A ideia da candidatura da Arrábida a património da Humanidade teve a paternidade de António Pedro Ataz, numa crónica de opinião publicada pelo jornal digital ‘Setúbal na Rede’ no dia 18 de Janeiro de 2001, e apresentada como uma resposta a dois

problemas: o do “divórcio” entre políticos e cidadãos”, que ficara patente nos resultados de eleições recentes, e a “ameaça” de utilização de uma cimenteira instalada na Arrábida para incineração de resíduos industriais. A ideia foi depois apresentada na

datura. Nesse sentido, foi deliberado constituir uma equipa permanente, composta por técnicos das entidades da Comissão Executiva, que terá a responsabilidade do acompanhamento de todo o processo, e cuja denominação será “Equipa Arrábida”.

reunião de vereação da Câmara de Setúbal pelo vereador do PSD, Duarte Machado, argumentando que “a candidatura, para além de reforçar a protecção ambiental e potenciar o desenvolvimento do turismo, poderia servir também como travão à co-incineração

potencialidades, nomeadamente em termos turísticos, dado o seu prestígio e visibilidade. Mas trará igualmente importantes responsabilidades. Salientar os valores naturais e culturais, significa também o compromisso na sua defesa e valorização.

de resíduos industriais perigosos no Outão, uma decisão governamental tinha a aceitação do presidente da Câmara de Setúbal, Mata Cáceres, e que Duarte Machado acusava de “permitir que o município fosse vítima de novas agressões ambientais”.


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PS acusa CDU de “insolvência financeira e política” O Partido Socialista realizou, no passado dia 14 de Março, uma conferência de imprensa sobre o actual momento político do Município de Sesimbra, centrando-se em nos temas da “falência financeira” e “falência política” da Câmara, e na exigência do PS para que p Boletim Municipal abra espaço para os partidos da oposição. Conduzida por Pedro Mesquita, Américo Gegaloto e Manuel José Pereira, a conferência teve lugar na vila de Sesimbra, na esplanada do café A Galé. Pedro Mesquita, presidente da Comissão Concelhia do PS, defendeu que a Câmara promova uma informação “transparente e igualitária”, e que os espaços informativos – e nomeadamente o Boletim Municipal”, terão se ser iguais para todos os Partidos. Américo Gegaloto, actual vereador do PS no Executivo Municipal – e já escolhido como cabeça de lista à Câmara Municipal, nas próximas eleições autárquicas – frisou que os munícipes têm de ser informados de que existe uma alternativa, e de que o PS tem trabalho realizado durante o actual mandato, mas que a informação é ocultada aos munícipes, frisando que quando a Câmara informa que uma determinada proposta foi aprovada por maioria, ou com um voto contra, não diz de quem veio esse voto contra, ou abstenção, nem quais os motivos dessa votação, apesar de ele, enquanto vereador, apresentar sempre declarações de voto nessas situações. Esta “ocultação” é também extensível às fotografias publicadas no Boletim Municipal: “só aparecendo nas fotos onde é impossível não aparecer”. Deu como exemplo a notícia sobre o Dia do Bombeiro, que resultou de uma proposta de Américo Gegaloto. Perante esta situação, o PS deverá apresentar uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

O problema da dívida A grande crítica do PS à CDU é o nível a que deixou chegar o endividamento de curto-prazo, que já atingiu os 23 milhões de euros, obrigando a Câmara a recorrer

ao empréstimo do programa PAEL, cujo pagamento a CDU se verá obrigada suportar com aumento de receitas municipais, e nomeadamente de impostos locais e de tarifas. Discordando deste caminho, o PS afirma que a Câmara “deverá acomodar alguns prejuízos”, que funcionem como uma “almofada” perante o agravamento das condições económicas do concelho: “a redução de impostos é um caminho por onde teremos de ir”, afirmou Américo Gegaloto. A situação difícil das empresas poderia mesmo justificar, disse Américo Gegaloto, que a Câmara abdicasse por completo de algumas taxas. Esta redução de impostos e taxas – que o PS, no entanto, não especifica em que imposto ou valor poderia ser aplicada – teria também como objectivo diferenciar Sesimbra em relação a concelhos vizinhos, tornando-o mais atractivo para investimentos. Quanto ao recurso que a Câmara fez ao empréstimo do PAEL, o PS aponta que ”a CDU critica o que foi feito a nível do País, mas fizeram exactamente o mesmo a nível local”.

Insolvência política Manuel José Pereira, actual presidente da bancada do PS na Assembleia Municipal – e que também dirigirá a candidatura do PS a este órgão, nas próximas eleições – desenvolveu análise da situação financeira da Câmara, que classificou como de “insolvência financeira”, acrescentando que existe também uma situação de “insolvência política”, que caracterizou com o facto

de “a Câmara de Sesimbra quase se resumir ao Presidente”, que consideraram “mal acompanhado”, com “gafes gravíssimas do ponto de vista político e técnico dos restantes vereadores, comentendo erros sistemáticos, sendo numerosos os processos que vão a reunião de Cãmara para serem rectificados, devido a deficiências de gestão ao mais alto nivel político”. Ainda o que vai valendo, acrescentou Manuel José Pereira, nesta grave crise que o concelho atravessa, “são os quadros técicos, as chefias, mas que, por força da lei estão a ser reduzidas, drasticamente, o que terá um impacto negativo brutal - e até nisso o presidente vai ficar cada vez mais isolado”, com uma gestão centralizada na sua pessoa. Manuel José Pereira acusou a Câmara de maioria CDU de “fazer obras sem pagar”, e que a vontade de “querer fazer tudo” acabou por deixar numerosas empresas “entaladas”, porque agora a Câmara não lhes paga. Outro aspecto referido por Manuel José Pereira é o da necessidade de um “novo paradigma” nas finanças locais, adiantando algumas sugestões, como o IVA Turístico dever ser gerido como receita municipal”, que deveria poder baixar taxas, conceder isenções, etc. Defendeu também que “a Câmara tem de se assumir como parceira, ainda que estratégica, no Município, não podendo ser o motor exclusivo da economia municipal, pois isso assim não funciona”. Dando como exemplo de mau planeamento as obras mais recentes na vila de Sesimbra, o PS referir: “Pode-se ter a melhor marginal do mundo, mas se não houver um pom plano de trânsito e de estacionamento, isso não serve de nada: as pessoas não vêm, os restaurantes abrem falência, o desemprego aumenta. Há comerciantes que trabalham essencialmente em três meses do ano, e este ano nem nesses três meses cons1eguiram trabalhar, porque Sesimbra esteve esventrada, por culpa de um mau planeamento das obras.”

Américo Gegaloto, Pedro Mesquita e Manuel José Pereira, acusam a CDU de ter querido “fazer tudo de repente”, o que teve como consequência “um brutal endividamento da Câmara e numerosas empresas locais em dificuldades porque a Câmara não lhes paga, comprometeu o desenvolvimento sustentado do Concelho”.

PSD e CDS concorrem às autárquicas com a coligação “Abraçar Sesimbra” O Partido Social Democrada (PSD) e o Centro Democrático Social (CDS) concorrerão em coligação às autárquicos do final do corrente ano, através da coligação “Abraçar Sesimbra”, que terá como mandatário Calos Filipe Oliveira - membro do PSD, que durante muitos anos representou este Partido na Assembleia Municipal e na Câmara. A lista candidata à Câmara Municipal, como já tinhamos informado, será liderada pelo actual vereador do PSD, Francisco Luis. Os restantes cabeças de lista desta coligação às diferentes autarquias locais de Sesimbra, serão: Assembleia Municipal – Joaquim Mendes Dias (actual presidente da comissão concelhia do PSD) Freguesia de Santiago – Conceição Gonçalves Freguesia do Castelo – Dr.ª Mónica Victoriano Freguesia da Qtª. do Conde – Dr.ª Teresa Lourenço

Carlos Sargedas A candidatura independente de Carlos Sargedas às próximas auárquicas encontra-se actualmente na fase de recolha das assinaturas necessárias para poder avançar: um mínimo de 1.498 assinaturas, e o fotógrafo sesimbrense tem feito apelos no Facebook para que quem o quiser apoiar nesta iniciativa, o contacte, nomeadamente na sua loja de Sesimbra. Quem assinar, lembra Carlos Sargedas, “não está a comprometer-se com a minha candidatura, está apenas a dar-me a oportunidade de poder concorrer.” Também através do Facebook, tem dado conta de algumas reuniões: uma “com os directores dos Hotéis de Sesimbra, viabiliza um mega projecto de desenvolvimento turístico para Sesimbra”, e outra com “uma representante da Quercus para a área de Setúbal, para o estudo de algumas medidas que gostaria de implantar.” Enquanto que “a recuperação e valorização do Cabo Espichel será obviamente um dos projectos desta candidatura”, outros projectos serão divulgados “a seu tempo”, mas apenas após estarem definidos “os outros candidatos”. Confiante de que “Sesimbra Um Mar de Emoções Todo o Ano” poderá vir a ser efectivamente uma realidade e não apenas um slogan”, Carlos Sargedas assegura estar a trabalhar para uma “revolução”.


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Plano de urbanização da Lagoa em fase de consulta pública

O Plano (revisto) de urbanização da Lagoa de Albufeira vai estar em discussão pública entre 1 de Abril e 2 de Maio, estando prevista a realização de uma sessão pública para apresentação e discussão da proposta, ainda sem data marcada. Os documentos técnicos deste Plano estão disponíveis para consulta na página Internet da Câmara Municipal de Sesimbra. Os documentos que constituem esta revisão do Plano da Lagoa são: um Regulamento que estabelece as regras para “uso e a transformação do solo” na área da Lagoa (zona definida na imagem que apresentamos), um Relatório com os “objectivos estratégicos do plano e respectiva fundamentação técnica”, um programa de execução e meios de financiamento, e várias plantas de caracterização da zona, de condicionantes, de sensibilidade ecológica, de equipamentos e estacionamentos, traçado da rede viária, mapas de ruído e de riscos (sísmico, de incêndios), etc. O historial da urbanização da Lagoa de Albufeira remonta aos anos 70 do século passado, em que

esteve em elaboração (durante 13 anos!) um Plano parcial de Urbanização, ao mesmo tempo que a construção ilegal se propagava na zona a sul da Lagoa. A Câmara de Sesimbra chegou a iniciar a demolição de algumas destas construções, mas teve de parar essas operações, devido a uma interferência directa do Governo (ver informação em caixa). Após a Revolução de Abril de 1974, este processo ainda se acelerou mais, dada a paralisação dos serviços públicos perante a “onda” de contruções ilegais. Só na década de 80 é que as entidades públicas começaram a tentar “tomar conta” do problema, que entretanto tinha assumido grandes dimensões, implicando custos de regularização que se anteviam incomportáveis. Foi a criação, em 1995, da legislação das AUGI (áreas urbanas de génese ilegal) que veio permitir uma solução para o problema, ao permitir que os proprietários se associassem para a reconversão e requalificação das zonas de construção não planeada, com vista à sua legalização. Dum modo geral, o Plano agora em discussão pretende atingir dois grandes objectivos: qualificar as áreas de construção ilegal, e salvaguardar os valores naturais ali existentes.

Ironias da História As construções clandestinas na Lagoa de Albufeira acompanharam o movimento de edificações ilegais na margem a sul do Tejo, iniciado na década de 1960, e que se acelerou após a inauguração da Ponte Salazar, em Agosto de 1966. Especialmente atingidos foram os municípios do Seixal e de Sesimbra. Até na Assembleia Nacional, o deputado de União Nacional, Rogério Peres Claro, denunciava a “cavalgada das urbanizações clandestinas na península da Arrábida”. Talvez por uma razão táctica, a Câmara Municipal de Sesimbra escolheu a Lagoa de Albufeira para começar a demolir as construções ilegais, pois que se tratavam de casas de segunda residência.

As demolições iniciaram-se no dia 24 de Janeiro de 1973, mas duraram pouco: a ordem para a sua interrupção veio célere - e directamente do Governo marcelista! É uma das “datas históricas” de Sesimbra: o dia em que um professor de Direito, de seu nome Marcelo Caetano, e em funções como primeiro-ministro, anulou uma decisão legítima duma Autarquia Local. A decisão do Governo, afinal. equivaleu à legalização de todos os loteamentos clandestinos. Na sequência deste caricato acontecimento foi fundada a Liga dos Amigos da Lagoa de Albufeira, cujo primeiro acto foi a nomeação de Marcelo Caetano como seu sócio honorário.


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Rysko: “Dá-me um segundo” A ideia de formar a banda de música, que viria a ser o Rysko, surgiu em 2007, a Rui Costa e Rute Ferreira, que actualmente integram o conjunto tocando guitarra solo e guitarra baixo. A ideia, que ocorreu inicialmente a Rute, nasceu quando assistiam a um concerto, no Rock in Rio. O Rui já então tocava, mas a Rute começou nessa altura A apresentação em público ocorreu em 2008: “Comecei a fazer os temas, a experimentar os temas, aquilo começou a soar, a nós soava bem. Tocámos a primeira vez já em Junho de 2008, na Quinta do Conde, na Feira Festa”, diz Rui Costa. Entretanto já tinham agregado o Nuno Reis, um amigo de longa data que ficou responsável pela bateria, e mais tarde entrou o Bruno Santos, que é o outro guitarrista da banda. Rui Costa ajuda-nos a definir o estilo musical do agrupamento: “Piscamos o olho um bocadinho ao rock progressivo, mas temos partes instrumentais mais elaboradas, não se enquadra no rock mais comercial. Piscamos o olho

também um bocadinho ao Heavy Metal, mas muito ao de leve, a nossa base, a essência, é rock”. Na região de Sesimbra, juntamente com Million Dolar Lips, são a única banda que existe numa base de regularidade, e tocando composições próprias e originais: “Curiosamente, nós quando começámos a banda, na altura surgiram uma série de grupos também: uma banda de Regae que era do filho de um amigo nosso, o Álvaro Monteiro, outra, que era os Big Black, e ainda outras, mas desapareceram.

Álbum de estreia Os Rysko lançaram recentemente o seu primeiro disco, o ábum “Dáme um segundo”, do qual já demos notícia no nosso jornal. É ainda Rui Costa quem nos fala do acolhimento que a edição tem tido: “O disco está a dar uns pequenos passos. Não temos editora, não temos distribuidora, a promoção é um bocado boca a

Os Rysko no programa “5 para a Meia Noite”, de Luis Filipe Borges, na RTP

boca. Temos tentado enviar para rádios, mas é complicado.” O Facebook apresenta-se como um importante ponto de contactos: “É fundamental, neste momento é o mais importante, é a nossa principal fonte de divulgação.” Mas não é fácil: “As pessoas não estão dispostas a ouvir algo que não conheçam. Eu também toco numa banda de covers, mas quando tocamos nova uma música pela primeira vez, as pessoas não estão muito para aí viradas. E as casas precisam fazer dinheiro… Antigamente não era assim, creio que se dava muito mais oportunidades ao que era novo, ao que era feito de origem” – diz Rui Costa – Aqueles antigos discos de vinil, com aquelas capas enormes, aquilo era fabuloso. As novas gerações já não sabem o que isso é.” Passar nas rádios também não é fácil: “Há as chamadas play-lists, as rádios têm que sobreviver também. Mesmo nas próprias televisões, os artistas são sempre os mesmos, pertencem àquele grupo que é gerido por eles. É muito complicado entrar no meio, se não tivermos um agente forte. O mercado funciona assim…” Rute acrescenta: “No caso de Sesimbra, temos tido sorte, com um grande apoio da rádio Sesimbra FM. Nos Estados Unidos, por exemplo, também é diferente porque há mercado para tudo.

Nós somos tão pequeninos, que não há mercados.” Nuno Reis responde-nos a uma pergunta sobre se aprenderam música na escola: “Toda a gente aprendeu o que era obrigatório na altura, no 5º e no 6º ano. Na minha altura, tive sorte, porque tive uma boa professora de música, no ensino público, e ela ensinou a ler a pauta, a escrever, aquilo que é básico. Mas eu vejo os meus primos, agora com 10 e 11 anos, o que eles aprendem nas aulas de música são jogos com palminhas, flauta de plástico, e a cantar as canções… Não tem nada a ver com música. Também faz falta, mas eu por exemplo, se lhes pergunto se sabem distinguir uma clave de sol duma clave de fá, eles ficam assim: o que é isso?” Nuno Reis estou actualmente a estudar jazz, na escola J. B. Jazz. Perguntamos se isso quer dizer que vai abandonar o rock: “Não, a minha educação até começou com clássico, quando comecei a estudar música tinha 8 anos, nem tanto. Lia melhor música do que lia os livros da escola. Depois, com a idade de ir para o rock, deixei de estudar música clássica, dediquei-me à bateria, e agora há dois anos virei-me para o jazz – mas foi natural, não foi uma decisão do tipo: já não quero ser músico de rock, quero ser músico de jazz. O que eu quero é ser músico e falar o máximo de linguagens.”

I Encontro de Empresárias do Concelho de Sesimbra A Câmara Municipal de Sesimbra realizou o I Encontro de Empresárias do Concelho de Sesimbra, que decorreu no Auditório Conde Ferreira no passado dia 7 de Março, integrado nas comemorações do Dia da Mulher. O Encontro iniciou-se com uma apresentação do vereador José Polido, que revelou alguns dados estatísticos relativos ao número de mulheres empresárias, em Portugal, e no Concelho de Sesimbra: dos 3.751 empresários de Sesimbra, 1.522 (40%) são mulheres (das quais, 56% como empregadoras,

e 44% trabalhando por conta própria). Estas empresas “femininas” repartemse entre o sector primário (0,7 %), secundário (7,7 %) e terciário (91,6%) – uma maior concentração no sector dos serviços do que acontece com os empresários homens (4,4 % no primário, 22,7 % no secundário, 72,9% no terciário). Seguiu-se a reunião das empresárias em grupos de trabalho, do que resultaram conclusões que reproduzimos a seguir.

Rotary homenageia Júlio Rodrigues O Rotary Club de Sesimbra homenageou, no passado dia 25 de Março, o Dr. Júlio Rodrigues, atribuindo-lhe o emblema de sócio honorário daquele clube, da qual foi fundador, numa cerimónia que decorreu no Hotel do Mar. Júlio Rodrigues, médico veterinário, ingressou nos quadros da Câmara Municipal de Sesimbra em 1976, tendo desempenhado as funções de médico-veterinário municipal até à sua aposentação, que ocorreu formalmente em 2009, mas que se prolongou, voluntariamente, por mais algum tempo, até se encontrar assegurada a sua substituição naquelas funções.


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Beber em todas as fontes António Reis Marques Diz-se que através da vida permanece em cada um de nós algo de criança que fomos, ou seja, em adultos continuamos com uma parte da infância que tivemos. Na idade infantil conjugam-se, harmonicamente, a apetência para beber em todas as fontes da vida e a alegre familiaridade com o mundo das coisas e dos seres que vamos descobrindo. Por isso os caminho habituais da nossa infância se revestem numa certa densidade simbólica e afectiva, que poderá eventualmente fazer-nos sorrir na idade adulta quando, com emoção e saudade, os recordar-mos. Estas reflexões foram suscitadas quando nos convidaram para este acto em que temos a honra de participar, de homenagem ao nosso bom amigo Francisco Perneco Bicho. Esta amizade que muito prezo nasceu, já lá vão tantas décadas, nos bancos da escola primária onde tivemos como professora a saudosa senhora D. Paula de Jesus, admirável pelo desvelo que tinha na preparação dos seus alunos. Para além da vida familiar, onde havia tempo para interacção lúdica com irmãos, pais ou avós, o nosso quotidiano era preenchido com a escola e com as brincadeiras ou jogos de rua. Assim, porque a escola e a rua constituíram importantes factores da nossa formação juvenil seja-nos permitido que aqui deixemos algumas breves notas evocativas dessa faze das nossas vidas.

Aprendendo na rua Neste temo e numa vila pacata e segura como a nossa, onde todos se conheciam e não havia como hoje o perigo da circulação automóvel, a rua era para nós um espaço privilegiado de liberdade e, ao mesmo tempo, lugar de inúmeras experiências e até de iniciação ao conhecimento da vida social da terra, na observação do modo de ser e de estar dos adultos, suas relações e comportamentos. Libertos dos condicionalismos da casa e da escola aprendíamos, inventando e pondo em prática algumas brincadeiras, a aproveitar os espaços e a gerir o tempo. Expandíamos energias e desenvolvíamos habilidades ou aptidões físicas, jogando à bola, correndo, saltando, praticando diversos jogos como a “apanhada” o “eixo” às escondidas, deslocando os arcos de ferro com as ganchetas ou lançando o pião. Tínhamos épocas próprias de acordo com a duração dos dias, para a prática desses jogos em que o improviso era característica dominante e revelava a capacidade e a inteligência dos mais dotados. Bastava que um deles dissesse: Agora vamos brincar ao faz de conta. E logo surgiam ideias, sugestões de imitação da vida dos adultos, nos seus trabalhos, ocupações ou características pessoais. Nessa época a maioria dos rapazes não tinha acesso aos brinquedos e, por isso, com imaginação e engenho criavam os seus próprios objectos de brincadeira, tirando partido de tudo que tinham à mão, como os lancis dos passeios para percorrer com as caricas, alguma covinha para o jogo do berlinde, pedaços de cortiça com os quais faziam rodas para carros guiados por uma cana, ou um pedaço de

giz ou carvão para fazer desenhos no chão de terra batida ou os riscos para o jogo do aeroplano que era feito ao “pé-coxinho” e tudo corria de modo alegre e pacifico o que não quer dizer que não houvesse algumas desavenças, pequenos conflitos que se dirimiam facilmente, ou não se ouvissem recriminações da vizinhança quando a algazarra subia de tom, particularmente durante a acesa disputa dos jogos de futebol em que entusiasmos excessivos deixavam joelhos esfolados, calções rasgados os blusas com botões arrancados, circunstâncias que nos faziam temer pelas previsíveis admoestações ou castigos ao chegarmos a casa.

Aprendendo na sala de aula Mas os nossos entretenimentos na rua não se limitavam às brincadeiras de agilidade ou destreza corporal pois eram intercalados com outros que resultavam do que aprendíamos na sala de aula. E aí tinham lugar as populares advinhas, as lengalengas e os trava línguas, que serviam para exercitar a fala. Quem não se lembra, por exemplo, de pedir aos parceiros para pronunciarem, muito depressa e sem engano, “um tigre, dois tigres, três tigres”, ou “debaixo de uma pipa está uma pinta, a pipa pinga e a pinta pia”. Quanto nos divertia depois só ouvir triges em vez de tigres ou que era a pipa que piava e a pinta que pingava. Relativamente à escola recordamos que, entre as disciplinas que integravam o ensino primário, o português, a história, as ciências, a aritmética e o desenho, relevava pelo seu grau de exigência os estudo da língua, que tinha a vantagem de qualquer de nós sair da escola sabendo ler bem, escrever sem erros, com uma caligrafia apurada pelas muitas cópias que fazíamos, e até a redigir razoavelmente pequenos textos. Para além das regras gramaticais, teríamos de aprender os verbos em todas as suas conjugações, a classificar e dividir as orações.

Era de uso diário a leitura de um texto em voz alta seguido da sua análise com indicação do sujeito, do predicado e dos complementos de cada oração. Na história, havia que conhecer o nome e cognome de cada um dos nossos reis, bem como os acontecimentos mais notáveis registados em cada reinado, isto antecedido de breves referências aos vários povos que habitaram o território até à fundação da nacionalidade. É hoje muito frequente ouvir-se que alguns dos programas do ensino, desse tempo eram excessivos e, entre os mais apontados está a geografia. Assim, seria desnecessário saber descrever os principais rios, com os seus afluentes e confluentes, as serras e principalmente todas as linhas dos caminhos de ferro, até porque acrescia o conhecimento da geografia das nossas colónias. Mas a verdade é que nós aprendíamos tudo isso e ainda hoje, por exemplo, dizemos tal como aprendemos que “o rio Minho nasce nos montes cantábricos, em Espanha passa por Melgaço, Valença, Monção, Vila Nova de Cerveira e vai desaguar em Caminha.” Na aritmética tínhamos de lidar bem com as quatro operações e as respectivas provas, a real e a dos nove. Mas era mais usada a prova dos nove, ou como nós dizíamos contar de cabeça: 4 e 6 são 10, noves fora 1; 1 e 8 são 9, noves fora nada. Além de mais rápida e eficiente esta prova era ainda um bom exercício de desenvolvimento da agilidade mental. Métodos antigos, fora de uso, como antigo também era o método de aprendizagem da tabuada, particularmente a da multiplicação com aquela cantilena entoada por todos em ritmo cadenciado: 2X1 2, 2X2 4, 2X3 6. Esta toada ficava-nos no ouvido e nunca mais esquecia. Nas ciências ficou-nos como lembrança este curioso episódio: uma vez ao falar-nos de animais ovíparos, ou que se reproduziam por meio de ovos, a professora surpreendeu-nos com aquela muito antiga, mas para nós ainda desconhecida interrogação:

Quem apareceu primeiro o ovo ou a galinha? Foi interessante verificar que cada um de nós tinha a sua prioridade até concluirmos pelo óbvio, que sem ovo não há galinha e sem galinha não há ovo, pelo que a pregunta continuava e continuará a estar de pé, insolúvel, insondável na sua profundidade. Na sala de aula imperava a disciplina, que resultava mais do culto do respeito que nos era incutido do que, como já temos ouvido, pelo temor dos castigos, o vulgar puxão de orelhas, as reguadas ou a proibição de gozar do intervalo para recreio. Impensável era ver-se um aluno faltar ao respeito à sua professora. Poderemos hoje dizer o mesmo? Era também costume que os melhores alunos, assim considerados devido ao mérito demonstrado se sentassem nas carteiras da frente. Todavia, isso era uma particularidade relevante, os que ocupavam as ultimas carteiras, mudavam periodicamente de lugar, de modo a estimular-lhe o merecimento e a não se sentirem diminuídos ou discriminados. Quero aqui lembrar que sempre vi o Francisco nas carteiras da frente. Quem é que nunca valorizou positiva ou negativamente que fosse, a sua escola primária? Será sempre inesquecível essa escola e, por isso, qualquer de nós, num ou outro momento da vida, recorda o seu espaço, o seu tempo, o seu professor ou professora, os seus condiscípulos. Jamais olvidaremos esses primeiros passos de tomada de consciência de nós próprios e do mundo que nos rodeia, principalmente se foram despertados e potenciados por uma boa professora como aquela que felizmente tivémos.

Texto apresentado na sessão de homenagem ao sesimbrense Francisco Perneco Bicho, na Biblioteca Municipal de Sesimbra, no passado mês de Fevereiro. O título e subtítulos são da responsabilidade da Redacção.


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Escrevem os nossos leitores . . .

ABAS - Associação de Beneficência, Amizade e Solidariedade

Direito de Resposta e Rectificação Ao abrigo da Lei de Imprensa nº2/99, de 13 de Janeiro, artigos 24º, 25º e 26º, vem a Direcção da Associação ABAS, exercr o direito de resposta e rectificação em relação ao artigo do Jornal “O Sesimbrense”, edição nº 1171 de 01 de Março de 2013, na página 14, com o título “A propósito do ABAS”, que esta Associação considera ofensivo e calunioso, pondo em causa o bom nome da Direcção e quadros técnicos da empresa. Esta Associação leva a cabo diariamente uma distribuição cuidada de alimentos a pessoas carenciadas da nossa Comunidade, devidamente sinalizadas pelas entidades competentes, todos os colaboradores desta instituição realizam um trabalho dedicado e de entrega absoluta ao serviço do próximo e de quem mais necessita, pelo que, só um exercício de

má fé objectiva pode levar o autor do artigo acima referenciado a fazer sem delongas uma acusação fácil e sem qualquer base de apoio que sustente a criatividade de uma blasfémia de clara demagogia e sem fundamento da verdade material. Considerando que o presente artigo não é um exemplo da linha editorial a que “O Sesimbrense” nos tem habituado, que cria factos e deixa insinuações lesivas da imagem do ABAS, não podemos deixar de efectuar o presente reparo, agradecendo, conforme legalmente estabelecido na Lei de Imprensa, a sua publicação com destaque idêntico ao da notícia que lhe deu origem. Com os melhores cumprimentos A Direcção.


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Futsal Feminino2012/13 Sesimbra recebeu a primeira prova do nacional de canoagem de mar

Supertaça - Núcleo Sportinguista de Sesimbra perde na final da competição Este troféu disputado em duas mãos, tendo sido a primeira realizada no Pavilhão Municipal de Sampaio, o Núcleo Sportinguista de Sesimbra, deixou fugir o empate nos últimos minutos da partida, tendo perdido por 2-3, num bom jogo, deixando tudo em aberto para a 2ª mão. No segundo jogo, realizado no Pavilhão do Feijó, a equipa sesimbrense voltou a proporcionar um bom espetáculo, apesar da derrota por 5-3, equilibrando sempre o jogo, contra um adversário muito difícil, e que vai

representar o Distrito no Campeonato Nacional. Play-off do Campeonato Distrital de Juniores Iniciou-se também, no passado dia 24 de Março o Play-off do Campeonato Distrital de Juniores, tendo as jovens atletas do Núcleo Sportinguista de Sesimbra, derrotado o 1º Maio da Asseiceira, no Pavilhão do Pinhal Novo, por 7-0. Na 2ª mão, realizada no passado dia 27 no Pavilhão Municipal de Sampaio, a equipa sesimbrense não consegui mais do que um empate a 3 bolas.

O Clube Naval de Sesimbra em parceria com a Federação Portuguesa de Canoagem promoveu no passado fimde-semana, a primeira competição do novo Campeonato Nacional de Canoagem de Mar. Esta prova, com novas classes de competição, relativamente ao antigo Campeonato Nacional de kayak Mar, decorreu no sábado, dia 23 de Março e reuniu perto de meia centena de atletas de 10 clubes de norte a sul do país. Do Clube Naval de Sesimbra destacaram-se pelos excelente resultados o Guilherme Cabral que terminou a prova em segundo lugar da geral e da sua categoria em SS1, a Sofia Coelho a primeira mulher a cortar a meta em SS1, a Paula Duarte a primeira veterana em SS1, a Carolina Marquês a primeira júnior em SS1, o Miguel Ferreira o segundo júnior em SS1, a dupla Pedro Quinteiro e Mário Duarte foram

a primeira dupla de seniores em SS2 e o Miguel Caetano e o José Frazão a segunda dupla de veteranos em SS2. A nível colectivo a vitória foi para o Clube Naval de Sesimbra, com um total de 4575 pontos, seguidos do Clube Mar Costa do Sol-BCP com 3967 e Kayak Clube Castores do Arade com 2535 pontos. A próxima prova deste Campeonato será em Lagoa, no Algarve, no mês de Abril. Estando a equipa do CNS a preparar-se para continuar com os excelentes resultados e quem sabe vencer pela terceira vez consecutiva o Campeonato Nacional de Mar. Obrigada a todos os atletas pela vossa participação e a todos os pais que ajudaram a garantir a segurança dos atletas. (SS1 - surfski monolugar / SS2 - surfski bilugar) Ângela Batista

Escolas O Núcleo Sportinguista tem tam-

bém, uma secção de formação destinada a crianças que gostam de praticar futsal, nomeadamente atletas do sexo feminino. O objectivo desta acção é permitir que as crianças pratiquem o seu desporto de eleição, ocupando-lhes os tempos livres, e que possam ser preparadas no sentido de “alimentar” os escalões seguintes e dar continuidade ao projecto em si. Caso esta acção seja do seu interesse, contacte o Núcleo Sportinguista de Sesimbra.

Campeonato Regional por Equipas em Vela O Clube Naval de Sesimbra vai ser também anfitrião da prova de apuramento do “Campeonato Regional por Equipas – Zona Centro”, aberta aos barcos da Classe “Optimist”, em vela. A baía de Sesimbra vai ser palco

desta regata, que terá lugar nos dias 13 e 14 de Abril e contará com a presença de 50 embarcações daquela classe, em representação dos Clubes de Vela da Zona Centro.

Grupo Desportivo de Sesimbra sem interessados Continua a crise directiva do Grupo Desportivo de Sesimbra, após mais um período para apresentação de candidaturas sem que tenham surgidos quaisquer interessados na gestão do Clube. O presidente da Assembleia-Geral do GDS convocou uma reunião daquele órgão para o dia 2 de Abril, cujo ponto único da ordem de trabalhos é a análise da situação Clube “em face da não apresentação de candidaturas para os Órgãos Sociais”. Esta começa a ser uma das mais preocupantes fases da vida do Clube

fundado em 1947, pela fusão de três outros clubes sesimbrense. A este “desinteresse”, não será certamente estranho o agravamento das condições financeiras do GDS, que já vêm de longe. Quando se iniciou a construção do edifício da piscina, pensou-se que as novas instalações poderiam ser a solução para os problemas financeiros do GDS: mas, pelo contrário, apenas as vieram agravar. A deterioração do nível do vida dos cidadãos e da sociedade portuguesa em geral, veio complicar ainda mais esta situação

XV Torneio da Páscoa 2013 Praias de Sesimbra 2013 Torneio de Hóquei em Patins Futebol infantil Nos dias 29 e 30 de Março, o campo número 1 do complexo desportivo do Grupo Desportivo de Alfarim, foi palco da XV edição do Torneio da Páscoa, em futebol infantil. A prova foi disputada pelos escalões de Benjamins, que competiram no período da manhã, e de Infantis, que jogaram nas tardes dos dois dias. No torneio, destaque para a equipa de Infantis do Grupo Desportivo de Alfarim que venceu por 3-2 a final do torneio, tendo como adversário

a formação do Arrentela, num jogo muito emotivo. Já os Benjamins, orientados pelo mister Marcos Dias, não foram além do quarto lugar. No play-off, obtiveram uma vitória frente ao Trafaria por 2-0 e uma derrota por 1-2 com o ACRUTZ. Para os dirigentes do GDS o rescaldo do torneio foi positivo e não quiseram deixar de felicitar todos os envolvidos, pelos dois dias de bom futebol que proporcionaram.

Foi nos dias 29 e 30 de Março, que se realizou a 28.ª Edição do Torneio de Hóquei em Patins Juvenil “Praias de Sesimbra 2013”, numa organização do Grupo Desportivo de Sesimbra. Com a presença de cerca de 300 atletas, dos escalões de juniores, juvenis, iniciados e escolares, o torneio envolveu representações das seguintes instituições: Selecção de Iniciados da A.P. Setúbal, Clube N. Setubalense, G.D. Fabril, A.D. Oeiras, Parede F.C., Sporting C. Portugal, H.C. Sintra,

Seixal F.C. e G.D. Vialonga, para além da exibição da Academia de Patinagem do G.D. Sesimbra “Custódio Batalha”. Eis os primeiros dois classificados de cada escalão: Escolares: 1º. Parede F.C.; 2º. G. D. Sesimbra Iniciados: 1º. A.D. Oeiras; 2º. G. D. Sesimbra Juvenis: 1º. H.C. Sintra; 2º. G. D. Sesimbra Juniores: 1º. Parede F.C.; 2º G.D. Vialonga


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O SESIMBRENSE

Conceição Morais Quase um ano após o seu falecimento (ocorrido em Junho passado) Sesimbra homenageou Conceição Morais, fundadora do Movimento Democrático das Mulheres em Sesimbra, membro de vários cargos de relevo nas Autarquias Locais e dirigente do Partido Comunista Português. No dia 8 de Março, Dia da Mulher, foi descerrada a placa de uma rua junto ao bairro dos Pescadores, seguindo-se uma cerimónia de homenagem no AuditórioConde Ferreira, onde se encontrava uma exposição do MDM sobre a “Mulher no Poder Local Democrático”, e sobre Conceição Morais. Em nome do MDM falou Regina Marques, que destacou o facto da primeira acção política de Conceição Morais ter sido no nesta organização. Admitindo que “ela poderia até não gostar da

Casa do Bispo

homenagem”, dada a sua conhecida humildade, Regina Marques lembrou que “ela própria fez tantas homenagens a tantas mulheres”, e que pelo seu trabalho merecia seguramente “a homenagem da revitalização daquilo que ela fez, daquilo porque ela lutou”. Lembrou ainda que a homenageada fora pioneira na comemoração do dia 8 de Março, e na participação das mulheres na na vida política nas autarquias locais. Disse haver hoje mulheres a viver em dificuldades, em más condições, sem trabalho, “pelo que é preciso continuar e intensificar a luta” que tinha sido tambéma luta de Conceição Morais, por um “projecto real de transformação da sociedade e de transformação das nossas vidas, para que no futuro todos possamos dar as mãos.”

Gemeniano Cruz deu mais cor a Sesimbra, através da execução de uma bela pintura mural no largo do Poço do Concelho: uma homenagem aos Pescadores de Sesimbra.

Uma exposição dedicada a António Telmo, uma outra com obras de arte, e um colóquio dedicado a Rafael Monteiro, marcaram o início das actividades culturais na Casa do Bispo, inaugurada no passado dia 23 de Março. Foi também feita a presentação do livro História Secreta de Portugal, de António Telmo, de que foi recentemente feita uma nova edição. Mas a inauguração foi também marcada pela assinatura de protocolos entre a Câmara Municipal de Sesimbra e as duas associações que passarão a partilhar entre si aquele espaço, responsabilizando-se pela promoção de actividades culturais: o Circulo António Telmo, e a Casa das Artes, representadas, respectivamente, pelos seus presidentes: o arquiteto Luis Paixão e o escultor Carlos Bajouca. Augusto Pólvora, presidente da Câmara, destacou que a solução en-

contrada para dinamizar aquela Casa, oferece a vantagem de apoiar duas jovens instituições culturais, permitindo simultanemante que a Câmara não tenha uma despesa acrescida com a sua manutenção.

Obras com financiamento comunitário As obras para recuperação da Casa do Bispo atingiram o valor de 300 mil euros, que foi comparticipado a fundo perdido, por fundos comunitários, em 65%. Foi mantida a estrutura original, tendo sido abandonada a ideia de um outro projecto, que previa a ampliação do volume do edifício, numa altura em que estava previsto que ali funcionassem os serviços de apoio aos museus municipais.

Sesimbra tem um jardim Mas não tem cravos nem rosas O jardim é o passatempo Das pessoas mais idosas José Alberto da Remexida

“Os dias do Barracuda”

a história de um submarino Recordo, que foi em Sesimbra, que o sonho se tornou realidade. O evento realizar-se-á na Sala Polivalente. Gostaria muito de contar com a vossa presença.

No ano em que se assinalam os 100 anos da existência de submarinos em Portugal, a Biblioteca Municipal de Sesimbra recebe no dia 13 de Abril, a partir das 16 horas, a apresentação do livro “OS DIAS DO BARRACUDA a Última das ‘Armas Secretas’ Classe Albacora da Marinha Portuguesa”. Este livro não conta a história de um submarino. Em “Os Dias do Barracuda” cruzam-se a ciência e a técnica militar, a resistência física e mental, permitindo ultrapassar os limites e suportar os desafios que a arma submarina obriga. Aqui traçamos o perfil mais preciso deste navio de que tanto ouvimos falar e pouco sabemos. Este livro é um contributo para emprestar carácter histórico à imortal figura de um navio de guerra português.


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