O sesimbrense - Edição 1174 - Maio 2013

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ANO LXXXVII • N.º 1174 de 1 de Junho de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)

Estacionamento pago a partir de Julho A circulação e o estacionamento automóvel na vila de Sesimbra vão sofrer importantes alterações nas próximas semanas: é já a partir do próximo dia 3 de Junho que se inverte o sentido de circulação em algumas das mais importantes artérias da vila, conforme informámos com detalhe na nossa última edição. Quanto à introdução de estacionamento pago em gran-

de parte da vila - projecto que divulgámos precisamente há um ano - a Câmara prevê que ele possa ter início a partir de 15 de Julho, cabendo a sua implementação a uma empresa privada. Estão previstas isenções para moradores e trabalhadores, mas igualmente o bloqueamento das viaturas que não cumprirem as regras. Página 13

Caça à baleia um texto inédito de António Telmo

Por deferência de Maria Antónia, publicamos hoje um texto inédito do seu falecido marido, António Telmo, sobre a caça à baleia em Sesimbra. Na imagem, datada dos período 19661968, Maria Antónia, António Telmo e Agostinho da Silva, em Brasília.

Política Local

Coligação Democrática Unitária apresentou candidatos eleitorais

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Apresentação dos candidatos da coligação “Abraçar Sesimbra”

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As armações de pesca de Sesimbra

Finisterra

festival de cinema

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As armações existiram em Sesimbra durante muitos séculos, mas foi sobretudo no período da Regeneração, a partir da década de 1860, que aumentaram em número, em dimensões e em eficiência, contribuindo poderosamente para o desenvolvimento económico da vila, mas arrastando também importantes consequências sociais e políticas. Os novos armadores capitalistas passaram a dominar a política local, ao mesmo tempo que se geravam graves conflitos sociais com os pescadores. O sistema das armações valencianas, que perdurou até ao início da década de 1970, é relativamente bem conhecido e existe alguma literatura publicada sobre elas. Mas as armações redondas, que as antecederam, são menos conhecidas, e é so-

bre elas que revelamos neste artigo uma “memória” aprePágina 5 sentada à Real Academia de Ciências, pelo Barão de Vila Cova, em Outubro de 1958.

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Editorial

Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

Palavras Conforme já referi num anterior editorial, O Sesimbrense vai continuar a usar a grafia legal, até que se torne obrigatório o denominado Novo Acordo Ortográfico - o que não deverá acontecer tão cedo, se é que alguma vez acontecerá. Verifica-se, para a escrita, um fenómeno semelhante ao que ocorre com os nomes das ruas, em que perduram no uso corrente designações há décadas modificadas pelas autoridades políticas que, num sinal de pouca humildade, privilegiam os seus próprios “heróis” e as suas datas “memoráveis”, sem respeito pelas memórias afectivas das populações. Estão neste caso a rua Amália (que pretenderam transformar em rua 2 de Abril) ou a rua da Galé (que queriam que fosse a rua do Capitão Leitão). A imprensa nacional noticiou recentemente que um Juiz do Tribunal de Torres Vedras exigiu a um organismo público que a documentação que lhe for enviada seja redigida “em Língua Portuguesa e sem erros ortográficos decorrentes da aplicação da Resolução do Conselho de Ministros 8/2011” [que aprova o Novo Acordo Ortográfico], pois, segundo o mesmo Juiz, esse diploma “apenas vincula o Governo e não os Tribunais”. O organismo visado entendeu pedir esclarecimentos adicionais, e o Juiz acrescentou: “A Língua Portuguesa não é resultante de um tal ‘acordo ortográfico’ que o Governo quis impor aos seus serviços”, e ainda que “nos tribunais, pelo menos neste, os factos não são fatos, os actos não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário.”

Há umas pessoas muito “progressistas” que, neste debate a favor ou contra o Novo Acordo Ortográfico”, por vezes recorrem ao argumento lateral de que, se não fossem as diversas revisões ortográficas, ainda hoje estaríamos a escrever pharmácia em vez de farmácia, e coisas semelhantes. Não sei se escrever pharmácia seria sinal de atraso civilizacional, mas sei que os povos de lingua inglesa e francesa, por exemplo, continuam a escrever telephone, e não me parece que, por causa disso, sejam povos incivilizados ou culturalmente atrasados. Uma tal argumentação, de resto, devia levar-nos a escrever xefe em vez de chefe, por exemplo. E como se usa, cada vez mais, “comer” as vogais finais de cada palavra, poder-se-ia simplificar ainda um pouco mais e optar por escrever xef. Eu sei que os arautos do Novo Acordo Ortográfico não o defendem em nome da simplificação ortográfica, mas sim de uma “harmonização” das grafias dos diferentes países de “lingua oficial portuguesa” (o que vai dar no mesmo, porque muitas das “novas” grafias foram elas próprias criadas pelo Brasil em nome dessa tal “simplificação”), e isso com o argumento economicista de que os livros escritos em Português nos diferentes países poderão circular entre eles com mais facilidade, ou seja, vender-se mais, e que, “harmonizado”, o Português terá mais força para se impor como uma das grandes Línguas do mundo, etc. Esta argumentação nunca fez muito sentido, mas a sua patetice deve ser agora manifesta perante a difícil imagem de Portugal nessa tal economia globalizada. João Augusto Aldeia

Pescas - Março e Abril

Com o apoio:

Farmácia da Cotovia

212 681 685

Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

Farmácia de Santana

212 688 370

Estrada Nacional 378, Santana

Farmácia Leão

212 288 078

Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Por motivos alheios à nossa vontade, não nos foi possível fazer o habitual comentário e descrição dos valores do pescado de Março. Pelo facto pedimos desculpa e assim, neste número publicamos os meses de Março e de Abril em conjunto: Março teve uma baixa de produção mas Abril já recuperou aproximandose dos valores habituais.

Continuamos a esperar que este sector mereça, dos governantes, uma especial atenção, tendo em vista que sempre foi um grande factor de produção nacional que não tem tido o apoio indispensável para sua valorização, num país cujo MAR é dos seus melhores valores. Pedro Filipe


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Vai ser notícia! Festa do Sol “Um dia para celebrar a abundância interior” 1 de Junho | Sáb Organização Espaço Sol Inform: 968140663 XIV Aniversário Motoclub de Sesimbra - Encontro Motard 1 de Junho | Sáb a partir das 10h00 Local: Maçã Homenagem aos Pescadores que Já Faleceram Concentração e desfile de Barcos 2 de Junho| Dom | 16h00 Baía de Sesimbra Org.: Eduardo Pinto | Apoio: CM Sesimbra Retiro de Idosos Santuário de Fátima (Casa Nossa Senhora das Dores) 4 e 5 de Junho | Ter e Qua Org.: Mensagem de Fátima - Distriuto de Setúbal Particip.: Paróquia de Santiago, pela Conferência Vicêntina Sessão Solene do 37.º Aniversário do Grupo Desportivo de Alfarim 5 de Junho | Qua | 21h30 Pavilhão Gimno - Desportivo Procissão Eucarística no âmbito da celebração da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus 7 de Junho | Sex Feira Festa da Quinta do Conde de 7 a 16 de Junho Sesimbra Summer Cup 2013 Apresentação e Sorteio Oficial 8 de Junho | Sáb | 16h00 Cineteatro Municipal João Mota

Encontro Ex-empregados Hotel do Mar (Almoço dos 50 anos) 8 de Junho | Sáb | 13h00 Hotel do Mar Org.: António Paixão José Esteves Inscrições: 91 237 05 21 Circuito Ipath 2013 surf, bodyboard e skimboard 9 e 10 de Junho Inform: www.scs.pt. Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Cabo 26 de Junho | Qua Inform.: Paróquia de Santiago Primeira Jornada de Saúde Marítima 22 de Junho | Sáb | 10h00 Auditório Conde de Ferreira Inscrições gratuitas E-mail: geral@spsaudemar.org Fax: 21 393 63 38 (da sede da Mútua dos Pescadores) V Open do Castelo 22 e 23 de Junho | Sáb e Dom A partir das 9h00 Centro Municipal de Tenis de Sesimbra Maçã Org.: CETS Apoio: Junta Freguesia Castelo e Câmara Municipal de Sesimbra Festival do Caracol 27 a 30 de Junho Quinta do Conde Sarau de Encerramento das Atividades de Pavilhão do Grupo Desportivo de Alfarim 29 de Junho | Sáb | 21h00 Pavilhão Gimno - Desportivo

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31 Maio - Dia do Pescador Sesimbra homenageou a comunidade piscatória do concelho, comemorando no passado dia 31 de Maio, o dia do Pescador, instituído desde 1997, por decreto governamental, com o objectivo de reavivar um sector com uma importância fundamental para o país. Para comemorar esta efeméride, realizou-se, durante a manhã, uma visita ao Porto de Pesca de Sesimbra. Já no início da tarde, no Auditório Conde de Ferreira, foi inaugurada a Exposição Documental -Mares de Sesimbra, Temas e Protagonistas. As comemorações prosseguiram, com a distinção de individualidades das comunidades piscatória sesimbrense e com a colocação de uma coroa de flores no Monumento ao Pescador. A finalizar o dia, foi celebrada uma missa de homenagem aos pescadores, na Igreja Matriz de Santiago. No dia 2 de junho, às 16 horas, o marítimo Eduardo Ribeiro Pinto, conhecido na terra por “Xixa”, vai prestar homenagem aos pescadores de Sesimbra falecidos na faina. A iniciativa, que acontece pelo segundo ano consecutivo, vai contar com uma concentração e desfile de barcos e a colocação de flores nas águas da Baía de Sesimbra.

Homenageados: - Pesca do Cerco Traineira Princesa de Sesimbra, proprietário António Cagica - Pesca Longínqua Embarcação Parma, de Emiliano Baeta e João Conceição - Pesca do Peixe-espada Preto Barco Estrela do Oceano, propriedade de Angelina e Dionísio Gomes - Pesca Polivalente Costeira Barco António Sérgio, mestre Boaventura Vicente - Pesca Polivalente Local Com Convés Barco Dulcemar, proprietário Arsénio Caetano - Pesca Polivalente Sem Convés Barco Fina Flor, de Diamantino Farinha Mata - Pesca da toneira e palangres por aiolas Embarcação Santa Maria, de Lino José Dionísio - Pescador mais antigo em actividade Luís Carapinha Costa, 80 anos e pescador desde os 14

Encerramento do SAP de Sesimbra? Alguma comunicação social informou que o Governo se preparava para reduzir o horário de funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Sesimbra. O jornal online Rostos, citando como fonte os deputados do PCP eleitos pelo distrito de Setúbal, escreveu que “Neste período temporal, o Governo vai encerrando faseadamente o SAP, até ao fecho definitivo, desprotegendo e penalizando a população de Sesimbra. Relembramos, que um dos argumentos utilizados para manter em funcionamento o SAP de Sesimbra, estava relacionado com o facto de Sesimbra ser uma zona balnear, com aumento muito significativo da população.“ Procurámos confirmar esta notícia, mas a única coisa que pudemos apurar é que se está a proceder à alteração de

horários daquele serviço, mas sem o objectivo do seu encerramento. Em declarações ao Sesimbrense, o director executivo do ACES Arrábida, Dr. Lourenço Braga, informou-nos que o futuro do SAP deverá ser ponderado segundo as necessidades do concelho e os recursos disponíveis. Quanto ao possível encerramento do SAP, adiantou-nos que por enquanto essa situação não se prevê, uma vez que ainda existem utentes sem médico de família, que são assegurados por aquele serviço. No entanto, nenhuma entidade se responsabiliza formalmente, a dizer que o SAP não será encerrado, talvez devido ao clima criado nos últimos meses, de grande instabilidade na tomada de decisões por parte do Governo.

Assembleia Municipal A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu no passado dia 6 de Maio com uma agenda de trabalhos que continha, essencialmente, alterações a diversos regulamentos municipais. No período antes da Ordem do Dia foi aprovada, por unanimidade, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, por fazerem parte dos cinco finalistas ao Prémio Heróis com Farda, promovido pelo Correio da Manhã. Foi também aprovada uma moção sobre o Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal (PEDEPS) relativamente ao Quadro Estratégico Comum – QEC, e contra a intenção governativa de extinção da NUT III “Península de Setú-

bal”. Foi ainda aprovada uma moção sobre o projecto de Finanças Locais. Já na Ordem do Dia, foram votadas alterações de diversos regulamentos, nomeadamente: sobre os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, o Regulamento e Tabela de Taxas do Município, o Regulamento sobre o licenciamento de actividades diversas, o Regulamento de atribuição de habitações sociais (aprovação após discussão pública) e o Regulamento Municipal de trânsito. Neste último caso a aprovação foi por maioria, com 16 votos a favor (13 CDU + 1 PS + 1 PSD + 1 CDS) e 6 abstenções (4 PS + 1 BE + 1 AMCS).


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Jornadas da Saúde Marítima

Vão-se realizar no próximo dia 22 de Junho, no Auditório Conde Ferreira, em Sesimbra, as primeiras Jornadas da Saúde Marítima, organizadas pela Sociedade Portuguesa de Saúde Marítima, em parceria com a Mútua dos Pescadores. O evento irá abordar questões deste sector. A participação é gratuita e as inscrições devem ser feitas, até 15 de Junho, para o e-mail geral@spsaudemar.org A Sociedade Portuguesa de Saúde Marítima é uma organização formada recentemente, e entre os seus promotores encontra-se o Dr. Miguel Alarcão, médico ortopedista que assiste sinistrados da Mútua há mais de 30 anos.

Pescadores de Sesimbra participam em projecto de saúde O médico dr. Alarcão Bastos está

também a coordenar um projecto de construção de um módulo eletrónico de formação, com a participação de pescadores de Sesimbra. O objectivo final é a informação e a sensibilização de todos os pescadores para a importância de realizar uma boa imobilização do braço em caso de luxação de ombro. A luxação é um rompimento da cápsula articular com deslocação de ossos, extremamente dolorosa, que necessita de intervenção imediata e serena – o que nem sempre é fácil dadas as condições a bordo e as dores. A correta imobilização diminui a dor e evita complicações ao mesmo tempo que permite um regresso a terra com segurança mínima. Nas imagens que reproduzimos, vemos as posturas adequada para aquelas situações de tratamento rápido, a ser em simuladas pelos pescadores e pelo seu médico, sendo depois reproduzidos em imagens desenhadas, para uso futuro com fins pedagógicos.

Festa das Chagas

No passado dia 4 de Maio voltou a realizar-se a procissão do Senhor Jesus das Chagas, percorrendo o habitual percurso, num dia fresco mas com bastante luminosidade, que contribuiu para dar brilho à festa, nomeadamente à bênção dos barcos fundeados na baía e ao sermão que, como é habitual, foi proferido no largo da Marinha. Simultaneamente funcionou um pequeno arraial no espaço junto à avenida da Liberdade e que funciona habitualmente como terminal das carreiras de transporte público.

Novas eleições marcadas para o GDS

Dia Municipal do Bombeiro

Foi no passado dia 12 de Maio, que se comemorou, pelo segundo ano, o Dia Municipal do Bombeiro. O Parque da Vila da Quinta do Conde, serviu de palco desta cerimónia comemorativa, onde o Desfile de Fanfarras dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, Montijo, Almada, Barreiro, Trafaria, Sei-

xal, Amora e Sesimbra foi o ponto alto. De lembrar que o Dia Municipal do Bombeiro foi instituído em 2012, pela Câmara Municipal, em colaboração com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, e tem como objectivo prestar tributo aos Soldados da Paz.

O Grupo Desportivo de Sesimbra continua sem soluções directivas. Em meados de Maio circulou a notícia de que já se teria encontrado uma lista candidata, novamente liderada por Sebastião Patrício, e logo foi marcado o acto eleitoral para o final desse mês. Mas as eleições não se realizaram, e um novo período eleitoral foi marcado, até ao próximo dia 7 de Junho, estando marcada uma Assembleia Geral para as 21:30 h do dia 11 de Junho, para posse dos novos órgão sociais.


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Postais de Sesimbra

Em dias de Acalmia As aiolas do ferrado Colorindo a baía São um postal ilustrado Com violento temporal O mar galga a Fortaleza Mostra-nos esse postal A força da Natureza

A caça à baleia * 20 anos atrás, ainda se caçava a baleia no mar de Sesimbra. Para se poder assistir, assinava-se um termo de compromisso: – Responsabilizo-me pela minha morte. Isto de uma criatura de Deus se responsabilizar pela própria morte só no mar, onde toda a gente é livre, livre como os longos horizontes e o infinito que há neles. Eu fui dos que assistiram a uma caçada à baleia. Um barco a motor, do tamanho dum cacilheiro, um canhão à proa, toda a tripulação atenta ao grito que vinha do cesto da gávea lá no alto do mastro: – Baleia a bombordo! – Baleia a estibordo! E o barco mudava de rumo para onde a voz o mandava, um rumo que incidia no vértice dum ângulo de que ele era uma das linhas e a outra o esfumegar

constante da baleia. Encontravam-se matematicamente no vértice desse ângulo, barco e baleia. A tripulação parava de respirar, olhos postos na grande massa escura que aparecia, desaparecia, reaparecia, grande força rítmica como a do próprio mar obedecendo à energia misteriosa que faz as marés. O profeta Jonas comparou a baleia ao abismo. No ventre desse abismo esteve três noites e três dias, tantos como Cristo nos infernos. A baleia é, de facto, a força do abismo em movimento. Ao meu lado estava um pescador, de agudo perfil hebreu, que, devo dizê-lo, me estava a interessar muito mais do que a baleia. Sentia, não sei porquê, que esse homem, repassado de mar e tempestade, estava ali completamente indiferente ao êxito da caçada. – Já caçou muitas baleias? Pergunteilhe.

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– A minha mulher, senhor. Gorda como uma baleia, que me engoliu em vida como ao profeta Jonas e me faz andar aqui a arranjar sustento para os filhos. Aquele homem era um humorista, sério como todos os humoristas, humorista como todos os portugueses que pelo riso se vingam da rotina miserável dos dias. Ao ouvi-lo, nem sequer reparei que a baleia se tinha escapado, antes que o arpão partisse, mergulhando na profundidade das ondas, para não mais aparecer. Era só mar de novo, extenso e interminável, que o homem do cesto da gávea perscrutava a bombordo e a estibordo, de olhar atento e veloz como o de uma ave de rapina… António Telmo * título da responsabilidade do editor.

Aninhada junto ao mar Vinda dos lados da serra Outro postal a provar A beleza desta terra Mas o mar em invernia Ao varrer a marginal Tem sabor a poesia Está feito outro postal Observando do nascente Os contornos do farol É postal surpreendente Vislumbrando o pôr do sol Da Assenta ao Caneiro Da Matriz ao areal Mil imagens do roteiro Sesimbra foi um postal

Pexito

Rafael Monteiro, António Reis Marques e António Telmo em Sesimbra, no café Central (foto do Círculo António Telmo)

Teoria Nova da Saudade Sandra Carvalho e a Saga das Pedras Mágicas de Pedro Martins “Sombras da Noite Branca”, foi o título escolhido por Sandra Carvalho, para o último volume da sua Saga das Pedras Mágicas. Em Abril de 2005, a escritora sesimbrense, estreou-se na literatura fantástica, com a publicação de “A Última Feiticeira”. Este livro seria apenas o primeiro, de um conjunto de livros que formam a Saga das Pedras Mágicas, que conforme descrição da autora, “… é uma linda história de amor, que realça a importância da família e da amizade.” Ainda naquele ano, Sandra Carvalho publicou o segundo volume da Saga, “O Guerreiro Lobo” e no espaço de sete anos, a escritora edita mais cinco livros, “Lágrimas do Sol e da Lua” (2007), “O Círculo do Medo” (2007), “Os Três Reinos” (2008), “ A Sacerdotisa dos Penhascos” (2009) e “O Filho do Dragão” (2012). Numa entrevista ao nosso jornal, em Setembro de 2008, Sandra Carvalho confidenciou que “A essência da Saga roda em torno da misticidade do n.º 7, no fim, a história acabará por ser contada em 7 partes”, na realidade, a autora acaba de lançar o VIII volume da Saga, intitulado “Sombras da Noite Branca”, pela Editorial Presença.

Pedro Martins, do Circulo António Telmo, lançou mais um livro de reflexão filosófica, “Teoria Nova da Saudade”. O respectivo lançamento foi feito na Biblioteca Municipal, no dia 25 de Maio, estando a apresentação a cargo de António Cândido Franco, que revelou ser o livro uma interpretação do poema Maranos, de Teixeira de Pascoais, “um poema de difícil leitura e interpretação”. Do ponto de vista de Pedro Martina, há uma cifra naquele poema, e que são os conteúdos hebraicos que, a partir do século XVI ,foram recalcados na História de Portugal, por causa da Inquisição. Assim, ao longo de 5 séculos, houve todo um conjunto de conteúdos importante da mentalidade portuguesa, que por força de algo estranho e forçado, foi abandonado, esquecido, recalcado: “Estamos a falar a falar dos conteúdos hebraicos anteriores à chegada da Inquisição”, disse António Cândido Franco. O apresentador acrescentou não haver nada de forçado nesta interpretação de Pedro Martins, antes uma naturalidade: “Marrano é o português que nos séculos XV e XVI foi obrigado a mudar de religião, a abandonar o Judaismo e forçado a adoptar o Cristianismo” .


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De igual modo

Do agrado às reticências... Na cerimónia comemorativa do feriado municipal sesimbrense, na manhã de 4 de Maio próximo passado, mereceu aplausos vibrantes e especiais a distinção concedida ao batalhão de engenharia 1, agora sediado na Pontinha,

condignamente representado pelo seu comandante, coronel Pato. E tudo porque os militares desse histórico regimento, muito bem enquadrados, tornaram possíveis algumas melhorias para benefício e regozijo das populações locais, em Sesimbra, na Corredora e no Zambujal, pelo menos. Eis um magnífico exemplo de profícuas e desejáveis actuações de militares em tempos de paz como muito bem assentou o Sr. Coronel Pato na alocução que proferiu após ter recebido o tão merecido galardão municipal. O concelho de Sesimbra pode e deve manter muito boas relações com ”engenharia 1” tendo em vista novas oportunidades de intervenção, de igual modo às que mereceram citação de mérito na data festiva de 4 de Maio. Na área histórica do largo dos Bombaldes, vis a vis com o bonito monumento ao pescador, há tempo transferido para uma mais condigna situação, há uma quase “misterioso” triângulo de pedra solta com uns 30m2 de superfície, contiguo à fortaleza, cremos que esquecido ou menor prezado pelos serviços camarários. Reconhecendo o esforço despendido para embelezar o “coração” da vila, do jardim aos Bombaldes, de igual modo apelamos para o arranjo condigno daquele pequeno espaço de tão desagra-

dável visão para quem por ali passa. As pedras soltas poderiam ser devidamente alinhadas e ao meio daquele triângulo, de recatado aconchego, ouso sugerir a colaboração de um busto evocativo do historial de Sesimbra que poderia ser o do Rei D.Dinis que elevou o burgo piscatório a concelho já no século

XIV ou o do bem pouco evocado “Lobo do Mar”, Justino Silva, figura de proa da “piscosa“ em meados do século passado. Temos referido com uma certa frequência, que a estatuária de Sesimbra é escassa e pobre. Eis, pois, um bom ensejo de a valorizar. D. S.

Condecorações Municipais 2013 No dia 4 de Maio, feriado municipal, a Câmara Municipal de Sesimbra voltou a distinguir personalidades e instituições que se distinguiram em diferentes áreas, bem como funcionários com mais de 15 anos de serviço exemplar. Uma vez mais, a cerimónia contou com a presença do executivo municipal e da presidente da assembleia

municipal, na entrega das 18 medalhas de mérito municipal. Esta, é já a 21ª edição consecutiva desta cerimónia, organizada pela autarquia. Este ano, a lista das Medalhas de Mérito Municipal, inclui apenas grau bronze e prata, uma vez que o galardão de ouro não foi atribuído.

Distinções

Instituições e Personalidades:

MGBOOS – Associação Desportiva, Cultural e Social da Quinta do Conde; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze - Mérito Associativo Doca Marinha – Sociedade de Congelados e Pescado, Lda.; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze ¬- Mérito Empresarial António da Luz Alves; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze - Mérito Profissional Manuel da Graça Peixito – Empreiteiro de Obras Públicas; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze - Mérito Empresarial Teresa Mayer; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze - Mérito Humanitário Paulo Caetano; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze - Mérito Profissional Regimento de Engenharia n.º 1 ; Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze - Mérito Humanitário Carlos Lopes; Medalha de Mérito Municipal Grau Prata - Autárquico e Profissional

Funcionários:

Deolinda Palos Tomé dos Santos Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze Francisco António Rosa Fernandes Costa Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze José Salvador Rodrigues Lobo Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze Luís Filipe Pinhal Ferreira Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze Maria José da Silva Santos Albuquerque Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze Maria Manuel de Jesus Gomes dos Santos Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze Maria do Rosário Coelho da Cruz Cagica Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze Ofélia Graça Fernandes Carvalho Medalha de Mérito Municipal Grau Bronze


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IV Feira da Saúde PS responde a críticas da CDU O Rotary Club de Sesimbra organizou a IV edição da Feira da Saúde, desta vez no ginásio do GDS, em Sesimbra, entre 3 e 5 de Maio. Tendo contado com o apoio da Câmara Municipal, a Feira acolheu pavilhões de diversas entidades tais como a Sociedade Portuguesa de Andrologia, o Centro de Yoga, os Bombeiros Voluntários de Sesimbra, a Liga Portuguesa Contra a Sida, a clinica Cesarius, o Espaço Sol, O Mundo a Sorrir, Ame e Viva a Vida, Laço, Partilhas de Luz e outras organizações espiritualistas. Um dos pavilhões mais activos foi o da Sociedade Portuguesa de Andrologia, que tem participado regularmente nestas feiras do Rotary, e onde alertavam a população para problemas como a disfunção sexual, as doenças prostáticas etc. Apesar de não ter sido grande a afluência de público, o balanço feito era positivo: “Mesmo que só aparecesse uma pessoa, a informação estava passada.” Ninguém esquece, no entanto, a grande afluência de público da I Feira, na Fortaleza de Santiago, a qual entretanto deixou de estar disponível devido a obras.

Restaurante Capítulo No terraço das instalações do Clube Naval, no porto de Sesimbra, abriu recentemente um novo restaurante, que sucede naquele espaço ao “Pedra Mua”. O nome “Capítulo” vem directamente do nome duma conhecida família sesimbrense, a de João Capítulo, profissional de Contabilidade e dirigente da Ordem dos Solicitadores, sendo a iniciativa e da responsabilidade mais directa do seu filho. Apresentando-se como “um novo conceito na restauração e turismo em Sesimbra”, a nova unidade, classificada como “Clube – Bar – Restaurante”, pretende captar públicos diversificados para estas diferentes valências.

O PS enviou-nos um texto para publicação ao abrigo do direito de resposta, o qual optamos por dar um tratamento jornalístico, quer pela sua extensão, quer pelo facto de ser reportar a um texto que era também uma notícia, e não um texto da CDU. No referido texto, subscrito por Américo Gegaloto e Manuel José Pereira, analisa-se em primeiro lugar a comparação de despesas com pessoal, entre os mandatos do PS e da CDU, dizendo o PS que “as realidades dos períodos 1997/2005 (maiorias PS) e 2005/2012, não são de todo comparáveis, para além de que se trata de uma falsa questão. De facto, apenas as políticas de austeridade da actual gestão CDU obrigaram a fazer cortes tão profundos em área tão sensível, com consequências gravosas no nível do desemprego concelhio. A situação das finanças municipais e o nível do endividamento actual deixaram a câmara numa posição de extrema dificuldade que apenas agrava ainda mais o clima de crise que se vive, relembrado que em 2005 a dívida de curto prazo da gestão do PS atingiu os 7 milhões de euros, quanto em 2012 com a gestão CDU atingiu o valor recorde de 23 milhões de euros, daí o recurso à “ajuda externa”, no caso ao Governo com a assinatura do Plano de Apoio à Economia Local, no montante de 9 milhões de euros, acrescendo ainda o facto de a dívida aumentar exponencialmente num contexto claramente recessivo. Assim, às falências das empresas e às dificuldades das famílias, a câmara entendeu contrapor uma política desastrosa e expansionista, vendo-se agora obrigada ao agravamento dos preços da água, esgotos, lixos, ocupação da via publica, entre outras, hipotecando o futuro do concelho por largos anos.” No domínio dos apoios dados a entidades locais (IPSS, Colectividades,...), o PS afirma que “o incumprimento sucessivo dos compromissos assumidos pela CMS, lança na completa asfixia muitas daquelas instituições, não possuindo o executivo CDU qualquer almofada para amortecimento das dificuldades sentidas pela falta de apoio do Estado. Uma vez mais em consequência da contenção a que teve de recorrer, a câmara está a contribuir para piorar o “estado social” do concelho, não porque deliberadamente o queira, mas porque a isso está obrigada.” Sem negar a acusação da CDU de que nos mandatos PS aumentou mais a dívida, este partido defende que “as taxas utilizadas não têm comparação possível. Quando o PS assumiu a gestão municipal foi necessário redimensionar e modernizar toda a estrutura camarária para a colocar ao serviço do desenvolvimento concelhio. Daí os indicadores mostrarem esse efeito do aumento qualitativo do serviço prestado. Hoje apenas é necessário manter esses níveis de qualidade, o que, aliás, nem sequer foi conseguido.” Face ao argumento da CDU de que a “sua” dívida tem como contrapartida obra realizada, o PS recor-

da também as obras dos seus mandados: cobertura integral do abastecimento de água ao Concelho, conclusão integral do saneamento da bacia de Sesimbra e da Quinta do Conde, reordenamento integral da Lagoa, reordenamento da marginal nascente de Sesimbra, habitação social (Boa Água, Charneca da Cotovia, Rua da Cruz, antigo Matadouro), Auditório Conde de Ferreira; mercado municipal da Quinta do Conde, biblioteca e cine teatro municipal, recuperação do Castelo; núcleo museológico da Capela do Espírito Santo, cemitérios da Quinta do Conde e da Aiana, pavilhão desportivo da Quinta do Conde, escolas do ensino básico do Conde I e da Cotovia, cedência de terrenos Unidade de Saúde na Quinta do Conde e Quartel da GNR em Sesimbra, apoios ao porto de recreio do Clube Naval de Sesimbra, à piscina e sala de desporto do GDS, ao polidesportivo da ACRUTZ, ao arrelvamento do campo do G.D. de Alfarim, novos equipamentos da Cercizimbra, do Centro Comunitário da Quinta do Conde, do Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2, etc.. PUB


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Armações de pesca de Sesimbra As armações de pesca existiram em Sesimbra durante muitos séculos, mas foi sobretudo no período da Regeneração, a partir da década de 1860, que aumentaram em número, em dimensões e em eficiência, contribuindo poderosamente para o desenvolvimento económico da vila, mas arrastando também importantes consequências sociais e políticas. Os novos armadores capitalistas passaram a dominar a política local, ao mesmo tempo que se geravam graves conflitos sociais. O sistema das armações valencianas, que perdurou até ao início da década de 1970, é relativamente bem conhecido e existe alguma literatura publicada sobre elas. Mas as armações redondas, que as antecederam, são menos conhecidas, e é sobre elas que revelamos neste artigo uma “memória” apresentada à Real Academia de Ciências pelo Barão de Vila Cova – que tinha o cargo de Administrador Geral das Pescas – em Outubro de 1958.

Armações redondas Segundo a descrição do Barão de Vila Cova – veja-se o desenho em baixo – as armações redondas da costa de Sesimbra tinham forma rectangular, com as faces norte (virada para terra) e sul, de maiores dimensões: 20 braças de comprimento, o que corresponderia a pouco mais de 35 metros (Vila Cova faz referência a uma braça de 8 palmos craveiros, tendo estes 22 cm cada). Os outros dois lados, com uma forma arredondada, tinham 16 braças cada (28,1 metros).

A circunferência do bucho atingia as 72 braças, tendo as suas redes pendentes, 14 braças de altura, sendo sustentada por 12 ferros em círculo, seis para cada um dos lados da armação. Uma armação de pesca era, essencialmente, uma armadilha fundeada próximo da costa, sendo todas as suas redes dispostas verticalmente no mar, com o auxílio de boias (de cortiça, odres ou barris de alcatrão vazios) e pesos (sacos com pedras), sendo ainda todo o conjunto de redes fixado com amarras presas a ferros (fateixas). No caso da armação redonda, o bucho era fixado por doze amarras e ferros, sendo seis para cada um dos lados. A boca da armação (abertura para a entrada do peixe) tinha 10 braças (quase 18 m), e era formada pelas redes denominadas caças (no exterior) e andiches (no interior). O interior do bucho era atravessado pela barbeta, um cabo grosso de cairo de 9 braças, que pegava em 3 outros de 5 braças cada um, os quais ligavam à boca da armação com redes pendentes. os designados andiches, e cujas redes tinham 3 braças cada uma da boca para o interior, deixando entre si dois intervalos para entrar a pescaria. Outra componente importante da armação era o rabo, rede perpendicular à costa e ligada à armação nas faces norte e sul; embora tivesse uma malha larga (2 palmos), os cardumes, em deslocação junto à costa, procuravam evitá-lo, sendo conduzidos até ao interior da armação. O mesmo sistema de boias e pesos, e de amarras e ferros (neste caso, 10 em média) mantinham fixa a teia do rabo. As redes do bucho e do rabo

Fotografia de uma armação valenciana, retratando o copejamento: com as barcas col redes até que o peixe viesse ao lume d’água, sendo então transferido para as barcas c Com maiores dimensões do que as redondas, as armações valencianas podiam mante menos pessoal, o que as tornava mais eficientes. Como também pagavam miseravelmente aos pescadores, estas armações eram altam eram feitas de esparto. Uma vez capturado o peixe dentro da armação, era ainda preciso retirálo para as embarcações, o que não era tarefa fácil. Para isso utilizavamse duas redes: a malheira, feita de linho com malha de uma polegada em quadrado, que servia para “cercar” o peixe dentro da própria armação; a seguir utilizava-se a sacada (ver desenho à direita), com várias cordas, que era alada desde o fundo até ao lume d’água, sendo depois o peixe retirado para os barcos, com a ajuda de chalavares. Cada armação redonda tinha entre 10 a 15 barcos, sendo um deles maior (o batel da rede) e as companhas eram compostas de 77 pescadores, dois dos quais desempenhavam a função de mandadores, respectivamente de terra e de mar. O Barão de Vila Cova também descreveu a repartição dos rendimentos: depois de tiradas as despesas, a 4ª parte do produto era para a armação, e o restante era para se repartir entre os 77 elementos da companha. Além disto, cada mandador recebia entre “5 e 10 moedas durante a temporada”. A despesa em cada ano, ou costeira, era, em média e em cada armação, de 1.400 réis, e as suas pescarias podiam render, num ano regular, dois a dezoito contos de réis, e em um ano escasso, metade.

Advento e extinção das armações valencianas

Armação da costa de Sesimbra, segundo uma “memória” enviada à Real Academia de Ciências pelo Barão de Vila Cova, em 1858. Pouco tempo depois este sistema seria substituída pelo da armação “valenciana”, com diferentes dimensões, e com o acrescento de uma nova câmara, o copo, que tornou muito mais fácil o transvase do peixe para as barcas.

Em Dezembro de 1866 um grupo de 16 armadores de Sesimbra estabeleceu com António Ferreira, de Faro, um contrato para instalar uma armação pelo sistema valenciano. No mesmo contrato, António Ferreira comprometia-se a, durante 6 anos, não se despedir, nem ensinar a outros, nem armar armação alguma que não fosse

daqueles armadores: indício de que o sistema valenciano era uma novidade em Sesimbra, e talvez a primeira armalção deste tipo tenha armado no ano de 1867. A mudança das armações redondas para as valencianas representou um grande progresso na capacidade de pesca. As armações do novo sistema eram de maiores dimensões e resistiam melhor às fortes correntes, eram lançadas em águas mais fundas, apanhavam mais peixe e necessitavam de menos pessoal: 40 pessoas, em média. Podiam também estar mais tempo no mar, e houve mesmo épocas de grande abundância de peixe em que armavam durante todo o ano A grande inovação do sistema valenciano foi a adição do copo: lateralmente ao bucho colocou-se uma outra câmara, cujas redes podiam ser aladas para a superfície por barcos colocados no seu perímetro. Depois do peixe entrar no bucho, era empurrado para o copo (inicialmente com ajuda de uma rede móvel, e mais tarde com o batimento dos remos na água), e era então copejado: fazendo-se subir a rede do copo para próximo da superfície, era depois mais fácil retirar o peixe para os barcos com o auxílio de chalavares. As novas armações exigiam maiores investimentos, e isso veio a provocar importantes mudanças na vida sesimbrense: os armadores-pescadores das antigas armações foram substituídos por armadores-capitalistas, essencialmente gente de fora de Sesimbra, que aqui se radicou, prosperou, e foi tomando conta dos lugares de influência política: passaram a ser eles os chefes partidários locais, bem como presidentes e vereadores da Câmara. Ao mesmo tempo ocupou-se toda a costa sesimbrense em mais de vinte locais, numa área onde, durante séculos, tinham existido apenas sete armações. Mas ainda se foi mais longe, colocando em muitos desses locais duas armações, uma das quais de


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Danificaram a fonte do Largo Eusébio Leão

locadas no perimetro do copo, alavam-se as com o auxílio de chalavares. er-se mais tempo no mar, e necessitavam de

mente produtivas. menores dimensões. A capacidade de captura de peixe na costa de Sesimbra aumentou imenso, assim como aumentaram os conflitos com outros sistemas de pesca. A entrada da baía de Sesimbra, por exemplo, chegou a estar quase totalmente “tapada” por cinco armações. Descrevendo a actuação destes armadores capitalistas, um relatório de 1893 da Comissão Central de Pescarias, afirmava que “Os donos das armações deitavam estes aparelhos onde e como queriam; sem licença; nas embocaduras dos portos; tapando com as redes as armações dos vizi-

nhos; embaraçando a navegação; combinando entre si as posições e distâncias; levantando conflitos com os que não aceitavam a imposição que os mais influentes lhes queriam fazer; reinava completa anarquia em todos estes processos.” E o mesmo relatório acrescentava que as novas armações davam “um produto tal que remunera fartamente o capital empregado, e tanto mais que o trabalho da pobre classe piscatória é miseravelmente pago.” A situação laboral criada por esta realidade acabaria por provocar um forte movimento de contestação, com uma primeira greve dos pescadores das armações, em Novembro de 1896. Este movimento grevista era fortemente influenciado pela ideologia marxista da época, veiculada pelo Partido Socialista liderado por Azedo Gneco. Foi sob a influência deste partido que se formou em Sesimbra, em 1886, uma Associação de Classe dos Operários Marítimos das Armações, a qual conduziu muitas das lutas dos pescadores por melhores condições de trabalho e de remuneração. A última grande greve das armações ocorreu em 1924, durando mais de dois meses. Devido às dificuldades criadas às famílias dos grevistas, muitos dos seus filhos foram acolhidos durante algumas semanas em Lisboa, em casas de particulares, acção de solidariedade apoiada pela CGT. Mas o conflito mais grave deu-se em Abril de 1900, quando a tropa disparou sobre os pescadores grevistas, matando três e ferindo muitos outros. A partir dos anos 1930 as armações começaram a entrar em crise e a ficar cada vez menos tempo no mar, diminuindo gradualmente em número, até que acabaram por completo no início dos anos 1970. Bibliografia “Linhas, ou Aparelhos, Redes, ou Grandes Artes, Armações” – Barão de Vila Cova, 1858 “Estado Actual das Pescas em Portugal”, Artur Baldaque da Silva, 1892 “Relatório da Comissão Central de Pescarias”, 1893

Desenho de uma sacada, publicado no livro “Estado Actual das Pescas em Portugal”, de Baldaque da Silva. A sacada servia para “pescar” o peixe que já se encontrava apriosionado dentro da armação

No passado mês de Maio, a fonte republicana (e maçónica), localizada no Largo Eusébio Leão, ficou sem a pirâmide superior. Ao que conseguimos apurar, alguém a terá utilizado para amarrar uma corda, fazendo-a tombar.

Inaugurada em 1914, no Largo do Município, com água da Fonte do Carvalho, esta fonte foi anos mais tarde, deslocada para este ponto, onde ostenta a informação de que abastece água da Fonte do Carvalho - mas sem qualquer água há muitos anos..

Vai abrir uma escola profissional na Corredoura A Escola Profissional Agostinho Roseta prevê abertura, já no próximo ano lectivo, de um polo na Corredoura, com cursos da área da restauração e hotelaria. As aulas decorrerão no edifício próximo da rotunda da Corredoura, onde se encontrava o estabelecimento Fidalguinhos do castelo, entretanto encerrado. A Escola Profissional Agostinho Roseta tem a sua sede em Lisboa, e delegações em Castelo Branco, Albufeira, Vila Real e Crato. A escola pertence à Associação Agostinho Roseta, que por sua vez foi constituída por sindicatos filiados na central sindical UGT, e pela própria UGT Segundo Mendes Dias, os primeiros cursos deverão ser para técnicos de restauração, na vertente mesa/bar, e na vertente cozinha/pastelaria. O ano inicial é comum a estes cursos, que só se diferenciam em anos posteriores. Numa segunda fase, poderão vir a ser criados cursos na área do turismo ambiental e

rural, e também de higiene e segurança alimentar. “Há uma preocupação em que os cursos tenham empregabilidade local, ou na zona. O primeiro ano das escolas profissionais corresponde ao 9º ano da escolaridade geral. No 11º e 12º estão previstos estágios profissionais, já existindo acordos com algumas cadeias de hotéis, para esse fim” – declarou Mendes Dias ao Sesimbrense. A previsão da população escolar para o 1º ano é de 60 alunos ( 2 turmas de 30 alunos cada). No terceiro ano de funcionamento essa população escolar poderá situar-se nos 180 a 190 alunos, embora as instalações tenham capacidade para mais. A Escola Profissional Agostinho Roseta foi criada em 1989Desde 1983, e com esta designação desde 1998. O pólo de Lisboa e os seus serviços centrais localizam-se no Edifício Ecrã, no Parque das nações, em Lisboa.


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8ª edição da Quinzena Gastronómica do Peixe-espada Preto

Arrancou no passado dia 28 de Maio, a 8ª edição da Quinzena Gastronómica do Peixe-espada Preto. Esta iniciativa, criada em 2006 pela Câmara Muni-

cipal, em colaboração com a ArtesanalPesca e as associações de comerciantes locais, ocorrerá até ao próximo dia 10 de Junho. No Dia do Peixe-espada Preto, 6 de Junho, o público poderá provar dezenas de receitas por um preço especial de 7 euros. Filetes de Peixe-espada Preto com Banana Frita e Arroz de Tomate, Filetes de Peixe-espada Preto com Molho de Moscatel e Camarão Flamejado ou Peixe-espada Preto em Rojões numa Cama Rica de Rebentos de Feijão Mungo e Grelos com Risoto de Cogumelos, são apenas algumas sugestões dos chefes, dos 37 restaurantes aderentes. Para obter mais informações sobre iniciativa, poderá consultar o site www.peixeespadapreto.sesimbra.pt

Praia da Califórnia recupera a Bandeira Azul Em 2013 Sesimbra tem três praias com o galardão da Bandeira Azul: Moinho de Baixo, praia do Ouro, e praia da Califórnia. A novidade é a reentrada da praia da Califórnia, após um período de alguns anos em que não preencheu as condições para a obtenção daquela distinção. As obras de qualificação recentemente realizadas naquela praia foram importantes para a retoma da classificação. A Bandeira Azul é atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa, uma Organização não Governamental de Ambiente (ONGA), sem fins lucrativos, dedicada à Educação para o Desenvolvimento Sustentável e à gestão e reconhecimento de boas práticas ambientais. Este ano, em Portugal existem 277 praias com a Bandeira Azul.

50 anos do curso de engenharia

António Julio Cruz e Lopes Homem foram dois sesimbrenses que participaram no jantar de comemoração dos 50anos do curso de engenharia do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), que decorreu no passado dia 19 de Maio no restaurante Capítulo.


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Coligação Democrática Unitária apresentou candidatos A Coligação Democrática Unitária apresentou os seus candidatos às próximas autárquicas, no cine-teatro João Mota, numa sala quase cheia de apoiantes. Participaram também importantes figuras dos dois partidos que integram a coligação, nomeadamente Paulo Raimundo, da Comissão Politica do Comité Central do PCP, e Afonso Luz, da Comissão Executiva de Os Verdes. Os candidatos da CDU são precisamente os mesmos que desempenham actualmente as funções a que concorrerão de novo, e as suas intervenções acabaram por basear-se mais na apresentação do trabalho realizado nas respectivas autarquias. João Favinha, que será de novo o mandatário da CDU, disse ter aceitado “porque vejo nas pessoas que têm estado à frente do Município e das Juntas, e na Assembleia Municipal, pessoas com coragem, que têm defendido o concelho de Sesimbra como ninguém – apelo a que incentivassem as pessoas a votar CDU, o que será o melhor para o Concelho. Só assim conseguiremos que o nosso concelho continue no bom caminho.”

Ana Cruz Ana Cruz, candidata à Junta de Freguesia de Santiago, disse ter encontrado na Junta “um espaço desorganizado, demorámos quase um ano a regularizar situações”. Entre as acções realizadas, destacou que “o Centro de Convívio ganhou nova vida, com aulas de geriatria e visitas à freguesia e ao concelho – pessoas que viviam na freguesia, não conheciam a nova praça da Califórnia; outras, não iam à doca há mais de 20 anos. Lamentamos.” Como novidade, referiu um projecto piloto no âmbito do turismo: “Estamos a lançá-lo agora, com a decoração natural de algumas zonas mais icónicas da nossa vila, tentando beneficiar o turismo – dentro em breve verão na rua já a parte final do projecto.” Numa crítica ao candidato do PS, disse: “Como é possível que se afirme que a Junta deverá ser apenas o elo de ligação entre a Câmara e a população? A junta é um órgão autónomo com uma gestão autónoma, com dinâmica própria, com políticas de proximidade e ao serviço da população. Caso contrário para que serviria a Junta: para trans-

mitir as necessidades ao sr. presidente da Câmara?

Vítor Antunes Vítor Antunes, candidato à Quinta do Conde, referiu ter sido o seu mandato “abundantemente preenchido com obstáculos”, mas que se transformaram em “ingredientes que estimularam a nossa criatividade e capacidade de adaptação.” Referiu as lutas pela construção do novo centro de saúde e pela construção da escola secundária, o ter a Junta disciplinado a venda ambulante, e ainda a colocação de elementos escultóricos no espaço publico. Acrescentou também que “A junta está disponível para assumir mais responsabilidades”. Destacou ainda a colaboração com o associativismo e a intervenção junto da comunidade educativa local: “quem ganhou foi a Quinta do Conde”.

Francisco de Jesus Francisco de Jesus, candidato ao Castelo, destacou que “a freguesia, e particularmente a Junta de Freguesia, deu um salto quantitativo e qualitativo na sua relação com os cidadãos: nas respostas, nas parcerias, nas acções, nos projectos”. Referiu o desenvolvimento de “novas ideias e investimentos, que não são dissociáveis de um dos principais objectivos da CDU: descentralização de atribuições e competências para a Freguesia – ganho de eficiência e eficácia, respostas de proximidade às necessidades da população.” Destacou igualmente a “coragem do Município em atribuir essas competências e os meios financeiros”, dando como exemplos a renovação das instalações, biblioteca – o agora espaço Zambujal – a, sede totalmente remodelada, o aumento do parque automóvel, que passou de uma para sete viaturas, a requalificação de fontes e fontanários, polidesportivos, a manutenção de calçadas, a limpeza urbana dos núcleos de Zambujal, Alfarim e Meco, a Sesimbra Summer Cup – rigor, transparência e sustentabilidade”. “Não é verdade que os autarcas, os políticos, sejam todos iguais” disse Francisco de Jesus, que acrescentou ter a junta de Freguesia do Castelo contribuido com “zero” para a dívida pública, e ainda que a CDU oferece a garantia do trabalho já efectuado, e a experiência.

Odete Graça Odete Graça, candidata à Assembleia Municipal, fez uma intervenção essencialmente centrada nas grandes questões políticas nacionais, e no seu reflexo sobre a vida da populações, e também sobre a capacidade de resposta das autarquias locais: “Não podemos estar indiferentes às politicas do governo, bastante gravosas, que provocam desemprego, que leva os jovens a terem de emigrar, num país que lhes deu formação, mas que agora não os aceita no mercado de trabalho: um estado em

estado de choque.” Relembrou Conceição Morais, a sesimbrense e dirigente do PCP falecida há um ano, e a representatividade da CDU na Assembleia Municipal desde o 25 de Abril. Relembrou projectos como o da Assembleia Municipal de Jovens, e destacou a importância do “Papel nobre de fiscalização que deve ser desempenhado pelos deputados municipais em plena posse dos seus direitos e deveres.”

Augusto Pólvora Augusto Pólvora, candidato à Câmara Municipal, começou por dar uma nota pessoal à sua intervenção, depois de referir os prejuízos que as famílias sofrem pelo afastamento de casa de membros seus, devido a funções políticas, mas acrescentou não existirem só desvantagens: “a minha mulher aproveitou o facto do meu filho mais novo ter já maior autonomia, resolveu voltar à escola, e está a poucos meses de acabar uma licenciatura em Serviço Social” – declaração que desencadeou um dos vários momentos em que a sala ovacionou as intervenções. Avaliando os anteriores mandatos da gestão CDU, referiu que se tem estado “a construir um futuro sustentável para os sesimbrenses.” Salientou a “votação histórica” das últimas eleições, e referiu ter o último mandato “terminado por dificuldades financeiras de que não há memória a nível autárquico, resultante da crise económica, financeira e social em que o pais vive desde 2008. Apesar disso, é com orgulho que olhamos para o imenso trabalho realizado.” Foi extensa a lista de investimentos e acções realizados nos mandatos CDU e referidos pelo candidato, dos quais destacamos “uma revolução no parque escolar, com 3 novas escolas e a qualificação da frente marítima de Sesimbra é hoje uma realidade, permitindo a instalação do Museu do Mar: o sonho impossível de gerações de sesimbrenses torna-se realidade com a devolução integral da Fortaleza de Santiago à população.” Destaque também para o saneamento da Freguesia do Castelo, levando a que quase 90% da população esteja abrangida, bem como centenas de pro-

jectos e acções na esfera da educação, cultura, desporto, juventude, acção social e desenvolvimento económico.” Respondendo a críticas do PS, disse que “os fundos comunitários perderse-iam se não fossem aproveitados, e além disso são geradores de receitas directas e indirectas, além impacto directo na vida social das famílias.” Referindo-se ainda ao PS, afirmou: “Não podendo desmentir a realidade do trabalho desenvolvido pela CDU, O partido Socialista procura esconder-se nos números da dívida de curto prazo, para anunciar a falência financeira e política da gestão da CDU. Procura criar alarmismo com o recurso ao PAEL, omitindo que nos seus mandatos também recorreu a um mecanismo idêntico, então com o apoio da CDU. Esconde dos sesimbrenses que a dívida total da Câmara triplicou nos dois mandatos do PS. Esconde aos sesimbrenses que uma parte substancial dos problemas financeiros que a Câmara tem hoje decorrem das políticas erradas dos seus governos.” Continuando a referir-se ao PS, disse que este partido “Apelida os vereadores da CDU de incompetentes, e enaltece o trabalho do seu vereador, dizendo que a sua obra que não é mais conhecida porque o Boletim Municipal o omite. A realidade é que recusou a aceitar pelouros, apesar de lhe serem propostos, e apresentou apenas 7 propostas, num total de 2012: a vergonha devia ter limites.” Augusto Pólvora terminou dizendo que a candidatura da CDU está centrada em 3 eixos fundamentais: “Consolidação da requalificação do território do concelho, com a conclusão da rede de saneamento e requalificação urbana, a franca melhoria das acessibilidades internas e externas, assente na requalificação da rede viária e novo plano de acessibilidades; o desenvolvimento económico do concelho, com criação de emprego através dos projectos de desenvolvimento turístico em curso e projectados e potenciação das actividades económicas tradicionais, como a pesca, a agricultura e floresta. Uma aposta centrada na afirmação da nossa identidade e da nossa cultura – uma visão optimista do concelho, que contrarie o clima depressivo com que a troika e os seus agentes nos querem matar.”


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Festival de cinema Finisterra Vitória do Dubai, com escasso público a ver os filmes A 2ª edição do Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival terminou com a vitória do filme “Discover a City of Endless Possibilities”, uma produção do Dubai, realizado pelo órgão responsável pelo Turismo daquele país. Para além do ter averbado o Grande Prémio do Finisterra, ganhou ainda nas categorias de melhor motografia, melhor documentário na categoria “destinos”, melhores efeitos visuais e pós-produção e melhor filme de divulgação/promoção. No entanto, foi escassa a presença de público nas sessões de apresentação dos filmes que, em Sesimbra, decorreram entre 8 e 11 de Maio. Particularmente notado foi o facto de no dia 8, em que foram apresentados dois filmes que focavam temas de Sesimbra, não ter estado presente ninguém ligado aos filmes, nem autores nem participantes nas filmagens. Um dos filmes apresentados nesse dia, com o título “O Rosto do Ofício”, centrava-se em Acácio Vidal Farinha, o último grande mestre da carpintaria naval de Sesimbra, e que mora a escassos metros do Cine-teatro João Mota – mas que não foi informado sobre a projecção do filme. Outro filme com temática especificamente sesimbrense foi “O Processo de Moagem no Moinho do Outeiro”, um documentário muito interessante sobre o funcionamento do moinho de vento recuperado na Azoia. Na sessão de filmes do dia 9 de Maio, foi projectado o magnífico documentário “Arrábida: da Terra ao Mar”, Luis Quinta e Ricardo Guerreiro, também com muito pouco público presente. Este filme ganhou o 1º prémio da categoria “Natureza e Vida Selvagem”. A sessão de abertura do Finisterra decorreu em Setúbal, na manhã do dia 8, numa sessão que incluiu uma conferência sobre o tema “O Cinema e o Turismo”. O Festival incluiu ainda uma exposição de fotografias da China, no Hotel do Mar, e a apresentação dos livros de Alexandrina Pereira (“Arrábida, Meu Amor meu poema”) e de Fernando Alagoa (“Os Senhores do Universo e a Princesa Demónio”) .A sessão de encerramento, que teve lugar em Sesimbra, no dia 12 de Maio, para além da apresentação dos vencedores e entrega dos prémios, contou ainda com um momento artístico, em

Fayha Sultan, gestora de marketing do governo do Dubai, esteve em Sesimbra para receber os cinco prémios outorgados ao filme “Discover a City of Endless Possibilities“. que Cinco diplomatas da Embaixada da China em Portugal apresentaram um pequeno recital de músicas tradicionais chinesas. O programa social dos convidados, para além de visitas aos marcos turísticas da região, incluis ainda um passeio a bordo da “Vera Cruz”, réplica de uma caravela das descobertas, ao longo da costa da Arrábida. Após o encerramento do Finisterra o seu director deslocou-se até Cannes, onde decorria o conhecido festival de cinema, com o objectivo de “mostrar todas as potencialidades da região, mas também confirmar a criação da Arrábida Film Commission”, a qual, segundo Carlos Sargedas, “neste festival conseguiu já trazer até nós 3 produtores internacionais que aceitaram o desafio de Carlos Sargedas e virão começar a trabalhar ainda este ano e no próximo para filmar em Sesimbra, Arrábida e Cabo Espichel”. J. A. Aldeia

O filme “O Processo de Moagem do Moinho do Outeiro”, de José Pereira, Rui Rodrigues e Sónia Faria Lopes, foi um dos mais interessantes documentários apresentados na 2ª edição do Finisterra. Com uma duração próxima dos 30 minutos, documenta diversos aspectos duma tecnologia que foi dominante em Sesimbra até meados do século XX - a dos moinhos de vento. Neste caso, este moinho da Azoia,voltou a ser colocado em funcionamento pelos seus proprietários, integrado num projecto de recuperação do património cultural do concelho de Sesimbra.

Filmes premiados Grande prémio Finisterra

Discover a City of Endless Possibilities

Turismo Religioso

The Camiño Never Ends

Praia e Mar

República Dominicana Lo Tiene Todo

Viagens

Alentejo, tempo para ser feliz

Destinos

Discover a City of Endless Possibilities

Mergulho

Atântica Madeira

Natureza e vida selvagem

Arrábida – da Serra ao Mar

Locais na História

Buon Compleanno, Ateneo Veneto!

Vida humana

Oeste, Terra de Vinhedos e de Mar

Prémio especial

Lisboa Unforgetable

À Descoberta de Santa Maria

Melhor sonorização

Escape to Saint Lucia

Inovação e criatividade

Moscatel de Setúbal

Efeitos visuais e pós-produção

Discover a City of Endless Possibilities

Melhor guião

Enjoy China in Different Ways

Melhor música / banda sonora

Córdoba - Vida e Génio

Melhor fotografia

Discover a City of Endless Possibilities

Melhor filme publicitário

Marrocos

Melhor filme de div. / promoção

Discover a City of Endless Possibilities

Melhor documentário

Escape to Saint Lucia

Um pouco da história de vida do mestre carpinteiro naval Acácio Vidal Farinha encontra-se no filme “O Rosto do Ofício”, do realizador André Mendes.


O SESIMBRENSE | 1 DE JUNHO DE 2013

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O Setubalense suspende publicação O jornal O Setubalense suspendeu a sua publicação. Num comunicado emitido pela entidade proprietária, informa-se que “em resultado das continuadas dificuldades, que a crise veio acentuar, não resta outra alternativa razoável senão a suspensão temporária, e por tempo indeterminado, da edição deste Jornal, esperando que num futuro próximo, e noutras condições, este prestigiado título possa voltar às bancas.” Durante as últimas décadas O Setúbalense tinha periodicidade tri-semanal, mas passou recentemente a bi-semanal, um primeiro sinal das dificuldades por que passava. O jornal publicava-se desde 1916. Embora os seus editores reivindiquem uma antiguidade que remontaria a 1855, a verdade é que o jornal que iniciou a publicação nessa data, deixou de se publicar ao fim de dois anos. Apesar da coincidência do nome, o jornal que iniciou a publicação em

1916 (quase 60 anos depois) era um outro projecto editorial. É um caso semelhante ao que ocorreu com o título O Sesimbrense, que surgiu em 1894: no entanto, tratava-se dum projecto distinto daquele que Abel Gomes Pólvora iniciou em 1926, e pela mesma razão não faria sentido O Sesimbrense reivindicar 119 anos de idade: os nossos quase 87 anos já nos pesam o suficiente… Mas a história d’O Sesimbrense encontra-se intimamente ligada à d’O Setubalense: nas suas primeiras décadas de existência, o periódico fundado por Abel Gomes Pólvora era impresso na tipografia d’O Setubalense, e a sua paginação era também da responsabilidade de Luis Faria de Trindade, na altura director do periódico sadino. Actualmente, e depois de ter percorrido outras tipografias, o nosso jornal é impresso na Tipografia Rápida de Setúbal, do mesmo grupo económico que publica O Setubalense.

Novos sentidos de circulação e estacionamento pago já nas próximas semanas É já a partir do dia 3 de Junho que se altera o sentido do trânsito em importantes artérias da vila de Sesimbra, conforme noticiámos na nossa anterior edição. Estão neste caso as ruas Joaquim Marques Pólvora (rua do Forno), Dr. Peixoto, dos Operários Marítimos, D. Dinis, D. Sancho I, Alfredo Batista e José Pinto Braz (que passa a poente do cemitério). A rua Professor Fernandes Marques (que sobe da marginal, junto ao restaurante Ribamar, para o largo Infante D. Henrique), actualmente com dois sentidos, passa a ter apenas sentido único (de sul para norte). Esta alteração surge em consequência de uma série de reivindicações de empresários do ramos da restauração e bebidas, que levaram também a Câmara a alterar os valores praticados para as ocupações da via pública com esplanadas.

Tarifas entre 20 a 25 cêntimos por cada 15 minutos Já a instalação de lugares tarifados, que deverá ocorrer a partir de 15 de Julho, está prevista a colocação de 686 parquímetros, dos quais 395 serão classificados como de curta duração, e 348 de longa duração. No primeiro caso o estacionamento estará limitado a um máximo de 3 horas. Nos restantes casos esse estacionamento pode ir de 6 até 13 horas. Com esta tarifação do estacionamento, a Câmara pretende “evitar o estacionamento abusivo, melhorar a circulação e aumentar a oferta de lugares”. Quanto a valores a pagar, o estacionamento custará entre 20 a 25 cêntimos por cada período mínimo de 15 minutos, conforme seja a época baixa (entre Setembro e Junho) ou alta (Julho e Agosto).

Em Sesimbra não são raras situações como esta, em que equipamentos de empresas “públicas”, sinalização municipal e viaturas privadas, se conjugam para dificultar a vida dos peões, nomeadamente nos casos de mobilidade reduzida. No entanto, serão também criadas zonas de estacionamento gratuito para moradores e para os que exerçam actividade profissional na vila, sendo a identificação destes casos feita com recurso a cartões que em breve serão disponibilizados pela Câmara. O serviço desta tarifação será concesisonado a uma empresa privada, que ficará igualmente responsável pela fiscalização e penalizações. Esta con-

cessão terá ainda de ser aprovada pela Assembleia Municipal. Ainda segundo informação da Câmara Municipal, nas situações em que sejam detectadas infracções, “o automobilista terá efectuar o pagamento correspondente a um dia de tarifário, podendo faze-lo através de Multibanco. Em caso de infracção continuada, poderá haver lugar a coimas e bloqueamento da viatura”.

Clube Sesimbrense (Grémio) promove actividades culturais A nova Direcção do Clube Sesimbrense (Grémio) tem já em curso um conjunto de actividades culturais, de que se d e s t a c a m concertos musicais e um ciclo de filmes, ao mesmo tempo que apela para que surjam outras iniciativas que poderão ter acolhimento nas suas instalações. O ciclo de cinema, agendado para todas as noites de quinta-feira, já acolheu películas como “Doze Homens em Fúria” (“12 Angry Men”), um clássico realizado por Sidney Lumet, e “Vingança Redentora” (“Dead Man’s Shoes”), realizado por Shane Meadows. Uma noite por semana dedicada a jogos de mesa, e uma exposição de fotografia de José Carlos Nero, são outras iniciativas levadas a cabo pela jovem equipa que assumiu os destinos da centenária colectividade. O concerto mais recente ali realizado, esteve a cargo do Mila Dores Soul Quarteto. Tal como já referimos na notícia da nossa anterior edição, os novos dirigentes do Grémio fazem um apelo para que surjam outras iniciativas culturais nas suas instalações, ao mesmo tempo que incentivam a adesão de novos sócios, que poderão usufruir das instalações e iniciativas que ali se vão realizar a um ritmo, ao que tudo indica, crescente. O Grémio Philarmónico foi fundado em 1853, com actividades associadas à música (com a constituição de uma banda filarmónica) e ao teatro. O Grémio esteve também na origem do associativismo cultural de Sesimbra, pois quer a Sociedade Recreativa Impressão Musical (antecessora da Sociedade Musical Sesimbrense) quer o Clube Recreio Sesimbrense (ou Refugo, recentemente extinto) tiveram origem em cisões do Grémio. Durante algumas décadas, a política partidária misturou-se com este associativismo, tomando o Grémio uma coloração politicamente mais conservadora, e a Músical uma postura mais à esquerda, divisão que ficou plasmada nas amáveis alcunhas de Coques (os do Grémio) e Trapilhas (os da Musical), mas tudo isso tomou o seu devido lugar na História, e hoje ambas as colectividades apostam no desenvolvimento de actividades culturais que valorizem a comunidade sesimbrense, em conjunto com muitas outras associações culturais que entretanto se formaram.


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Coligação “Abraçar Sesimbra” apresentou candidatos A coligação eleitoral Abraçar Sesimbra, que reune os partidos PPD-PSD e CDS-PP, fez a apresentação dos seus candidatos às próximas eleições autárquicas, com indicação dos cabeças de lista às diversas autarquias, e apresentação de algumas ideias que integrarão o programa eleitoral. A apresentação decorreu no restaurante Capítulo, nas instalações do Clube Naval de Sesimbra. Igor Feio, presidente da concelhia do CDS-PP, esteve presente e justificou o não terem ainda sido divulgados os nomes do CDS nesta coligação, embora já se encontrem apontados. Referiu que esta coligação existe já há 16 anos em Sesimbra, embora não tenha existido no último mandato. Joaquim Mendes Dias, presidente da comissão concelhia do PSD, lembrou que esta coligação visa retomar o trajecto que já foi feito no passado, de coligação entre os dois partidos. Acrescentou que a coligação tem “todas as condições para apresentar aos sesimbrenses e aos quinta-condenses, propostas que façam a diferença entre aquilo que tem sido a administração da CDU, para que possamos ter mais investimento e mais crescimento, quer na área do turismo quer também na área da economia social.” Teresa Lourenço será a cabeça de lista à freguesia da Quinta do Conde, numa lista onde também participará Igor Feio. Na freguesia do Castelo, será Mónica Vitoriano a encabeçar a lista, tendo já integrado a lista do PSD à Câmara, nas ultimas eleições. Para Santiago, a candidata será Conceição Nero Gonçalves. Para a coligação, este peso de mulheres dá “um toque em termos de sensibilidade, que é importante em termos de política.” Mendes Dias será o cabeça de lista à Assembleia Municipal de Sesimbra, sendo José Manuel Lobo da Silva o número dois – mas foi já revelado que será Lobo da Silva o líder da bancada. Francisco Luís, actual vereador do PSD, será o can-

tudo faremos a nível político.” Outros domínios a valorizar serão o Património, e “também uma aposta na cultura, uma vida cultural própria e não realizações esporádicas como actualmente acontece”. Uma ideia que a coligação defende é a de um Fórum Cultural na Quinta do Conde. Além disso, “O cine-teatro João Mota e a Biblioteca Municipal devem ser postos ao serviço da cultura, com uma programação mais dinâmica do que aquela que hoje tem.” Outra ideia adiantada pela coligação foi a de que “O apoio às Instituições de Solidariedade deve ser feito de forma clara e transparente, para que todos saibamos aquilo para que estamos a contribuir.” No domínio económico, a coligação defende que “o Concelho deve apostar claramente no Turismo e criar nichos de mercado em termos turísticos”; uma ideia avançada desde já, é a de um parque de caravanismo. No campo da saúde, o diagnóstico é que “as unidades de cuidados são insuficientes, e tudo faremos para que centros de saúde tenham as valências e horários para servir as populações, os residentes e os que nos visitam. Estaremos contra qualquer medida que possa vir a por em causa o fecho ou redução de horário do SAP.” No domínio do urbanismo e mobilidade, foi apontada a necessidade de construção do quartel da GNR na Quinta do Conde bem como um novo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, pois “sabemos que é uma aspiração dos corpos sociais eleitos recentemente.”

Outra ideia adiantada pelo candidato foi a de que a escolha dos munícipes vai ser uma fácil, porque apenas têm duas opções: “só pode ser entre a CDU - que já sabemos o que dá, já temos dois mandatos para perceber - e o PSD, que tem uma visão muito mais moderna do poder autárquico, que vai ter um projecto que vai corresponder às espectativas, nas áreas já referidas e muitas mais que a seu tempo serão apresentadas.” Francisco Luís acrescentou: “Porque da parte do PS já sabemos que não podemos esperar nada: não têm uma visão para o concelho, não têm um projecto para o concelho, e quando se lança o repto de que podem contribuir e colaborar, com a hipótese de terem pelouros, não aceitam - portanto não querem trabalhar em prol das populações e em prol do concelho.” Referindo-se à atitude do Governo face às autarquias locais, disse: ”As politicas deste Governo em relação as autarquias, e nomeadamente em relação aa Sesimbra, têm sido politicas de ajuda e de contributo para que a autarquia tenha maior saúde financeira e possa apresentar projectos, fazendo com que esteja em condições de se apresentar ao eleitorado em muito melhores condições. Se não fosse este Governo, que disponibilizou ferramentas financeiras, a nossa economia não teria a saúde financeira que hoje tem.”

Carlos Filipe Oliveira

Referindo-se ao trabalho do PSD na Câmara, Francisco Luis elogiou o trabalho de Carlos Filipe Oliveira, que o antecedeu como vereador, nomeadamente no domínio da modernização e qualidade, “que ninguém tinha tido a coragem de iniciar, e que ainda hoje dá frutos, contribuindo para uma autarquia mais eficiente e mais virada para os cidadãos, o que, no meu entender, não teve durante este mandato, a continuidade que deveria ter.” Francisco Luis adiantou ainda que “Temos que mexer na estrutura orgânica da Câmara, que não esta adaptada à realidade, não está adaptada áquilo que são os projectos e as grandes opções do município.” Exemplificando esta ideia, disse não perceber “como é que a questão do turismo é uma opção estratégica de Sesimbra, e o turismo não tem uma divisão na Câmara Municipal. Posso dar mais exemplos: o caso da Acção Social, tão importante, e que tinha uma Divisão, mas que e foi extinta.” Respondendo a uma pergunta do nosso jornal sobre a limitação imposta pelo Governo ao número de Departamentos e Divisões nas Câmaras, Francisco Luis deu como exemplo de uma estrutura orgânica que existe, mas numa área com menos importância do que o Turismo, a da Informação Geográfica, apesar de “todo o mérito que tem”.

Carlos Felipe Oliveira, mandatário da coligação, salientou a aposta nas potencialidades económicas viradas para o mar, pescas e hotelaria, turismo, acrencentando que nas iniciativas a tomar se deve ter o cuidado de não fazer “com que a Autarquia torne a cair numa situação de endividamento e de completa paragem em termos de investimentos.” Disse ainda esperar desta coligação “trabalho, orientação, pés na terra, sem grandes fantasias, já que estas normalmente não dão grande resultado e custam dinheiro”. Defendeu um projecto “que seja realista, em que a população se reveja. didato a presidente da Câmara, numa lista que integrará ainda Graciete Carvalho, Artur Pereira e Adriana Rodrigues. Para a coligação, “A educação tem de ser valorizada, dotando Sesimbra de uma capacidade de resposta que hoje não vemos nesta gestão da CDU – queremos a requalificação dos equipamentos escolares, e que o parque escolar seja aumentado e valorizado”. Considerando que “pouco foi feito nesta área”, Mendes Dias adiantou que “esperamos nos próximos quatro anos ver edificada a escola na Quinta do Peru, e para isso

Francisco Luís Francisco Luís, actual vereador do PSD, será de novo o cabeça de lista. Procurando uma palavra para definir o espírito da candidatura, disse só lhe ocorrer uma coisa: “Que é trabalho. Aceitado pelouros, tornando consequente o voto que as pessoas depositam em nós, caso contrário sentir-me-ia defraudado” – acrescentou, numa crítica ao facto do PS não ter aceitado pelouros neste mandato.

Modernização, qualidade e estrutura da Câmara


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Luísa Gaboleiro campeã Ténis nacional de Sprint - D50 Campeonato Regional Interclubes (seniores) Realizou-se no dia 1 de Maio a final de seniores do Campeonato Regional de Clubes da Associação de Ténis de Setúbal. O encontro decisivo teve lugar no Centro Municipal de Ténis de Sesimbra, entre o Clube Escola de Ténis de Sesimbra e o Clube de Ténis de Setúbal. A equipa a representar o clube setubalense, onde militam jovens formados e naturais de outras localidades, demonstrou uma clara superioridade vencendo por 5x0. Registe-se que alguns destes atletas integram

A atleta do Grupo Desportivo União da Azoia, Luísa Gaboleiro, sagrou-se no passado dia 5 de Maio, em Buarcos, campeã nacional de Sprint – D50, em orientação pedestre. Nesta competição, dos campeonatos nacionais pedestres de distância longa e sprint, estiveram presentes cerca de 462 atletas, que lutaram pelos lugares cimeiros dos diferentes

escalões. O Grupo Desportivo União da Azoia, fez-se representar na competição com vários atletas, distribuídos em diferentes escalões. Realce para Luísa Gaboleiro, que além de conquistar o título em Sprint – D50, garantiu a terceira posição, no somatório das duas provas em que participou.

III Regata Festival de Sesimbra Teve lugar nos dias 24, 25 e 26 de Maio, a III Regata Festival de Sesimbra. Esta prova, organizada pelo Clube Naval de Sesimbra, englobou três regatas distintas, realizadas em cada um dos três dias. A primeira, realizada na sexta-feira, consistiu num percurso entre Lisboa e Sesimbra. Os vencedores da prova, ANC A - Sail 4 us; ANC B - Feng shui; ANC D – Blangai, chegaram já perto das 11h00 da noite ao porto de

um projecto de pré-profissionalismo, treinando diariamente e espreitando a oportunidade de integrar o nível mais alto do ténis nacional e internacional. Os jogadores do CETSesimbra, estão contudo de parabéns, conseguindo pela segunda vez o vice-campeonato enriquecendo o palmarés do clube sesimbrense. Fábio Rocha, Marco Pires, André Aldeia, Jorge Ponte e Leonardo Maricato, representaram o emblema do nosso concelho.

Sesimbra. No dia seguinte realizouse na baía de Sesimbra uma regata num percurso marcado por bóias com a duração de cerca de uma hora e meia, sendo as embarcações ANC A – Anthea, ANC B – Tagarote e ANC D – Blangai, as vencedoras da prova. Já no Domingo, os cerca de 20 barcos participantes, voltaram a Lisboa, depois de três dias com excelentes condições para a prática da modalidade.

Campeonato Regional Interclubes Veteranos +45 Realizou-se no passado dia 19 de Maio a 1ª jornada (em atraso) do Campeonato Regional de Interclubes de Veteranos +45. O CET Sesimbra recebeu em casa no Centro Municipal de Ténis de Sesimbra (Maçã) a equipa do G.D.CTT e venceu por 3x2. Após a conclusão do campeonato o CETS terminou na 2ª posição, mercê de tangencial derrota por 3x2 com o Clube da Moita, encontro em que o CET-

Sesimbra actuou desfalcado de dois elementos por motivos profissionais. No entanto, apesar de ter falhado o tricampeonato, o clube sesimbrense, averba mais um vice e o correspondente apuramento para o nacional. Esta vitória foi conseguida pelos nossos jogadores, João P. Aldeia, Joaquim Barreira,José Galvão,Luis Esteves e Patrick de Wit.

Simão Pinto e Filipa Pinto vencem a 1ª etapa do Nacional de Skimboard 2013

Um jovem Sesimbrense de vocação Olímpica Através do jovem Fernando Rui, estudante universitário em Lisboa (Jornalismos/Comunicação social) pode dizer-se que Sesimbra marcou presença na XXIV secção da Academia Olímpica de Portugal realizada em Rio Maior (12.14 Abril p.p.) O Fernando Rui da geração dos Moletas e do “ti” Justino, foi um dos 16 jovens que melhoraram a sua cultura geral nos domínios do Olimpismo

ficando na condição de candidatos à atribuição de bolsas de estudo para Olimpia (Grécia), no Verão de 2014. Praticante de Ténis, bom aluno e leitor atento da Imprensa Regional, o Fernando Rui pode e deve aproveitar bem esta oportunidade que a A.O.P. lhe proporcionou. E o estímulo de bem representar Sesimbra não deve ser de menor importância.

Arrancou no passado dia 11, o SCS Surf Shop Pro - 1ª Etapa do Circuito Nacional de Skimboard 2013 na Lagoa de Albufeira. Esta prova, organizada pelo Surf Clube de Sesimbra em parceria com a Federação Portuguesa de Surf, contou com a participação de 44 atletas inscritos, dos quais se destacaram os atletas sesimbrenses Simão Pinto, primeiro lugar na categoria Open, seguido de João Guerreiro, e Maria Inês Fontan em segundo lugar

feminino, atrás de Maria Filipa Pinto “Pipa”, vencedora da categoria. Nos Sub-18 o vencedor foi Afonso Ruiz, seguido do atleta sesimbrense Valentyn Iznairskyy. Já em Sub-16, o Surf Club de Sesimbra ocupou o terceiro lugar através do atleta Francisco Novaes. Nos Sub-14 foi o atleta Francisco Vitoriano que arrecadou o primeiro lugar, à frente de Gonçalo Ramos, Bernardo Crespo e Miguel Silva.


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Assembleia Municipal de Jovens

A Assembleia Municipal levou a cabo mais uma edição da Assembleia Municipal de Jovens, este ano com o tema: “Educar para a Comunicação – Os jovens e a Promoção de Sesimbra”. Sendo o 10º ano em que tem lugar esta iniciativa, a Assembleia Municipal promoveu a inauguração de um painel de azulejos alegórico, da autoria de Albino Moura (imagem de cima), com o tema: “10 anos a construir a cidadania com os jovens”. O painel encontra-se instalado junto à entrada do Auditório Conde Ferreira. Na sessão principal da Assembleia Municipal de Jovens (AMJ), no dia 18

de Maio, as escolas do concelho apresentaram as suas propostas sobre o tema, das quais apresentamos apenas alguns exemplos.. A Escola Secundária de Sampaio, tendo Gonçalo Jorge como relator, apresentou, entre outras propostas, a da criação de estágios em órgãos de comunicação social locais e de um jornal sobre Sesimbra na Internet, com participação de jovens, bem como um “Sesimbratube”e um “Sesimbrageographic”. A E.B. do Castelo, pela voz de Inês Garrau, propôs a publicação de um artigo no National Geographic sobre

Sesimbra e também a criação de uma rádio online. André Coelho, da Michel Giacometti, apresentou como exemplos: criar e/ou Dinamizar Rádios e/ou Jornais/Revistas nas escolas, fomentar o Intercâmbio entre as várias Rádios já existentes nas nossas escolas, criar um Canal Youtube para divulgar as atividades desenvolvidas no âmbito da A.M.J.e ainda a adopção da Escola por um “Padrinho Famoso” A EB Navegador Rodrigues Soromenho, através de Tiago Vidal, propôs a promoção de Flash Mobs, tendo Sesimbra como tema e realizados em

locais que dêem visibilidade às potencialidades turísticas do concelho, a formação para os jovens na área da comunicação social (encontros, workshops, seminários, cursos profissionais) e a criação dum concurso de curtas-metragens subordinado ao tema Sesimbra. A E.B. da Boa Água, por intermédio de Eduardo Marques, porpôs a criação da marca See…simbra, que atestaria a qualidade dos serviços e produtos do concelho, e a promoção de um concurso nas escolas da região através do qual se selecionaria uma mascote que representasse o concelho.


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