ANO LXXXVII • N.º 1175 de 1 de Julho de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)
Política Local
Partido Socialista apresentou candidatos autárquicos e programa eleitoral Nataliya Prymachenko
Sesimbra no século XIX
Os cabeças de lista às diferentes autarquias locais já eram conhecidos, mas o PS fez agora uma grande festa de apresentação, divulgando já uma grande parte do seu programa eleitoral, com destaque para a Economia. Página 11
Bloco de Esquerda apresentou candidatos O Bloco de Esquerda apresentou os seus candidatos: Adelino Fortunato volta a concorrer à Câmara, mas o candidato à Assembleia Municipal será José Guerra, substituindo nesta posição Carlos Macedo. Página 10
Trocou a grande cidade de Kiev por uma pequena vila à beira-mar, e a adaptação não foi fácil, mas hoje já trata Sesimbra como “a minha terra”. Página 9
Carlos Sargedas ainda sem assinaturas
O movimento de cidadãos “Sesimbra Unida”, promovida por Carlos Sargedas, já começou a divulgar os seus cabeças de lista, mas ainda não conseguiu juntar as assinaturas necessárias à formalização da candidatura. Página 10
Bombeiros exemplo de determinação Os Bombeiros Voluntários de Sesimbra têm estado em destaque no espaço público: o salvamento de um homem na serra do Risco colocou-os em segundo lugar num concurso promovido pelo Correio da Manhã.
Em 1896 gerou-se em Sesimbra um grande conflito entre os pescadores das armações valencianas e os proprietários das mesmas, traduzido em greves e manifestações. Surpreendido com a capacidade mobilizadora e reivindicativa dos “operários marítimos”, o Governo man-
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dou então à vila piscatória um prestigiado oficial daPágina Marinha. 5 Dessa visita, em Março de 1897, resultou um extraordinário relatório, “A Indústria da Pesca em Sesimbra”, que retrata com pormenor a vila e os seus pescadores. [Na foto: Olinda da Conceição, da Associação de Classe das Operárias Conserveiras e Costureiras]
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Revolução no estacionamento A partir do dia 15 de Julho só se poderá estacionar no centro da vila, ou com cartão de residente, ou pagando.
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Editorial
Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266
nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74
nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30
Farmácias de Serviço
Com o apoio:
Farmácia da Cotovia
212 681 685
Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia
Farmácia de Santana
212 688 370
Estrada Nacional 378, Santana
Farmácia Leão
212 288 078
Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra
Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra
212 233 028
A parte difícil da política A efeméride dos 10 anos de Assembleia Municipal de Jovens e a publicação do livro contendo as propostas apresentadas pelos jovens estudantes participantes nessa iniciativa, permitem uma reflexão sobre o que realmente lhes é solicitado, e sobre o que efectivamente resulta desse processo de participação numa simulação dos mecanismos democráticos. Segundo a análise feita pela própria Assembleia, ao longo deste processo os jovens aprendem um conjunto de competências, tais como (a) identificar problemas; (b) analisar problemas; (c) expor uma ideia publicamente; (d) argumentar; (e) lidar com as instituições. Ou seja, “Os jovens identificam os problemas da sua comunidade e procuram encontrar soluções”. Pretende-se também que “desenvolvam o raciocínio e a criatividade aplicada”; num outro texto, às capacidades referidas acima, acrescenta-se a de “atingir um consenso”. No texto escrito por Augusto Pólvora, pode ler-se: “O futuro está nas vossas mãos, por isso os vossos contributos são muito válidos.” Se levarmos a fase à letra, encontramos aqui a ideia de que uma vez que o futuro é dos jovens (passando por cima do facto de que, quando atingirem posições de poder, já não serão tão jovens quanto isso), tudo o que façam em termos de aprendizagem para o futuro, será sempre positivo. Atrevo-me a divergir desta suposição. A Assembleia Municipal de Jovens tem os seus custos: mobiliza meios humanos e técnicos, com custos de oportunidade elevados (o custo de oportunidade é o da melhor alternativa à aplicação do tempo que requerido por determinada actividade). A minha dúvida é a seguinte: não me parece que no processo das Assembleias Municipais de Jovens eles sejam verdadeiramente confrontados com as duas questões basilares da Política: a divergência ideológica e a necessidade de limitar as iniciativas aos recursos disponíveis. A divergência ideológica pode colocar-se do seguinte modo: existem sempre diferentes maneiras como uma sociedade pode estar organizada – por exemplo: valorizando mais o colectivo, ou valorizando mais a liberdade individual; com maior peso do Estado, ou com menor, etc. Todas estas opções são legítimas e é através do processo democrático que se devem encontrar as soluções escolhidas pela comunidade de eleitores.
Normalmente as opções ideológicas são traduzidas através dos Partidos, embora também o possam ser através de grupos de cidadãos fora do quadro partidário. As alternativas ideológicas não podem é ser substituídas por supostas soluções “técnicas”, ou “científicas” –������������������������������������ nesse caso bastaria colocar os melhores cientistas no Governo. Mas não é assim que a Democracia pode funcionar. A necessidade de limitar as iniciativas políticas aos recursos disponíveis é o grande constrangimento colocada àqueles que exercem cargos de poder executivo – por exemplo, numa Câmara Municipal. O número de actividades ou investimentos que podem ser realizados são limitados pela exiguidade dos recursos humanos, técnicos e financeiros – aspecto dolorosamente comprovado pela difícil situação económica e financeira que Portugal atravessa. Eu também elogio a Assembleia Municipal de Jovens. Mas atrevo-me a divergir da maioria – que se fica por esse elogio ������������������������������ –����������������������������� e a propor que existe um melhor caminho para exercitar os jovens no exercício da cidadania política. * * * Não há dúvida que é necessária muita coragem política para introduzir alterações tão profundas ao trânsito automóvel na vila de Sesimbra, particularmente nesta altura, em que as solicitações de estacionamento aumentam enormemente com o afluxo de turistas – a que acrescem as férias dos próprios sesimbrenses, muitos dos quais deixam de levam para fora da vila os seus automóveis, durante a semana de trabalho. É muita coisa, aquela que pode correr mal neste processo, que exige um elevado comportamento cívico dos automobilistas – o qual não tem existido até aqui – juntamente com uma fiscalização policial consistente e permanente – igualmente escassa até agora. Mas nem isso resolverá todos os problemas emergentes. Muita gente que não tem direito a cartão (de residente ou de actividade profissional) tem fortes ligações familiares à vila, e sente-se injustamente excluída neste processo. A Câmara poderá explicar que o objectivo pretendido com a nova regulamentação, para o bem de todos, prevalece sobre eventuais direitos a que alguns julguem ter direito. Poderá explicar, mas não lhes explicou, ou pelo menos não os convenceu ainda. João Augusto Aldeia
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Assembleia Municipal aprovou Plano da Lagoa A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu no passado dia 21 de Junho com uma extensa ordem de trabalhos, obrigando à sua repartição por duas sessões daquele órgão autárquico.
Augusto Pólvora justificou a demora de todo o processo devido a alterações legislativas ocorridas desde então, mas congratulou-se com o resultado obtido com todo este processo, em grande
O primeiro ponto da ordem de trabalhos foi a apresentação das propostas aprovada em Assembleia Municipal de Jovens (foto de cima), que foram seguidamente votadas e aprovadas pela Assembleia, passado a ser consideradas como recomendações da Assembleia Municipal à Câmara. O grande assunto em apreciação era a proposta de Revisão do Plano de Urbanização da Lagoa de Albufeira, após a sua aprovação pela Câmara e subsequente sujeição a debate público, assuntos que já desenvolvemos em anteriores edições, respectivamente de Abril e Maio do corrente ano. O presidente da Câmara fez uma resenha histórica da urbanização da Lagoa e do processo de revisão, que no essencial já reproduzimos nas referidas notícias de anteriores edições.
medida já materializado no terreno: “Quem daqui fôr à Lagoa não a reconhecerá como uma área de génese ilegal. Hoje a Lagoa tem uma imagem altamente favorável, melhor do que a de muitas urbanizações desenhadas de raiz no papel.”
A linha de água que não existe
José Alexandrino, técnico municipal responsável pelo gabinete da Lagoa de Albufeira e das AUGIs em geral, fez uma apresentação apoiada em imagens, onde mostrou diversos momentos históricos do processo, chamando a atenção para uma característica im-
Regulamento – elemento essencial do Plano – “é uma peça quase de ouro, pela simplicidade com que vamos trabalhar com ele.” Remontando ao início da ocupação ilegal, foi referido que eram colocadas tendas junto à água, por volta dos meses de Abril, a fim de “marcar” terreno, de tal forma que a marginal da Lagoa que hoje está a ser formulada, “era uma típica favela brasileira, no pior sentido da palavra.” Outros marcos históricos referidos por José Alexandrino foram a ligação das primeiras 10 habitações à rede pública, em 1993 (logo com baixada subterrânea, numa parceria muito importante entre a Câmara e a EDP), a entrega dos primeiros 5 loteamentos da Lagoa, em 1997, e, em Dezembro de 2002, a ligação das primeiras casas à rede de água. Outro marco foi a aprovação do Plamo de Ordenamento de Orla Costeira (POOC), embora, segundo José Alexandrino, com défice de iniciativa por parte do Governo. José Alexandrino terminou afirmando que “Hoje há respostas à Lagoa de Albufeira”, e destacou a capacidade de iniciativa das AUGIs. Nas intervenções de deputados, Rui João, da CDU, referiu estarmos “perante um momento históricos perante o qual nos devemos congratular”, destacando que “tal se deve também aos proprietários e habitantes da Lagoa.” Manuel José Pereira, do PS, disse subscrever o que dissera Rui João, destacando ainda o papel de José Alexandrino: “O Alexandrino é a Lagoa e a
portante do Plano de Urbanização da Lagoa: “Ao contrário do Plano Tecnológico da Carrasqueira, onde há críticas no sentido: –“Porque é que fizeram já este Plano? Agora isto não vai dar nada”, aqui é ao contrário: viramos a página, viramos da noite para o dia. Aqui estamos a aprovar um Plano, mas ele está feito praticamente.” José Alexandrino referia-se ao facto do Plano servir para regularizar uma situação de facto, a construção de génese ilegal na Lagoa de Albufeira, mas cujas zonas urbanizadas foram sendo qualificadas ao longo de todos estes anos, com a intervenção das AUGIs, e com acompanhamento das autoridades, de tal forma que o Plano, embora tenha este nome, traduz o que já se encontra implantado no terreno e em condições de ser legalizado, com a qualidade urbanística já antes referida pelo presidente da Câmara. José Alexandrino considerou que o
Lagoa é o Alexandrino, sem desprimor para mais ninguém.” A seguir, numa parte da sua intervenção que despertou alguma agitação na sala, formulou votos de “Que grande parte dos residentes que são ainda sazonais, passem rapidamente a residentes no Concelho, se inscrevam cá como eleitores, votem em nós, porque nós merecemos, e penso que os lagoenses também.” O sentido equívoco da frase, que poderia ser interpretada como um apelo a um voto no seu Partido, obrigou Manuel José Pereira a precisar: “Quero dizer: que votem em nós todos! Autarcas do Concelho, nos sesimbrenses!” Helena André, da CDU, em declaração de voto, expressou também tratarse de um momento histórico para o Concelho de Sesimbra, salientando o papel da participação das populações, “numa das regiões do Concelho com melhor qualidade de vida.”
Ecológica Nacional (REN), impedindo assim que o Plano da Lagoa, nesta versão, vá tão longe quanto deveria ir. Toda a gente, incluindo a Administração Central, sabe que a linha de água não existe, mas tem de actuar como se ela existisse: só uma alteração da REN poderá mudar a situação. Se o Plano em discussão não incluísse essa linha de água inexistente, seria chumbado pela CCDR. Uma alternativa seria aguardar uma alteração da REN, que já se encontra em curso: mas isso significaria mais atrasos. A opção tomada pela Câmara foi a de colocar o Plano de Revisão em aprovação, fingindo que a linha de água existe, de modo a conseguir a sua aprovação, e emendá-lo logo que a REN seja alterada: “na versão que trazemos hoje, essa linha de água foi desenhada, o que trará algumas condicionantes à AUGI 3, mas que poderão ser rapidamente ultrapassadas, pois acredito que pouco tempo depois deste Plano estar publicado no Diário da República, teremos um despacho favorável da CCDR.”
Um Plano já realizado
Um pormenor do processo detalhado por Augusto Pólvora permite compreender as “armadilhas” que por vezes fizeram atrasar todo o processo: é o caso duma “linha de água inexistente”, mas que pelo facto de se encontrar em algumas cartas topográficas antigas, acabou por ser registada na Reserva
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Sesimbra Summer Cup Quando a Festa cresce e internacionaliza-se Foi à Praça A terceira edição deste evento desportivo, com início agendado para o próximo dia 3 de Julho, fica marcada pelo crescimento do número de equipas participantes (67), pelo aumento de modalidades (este ano com a novidade do futebol feminino) e pelo alargamento a equipas espanholas: uma equipa de Badajoz (em sub-11) e outra do Clube Estremadura Central (em sub-15). A cerimónia de apresentação e de sorteio dos jogos teve lugar no passado dia 8 de Junho no cine-teatro João Mota, com a presença das entidades organizadoras – Junta de Freguesia do Castelo e clubes desportivos de Sesimbra (GDS), Zambujal (ACRUTZ) e Alfarim (GDA). Entre as outras organizações presentes encontravam-se a Associação de Futebol de Setúbal, a Federação Portuguesa de Futebol e o Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. Também presentes os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Sesimbra, respectivamente Augusto Pólvora e Odete Graça. No discurso de Francisco de Jesus, presidente da Junta de Freguesia de Santiago, foi realizado o balanço das edições anteriores, e a apresentação das novidades para o presente ano, nomeadamente o facto de ter sido feito o registo oficial da marca “Sesimbra Summer Cup” (SSC), e a da presença de um torneio de futebol feminino, em sub-17, com três equipas convidadas, como forma de fazer o lançamento e promoção desta modalidade. Francisco de Jesus recordou o momento em que nasceu a ideia do SSC, inicialmente apenas com o objectivo de proporcionar às crianças dos 3 clubes organizadores a possibilidade de participar num torneio alargado. No pri-
meiro ano participaram 32 equipas, no segundo ano 54, e as 67 do presente ano, segundo o orador, levam o torneio até aos limites da capacidade de organização, tanto em termos de recursos humanos e técnicos, como de dimensão das infraestruturas. Para além da vertente desportiva, Francisco de Jesus salientou a importância da vertente da dinamização da economia local e do turismo, pelo número de atletas (dois mil) e de familiares que os acompanham, com reflexos no sector hoteleiro e de restauração e bebidas de Sesimbra. Foram endereçados agradecimentos a todos os participantes e entidades que apoiam o SSC, com referência às parcerias com unidades hoteleiras, escolas e empresas, e um destaque especial para a Câmara Municipal, em termos de melhoria de instalações desportivas e de apoio logístico, tendo Francisco de Jesus endereçado um agradecimento especial ao vereador José Polido. Sebastião Patrício, presidente do Grupo Desportivo de Sesimbra, forneceu alguns dados técnicos: No escalão sub-9 participam 8 equipas, competindo em 2 séries; Nos escalões sub-11 e sub-13 participam 20 equipas em cada um deles, competindo em 5 séries cada; No escalão sub-13 participam também 20 equipas, competindo em 2 séries; No escalão sub-15 participam 16 equipas, competindo em 4 séries; No futebol feminino participam 3 equipas em sub-17. Finalmente, no futebol de praia, participam 22 clubes em 3 escalões: sub 11, sub-15 e sub-13, num total de 33 jogos No total, serão realizados 212 jogos, dos quais 33 de futebol de praia. As finais decorrerão no Zambujal (sub-9 e sub-15), Alfarim (Sub-13), Maçã (sub-11) e na praia do Ouro, em Sesimbra (futebol de praia). Mais informações sobre o SSC podem ser obtidas na página Internet: http://www.sesimbracup.jf-castelo.pt/
Depois dos documentários Amor ao Ofício e Água da Atalaia, o realizador Carlos Guilherme Rodrigues volta a enriquecer o património cultural sesimbrense com mais um filme de temática local, desta vez o grupo de teatro “De Vez em Quando” e a saga teatral, já traduzida em várias peças, em torno do personagem Evaristo. Durante o ano de 2012 Carlos Guilherme Rodrigues filmou ensaios e representações da peça O Evaristo vai à Praça, a que se seguiu o trabalho de montagem e pós-produção, tendo o filme – com o título Quando a Festa foi à Praça, sido estreado no cine-teatro João Mota no passado dia 9 de Junho. Em entrevista a’O Sesimbrense, Carlos Guilherme Rodrigues disse que a ideia para o filme lhe surgiu na sequência do bruaá que se ouviu “duma peça que tinha tido não sei quantas salas cheias, sessões esgotadas, e foi a cru que decidi ir ver os que estavam a fazer .” Decidido a fazer o filme, e “Mais uma vez aconteceu um processo de registar o real, ver o que estava a acontecer. Obviamente que a linha condutora do filme acaba por ser um texto que já existe, que é o da peça. Mas há uma construção de uma narrativa intercalar, uma narrativa das pessoas que trabalham na peça, paralelamente àquilo. Tentei mostrar aquilo que as pessoas nunca viram, se calhar o meu lado voyeur, de intromissão.” Um dos seus dilemas foi a impossibilidade de mostrar tudo o de interessante que filmara em bruto: “Não pude pôr
de dificuldade, aliás o som costuma ser chamado o parente pobre da imagem, que não é, mas há partes inaudíveis, o filme perdeu um pouco por isso.” Mas a reacção ao filme foi boa. Sala quase cheia e era visível a satisfação geral dos espectadores. Carlos revelanos que: “Disseram-me, pela primeira vez, uma das coisas que qualquer cineasta gosta de ouvir. Uma pessoa disse: eu ri e chorei.”
tudo o que apanhei. Fiz uma escolha dos clips, das peças que fui apanhando, de forma a construir a minha história. O filme começa pelo fim, há coisas que são óbvias, outras menos óbvias, mas não deixa de ser uma construção”.
ra, e a seguir propus ao grupo fazermos de novo o Evaristo.” E assim foi. O modelo foi modificado, já não entram poetas e fadistas, apenas um cantor: “Tirámos a poesia porque os espectadores queriam era ouvir a trama – diz Laura Pinto Correia – e estes espectadores já são diferentes dos que iam ouvir os fadistas e os poetas”. Revela-nos um pouco da nova peça, acabada de estrear: “Há um personagem que tem um segredo, que só no final é revelado, segredo que influencia o comportamento do Evaristo. E para não ser sempre o mesmo cenário, tudo se passa na rua, numa rua de Sesimbra.“ J. A. Aldeia
“One man show” Foi também um trabalho solitário, um one man show, o que provocou algumas limitações técnicas: “Nada do que aconteceu foi o ideal, o ambiente era adverso, ambientes de luz de tungsténio, na penumbra.” Também quanto ao som, admite que “não estava bom, foi uma gran-
Um teatro com História O Grupo de Teatro “De Vez em Quando”, protagonista do filme de Carlos Guilherme Rodrigues, tem uma história curiosa, que nos é contada por Laura Pinto Correia, um dos seus elementos mais antigos e autora dos textos. “Há alguns anos a Câmara de Sesimbra promovia espectáculos de fado, poesia e música popular no largo Eusébio Leão, um trabalho que era orientado pelo Mário João Sargedas. Fazíamos pequenos sketches, para dar entrada aos fadistas e aos poetas; alguns dos personagens que temos agora são desse tempo.” Depois o Mário João Sargedas faleceu e durante uns uns 10 anos não se fez nada. Foi Laura Pinto Correia que se lembrou de reavivar o Evaristo. “Eu tinha escrito uma peça de teatro para a festa de Natal dos Serviços Sociais da Câma-
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Bombeiros Voluntários de Sesimbra: Um exemplo de determinação
Vítima imobilizada, à esquerda da foto, na serra do Risco, em perigo de queda a 200 metros de altura. À direita, um elemento dos bombeiros, no momento em que se aproximava em seu socorro. Os Bombeiros Voluntários de Sesimbra têm estado em destaque no espaço público: o salvamento de um homem preso na serra do Risco, em perigo de queda a 200 metros de altura, trouxe-lhes grande reconhecimento, e valeu-lhes agora o 2º lugar do concurso realizado pelo jornal Correio da Manhã, e pelo seu novo canal televisivo CMTV. A segunda posição no concurso, com 22% dos votos, garantiu aos bombeiros de Sesimbra o prémio de 750 euros – um concurso que desencadeou uma grande quantidade de votos, efectuados por telefone ou no próprio site do jornal Correio da Manhã, trazendo aos profissionais da vila uma grande visibilidade.
O incidente na Serra do Risco No dia 15 de Setembro de 2012, a caminhada de um grupo de nove pessoas pela serra da Arrábida, entre o Portinho e Sesimbra, terminou da pior forma. Um indivíduo do grupo acabou bloqueado numa zona de pedras soltas, na serra do Risco, em perigo de queda a grande altura. Desta situação, o comandante operacional dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Luís Saraiva, relembra o começo da tragédia, dizendo que “numa determinada altura ligaram o 112, e deram o alerta de que estavam numa zona complicada e não conseguiam sair de lá”. De imediato foi accionado para a zona um barco dos bombeiros, com o objectivo de averiguar a ocorrência, de forma a informar a equipa de resgate sobre os materiais necessários, e o melhor caminho para se chegar à vítima. A complicada zona, não per-
Chamaram-nos a atenção para o facto das instalações sanitárias do largo 5 de Outubro terem estado fechadas em alguns fins-de-semana – contrariando o horário que lá se encontra
mitiu a operação por terra. A solução encontrada foi a deslocação da equipa de resgate e do material necessário na lancha da Polícia Marítima: “foi utilizada esta lancha, por ser a mais rápida”. Chegados ao local, os profissionais recorreram a uma escalada da falésia, bastante perigosa. Num local de pedras soltas, tornou-se impossível colocar material de segurança. Nesta etapa, um simples passo poderia ser fatal.
helicóptero, como única solução para a descida da falésia. Porém, essa hipótese não foi concretizada. Para além da perigosa situação, o estado psicológico da vítima dificultava, ainda mais, o salvamento. “Toda a zona era de pedra solta, e o efeito do helicóptero ia soltar ainda mais pedra, e de certeza absoluta que o indivíduo vinha pela serra abaixo, e nós também”. Após alguns minutos de conversação, a equipa conseguiu convencê-lo a colaborar. O trabalho começou com a retirada do caminhante para uma zona segura. Alguns instantes depois, iniciou-se o caminho de descida até ao fundo da falésia, onde o individuo foi entregue às autoridades marítimas. A dedicação e o esforço dos bombeiros de Sesimbra, foram qualidades presentes nesta operação de alto risco. O homem, que corria risco de vida, foi entregue sem ferimentos graves, e sem necessitar de assistência médica. Na operação participaram 12 bombeiros, e mais alguns elementos da Polícia Marítima. Contou-se ainda com um barco, a viatura do resgate, uma ambulância e uma outra viatura para a observação do local.
Já é o segundo ano que o jornal Correio da Manhã organiza um concurso, com o objectivo de selecionar a equipa
vencedora de bombeiros voluntários de todo o País.Não foi necessário uma inscrição para a participação no concurso: a seleção foi efectuada por um grupo de júris entendidos na matéria. Desta forma, os Bombeiros Voluntários de Sesimbra foram selecionados, ficando automaticamente entre os cinco finalistas. Segundo Luís Saraiva, a escolha dos selecionados foi baseada em notícias de salvamentos, ocorridas entre Março de 2012 até 12 meses. O resgate dos bombeiros de Sesimbra começou por coloca-los primeiro lugar. Porém, nos últimos dias a votação deu a vitória aos bombeiros de Viera do Minho. Mesmo assim, “já foi uma honra termos sido escolhidos para os finalistas, por um júri conhecedor”, afirma Luís Saraiva, orgulhoso. A gala realizada pelo jornal CM e pelo canal de televisão CMTV para a entrega dos prémios, realizou-se no dia 9 de Junho, com entrega dos 750 euros correspondentes. O prémio foi atribuído em directo através do canal CMTV aos bombeiros da vila, que sem hesitações o doaram à associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra. Em direto, a equipa de bombeiros agradeceu igualmente todo o apoio e investimento dados pela Associação, e a doação do prémio não foi mais que uma forma de agradecimento. Um generoso gesto que deixou os moradores da vila, mais uma vez orgulhosos. Micaela Costa
Na marginal nascente de Sesimbra encontra-se a exposição Mares de Sesimbra, desenvolvida a partir do relatório “A Indústria da Pesca em Sesimbra”, da autoria de do capitão-tenente
Artur Baldaque da Silva: um retrato da vila e da sua comunidade piscatória no final do século XIX, a que fazemos referência nas páginas centrais da presente edição.
O concurso do Correio da Manhã
Situação complicada O caminhante imobilizado mostrouse apreensivo durante o resgate. A vontade de sair salvo do local era muita, mas o medo pela queda era ainda maior. Na verdade, recusava-se a descer a falésia, mesmo com o auxílio da equipa de resgate. Os profissionais tentaram acalmá-lo e convencê-lo, mas não foi fácil. O pânico era tal, que o indivíduo exigia um
afixado. Admitindo que tal encerramento se deve a motivos de força maior, nesses casos seria desejável que ali fosse afixada informação, remetendo para as instalações mais próximas.
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De igual modo
Tempo demasiado! - Com pleno direito a ponto de exclamação. Referimo-nos às obras do Largo da Marinha uma das melhores zonas turísticas de Sesimbra, com elevada bitola de serviços de restauração, vis a vis ao Oceano. Fazemos coro com os empresários lesados por tamanha demora que fomos testemunhando, constrangidos. Acreditamos que o município se esforçou para debelar uma tal adversidade que Sesimbra dispensava de bom grado. Escrevemos este texto em meados de Abril sob animosa expectativa de conclusão dos trabalhos que tanto têm prejudicado o largo da Marinha. Mas o remoque à morosidade da obra continua a ter razão de ser, talvez para servir de exemplo a situações futuras, do mesmo género. A traça arquitectónica do Largo vai
ficar diferente e temos dúvidas se o fará para melhor. Mas o importante é que as obras terminem depressa e o comércio da restauração possa “ respirar fundo”, com o verão à vista. Este é o voto que formulamos, a bem de Sesimbra. De igual modo, com naturais reticências e sentido construtivo quanto a alusão efectuada, rumamos à doca para verificar, com desagrado, o desleixo de uma espécie de “ cemitério de embarcações”, de madeira carcomida, de péssima visão para quem por ali passa. Serve de poisio fortuito a agitadas gaivotas e ocupa espaço que bem podia ser convenientemente aproveitado. Calculamos que possa haver destino apropriado para esses “fantasmas” de tempos idos, e para tanto chamamos, a atenção de quem de direito. Não imaginamos que possa haver qualquer empecilho burocrático que impeça a remoção de tais velharias e ficamos na esperança de que este nosso ligeiro e bem intencionado reparo tenha efeitos práticos. Dado que não sobraram, para o projectado museu, exemplares de tão saudosas “ barcas de armação” (o que muito se lamente!) talvez algum daqueles “esqueletos” de tão mau aspecto, na doca, possa se recuperado em jeito de imitação razoável do que já não é possível conseguir. Agora que o novo edifício da Artesanal Pesca está praticamente concluído, a merecer elogios, reforça-mos o pedido expresso – tirem daquela zona os vestígios feios de bonitos tempos idos! David sequerra
Associação Respira na IV Feira da Saúde Por lapso, na nossa anterior notícia sobre a IV Feira da Saúde, organizada pelo Rotary Club de Sesimbra, não referimos a Associação Respira, uma das mais activas naquele certame. Esta associação, constituída em Fevereiro de 2007, tem como principais objectivos, o apoio e a realização de programas de promoção da saúde res-
piratória, de prevenção primária e secundária do tabagismo o conhecimento acerca da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, DPOC, e de outras Doenças Respiratórias Crónicas entre a população em geral e os profissionais de saúde: Dedica-se também a implementar programas de acompanhamento e apoio às pessoas com doenças respiratórias crónicas com o objectivo de conhecerem a sintomatologia das diferentes doenças e as suas implicações a nível pessoal, familiar e social e lutar pelos direitos sociais.
Retiro de idosos
Foi no dia 4 e 5 de Junho, que cinco idosas, assistidas pela conferência vicentina, viajaram até Fátima, através do designado “Retiro de Idosos”. Esta peregrinação, organizada pela Mensagem de Fátima da Diocese de Setúbal, através da Paróquia de Santiago, teve como principal objectivo proporcionar aos idosos a concretização de um sonho. Já em Fátima, as cinco idosas sesimbrenses, tiveram oportunidade de visitar e testemunhar os locais e símbolos mais emblemáticos daquela cidade cristã. O museu “A vida de Cristo”, o visionamento de um filme sobre a vida
da Irmã Lúcia, a visita aos “Valinhos” e a Procissão das Velas, foram apenas alguns desses marcos. Uma vez que, pelos seus próprios meios, as participantes não conseguiriam realizar esta visita, a Paróquia de Santiago disponibilizou gratuitamente transporte, estadia e acompanhamento, através dos responsáveis Paulo Covas e Teresa Marinheiro. Esta iniciativa não foi pioneira, no entanto, devido ao sucesso da sua realização, prevêem-se outras acções do mesmo género. Vanessa Mendes (estagiária)
O mundo mágico das crianças No dia 1 de Junho, decorreram em Sesimbra, vários eventos com o objectivo de celebrar o dia da criança. Destaca-se o evento organizado por alguns comerciantes da Praça da Califórnia, que decorreu durante dois dias e atraiu centenas de miúdos e graúdos.
Naquele local, estiveram à disposição das crianças um mini parque de diversões com insufláveis, uma pista de mini moto quatro, pinturas faciais e algumas figuras cómicas, tais como palhaços, de forma a tornar este dia realmente mágico.
Segundo júlia Anacleto, impulsionadora do projecto, “este foi o primeiro ano em que os comerciantes se reuniram para a concretização de um projecto desta dimensão, que não seria concretizável sem o apoio financeiro de alguns patrocinadores. A câmara municipal de Sesimbra também apoiou
a actividade, disponibilizando recursos humanos e algum material.” Quando questionada sobre a continuidade deste projecto, Júlia Anacleto é peremptória a afirmar: “Para o ano há mais, e melhor!” Vanessa Mendes (estagiaria)
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Ecos D’Art - A Força das Palavras decidiu atribuir várias menções honrosas aos alunos que não ficaram nos três primeiros lugares, mas que se destacaram dos restantes participantes. Aos três primeiros classificados (confira ao lado a lista dos três primeiros classificados de cada escalão) foram atribuídos prémios monetários e literários. Esta sessão contou também com a actuação, doe um grupo de jovens músicos da Escola Navegador Rodrigues Soromenho. Segundo a Marina Fátima, “Brevemente, a associação Ecos D’Art disponibilizará, em formato PDF, os trabalhos premiados desta edição”. Jovita Lopes
1º Almoço de Confraternização ex-empregados do Hotel do Mar
Premiados
O Cineteatro Municipal João Mota, acolheu no passado dia 9 de Junho, a VI Edição do Concurso Literário “A Força das Palavras”. Esta iniciativa, da Associação Ecos D’Art com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra, tem como objectivo fomentar nos jovens o gosto pela escrita, desenvolver a imaginação e despertar a criatividade para a poesia e conto. Este ano, o evento contou com as presenças da Presidente da Associação Ecos D’Art, Marina Fátima, da Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa e, do autor sesimbrense, Fernando Alagoa. Os trabalhos, dos cerca de 300 participantes, foram avaliados pelo júri, segundo os critérios de originalidade, morfologia e sintaxe. Pelo facto de existirem trabalhos de grande qualidade (pontuação superior a 16 valores), a comissão
Escalão A (1º Ano ao 4º Ano) 1º Premiado - Inês Santos Correia (Poesia: Primavera) 2º Premiado - Sofia Marques Monteiro (Poesia: Deixo para trás o portão) 3º Premiado - João Pedro Alves dos Ramos (Prosa: O Lampeias) Escalão B (5º Ano ao 7ª Ano) 1º Premiado - Ana Carolina G. C. Louro (Prosa: Um Amor Eterno) 2º Premiado - Gonçalo Jorge Carvalho (Prosa: A grande Promessa de Natal) 3º Premiado - Mariana Gomes Taklim Conceição (Prosa: Se um dia fosse bicho) Escalão C (8ª Ano ao 9º Ano) 1º Premiado - Patricia Alexandra Fonseca (Prosa: Uma amiga para a vida) 2º Premiado - Inês dos Santos Chambinho (Prosa: O Homem da Lanterna) 3º Premiado - João Pedro Marques Ribeiro (Poesia: O Homem) Escalão D (10º Ano ao 12ª Ano) 1º Premiado - Beatriz Helena Villegas Canas Mendes (Prosa: Estava Tudo dentro da minha cabeça) 2º Premiado - Isabel Lúcio Firme Pinto (Prosa: Um só momento) 3º Premiado - Maimura Dolores F. Neves Bé (Prosa: Pai, Uma incógnita)
Aconteceu no passado dia 8 de Junho, no ano em que o Hotel do Mar celebra os seus 50 anos de existência, o 1º Almoço de Confraternização dos seus antigos empregados. Esta iniciativa, organizada por José Esteves e António Paixão, surgiu devido à constatação de várias histórias de amizade ocorridas entre muitos dos que passaram pelo Hotel. “Eramos mais que colegas e amigos. Eramos uma família”, reforça José Esteves. Neste almoço de confraternização, ocorrido no restaurante do Hotel, os 60 antigos empregados presentes, foram actores e espectadores de inúmeras histórias ocorridas naquele local. Partilharam encontros e reencontros e puderam percorrer os corredores do hotel e visitar os seus antigos postos de trabalho. Para os organizadores, o saldo foi positivo. “Embora tivessem passado pelo hotel mais de 1000 trabalhadores e apenas tivessem estado presentes 60, sabemos que quem esteve presente saiu mais enriquecido, devido a este reencontro”. No final da confraternização, José Esteves e António Paixão agradeceram ao Hotel, na pessoa do seu director, a disponibilidade e amabilidade nos serviços prestados. Garantiram ainda a continuidade desta iniciativa, indo de encontro às solicitações dos ex-funcionários, do emblemático Hotel do Mar. Jovita Lopes
José Esteves e António Paixão
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Sesimbra: retrato de uma vila piscatória n Em 1896 gerou-se em Sesimbra um grande conflito laboral entre os pescadores das armações valencianas e os armadores proprietários das mesmas, a qual que se prolongaria por largos anos, traduzido em greves e manifestações, como a que levou mil pescadores a Lisboa, no início de 1897, para falar com o Ministro do Reino. Surpreendido com a capacidade mobilizadora e reivindicativa dos operários mrítimos, o Governo mandou então à vila piscatória um dos mais prestigiados oficiais da Marinha, o capitão-tenente Artur Baldaque da Silva, para ver o que se passava e elaborar um relatório. Dessa visita, em Março de 1897, resultou um extraordinário documento, “A Indústria da Pesca em Sesimbra”, que retrata com pormenor a vila e os seus pescadores, nomeadamente os das armações de pesca da sardinha.
dorias. Recorrendo a dados de 1894, Baldaque regista o seguinte movimento de barcos de cabotagem: Entradas: com carga, 67 embarcações, atingindo 2.021 toneladas de arqueação; em lastro, 49 embarcações, com 1.245 toneladas; Saídas: com carga, 96 embarcações, atingindo 2.676 toneladas de arqueação; em lastro, 21 embarcações, com 747 toneladas. De longo curso, entraram e saíram 3 embarcações francesas com 198 toneladas de arqueação.
Religiosos, gastadores e amigos do vinho... “Os habitantes da vila, incluindo a classe marítima e piscatória, têm convicções religiosas e sentimentos generosos, são dedicados às famílias, ordeiros e gostam de se apresentar bem vestidos, até com certo luxo, aos domingos e dias de festa” – escreve Baldaque da Silva, acrescentando que na vila “não existe a prostituição ostensiva”. Menos agradável é a descrição de certos hábitos: “os marítimos e pescadores em chegando a terra procuram imediatamente as vendas de comida e vinho, gastando despreocupadamente uma grande parte do que ganharam, ou pedindo os géneros a crédito para os pagarem depois. (...) em Sesimbra também este costume está muito inveterado, a avaliar pelo grande número de vendas que há e pelo enorme consumo de vinho que anualmente fazem neste concelho, orçando por 2.500 a 3.000 pipas, além da aguardente que, aqui, como em toda a parte, é tão apreciada pela gente do mar”.
Uma vila educadora
No seu relatório, Baldaque da Silva começa por descrever Sesimbra como uma vila “edificada em anfiteatro, possuindo alguns largos e recortada por muitas ruas estreitas, quase todas em declive”. A enseada de Sesimbra, “belo ancoradouro exposto ao Sul, tem de abertura, entre a extremidade ocidental, onde está o Forte do Cavalo, e a ponta de leste, 2.800 metros, e de flecha na maior reentrância, 840 metros. A profundidade das águas, referida à máxima baixa-mar de águas vivas, na linha que une as pontas, varia entre 11 e 17
metros, diminuindo gradualmente para a terra. O fundo é de areia.” Para aferirimos a importância piscatória de Sesimbra, Baldaque informa sobre qual o imposto do pescado pago: mais de 15 milhões de reais, enquanto Setúbal e Lisboa se quedavam pelos 3 milhões...
Porto de cabotagem O mar não proporcionava a Sesimbra apenas peixe: era também uma estrada real para diversas merca-
Baldaque da Silva António Arthur Baldaque da Silva (1852-1915) desenvolveu uma notável carreira na Marinha de Guerra, como técnico especialista nas áreas da hidrografia, oceanografia e ciências das pescas. Foi autor de estudos notáveis sobre os mares portugueses, destacando-se na sua obra publicada o monumental “Estado Actual das Pescas em Portugal”, de 1892, onde descreve exaustivamente as técnicas de pesca ao longo da costa portuguesa. Especificamente sobre a pesca de Setúbal e Sesimbra, publicou o estudo “Planta hidrográfica da Enseada, Barra e Porto de Setúbal e relatório
sobre a pesca maritima e fluvial nesta localidade”. No entanto, o seu estudo sobre a “Indústria da Pesca em Sesimbra”, realizado em 1897, é um dos mais completos “retratos” feito a uma povoação portuguesa do século XIX. Observador cuidadoso, com uma escrita adequada às exigências de clareza e concisão do género relatório e um sentido positivista aplicado ao tratamento dos assuntos, Baldaque da Silva deixa transparecer um olhar que transcende o do técnico ou do especialista nos temas da hidrografia da pesca e expõe o do investigador atento às questões sociais.
Baldaque encontrou várias escolas em Sesimbra, as quais descreve com algum pormenor. Na escola Conde de Ferreira, onde era professor Joaquim Marques Pólvora, encontrou na aula geral, “bem ventilada e com muita luz”, uns 25 a 30 alunos, e em duas outras aulas, mais pequenas, “algumas crianças que estavam sendo ensinadas por decuriões” [alunos mais adiantados]. O registo das matrículas, entre 1889 e 1897, mostrava uma média anual de 24 alunos, mas o professor informou que a frequência anual regulava entre o mínimo de 40 e o máximo 60 alunos, dos quais calculava serem dois terços filhos de marítimos. Baldaque acrescenta uma nota curiosa: “Notei nesta escola muito sossego e pouca alegria nas crianças que a frequentavam”. Já na escola feminina,
O relatório manuscrito de Baldaque da Silva nos arquivos da Biblioteca da Marinha, esque série de investigadores de diversas especialid daquele importante documento, transportando sos dias, e completou este trabalho com um c reflectem sobre a actualidade das pescas em Sesimbra”. o ambiente era outro: “encontrei nas meninas desta escola mais vivacidade do que notei nos rapazes da escola do Conde de Ferreira”. A professora Albertina Olinda Paiva Rua informou ser de 60 o número de alunas. Esta escola tinha “uma enorme sala, bem ventilada e com muita luz, no rés-do-chão, tendo porta directamente para a rua, faltando-lhe jardim ou largo próximo para o recreio das crianças”. Havia ainda uma Escola na Misericórdia, com 130 meninas, cujo ensino era dirigido pelas Irmãs hospitaleiras. Também aqui Baldaque notou “boas cores e frescura nas meninas, mostrando-se muito vivas e alegres”. Além destas escolas, havia na vila mais cinco professoras particulares que ensinavamm meninas, em número aproximadamente de 30. Também o prior da freguesia de S. Tiago dava lição na sacristia a uns 15 alunos, ensinando música a seis, com o fim de os habilitar para os serviços religiosos. Como balanço final, recebiam instrução umas 220 meninas e cerca de 60 rapazes, uma “desproporção enorme”.
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no final do século XIX Estabelecimentos 3 Fábricas de conserva de peixe 1 Fábrica de guano de peixe 1 Fábrica de gesso 4 Oficinas de cordoeiro 3 Serralherias 2 Oficinas de funileiro 6 Padarias 7 Lojas de fazendas 80 Vendas e mercearias 7 Vendas de hortaliça e louça de barro 2 Lojas de móveis 3 Sapatarias 2 Ferradorias 2 Farmácias 1 Depósito de farinhas 1 Depósito de tabacos 7 Lojas de barbeiro 1 Estância de madeiras 1 Hospedaria 3 Estalagens 3 Cocheiras de trens de aluguer 4 Estaleiros de construção de barcos 2 Alfaiatarias 7 Oficinas de modistas e costureiras 9 Barracas de sal, salga e seca de peixe
Profissões
a foi descoberto pelo antropólogo Luis Martins ecido desde o século XIX. Agregando a si uma dades, organizou uma análise “a várias mãos” o a situação de conflito retratada até aos nosconjunto de depoimentos de pescadores que m Sesimbra: o resultado foi o livro “Mares de
Associativismo e outras instituições Baldaque regista a existência de três Associações de Classe: a dos operários marítimos, a dos Operários de Ofícios Vários e a Associação dos Lojistas( comissão instaladora). Pouco tempo depois ainda viria a forma-se a Associação das Operárias Conserveiras e Costureiras, tendo uma sua representante – Olinda da Conceição, cuja fotografia reproduzimos na capa da presente edição – participado na fundação da organização pioneira do feminismo em Portugal: a Federação Feminina do Sexo Feminino, em Julho de 1897. Outras instituições visitadas por Baldaque foram o Montepio Artístico, a Associação de Socorros Mútuos, e o Hospital da Misericórdia, que Baldaque descreve com algum detalhe. São ainda referidos o Grémio Literário Sesimbrense e a Sociedade Recreativa Impressão Musical. João Augusto Aldeia
2.200 Marítimos e pescadores 250 Lojistas e artistas diferentes 150 Mulheres operárias das fábricas 101 Profissionais e trabalhadores diferentes 60 Soldadores 50 Carreiros de condução de peixe 48 Empregados e trabalhadores das fábricas 40 Almocreves 22 Cordoeiros 22 Carpinteiros 18 Pedreiros 9 Professores e professoras de letras 7 Modistas e costureiras 6 Padeiros 4 Mestres construtores de barcos 3 Mestres de obras 3 Serralheiros 2 Médicos 2 Alfaiates 1 Advogado e tabelião 1 Professor de música 1 Estucador
Vestuário para o mar:
calças de pano pardo camisola (de baeta azul ou de pano pardo) jaquetão de pano pardo barrete preto de carapinha cinta de lã preta camisola de algodão camisa de riscado ceroulas meias e peúgas lenço sapatos tamancos fato de oleado e sueste avental de linhagem maquino (saco de brim) manta (cobertor de baetilha)
Vestuário para festas:
fato completo (de casemira) camisa cinta (de merino ou canutilho) peúgas de algodão, cache-nez chapéu redondo gravata e alfinete relógio de prata corrente de ouro
Novos Sesimbrenses
Nataliya Prymachenko
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ataliya Prymachenko veio para a Corredoura, em 2000, juntando-se ao marido que imigrara para Portugal um ano antes. Na altura foi um grande choque: trocara Kiev, sua cidade natal e uma das maiores e mais antigas Europa, por uma pequena povoação rural.: “Quando cheguei à Corredoura e vi ovelhas a passar na rua, fiquei em choque e comecei a chorar”. Mas havia uma outra razão para estar triste: tinha deixado na Ucrânia a sua filha, e ainda decorreria mais de um ano até que a pudesse trazer para junto de si. Esteve pouco tempo na Corredoura: mudou-se depois para a vila, uma pequena casa na rua D. Dinis, e foi aqui que teve um outro choque cultural. É católica, mas da vertente Ortodoxa, cujos rituais são diferentes da Igreja Romana; por exemplo, a imagem de cristo é representada em ícones, e não na cruz. Quando, no mês de Maio, começou a passar a procissão à sua porta, não percebia do que se tratava: a procissão passava solene, os devotos com as suas opas
As vezes, ao falar de Sesimbra, até digo: “a minha terra”
vermelhas, Nataliya julgou que se tratava de um funeral, e ficou a observar, à espera da passagem do caixão. Mas rapidamente se foi integrando na vida sesimbrense. A sua filha chegou a Portugal, tinha na altura 8 anos, ingressou logo na escola oficial, ao mesmo tempo que tinha aulas de Português, integrando-se rapidamente na vida local: “Adaptou-se bem”, diz com orgulho. A jovem também começou a ir à catequese, e como andava no coro da Igreja, o padre falou com Natályia para que a filha mudasse para o ritual Romano, tendo já feito a 1ª comunhão, e em breve fará o Crisma. Está actualmente num curso superior do politécnico de Setúbal. Entretanto Nataliya tinha arranjado emprego no restaurante Cantinho, como ajudante de cozinha, onde teve a sorte de encontrar uma excelente cozinheira, a senhora Dolores, com quem aprendeu muito da cozinha portuguesa: praticamente, foi ali que se fez cozinheira, embora continue a frequentar cursos de formação nesta área: “Agora estou a tirar um curso de sobremesas.” Depois o Cantinho mudou de donos, teve de sair e ainda trabalhou cerca de meio ano na Maçã, mas a
escassez de transportes públicos era complicada: “Procurei outra coisa, encontrei o restaurante Pintarola”. Na altura ainda o restaurante Pintarola era um pequeno estabelecimento no prédio Pinto Leão, na rua da República. Entretanto mudou-se para o largo do Município, onde se transformou num dos mais conceituados restaurantes de Sesimbra, sobretudo nos pratos de peixe grelhado – e com Nataliya Prymachenko como cozinheira. Os clientes às vezes exprimem admiração: “Não digam que ela não é portuguesa!...” Nataliya diz que não existe muita diferença entre a cozinha portuguesa e da sua terra, mas depois admite: “Na minha terra fazemos mais peixe frito e cozido; aqui fazem mais grelhados. Na minha família, nunca assamos peixe.” Era caso para perguntar se a própria Nataliya gosta de peixe grelhado: “Gosto, gosto muito.” Tendo saído da sua terra devido à crise económica, poderia estar preocupada pelo facto de Portugal parecer ir pelo mesmo caminho, mas não isso não a parece preocupar. Entristece-a sim o facto da Ucrânia continuar com graves problemas: “Os salários são muito mais baixos do que aqui, mas as coisas são caras. E em 2012 houve um campeonato de futebol que fez aumentar os preços de tudo, e depois já não baixaram”. Dá como exemplo a loja de roupa Zara, onde os preços das promoções, na Ucrânia, são 50% mais caros do que em Portugal. E acrescenta: “A minha mãe recebe de reforma 100 euros, e paga 120 euros de renda. Como é que ela paga a luz, a água e o gás? Paga mais do que recebe…” Integrada na vida sesimbrense, adaptou-se a um ritmo de vida mais calmo: “Agora quando vou à cidade, já me faz dor de cabeça o transporte, muita gente. Enquanto aqui é calmo, há o mar, é fresco”. Mas aproveita a proximidade de Lisboa ou de Setúbal para passear: “Às vezes vamos, eu e a minha filha, a museus, a concertos, ao Oceanário, ao Jardim Zoológico.” Lamenta a diminuição da população local: “Fico triste, porque a terra é riquíssima. Na vila podiam-se fazer mais coisas, porque tem muitos monumentos antigos, podia haver mais guias turísticos na vila. Agora já tem aquela exposição na avenida marginal, gosto de ver, com fotografias de pescadores, porque é a nossa história. Mas os turistas vêm à vila e a Fortaleza está fechada há anos!” É caso para perguntar: já se sente sesimbrense?: “Claro. As vezes, ao falar de Sesimbra, até digo: “a minha terra’”. J. A. Aldeia
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Campanha Eleitoral Autárquica 2013
Bloco de Esquerda Sesimbra para melhor
Adelino Fortunato Câmara Muncipal
O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Muncipal de Sesimbra é Adelino Fortunato, o professor universitário que concorreu a este mesmo cargo nas anteriores eleições. O candidato à Assembleia Municipal é José Guerra, que sucede a Carlos Macedo neste lugar. Os cabeças de lista do Bloco às Juntas de Freguesia serão:
Santiago: Tiago Veiga Quinta do Conde: Maria Feliciana Mota Castelo: António Proença Adelino Fortunato, que é membro da comissão concelhia de Sesimbra do BE, concorreu, no ano passado, para a coordenação distrital deste partido, em confronto com Mariana Aiveca, com vitória desta última. O BE fez a apresentação pública dos seus candidatos no passado dia 30 de Junho, sob o lema “Sesimbra para melhor”, com a presença da eurodeputada do BE, Marisa Matias. Como esta apresentação decorreu muito em cima do encerramento da nossa edição, daremos notícia detalhada da mesma apenas na próxima edição.
José Guerra Assembleia Municipal
António Proença Castelo
Tiago Veiga Sesimbra
Maria Feliciana Mota Quinta do Conde
Carlos Sargedas - Sesimbra Unida A candidatura independente dinamizada pelo fotógrafo Carlos Sargedas, e que se apresenta sob o slogan “Sesimbra Unida”, já começou a divulgar os seus cabeças de lista, através da página no Facebook. No entanto, a recolha de assinaturas necessárias à respectiva inscrição continua a ser um problema, bem como a obtenção de nomes suficientes para integrar as próprias listas – um problema com que até mesmo os maiores partidos se confrontam, ainda mais complicado pelo facto da lei exigir um mínimo de paridade entre sexos. O advogado Nuno Miguel Ribeiro será o
Nuno Ribeiro Assembleia Municipal candidato à Assembleia Municipal. A professora Ana Paula Costa concorrerá à Freguesia de Santiago. Tania Isabel Gomes será a candidata à Freguesiada Quinta do Conde. Obviamente, Carlos Sargedas será o candidato à Câmara.
Ana Paula Costa Sesimbra
Tânia Isabel Gomes Quinta do Conde
Com os objectivos abaixo enunciados, reuniram-se em Sesimbra, Quinta-feira, 9 de maio de 2013 delegações dos seguintes Partidos e Movimentos com representação na (AM) Assembleia Municipal: PS / PSD / BE / AMCS / PP - Apenas a CDU declinou o convite a estar presente. - Posteriormente, também o PSD se desvinculou do teor do comunicado que refletia o conteúdo dessa reunião, embora não descurando a “possibilidade de um outro compromisso”. - Por essa razão voltámos a reunir no dia 4 de junho, convidando de novo o PSD, o qual não se fez representar. Neste sentido, em conformidade com o acordo definido pelas entidades subscritoras, comunica-se à população do Concelho de Sesimbra o seguinte: Considerando o actual contexto de crise e o seu impacto nas famílias, empresas e populações do nosso Município, os partidos deste Concelho devem desenvolver uma campanha que seja compatível com os tempos que vivemos e que não seja motivo para um aumento exponencial da abstenção, mas, antes pelo contrário, um factor indutor na direcção de uma maior participação eleitoral. Desta forma, propôs-se, entre todos os representantes partidários presentes, uma definição de normas que impliquem um conjunto de linhas de acção comuns para o período da campanha eleitoral autárquica: - Que seja uma campanha com respeito e elevação e que o tratamento entre as candidaturas seja cordial e sem ataques mútuos; - Conscientes das dificuldades económicas e sociais que afectam as famílias e as empresas, os seus gastos devem ser contidos, sendo desta forma harmonizáveis com o período de crise; - As campanhas devem conter uma forte componente ambiental, no que respeita ao ruído, à limpeza e à utilização de materiais e sua distribuição territorial. Mais se decidiu que se irá fazer uma proposta à Câmara no sentido de que sejam criadas estruturas de suporte de propaganda política em locais e espaços a determinar, as quais serão utilizadas em todas as campanhas eleitorais, de forma igualitária por todas as estruturas partidárias/movimentos concorrentes. Esta proposta visa evitar a proliferação de meios de publicidade política, por vezes em locais impróprios, sobretudo em plena época alta turística. Todos os signatários, presentes na reunião de 4 de Junho, firmaram acordo genérico baseado nas questões anteriormente referenciadas. Representantes: PS Pedro Mesquita; BE José Guerra e Rui Alberto; AMCS Carlos Matos; PP Brito Andrade
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Partido Socialista apresentou candidatos e programa eleitoral No passado dia 23 o Partido Socialista fez a apresentação dos seus cabeças de lista, candidatos às diferentes autarquias locais, numa cerimónia que decorreu no Auditório Conde Ferreira. Os nomes eram já conhecidos, dado que o PS foi o primeiro partido a fazer esta divulgação, nomeadamente do candidato a presidente de Câmara, Américo Gegaloto, conforme informámos na nossa edição de 1 de Maio. Mas esta apresentação, para além do formato de comício, bastante participado por militantes e simpatizantes, que encheram a sala, teve a novidade da divulgação de uma parte substancial do programa eleitoral, embora, como foi referido, ainda se encontre aberto à introdução de novos objectivos. Nesta mesma sessão, o PS apresentou um inquérito onde pede a colaboração na indicação das áreas “em que deve apostar o município” nos próximos 4 anos, bem como na identificação de “qual o principal problema/deficiência do Concelho e da sua Freguesia”. O mesmo inquérito ainda incluía a pergunta: “tem conhecimento sobre qual é a real situação financeira do município?”
Outra novidade da sessão foi a apresentação do mandatário a campanha, Amadeu Penim, que desempenhou o cargo de presidente da Câmara em anteriores mandatos. Amadeu Penim destacou que o objectivo da candidatura é o de “ganhar estas eleições para colocar de novo a Câmara Municipal de Sesimbra ao serviço das populações”, referindo ainda que para encontrar soluções “para os imensos problemas com que o Concelho se defronta, não há qualquer outra solução ou escolha alternativa” aos candidatos do PS, para os cargos em eleição. Terminou afirmando que “é tempo dos sesimbrenses, pexitos, camponenses e quinta-condenses considerarem o novo projecto político do PS para o Concelho, que coloca as pessoas em primeiro lugar”.
“Os verdadeiros candidatos do PSD e do CDS a estas eleições são Passos Coelho e Vitor Gaspar.”
Álvaro Beleza apontou o dedo a Passos Coelho e Vitor Gaspar, classificando o ministro das Finanças como “administrador-delegado da Alemanha no nosso país”, e apelou ao voto nos candidatos do PS, “para correr com os referidos senhores”.
Pedro Mesquita, presidente da comissão concelhia, destacou o trabalho realizado por uma equipa concelhia do PS “que ao longo do último ano não regateou esforços para criar uma alternativa credível”. Referindose ao distrito de Setúbal, Pedro Mesquita apontou a hegemonia do PCP “que torna este distrito um seu bastião político, algo sem paralelo a nível nacional”, onde o PCP tem desenvolvido “más políticas”, e de que é exemplo o caso do concelho de Sesimbra, “uma Câmara que de 2005 a 2013 triplicou a sua dívida de curto prazo!” A mesma hegemonia do PCP foi referida por Madalena Alves, presidente da Federação Distrital do PS, dizendo que “é tempo de quebrar o mito urbano da gestão comunista”, caracterizado por “muitas marcas de hipocrisia”, parecendo o PCP confirmar o ditado: “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. Deu como exemplo ser Sesimbra um concelho “onde as taxas fiscais”, bem com “a taxa da água e do saneamento, são das mais elevadas no nosso país” Álvaro Beleza, secretário nacional do PS e em representação do secretário-geral do PS, colocou as autárquicas como uma oportunidade para castigar o Governo PSD-CDS: “os verdadeiros candidatos do PSD e do CDS a
Pedro Mesquita, Madalena Alves e Américo Gegaloto: o PS candidata-se sob o lema “VIVER SESIMBRA”. estas eleições são Passos Coelho e Vitor Gaspar”, classificando ainda o ministro das Finanças como “administrador-delegado da Alemanha no nosso país. Mas a alternativa ao Governo é o Partido Socialista, não é o PCP”. Assim, e como: “São os portugueses que vão votar, não os alemães”, terminou apelando ao voto nos candidatos do PS, “para correr com os referidos senhores”. A intervenção mais longa esteve a cargo de Américo Gegaloto, já que nenhum dos cabeças de lista às Freguesias tomou a palavra. Parte do discurso do candidato socialista foi para responder às acusações da CDU, de que ele terias apresentado poucas propostas na Câmara: “acusam-me agora de só ter apresentado 7 propostas… Como se enganam! Foram 17 a propostas apresentadas, além das mais de 90 declarações de voto.”
“Devemos considerar outras candidaturas não partidárias, com as quais deveremos estabelecer algumas pontes.” Analisando as restantes candidaturas, disse que “à nossa esquerda temos uma governação sem cuidado, veja-se o estado da rede viária, as consequências de uma requalificação urbana, e um ordenamento urbano que expulsa os visitantes de Sesimbra, o aumento exponencial da dívida, os aumentos sucessivos do tarifário da água e dos lixos e esgotos”. “À nossa direita – acrescentou, referindo-se ao PSD – reina a ausência de ideias, onde não são conhecidas propostas no mandato inteiro, e onde as propostas conhecidas dos pelouros da sua competência, decorrem da iniciativa do vereador do Partido Socialista”
Referindo-se indirectamente à iniciativa de Carlos Sargedas, Gegaloto referiu: “Devemos considerar outras candidaturas não partidárias, com as quais deveremos efectivamente estabelecer algumas pontes, e temos que ter a noção de que efectivamente podem influenciar o resultado autárquico”. Sintetizando: “Votar à esquerda é manter o actual estado de coisas, votar á direita é assistir à colagem a este estado de coisas.”
Um programa com grande enfoque na Economia A presentação mais detalhada do programa eleitoral foi feita pelo candidato, não nos sendo possível reproduzi-la aqui por limitação de espaço. Como primeiro objectivo do programa eleitoral, Américo Gegaloto destacou a bandeira “do desenvolvimento sustentável do concelho de Sesimbra, consolidando os valores da coesão social, territorial e da solidariedade, criando melhores condições para superar os desafios sociais e económicos.” Foi visível um grande enfoque em iniciativas orientadas para a Economia, tais como: impulsionar a iniciativa empresarial jovem; apostar em políticas dinamizadoras do emprego e da formação e da formação; promover a economia do mar, do turismo, da ruralidade, dos serviços e da construção. A componente social foi igualmente destacada, com propostas de implementação de políticas sociais diferenciadoras, competitivas e de maior justiça social; combate à exclusão social e retoma do apoio efectivo às instituições e ao movimento associativo. O PS promete ainda continuar a apostar nas infraestruturas tão necessárias ao nosso concelho, e “que são efectivamente, também elas, uma marca do Partido Socialista”. No domínio administrativo, o programa contempla uma gestão com aposta no reequilíbrio financeiro da Autarquia, o estímulo à inovação nos serviços municipais para uma resposta centrada no cidadão, bem como o exercício de uma presidência sempre acessível e participativa.
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Sociedade Portuguesa de Saúde Marítima “nasce” em Sesimbra No passado dia 22 de Junho, no Auditório Conde Ferreira, tive lugar a Primeira Jornada de Saude Marítima, iniciativa inaugural da recém-criada Sociedade Portuguesa de Saúde Marítima, que tem como um dos seus principais promotores o médico ortopedista Miguel Alarcão Bastos, bastante conhecido da comunidade Sesimbrense, quer como médico quer pela sua actividade política. Um pilar fundamental da criação da Sociedade foi também a Mútua dos Pescadores, tendo Alarcão Bastos destacado também a Armada Portuguesa, que se fez representar na Jornada com vários oficiais. Como filosofia geral de enquadramento da Sociedade, foi referido que “ter saúda não é só não estar doente, é termos o completpo bem-estar físico mental e social”, embora decorra desta premissa de “quão ciclópica será a nossa tarefa, se assim o quisermos”. Em declarações ao nosso jornal, o médico Miguel Alarcão Bastos referiu que a ideia da constituição da Sociedade lhe surgiu durante a participação numas jornadas na cidade de Brest, “onde constatámos que todos os países europeus da orla marítima tinham sociedades de medicina, e que nós não tínhamos”. A criação desta
sociedade em Portugal justificava-se “para estarmos integrados no espaço europeu, em toda esta problemática”. Um dilema que se colocou foi o de saber se deveria ser uma sociedade de medicina marítima, ou de medicina marítima. Optou-se por esta última, por ser mais abrangente, a qual “pretende fundamentalmente ser um fórum de participação de várias áreas de intervenção, que vivem divorciadas, ou pelo menos vivem sem uma estrutura agregante.” Outro objectivo é o de se constituírem como interlocutor com as entidades oficiais. A Sociedade Portuguesa de Saúde Marítima acabou por ter a sua primeira iniciativa precisamente em Sesimbra, com estas Jornadas. Segundo Miguel Alarcão Mastos, isso deve-se “não só por Sesimbra ser uma vila piscatória, mas também por uma questão afectiva, pois não me sentiria bem comigo próprio se não o fizesse”. Sesimbra passará assim a constituir “um marco histórico da vida da Sociedade”. Já na duas intervenção de abertura, o médico ortopedista tinha manifestado a sua “honra e orgulho” por esta iniciativa ter tido lugar em Sesimbra e na sala do Auditório Conde Ferreira, “para além do facto de pertencermos a esta terra, e conjuntamente com mui-
III Encontro Europeu de Baterias
tos dos presentes lutámos ao longo de mais de duas décadas para que esta sala e esta Auditório pudessem se ruma realidade Mais especificamente sobre esta Primeira Jornada, referiu-nos três objectivos: “divulgar a própria Sociedade, estimular aqueles que cá viessem a aderir, e também contribuir com uma análise científica para o progres-
so da saúde marítima”. Visivelmente satisfeito com o modo como a Jornada decorreu, Alarcão bastos destacou que a Sociedade “teve a felicidade de conseguir a participação de 5 oradores magníficos, de altíssima qualidade, de tal modo que nenhum dos presentes alguma vez pensou ouvir aqui intervenções do teor e qualidade das que foram feitas”.
Estágios curriculares
Entre 26 e 28 de Julho próximo vai ter lugar em Sesimbra o III Encontro Europeu de Baterias, uma organização da escola de samba Bota no Rego, em parceria com o G.R.E.S. Unidos de Geneve. Do programa faz parte o desfile Carnaval de Verão 2013, onde se integrará a Mega Bateria das várias escolas participantes (dia 27, às 22 horas na marginal de Sesimbra), e o desfile da Mega Bateria (dia 28. às 17 h). Todas as noites haverá música ao vivo no Velvet Café (dias 26 e 28) e Be Lounge Bar (dia 27).
Assembleia Municipal de Jovens A Assembleia Municipal de Jovens (AMJ) de 2013 teve o seu epílogo no passado dia 21 de Junho, com a apresentação das propostas aprovadas pelos jovens, feita na Assembleia Municipal “a sério”. Finda a apresentação as propostas foram aprovadas, passando a constituir “recomendações” ao Executivo Municipal. Como já referimos em edições anteriores, esta foi a 10 edição desta iniciativa, efeméride que foi assinalada com a instalação de um mural de azulejos no Auditório Conde Ferreira, e também com a publicação do livro “10 anos a construir a cidadania com os jovens”, edição da Assembleia Municipal de Sesimbra. O livro inclui uma série de depoimentos de diversos responsáveis políticos locais e das escolas do Concelho, textos de reflexão sobre a AMJ, e também a reprodução das propostas aprovadas nas diversas AMJ que tiveram lugar ao longo de 10 anos.
Vanessa Mendes, Rodrigo Almeida e João Rodrigues, são os alunos do 12º. ano de cursos profissionais da Escola Secundária de Sampaio que se encontram a frequentar estágio curricular na nossa redacção. Com formação nas áreas de comunicação, marketing, publicidade e relações públicas e de gestão e programação de sistemas informáticos, estes jovens sesimbrenses, desempenham funções, de modo a enriquecer o seu currículo, auxiliando os nossos serviços nas tarefas inerentes às suas áreas profissionais, tendo além disso Vanessa Mendes redigido algumas das pequenas notícias desta edição.
Nova jornalista A partir do corrente mês, a jornalista Macaela Costa, passa a integrar a redação do nosso jornal, através de um protocolo de estágio do mestrado em Comunicação e Justiça, celebrado entre a Liga dos Amigos de Sesimbra e a Universidade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova. Como “prova de fogo” realizou já a reportagem sobre um salvamento dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra (página 5).
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Revolução no estacionamento na vila
Planta da vila de Sesimbra com as principais alterações ao estacionamento que a Câmara pretende iniciar a partir de 15 do corrente mês de Julho. Na zona assinalada na planta apenas se poderá estacionar em duas
situações: ou se possui um cartão de residente (1ª residência) e estacionase nos locais designados para esse fim, ou se estaciona nos lugares com parquímetros, pagando a respectiva tarifa. Haverá também cartões para pes-
soas que trabalham na vila e residem fora e que, nesse caso poderão estacionar gratuitamente nos parques do Calvário e a nascente do campo de jogos da Vila Amália. Haverá ainda cartões para os que possuem 2ª habitação em Sesimbra, e
que poderão estacionar gratuitamente nos parques referidos. Os residentes em edifícos que possuam estacionamento privado não terão direito a cartão, e a cada viatura apenas poderá ser atribuído um cartão.
A vila de Sesimbra está prestes a assitir a uma pequena revolução nas regras de estacionamento automóvel. É já a partir do dia 15 de Julho que, para estacionar na zona central de Sesimbra, terá de se pagar. Estão isentos deste pagamento apenas os residentes na vila (como residência principal), desde que não tenham estacionamento privativo nos respectivos prédios. Segundo a Câmara Municipal, esta opção “teve em conta as características da vila, onde a maioria das actividades económicas estão relacionadas com o comércio ou turismo”. Assim, a Câmara pretende “fazer com que muitos dos lugares que estão ocupados durante todo o dia, passem a ser ocupados por períodos curtos, o que permitirá maior rotatividade, e se traduzirá num atrativo para turistas ou para quem frequenta o comércio local”. O estacionamento pago divide-se em duas zonas: estacionamento de curta duração, com 308 lugares, e estacionamento de longa duração, com 378 lugares. No total a vila ficará dotada com 696 lugares de estacionamento pago. No primeiro caso o estacionamento estará limitado a um máximo de 3 horas. Nos restantes casos poderá ir até 6 a 13 horas. Quanto a valores a pagar, o estacionamento custará entre 20 a 25 cêntimos por cada período mínimo de 15 minutos, conforme seja a época baixa (entre Setembro e Junho) ou alta (Julho e Agosto).
Já se passam cartões
fiscalização dos lugares reservados aos portadores de cartão de residente, a qul competirá apenas às autoridades policiais. A Câmara receberá uma percentagem das receitas cobradas pelas empresa com o estacionamento tarifado. A concurso para adjudicação dos parquímetros apenas concorreu apenas mais uma empresa, a DATA RE-
DES. A complexidade destas alterações já justificou uma alteração relativamente ao mapa divulgado pela Câmara e que reproduzimos acima: quer o parque do Calvário quer o parque do Estádio (a poente do campo de jogos) poderão ser utilizados, quer por portadores de cartão de actividade profissional, quer de residencia de 2ª habitação.
A Câmara Municipal já começou a receber os pedidos de passagem de cartões, quer de residentes, quer de pessoas que trabalham na vila. Os formulários encontram-se disponíveis na Internet, na página da Câmara, e os pedidos devem ser acompanhados de uma série de documentos comprovativos, seja da situação de residente, seja de trabalhador na vila. É também necessário entregar documentação comprovativa da propriedade do veículo que ficará associado ao cartão – apenas se concedendo um cartão por veículo.
Parquímetros adjudicados a grupo espanhol A Câmara deliberou adjudicar a colocação de parquímetros à empresa EMPARK-PORTUGAL, petencente a um grupo económico espanhol que já possui numerosos parques na cidade de Lisboa, e que também tem a concessão dos parquímetros na cidade de Setúbal, e nos diversos parques das estações de combóio da linha férrea da FERTAGUS, entre aquela cidade e Lisboa. A empresa ficará igualment responsável pela fiscalização do estacionamento pago – mas não lhe caberá a
A Câmara Municipal parece também ter mudado de estratégia na contenção do estacionamento ilegal, substituindo em alguns lugares os “polícias de ferro” (pinos) por “polícias de madeira” (floreiras). Esta solução é sem dúvida mais bonita, mas também mais dispendiosa em termos de manutenção.
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Assaltos no Cabo Espichel
Recebemos do senhor Paulo Santos a seguinte menEscrevem os sagem, que consideramos oportuno divulgar: nossos leitores . . . “Para festejar a Dia Mundial da Criança, elegemos
as visitas às Jazida de icnofósseis existentes no vosso Concelho. Saímos de Loures em direcção à Jazida de icnofósseis da Pedreira do Avelino, onde ficamos um pouco e exploramos a Pedreira. De seguida, rumamos à Jazida de icnofósseis da Pedra da Mua, perto do Cabo Espichel e foi aqui que tudo começou a correr mal. Após chegados ao local da Jazida icnofósseis, pelas 13h30m, fomos a pé explorá-la. Cerca de 30 minutos depois, ao chegarmos à viatura, vimos que a mesma tinha sido assaltada. Partiram um vidro e levaram alguns valores e documentos pessoais. Depois de ligar ao 112, seguimos para o posto da GNR em Alfarim. Pelo caminho, falámos com uma patrulha que nos disse que antes de nós, já tinham tido 3 casos idênticos, e que o nosso, às 14h, era o 4º. Depois de tratar da queixa, ficamos a saber, dito pelos próprios militares da GNR, que é hábito ocorrerem assaltos às viaturas lá estacionadas, e que conhecem os circuitos por onde os ladrões circulam e se livram dos despojos dos assaltos, mas que devido à falta de meios, fazem o que podem. E muito já devem fazer. Podíamos ter a sorte de alguma coisa aparecer e até nos indicaram alguns dos caminhos por onde andam e onde vimos os vestígios de vidros automóveis partidos que estavam espalhados pelo chão. Por volta das 17h saímos do posto da GNR com um prejuízo avultado (documentos, chaves e afins), impossibilitado de exercer a minha actividade profissional e com a certeza de que: NUNCA MAIS IREMOS VOLTAR EM LAZER, POIS A FALTA DE SEGURANÇA POR FALTA DE MEIOS JUNTO AO CABO ESPICHEL FOI DEVIDAMENTE TESTADA POR NÓS. ATÉ NUNCA MAIS. Paulo Santos AOS MILITARES DA GNR DE ALFARIM, SE ENCONTRAREM ALGUNS DOS MEUS PERTENCES, UM MUITO OBRIGADO. “
Projecto Eklogia em Sesimbra
O projecto Eklogia, ligado às questões ambientais e centrado na sensibilização dos cidadãos para a problemática da crise ambiental, decorreu na vila de Sesimbra mais propriamente na loja CSM na Praça da Califórnia, entre os dias 23 a 30 de Junho. Eklogia, que provém das palavras eklogia (igreja), logos (palavra) e ecologia, é um projecto que pretendeu enternecer os cidadãos presentes e as comunidades cristãs para o problema actual, a crise ambiental, através da divulgação de valores fundadores da nossa identidade comum. Um projecto que percorrerá 10 cidades em Portugal, com um programa de exposição multimédia e interativa sobre a ecologia, complementado por iniciativas de animação bíblica, cultural e de educação das pessoas e comunidades cristas. Estas iniciativas tiveram o propósito de promover o debate e a reflecção sobre estes temas, por forma a incentivar um novo olhar e uma nova atitude sobre a Natureza.
Sociedade Santanense de Instrução e Recreio Depois de um longo período de inactividade, um grupo de sócios da Sociedade Santanense de Instrução e Recreio (SSIR) reuniu, no passado dia 3 de Maio, com o objectivo de voltar a dinamizar aquela colectividade. Segundo notícia do jornal Raio de Luz, foram eleitos novos corpos sociais, tendo como presidentes da direcção e da assembleia-geral, respectivamente, José Manuel Correia da Silva e João Manuel da Silva Pinhal. A SSIR foi fundada em 1932 por um grupo de santanenses que incluía António Gomes Galo, Sebastião Gomes Casaca, Joaquim Raimundo, Joaquim Carlos Pereira, Custódio da Costa, Gaudino Gonçalves Rodrigues e Ângelo José dos Santos. A SSIR chegou a ter um grupo dramático, bem como grupos musicais, e tinham fama os seus saraus e bailes, sempre muito concorridos. Nos anos 70, a SSIR chegou a albergar uma biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian. Outra das iniciativas da SSIR foram os programas culturais com entrevistas e música, à semelhança do que se fazia na televisão com o programa Zip-Zip. No segundo desses programas, que teve lugar no salão da Corredoura, em 29 de Agosto de 1970, participou o cantor Hugo Maia Loureiro, e Rafael Monteiro foi entrevistado acerca dos limites do Concelho, matéria bastante polémica nessa época. Formulamos votos de sucesso para esta nova fase da vida da Sociedade Santanense de Instrução e Recreio.
A Sociedade Santanense em 1976, quando ali funcionou uma assembleia eleitoral.
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Movimento pela Democratização do Regime Do nosso assinante Mário Chagas, recebemos o pedido de divulgação de um comunicado do Movimento pela Democratização do Regime, do qual é um dos fundadores. No referido comunicado, para além de se noticiar a eleição da respectiva Comissão Coordenadora, informa-se que
uma das suas próximas acções será a reunião com o Secretário-Geral do PS, como já acontecera com a direcção do PSD, aguardando-se a marcação de uma data oportuna por parte da Presidência da República e dos restantes partidos políticos para reuniões de identica natureza.
Grupo Desportivo de Sesimbra novos órgãos sociais O Grupo Desportivo de Sesimbra, elegeu no passado dia 11 de Junho de 2013, em Assembleia Geral Ordinária, os novos órgãos sociais, para o mandato de 12 de Junho de 2013 a 31 de Dezembro de 2015, que ficaram compostos do seguinte modo: ASSEMBLEIA GERAL Presidente Félix Manuel Rapaz Vice–Presidente Luis Leandro Sénica 1.º Secretário Ludgero Fernandes Caleiro 2.º Secretário Jacinto Cardoso Louro DIRECÇÃO Presidente Sebastião Patrício Simões Presidente Adjunto Carlos AlbertoAleixo Graça Vice–Presidente Financeiro Manuel José de Sousa Dias
Vice–Presidente Administrativo Amiano Veríssimo Marcelino Director Executivo António Aguiar Ramos Director Executivo João Miguel Reis da Silva Director Executivo João Costa Reis Gatinho Suplente António Alberto da Silva Pinto Suplente Júlio José Folques Carvalho
Fábio Rocha alcança o tetra Realizou-se no fim semana de 22/23 de Junho 2013, o V Open do Castelo, torneio organizado pelo Clube Escola de Ténis de Sesimbra e com o patrocínio da Junta de Freguesia do Castelo. A prova decorreu no Centro Municipal de Ténis de Sesimbra (Maçã) e teve a participação de vinte e quatro jogadores. No encontro decisivo Fábio Rocha do CETSesimbra superiorizou-se a Miguel Bastos do Clube Nacional de Ginástica por 6/1 - 6/3, num encontro muito bem disputado e agradável de seguir e mais equilibrado do que o resultado indica. Embora a superioridade do jogador da casa nunca estivesse em causa, o atleta forasteiro vendeu cara a derrota opondo-se sempre com muita de-
terminação ao jogo mais poderoso e afinado do Fábio. O CETSesimbra, contou ainda com dois semi-finalistas, André Aldeia e Marco Pires, ultrapassados respectivamente por vencedor e finalista vencido. Nos pares, defrontaram-se na final duas duplas sesimbrenses, sorrindo a vitória ao par mais jovem e favorito F. Rocha/M. Pires que venceram L. Esteves/P. A. Dias por 6/1 - 6/1. A cerimónia de entrega de prémios teve a presença de Francisco Jesus em representação da entidade patrocinadora, que em breves palavras elogiou e congratulou o evento, manifestando também uma vontade própria em ver o torneio crescer em quantidade e qualidade, tornando o concelho um pólo também de atracção tenística. J. P. Aldeia
CONSELHO FISCAL Presidente Joaquim Carapinha Secretário Fernando Joaquim Alves Relator António Piedade 1.º Suplente Júlio José Pinto Gomes 2.º Suplente José Leitão dos Santos
II Sarau do Movimento Associativo Devido à fraca adesão por parte do movimento associativo, foi cancelado o seminário Associativismo, Sustentabilidade e Futuro, que estava marcado para o passado dia 23 de Junho. Assim, do programa previsto, apenas se realizou o II Sarau do Movimento Associativo Desportivo do Concelho
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de Sesimbra no Pavilhão Municipal da Quinta do Conde, com a participação das seguintes colectividades União Trabalhadora Zambujalense, Conde 2, Sporting Clube de Portugal, Desportivo de Sesimbra, Cotovia, Casa do Benfica da Quinta do Conde e Desportivo de Alfarim
União Desportiva e Recreativa da Quinta do Conde campeão distrital em futsal
Ambiente com Arte No âmbito do Programa Bandeira Azul da Europa, a Praia do Ouro, em Sesimbra, acolhe nos dias 3 e 17 de Julho, quarta-feira, das 9 às 12 horas, o ateliê Ambiente com Arte. A atividade, com calendarização pré agendada, pretende facultar aos participantes um maior conhecimento sobre
algumas das espécies de fauna e flora existentes na Praia do Ouro, através de desenhos criados em azulejo. Para mais informações e inscrições contatar o Posto de Turismo de Sesimbra pelo número 21 228 85 40 ou pelo e-mail: turismo@cm-sesimbra.pt.
Sábados em Movimento O Programa de Atividades ao Ar Livre – Sábados em Movimento, está a decorrer nas manhãs de sábado, no Parque da Vila, na Quinta do Conde, e na Praia do Ouro, em Sesimbra. Estão abrangidas várias modalidades como o Pilates, Zumba ou GAP/Localizada. A participa-
ção é gratuita e basta aparecer devidamente equipado. O programa é promovido pela Câmara Municipal, com o apoio dos ginásios - Sport City, Gym Muscle, FunFit, Flecte, Desportivo Fitness Feminino e AAD Fascínio.
1º Etapa do Circuito Ipath 2013 Ocorreu no passado dia 8 de Junho na Lagoa de Albufeira, a primeira etapa do circuito Ipath, que envolveu diferentes modalidades como o surf, bodyboard e skimboard. Foi um evento organizado pelo Surf Clube de Sesimbra, que contou com a inscrição de 75 atletas. Durante a competição, o tempo mostrou-se instável, com alguns períodos de chuva, e ondas que não passaram o meio metro. Porém, nem as
fracas condições impediram a disputa entre os participantes do circuito. No surf, o destaque foi para o atleta da Costa da Caparica, Guilherme Ribeiro, e para a Teresa Gomes que conseguiu a vitória no feminino. Já no bodyboard, a vitória foi para os atletas de Sesimbra, Diogo Ferreira e João Fortunato. Mas, foi no Skimboard, que se destacaram Simão Pinto, João Guerreiro e Bernardo Lopes como atletas da modalidade.
A equipa de futsal da União Desportiva e Recreativa da Quinta do Conde (UDRQC) sagrou-se Campeã Distrital de Setúbal, no passado mês de Maio. A 11 de Junho seguinte teve lugar a cerimónia de atribuição das faixas de campeões, cerimónia que decorreu no Pavilhão Municipal da Quinta do Conde, após um jogo amigável que juntou em campo a equipa da UDRQC e a do Grupo Desporto do Fabril, equipa da primeira divisão. José Polido, vereador do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal, dirigiu palavra de felicitação à equipa campeã: “Estão todos de parabéns porque a subida de divisão é um prémio conjunto que comprova o trabalho desenvolvido pela UDRQC e por todos os que direta e indiretamente contribuíram para esta grande festa. Em nome da autarquia e dentro do que nos é possível, iremos sempre apoiar o desporto no concelho, as associações e, claro, esta equipa campeã». A União Desportiva e Recreativa da Quinta do Conde nasceu no dia 10 de Julho de 1985, da fusão de duas das mais antigas colectividades da Quinta do Conde: a Associação Condense Futebol Clube e o Leonenses Futebol
Clube. A recém-nascida associação inscreveu, logo nesse ano, na Associação de Futebol de Setúbal a primeira equipa de futebol da Quinta do Conde, tendose classificado em último lugar. Alguns marcos da história deste clube foram a construção, também em 1985, de um campo de futebol de onze, em terrenos no concelho de Setúbal, mas que foi abandonado após a inauguração a 24 de Agosto de 1985. Em 1988, foi iniciada a construção da sede definitiva, na zona do Conde 1, segundo projecto do arquitecto Augusto Pólvora, e para aqui foi transferida a sua sede em 1992. No final de 2004 foi inaugurada mais uma fase da sede, um pavilhão, que permitiu alargar o leque de actividades desportivas praticadas, destacando-se de entre estas a secção de “Lutas Amadoras”. Na época de 2005/2006, a União regressou ao futebol federado, desta vez com uma equipa de futsal. Com título agora obtido, a União Desportiva e Recreativa da Quinta do Conde garante a subida ao Campeonato Nacional da III Divisão na época 2013/14. [Notícia redigida com base em informação das páginas da C. M. Sesimbra e do blog SSBJOVEM, e de Vitor Antunes]
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O SESIMBRENSE Efeméride:
Lavadouro No dia 12 de Julho de 1944, o comércio de Sesimbra encerrou os seus estabelecimentos em homenagem a uma grande obra com inauguração marcada para esse dia: o novo Lavadouro Municipal, localizado ao cimo da rua Amélia Frade, e que substituía o decrépito lavadouro existente no ribeiro da Misericórdia (actual avenida da Liberdade). Como se pode ver pela imagem da construção, toda a zona em volta era um descampado. Com esta obra, a rua Amélia Frade foi prolongada e passou a estar ligada a uma nova artéria, a actual rua da Cruz. Uma grande reportagem publicada pel’O Sesimbrense anunciava o investimento como “Uma grandiosa obra de profilaxia social”. O presidente da Câmara – o tenente Manuel de Jesus Dias – disse no seu discurso que “prevendo-se que no futuro próximo, este local, devido ao fácil acesso que hoje possui, poderá desenvolver-se na construção de habitações, pensámos no saneamento, e, assim, seguindo o curso do riacho que existia [ribeiro de Entre-Hortas] foram metidos 170 m de manilhas com a secção de 40 cm, que servirá para os esgotos dessas possíveis habitações”. Não se enganava o sr. presidente quanto às “possíveis habitações”, mas a conduta então construída apenas serve hoje para a água do antigo ribeiro, já que o novo saneamento foi construído à parte. Quanto ao lavadouro, tinha 21 m de comprimento e 6 de largura, e possuía 32 tanques com capacidade de 342 litros cada. Tomaram também a palavra o Delegado de Saúde, Manuel José da Costa Jr. (o “Dr. Costa”), e o engenheiro Mourão, responsável pela obra, que
elogiou o sesimbrense Rufilo Pinto Covas pela cooperação que lhe prestara. Na mesma cerimónia, que teve a presença do Governador Civil, ainda foi dada oportunidade para botar palavra ao jornalista do Correio da Manhã, que enalteceu o Presidente da Câmara, porque “segue o programa do Estado Novo: nada prometer e tudo realizar em benefício do povo”. Passadas poucas décadas, com casas melhor equipadas, com a generalização dos tanques de cimento (os “pios”) e, mais tarde, das máquinas de lavar roupa, a “grandiosa obra de profilaxia social” caiu em desuso.
Santos Populares arraiais e marchas populares
Os Santos Populares voltaram a ser assinalados em Sesimbra com diversos arraiais de rua e marchas populares. Sonoros bailaricos promovidos por associações carnavalescas animaram as noites
no largo do Grémio (“Unidos de Vila Zimbra”), rua da Galé (“Bigodes de Rato”) e Largo da Fonte Nova ( “Dá que Falar”). Também a Paróquia de Santiago decorou, como já vem sendo habitual, o adro da Igreja Matriz de Santiago. A rua dos Pescadores – na foto ao lado – foi igualmente decorada a preceito pelos seus moradores, com Altar e quadras populares do poeta Álvaro Bizarro. Também saíram à rua no dia 30 as marchas populares da Igreja da Senhora da Esperança, do Centro Comunitário da Quinta do Conde, do Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2, da Boa Água e da Paróquia de Santiago.
Sociedade Musical inaugura instalações No passado dia 9 de Junho a Sociedade Musical procedeu à inauguração das suas instalações, após as obras de remodelação da zona do bar – obras que incluíram também a construção de um pequeno balneário. À nova sala de convívio do bar foi dado o nome de Alfredo Zegre, numa homenagem a um dos mais destacados músicos e dirigente associativo daquela Sociedade. Para além da cerimonia de inauguração, onde esteve o presidente
da Câmara, Augusto Pólvora, e que incluiu a bênção das instalações pelo Padre Manuel Silva, foi dado um pequeno concerto pela banda da Sociedade.