O sesimbrense - Edição 1176 - Julho 2013

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ANO LXXXVII • N.º 1176 de 25 de Julho de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)

Luis Sénica Genuíno sesimbrense, foi um dos pioneiros do hóquei em patins nesta vila: uma paixão que se tornou num projecto de vida. Fez carreira até ao comando da Selecção Nacional de Hóquei, mas nunca esqueceu a sua Sesimbra, nem o seu “Sesimbra”. Página 8

Lula gigante capturada na baía de Sesimbra

Estacionamento O novo regime de esta-cionamento em Sesimbra esteve previsto para ter início em várias datas, e acabou por arrancar numa data não anunciada: 25 de Julho. Mas só os parquímetros funcionam, no resto da vila continua o estacionamento abusivo. Página 13

A lula gigante é uma espécie muito pouco avistada, já que vive nas grandes profundidades, sendo também raramente pescada. No entanto,

no passado dia 19 de Julho, quando levantava as redes frente à Fortaleza, a curta distância da praia, o pescador Armindo Silva teve a surpresa

Doca Marinha: investimento no Zambujal A empresa Doca Marinha, do empresário Carlos Manuel Veríssimo, realizou recentemente um importante inves-

timento numa unidade de congelação, localizada no Zambujal. Daqui já partem muitas toneladas de peixe,

sobretudo para empresas conserveiras de Portugal e da Espanha. Página 9

Efeméride

2 de Agosto de 1929: Sesimbra é classificada como estância de turismo

de encontrar nelas um exemplar de 6 metros (incluindo os tentáculos). Mas o insólito não ficaria por aí: chegado a terra, um outro pescador

falaria a jornais e televisões, reinvindicando ter sido ele o autor da pescaria. Página 5 Página 5

Roque Braz de Oliveira: Um vida sobre asas

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Política Local

Bloco de Esquerda apresentou candidatos

5 Com a presença da eurodeputada Marisa Matias ePágina dos cabeças de lista candidatos aos diferentes órgãos autárquicos, o BE prometeu apresentar medidas concretas para desenvolver a economia e fomentar a participação cívica. Página 10

Movimento Sesimbra Unida apresentou programa e apelou para a recolha de assinaturas Alunas do Colégio Costa Marques entregam flores a turistas, no Hotel Espadarte (Pág. 16)

O movimento independente iniciado por Carlos Sargedas apresentou algumas das propostas do seu programa, e fez um apelo para que os cidadãos subscrevam a apresentação da candidatura. Página 11


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2013

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Editorial

Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

Aniversário Assinalamos no dia 27 de Julho o 87º aniversário de O Sesimbrense, jornal fundado por Abel Gomes Pólvora, precisamente no momento em que foi destituído do cargo de Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra pela ditadura militar que abriu as portas ao Estado Novo. Nessa altura o descendente da família Pólvora, que tradicionalmente tinha dominado a corrente política do Partido Regenerador, e que ainda estivera ligada, no período republicano, ao Partido Evolucionista, presidia a uma Câmara que tinha sido eleita na base de uma “lista do Concelho”, envolvendo as várias correntes políticas locais. Abel Gomes Pólvora não deve ter achado graça ao facto de ter sido deposto de um cargo para o qual tinha sido eleito, numa coligação tão abrangente. A fundação do jornal teve, provavelmente, o objectivo de continuar, por outros meios, essa política de coligação, já que no grupo fundador e nas colaborações posteriores, se manteve a diversidade de opiniões. Na presente campanha para as eleições autárquicas, assistimos também a uma tentativa de juntar numa candidatura, pessoas de diferentes ideo-

logias: o Movimento Sesimbra Unida, que já teve o mérito de constituir uma equipa capaz de elaborar um programa eleitoral coerente, independentemente da exequibilidade de algumas das medidas - mas não se ocorrerá o mesmo em algumas propostas eleitorais de outras candidaturas? Também na entrevista que publicamos nesta edição, com Luis Sénica, encontramos o mesmo apelo à união de pessoas com uma “visão apolítica da vila”, para termos “uma vila muito mais dinâmica, muito mais proactiva e muito mais capaz de nos fazer sentir verdadeiros sesimbrenses”. Talvez sejam apenas coincidências, ou meros sinais de descrença nas organizações políticas tradicionais, ou talvez seja mais do que isso. Mas seria interessante se o Movimento Sesimbra Unida pudesse ultrapassar a barreira para obtenção das assinaturas necessárias para se apresentar a votos, já que a Democracia vive precisamente do confronto de ideias, num debate público que habilite os eleitores a votar em consciência. João Augusto Aldeia

Pescas - Maio e Junho

Maio

Com o apoio:

Farmácia da Cotovia

212 681 685

Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

Farmácia de Santana

212 688 370

Estrada Nacional 378, Santana

Farmácia Leão

212 288 078

Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Novamente, por motivos alheios à nossa vontade, não foi possível incluir a nossa habitual descrição sobre as pescas do mês de Maio. De facto apresentamos desculpa aos habituais leitores deste sector. Por isso neste número incluímos dois meses: Maio e Junho. Estes meses eram, normalmente, os de maiores produções das pescas na nossa costa. Pela acalmia do mar e por ser o período das armações à valenciana que enchia a Lota de grande abundancia de carapau. Também o cerco das traineiras inundava a nossa praia com robalos, chaputas, corvinas médias e anchovas. Sendo, sobretudo os robalos exportados para Itália. Hoje, apesar do apagão que tivemos com o findar das armações e depois com Marrocos a impedir a nossa pes-

Junho ca na sua zona, conseguimos, com o nosso jeito de pescar, de nos firmarmos no peixe-espada preto, na Artesanal e o Cerco, surpreendentemente, apesar do valor baixo do peixe cercado: cavala, carapau e sardinha. Têm mantido um bom nível de pescarias. Pena que a cavala deixasse de ter aproveitamento para conserva em azeite… Mas mesmo assim continuam a ter valor para enviar a Espanha para viveiros de atum. Finalmente uma boa notícia: A nossa Artesanalpesca, transcendendo a inércia das pescas está terminando no Porto de Abrigo umas camaras frigoríficas de alta conservação para absorver as espécies de peixe menos valiosas que virá beneficiar produtores e consumidores. Pedro Filipe


O SESIMBRENSE | 25 DE JUNHO DE 2013

Incêndio na mata de Sesimbra

Foi na noite do dia 21 de Julho que sucedeu um pequeno incêndio na mata, por detrás do grupo desportivo de Sesimbra. O incidente, sem consequências graves, foi resolvido de imediato pelos Bombeiros Voluntários da Vila. O fraco vento evitou que o fogo atingisse maiores dimensões, ao ponto de poder chegar aos três veículos estacionados na mata. Deste assunto, Ricardo Cruz, comandante operacional dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, defende que “foi um incêndio de pequena dimensão, com causas que nos são desconhecidas”. O alerta do incidente foi dado por volta da 00h:30 por uma moradora do

prédio em frente, que garante que em pouco tempo, os bombeiros voluntários identificaram o local e resolveram a situação. Em tempos, na mata encontravamse bancos e mesas de madeira, tendo sido um espaço bastante utilizado por excursionistas, para refeições e convívio. Porém, foram retirados os assentos, e hoje o local encontra-se poluído e abandonado. No entanto, embora não seja essa a utilidade, tem sido frequente o estacionamento de veículos. A sujidade e o abandono da mata têm sido uma preocupação dos moradores do prédio em frente, que receiam situações idênticas ao sucedido. Micaela Costa (Estagiária)

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Nova reorganização do SAP Após um período de instabilidade relativamente ao futuro do Serviço de Atendimento Permanente de Sesimbra (SAP), o governo tomou a decisão de alterar este tipo de serviço a partir do mês de Setembro. O SAP será reorganizado, e passará a funcionar igualmente todos os dias da semana, incluindo feriados, mas das 10h até as 16 horas. De acordo com as alterações no serviço, para além do horário estabelecido, todos os utentes com médico de família poderão usufruir igualmente de um horário mais alargado, das 8h até às 18 horas no centro de saúde, na freguesia de Santiago. Segundo o Ministério da Saúde, o serviço de atendimento permanente não tem profissionais suficientes ao atendimento. A falta de enfermeiros e pessoal administrativo tornavam frequente o reencaminhamento dos utentes para o Hospital São Bernardo, em Setúbal. Neste sentido, o governo alega que a visita a este tipo de ser-

viço era, muitas das vezes, em vão. O Ministério da Saúde defende igualmente que em Sesimbra e Santiago, todos os residentes têm médico de família, e sendo o serviço de atendimento permanente dirigido a outro tipo de utentes (não residentes, sem médico de família), deixa de ser tão necessário. De acordo, com os utentes sem médico de família ou não residentes, a vice presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa, defende que “sem marcação, provavelmente estes utentes poderão não ser atendidos”. No entanto, em situações pontuais, como o carnaval e a passagem do ano, o serviço terá um horário mais alargado, estando de portas abertas durante a noite. No acesso ao serviço, haverá uma redução da taxa moderadora que passará a ser de 5 euros, havendo uma redução de 50%. Micaela Costa (Estagiária)

Obras de saneamento na Lagoa

A nossa assinante Antónia Marques chamou-nos a atenção para o facto de as obras de saneamento da actualmente em curso na freguesia do castelo, terem invadido o seu terreno sem qualquer pedido de autorização prévia. Contactada a Autarquia, esta terá admitido o lapso, que aqui registamos.

Barco da Polícia Marítima embate em nadador No passado dia 15 de Julho, na praia dos amigos, um barco da Polícia marítima embateu num nadador que se encontrava a 700 metros do areal da praia. Um incidente sem consequências graves, que não passou de um susto. Pela manhã, por volta das 11:40,, enquanto nadava frente ao Clube Naval, o residente de Sesimbra, Dário Saraiva Rodrigues, sofreu um pequeno embate de um barco a hélice, de oito metros, que se encontrava numa ação de fiscalização. No exato momento, a vítima não se apercebeu do sucedido, ficando apenas

sem a touca de mergulho. Quando regressou à praia, foram os presentes que ao assistirem à situação, o alertaram do sucedido. No entanto, as mazelas na cabeça sentidas mais tarde fizeram-no agir, tendo apresentado queixa à delegação marítima de Sesimbra. Deste assunto, o comandante da polícia marítima de Setúbal, Lopes da Costa, defende que tudo estava controlado, apurando que o barco navegava devagar, a dois nós. Micaela Costa (Estagiária)


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2013

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Uma vida sobre asas Roque Brás de Oliveira, hoje com 90 anos e residente no concelho de Sesimbra, é um exemplo de disciplina e sucesso. Um apaixonado pelo voo, foi com os aviões que se realizou profissionalmente e que atingiu o reconhecimento dos seus pares – e teve a “sorte” de voar em aviões hoje míticos como o Tiger Moth, o Dakota, o Super Constellation e, na era a jacto: o Caravelle, o Lockeed Tristar e finalmente os grandes Boeing 747. Mais de 22 mil horas de voo, que ainda lhe proporcionaram alguns “sustos”, situações que felizmente não tiveram consequências graves, e outros casos dramáticos, como a ponte aérea de Luanda para Lisboa, e até um “pirata do ar” a bordo. Uma vida entre o céu e a terra, prova de que a determinação foi suficiente para o levar longe como piloto de linha aérea. Após longos anos de voo, o comandante recebeu, no dia 24 de Maio, o prémio Carlos Bleck 2013, por parte da APPLA - Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea, homenagem a uma admirável carreira. Do prémio resulta o livro de Rita Tamagnini, “Aeronauta: entre o céu e o mar”, que conta a sua história de vida marcada, por essa grande paixão pelos aviões Voltar atrás no tempo parece fácil. Roque Brás de Oliveira relembra com precisão todos os episódios, horizontes e conquistas que ficaram lá atrás. Fala com entusiasmo e com um “sorriso” na voz sobre o início da carreira. Estudou no liceu Camões, passando em seguida para o Instituto industrial de Lisboa, onde completou o 12º ano de escolaridade. Porém, o seu pensamento esteve sempre ligado às viagens e aos aviões. Desde criança que brincava com aviõezinhos em papel. No entanto, foi apenas aos 16 anos que tentou a sua sorte, quando decidiu tirar o brevet, no Aero Clube de Lisboa. Foram os primeiros passos para uma vida ligada à aviação. Roque Brás de Oliveira recorda a viagem diária até Sintra, até ao aeroclube, onde se realizava o brevet. Um longo caminho o esperava todos os dias, de comboio até Algueirão, onde depois caminhava até Sintra. Todo um esforço que valeu a pena. Porém, o investimento necessário foi suportado pelo seu irmão, Rui Brás de Oliveira. Não é por acaso, que o comandante ainda reconhece com gratidão o apoio do irmão mais velho, que mais tarde foi igualmente o seu instrutor de pilotagem, em Sintra: “O meu irmão achava que eu tinha muita habilidade.” Foi em 1943 que concluiu o brevet, aos comandos de um Tiger Moth, na base aérea de Sintra, com pouco mais de 6 horas de voo de instrução. Ainda

se lembra da sua primeira aterragem, que segundo o próprio “deu um pincho muito grande”. Mas foi esta inexperiente aterragem que deu inicio a uma longa história “com asas”. Com 18 anos foi como voluntário para a Força Aérea, onde chegou a capitão-miliciano. Mais tarde, torna-se então piloto profissional.

Realização de um sonho Voar na TAP era o seu grande desejo, e a sua persistência levou-o até onde mais queria. Foi em 1947, que concorreu para aquela empresa. Na altura, era controlador aéreo no eroporto de Lisboa, e como era considerado o mais competente, começaram por não autorizar a sua saída. Aos 23 anos, sentiu que lhe tinham “cortado as pernas” para a carreira, que sempre desejou. Mais tarde, chegou-se a um acordo, e foi dispensado para a TAP. Mas, em contrapartida, teve de exercer as funções de controlador aéreo na torre de controle de Lisboa, à noite, enquanto frequentava o curso da TAP. Finalmente iniciou a carreira de piloto. As conquistas foram muitas. Hoje, são pequenas vitórias que vale a pena recordar. No mesmo ano em que foi admitido na TAP, assina como piloto estagiário, e no ano de 1948 é contratado como piloto terceiro. Um ano depois, é transferido para prestar serviço como piloto na Aero Portuguesa, durante quatro anos. Durante todo o tempo pilotou o Dakota, em voos no Magrebe: “Nós deixámos história em Tânger e em Casablanca, foi muito, muito importante”. Começou a voar regularmente para as colónias africanas. Uma aventura que se concretizava duas vezes por mês, e durante oito anos. Voava-se

Roque Braz de Oliveira com a sua família

para Lourenço Marques, com escalas em Casablanca, Vila Cisneros, Dakar, Bathurst, Accra, S. Tomé, Librevile, Luanda, Leopoldevile, Elisabetevile e Salisbúria. Incluindo as pausas realizadas na viagem, demorava inicialmente 15 dias. Durante os oito anos, fez esta rota aos comandos do Douglas DC-4, mas os últimos anos foram voados com o Douglas Skymaster.

Incidentes com asas Durante os 40 anos como piloto, nem sempre foi possível evitar os acidentes. Nos primeiros tempos da aviação comercial em Portugal, eram frequentes, na verdade. O comandante Roque de Oliveira viveu alguns, que hoje relembra: episódios que marcam, mas que, felizmente, não passaram de sustos. O seu primeiro incidente ocorreu enquanto estava na Aero Portuguesa, numa aterragem em Tânger, num Dakota. Quando já se aproximava da pista, um bando de pássaros veio na sua direcção. Um dos pássaros – uma águia – enfiou-se pelo cockpit, partindo o vidro do lado em que se encontrava. O vento que entrava pela janela impedia-o de aterrar com precisão, foi então que o copiloto, Alberto Carreira, o auxiliou nessa manobra. O pior poderia ter acontecido, por sorte a águia apenas lhe arrancou uma parte do cabelo. Um outro caso foi devido ao mau tempo. Numa altura em que não se usava radar, era difícil evitar tais situações. Quando voava sobre a Biscaia, num DC4 apenas com mercadoria a bordo, enfrentou péssimas condições de tempo; a quantidade de combustí-

vel era mínima, devido ao peso da carga, não lhe permitia contornar a baixa pressão: teve de mergulhar na tempestade, “naquela escuridão”. O susto veio quando um raio atingiu o nariz do avião, deixando-o descompensado. Parte do leme de profundidade ardera e a manobra do avião tornou-se difícil. Com grande dificuldade conseguiu aterrar de emergência, em Bordéus. Mais tarde, veio a saber que, afinal, Biscaia estava interdita a todos os voos. Na Argélia, ocorreu um outro episódio que vale a pena descrever. Numa das viagens sobre África, o avião ficou retido na cidade de Kano, à beira do deserto do Saará, devido a um fogo num dos motores. Uma semana foi o tempo de espera. Durante aqueles dias os passageiros esgotaram a comida e bebidas disponíveis, problema que só terminou quando chegou um outro avião com comida, e para transporte dos passageiros. Durante aqueles dias foi preciso inventar diversões para ocupar os passageiros: “havia crianças, fizemos jogos, fizemos passeios, momentos que deixam saudade”. São pequenas histórias que dão sentido ao seu percurso. São contos “com asas”, de toda uma vida. Sem voar há já 30 anos - teve de se reformar aos 6o anos, por imposição legal - , fala dos aviões, como se o seu último voo tivesse sido ontem. O antigo piloto não perdeu as asas e relembra a sua história com um sorriso no rosto. No presente, os dias são passados junto à sua esposa Carlota e aos oito filhos, na sua casa em Sesimbra, apelidada como “O Refúgio”: uma casa desenhada e construída pelo próprio, que é hoje o seu “porto seguro”. Micaela Costa (Estagiária) João Augusto Aldeia

Uma vida de emoções Para além das funções de piloto, Roque Braz de Oliveira foi igualmente pioneiro no sindicalismo da aviação em Portugal. Fundador do primeiro sindicato de pessoal de voo da aviação civil, em 1947, e também fundador da Associação de Pilotos. Colaborou nos estudos que levaram à criação da companhia Air Portugal, uma low-cost ligada à TAP, entretanto desaparecida, e foi instrutor da Air Pakistan, quando a TAP vendeu alguns aviões a esta companhia. Alguns dos momentos mais dramáticos que viveu estiveram associados às guerras coloniais. Transportou os primeiros comandos para Angola. Também fez a ponte aérea, em 1975, transportando retornados de Angola para Lisboa, situação

igualmente dramática: “As pessoas vinham muito apavoradas.” Numa das vezes teve dificuldade em descolar, com o avião a rasar a pista: “As pessoas procuravam trazer o máximo de coisas consigo, e isso resultava em excesso de peso. Era preciso um cuidado muito grande.” Também lhe aconteceu ter de lidar com um “pirata do ar”. Um cubano que fora forçado a ir para Angola, entrou clandestinamente num avião, sendo descoberto já sobre a Guiné. “O que é que pretende?”, perguntoulhe o comandante. “O sr., se faz favor, não volta para trás, vá para Lisboa!” Resposta de Roque Braz de Oliveira: “Vou, não tenho problema nenhum.” Na realidade, Lisboa era o destino da viagem.


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Lula gigante capturada Restaurante Praiamar abre no Almada Forum em Sesimbra A família Fontinha, pela mão de José Maria Fontinha Pinto, na gerência, acaba de abrir um restaurante marisqueira no Forum Almada - o Praiamar, profusamente decorado com temas sesimbrenses, decoração da autaria do arquitecto Luis Paixão.. Em Sesimbra a familia Fontinha tem mantido o restaurante com o mesmo nome, na esquina da rua D. Afonso Henriques com a rua Latino Coelho. No passado, a mesma família mantivera o café Fontinha, na rua Joaquim Brandão. Para o novo estabelecimento formulamos votos de sucesso, tanto mais que está a promover a imagem de Sesimbrana populosa cidade de Almada.

Uma luga gigante, com 6 metros de comprimento – incluindo os tentáculos – foi capturada pelo pescador Armindo Silva, a cerca de 500 metros da praia de Sesimbra, frente à Fortaleza. O cefalópode ficou preso nas redes de emalhar que tinham sido deixadas no mar na manhã do passado dia 18, e foi na manhã do dia seguinte, quando foi colher as redes, que Armindo Silva descobriu que o enorme animal fazia parte da “teca” do dia. A grande lula pouco se mexia, ou porque tivesse exausta de lutar contra as redes, ou por qualquer outro motivo, e não ofereceu qualquer resistência. O grande problema foi o peso: Armindo teve que que lhe cortar a cabeça para poder colocar a lula a bordo. No entanto, ainda havia uma outra surpresa reservada para Armindo Silva: depois de chegar a terra, enquantro tratava de assuntos da sua profissão, um outro pescador – Eduardo Pinto, Xixa – “tomou conta” da lula e deu entrevistas a jornais e televisões, afirmando ter sido ele o autor da pescaria. O Correio Manhã, por exemplo, ocupou as páginas centrais da sua edição do dia seguinte com os relatos fantasistas de Eduardo Pinto. Muito aborrecido com o comportamento abusivo do outro pescador – “Não estou aqui para ser chacota do povo da minha terra” – Armindo Silva relatou ao nosso jornal com tudo efectivamente se passou: Como descobriu que tinha pescado uma lula gigante? Quando comecei a levantar a rede, vi aqueles rasgos muito grandes, aqueles tentáculos, aquilo começoume a pesar, e quando vou espreitar, vejo a lula. Amarrei a lula pelo pescoço, amarrei à borda e acabei de largar a rede. Quando tentei meter a lula para dentro, não fui capaz, tive que desargolar primeiro a cabeça, e depois fiz uma funda e lá a consegui meter no bote – sempre sozinho, não estava ali ninguém para me ajudar! Em que local foi? Foi um bocadinho ao Mar da Pedra, enfiado com a Fortaleza, mais ou menos, um bocadinho à terra da bóia amarela: uns 500 a 600 metros de terra, mais ou menos, e 18 ou 20 metros [de profundidade] que aquilo tem ali. Depois vim para a terra, quem me ajudou a pôr a lula em terra foi o meu genro, que saltou dentro do bote, eu já estava moído de pôr aquilo dentro – já vou a caminho dos 70 anos, já tenho 67 anos, já não tenho força para isso! Fui à lota falar com o Luis Mafra, que me disse que ia telefonar aos jornais e à Câmara. Quando venho da lota, já vejo o peixe noutro lado, já não estava ao pé do meu bote. Fui-me embora, fui arranjar peixe, e quando vim [o Eduardo Pinto disse:] “Eu trato das coisas”. E eu fui-me embora, não estava para me chatear com aquilo. Mas não esperava que aparecesse aquela versão no jornal, em que eu ficava de banda. Quem apanhou aquilo fui eu, e afinal fico de banda?

Uma vida dedicada ao mar Descendente de uma família de pescadores – tal como o avô paterno, Viriato, e o materno, Cachimbinho – sempre andou ao mar. Começou na barca do pai, o pescador Joaquim Viriato: uma barca do aparelho de anzol, a “Nossa Fé”. A certa altura o motorista foi-se embora, e Armindo tirou a carta de “chofer” com 15 apenas anos! Depois foi mobilizado para o Ultramar, e quando regressou já o pai andava à rede, e adaptou-se à nova arte de pesca, num tempo em que “se apanhava mais peixe!”. Depois da morte da mãe andou na pesca do peixe-espada em Marrocos, a bordo do barco “Zé Leste”. Andou nesta pesca apenas 18 meses: achou que não era vida pare ele: resolveu comprar um barco e passar a ser mestre do seu destino. Actualmente tem um bote com um nome original, cuja origem desconhece, “Mano Chum”. O nome pertenceu antes a um barco mais pequeno, que comprou para uso temporário enquanto o seu barco esteve parado para reparação do motor. “Quando comprei este bote [que tenho agora], estava o Sebastião Maquino na Capitania, pergunteilhe se podia pôr o nome “Mano Chum”, e ele disse-me que sim. Eu ia pôr o nome do meu filho, tenho três filhos, mas depois começam e coisa… ora, ficou então “Mano Chum”. Não sei o significado daquilo. E lá tenho andado aqui nesta vida. Governa-se a vida para se comer. Não dá para muito, mas dá para alguma coisa.”

Os estaleiros navais de Sesimbra continuam a realizar uma grande diversidade de reparações, quer em barcos de pesca, quer de outro tipo. Neste momento, é a caravela Vera Cruz que ali se encontra, evocando a memória da participação dos mareantes de Sesimbra na gesta dos Descobrimentos.


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De igual modo Bandeira Azul e “rotundinha”

Esvoaçando, aos suaves impulsos da brisa marítima, tendo o Atlântico como “pano de fundo”, a bandeira azul da Califórnia vale como uma preciosidade de pleno agrado. Esperou-se por ela alguns anos mas eila, bonita e airosa, a dois passos da histórica “Pedra Alta”, dominando o extenso areal. Foi o que de melhor se desejava neste dealbar da época balnear. O somatório de esforços, do Município e não só, deu resultado e sugere esta manifestação de júbilo e de agrado pela feliz conquista da esvoaçante bandeira azul. Agora é só esperar, convictamente, que os utentes da “Califórnia” cumpram desígnios de compostura e civismo para que se mantenham

intactas as razões que ditavam a tão desejada concessão da Bandeira Azul que, beneficiando todos, carece de todos um exemplar contributo. Tentando sublinhar o que de benéfico e prestigiante acontece nos domínios da “piscosa”, “saltamos” da Califórnia para a pequena e recente rotunda que separa Santana da Corredoura, já a caminho do Espichel. Apetece-me chamar-lhe “rotundinha”, tão pequena que é, tendo à sua esquerda, quem venha de Santana, a visão altaneira do Castelo e do donairoso Torreão da Igreja. De igual modo que elogiamos a “conquista” da bandeira azul, com idêntica intensidade e similar proposta, lamentamos que essa simpática “rotundinha” se apresente nua e insí-

pida, em empedrado vulgar, quando parece ser propicia ao arrelvamento e/ou ornamentação florida ou mesmo imposição de estatuária a definir, seja de mero simbolismo ou de devoção a figura pública, de cidadão sesimbrense digno de destaque ou de personagem histórica – o navegador Rodrigues Soromenho ou o Rei D.Diniz, que tanto se interessou pelo burgo piscatório, nos começos do séc.XVI. Tal como esta, insípida, banal, despedida, a “rotundinha” não impressiona ninguém. E até, pela sua envergonhada área plana, nem sequer ajuda os automobilistas que a circundam. À especial atenção do Município e, naturalmente, à Junta de Freguesia do Castelo, na pessoa do meu amigo Francisco Jesus.

Rua dos Pescadores

Tradição nos Santos Populares Desde há muitos anos, que os moradores da rua dos pescadores enfeitam o local, por altura das comemorações dos Santos Populares. Com o falecimento dos moradores mais velhos, essa tradição quase se perdeu, no entanto ao fim de 23 anos a D. Rosalina Cagica (filha da tia Rosalina Carapinha) e alguns moradores recuperaram a tradição, como forma de homenagear os seus antepassados. Assim, nos Santos Populares, é possível percorrer a Rua dos Pescadores e apreciar os enfeites, quadras populares e altar (este ano, ornamentado por Pedro Carapinha). Segundo os moradores, a decoração da rua, não seria concretizável sem o apoio monetário e logistico de amigos, Junta de Freguesia de Santiago, Restaurante “ A Maré” e Atelier “Arte e Cor”.

A Rua dos Pescadores Enfeitada com tradição Chama o turismo que pede: “Não acabem com as festas de S.João!”


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Rotary e Rotaract Club de Sesimbra

Transmissão de Tarefas

No passado dia 1 de Julho, Carlos Sargedas cedeu o seu lugar de Presidente do Rotary Club de Sesimbra, ao empresário José Eduardo Oliveira Martins, que irá conduzir o RCS sob o lema Viver Rotary, Transformar Vidas! A Transferência de Tarefas, realizada num jantar convívio no Hotel do Mar, contou com a participação de alguns companheiros do RCS. Oliveira Martins é um conhecido empresário do sector do Turismo, proprietário da agência de viagens Turibolsa. Além de ocupar o cargo máximo do Rotary Club de Sesimbra, Oliveira Martins é igualmente, presidente da Assembleia Geral da Liga dos Amigos de Sesimbra. Também o Rotaract, no passado dia 7 de Julho pelas 19:30h, na Quinta da Companheira Irene Gomes, em Sampaio, realizou a sua cerimónia de Transmissão de Tarefas que marcou o fim de um ano rotário e o início de outro e com ele, como já é costume, a mudança de Presidentes e a sua equipa que irá conduzir os destinos do Clube. Esta cerimónia contou com a comparência de 50 familiares, amigos e elementos de outros clubes rotários que quiseram estar presentes nesta celebração tão importante na vida deste clube formado por jovens. A cerimónia contou com o cerimonial rotário na apresentação da mesa da presidência, seguida da saudação às bandeiras. Contou também com a emblemagem de 3 novas companheiras para o clube. A terminar a sessão, procedeu-se à troca de pins

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G. D. Alfarim No passado dia 13 de Julho, o Grupo Desportivo de Alfarim elegeu a lista dos novos corpos gerentes, para o Biénio 2013/2015. Ficando constituída do seguinte modo: MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente: Henrique Jorge da Mata Marcelino; Vice-Presidente: Aires Patrício Fernandes Lisboa; 1º Secretário: Marco André Marques Dias; 2º Secretário: Luís Mário Cristão Dias CONSELHO FISCAL Presidente: Eduardo Pereira da Costa Veríssimo;Vogal: Ricardo Jorge Marques Dias;Relator: João André Faria Ribeiro DIRECÇÃO Presidente: José Fernando Cristão Dias;V.P. Financeiro: Francisco Manuel Veríssimo Rodrigues;V.P. Inst. Sociais: António dos Santos Apolinário;V.P. Desportivo: Filipe Ricardo Costa Lourenço;Secretário: Filomena Maria Almeida Raimundo;Tesoureiro: Júlio Manuel Neto Joaquim;Vogal: Júlio Fernando P. Costa Veríssimo;Vogal Auxiliar: José Gregório Rodrigues;Vogal Auxiliar: Carla Martelo Oliveira

Agrupamento de Escolas de Sampaio No passado dia 25 de Julho, tomou posse o Director do Agrupamentos de Escolas de Sampaio, professor Rui do Bem. O acto público, aberto a toda a comunidade, foi realizado no Centro de Recursos da Escola Secundária de Sampaio.

Aniversário do Gliese

Colecção de fósseis

Sofia Polido (Estagiária)

Yoga na Praia Agosto Quartas | Praia do Moinho de Baixo | 19.45h Sábados | Praia da Califórnia | 19.45h Tripa Trio 3 de Agosto | Sáb Praça da Califórnia | 22h (Parte do lucro da venda de tshirts reverte a favor da causa solidária da Luana para aquisição de uma cadeira de rodas.) Aulas na Praia Praia do Ouro 3 de Agosto | Sáb | Aula de Zumba | 16h 6 de Agosto | Terça | Combat | 16h 17 de Agosto | Sáb | Fitness | 16h 20 de Agosto | Terça | Fitness | 16h 31 de Agosto | Sáb | Combat | 16h Corrida de Touros 10 de Agosto | Sáb Estádio Vila Amália | 22.15h Torneio de Futsal 2013 10 de Agosto | Sáb Organização: Grupo Desportivo de Alfarim Inform: 21 2683414 110º Aniversário Bombeiros Voluntários de Sesimbra 12 Agosto | Seg Feira do Livro De 19 de Julho a 18 de Agosto Praça da Califórnia Há Vida no Fundo do Mar 14 e 28 de Agosto | Quartas Praia do Ouro - Junto ás Rochas | 16h e 17h

Foi no dia 16 de Julho, que o Gliese bar em Sesimbra festejou o seu 6º aniversário. O evento teve o seu início pelas 22 horas, festejando seis anos de animação e ousadia. O aniversário contou com música, animação e até um bolo de aniversário partilhado por todos os presentes.

e do colar, símbolos da Presidência do Clube, de André Quaresma para João Casaca, que na sua intervenção destacou e pediu o apoio de todos para o novo ano que se inicia, frisando que o Clube irá centrar a sua actividade em projectos para a comunidade e para as suas necessidades.

Vai ser notícia!

Uma notável colecção de fósseis doada pelo médico-cirurgião, Artur dos Santos Dias, irá ser instalada permanentemente no Castelo de Sesimbra. Trata-se de uma colecção de 201 peças, conseguida em exposições e feiras realizadas em diferentes locais do mundo, ao longo dos anos. Entre as peças, destacam-se as primitivas formas de vida animal na terra, amonites, nome pelo qual são designados animais marinhos semelhantes aos nautilus, e vertebras de cetáceos. Pela sua antiguidade e diversidade, é uma das mais complexas colecções de fósseis em Portugal, que permitirá aos sesimbrenses um novo conhecimento relativamente à evolução da vida na terra.


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2013

8 Luis Sénica é um genuíno sesimbrense, que calcorreou a vila entre o largo do Caninho, a rua da Fé e o Largo da Torrinha – onde o avô, António Leandro “Caldeirada”, teve uma taberna. Foi um dos pioneiros do hóquei em patins, uma paixão que se tornou num projecto de vida. Fez carreira como jogador, desde o GDS até ao Sporting, trabalhou a seguir na Federação de Hoquéi, chegou a seleccionador nacional, transitou para o Benfica, e regressa agora ao lugar de seleccionador nacional: um percurso sempre marcado por vitórias emblemáticas – e por isso contamos com ele para ganhar o próximo Mundial. Mas nunca esqueceu Sesimbra, nem “o Sesimbra”, ao qual regressou – foi eleito para vicepresidente da Assembleia Geral – para dar uma ajuda nesta fase difícil do clube.

Como nasceu esta paixão pelo hóquei? A paixão surge por aquilo que eu ia ouvindo em criança pelos relatos da rádio, era o maior meio de difusão, apanhei o inicio do hóquei em Sesimbra. Costumo dizer que comecei do zero, em Sesimbra não tinha referências nenhumas. Quando se dá a construção do pavilhão e inauguração em 1974, inicia-se então aquela escola de patinagem, através de algumas pessoas de Sesimbra e fundamentalmente do Zé Saragaço. E a minha 1ª inscrição federada para competir, dá-se em Setembro de 1974 – foi um período de aprendizagem muito curto, e a partir daí foi uma paixão que se tornou num projecto de vida. É portanto anterior à vinda dos “craques” moçambicanos? É anterior, cerca de 8 anos a 9 – quando o Sesimbra conquista a taça CERS, eu vi os jogos aqui, pavilhão cheio, uma euforia, uma coisa que nunca mais vi nesta vila. E tinha cerca de 17 anos, 18, estava na fase de júnior, tanto que mais tarde, cerca de um ano depois, eu subo a sénior e ainda tenho a possibilidade de participar em 2 competições europeias com o Sesimbra. Eu queria conhecer mais, e tive a possibilidade de poder sair do Sesimbra aos 24 anos, passei pelo Turquel, depois ingressei no Sporting, e nessa altura tinha a noção de que queria mesmo estar ligado ao hóquei. Depois, em paralelo, faço o complemento com os estudos, fui para a faculdade, formei-me na área do Desporto, na área da Educação Física e Desporto, e continuo a estudar, hoje tenho mestrado em treino de Alto Rendimento, onde fiz a especialização em hóquei em patins, fui dos primeiros em Portugal a fazê-lo, sempre numa luta permanente, e sempre com a ideia de que não chega: aquilo que fizemos é muito interessante, é muito simpático, mas não podemos parar. Essas funções de treinador, começaram também no G. D. Sesimbra? Sim, comecei no Sesimbra, com 18 anos, salvo erro. Na altura con-

Luis Senica

vidaram-me para treinar com duas equipas, que eram os escolares, e curiosamente, logo nesse 1º ano, ali pelos anos 1985, 1986, tive o sabor da vitória nos escalões competitivos, e enquanto estive no Sesimbra a jogar. Cheguei inclusivamente a coordenar as equipas de formação, depois sai e quando regressei, voltei a reabilitar as equipas de formação, coordenando. Fui várias vezes capitão distrital de juniores, um processo interessante em termos da formação local. Mais tarde, quando já tinha deixado de jogar, aí por volta dos 30 anos, ao fim de um ano de deixar de jogar o Sesimbra fez-me o convite para jogar na equipa sénior, essa foi a minha 1ª experiência com equipas seniores. As coisas foram muito felizes, consegui logo no 1º ano subir o Sesimbra, e curiosamente logo num ano histórico, em que o clube fazia 50 anos. Depois do Sesimbra, onde estive até 1998, saio para a Federação, para os quadros técnicos, como director técnico regional, um ano. Em 1999 fui convidado para director técnico nacional. Em 2004 passei a coordenar as seleções, entrei também para a seleção nacional de juvenis e a partir daí fiz todo o trajecto das selecções, todas as selecções nacionais, inclusivamente a feminina. Depois saí para o Benfica, onde estive 4 anos, até agora, e regresso á Federação para exercer as mesmas funções, volto a ser director técnico nacional, a selecção nacional e a coordenação das selecções todas. Quais são as expectativas para o próximo Mundia? A equipa nacional tem jogado sempre para vencer e é sempre uma potencial candidata a vencer o Mundial. Nós temos tido é nestes últimos anos uma “armada espanhola” terrível tremendamente forte. O que eu digo, fundamentado em vectores credíveis, naquilo que o hóquei português fez no último ano, ascendendo à final da taça da Liga Europeia da Taça dos Campeões com 2 equipas – Porto e Benfica – é um sinal claro de que há uma potencial capacidade de Portugal se poder assumir como vencedor do mundial.

Há um momento credível, há jogadores credíveis, há duas ou três gerações que já se mesclam nesta seleção nacional: fiz uma convocatória onde tenho um jovem de 19 anos e um homem mais experiente de 36, e pelo meio tenho já mais duas gerações de gente muito competente, e o facto de eu como treinador transportar este recente ciclo, dá-nos boas garantias e credibilidade para assumirmos que podemos ser felizes no Mundial da Angola, e é para isso que vamos trabalhar. O que significa este desafio de ingressar nos corpos sociais do GDS – é para ajudar na crise que o clube atravessa? A crise do clube é uma crise social, uma crise problemática porque as forças sociais e as pessoas de bem desta terra têm que olhar para o Sesimbra como um símbolo. Entendo que não há nenhum projecto cultural, desportivo, social, que possa amputar o GDS desta realidade. Amputar o GDS de qualquer ideia que se tenha de sociedade em Sesimbra, é muito perigoso. E porquê? O Sesimbra encerra em si uma história, encerra em si um movimento impar dentro da vila, e tem a particularidade, através da sua actividade desportiva, formar jovens, não só do ponto de vista desportivo, mas também do ponto de vista cultural, educacional, da sua formação enquanto homens. Eu sinto isso em mim: não olho para a minha formação, para o meu projecto de vida sem olhar para o Sesimbra e dizer. Ali começou e ali estão muitas das minhas raízes. E depois há uma coisa muito importante que se aprende através do GDS: o gosto pela terra, o bairrismo, as raízes – algo que não se pode perder. Eu sou daquela fase de criança em que se ia ao campo de futebol e em que se ouvia dizer: “bom, eles antes de começar a descer para Sesimbra já estão a perder”. Isto é culturalmente muito forte. E esta crise, sendo uma crise social, sendo uma crise muito sustentada também naquilo que o país vive, que a Europa vive, não pode nunca ser uma crise de valores para os sesimbrenses. Rejeitar o Sesimbra é rejeitar

valores. No fundo a minha entrada no Sesimbra não é mais do que uma tentativa de colaborar – ainda que eu reconheça que é uma colaboração muito incipiente, pouco profunda – é aquilo que eu posso dar a alguém que me deu muito ao longo desta minha vida. E eu repito: não é possível qualquer projecto em Sesimbra amputando o GDS, deixando cair, deixando morrer: morre uma parte da nossa identidade e morre um veiculo de valores muito importantes, O Sesimbra transporta a bandeira do concelho. Como vê o concelho de Sesimbra, nomeadamente no âmbito dos problemas que o país atravessa? Era preciso que as pessoas em Sesimbra tivessem uma visão apolítica da vila e do concelho, porque se tivéssemos todos essa visão apolítica da vila, possivelmente encontraríamos dentro da vila, pessoas capazes, competentes, de seguirem este exemplo, da União [dos 3 clubes, na fundação de 1947] e teríamos uma vila muito mais dinâmica, muito mais proactiva e muito mais capaz de nos fazer sentir verdadeiros sesimbrenses. Parece-me que se fala muito pouco da história da vila, uma vila muito rica, cada ruazinha nossa tem uma história, cada ruazinha nossa está ligada umbilicalmente ao mar, e o mar é riquíssimo em história. Promove-se muito pouco a valentia dos nossos pescadores – há histórias magníficas em Sesimbra de lições de vida, eu penso que a maior lição de vida que tenho, enquanto sesimbrense, de jovem que andou pelas ruas e que partilhou, que viu os barcos, os anzóis, as pitas, as aiolas, as traineiras, tudo isso que é o imaginário da minha juventude, há uma história de vida que é clara, que é riquíssima. Estes homens vão ao mar, pesquem ou não pesquem mas no dia seguinte estão lá. Isto é uma história riquíssima. Eu farto-me de dizer isto no contexto desportivo: aconteça o que acontecer, eu no dia a seguir estou na pista, Isto não é mais do que a reprodução das minhas vivências. João Augusto Aldeia


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Novo investimento da empresa Doca Marinha A empresa Doca Marinha, do empresário Carlos Manuel Veríssimo, realizou recentemente um importante investimento de 1,6 milhões de euros (com 40% de ajudas comunitárias) numa unidade de congelação, localizada no Zambujal, junto à estrada nacional para o Cabo. A nova unidade permite aumentar a capacidade de congelação e embalagem de pescado a partir do porto de Sesimbra, depois canalizado sobretudo para empresas conserveiras, de Portugal e da Espanha. No entanto, Carlos Manuel Veríssimo pretendia era construir uma unidade ainda de maiores dimensões, que lhe permitisse processar mais de 3 mil toneladas por dia, localizada no porto de abrigo de Sesimbra: “Tinha esse projecto já há uns 6 anos, para uma área de cerca de 3 mil m2, mas a APSS só me dava 5 anos de concessão. Ora, apenas com 5 anos de concessão, eu não podia avançar.” O proprietário da Doca Marinha lamenta não lhe terem sido proporcionadas condições para esse investimento, que teria uma capacidade “espectacular” para congelação: “A empresa precisava de uma câmara de congelação que levasse 2 mil a 3 mil e 500 toneladas por dia. Quando os barcos apanham mil ou mil e 500 cabazes de peixe cada um, todos os dias, compramos 40, 80, 100, 120 toneladas, e temos que estar preparados para os congelar e acondicionar. Esta unidade prevista para o porto de Sesimbra, incluiria a transformação, a filetagem, por grosso e em embalagens mais pequenas, prevendo ainda uma peixaria, para frescos e congelados, para venda directa ao público. “Não tive essa felicidade de concluir esse projecto, tive que me virar para aqui”, lamenta o empresário, que não afasta a possibilidade de fazer novo investimento nos próximos tempos, embora com o risco de ficar com unidades separadas entre si.

De facto, um dos problemas da empresa é o do transporte do peixe. A nova unidade fica muito próxima do porto de Sesimbra, e até existe uma ligação rápida, através do túnel do Zambujal, mas sem condições: “Seria bom se a Câmara tivesse possibilidade de alcatroar esta estrada, porque assim como está, os camiões não conseguem subir ali, com 21 ou 22 toneladas. Têm de ir dar a volta a Santana.” A Doca Marinha já possui uma unidade de conservação e transformação no porto de pesca, onde a empresa iniciou a actividade, em 1996. Curiosamente, a firma com aquele nome foi criada por outras pessoas, que nunca a chegaram a dinamizar, tendo Carlos Manuel Veríssimo adquirido a empresa “com zero facturação”. Possui ainda postos de venda na doca de Setúbal e no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa. A unidade do Zambujal é utilizada para congelar e conservar: carapau, sardinha, cavala, polvo, sendo as duas primeiras espécies as que maior quantidade movimentam. Ali o pescado é embalado, mas apenas para a venda por grosso. As possíveis flutuações das capturas de pescado não preocupam o empresário: “Temos alturas em que há menos peixe; este ano, por exemplo, o inverno foi muito rigoroso, houve alguns meses com dificuldade, mas noutras alturas compensa-se”. Também está preparado para enfrentar as decisões políticas que limitam as quotas de pescado: “O pescador tem que ter a consciência de que tem que haver defesos nas alturas necessárias, para depois, quando vão fazer as capturas, existir peixe; por enquanto não noto assim nenhum problema especial”. A próxima entrada em funcionamento de uma unidade semelhante no porto de Sesimbra também é en-

carada com naturalidade por Carlos Manuel Veríssimo; “A ArtesanalPesca é uma Organização de Produtores, não uma empresa; poderá ter algumas vantagens por ter barcos associados, enquanto eu tenho que andar à procura e conseguir preços; tenho de tentar gerir da melhor forma.” A Doca Marinha tem habitualmente contratos com várias embarcações, segundo as regras da Docapesca, que lhe permitem efectuar as aquisições de peixe sem a passagem pelo leilão da lota O empresário não afasta a realização de um novo investimento nos próximos tempos, embora haja o problema da localização: “Tudo depende do desenvolvimento do nosso concelho e das áreas que se possam tentar ver. O porto de abrigo está muito limitado. Devia haver um pouco mais de facilidade, para se criarem postos de trabalho; mas por vezes é complicado. Estas empresas têm direito a juro mais baixo, mas quando somos avaliados pelo IAPMEI, ou é o CAE que não se enquadra, ou outra coisa qualquer, e com a possibilidade de juros a 4 e tal por cento, acabamos por ter de pagar 8, 10 ou 12 % – qual é a empresa que consegue trabalhar

com juros desses? Não há margens de lucro para tapar esse tipo de situações. Uma empresa que movimenta 5 ou 6 milhões de euros por ano, já é algum “balanço”! João Augusto Aldeia Carlos Manuel Maricato Veríssimo, que trabalha na venda de peixe há uns 25 anos – inicialmente apenas com empresário em nome individual - é originário de uma conhecida família de Alfarim. Chegou a trabalhar como moço de arte xávega no Meco, com 12, 14 anos: “Ainda sou do tempo de vender na lota da Costa da Caparica, numa carrinha, quando a lota tinha apenas uma pedra em mármore, onde se deitava o peixe.” O seu pai, José Costa Veríssimo, fez venda ambulante de peixe, e também chegou a andar ao mar: é dele que vem a alcunha de “Caramelo”, que por sua vez veio de um tio do pai. A venda do peixe de Sesimbra é uma tradição que sempre ocupou muitas pessoas da freguesia do Castelo – os antigos almocreves – e que Carlos Manuel Veríssimo mantém, agora com recurso ao mais alto nível das tecnologias de conservação pelo frio.

Piscicultura

Carlos Manuel Veríssimo tem ainda duas outras empresas: uma pis-cicultura no Faralhão (estuário do rio Sado) e uma empresa de construção, que está actualmente parada. Mas a piscicultura é algo que também entusiasma o empresário: “são cerca de 9 hectares; além da alimentação artificial, ali o peixe come muita alimentação natural, e é essa alimentação que lhe vai dar essa beleza, essa qualidade que ele tem.” Mas também ali não faltam as dificuldades. Um exemplo é a exigência de limpeza dos fundos, que a sua empresa cumpre rigorosamente, mas da qual resultam depois grandes quantidades de resíduos (lamas) para os quais não existe sítio para depositar.


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Bloco de Esquerda

Adelino Fortunato, candidato à Câmara Municipal de Sesimbra O Bloco de Esquerda apresentou os seus candidatos (cabeças de lista) às próximas eleições autárquicas

em Sesimbra, numa sessão que teve lugar no auditório Conde Ferreira, no passado dia 30 de Junho, com a presença da eurodeputada Marisa Matias. A sessão foi conduzida por Carlos Macedo – que desta vez não se apresenta como cabeça de lista – tendo começado por um pequeno historial do BE em Sesimbra, formado há 8 anos, onde passaram “a defender coisas que mais ninguém defendia”. Sumariando a intervenção do BE, destacou como emblemática a luta contra o projecto urbanístico da Mata de Sesimbra, luta da qual resultou “a diminuição para metade a carga construtiva”. A eurodeputada Marisa Matias, centrou a sua intervenção na situação geral do País, referindo que “enfrentamos uma das piores fases da Democracia, devido à crise económica”, com a consequência do “definhar das formas de participação”. Por isso

José Guerra, candidato â Assembleia Municipal, e a eurodeputada Marisa Matias mesmo, acrescentou, “precisamos de mais resistência”, e “as autarquias locais representam uma das melhores e mais valiosas formas de resistir ao estado em que nos encontramos”. “É também no espaço local que precisamos de redescobrir formas de dinamização da economia que não passem por essas receitas falhadas em que apostaram tantos municípios, e também o de Sesimbra” – disse, referindo-se à aposta nas receitas vindas da construção imobiliária. “Estas eleições são o primeiro embate eleitoral desde que a troika entrou em Portugal, e por isso é muito importante o papel de denúncia das políticas aplicadas, mas sobretudo com apresentação de propostas concretas, em áreas como as dos serviços públicos, que não podem estar à venda, como o direito á água, ou questões como o transporte e a educação” e “considerando também as questões ambientais e outras, como a igualdade do género e a igualdade de acesso ao espaço.” José Guerra, candidato à Assembleia Municipal, referiu como objectivos da candidatura do BE, “a sustentabilidade ambiental, urbanística, turística, das actividades tradicionais e muitas outras, como objectivo dar vida à vila, ocupando a parte velha, reabilitada, para dar qualidade de vida aos nossos munícipes.” Afirmou também que “Não se consegue entender como a Quinta do Conde vive isolada da sede do concelho, sendo praticamente, inexistente a ligação em transportes públicos. O acesso à cultura é vedado devido a ausência de transporte público.” Afirmou que se houver maior mobilidade em transportes públicos, os estabelecimentos de restauração “poderiam estar abertos todo o ano, e evitavamse acidentes e multas”. Destacou o facto de continuar a não se dar cumprimento às directivas para a mobilidade, já que esteve previsto para 2003, e depois 2007, que todos os estabelecimentos públicos deveriam ter acesso a todos, mas actualmente “a maioria das pessoas com deficiência nem acesos tem às caixas multibanco, nem aos serviços da Câmara, com uma escada impraticável para alguém com cadeira de rodas, ou pessoas com uma certa idade.” Referiu-se ainda ao facto de no orçamento municipal estarem “uns

míseros 0,9% para acção social.” Adelino Fortunato, candidato à Câmara, observou que nestas eleições as circunstãncias são diferentes das anteriores, “onde o principal problema era o de enfrentar as tentações duma maioria política que nos governa, a autarquia, com impactos negativos no ordenamento do território. Hoje essa situação desapareceu, o desafio hoje é saber o que podem fazer a Câmara e as Juntas de Freguesia para ajudar a população a suportar os efeitos da crise económica.” A sessão contou também com uma intervenção de Rui Passos, que se apresentou como cidadão independente, afirmando existir em Sesimbra “um poder autárquico aprisionado, corroído, onde os partidos que deviam ser oposição não fazem verdadeira oposição, dominando o clientelismo, o amiguismo, o pequeno favor”. O único partido que em Sesimbra tem sido oposição, “clara, corajosa, muitas vezes difícil, tem sido o Bloco de Esquerda”, disse Rui Passos. Referindo-se ao arquitecto Conceição Silva, caracterizou-o como “um apaixonado de Sesimbra que anteviu aquilo que aconteceria se não se cuidasse dos instrumentos de ordenamento do território. Como é que é possível que se destrua património como é o Hotel do Mar, a troco do negócio imobiliário?” * * * Como referimos na nossa anterior edição, os candidatos às Assembleias de Freguesia são: Santiago – Tiago Veiga; Quinta do Conde – Maria Feliciana Mota Castelo – António Proença. * * * Na nossa anterior notícia sobre os candidatos do Bloco de Esquerda cometemos algumas incorrecções, que aproveitamos para corrigir: Adelino Fortunato, que agora encabeça a lista do BE para a Câmara, já estivera nessa lista há 4 anos, mas em segundo lugar – o cabeça de lista foi Carlos Macedo. O cabeça de lista do Bloco à Assembleia Municipal, há 4 anos, foi Henrique Guerreiro, e só desde meio do mandato é que Carlos Macedo o tem substituído nessas funções.


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Movimento Sesimbra Unida

O movimento independente Sesimbra Unida, formado após uma iniciativa do fotógrafo sesimbrense Carlos Sargedas para concorrer às próximas eleições autárquicas, fez a apresentação pública dos seus candidatos e de uma parte do seu programa, no passado dia 24 de Julho. A apresentação esteve a cargo de Carlos Sargedas e de José Saleiro (mandatário da candidatura, empresário de turismo, proprietário da empresa Vertente Natural), cabendo ao primeiro enquadrar o nascimento e objectivos da candidatura, e ao segundo a apresentação mais detalhada da estrutura programática e de alguns projectos emblemáticos. Destacando a originalidade do modo como se formou o movimento – através de um convite público para apresentação de currículos, que o nosso jornal divulgou em primeira

mão – Sargedas considerou ser “impressionante, neste momento, ter ao meu lado pessoas de todos os quadrantes políticos”, por vezes até “ideologicamente opostas”, porque “já não se revêem nas políticas dos seus partidos”. Referiu também terem apenas 50 % das assinaturas necessárias: “temos mais 10 dias, não é fácil – há uma falta de informação, espero que esta divulgação possa contribuir para acelerar a recolha de assinaturas”. Esta apresentação foi mesmo antecipada com o objectivo de que a comunicação social ajude a chegar à população a necessidade dessas assinaturas, e que assinando, as pessoas estão apenas a viabilizar uma alternativa, sem que com isso estejam a transformar-se em apoiantes ou a comprometer o seu voto futuro. Sobre os projectos que a candidatura tem para apresentar, Carlos Sargedas referiu serem “vários e alguns revolucionários” – Sesimbra precisa de projectos, ideias, mas também de desafios. Todos os dias vemos estabelecimentos a encerrar e jovens a partir para outros destinos porque não há trabalho, ou oportunidades, no Concelho.” Segundo Sargedas, “As oportunidades estão cá, apenas mal aproveitadas ou simplesmente ignoradas”. Frisando que o Movimento irá “fazer uma revolução em vários moldes: de comportamento, de gestão, mas também no sentido de aproveitar todos os recursos que temos mesmo aqui à mão sem que alguém os aproveite.” “Onde muitos vêem problemas, eu vejo oportunidades de desenvolvimento e de criação de muitos postos de trabalho”, frisou Carlos Sargedas, destacando que um dos seus grandes objectivos é a “redução das enormes despesas da Câmara e a criação de postos de trabalho no Concelho, coisas difíceis, mas possíveis.”

José Saleiro fez uma apresentação bem estruturada dos objectivos, com destaque para os vectores do Turismo, Pesca, Bem-estar social, Educação, Cultura, Ordenamento do território e Gestão camarária. A economia mereceu uma atenção especial, pois “é a na actividade económica que se vão gerar receitas, impostos para a máquina da Câmara funcionar.” Entre os projectos apresentados incluem-se a criação de grandes espaços de estacionamento em locais estratégicos, complementados com um serviço de teleférico e funicular que ligará a Vila de Sesimbra a nascente e poente; a criação de Parques Natureza em algumas pedreiras desactivadas; a criação de Parques Temáticos, de um parque Jurássico, de um Parque de Diversões tipo “Isla Mágica” de

Sevilha, mas com um visual adaptado à nossa região e cultura. A gestão camarária mereceu também algum desenvolvimento, com a proposta original de “aumento do horário de funcionamento dos serviços da autarquia, mas com a redução para 30 horas semanais de horário

de trabalho para os funcionários que aceitem os novos horários de dois ciclos: um das 8 da manhã até ao almoço (14 h), e outro desde a hora do almoço até às 20:00 h.” Segundo Carlos Sargedas, esta solução permitirá rentabilizar melhor os recursos da Autarquia e, simultaneamente, proporcionar aos funcionários mais tempo livre para usufruirem das suas famílias, e também “de todos os desenvolvimentos que queremos fazer em termos económicos.” Sobre o Espichel, o Movimento propõe a sua recuperação em 3 fases, com a criação de um núcleo museológico, centro de interpretação e actividades ligadas ao turismo: turismo religioso, de aventura e natureza. O desenvolvimento de novos espaços hoteleiros e recuperação de alguns dos já existentes são outras das propostas apresentadas. Também uma maior e melhor ligação entre as freguesias do Concelho, que “estão de costas voltadas”, e propostas para a melhoria dos transportes públicos. Outros projectos referidos foram: criação de um parque energético e desenvolvimento de estruturas nos edifícios autárquicos, de forma a uma poupança energética substancial; Recuperação de espaços “abandonados” no Concelho como forma de utilização de infra-estruturas necessárias e urgentes, como um novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra na Freguesia do Castelo, que poderá “facilmente” ser colocado no antigo espaço comercial do SUPER SOL; Menos desenvolvida foi a proposta de um sistema de saúde que possibilitará a prestação de um serviço de assistência médica gratuita. Mas ficou prometido que futuramente serão realizadas reuniões para apresentar mais detalhadamente estas, e outras propostas.


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Manuela Santos: costureira de chapéus “Manuela dos chapéus” como muitos a conhecem, foi na maior parte da sua vida chapeleira, ou seja, costureira de chapéus. Aos 79 anos, mostra todo o orgulho que tem na sua profissão, revelando a’O Sesimbrense algumas das histórias mais marcantes da sua vida. Acompanhou os altos e baixos das modas: trabalhar numa fábrica de chapéus, e quando os chapéus de senhora começaram a vender-se menos, passou a fazer chapéus de homem e panamás de criança. Teve também muito trabalho no início das guerras coloniais, a fabricar bonés para as tropas. Fez chapéus de noiva, chapéus paras marchas populares de Lisboa. Um dos seus clientes foi Mário Soares, para quem fez chapéus a condizer com os fatos de marca que ele usava. Começou a trabalhar logo como costureira? Não, antes fui trabalhar para uma papelaria, vendia e alugava livros, mas a minha mãe entendeu que não tinha futuro aquele trabalho, então tive que aprender uma profissão, até que uma fábrica de chapéus, já existente em Lisboa, abriu uma seção em Algés, onde eu morava. Foi para lá primeiro a minha irmã e depois fui eu, porque também gostava de chapéus. Foi nessa fábrica que eu começei a exercer esta profissão e nunca mais parei. A minha madrinha era uma senhora que não saia para lado nenhum sem chapéu e eu fui começando assim, lá fui levando os chapéus dela, ajustava ao tamanho que ela queria transformava a capeline, só que nessa altura começou a decair o uso dos chapéus e a senhora começou a deixar de usar. Então abriu a fábrica lá em Algés. Recordo-me bem, nessa altura passava de propósito em frente a montra da D. Guilhermina, só para ir ver os chapéus, passava horas a ver a loja, encantava-me aqueles chapéus todos.

Depois a venda dos chapéus decaiu e eu virei-me para os bonés de homem e para os panamás de criança e foi a partir daí que eu fiquei conhecida como sou cá, pela Manuela dos Chapéus . A fábrica era muito mecanizada? Naquela altura era tudo feito à máquina de pedal, mas ainda havia muita coisa que tinha de ser cosida a mão. Mas nessa altura ja era feita uma produção em serie? Era, praticamente não havia alteração de modelos. Depois é que surgiu uma coisa ou outra mas a base era sempre igual. Depois começou a aparecer as capelines grandes, usadas em casamentos, eu comecei nos chapéus de casamentos, isso é que eu adorava, quando morava em Algés. Não era difícil arranjar clientes? Quer dizer, o meu trabalho de chapéus já estava a morrer naquela altura; de vez enquando encomendavam um chapelinho para levar a um casamento, mais nada. Só que depois rompeu a guerra no ultramar, e então nessa altu-

ra fui mesmo obrigada a deixar o pouco que fazia pelo Estado, através do estabelecimento Rodrigues & Rodrigues, que é uma casa de fatos ali na avenida de são Paulo e vieram-nos buscar para irmos trabalhar nos bonés para as tropas do ultramar. Era de Lisboa, casou com uma pessoa de Sesimbra e passou a morar aqui, então era aqui que trabalhava? Sim, era aqui que trabalhava, mas só comecei a trabalhar praticamente em casa quando casei, ia levar o trabalho e trazia mais. Até que apareceram as marchas de Manuela Santos foi uma exímia nadadora do Algés e Dafundo, tendo feito por várias vezes a travessia do rio Tejo. Um dia veio fazer a travessia de Sesimbra: uma viagem que havia de marcar a sua vida. A visita a Sesimbra incluiu a ida ao baile da Sociedade Musical Sesimbrense, onde conheceu Manuel Vieira dos Santos, de quem se enamorou e com quem casou, o que determinou também a sua mudança para a vila piscatória. Isso não a impediu de continuar a trabalhar como chapeleira para os seus clientes de Lisboa, e acabou também por arranjar clientes em Sesimbra, onde ficou conhecida como a manuela dos chapéus.

Sesimbra Tecida de Luz de José Manuel Arsénio

O fotógrafo sesimbrense José Manuel Arsénio lançou novo livro de fotografia, “Sesimbra Tecida de Luz”, com fotografias as cores retratando sobretudo alguns aspectos do urbanismo sesimbrense e, sobretudo, do património natural do concelho. Na apresentação que o autor fez durante a Feira do Livro de Sesimbra, salientou o objectivo de alertar os responsáveis para a necessidade de preservação daquele património natural e edificado. O Sesimbrense agradece a José Arsénio a oferta de um exemplar desta obra. O livro inclui ainda, logo no início, três belíssimas fotografias do mais notável fotógrafo sesimbrense, mas cuja autoria o livro não identifica, pelo que temos todo o gosto em colmatar esse lapso: essas fotografias foram tiradas por Idaleciano Cabecinha.

lisboa, houve um ano em que desfilaram 19 marchas e eu fiz a cabeça delas todas, a partir dai quando as marchas de lisboa surgiram, fiz os chapéus de todas. E então comecei assim a trabalhar para peças de teatro, se eu não tivesse casado e vindo morar para Sesimbra possivelmente teria ficado lá a trabalhar. Fiz os chapéus para uma ópera do teatro de S. Carlos, chamada “O Juízo”, fui lá tirar as medidas. Eu adorava andar lá por aqueles corredores, por aquelas salas do teatro. Vanessa Mendes (estagiária)


O SESIMBRENSE | 25 DE JULHO DE 2013

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Estacionamento: arranque difícil A profunda alteração nas regras de estacionamento na vila de Sesimbra, cujo início esteve prometido para 15 de Julho, foi sucessivamente adiado para dia 22, e depois para 24; neste dia falámos com os dois funcionários da empresa Emparque que ficarão encarregues da fiscalização, que nos garantiram que a cobrança só começaria no dia 1 de Agosto, e que entretanto fariam acções de esclarecimento junto da população. Ainda nesse dia, começaram a distribuir um panfleto da empresa, com informações algo diferentes das que que têm sido divulgadas pela Câmara, como veremos mais à frente. O certo é que na manhã do dia 25 foram retiradas as protecções que ocultavam os parquímetros, e o sistema começou efectivamente a funcionar, já com muita gente a pagar.

Funcionários da Emparque encarregues da fiscalização Mas havia ainda muitas dúvidas e alguma confusão. No parque da Vila Amália, por exemplo, o funcionário dos Serviços Sociais da Câmara continuava a fazer a sua cobrança, e mantinhase o cartaz que indica aquela concessão, mesmo ao lado dos painéis que anunciam o estacionamento pago por parquímetros - uma contradição que esse funcionário não sabia esclarecer, não se vendo nehum funcionário da Emparque - nem ali, nem na avenida da Liberdade, nem no parque do Calvário, onde também se mantinham os painéis do sistema antigo junto aos dos parquímetros.

Informação da Emparque O panfleto da Emparque anunciava “um estacionamento mais acessível e organizado, através de modernos meios de gestão e progressivamente eliminar o estacionamento desordenado e abusivo”, e continha uma planta dos locais de estacionamento diferente, em alguns aspectos, daquela que foi divulgada pela Câmara e que reproduzimos ao lado. Nessa informação surgem assinaladas 4 diferentes zonas de estacionamento pago, identificadas pelas cores “azul”, “roxo”, “preto” e “verde”, todas com preços diferentes. A Câmara apenas tinha assinalado duas zonas: uma de estacionamento de curta duração, e outra de longa duração, assinalando para estas zonas

Rua Conceição Silva, a poente do ‘Frango à Guia’ (não visível nesta reprodução) Mapa divulgado pela Câmara, com indicação conjunta dos lugares reservados a residentes e trabalhadores, e parquímetros um preço médio de 1,5 euros. A informação da empresa indica de facto este preço para a longa duração na época alta (Julho e Agosto) mas apenas para o Parque do Calvário (zona “roxa”); o preço para o Parque junto ao campo da Vila Amália é de 3 euros (zona “preta”). Na época baixa estes valores descem para 1 e 1,5 euros, respectivamente. É possível que a média ponderada destes valores resulte no valor de 1,5 euros referida pela Câmara, mas para o utente individual, conforme o Parque em que possa estacionar, o seu “valor médio” pode diferir de média geral. Para o estacionamento de menor duração, empresa indica o preço de 1 euro por hora (85 cêntimos na época baixa),embora nos visores dos parquímetros o valor indicado por hora seja de 80 cêntimos. Surge ainda uma zona de estacionamento máximo até 6 horas, ao preço de 2 euros por essas 6 horas (1 euro na época baixa). Esta

zona “verde” está limitada ao parque da rua Conceição Silva (a poente do restaurante Frango à Guia).

Painéis com informação contraditória.

Muitas queixas Tem sido grande o número de queixas em relação ao sistema de passagem de cartões da Câmara, que proporcionam estacionamento gra-

tuito a residentes e pessoas que desenvolvam actividade profissional na vila - algumas dessas queixas foram dirigidas directamente ao nosso jornal, e relacionam-se com pessoas com fortes ligações a Sesimbra - na realidade, sesimbrenses que moram na zona de Santana, Cotovia, etc., que devido aos seus laços familiares se deslocam diariamente a Sesimbra, e que se sentem injustamente excluídos neste processo. Outros casos respeitam a cartões passados a residentes de segunda habitação, e que moram no extremo poente da vila, para os é quase inútil o estacionamento no parque do Calvário, no outro extremo. No dia em que se iniciou o uncionamento dos parquímetros, para além de não se verem funcionários da Emparque, também não havia policiamento nem qualquer outro funcionário municipal que esclarecesse as muitas dúvidas dos automobilitas. Na próxima edição daremos continuidade a este assunto.

Sesimbra Summer Cup com balanço positivo Francisco de Jesus, Presidente da Junta de Freguesia do Castelo – uma das entidades organizadoras do Sesimbra Summer Cup (SSC) disse ao nosso jornal que o balanço da edição deste ano “foi muito positivo, correu tudo muito bem, dentro das expectativas, houve até a participação de duas equipas espanholas e outra da Madeira”. Esta 3º edição do SSC, campeonato de futebol infantil e juvenil, contou com 1800 participantes, um aumento significativo quando comparado com os 800 participantes

da primeira edição. O evento recebeu igualmente 67 equipas das modalidades do futebol ou futebol praia, sendo o dobro comparativamente com o primeiro evento realizado. Pela primeira vez, em três anos, o evento contou com a participação de equipas estrangeiras: as espanholas Extremadura e Badajoz. Durante os cinco dias do torneio, o intenso calor que se fez sentir foi o único aspecto negativo: “O calor poderá ter dificultado o desempenho das equipas por ter sido muito intenso nestes dias”, esclareceu Francisco Jesus.

Futsal como modalidade futura Embora considere que ainda é cedo para se falar em novos investimentos ou apostas para a próxima edição, segundo Francisco Jesus “é inevitável a continuidade SSC, devido ao seu sucesso”. Na próxima edição, para além do futebol e do futebol de praia, está a ser estudada a possibilidade do futsal ser o novo desporto deste acontecimento desportivo. Ainda de acordo com Francisco de Jesus, apesar de se estar a atingir o limite dos participantes no futebol, dada a limitação das infraestruturas, “é certo que o número de participantes irá aumentar na próxima edição, mas na modalidade do futsal”. Micaela Costa (Estagiária).


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Final do circuito Grupo Desportivo de nacional de andebol de Alfarim alcança Taça de praia 2013 em Sesimbra Disciplina Nesta edição, a fase final do circuito nacional de andebol de praia irá decorrer nos dias 2, 3 e 4 de Agosto em Sesimbra, mais precisamente na praia do Ouro. Pela primeira vez, a vila recebe os melhores atletas e respectivas equipas da modalidade. O circuito nacional de andebol de praia contou com cinco circuitos regionais: Lisboa, Leiria, Aveiro, Porto e Madeira. Agora, as melhores equipas nacionais encontram-se na fase final do circuito, onde estarão presentes igualmente os campeões do andebol de praia, dos diferentes escalões. Para o acesso à fase final, foram consideradas as três melhores classificações de uma equipa no circuito regional. Uma outra etapa de avaliação destacouse nos dias 19, 20, e 21 de Julho, em Lisboa, Leiria, Aveiro, porto e Calheta (Madeira), em que as respetivas equipas, de distintos escalões, competiram entre si. Desta prova, as equipas vencedoras do escalão de Masters Masculinos, Master Femininos, Rookies Masculinos e Rookies Femininos, ficaram apuradas para a final do circuito.

Neste sentido, Hugo Pereira, coordenador do Circuito Nacional de Andebol de Praia refere que “ em 2011, a federação de Andebol de Portugal deu o nome de circuito nacional de andebol de praia à prova, num conjunto de 3 circuitos regionais, apurando as melhores equipas dessas regiões para fase final”.

Uma modalidade cada vez mais popular Nas praias portuguesas é cada vez mais habitual os jogos de andebol, uma modalidade que reúne cada vez mais adeptos e praticantes, em todo o País. Segundo Hugo Pereira, coordenador do circuito cacional de andebol de praia, a modalidade teve o seu início nos anos 90, mas hoje com os golos, piruetas e aéreos envolvidos, o desporto torna-se cada vez mais popular. Em Portugal, o andebol de praia conta actualmente com cerca de 1.300 atletas por 115 equipas. O aumento de popularidade da modalidade, tem vindo a atrair também atletas do sul do País. Micaela Costa (estagiária)

O G.D.Alfarim alcançou a Taça de Disciplina da Associação de Futebol de Setúbal, relativa ao Campeonato Distrital de Seniores da I Divisão, época de 2012/2013. O troféu foi entregue aos campeões

no decorrer da Cerimónia de Encerramento das actividades da Associação Setubalense, no dia 12 de Julho pelas 21h30m, no Complexo Municipal dos Desportos de Almada. Sofia Polido (Estagiária)

Campeonato Nacional de Futebol de Praia No dia 6 de Julho, começou a 1ª fase do Campeonato Nacional de Futebol de Praia organizado pela Federação Portuguesa de Futebol. Neste campeonato participam 35 equipas, incluindo o Grupo Desportivo de Alfarim e o Grupo Desportivo de Sesimbra, que se encontram integradas no Grupo H da competição. Toda a competição decorreu na Praia do Ouro, em Sesimbra, com a organização da Associação de Futebol de Setúbal em que coube ao Concelho de Arbitragem da F.P Futebol as devidas nomeações da competição federativa. Após a realização das três jornadas realizadas nos dias 6, 13 e 20 de Julho, as equipas sesimbrenses tiveram des-

tinos diferentes, o GD Alfarim falhou o apuramento para a 2ª fase do campeonato, já o GD Sesimbra qualificou-se para a fase seguinte. A cerimónia em que vai ser conhecida a sorte dos 16 clubes ainda em prova, vai realizar-se já na próxima sexta-feira, dia 26 de julho, na Praia de Canide (Norte), em Vila Nova de Gaia. Nesta segunda etapa, os clubes foram agrupadas em quatro séries, sendo que para a fase final passarão apenas os vencedores de cada grupo. O G.D. Sesimbra, ficou colocado na série D, a competir com o Amora FC, Estoril AC e GD Venda do Pinheiro, com jogos a realizar na Praia do Ouro em Sesimbra.


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GDS no Torneio LusoOcean Racing World Championships Espanhol de Badminton Guilherme Cabral e Sofia Coelho marcaram presença no campeonato

No passado dia 6 de Julho, os atletas de Badminton do Grupo Desportivo de Sesimbra participaram no torneio LusoEspanhol realizado em Évora. Segundo Bruno Faustino, “o torneio correu de forma satisfatória”, até porque na categoria de não-seniores, Nuno Tavares conseguiu atingir a meia-final onde foi derrotado por Carlos Silva da CHEL. Na categoria de sub 13, os atletas Rodrigo Ribeiro, Gonçalo Silva e Tiago Pinto, perderam na primeira jornada, apesar de ter sido frente ao cabeças de série do torneio e atletas de todo o Campeonato Nacional. A sorte também não estava do lado de Rodrigo Ribeiro que perdeu contra o espanhol Miguel Rodriguez, que chegou à final do torneio. No escalão de Sub 15, Daniel Mendes foi eliminado pelo campeão nacional de Sub 13, João Chang, da CHEL. Apesar da sorte não estar do lado dos mais iniciados, o atleta veterano e trei-

nador da secção, Bruno Faustino, conseguiu o 1º lugar na categoria de pares mistos com Maria Rodrigues do SIMPS, no escalão de veteranos A, numa final frente aos espanhóis Eva Ruano e Juan Tornero. Bruno Faustino também alcançou o 2ºlugar na prova de singulares. No escalão de Seniores Absolutos, Gonçalo Ribeiro e Rui Marques foram eliminados na primeira fase, apesar de terem sido jogos bastante equilibrados em que a vitória poderia ter caído para qualquer atleta. É importante referir que este torneio é considerado um evento de grande importância pela comunidade Badmintonista Portuguesa e também por alguns clubes espanhóis que comparecem ano após ano. Esta edição não foi excepção e contou com a presença dos melhores atletas nacionais, incluindo o campeão nacional de 2012/2013, Pedro Martins, e o vice-campeão, Nuno Santos.

O Ocean Racing World Championships foi o 1º Campeonato do Mundo reconhecido pela federação internacional. Foi permitido, pela ICF, que qualquer atleta pudesse participar no campeonato pagando uma taxa adicional de forma a promover o evento e também para possibilitar que atletas com menos experiência pudessem competir lado a lado com a elite mundial. O Clube Naval de Sesimbra, TriCampeão Nacional de Kayak-mar na classificação colectiva por clubes, participou neste evento com mais de 8 atletas. Guilherme Cabral e Sofia Coelho, atletas do Clube, marcaram presença em representação da Selecção Nacional. Para os atletas que representam as selecções, a única vantagem em termos competitivos verificou-se na zona de partida, encontrando-se numa “zona privilegiada”, apesar de todos os atletas partirem ao mesmo tempo. Guilherme Cabral foi o primeiro atleta português a passar a meta e alcançou o 28º lugar da geral. Esta classificação geral inclui homens e mulheres. Sofia Coelho foi a 10º atleta feminina a cruzar a meta e alcançou o 143º lugar na classificação geral. No dia seguinte, realizou-se uma

prova idêntica de SS2 (SurfSki de 2 atletas) onde Guilherme competiu com o atleta Luís Ventura do CN Setúbal, também representante da Selecção Nacional, e juntos, classificaram-se em 12º lugar em SS2 Sénior Men. Sofia Coelho também competiu com outro atleta, Bruno Rafael (SLBenfica) e alcançaram o 10º lugar em SS2 Sénior Mix. Sofia Polido (Estagiária)

Campeonato Nacional de Velocidade Guilherme Cabral também competiu no mês de Julho no Campeonato Nacional de Velocidade onde se classificou em 3º no k1 200m; 2º no k2 1000m com João Ribeiro, atleta do SLBenfica, em que só foram “batidos” pelo vice campeão olímpico, Fernando Pimenta e Jorge Castro do CN Ponte de Lima. Apesar de na prova de k2 1000m terem ficado em 2º lugar, na sombra do vice campeão olímpico, na etapa de k2 200m, juntamente com o seu parceiro João Ribeiro, conseguiram alcançar o 1º lugar em que derrotaram Fernando e Jorge.

Sofia Polido (Estagiária)

Clube Escola de Ténis de Sesimbra Torneio Social 2012/013 GDU Azoia brilha no I Meeting de Ori-Nocturna

Decorreu no dia seis de Julho em Alfarim (Restaurante D. Ricardo), o jantar convívio e cerimónia de entrega de prémios do Torneio Social 2012/013 do Clube Escola de Ténis de Sesimbra. Esta prova que se caracteriza essencialmente por envolver uma vertente lúdica e de lazer, iniciase em Outubro e termina em Junho do ano seguinte, disputa-se no formato de campeonato e promove o desporto de manutenção, colaborando simultaneamente no lançamento de jovens jogadores, que deste modo aperfeiço-

am e desenvolvem o respectivo nível técnico bem como as capacidades de coordenação auto-controlo e concentração. Participaram quarenta e dois tenistas divididos em cinco grupos em que o nível técnico é o denominador comum. Entre as entidades convidadas, marcaram presença o presidente do município Augusto Pólvora e Artur Pereira em representação da Junta de Freguesia de Santiago. Assinale-se também a presença dos vereadores Américo Gegaloto e Francisco Luis, que por se encontrarem ligados à modalidade também se associaram aos cerca de cinquenta atletas, sócios e alguns familiares que participaram neste tradicional evento de fim de época, galardoando os jogadores, cujo desempenho foi mais regular durante o torneio. João Pedro Aldeia

Os atletas de orientação pedestre, do Grupo Desportivo União da Azoia, participaram no passado dia 20 de Julho, no I Meeting de Ori-Nocturna, evento a contar para a Taça de Portugal de Orientação Pedestre 2013 – Nível 2, numa organização do CPOC (Grupo Português de Orientação e Corrida) e com o apoio da Câmara Municipal de Sintra e da Federação Portuguesa de Orientação. No final do Meeting, o GDU Azoia ficou classificado em 5º lugar, num total de 24 clubes participantes e co-

locou nos lugares cimeiros atletas do clube.. Para os responsáveis do clube da Azoia, estas foram, sem dúvida, boas classificações, no entanto o mais importante terá sido a elevada participação do número de atletas do GDU Azoia. Este ano de 2013, tem sido um ano marcante, para a orientação pedestre do Grupo Desportivo da Azoia, uma vez que se tem denotado uma grande participação em diferentes competições, bem como a obtenção de lugares no pódio, pelos atletas do clube.


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O SESIMBRENSE

Efeméride: Sesimbra estância de turismo

Em 2 de Agosto de 1929 Sesimbra foi declarada como “estância de turismo”, através do Decreto nº 17.175. Mas foi uma declaração algo tortuosa, já que o diploma dá aquela classificação à cidade de Setúbal, acrescentando depois que Palmela e Sesimbra ficam a fazer parte da respectiva “comissão de iniciativa”. Desta forma, quer Sesimbra quer

Palmela ficaram subordinadas a uma comissão onde a esmagadora maioria dos representantes – empresários, instituições – era de Setúbal, e a consequência disso foi a de que nunca foram tomadas verdadeiras iniciativas para desenvolver o turismo sesimbrense, apesar de Sesimbra contribuir com o imposto de Turismo que financiava as “iniciativas” dessa mesma comissão.

A promoção turística da piscosa vila e do seu concelho foi feita, durante muitos anos, apenas por iniciativa de particulares. O jornal O Sesimbrense editou, em 1934, uma brochura de 12 páginas, com numerosas fotografias e informações de utilidade turística. Em 1938, foi a Sociedade Musical Sesimbrense, com a colaboração de outras colectividades e da Câmara,

que organizaram o “Verão Turístico”, um género de arraial no largo de Bombaldes e marginal a nascente da Fortaleza. Da promoção pública pouco há a referir, a não ser o “Abril em Portugal”, em que as estudantes do colégio Costa Marques distribuíam ramos de flores aos turistas, conforme as fotos do Arquivo Municipal documentam.


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