ANO LXXXVII • N.º 1181 de 15 de Dezembro de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)
Ensino
Selo Escola Intercultural para Sesimbra O Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues Soromenho, de Sesimbra, foi um dos 10 distinguidos com o Selo Escola Intercultural, que visa distinguir as escolas “que se destacam na promoção de projectos com vista ao reconhecimento e valorização da diversidade como uma oportunidade”. Esta iniciativa tem como objetivos: g valorizar a diversidade como uma oportunidade e fonte de aprendizagem para todos/as; g fortalecer o envolvimento da comunidade educativa na construção de uma escola onde todos/as têm lugar; g garantir a igualdade de oportunidades e o sucesso escolar de todos/as os/as alunos/as. Página 9
Feliz Natal! Bom Ano Novo!
© João Augusto Aldeia
Esta fotografia de 1976 documenta a Festa de Natal realizada no Hospital da Misericórdia de Sesimbra.
Europa aprovou nova Política de Pescas O Parlamento Europeu aprovou, no dia 10 de Dezembro, a revisão da Política Comum das Pescas, orientada para sustentabilidade ambiental, económica e social.
No palco, o fadista Júlio Silva e o guitarrista Coté. Era uma ideia inspirada no Natal dos Hospitais, uma tradição que a
televisão nacional iniciara em 1957, com a participação voluntária de numerosos artistas. Foi uma iniciativa que vingou, e
hoje, todas as IPSS organizam Festas de Natal para os seus associados e respectivos familiares.
Cabaz do Peixe:
qualidade e diversidade a preço baixo
No entanto, há uma forte contestação, acusando a União Europeia de ignorar a dimensão sociocultural das pescas e apostar no desinvestimento. Página 15
Política Local
Orçamento para 2014 A Câmara de Sesimbra aprovou o Orçamento para 2014, no montante de 54,8 milhões de euros. Dos investimentos previstos, destacam-se a repavimentação de estradas no
Castelo e Quinta do Conde, a requalificação da Lagoa de Albufeira e as obras na Fortaleza de Santiago, que se prolongarão para 2014. Página 7
PS: nova Concelhia Manuel José Pereira é o novo responsável pela comissão concelhia do Partido Socialista, na base de uma Mo-
ção com o lema: “Reconduzir o PS Sesimbra à sua verdadeira dimensão”. Página 19
Anunciado já há algum tempo, o Cabaz do Peixe foi finalmente apresentado, com todos os detalhes, em Sesimbra, no dia 16 de Novembro, e em Lisboa, durante a Conferência do Atlântico, no dia 5 de Dezembro.
António Pila, presidente da Associação de Armadores de Pesca Artesanal Local do Centro e Sul, e Carina Reis, técnica da mesma Associação, fizeram o ponto de situação, numa entrevista ao nosso jornal.
Após a realização de alguns investimentos financiados por uma candidatura feita ao PROMAR, o Cabaz do Peixe poderá começar a ser distribuido em meados do próximo ano. Página 18
Página 18
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Editorial
Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266
nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74
nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30
Passagem de Ano em Sesimbra
Boas Festas! Chegamos ao final de mais um ano, com uma edição preenchida sobretudo com mensagens de Boas Festas dos nossos anunciantes, associações, instituições e empresas que, apesar da crise, reconhecem a importância de manter acesa a chama da Esperança. Este aumento do espaço comercial acaba por limitar o espaço noticioso, facto para o qual pedimos, uma vez mais, a compreensão dos nossos assinantes. Nunca será demais lembrar que O Sesimbrense é na sua essência um jornal de assinantes, desde que viu a luz do dia: uma ligação de quase 87 anos que permitiu estabelecer laços de afectividade, os quais têm sido essenciais para a existência do jornal e para a sua capacidade de ultrapassar os momentos difíceis que conheceu ao longo da sua existência. Uma das vertentes dessa ligação tem sido a da dádiva com que tantos sesimbrenses, de nascimento ou de adopção, têm assegurado, voluntária e graciosamente, a colaboração necessária para que O Sesimbrense saia regularmente da tipografia para casa dos seus assinantes, razão maior da sua existência. Quem folhear as páginas comerciais
da presente edição, há-de reparar que, na sua maioria, não se trata de propaganda comercial destinada a promover a venda de quaisquer produtos, mas sim de mensagens de amizade e de estímulo ao jornal, aos seus assinantes, aos seus leitores, a toda a comunidade Sesimbrense, mensagens essas tão necessárias e tão importantes, nos tempos difíceis que o nosso País vive. * * * A avalanche de iniciativas públicas que apontam o Mar como um “desígnio nacional” e europeu, e que noticiámos no mês passado, continuou em Dezembro, com reflexo na presente edição. Mesmo assim, falta ainda uma referência à importante Conferência de Lisboa para o Atlântico, que decorreu nos dias 4 e 5 deste mês, que oportunamente abordaremos. Terminamos repetindo o nosso agradecimento a todos quantos, anunciantes ou assinantes, apoiam activamente O Sesimbrense. Para todos formulamos votos de Boas Festas e de um Feliz Ano de 2014. João Augusto Aldeia
Pescas - Novembro
Sesimbra volta a prometer animação com as festas de Ano Novo, agora denominadas pelo galicismo Réveillon – que, como é sabido, significa “grande despertar”, ou “grande acordar”. Um ponto alto da Passagem de Ano será o fogo de artifício, que a Câmara organizará em parceria com o Turiforum, e que este ano se inspira na frase atribuída a William Shakespeare: “A alegria evita mil males e prolonga a vida” [the joy prevents one thousand evils and prolongs life]. Assim, “O triunfo da alegria vai estar bem presente no espectáculo piromusical, que tem como ponto de partida as comemorações do duplo bicentenário do nascimento dos compositores Richard Wagner e Giusepe Verdi. Ao longo de cerca de 12 minutos vai ouvir-se desde a força quase bélica da música de Wagner até à energia contagiante de Offenbach, passando pela explosão de sentimentos das inconfundíveis sonoridades de Verdi.” O fogo de artifício será lançado da Fortaleza de Santiago. Haverá também a tradicional animação musical na marginal de Sesimbra, com início às 22 horas, promovida pela Câmara Municipal, em parceria com os estabelecimentos Contraste Bar (marginal nascente) e Velvet Café (marginal poente).
Em relação a Outubro nos totais gerais houve equilíbrio. Destacou-se o cerco que, este ano, tem tido melhor produção. Pena é que o preço do pescado não acompanhe o valor suficiente destas espécies e assim se obtenha menores rendimentos, o que desgosta pescadores e armadores. O arrasto continua na mediania e a ar-
tesanal se eleva mediante o alto preço das suas espécies de qualidade. Novembro nunca foi grande nas quantidades pescadas, no entanto vamos mantendo as pescas com tendência para não ter melhoras perante as dificuldades que se antepõem ao maior desenvolvimento do sector piscatório nacional. Pedro Filipe
Farmácia da Cotovia
212 681 685
Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia
Farmácia de Santana
212 688 370
Estrada Nacional 378, Santana
Farmácia Leão
212 288 078
Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra
Farmácia Lopes
Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra
212 233 028
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De igual modo: Estátuas Ao longo do mês de Novembro, por diferentes razões, bastante se falou de estátuas em Portugal. Um dos mais cotados programas radiofónicos, sob animosa condução do jornalista Carlos Coutinho, de Évora, escolheu como assunto fulcral o panorama de estátuas em todo o Portugal, pedindo aos seus muitos ouvintes depoimentos de referência à estatuária das suas regiões. Enquanto ouvinte atento achámos oportuna a temática do programa, com uma boa série de eventuais colaboradores. Quase em simultâneo a essa feliz iniciativa de Carlos Coutinho surgiu a polémica sobre a decisão da Edilidade de Lisboa relativa ao financiamento e apadrinhamento de uma estátua ao convicto cidadão Cosme Damião, fundador do Sport Lisboa e Benfica, há mais de um século. Ergueram-se vozes de surpresa e de censura, alegando dispêndio inoportuno e evocando preferências por outros nomes, dignos desse tipo de homenagem. E, segundo cremos, o assunto não está encerrado.
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Aproveitando o mote do que acabámos de expor, voltamos à reflexão feita nestas páginas, há algum tempo, sobre a muito modesta expressão estatuária no Concelho de Sesimbra. Na vila há o monumento votivo aos pescadores, numa das extremidades do Largo dos Bombaldes, o histórico Pelourinho, o Cruzeiro do Calvário e os bustos do Professor Marques Pólvora, no Jardim e do médico Aníbal Esmoriz, bastante “escondido” no átrio do centro de saúde. Mais recentemente foi inaugurado o bem pouco inspirado monumento aos combatentes, na mini-rotunda de acesso ao Hotel do Mar. Muito pouco, convenhamos… Mais acima, em Santana e em Sampaio e na principal rotunda de acesso ao Castelo, podem citar-se como
obras de estatuária o busto do inesquecível médico municipal, Dr. Santos Leite, o esboço de monumento ao espadarte, no início da EN-379 e, de boas dimensões e repetida controvérsia, a estátua evocativa de D. Sancho I que concedeu a Sesimbra o 1º Foral Régio, em 1201. É manifestamente pouco face à dimensão e ao percurso histórico de Sesimbra, uma ideia força que temos transmitido aos leitores de “O Sesimbrense” desde há mais de uma década.
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Bem sabemos das restrições financeiras que afectam a Municipalidade do Concelho. Continuam distantes os denominados tempos de “vacas gordas” em matéria de cifrões. Apesar disso, recorrendo a expedientes especiais (voluntariado, subscrição pública, ajuda de entidades devotadas à cultura) o índice de estatuária que temos vindo a descrever podia ser significativamente melhorado. A condigna recuperação do busto do Dr. Costa Marques, ilustre pedagogo do século XX, bem podia acontecer, após acordo familiar. Nas imediações da nova sede do Clube Naval, na doca, tal como já foi pensado, um busto de José Pinto Braz, com influente intervenção da sua família, tinha integral justificação. O mesmo poderia verificar-se, no Castelo, referente a Rafael Monteiro defronte da casa onde viveu e que é hoje um elogiável Centro de Documentação sob a égide da Câmara Municipal. E ainda encontramos razão de ser para uma condigna evocação do magnífico Rei de Portugal, Dom Diniz (12611325) que muito prezou a Vila e seus contornos medievais, conforme consta dos anais régios. No cômputo geral de vilas e cidades quanto a estátuas, Sesimbra não está bem classificada. E na medida em que os objectivos turísticos da “Piscosa” têm vindo a ampliar-se, esta reflexão temática assume insofismável razão de ser. Assim haja quem possa dar sequência efectiva às ideias que deixamos expressas, na melhor das intenções. David Sequerra
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Roubaram um sino da Igreja do Castelo
No passado mês de Novembro foi roubado um dos sinos de bronze, do campanário da Igreja do Castelo. Além do sino, que datava de 1854, foi levada também uma sineta e outros objectos de menor valor. Apesar das diligências policiais, ainda não foram identificados o autor ou autores deste roubo. Como medida cautelar, foi decidido pela Câmara e pela Paróquia do Castelo, retirar do campanário o outro sino ali existente, idêntico ao que foi furtado.
Faleceu Angeolila Pinto Aos 97 anos, faleceu Angeolila Pinto, a senhora sesimbrense que criou as famosas Tamarinas, inspiradas no nome da pastelaria que tinha com o seu marido, Jeremias Pinto: “Tá Mar”. Esta memória sobre a verdadeira autoria das Tamarinas, que estava já um tanto esquecida dos sesimbrenses, foi reavivada numa entrevista que publicámos em Janeiro de 2012, e na qual incluímos a receita original. À família de Angeolila Pinto apresentamos os nossos pêsames.
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“Um farol para assinalar o Paraíso esquecido” Teve lugar no passado dia 7 de Dezembro uma sessão de apresentação da única lista candidata aos órgão sociais da Liga dos Amigos de Sesimbra, para o biénio 2014-2015. A sessão decorreu na sala polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra, que encheu com a presença de membros da lista e de outros convidados, entre os quais se contavam Eduardo Pereira e o Delegado Marítimo de Sesimbra. Na mesa estiveram também Odete Graça, representando a Assembleia Municipal, e a vice-presidente da Câmara Municipal, Felícia Costa. A lista candidata, nasceu de uma iniciativa de Pedro Caetano, um professor universitário que reside em Sesimbra há alguns anos, e inclui nomes conhecidos dos sesimbrenses, tais como o de Mário Chagas, Manuel Henriques, Guilherme Cabral, José Embaixador, Sofia Baptista, Pedro Mesquita, Fernando Rocha, Fernando Correia (Direcção), Pedro Filipe, Sacramento Campos, Argentina Marques (AssembleiaGeral), Paulo Tomaz, Dorindo Gaboleiro (Conselho Fiscal) e também David Sequerra, como coordenador do Conselho Editorial, entre outros candidatos. As eleições terão lugar no próximo dia 10 de Janeiro, numa Assembleia que decorrerá nas instalações d’O Sesimbrense, localizadas no terraço do edifício Mar da Califórnia. Na sessão, e após uma introdução por José Eduardo Martins (actual presidente da A-G), interveio primeiramente Pedro Filipe, que revelou ter
sido dele a iniciativa de convidar Pedro Caetano para apresentar esta candidatura. Falou a seguir Pedro Caetano, que disse que no passado, “o jornal O Sesimbrense esteve muito bem, mas a Liga esteve um pouco apagada em relação a promover Sesimbra”, acrescentando que “nós queremos apoiar a promoção da região em duas áreas fundamentais: a cultura marítima e a qualidade de vida”. Referindo-se a Sesimbra, disse nunca ter visto “uma vila tão paradisíaca, com tradições que eu pensava que já não existiam, como a procissão do Sr. das Chagas e as escolas de Samba, que lhe dão uma vitalidade tremenda”. Destacou depois a “praia magnifica, o mar navegável e mergulhável quase todo o ano, o Cabo Espichel e as pegadas de dinossauros”. Referindo-se à Quinta do Conde, afirmou que, do ponto de vista de um americano, “seria o sítio onde a maior parte das pessoas quereriam viver”,
Na mesa, Pedro Caetano (candidado a presidente da Direcção), Pedro Filipe (candidato a presidente da Assembleia-Geral), Odete Graça (presidente da Assembleia Municipal), José Eduardo Martins (actual presidente da Assembleia-Geral) e Felícia Costa (vice-presidente da Câmara Municipal). dado o seu modelo de vivendas, considerando-a “um paraíso dentro de outro paraíso.” Em função destas realidades, a candidatura propõe-se ser “um farol para assinalar o paraíso esquecido” que é Sesimbra. Acrescentou ainda: “Vamos pensar em benefícios para os sócios, e também numa maior ligação à comunidade”. Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal, desenvolveu o tema do voluntariado, nomeadamente no associativismo, afirmando que é uma escola de boa vontade e de troca de saberes. Terminou manifestando disponibilidade para dar o seu apoio, fazendo
votos para “sejam felizes e que trabalhem para valorizar Sesimbra”. Felicia Costa, vice-presidente da Câmara Municipal, referiu a sua convicção de que estes debates são enriquecedores, pois “pela discussão de pontos de vista diferentes, poderemos perspectivar um futuro diferente para a nossa terra”. Destacou o facto de o jornal O Sesimbrense e a Liga não terem “chegado aqui do nada”, pois são o resultado do trabalho das direcções anteriores, e manifestou o seu apreço “à Direcção cessante, que fez um bom trabalho”, destacando o salto qualitativo que o jornal
teve nos últimos anos: “em que se plasmou por dar informação para além da opinião pessoal, transformando-se num órgão de comunicação real, que fala da sua terra, que fala do sentir das populações, mas de uma forma isenta e rigorosa”. Manifestou igualmente a disponibilidade da Câmara Municipal para continuar a apoiar, como tem feito, a actividade da Liga dos Amigos de Sesimbra: “Queremos ser um parceiro privilegiado de todos os que amam Sesimbra, através de um diálogo franco e democrático.”
Na nossa edição de Outubro publicámos na capa uma fotografia da tomada de posse da Assembleia e Câmara Municipal, que foi erradamente atribuída a Rui Rodrigues. Na realidade, a autoria era de Sérgio Fidalgo Carvalho (também autor da foto de cima) a quem apresentamos as nossas desculpas.
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Conferência
Máquinas de Mós Teve lugar no passado dia 7 de Dezembro uma conferência sobre “Máquinas de Mós”, a cargo do investigador do Instituto de História Contemporânea e docente de Arqueologia Industrial da Universidade Nova de Lisboa, professor Jorge Custódio. A seguir à palestra, que decorreu na sala polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra, realizou-se uma visita guiada à Moagem de Sampaio e à Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços (no Seixal), dois exemplos paradigmáticos de máquinas de mós. Para além da apresentação da evolução da utilização das mós, desde a pré-história, individualmente ou integradas em máquinas, o professor Jorge Custódio revelou diversos factos relacionados com a Moagem de Sampaio, recentemente inaugurada como Museu, e sobre o Lagar da Ordem, um lagar de azeite que recorria a um curso de água para obter a energia que movimentava as suas sete mós, que utilizavam o sistema de vara e sarilho. A utilização das mós remonta à pré-história, de que são exemplos as denominadas mós de vai-vém, de que foram encontrados vestígios em Sesimbra, quer no Outeiro Redondo, quer nas Terras de Calhariz, durante os trabalhos da Carta Arqueológica. O uso das máquinas de mós – aparelhos complexos de que as mós são uma das componentes – é um dos aspectos mais interessantes da arqueologia
pré-industrial, mas também assume enorme relevo nos vários períodos da industrialização. Fabricadas em diversos materiais (pedra, madeira, conglomerado de pedra e cimento, em metal, etc.) as mós continuam ainda a ser utilizadas em algumas situações, embora, de um modo geral, tenham sido substituídas por máquinas
“Ilumina-me”: uma iniciativa da Cercizimbra Na noite do passado dia 30 de Novembro, foram lançadas centenas de balões de ar quente, a partir praia do Ouro, em Sesimbra – imagem ao lado, do fotógrafo David Caretas. Com a designação “Ilumina-me”, tratouse de uma iniciativa promovida pela Cercizimbra (Cooperativa para Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptadas de Sesimbra), em parceria com a Câmara Municipal e outras entidades e associações do concelho, para assinalar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o Ano Europeu dos Cidadãos e, ao mesmo tempo, recolher donativos a favor do Centro de Actividades Ocupacionais da referida Cooperativa. Cada balão, feito em material biodegradável, custava 3 euros, e a procura foi tanta que os balões disponíveis para venda se esgotaram.
com outras soluções técnicas. A conferência foi realizada no âmbito do protocolo recém-assinado entre a Câmara Municipal de Sesimbra e o Instituto de História Contemporânea (FCSHUNL), com o apoio e colaboração do Ecomuseu Municipal do Seixal.
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Câmara aprova orçamento municipal com menos 5 milhões de euros A Câmara Municipal de Sesimbra aprovou o Orçamento para 2014, no montante de 54,8 milhões de euros. A proposta segue agora para a Assembleia Municipal, que votará a proposta da Câmara no dia 20 de Dezembro, numa reunião que terá lugar na Quinta do Conde. As Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2014 foram aprovados por maioria, com a abstenção dos vereadores do PS, Américo Gegaloto e Cláudia Cocharra. Os resultados das últimas eleições autárquicas – que decorreram em Setembro último – bem como o conteúdo dos diversos programas eleitorais, são interpretados pela Câmara Municipal como o reconhecimento “da justeza das opções levadas a efeito nos últimos anos, traduzidas nos objetivos estratégicos e modelo de desenvolvimento do Concelho prosseguido pelo Executivo, os quais se encontram inseridos nas Grandes Opções do Plano para 2014”. Os 54,8 milhões de euros do Orçamento para o próximo ano, representam menos 5 milhões de euros do que o Orçamento de há um ano atrás. Segundo a Câmara, este “encolhimento” deve-se a um “abrandamento, tanto na arrecadação de receitas de capital, como na efectivação das despesas”. Porém, mesmo assim, a Câmara prevê um aumento da receita oriunda de impostos sobre o património: quer sobre imóveis (IMI), quer sobre transacções (IMT), isto como resultado da “actualização das matrizes prediais, do acréscimo do número de prédios sujeitos a imposto, bem como da recuperação dos impostos em dívida”. Também a actualização das taxas de abastecimento de água e serviços urbanos, para acompanhar a inflação, deverá resultar no aumento das receitas municipais com esta origem. Na nossa próxima edição, e no contexto da votação destes documentos na Assembleia Municipal, desenvolveremos com maior detalhe as propostas da Câmara Municipal.
Investimentos municipais O Plano Plurianual de Investimentos para 2014, no montante de 22,3 milhões de euros, inclui essencialmente investimentos que se prolongam de anos anteriores, particularmente os respeitantes ao saneamento básico da Freguesia do Castelo, mas destacando-se também a repavimentação de estradas no Castelo e Quinta do Conde, a requalificação da Lagoa de Albufeira e a recuperação da Fortaleza de Santiago, cujas obras ainda se prolongarão para os primeiros meses de 2014. Para o Cabo Espichel, o Orçamento prevê a requalificação da Casa da Água e espaços envolventes. Também as iniciativas culturais continuarão a “merecer a atenção” da Câmara: Carnaval, Temporada de Ópera do Cabo Espichel, Santos Populares, Animação de Verão e Reveillon, bem como um “particular destaque” para as comemorações dos 40 anos da revolução de Abril”. A implementação do Plano Estratégico de Turismo também “continuará a constituir o guia de actuação da Autarquia neste domínio, embora desde já ancorado
Projectos de pavimentação destacados: Rua do Alcaide e complementares na Lagoa de Albufeira g Rua do Porto da Era g Ligação Zambujal-Assenta g Zona poente da Avenida de Negreiros; g Ligação do Cemitério da Quinta do Conde à Avenida da Liberdade g Estrada da Aiana entre o Zambujal e as Caixas g Estrada da Assenta entre o cruzamento do Castelo e a Estrada de Palames g Rua da Fonte Esquerda g Vários arruamentos degradados pela construção de novas redes de infra-estruturas de esgotos e águas g Calcetamento de passeios e bermas g
no projecto “Sesimbra é Peixe”. A Câmara adere também à nova moda do “crescimento azul”, afirmando como aposta estratégica do município “a economia do mar ou economia azul, tanto na vertente das pescas como no turismo, sem menosprezar actividades como a aquacultura ou miticultura e muito menos a congelação e transformação do pescado”. Miticultura é a designação técnica da aquacultura do mexilhão, que poderá vir a ser implementada na Lagoa de Albufeira. Em termos de investimento, é a Freguesia do Castelo aquela que regista um maior volume, em virtude da concretização das candidaturas financiadas com fundos comunitários (rede de saneamento da Freguesia do Castelo) e das obras de urbanização financiadas pelas AUGI, particularmente na Lagoa de Albufeira. As AUGI serão também responsáveis por investimentos na freguesia da Quinta do Conde: Ribeira do Marchante, Casal do Sapo e Courelas da Brava. A Câmara Municipal conta ainda que venha a ser aprovada uma candidatura ao programa PROMAR, para obras no Mercado Municipal e equipamento do Museu do Mar, o que provocará acréscimo no nível de investimento previsto na proposta de Orçamento.
à AMARSUL e SIMARSUL têm vindo a registar um aumento gradual, atingindo actualmente o montante de 2,6 milhões de euros anuais.
Correcção Na nossa anterior edição, na apresentação dos Executivos das Juntas de Freguesia, formados após as eleições de Setembro último, escrevemos, erradamente, que a única excepção à escolha de eleitos da CDU para aquelas funções, era Teresa Lourenço, do PSD, no Executivo da Quinta do Conde. Contudo, também para a Junta de Freguesia de Santiago, foi escolhida uma eleita pelo PSD: Conceição Nero. Esta correcção, no entanto, não altera o sentido da análise feita, de que a CDU, embora defendendo o modelo dos Executivos proporcionais aos resultados eleitorais, no caso das Câmaras Municipais, não aplicou esse modelo nos Executivos das Juntas, pois forças políticas com maior votação do que o PSD – o Partido Socialista, em todas as Juntas, e o Movimento Sesimbra Unida, no caso de Santiago e Castelo – ficaram de fora dos respectivos Executivos.
Despesas correntes As despesas correntes deverão atingir em 2014 o montante total de 37,4 milhões de euros. A Câmara Municipal prevê que, “no quadro da actual crise, o ajustamento deste tipo de despesas, em termos da sua redução, iniciada nos últimos anos, será incrementado através do reforço das medidas já tomadas nos diversos sectores da autarquia, bem como na na aquisição de bens e serviços e nas transferências correntes”. A maior despesa corrente é a dos salários. Para além disso, destacam-se, pelo seu elevado peso, os gastos com a energia, combustíveis, equipamentos e viaturas, os transportes e refeições escolares, bem como as prestações de âmbito social. Os subsídios para diversas entidades, IPSS e colectividades de cultura e desporto, bem como a facturação proveniente da AMARSUL e SIMARSUL relativamente aos tratamentos dos resíduos sólidos e águas residuais, respectivamente, são rubricas que pesam bastante neste Orçamento. Os valores devidos
Teresa Lourenço
Conceição Nero
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Galeria de artes na antiga Mercearia Ideal A Câmara Municipal de Sesimbra abriu, no passado dia 30 de Novembro, a “Galeria em Projecto”, no edifício onde funcionaram as antigas Finanças de Sesimbra, e também a Mercearia Ideal, de Arménio Monteiro. Tratou-se de uma inauguração original, pois as obras de recuperação daquele edifício não chegaram a ser concluídas: o objectivo da Câmara seria o de instalar ali os serviços centrais dos museus municipais, mas diversos problemas, dos quais o mais grave foi a falência da empresa construtora, levaram ao incumprimento de prazos assumidos perante o Programa Operacional de Lisboa, e à perda de parte do financiamento comunitário. Sem dinheiro para concluir o edifício, a Câmara ainda passou um “mau bocado”, quando o empreiteiro abandonou a obra, com o edifício extremamente fragilizado – na realidade, restavam apenas as paredes de pé. As regras comunitária não permitiam a manutenção do financiamento, mas o edifício também não poderia ser deixado naquela situação: o perigo de desabamento era real. Foi então que o responsável pelo Programa Operacional de Lisboa, Eduardo Brito Henriques, combinou com a Câmara uma solução de recurso: seriam libertados fundos comunitários apenas para reforçar a estrutura do edifício, e este passaria então a ser utilizado como área de exposições. Se isto fosse feito, Brito Henriques garantia que viria à inauguração: e cumpriu! A Câmara, entretanto, designou o novo espaço como Galeria em Projecto, porque o edifício continua a ser um “projecto” do que há-de ser mais tarde, e marcou a sua abertura com uma exposição de Arte Urbana da autoria dos artistas sesimbrenses Gemeniano Cruz e João Cruz, juntamente com Mário Belém e Ricardo Delaunay (SKRAN), com obras criadas ao vivo. Durante a abertura, Brito Henriques recordou que os fundos comunitários, no domínio da politica de cidades, e na área de Lisboa, apoiaram cerca de 262 operações, um investimento total de mais g
de 170 milhões de euros. Disse ainda que fez “muita questão em vir hoje à Galeria Projecto, dar o meu testemunho, e felicitar o sr. presidente da Câmara”, porquanto “estávamos na iminência de não poder concluir a obra, e esta ideia surgiu, que foi a de assumir um projecto que podia ser devolvido rapidamente à população: pareceu-nos que a arte urbana seria uma forma adequada de usar este espaço.” Referiu também que “estamos quase a iniciar o próximo periodo de programação financeira, 20142020, que vai trazer muitas novidades, e uma delas é que vai haver uma forte focalização no cluster do Mar, que elegemos como uma das prioridades regionais. “Sesimbra é Peixe”, Sesimbra também é Mar, e todo este apoio à Frente Ribeirinha é já um prenúncio disso e. portanto. estou convencido que vamos ter muitas condições para fazer um trabalho em conjunto, a CCRLVT e a Câmara Municipal de Sesimbra”. Em declarações ao nosso jornal, Brito Henriques comentou ainda a Estratégia Nacional para o Mar, recentemente aprovada. Em resposta à questão de, nesse documento, ser dada pouca importância à Pesca, Brito Henriques referiu que se fosse desenvolvida uma estratégia local para o esse sector, seria possível potenciar um volume importante de financiamentos comunitários.
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Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues Soromenho distinguido com
Selo Escola Intercultural O Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues Soromenho, de Sesimbra, foi um dos 10 distinguidos com o Selo Escola Intercultural, que visa distinguir as escolas “que se destacam na promoção de projectos com vista ao reconhecimento e valorização da diversidade como uma oportunidade e fonte de aprendizagem para todos/as”. A cerimónia de entrega dos galardões, realizou-se no passado dia 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, no Salão Nobre do Centro Ismaili, da Fundação Aga Khan, em Lisboa, contando com a presença dos secretários de Estado do Desenvolvimento Regional e do Ensino Básico e Secundário, entre outras individualidades, bem como de alunos e professores representantes de escolas de todo o território nacional que participaram nesta iniciativa. No decurso da cerimónia, que se pretendia que fosse um momento de partilha de boas práticas, as 20 escolas mais pontuadas fizeram uma breve apresentação das práticas que sustentaram as candidaturas, e foram divulgadas as 10 escolas distinguidas com o Selo Escola Intercultural. Esta iniciativa inscreve-se numa medida de divulgação de boas práticas prevista no II Plano para a Integração dos Imigrantes, que tem como objetivos: – valorizar a diversidade como uma oportunidade e fonte de aprendizagem para todos/as; – fortalecer o envolvimento da comunidade educativa na construção de uma escola onde todos/as têm lugar; – garantir a igualdade de oportunidades e o sucesso escolar de todos/as os/ as alunos/as; – contribuir para o desenvolvimento de práticas pedagógicas mais inclusivas e interculturais.
Fotografia de Rodrigo Marques
As outras escolas que acompanharam Sesimbra nesta distinção foram: Centro de Estudos de Fátima, Agrupamento de Escolas de Castro Marim, Agrupamento de Escolas Ordem de Santiago (Setúbal), Agrupamento de Escolas Eugénio de Andrade (Porto), Agrupamento de Escolas João da Rosa (Olhão), Agrupamento de Escolas de Sines, Agrupamento de Escolas Júlio Dantas (Lagos), Escola Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte (Marinha Grande) e Jardim Infantil do Centro Social Paroquial Vera-Cruz (Aveiro).
O Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues Soromenho integra as seguintes escolas: g g g g g g g
Escola Básica 2,3 Navegador Rodrigues Soromenho Escola Básica 1/JI da Aiana de Cima Escola Básica 1/JI da Aldeia do Meco Escola Básica 1 de Alfarim Jardim de Infância de Alfarim Escola Básica 1/JI da Azóia Escola Básica 1/JI de Sesimbra (Av. da Liberdade)
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GeoCircuito de Sesimbra recebe menção honrosa O GeoCircuito de Sesimbra recebeu, no Dia Nacional do Património Geológico e Dia Mundial da Terra, uma menção honrosa pela sua participação no Prémio GeoConservação g
2013, atribuído pelo grupo português da PROGEO – Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico. Dirigido especificamente às autarquias, o galardão foi ins-tituído há 10 anos e tem como objetivo distinguir a implementação de estratégias de conservação e valorização do património geológico. A candidatura foi elaborada em conjunto pela Câmara Municipal de Sesimbra, pelo Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Para divulgação e promoção desta riqueza geológica, a Câmara Municipal criou uma página especialmente dedicada na Internet, no endereço: g www.cm-sesimbra.pt/ geocircuito/
O GeoCircuito de Sesimbra é, pois, um roteiro com os georrecursos culturais do concelho. Naquela página é possível consultar os geossítios, agrupados por três classificações: paisagem, sítio e afloramento. Cada local é acompanhado por uma breve descrição e são indicados os tipos e graus de interesse (científico, didático e cultural), a existência de estatuto de proteção, o grau de vulnerabilidade a fenómenos naturais e à acção humana e a indicação do tipo de acessibilidade. É também disponibilizado um mapa interactivo do GeoCircuito que indica ainda outros locais de interesse geológico, tais como grutas, lapas e outras cavidades naturais. Da lista de geossítios inventariados
em Sesimbra, três deles encontram-se classificados como Monumento Natural desde 1997, pelo Decreto 20/97 de 7 de Maio: as jazidas de icnofósseis de Pedra da Mua, a dos Lagosteiros e a da Pedreira do Avelino. Sesimbra é já hoje, em Portugal, o município com maior número de geossítios classificados. Mas a Câmara Municipal de Sesimbra prevê ainda a classificação de âmbito local de outros cinco locais: Praia da Foz (riquíssima em fosseis petrificados), os Diatomitos da Amieira, a Gesseira de Santana, os Conglomerados intraformacionais do Alto da Califórnia e os Conglomerados do Porto do Concelho – um processo que será desencadeado no âmbito da revisão do Plano Director Municipal.
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Fernando Alagoa dinamizou
Cocktail Cultural Numa entrevista concedida por Fernando Alagoa ao nosso jornal, aquando do lançamento do seu primeiro livro, confessava que a sua aspiração era “fazer filmes”, e que a literatura era, de certa forma, um sucedâneo mais acessíivel. Durante o “Cocktail Cultural” que organizou no passado dia 7 de Dezembro, acrescentou que espera que algum dos seus filmes venha a ter uma adaptação ao cinema. Porém, “enquanto o filme não chega, vou desafiando aqueles com quem me cruzo, para darem vida aos personagens através de diferentes visões artísticas”. Esse terá sido o ponto de partida para o “Cocktail”, o qual acabou por tomar proporções maiores do que inicialmente pensara As salas do Sesimbra Hotel e Spa, onde se desenrolou esta actividade, estavam repletas de artistas e visitantes: uma realidade pouco frequente em Sesimbra, onde muitas iniciativas culturais desta natureza, e de igual mérito, atraem pouco público. É evidente que, neste caso, funcionou muito a rede de contactos pessoais de Fernando Alagoa – isso, porém, ainda reforça mais o mérito deste acontecimento, apoiado mais nas relações humanas no que na impessoalidade do “marqueting de eventos”, se nos permitem o estrangeirismo da expressão. A sessão cultural teve início com uma actuação do Grupo Coral de Sesimbra, muito bem conseguida e valorizada pela proximidade entre cantores e cantoras, e o público. Pela sala espalhavam-se numerosas obras de pintura e escultura. Uma pequena Feira do Livro apresentava as obras já publicadas de Fernando Alagoa, e de alguns dos seus amigos ali presentes. Também ali esteve a editora Alphabetum. Entre os autores literários com obras em venda, a maioria dos quais ali presentes, contavam-se: Teresa Ximenez (“A Memória do Gato”), Liliana Laranjeira (“Emoções”), Alexandrina Pereira (“Insubmissão dos Sentidos”, “Arrábida Meu Amor, Meu Poema”), e Fátima Marinho (“Ama-me”), para além do organizador, Fernando Alagoa (“Os Senhores do Universo e o Milagre de Fátima” e “Princesa Demónio”). Eram vários os pintores e escultores representados: Paulo Teixeira (pintor, que ilustrou os livros de Fernan-
do Alagoa), Nicolay Amzov (pintor, escultor e ceramista), Pedro Marques (escultor) e Luís Cohen Fusé (pintor). Foram ainda feitas leituras por Fernanda Sargedas, António Fragoso, Gonçalo Almeida e Maria Cunha (estes dois últimos, professores da Escola Navegador Rodrigues Soromenho, e coordenadores do respectivo Grupo de Teatro). A música, como já referimos, foi “representada” pelo Grupo Coral de Sesimbra, e pelo duo constituído por Nuno Pinhal e Pedro Pereira, que interpretou diversos temas jazzisticos. A fotografia do acontecimento esteve a cargo de Simões Silva. Havia ainda uma mostra de vinhos, pela Adega Cooperativa de Palmela. Fernando Alagoa, no entanto, teria desejado uma participação ainda maior: “Surpreende-me sempre que este tipo de eventos, malogradamente o Cocktail Cultural não foi excepção, não tenham o acolhimento expectável por parte do público e dos órgãos oficiais. Ultrapassada esta inércia de uns e de outros, o grupo de pessoas com quem contei neste evento, não podia ter sido mais colaborante do que foi. Junto desses, recebi o apoio e o incentivo necessário e até inesperado, à boa prossecução do evento”. Dos elogios recebidos, destaca o de alguém que referiu “nunca ter visto um evento tão diversificado e rico em cultura, apesar de simples e informal. A simplicidade e a informalidade foram propositados, quanto
à apreciação em si mesma, seria suficiente para me incentivar a um próximo, nos mesmos moldes, mas certamente melhorado com a experiência adquirida. Assim haja oportunidade”, disse Fernando Alagoa.
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Parlamento Europeu aprovou revisão da Política Comum de Pescas O Parlamento Europeu aprovou, no dia 10 de Dezembro, a nova Política Comum das Pescas, orientada para a sustentabilidade ambiental, económica e social do sector. Mas subsistem muitas críticas ao documento aprovado. Entre os principais objectivos da nova PCP está o de acabar com a sobrepesca, apontada como um dos principais problemas das pscas. Segundo aponta o documento, as taxas de exploração dos recursos piscícolas compatíveis com a sustentabilidade, terão de ser atingidas até 2015. Uma das medidas mais polémicas, é a da proibição das devoluções ao mar, ou seja, a prática de lançar borda fora peixes cuja captura não é desejada.Em termos práticos, os barcos de pesca terão de desembarcar pelo menos 95% de todo o pescado que capturarem (com certas isenções), medida esta que será aplicada de forma gradual a partir de 2015. No caso de capturas de espécies de tamanho inferior ao mínimo legal, só poderão ser utilizadas para fins que não sejam o consumo humano directo, nomeadamente as farinhas de peixe, o óleo de peixe, os alimentos para animais de companhia, os aditivos alimentares, os produtos farmacêuticos e os cosméticos. No entanto, apesar de representar um melhor aproveitamento de recursos, este objectivo pode colocar grandes problemas aos pescadores, obrigados a trazer para terra espécies que não poderão ser remuneradas de forma a compensar a sua actividade. Outra das medidas incluídas é a de ajustar o número de navios de pesca aos recursos disponíveis, com base nas suas avaliações do equilíbrio entre a capacidade de pesca e as possibilidades de captura de que dispõem. Cada país da UE deverá poder escolher as medidas e os instrumentos de que deseja dotar-se para reduzir a capacidade de pesca considerada excessiva. São ainda muitas as críticas à gestão europeia das pescas, por estar assente numa gestão centralizada e ter promovido o abate indiscriminado da frota pesqueira.
Revisão contestada A revisão agora efectuada na Política Comum de Pescas tem sido muito contestada. Frederico Pereira,
da Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca, critica esta revisão, pelos aspectos que a mesma negligenciou: “Não se assumiu a necessidade de garantir o abastecimento público de pescado, e por isso, não se apontaram as necessárias soluções que tenham em vista a modernização e desenvolvimento do sector”, e “ao não se assumir a necessidade de salvaguardar e defender as inúmeras comunidades piscatórias que, em algumas regiões, são determinantes para o desenvolvimento das mesmas, promove-se o seu definhamento e afasta-se os jovens do sector”. Frederico Pereira acusa ainda a revisão da Política Europeia de Pescas de ignorar as questões económicas e financeiras, “assistindo-se, pelo contrário, a uma perigosa tendência de diminuição do esforço financeiro posto à disposição do sector.” Logo após a aprovação feita no Parlamento Europeu, também os eurodeputados do Partido Comunista consideraram que a dimensão socioeconómica da política de pescas continua a ser “manifestamente negligenciada, o que trará prejuízos evidentes para os segmentos da pequena pesca costeira e pesca artesanal”, nomeadamente em Portugal.
43 anos de Política Comum de Pescas O sector das Pescas é regulado na União Europeia por uma política comum desde o ano de 1970, data em que foram tomas as primeiras medidas relativas à igualdade de acesso às águas dos diversos Estados Membros. Quando Portugal entrou para as então designadas Comunidades Europeias, em 1986, já encontrou a Política de Pescas como sendo essencialmente regulada por Bruxelas, com perca da capacidade nacional para intervir no sector, a não ser pela mera aplicação das directivas comunitárias. Iniciou-se então um processo de financiamento do sector por fundos comunitários, cuja principal consequência acabou por ser a da diminuição da frota de pesca nacional, principalmente devido aos subsídios ao abate de embarcações, que duraram até recentemente. Sesimbra também sofreu os efeitos desta política centralizada em Bruxelas, sobretudo quando a UE decidiu não renovar o acordo de pescas com Marrocos, mantendo a frota longínqua sesimbrense parada durante dois anos, paga com subsídios, política que se estendeu aos subsídios para o abandono da actividade por parte de pescadores. Em Abril de 2009, a Comissão Europeia apresentou o Livro Verde da reforma da Política Comum de Pescas, que indicava como principais problemas do sector: a sobrepesca, a sobrecapacidade, o sobreinvestimento e o desperdício A revisão agora aprovada pelo Parlamento Europeu é uma consequência deste diagnóstico, rumando por isso no sentido de impedir qualquer medida de aumento do esforço de pesca – e, pelo contrário, continuando a incentivar medidas para o abandono da actividade por parte de pescadores. Assiste-se assim a um paradoxo: ao mesmo tempo que o Mar é apresentado como um dos eixos estratégicos para o crescimento da economia europeia, abandona-se a pesca. Em igual sentido se posiciona a política nacional de Portugal para o Mar: apesar de o defender como “um desígnio nacional”, o sector das pescas é subvalorizado, tal como referimos na nossa anterior edição. João Augusto Aldeia
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Cabaz do Peixe: qualidade e diversidade a baixo preço Anunciado já há algum tempo, o Cabaz do Peixe foi finalmente apresentado, com todos os detalhes, em Sesimbra, no dia 16 de Novembro, e em Lisboa, durante a Conferência do Atlântico, no dia 5 de Dezembro. Carina Reis, da Associação de Armadores de Pesca Artesanal Local do Centro e Sul, detalhou o já longo percurso desta ideia – lançada há cerca de 2 anos, com um inquérito da Liga para a Protecção da Natureza junto de potenciais consumidores, o qual revelou grande entusiamo. A ideia era a de repetir, com o peixe, a iniciativa do Cabaz Prove, de produtos vegetais: colocar em casa do consumidor, periodicamente, cabazes com produtos de qualidade e a bom preço, vindos directamente dos produtores locais para o consumidor. O complexo sistema de comercialização do pescado, nomeadamente na primeira venda – a qual tem de passar pela Docapesca – justifica a demora deste processo. Agora, aguarda-se apenas a aprovação de uma candidatura a fundos comunitários, para acelerar o processo: se for aprovada ainda este mês, como se espera, em meados de 2014 poderão começar a ser fornecidos os primeiros Cabazes. Essa candidatura, apresentada ao programa PROMAR, destina-se à aquisição de uma carrinha frigorífica, de uma mesa para a preparação do peixe, e montagem do plano de marketing, incluindo uma página na Internet.
Dos produtores… A Associação conta com os seus associados para o fornecimento do peixe, e procurará mesmo que todos os que estejam interessados, possam participar neste projecto. Mas havia a dificuldade da obrigatoriedade de passagem pela lota da Docapesca. Estudado o problema, juntamente esta empresa, ficaram definidas duas vias para o fornecimento do peixe: a) A Associação assume-se como comprador de peixe, participando no leilão como qualquer outro comprador; b) A Associação combina uma compra directamente com um seu associado – uma determinada quantidade a um dado preço – e neste caso, tem de comunicar esse acordo à Docapesca, que por sua vez o transmite aos restantes compradores credenciados, os quais terão direito de opção de compra do peixe àquele preço. Apesar destas limitações, Carina Reis acredita que não haverá problema em conseguir peixe suficiente, e a bom preço, para todos os Cabazes do Peixe necessários: a única dificuldade poderá decorrer das condições climatéricas que façam diminuir as pescarias em dado período.
… para os Consumidores À semelhança do projecto Prove, os cabazes serão preparados semanalmente, para distribuir aos consumidores que se tenham inscrito previamente: uma espécie de “assinatura”. A distribuição será feita nos mesmos pontos já utilizados para este projecto. No caso do Prove, o consumidor tem direito a um cabaz semanal, ao custo de 10 euros, com 7 a 9 quilos de frutas e vegetais. O consumidor não pode escolher quais os produtos que vai receber, embora possa indicar até 5 produtos que não quer que sejam incluídos nos seus cabazes. No caso do Cabaz do Peixe, pelo preço fixo de 20 euros semanais, o consumidor receberá 4 kg de peixe, já amanhado e eviscerado – mas também não escolhe o peixe de cada semana, apenas conhece previamente a lista de peixes que os cabazes podem vir a incluir. A constituição de cada cabaz dependerá das capturas e das compras: “A garantia que tem é que todo
o peixe do Cabaz vem das nossas embarcações, capturado por pescadores de Sesimbra, e por isso a qualidade será muito superior à dos supermercados, e a um preço muito mais acessível do que numa peixaria local”, adianta Carina Reis. Os cabazes incluirão também espécies que neste momento não são muito valorizadas, como a cavala, bogas, salemas: “São espécies de boa qualidade, com valor nutritivo elevado, e que normalmente o pescador rejeita ou leva para sua casa”. Assim, e para além de satisfazer as necessidades dos consumidores, pretende-se também valorizar as espécies, reduzir as rejeições, e proporcionar aos pescadores aumento dos seus rendimentos. Procura-se também testar este modelo, que funcionará como um projecto-piloto: “O objectivo é o de obter um guia de implementação, para que possa ser alargado a outros portos e com outras associações, para que gradualmente se forme uma rede em que os pescadores possam ter um intermediário que lhes é favorável – porque as Associações não têm fins lucrativos”, referiu Carina Reis – “Este primeiro ano será sujeito a um relatório, a uma análise controlada, para que possamos apurar que resultados conseguimos, em termos de rejeições, de valorização das espécies e de aumento dos rendimentos dos pescadores”. O projecto do Cabaz do Peixe tem como parceiros a Câmara Municipal de Sesimbra, a Docapesca, e também conta com o apoio e a colaboração da Mutua dos Pescadores, a ADREPES e da Liga para a Protecção da Natureza. João Augusto Aldeia
Foi a Liga para a Protecção da Natureza quem levou o Cabaz do Peixe a dar os primeiros passos, através de um inquérito para testar o potencial acolhimento por parte dos consumidores. E o acolhimento foi tão positivo, que existem agora interessados a perguntar quando é que finalmente chega o tão desejado Cabaz. Numa acção de divulgação desta ideia, realizada no ano passado, em Armação de Pera, a LPN referiu que um dos objectivos deste projecto era os de “aumentar o rendimento dos pescadores, aproveitando espécies que seriam tradicionalmente rejeitadas, pouco apreciadas ou desconhecidas pelo público consumidor, e portanto com baixo valor económico”. A Liga considera também que este projecto poderia funcionar noutros locais com pesca artesanal ou polivalente, que apanhe várias espécies, incluindo espécies sem valor comercial relevante e que são rejeitadas: “É de realçar que estas rejeições têm que ser próprias para consumo, e que o peixe passará sempre pela lota para controle sanitário e pagamento das taxas habituais. Organizar o Cabaz requer muito trabalho, tempo e vontade, sendo necessárias cooperação, confiança, conhecimento e disponibilidade dos vários intervenientes, assim como recolha de informação junto dos consumidores locais para melhor compreender as suas preferências”. Outra das opções que então se desenhavam para o Cabaz do Peixe, era a difusão de receitas apelativas, como forma de aumentar a procura destas espécies pouco apreciadas – uma iniciativa que foi entretanto implementada para a cavala, e, para já, com resultados positivos, como O Sesimbrense tem noticiado. O aproveitamente de espécies que, à partida, não teriam valor comercial, devido à falta de hábitos de consumo, ou até a preconceitos, apresenta uma maior actualidade do que nunca, já que a União Europeia definiu recentemente como uma das suas principais orientações para a Política Comum de Pescas, o fim da prática de deitar peixe capturado ao mar.
O exemplo do peixe-espada preto Um dos exemplos mais significativos duma espécie valiosa e que não tinha aproveitamento, foi o do peixe-espada preto. Este peixe era capturado pelos pescadores de Sesimbra, já no século XIX, pois ficava preso nos anzóis que lançavam nas profundezas do Espichel, para captura de tubarões-lixa. Mas era invariavelmente deitado ao mar, pois não existia o hábito do seu consumo, nem por parte dos próprios pescadores. Há apenas o insólito caso de el-rei D. Carlos ter exposto um exemplar, considerado raríssimo, numa das suas exposições científicas realizadas em Lisboa. Já relatámos neste jornal como é que se deu a transição do peixe-espada preto, de espécie rejeitada, para uma das mais caras do mercado, exemplo que poderá vir a multiplicar-se noutros exemplos.
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Partido Socialista elege
novos responsáveis concelhios O Partido Socialista elegeu uma nova Comissão Política Concelhia, encabeçada por Manuel José Pereira, actual chefe de bancada daquele Partido na Assembleia Municipal, numa lista que pode ser considerada de unidade, e que foi a única que se apresentou a votos. Manuel José Pereira desempenhou o cargo de vice-presidente da Câmara durante os dois mandatos autárquicos em que foi Amadeu Penim o presidente desta Autarquia Local – e qual também integrava esta lista. Na lista encabeçada por Manuel José Pereira, encontra-se em segundo lugar Américo Gegaloto, que foi o candidato a presidente da Câmara nas últimas autárquicas. Esta lista integrava ainda João Capítulo, que em anteriores eleições internas do PS se apresentara como candidato alternativo ao grupo liderado por Manuel José Pereira. Outros nomes de históricos do PS que integram a lista são os de Carlos Gouveia Lopes, Fernando Cristóvão Rodrigues e Miguel Alarcão Bastos, este último recém regressado à bancada da Assembleia Municipal.
“Reconduzir o PS à sua verdadeira dimensão” Levar o PS a ocupar o lugar cimeiro na preferência eleitoral dos Sesimbrenses, é a principal linha de força do programa de Manuel José Pereira, expressa no título da Moção: “Reconduzir o PS Sesimbra à sua verdadeira dimensão”, desde logo pelo regresso de “centenas de militantes que estão no chamado limbo dos adormecidos que não pagam quotas”. Os novos eleitos também se propõem
“trabalhar em prol da participação, estatutária ou não, de centenas de simpatizantes que estiveram antes e, estamos certos, estarão de novo dispostos a dar a cara ao nosso lado pelo desenvolvimento da nossa Terra e pelo bem-estar das suas populações.”
“Dois novos líderes naturais” Referindo-se especificamente à Juventude Socialista, a Moção reconhece que “na sequência do processo eleitoral último, surgiram uma série de adesões à JS, quer na Quinta do Conde quer em Sesimbra, e afirmaram-se dois líderes naturais” – possivelmente uma referência a João Pólvora e António Godinho. A Moção afirma também “o especial interesse do PS em dar todo o apoio ao seu alcance à dinamização da JS e, por seu empenho, ao trabalho político a desenvolver entre a juventude sesimbrense”, e promete continuar a apoiar o modelo de debate “Às 5ªs na Sede”, promovido pela Secção de Sesimbra ao longo de 2013, bem como às confraternizações promovidas pela Secção da Quinta do Conde. Outras ideias que os novos responsáveis prometem implementar para acolher a colaboração de independentes, é a do designado “Grupo de Reflexão O Castelo”, pelos “frutos dessa dinâmica que se gerou entre o partido e a sociedade civil”, bem como as designadas “Conferências Por Sesimbra”, organizadas já há mais tempo, com a “participação activa de um conjunto grande de especialistas de várias áreas.”. Afirmando-se como um partido de Causas, e tendo em mente o problema da elevada abstenção nas últimas au-
tárquicas, o PS de Sesimbra defende a sua afirmação como o “campeão da cidadania”, e anuncia que irá propor a criação de uma Comissão Municipal para a Cidadania, cujo principal objectivo será implementar um conjunto de iniciativas que permitam “trazer à participação cívica todos os cidadãos” Para reforço do trabalho municipal, será criada uma estrutura de coordenação do trabalho autárquico, liderada por dois elementos (que não acumulem com cargos autárquicos), e a criação de grupos de trabalho temáticos. Querem também os novos responsáveis que o PS seja identificado como “o maior defensor da justiça social”, o
que deverá passar pelo objectivo de maior participação de socialistas em instituições de solidariedade e em actividades de apoio social, bem como pela definição e implementação de uma política de saúde e de qualidade de vida municipal mais dialogada e mais interventiva”, diferente da seguida até hoje, e que o PS classifica como “populista e de confronto”. Uma outra linha de intervenção é a da “integração da Quinta do Conde na realidade social e cultural do município”, através da “aproximação, em termos de identidade, mas também de acessibilidade, entre todas as zonas do nosso território”.
Emenda Na nossa anterior edição, na notícia relativa aos Fados de São Martinho, apareceu erradamente escrito que a Liga dos Amigos de Sesimbra assinalava os seus 65 anos. Na realidade, são apenas 62: a Liga foi fundada no final de 1951, com o objectivo de adquirir o jornal O Sesimbrense – o que também aconteceu nessa altura – assegurando assim a sua continuidade, que já não podia continuar a ser sustentada pelo seu fundador, Abel Gomes Pólvora. Pelo lapso, pedimos desculpa aos nossos leitores
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Programa Bandeira Azul da Europa
Decorreu em Sesimbra, no final do passado mês de Novembro, o IV Seminário do Programa Bandeira Azul da Europa, na sala do Cineteatro Municipal. O tema do encontro foi o da “Poluição dos Oceanos - Esclarecer, Planear e Agir”. O Seminário contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, que sublinhou a importância do mar e dos oceanos na economia nacional, e o facto de Portugal estar actualmente em 5º lugar no ranking europeu dos países com mais bandeiras azuis, fruto do esforço significativo de todos os intervenientes neste processo, e sobretudo da Associação Bandeira Azul da Europa. O trabalho desenvolvido pela ABAE e os bons resultados obtidos foram destacados pelo seu presidente, José Archer, que relevou o facto da realidade actual
ser “completamente distinta de há 25 anos, quando se começaram a dar os primeiros passos na implementação de medidas de proteção da orla costeira. Isso deve-se fundamentalmente ao empenho de todos os intervenientes, mas também ao conhecimento, à acção no terreno e também a uma mudança de mentalidades”. O presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, sublinhou que “o galardão da Bandeira Azul é um estatuto importante em termos de promoção turística”, acrescentando que Sesimbra tem feito um grande trabalho na preservação da faixa costeira e na promoção das potencialidades do concelho no plano ambiental. Sesimbra é um dos municípios portugueses que hasteia o galardão da Bandeira Azul há mais anos.