O sesimbrense - Edição 1178 - Setembro 2013

Page 1

ANO LXXXVII • N.º 1178 de 23 de Setembro de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)

Grupo Coral de Sesimbra

Porto de Sesimbra atrai traineiras do Norte

O primeiro ensaio do Grupo Coral de Sesimbra teve lugar no dia 17 de Setembro 1988, encontrando-se pois em plena comemoração dos 25 anos de existência. Das comemorações fazem parte uma missa, no dia 22 de Setembro, e um espectáculo de variedades no dia 20 de Outubro. Maria Helena Fernandes, directora do Coral, revelounos um pouco do que será esse espectáculo do dia 20, que contará essencialmente com artistas da terra. Falou-nos também das aspirações daquele Grupo, nomeadamente a de aumentarem o número de actuações, dentro e fora do concelho.

Página 3

Página 4

A ausência da sardinha nas zonas costeiras do Norte tem feito deslocar para Sul diversas traineiras, sendo Sesimbra um dos portos que tem beneficiado das capturas destas embarcações.

Desemprego a descer

O número de desempregados em Sesimbra, registado pelo IEFP, esteve em queda entre Abril e Julho de 2013. Mas voltou a subir em Agosto, registando neste mês o número de 2.799 desempregados, ainda assim, abaixo do máximo de 3 mil

desempregados em Janeiro. No entanto, comparando os valores de 2012 com os homólogos de 2013, estes são mais elevados. Página 6

A regata de aiolas regressou à baía de Sesimbra, num magnífico Domingo de sol, registando-se pela terceira vez consecutiva a vitória de António Mendonça e André Franco. Página 16

Eleições Autárquicas Reportagem dos debates realizados na Quinta do Conde e Sampaio Páginas 8 a 11 Página 12 Temas da campanha eleitoral Vitória - segundo os candidatos

Página 12

Autárquicas de 2009: os resultados

Página 13

Clube Naval de Sesimbra

Escola de Sampaio

Bairro Infante D. Henrique

Uma situação financeira estável e bons resultados desportivos nas modalidades de vela e kayak animaram o jantar do 83º aniversário do Clube Naval de Sesimbra, cujo presidente, Lino Correia, anunciou como novos desafios os projectos da vela adpatada para deficientes e o aumento de jovens sesimbrenses a velejar. Página 13

Foi finalmente inaugurada a nova escola básica de Sampaio – mesmo em cima do início o ano lectivo. Grandes problemas com a empresa adjudicatária provocaram enormes atrasos, chegando mesmo a colocar em causa a abertura: “Houve momentos em que pensámos que ia ficar pelo caminho”, disse o presidente da Câmara. Página 4

No passado dia 14 de Setembro a Câmara fez a entrega das 58 casas recentemente construídas no Bairro Infante D. Henrique, em grande parte destinadas a famílias que já residiam nas antigas casas . Trata-se da 1ª frase da renovação do Bairro, mas a 2ª fase terá de esperar por melhores dias. Página 4


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

2

Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74

Editorial

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

Agradecimento Na abordagem às eleições autárquicas deste ano, optámos for fazer uma cobertura jornalística própria, com artigos e análises da autoria da nossa redacção, um modelo diferente do que utilizámos há 4 anos, em que nos limitámos a reservar, numa única edição, uma página para cada candidatura, e com o respectivo conteúdo fornecido pelas mesmas candidaturas. No presente ano, fomos noticiando os factos da pré-campanha à medida que esta se desenrolava – por exemplo, a notícia acerca do primeiro candidato oficial à Câmara de Sesimbra, foi por nós revelada ainda em Dezembro de 2012. Julgamos que o modelo agora adoptado, embora mais arriscado, proporciona um conteúdo noticioso mais enriquecedor. Também organizámos, à semelhança do que aconteceu em 2009, debates entre os candidatos, cujo conteúdo aparece tratado jornalisticamente nas páginas centrais da presente edição. Tratou-se de uma organização conjunta d’O Sesimbrense, do jornal Raio de Luz e da rádio Sesimbra FM/Jornal de Sesimbra, um exemplo de cooperação entre órgãos de comunicação locais, também numa parceria mais alargada do que ocorrera em 2009. Qualquer dos debates decorreu de forma cordial, com todos os candidatos a apresentarem a sua análise e propostas dos temas colocados em debate. Já alguém nos fez chegar a opinião de que os debates teriam sido um tanto “mornos”, mas isso é porque as televisões (e os Partidos) nos habituaram a debates exaltados e com candidatos a esgrimir acusações entre si. Porém, esse estilo, se é porventura mais “animado”, não é cer-

tamente mais esclarecedor nem mais adequado aos objectivos pretendidos: conhecer os candidatos e os seus programas eleitorais. Este envolvimento d’O Sesimbrense na vida política, cobre um mandato autárquico em que as nossas páginas acolheram permanentemente os principais factos da vida política local, com uma cobertura integral das sessões da Assembleia Municipal, e divulgação das principais propostas votadas na Câmara Municipal. A cobertura jornalística da dinâmica política local, realizada pel’O Sesimbrense ao longo do mandato autárquico que agora termina, não teve paralelo no panorama da comunicação social local, e representa uma importante visão alternativa à intensa informação oficial do Município, que, para além dos meios técnicos e financeiros de que dispõe, ainda consegue introduzir a sua particular visão da política local noutros órgãos de comunicação, através das suas notas de imprensa. Finalmente, é de justiça que assinalemos que o trabalho jornalístico d’O Sesimbrense, durante este mandato, sempre contou com a colaboração de todos os órgãos autárquicos – da Câmara muito em particular, mas também da Assembleia Municipal e das Juntas de Freguesia – e dos seus membros, quer da maioria, quer das oposições. Essa colaboração foi essencial e insubstituível para o nosso trabalho, pelo que aqui deixamos o nosso agradecimento a todos quantos desempenharam funções de serviço público em cargos políticos e que, de qualquer forma, ajudaram O Sesimbrense a cumprir a sua própria missão. João Augusto Aldeia

Pescas - Agosto

Irregularidade de Pesca e Valores em relação a Julho Com o apoio:

Farmácia da Cotovia

212 681 685

Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

Farmácia de Santana

212 688 370

Estrada Nacional 378, Santana

Farmácia Leão

212 288 078

Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Nos totais gerais verificaram-se 800.000 quilos a menos e 400.000 euros também nos valores. Os mais destacados foram no Cerco que neste Verão se vêm afirmando com grandes pescarias: cavala, carapau e sardinha, por maiores quantidades pescadas e menos preço na venda, sobretudo quando estão misturadas e desvalorizam a aquisição. Porém, não nos podemos queixar muito, portanto, há fartura de peixe, favorecendo os mais desfavorecidos

e os pescadores sentem alegria de contribuírem para esta situação, e do muito peixe pescado, o produto das vendas, mesmo assim, compensa o esforço despendido na sua árdua tarefa. Continuamos aguardando que gente com capacidade e inteligência se dedique ao revigoramento e desenvolvimento das Pescas que bem necessitadas estão desse enorme benefício nacional. Pedro Filipe


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

3

Sesimbra atrai traineiras do Norte

Casamento

Devido à escassez de sardinha, diversas traineiras da zona Norte têm deslocado a sua actividade para a zona costeira do sul do País, utilizando também os portos do sul para fazer as descargas de peixe em terra. Segundo João Carlos Pólvora, director da delegação centro-sul da Docapesca, esta situação está a levantar alguns problemas, sobretudo no porto de Sines, onde as infraestruturas não são suficientes para o acréscimo do número de traineiras que ali procuram vender o peixe capturado, tendo de aguardar a sua vez para acostar. Em Sesimbra, o acréscimo de embarcações de fora não tem sido tão

Os nossos associados, José Embaixador e Silvina Palmeirim, vão casar no próximo dia 29 de Setembro. Ambos se encontram já aposentados das referidas actividades profissionais. José Embaixador trabalhou no ramo da comercialização de fios de pesca. Silvina Palmeirim trabalhou no sector da comunicação social do Vaticano. Ambos continuam a intervir na comunidade com acções de voluntariado: José Embaixador nos Rotários e na Liga dos Amigos de Sesimbra, e Silvina Palmeirim na Paróquia de Santiago. O Sesimbrense e a LAS endereçam a ambos votos de muitas felicidades.

grande, e tem sido possível escoar o peixe sem grandes problemas, embora com recurso a um cais onde não existe telheiro de protecção. De acordo com os dados mensaia da pesca descarregada em Sesimbra, até Julho deste ano a pesca do cerco proporcionou 5.253 toneladas, um acréscimo de 8,5% em relação ao ano passado, apesar de termos tido um período de defeso. O valor do peixe do cerco foi, nestes 7 meses, de 4 milhões e 353 mil euros, um aumento de 42,5 % face ao mesmo periodo de 2012. Ou seja, apesar da maior quantidade de pescado, o seu preço médio subiu: para este mesmo período,

o peixe do cerco vendeu-se em 2012 a 63 cêntimos o quilo, e em 2013 a 83 cêntimos. Também segundo dados da Docapesca, Sesimbra foi o porto onde foi descarregada maior quantidade de pescado, de todas as artes, entre Janeiro e Maio do corrente ano: 6.245 toneladas; a seguir ficou Matosinhos (5.96 toneladas) e Peniche (4.416 toneladas). No entanto, em termos da valorização destas capturas, foi Peniche quem ficou em primeiro lugar, com 10,6 milhões de euros, quedando-se Sesimbra em segundo lugar, com 8,4 milhões de euros.

Sesimbra distinguida com Bandeira ECOXXI, pelo terceiro ano consecutivo

Pelo terceiro ano consecutivo, a Câmara Municipal de Sesimbra foi distinguida com a Bandeira ECOXXI. Neste programa participaram voluntariamente 32 municípios, que foram avaliados, acerca de alguns temas considerados chave: Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável; Sociedade Civil; Instituições; Conservação da Natureza; Ar; Água;

Energia; Resíduos; Mobilidade; Ruído; Agricultura; Turismo e Ordenamento do Território. A Bandeira ECO XXI é um galardão atribuído pela organização Fee Internacional – Associação Bandeira Azul da Europa e visa a identificação e o reconhecimento de boas práticas de sustentabilidade desenvolvidas ao nível dos municípios.

ALDI abriu loja em Santana A cadeia alemã de supermercados ALDI abriu, no passado dia 11 de Setembro, uma loja comercial junto à rotunda que liga Santana a Sampaio. As lojas ALDI integram-se na gama discount: espaços comerciais de pequena/ média dimensão, de serviço reduzido e sortido limitado – o mesmo conceito das lojas Lidl e Minipreço.

Outra característica destas lojas é a oferta pontual, a preços baixos, de artigos utilitários. No caso do ALDI, a insólita oferta do dia era um “lazer autonivelante”, que estava a ser vendido a 29,99 euros. A ALDI abriu as suas primeiras lojas em Portugal no ano de 2006, com três estabelecimentos no Algarve.

Aqui há Jazz

Foto de Fernanda Gil

Durante o mês de Setembro teve lugar em Sesimbra a 4ª edição do Festival “Aqui há Jazz”, cujos concertos se distribuiram pela sala do cineteatro e pelo Velvet Café (na foto). O ponto alto do Festival foi o concerto do Trio de Mário Laginha,

tendo ainda actuado os agrupamentos Lado B, Mário Oliveira Trio, Pintura Fresca, André Carvalho Quinteto, Lokomotiv, André Fernandes Quarteto, Downtown Quinteto Vocal, L’ Escargot, e agrupamentos da Escola de Jazz do Barreiro.


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

4

Novas casas no bairro Infante D. Henrique No passado dia 14 de Setembro a Câmara fez a entrega das 58 casas recentemente construídas no Bairro Infante D. Henrique, em grande parte a residentes naquele bairro: alguns cujas casas foram entretanto demolidas, e se encontravam temporariamente noutros alojamentos, e outros cujas casas serão agora demolidas. Trata-se da 1ª fase de renovação daquele Bairro, mas não há data marcada para a sua continuação. A cerimónia da entrega das chaves das casas decorreu no próprio bairro, que tem excelente localização e vista sobre a vila e a baía de Sesimbra. O presidente da Câmara, Augusto Pólvora, lembrou os problemas

que foi necessário ultrapassar para conseguir ter as casas prontas: por exemplo, antecipando os prazos normais de pagamentos, e fazendo pagamentos directamente a subempreiteiros, num processo que se

Ruas para António Cagica Rapaz e António Telmo Na mesma cerimónia de entrega das chaves das novas casas do bairro Infante D. Henrique, foram homenageados António Cagica Rapaz e António Telmo, através da atribuição dos seus nomes a duas ruas daquele bairro. António Cagica Rapaz foi um sesimbrense que se destacou como escritor, autor de crónicas que retrataram figuras e acontecimentos do concelho de Sesimbra, publicadas em diversos jornais, e sobretudo n’O Sesimbrense, e mais tarde recolhidas em livro; foi também autor de outras obras literárias. António Telmo foi professor do colégio Costa Marques (onde era mais conhecido como Tó Vitorino), e veio a destacar-se como autor de numerosas obras de Filosofia, uma actividade que tem vindo a ser posta em relevo pelo Círculo António Telmo, uma associação cultural fundada em Sesimbra em Dezembro de 2011, e que tem como objectivo principal a preservação da memória e do legado do filósofo - Circulo que foi representada na cerimónia por Pedro Martins, tendo estado também presentes familiares dos homenageados.

atrasou relativamente à data prevista para a sua conclusão, que era de Maio passado. Mesmo assim, ainda há trabalhos a decorrer, no exterior e no interior de algumas habitações. Augusto Pólvora justificou a escolha desta data para entrega das chaves, porque, na sua opinião, “não fazia sentido entregar as chaves, nem no período eleitoral que vai começar em breve, nem no período posterior às eleições e antes da instalação do novo executivo”. Os realojamentos agora feitos permitirão que se faça a demolição de outras casas antigas deste bairro, com o objectivo de construir novas habitações; mas essa construção não está prevista para breve: “essa zona será utilizada para estacionamento e ficaremos a aguardar melhores condições para um novo projecto.” Ainda assim, a Câmara tentará, no próximo ano, construir 12 habitações de tipologia T0, em espaços que estavam previstos para garagens, e que se destinarão a “pessoas idosas, ou

mais jovens, que vivam sozinhas, e a quem se adequa esta tipologia“.

Um processo com 20 anos Augusto Pólvora referiu que a ideia de reconstruir o bairro data de há 20 anos, mas só em 2002 é que foi assinado 1º acordo de financiamento para estes 58 fogos, com as primeiras demolições em 2005 e 2006; ainda assim, as obras só arrancaram em 2011. O valor global do investimento, de 3,1 milhões de euros, beneficiou de um financiamento de 30% a fundo perdido, e um empréstimo de 50%, concedidos pelo IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana); os restantes 20% saíram directamente orçamento municipal. Augusto Pólvora referiu que, para além da melhoria das condições de habitação, este investimento é também “um exemplo de combate à desertificação da vila”, estimando o autarca que desde a década de 1980, a população da vila tenha diminuído entre 40 a 50%.

Escola de Sampaio já abriu

Foi finalmente inaugurada a nova escola básica de Sampaio, no passado dia 14 de Setembro – mesmo em cima do início o ano lectivo, que ocorreria 2 dias depois. Já deveria ter aberto muito antes, mas problemas com a empresa adjudicatária provocaram enormes

atrasos, chegando mesmo a colocar em causa a abertura nesta desta: “Houve momentos em que pensámos que ia ficar pelo caminho”, disse Augusto Pólvora, presidente da Câmara, que acrescentou ter aquela empresa concluído 80% da obra, “mas pratica-

mente levada ao colo”. Tratou-se de um investimento de 2,7 milhões de euros, tendo Augusto Pólvora salientado a qualidade do edificio, a par de um custo mais baixo, cujo mérito atribuiu aos autores do projecto, Armindo Pombo e Marinho Pinto. O novo edifício escolar possui 18 salas, sendo 4 de jardim de infância, uma biblioteca escolar, cozinha e refeitório, mediateca, parque infantil, horta escolar e espaços desportivos amplos, incluindo um campo de jogos que foi concebido para poder ser utilizado também pela comunidade, mesmo com a escola fechada. Foi também instalado um sistema inovador de reutilização de águas da chuva. A nível de pessoal docente, a vicepresidente da Câmara, Felícia Costa – também responsável pelo pelouro da cultura – referiu que a escola vai abrir com um rácio de pessoal não docente

muito abaixo do que é normal, sobretudo ao nível do 1º ciclo, pois conta apenas com 6 funcionários, quando deviam ser, no mínimo, o dobro. Felícia Costa desejou a todos os profissionais que ali vão trabalhar, e também aos pais, um bom ano lectivo, coroado de sucesso, e uma “experiência de renovação dos actos da solidariedade, da alegria, da amizade, da inteligência, da criatividade, ingredientes com que se cozinha uma educação de sucesso”. O autarca referiu que com esta escola o município fecha “um ciclo de investimentos na educação, sem precedentes no concelho de Sesimbra: em 5 anos foram construídas directamente pela Câmara, 43 salas, sendo 14 de jardim de infância, e demos apoio à construção de 8 salas do 1º ciclo na escola da Boa Água, mais do que duplicando as que antes existiam”.


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

5

Parque da Ribeira de Coina No passado dia 15 de Setembro foi inaugurada a 1ª fase do Parque da Ribeira. Trata-se de uma zona verde construída a nascente da Quinta do Conde, do outro lado da estrada nacional 10, em plena várzea do antigo rio Coina – hoje uma pequena ribeira, mas que já foi um importante curso de água. O Parque tem como objectivos principais a criação de uma zona favorável à vida selvagem, e ao mesmo tempo, de circuitos pedonais para visita e observação dessa mesma diversidade biológica de origem natural. Aproveitando uma zona cedida pelas superfícies comerciais instaladas ali mesmo ao lado (Pingo Doce e Aldi) e que se encontrava ocupada por canavial, foram construídas várias lagoas e caminhos, plantadas diversas espécies vegetais, e foram ainda introduzidas algumas espécies animais, embora o “ordenamento” ali feito, e sobretudo a disponibilidade de água, tenha atraído naturalmente diversas

outras espécies. No Parque da Ribeira já é, pois, possível observar uma grande diversidade de vida selvagem: cegonhas, garças, melros, rolas, patos, galinhas de água, e variadas outras aves; cobras de água, lagartixas, cágados, salamandras, ouriços, coelhos, etc. Três painéis instalados ao longo do percurso ajudam a identificar as espécies, bem como árvores e plantas ali existentes. Uma paliçada de observação ajudará ao avistamento das espécies mais tímidas. No dia da inauguração era visível o acabamento de última hora de muitos dos arranjos – sobretudo os cami-

nhos e as zonas com terra vermelha, destinando-se estas a receber caniço – mas o trabalho de organização de toda aquela zona “natural” dura já há mais de dois anos: por exemplo, a população de patos-reais instalou-se há dois anos e meio, logo que foi ali construída a primeira lagoa. O Parque da Ribeira é um investimento da Câmara Municipal de Sesimbra, em colaboração com a Junta de Freguesia local, mas que contou sobretudo com o trabalho e a iniciativa da Anime, a organização juvenil dirigida por Paulo Rato, que dirigiu os visitantes numa visita guiada ao Parque. A visita inaugural foi ainda marcada pelos versos improvisados de um dos visitantes: Está ligado à Natureza É um parque Natural Isto está muito bonito Mas há sempre quem diga mal!

2ª fase

Augusto Pólvora, presidente da Câmara, explicou também os objectivos daquele investimento, adiantando que, devido a limitações financeiras, o Parque não terá vigilância nem recolha de lixos, mas que conta com o civismo da população para garantir as condições de funcionamento daquele equipamento, que estará fechado ente as 11 da noite e as 7 da manhã. Referiu também que numa 2ª fase serão construídos: um campo de jogos, uma cafetaria, um restaurante, um palco, e que alguns pequenos edifícios ali construídos ilegalmente, serão adaptados para apoio ao Parque, e nomeadamente para um centro de educação ambiental. Futuramente haverá também ligação ao Parque da Vila com Parque da Ribeira, criando-se um total de 20 hectares de zona verde em contínuo.

Várzea de Coina: Natureza desprezada A várzea de Coina, uma extensa zona natural em cujo centro se situa a ribeira de Coina, liga a Quinta do Conde ao rio Tejo, ocupando terrenos que se espalham por quatro municípios: Sesimbra, Setúbal, Seixal e Barreiro. Apesar da sua riqueza ambiental, esta várzea acabou por sofrer do facto de se encontrar nas “traseiras” de todos estes municípios, e tem vindo a ser ocupada com construções ambientalmente nocivas, onde se destacam os viadutos da AE2, da linha férrea e, mais recentemente, da recém construída A33 (auto-estrada do Baixo Tejo), entre Belverde (Caparica) e Coina – um dos investimentos mais questionáveis dos últimos anos. No concelho do Seixal foi instalado um Parque Industrial, em terrenos que

Docapesca promove o polvo A Docapesca realizou uma acção de promoção gastronómica do polvo, na praça de Sesimbra, na manhã do dia 13 de Setembro, e na Quinta do Conde, no dia seguinte. Perante uma assistência interessada, e com alguns “alunos” prontos a “meter a mão” no polvo, técnicos da Escola de Hotelaria de Lisboa ensinaram a confeccionar “salada de polvo com favas, tomate e cebola roxa”, e “polvo confitado sobre alhada de batata doce e agrião”. A iniciativa contou com a colaboração da Câmara Municipal de Sesimbra. Segundo João Carlos Pólvora, director da delegação centro-sul da Docapesca (que abrange Sesimbra, Setúbal e Sines) o objectivo é o de “mostrar receitas inovadoras, que possam tornar o polvo ainda mais atractivo do que já acontece”, dentro do objectivo mais geral de “promoção e divulgação de algumas espécies que são abundantes na

costa portuguesa e que são relevantes para os pescadores e até para a economia local”, e que, no ano passado, teve a “estreia” com a cavala. O polvo é uma espécie importante na lota de Sesimbra: “não tanto em quantidade, mas porque é a terceira em valor. Nos últimos anos, e até 2011, teve uma evolução favorável no preço médio, mas em 2012 assistimos a um decréscimo, e no 1º semestre de 2013 assistimos a uma queda ainda mais acentuada – fruto de significativas capturas no 1º trimestre. Por isso a Docapesca entendeu que deveríamos fazer uma campanha, a exemplo do que fizemos no ano passado com a cavala. Estamos perante uma espécie de grande qualidade, que pode proporcionar excelentes pratos gastronómicos, é um produto nacional, é fresco. Se as pessoas estiverem sensibilizadas para isso, estarão dispostas a valorizar ainda mais esta espécie”, concluiu.

deveriam ter sido preservados para protecção desta Várzea. Só recentemente é que alguns destes municípios começaram a valorizar a várzea de Coina: primeiro foi o Barreiro, com a criação da Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina (em 2012), e agora a Câmara de Sesimbra com o Parque da Ribeira. O porto de Coina foi, durante séculos, um dos pontos de ligação fluvial da margem sul com Lisboa: era para ali que as gentes de Sesimbra se dirigiam, através da estrada dos Almocreves, para apanhar o barco para Lisboa. Foi também ali que, em 1715, a rainha D. Maria de Áustria desembarcou, vinda de Lisboa, para uma visita que a levou às Quintas do Perú e de Calhariz.


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

6

25 Anos do Grupo Coral de Sesimbra O primeiro ensaio do Grupo Coral de Sesimbra teve lugar no dia 17 de Setembro de 1988. Devido a limitações de logística, os 25 anos do Grupo são assinalados com uma missa no dia 22 de Setembro, e um espectáculo de variedades no dia 20 de Outubro, no cineteatro de Sesimbra. Maria Helena Fernandes, directora do Coral, revelou-nos um pouco do que será esse espectáculo do dia 22, com “pessoas da terra”. Para além do Grupo Coral, participarão Júlio Panão, Zé do Mar, Eduardo Coté, Lara Afonso, e ainda os grupos Bota Big Band e A Voz do Alentejo; Álvaro Bizarro fará a leitura de alguns poemas. Casada com um sesimbrense – Marcos José Sobral Fernandes – e a residir em Sesimbra desde 2006 (embora sendo já habitual visitante antes disso), Maria Helena Fernandes manifestou o desejo de que, no aniversário o Grupo possa apresentar um reportório totalmente novo, ainda que seja um objectivo difícil, pois apenas têm

um ensaio por semana. Actualmente com 30 elementos, o Coral tem uma boa dimensão, mas com um problema; faltam homens, sobretudo “baixos” (ou seja, com vozes no registo grave): “Só temos um “baixo”, e outro muito intermitentemente; e apenas 5 “tenores”, o que é muito pouco” – isto apesar dos frequentes apelos que têm feito a uma maior participação masculina: “Creio que os homens não têm muita predisposição para isto, julgam que é mais uma actividade feminina, preferem ficar a ver a bola, ou a televisão...”, diz Maria Helena. Mas também há pouca gente jovem: “Temos agora dois elementos, uma moça que nem é de cá, e outra que é neta duma colega nossa; em geral anda tudo à volta dos 50 anos”. O Grupo Coral tem tido uma actividade regular, mas a nova directora gostaria de expandir mais essa dinâmica, no sentido de saírem mais vezes para fora da vila, e até do concelho: “Nós temos saído, mas cada vez

menos, porque os apoios que temos são poucos, embora estejamos muito agradecidos à Câmara e à Freguesia de Santiago por nos ajudarem. Mas para o Coral se deslocar para longe temos de pagar o transporte, e se for muito longe é necessário dormir fora, torna-se muito complicado, não há verbas para isso”.

O reportório do Coral – músicas regionais, música sacra – depende de cada espectáculo: “O nosso maestro traz peças novas, e nós tentamos ir renovando, mas com a limitação de ensaiarmos apenas uma vez por semana, é difícil estar a colocar um reportório totalmente novo em cada actuação”.

Desemprego em Sesimbra: queda desde Abril, crescimento em Agosto Desemprego em Sesimbra - valores mensais 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2009

2010

Escrevem os nossos leitores . . .

2011

2012

2013

Sou um filho da terra, o meu nome é Pedro Gaboleiro, sendo neto de Procópio Gaboleiro, sendo que a minha família é natural do concelho e habita há várias décadas na Cotovia. Ontem ao visitar a Praia do Ribeiro do Cavalo deparei-me com lixo amontoado aleatoriamente pela praia em grande quantidade. Resíduos de festas de praia (garrafas em número significativo) e todo o tipo de resíduos de forma escancarada e horrível. As grutas existentes na praia, poderiam ser recantos bonitos, mas são depósitos de lixo.

Segundo os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados em Sesimbra esteve em queda entre Abril e Julho do corrente ano, voltando a subir no mês de Agosto. Em Julho, o número de desempregados registados no IEFP era de 2.718, mas voltou a subir para os 2.799 em Agosto. Ainda assim, são números inferiores ao máximo registado em Janeiro, quando Sesimbra chegou aos três mil desempregados. O desemprego em Sesimbra regista habitualmente uma quebra durante os meses de Verão, mas nunca ocorreu uma descida acentuada como aconteceu entre Abril e Julho do corrente ano. O aumento do desemprego em Agosto também é pouco vulgar. No entanto, fazendo a comparação

O percurso para a praia, percurso encantador com trilhos bonitos que desembocam numa paisagem de mar também não escapam ao acumular de resíduos. Sacos com resíduos que deveriam ter sido transportados até ao primeiro caixote de lixo encontram-se literalmente no percurso para a praia. A minha questão: tendo em conta a falta de civismo de uma minoria das pessoas que frequentam a praia (sim, são uma minoria que estragam a praia, pois a praia é tudo menos desconhecida, cheguei a contar no caminho para o Clube Naval mais de 50 automóveis estacionados e se a

entre períodos homólogos, verificase que o número de desempregados em Sesimbra, em Agosto de 2013, foi superior em 4,4 % ao mês de Agosto do ano anterior. Para os 9 concelhos da Pensínsula de Setúbal, a variação equivalente foi de 3,2%. Neste indicador, o pior concelho foi o de Alcochete, com um agravamento do desemprego em 13,4%, e o melhor foi em Almada, com uma diminuição de 4,6%. Esta evolução do desemprego apresenta semelhanças com a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) português, que registou uma melhoria de 1,1 % no segundo trimestre de 2013, em relação ao trimestre anterior. No entanto, comparando com o trimestre homólogo de 2012, verifica-se um agravamento em 2,3 %. J.A.Aldeia

maioria não tivesse civismo a praia já seria uma autentica lixeira) não deveria existir uma intervenção da Câmara Municipal de Sesimbra (CMS)? Ou a praia só pertence ao Concelho quando é para fazer publicidade ou participar em concursos naturais (7 maravilhas de Portugal)? A minha sugestão seria a existência de caixotes de lixo, sendo que a CMS duas ou três vezes por semana os iria recolher. Seria um investimento assim tão grande em gasolina para que um barco efectuasse este serviço? Pedro Gaboleiro


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

7

Augusto Pólvora na Entidade de Turismo de Lisboa Augusto Pólvora passou a integrar, após eleição, a Comissão Executiva da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, na qual também participam Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, e Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira Deste órgão, presidido por Vítor Costa, Diretorgeral da Associação de Turismo de Lisboa, faz ainda parte Mário Machado, representante do Grupo Espírito Santo Viagens. Carlos Humberto Carvalho, presidente da Câmara Municipal do Barreiro e da Junta Metropolitana de Lisboa, vai ocupar a presidência da Mesa da Assembleia Geral. Este organismo, criado em 2008 e que é o herdeiro, numa versão mais centralizadora, da antiga

Região de Turismo da Costa Azul, tem como atribuições a valorização turística da região de Lisboa e Vale do Tejo. O organismo deve colaborar com as entidades centrais e locais com vista à prossecução dos objectivos da política nacional que for definida para o turismo, promover a realização de estudos de caracterização da região sob o ponto de vista turístico e proceder à identificação e dinamização dos recursos turísticos existentes. Compete-lhe ainda monitorizar a oferta turística regional, tendo em conta a afirmação turística dos destinos regionais, e dinamizar e potenciar os valores turísticos. O orçamento deste organismo para 2013 atinge o montante de 3,2 milhões de euros.

Raio de Luz com novo Presidente Tomou posse no passado dia 30 de Agosto a nova Direcção da associação Raio de Luz, que tem agora como presidente António Marques, em substituição do fundador da instituição, José Pedro Xavier. Para a nova direcção entrou Joaquim Diogo, como vogal. A cerimónia contou com a presença dos presidente e vice-presidente da Câmara, respectivamente Augusto Pólvora e Felícia Costa, e do vigário-geral da Diocese de Setúbal, José João Lobato – dada a natureza de “associação de fiéis”, esta Diocese tem poderes de aprovação dos corpos sociais. O novo presidente expressou a vontade de “fazer mais coisas”: disse que em breve estará a funcionar o centro de dia com algumas funcionalidades, adiantando também que “Não perdemos o objectivo de fazer o lar. Há aquela desculpa de que não temos dinheiro: mas nós nunca tivemos dinheiro! No entanto, temos isto tudo feito: alguém nos ajudou. E hoje estamos melhor apetrechados do que estávamos em 1995. Hoje, temos um terreno na Assenta para fazer um lar, temos credibilidade social, temos credibilidade bancária, e a Câmara sempre nos tem ajudado.” A construção do lar referido por António Henriques terá sido uma das divergências com o José Pedro Xavier, que, pelo seu lado, pretendia construir uma capela no edifício sede, intenção com a qual discordavam outros membros da Direcção. O presidente da Câmara agradeceu a disponibilidade dos empossados, pela forma “como souberam acabar esta ‘pequena’ crise, que tinha a ver com a saída de uma pessoa, que não é uma pessoa qualquer, foi o grande criador e animador do Raio de Luz durante estes anos todos, não é fácil substituir, mas o caminho tem de continuar a ser trilhado”. Referiu que “está por realizar o principal objectivo, que é a componente social e cultural. A cultural tem sido de alguma forma desenvolvida, por via de instalação de vários serviços, quer da Câmara, quer do movimen-

to Rotário, quer do CREF, mas a própria instituição terá o desejo e vontade de ter uma actividade cultural própria. Mas a componente social, é a mais importante deste projecto, e antes de se construir um novo edifício, o mais importante é rentabilizar estas instalações e fazer com que elas prestem um serviço que é fundamental para a população.” O vigário-geral referiu-se a José pedro Xavier como aquele “que deu os primeiros passos, que fez congregar tanta gente à volta deste sonho”, acrescentando que “tendo ele achado por bem retirar-se, temos que respeitar, mas a ideia, o projecto tem razão de ser, é necessário dar-lhe continuidade.”


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

8

Debates Autárquicos O jornal O Sesimbrense, juntamente com o jornal Raio de Luz e a rádio Sesimbra FM/Jornal de Sesimbra, organizaram dois debates autárquicos com os seis candidatos à presidência da Câmara de Sesimbra nas próximas eleições, os quais tiveram lugar no passado dia 12, na Quinta do Conde, e dois dias depois em Sampaio. Adelino Fortunato (Bloco de Esquerda), Américo Gegaloto (PS), António Henriques (PAN), Augusto Pólvora (CDU), Carlos Sargedas (movimento Sesimbra Unida) e Francisco Luís (coligação Abraçar Sesimbra), reuniramse na Quinta do Conde para debater os temas Serviços Públicos e Ordenamento do Território, e em Sampaio para os temas das Acessibilidades e Economia e Desenvolvimento. Com base nas intervenções dos candidatos a redacção d’O Sesimbrense elaborou a seguinte síntese.

Serviços Públicos Este tema abrangia áreas como o abastecimento de água, o saneamento e a recolha de lixos, entre outros. O sorteio das intervenções deu a palavra inicial ao candidato do PS, que começou por destacar os “significativos investimentos” feitos pelo seu partido nos mandatos entre 1997 e 2005, para, logo a seguir, atacar a CDU pelos aumentos na factura da água, saneamento e lixos, frisando que as perdas de água ao longo do sistema de bombagem são de 40%, adiantando que “baixar a factura da água tem de começar por um estudo, recuperando

CANDIDATOS

Adelino Fortunato, candidato do Bloco de Esquerda (BE), professor da Faculdade de Economia de Coimbra.

Augusto Pólvora, candidato da CDU (PCP+PEV), arquitecto, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra.

Américo Gegaloto, candidato do Partido Socialista (PS), de 44 anos, advogado, vereador da Câmara Municipal de Sesimbra.

Carlos Sargedas, candidato do movimento Sesimbra Unida, fotógrafo.

António Henriques, candidato do Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), licenciado em engenharia multimédia, professor.

Francisco Luís, candidato da coligação Abraçar Sesimbra (PSD+CDS), empresário, vereador da Câmara Municipal de Sesimbra.

estas perdas”. Esta acusação foi rebatida mais tarde por Augusto Pólvora: “diz que agora há 40% de perdas de água – e no tempo do PS? Se calhar era maior, porque entretanto instalámos a telegestão”. Reconheceu que as perdas de água são elevadas, mas acusou A. Gegaloto de confundir as pessoas indicando que uma redução de 40% nas perdas daria 40% a menos na factura: “O que as pessoas pagam é aquilo que efectivamente consomem, não entram lá as perdas, embora estas acabem por onerar o custo da água, mas não é 40%, nem de longe.” Outra proposta de A. Gegaloto foi a de diferenciar ao nível da factura da água: ”por exemplo, se quiser fazer agricultura biológica em casa, de tudo o que passa pelo contador, paga taxa de saneamento, mas na realidade não entra tudo lá”; e acrescentou: “há muita gente que deixou de fazer o pequeno cultivo para consumo próprio, porque a factura da água tem um peso significativo.” Sobre o tema da água, Francisco Luís disse que não iria prometer “nem baixar nem subir a água, mas quer a qualidade da água quer o abastecimento são dois serviços de eleição que a Câmara tem”, dando como exemplo uma candidatura ao programa Eco XXI, onde Sesimbra obteve das melhores pontuações do País. Disse preocupar-se com as perdas, e com a factura, e propôs “acções muito fortes de sensibilização para a gestão deste recurso por parte das famílias”. A questão da água foi também referida por Adelino Fortunato: “Sesimbra é um concelho caro, o IMI e a água deviam ser baixados para alguns sectores da população. Há pessoas que têm terrenos e que os estão a doar às Juntas de Freguesia porque não têm dinheiro para os conservar”, acrescentou, propondo a criação de um gabinete de apoio psico-social para ajudar a reinserção social. Augusto Pólvora defendeu ainda a gestão da água numa lógica intermunicipal, que “permitirá uma utilização mais racional da água, com abertura dos furos na zona mais rica em reservas, permitindo baixar o custo do serviço”, e disse que “no final deste ano, 90% da população terá acesso a tratamento de águas residuais, segundo as exigências da UE, o que é uma realidade fantástica”. Carlos Sargedas, falando pela primeira vez num debate com outros candidatos, referiu que “estar aqui já é para nós uma grande vitória”, e admitiu que a sua candidatura nunca estará ao mesmo nível das restantes, “porque estas eleições são de alguma forma até anti-constitucionais, pois tivemos de arranjar 5 mil assinaturas, e os outros candidatos não.” Acrescentou que além dessas assinaturas, outras cinco mil pessoas não assinaram, ”por medo – dizemnos: gosto de vocês mas não assino, porque tenho um chefe, um patrão, e não sei onde isto vai parar”. A questão da participação foi retomada por Américo Gegaloto, que disse ter feito à Câmara uma proposta para que as reuniões se pudessem fazer

a uma hora diferente, ao final do dia, “para termos mais gente a participar”, acusando o PSD e a CDU de terem votado contra: “Isto é estar ao lado das populações?” Carlos Sargedas afirmou que o problema são “reuniões públicas até às 4 da manhã, com uma linguagem extremamente técnica que não é para as pessoas, que estão mais confusas quando saem do que quando entraram”. Já Francisco Luís disse ter uma visão distinta: “a participação não se faz nas reuniões de Câmara”, acrescentando: “se nós na Câmara pudéssemos acolher sugestões, até antes de se transformarem em reclamações, encaminhando-as para atempadamente lher ser dada resposta, todos tínhamos a ganhar”. Sobre a participação pública, Augusto Pólvora disse que a CDU não pedia meças a ninguém, e ao candidato do PS perguntou: “porque é que o PS não fez reuniões à noite enquanto esteve na Câmara?” Carlos Sargedas acabou por levantar a questão mais polémica do debate, ao afirmar que o voto está condicionado “com promessas eleitorais, com empregos que estão prometidos. Dizem: se eu for eleito tu entras na Câmara.” Estas acusações levantaram algumas reacções, mas Carlos Sargedas atalhou: “Não vou dizer nomes, como é lógico.” Pouco depois disse querer corrigir um equívoco: “não é contratar pessoas, é prometer contratar pessoas” – o que, na realidade, era exactamente o que tinha dito. A questão do endividamento municipal também dominou parte do debate: Américo Gegaloto atacou a CDU por ter “triplicado a dívida de curto prazo, de 7 para quase 25 milhões de euros”. Acusou também a gestão CDU de “não pagar subsídios às IPSS a tempo


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

e horas”. Em resposta, Augusto Pólvora, disse que “quando o PS entrou para a Câmara em 97, a dívida global era de 7 milhões de euros, e quando saiu, a dívida triplicara”, e que o PS também transformara dívida de curto prazo em longo prazo, na altura com os votos favoráveis da CDU. Francisco Luis salientou que “este Governo não tocou em praticamente nenhuma receita importante das Autarquias: IMI, Derrama, etc, e disponibilizou um Plano de Apoio à Economia Local (PAEL), que visou reduzir a divída de curto prazo em quase 10 milhões de euros”. Adelino Fortunato classificou o empréstimo contraído ao abrigo do PAEL como “uma espécie de programa da Troika para as Autarquias. Porque a Câmara Municipal de Sesimbra se habituou a um modelo de receitas extraordinárias, baseadas no estímulo ao crescimento urbano, o que criou responsabilidades, em termos de infraestruturação”. Em resposta, Augusto Pólvora negou que a Câmara, se tivesse falido:

“não era uma das Câmaras que recuperou capacidade de endividamento, uma das poucas da Península de Setúbal”. Adelino Fortunato referiu que a grande questão destas eleições é o facto do país viver “numa espécie de calamidade social, numa situação de emergência, com dificuldades tremendas, com o desemprego a ultrapassar os 20%, Assim, entende que “aquilo que uma Câmara deveria promover seria um plano de emergência social, para atender aos mais carentes da população. Américo Gegaloto adiantou que o programa do PS inclui também um plano de emergência social e combate à exclusão, e reduções da Derrama, IMT e até do IRS”. António Henriques disse que “reconhece tudo o que tem sido feito” até aqui, para acrescentar que estamos num ”modelo de gestão ultrapassado, onde só se pensa nas necessidades do homem, e despreza-se a Natureza e os animais não humanos.” O candidato do PAN defendeu a criação de um Centro de bem-estar animal, bem

9

como um serviço de emergência veterinário para as pessoas com fracos recursos. Propôs ainda a reutilização das águas da chuva, “que pode ser usada para vários usos, como hortas comunitárias.

Ordenamento do Território Este tema abrangia áreas como o PDM, planos de pormenor, Ambiente, Augis,etc.. Francisco Luis referiu ser o PDM o documento que vai definir a visão estratégica das forças políticas para as próximas décadas, e adiantou como uma das suas propostas “a inclusão de Sesimbra na principal centralidade da Península de Setúbal. O PDM em revisão vai ter que compatibilizar a nossa visão estratégica para o Turismo com a política industrial e tecnológica que temos que ter para o concelho”. Disse ainda não partilhar “desta visão catastrofista, de que está tudo mal feito. Acho que vale a pena viver no concelho de Sesimbra, vale a pena investir, apesar de muita coisa que já devia ter sido feita. Mas estamos a tempo”. Américo Gegaloto chamou a atenção para o facto da lei de bases do Ordenamento do Território passar a proibir o avanço de projectos que não tenham viabilidade financeira: “tem de ser feita a prova de que há necessidade de urbanizar”. Referiu também que 50% dos fundos europeus, no próximo ciclo de financiamento, serão para as empresas, “e eu acho que até deveria ser

mais, e nas áreas do conhecimento, empregabilidade, crescimento verde, economia competitiva e sustentável. Vamos deixar-nos de promessas megalómanas”. Acrescentou ainda que a Câmara deve “potenciar a actividade económica, e não criar emprego”, e que se não fosse o PAEL, haveria empresas em risco de fechar com o que a Câmara lhe devia – por isso propôs a política dos 3 Rs: Rigor, Responsabilidade e Realismo. Carlos Sargedas disse que a política de estratégia do Concelho estava mal direcionada, e deu como exemplo: “em vez de fazermos um hotel-marina, fizemos uma ETAR-marina, a partir daí tudo começou mal. Há um Clube Naval com um restaurante em cima, e à hora do almoço leva com o cheiro da ETAR!”; falando sobre os hotéis fechados, propôs: “porque não partir para um processo de expropriação desses espaços que estão abandonados, expropriá-los e dar a um promotor que possa criar empregos? Não faltam aí investidores que queiram investir em Sesimbra. O que falta é facilitar que as pessoas venham investir, com um “simplex” autárquico. Tenho acompanhado projectos que levam 4 e 5 anos para ter uma decisão; logicamente, as pessoas vão-se embora”. António Henriques disse que quem ler a revisão do Plano de Acessibilidades ao Concelho deve pensar que está noutro mundo: “temos que pensar é em aproveitar o que já foi construído; temos de pensar na suspensão do PDM; vamos continuar a investir e a gastar dinheiro? Não faz sentido. Todas as novas urbanizações devem ser imediatamente suspensas. Hoje as pessoas vão pensar duas vezes, mesmo que haja crédito. Temos que repensar o futuro, a 20 e 30 anos. Chega de betão. Chega de dar dinheiro aos bancos!” E questionou: “Mais construção civil? Temos de pensar em quem é que ganha com a construção civil Não é quem vive no concelho!, Augusto Pólvora referiu que há 40 anos o território de Sesimbra era muito diferente: “a partir das décadas de 60 e 70, assistiu-se a uma intervenção desregrada, com áreas enormes de génese ilegal. Depois do 25 de Abril isso teve de ser gerido, essa herança pesadíssima, que consumiu muitos recursos; mas estamos a sair bem desse processo, mérito de trabalho feito ao longo de muitos anos.” Listou depois os instrumentos de planeamento elaborados nos 8 anos dos seus mandatos, bem como numerosas obras de requalificação urbana e do território municipal. Acrescentou que no próximo mandato “a grande aposta tem de ser no desenvolvimento económico e emprego.” Adelino Fortunato criticou o facto de se terem feito muitos planos sem a revisão prévia do PDM. Recordou depois que “durante muito tempo o BE esteve solitário na defesa da sustentabilidade económica e social, e congratulo-me que outras forças politícas se reconheçam agora nessas ideias, e na revisão em baixa significativa do PDM.” Acusou depois a CDU de ter “estimulado e cavalgado a onda do imobiliário, montando um esquema de receitas baseado no sector imobiliário, modelo esse que está em ruptura. Defendeu ainda um outro tipo de turismo, que combata o abandono e a desertificação de alguns locais, nomeadamente na vila de Sesimbra. (continua na página seguinte)


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

10

Debates Autárquicos Acessibilidades O primeiro dos temas debatidos em Sampaio foi o das Acessibilidades, começando o candidato Augusto Pólvora por listar uma série de obras na rede viária, incluídas no seu programa, que inclui também o objectivo de implementar o transporte público e fomentar a mobilidade e a oferta de estacionamento. Em relação ao estacionamento na vila de Sesimbra, reconheceu ser um processo difícil, atribuindo a contestação que tem gerado à natural resistência à mudança, mas disse existirem já resultados positivos: “os dados estatísticos mostram que durante Agosto, em média, houve 4 carros dia em cada um dos lugares tarifados, quando anteriormente estavam dias seguidos no mesmo sítio, um resultado que é favorável ao comércio”. Considerou ser um modelo flexível, com zonas de alta rotação, mais próximas do centro, e outras de longo prazo, lembrando ainda que “há diferenciação das tarifas entre época alta e baixa”. Francisco Luis recordou, neste tema, que o mais importante seria: “saber quais são as prioridades para o Concelho, e para isso temos de ter um diagnóstico correcto, e também uma visão para o desenvolvimento; temos que ver qual é a vocação económica do Concelho”. Acrescentou ser Im-

portante reflectirmos na economia do mar, com requalificação dos acessos ao porto de Sesimbra. Quanto ao Turismo, afirmou que “ quem vem, seja para que freguesia for, deve ter condições de acessibilidade, e isso passa por uma política de mobilidade, que tem de ser reflectida com as freguesias e com os agentes económicos. Salientou a necessidade de haver segurança nas vias pedonais e ciclovias, uma solução que também pode contribuir para a eficiência energética. Propôs também um parque empresarial e tecnológico para o Casal do Sapo. Adelino Fortunato acentuou que as acessibilidades são uma componente do ordenamento do território, e criticou o Plano de Acessibilidades da Câmara por não ter sido pensado com os municípios limítrofes, “o que é um défice muito grande, pois todas estas matérias têm um impacto regional”. Disse ser esse plano muito marcado pela ideia de que é preciso “servir os projectos da Mata de Sesimbra, os quais não fazem sentido hoje, devem ser revogados e substituídos por outros de menor dimensão”. Quanto à vila de Sesimbra, disse haver sobretudo um problema de regulação do acesso, e que, “a vila de Sesimbra é hoje ingovernável, pelos erros que entretanto foram cometidos: construiu-se de forma selvagem na vila, descaracterizando-a e criando inúmeros problemas, a partir do momento em que se liberalizou a possi-

(continuação)

bilidade de construir, valorizaram-se brutalmente os terrenos e criou-se incentivo à especulação imobiliária”. Américo Gegaloto, referindo-se às propostas da CDU, disse: “só vejo discursos excessivamente voluntaristas, isto é: muita obra e também muita dívida logo a seguir”. Sobre uma proposta de Francisco Luís, questionou: ”Mas nós temos dimensão para dois parques tecnológicos? Não temos!” Propôs um plano plurianual de recuperação da rede viária: “Porque não conseguimos fazer tudo de uma vez.”, e também apostou na criação de ciclovias. Criticou a CDU por ter feito muito “experimentalismo, e não estudos de fundo. Propôs a criação de parques de estacionamento dissuasores com sistema de vaivém para a vila. Quanto ao estacionamento tarifado na vila, admitiu ter votado a favor: “Sou a favor duma maior rotatividade, mas no modelo que se aplicou, tarifou-se quase tudo; no tempo do PS também colocámos estacionamento tarifado, mas não o fizemos indiscriminadamente pela vila”. António Henriques referiu que já não se acredita no repto imobiliário, pois não há dinheiro para avançar com esses projectos, e acrescentou que a saturação nas estradas do concelho está abaixo dos 85%, desvalorizando a ideia de que será urgente construir novas vias: “Temos é que rentabilizar o que já está feito”. Refe-

riu que na Quinta do Conde o estacionamento selvagem não deixa circular as pessoas com deficiência: “É uma questão ética, um problema cultural”. Admitiu que não é o presidente da Câmara que vai mudar as pessoas, mas acrescentou ser esse “um trabalho que tem que ser feito pelos concelhos; acreditamos que a maneira de atenuar o problema é cativar as pessoas a viver no concelho, criando empregos, evitando que tenham de sair. Temos de fazer indústria, mas indústria ética”. Carlos Sargedas referiu que as pessoas não acreditam na classe política: “Esqueceram-se das pessoas. Nas ruas vemos sujidade, buracos. Onde estão os passeios pedonais? Nenhum que saia da vila para qualquer lado!” Defendeu a descentralização: “A solução poderá ser transferência para as Freguesias, pois agora toda a gente tem que vir sempre à vila, e tem de vir de carro”. Considerou a situação dos transportes urbanos como “preocupante”. Acrescentou a necessidade de atrair novos investimentos: “A nossa proposta mais emblemática será a criação de um parque temático junto à Quinta do Conde, tipo Isla Magica, Os espanhóis têm 14 parques temático, não são parvos; mas nós complicamos tudo. Sesimbra tem tudo, não precisamos de fazer quase nada, apenas temos de promover, mas nem consta do mapa do turismo internacional”. (continua na página seguinte)


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

Economia e Desenvolvimento Adelino Fortunato destacou que as pessoas mais duramente afectadas pela actual crise “se aproximaram de actividades tradicionais, tais como como a pesca e a agricultura, que por isso continuam a ter relevância”. Propôs, como eixos fundamentais, o reforço da pesca, como actividade central, congregadora da identidade, o turismo e ainda a dinamização de uma economia de proximidade e a promoção da economia criativa. “O turismo com algum poder de compra, tem de ser construído com base numa identidade, numa marca e em produtos, o resto são ideias muito vagas”. Américo Gegaloto, começou por destacar como “questão crucial”, a sustentabilidade da actividade financeira da autarquia na promoção e desenvolvimento da economia local, e apropôs instituir o Conselho da Comunidade, criar incentivos à fixação de médicos de família, continuar a apoiar a escola pública e o ensino profissional. Afirmou: “Temos um plano estratégico mas não temos uma estratégia de comunicação sobre o turismo”, e acrescentou: “o outdoor tem que estar longe do concelho, e muitas vezes não acontece.” Defendeu o turismo de habitação rural, um plano de emer-

gência social e ainda a criação dum observatório do emprego e um plano estratégico de formação. Augusto Pólvora disse que um dos seus objectivos é afirmação de Sesimbra como 1º destino turístico da península de Setúbal: “para isso apostamos na marca Sesimbra é Peixe, que procura conciliar duas actividades principais: a pesca e o turismo”. Defendeu a concretização do Plano Estratégico de Turismo, a consolidação a marca Meco, a criação de unidade hoteleiras de pequena e média dimensão e de alojamento local. Considerou os projectos da Mata de Sesimbra como “um activo que o concelho de Sesimbra tem, se o mercado criar condições. Disse também apostar na pesca, com o obejctivo de afirmar Sesimbra como primeiro porto nacional no valor descarregado em lota. António Henriques começou por referir que nada tinha a contra construção civil, mas acrescentou que “começam a aparecer movimentos éticos, sensíveis ao sofrimento animal, que defendem alimentação saudável e a agricultura biológica. Devemos aproveitar esta nova

11 abordagem como concelho turístico, para cativar um novo tipo de turismo”. Deu como exemplos possíveis um festival de comida vegetariana, a criação de uma marca associada ao fim do sofrimento animal. Francisco Luis reafirmou a sua proposta de colocar Sesimbra na principal centralidade da Península de Setúbal: “Sesimbra tem todas as condições, o turismo, a pesca e agricultura”. Acrescentou que um grande constrangimento tem sido o Parque Marinho: “ninguém está contra, temos é que nos bater em relação à alteração do regulamento, que impede algumas actividades da pesca e turísticas”. Do ponto de vista agrícola, defendeu o cabaz Prove, “um projecto de referência, que é para continuar. Outra questão não referida é a da formação, e felizmente vamos ter uma entidade que vai dar formação na área da hotelaria e restauração, permitindo valorizar a actividade comercial na hotelaria e na restauração”.

Carlos Sargedas fez uma intervenção muito baseada na crítica à Câmara, acusando-a de aproveitar as ideias do Turiforum apresentando-as como suas, caso da marca Sesimbra é Peixe. Acrescentou que no Turiforum, “a Câmara deixou de ser apenas parceiro e passou a ser a parte dominante”. Referiu que também a questão da Arrábida está a ser mal aproveitada, nomeadamente pelos concelhos de Sesimbra, Setúbal e Palmela: “continua cada um a dizer que a Arrábida é deles”. Acusou depois a Câmara de controlar as associações locais através dos apoios financeiros: “Quando as associações precisam de verbas, como é que se controlam essas pessoas? É por essas verbas.” E acrescentou: “Foram eleitos por 4 anos, mas já comprometeram o concelho por 14 anos. Vocês falam do Governo, mas o que acontece aqui é a mesma coisa; o país gastou demais, mas vocês fizeram o mesmo”. J. A. Aldeia


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

12

Temas da campanha elitoral Vitória - segundo os candidatos Adelino Fortunato: Uma vitória será sempre ter melhores resultados que nas últimas eleições autárquicas, o que pode querer dizer mais mandatos ou mais votos. Américo Gegaloto: Um bom resultado é a vitória, ainda que deva considerar a melhoria do resultado eleitoral, comparativamente ao acto eleitoral de 2009, só por si uma vitória, mas a nossa ambição é a de eleger 3 Vereadores.

O Bloco de Esquerda apresenta-se sob o lema “Sesimbra p’ra melhor”. Em termos de cartazes de exterior, apostou na imagem dos candidatos à Câmara e às Freguesias; nos documentos impressos destaca ainda o candidato à Assembleia Municipal, mas também o nº 2 da lista para a Câmara, Carlos Macedo.

O movimento Sesimbra Unida recorre ao lema “Mais, por Sesimbra”, o qual, no impresso de divulgação do programa, recorre a um estilo telegráfico: Mais emprego, Mais saúde, Mais formação, etc. Recorre ainda ao lena “Unidos Pelas Pessoas”. Em termos de propaganda exterior, apresenta os cartazes

A candidatura do Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) é a mais pobre em material de propaganda. Na página da Internet pode ser consultado o seu programa para Sesimbra, do qual se destacam ideias como: projectos de teletrabalho para os funcionários municipais, apoio à produção e consumo

O programa eleitoral, com a palavra de ordem “Agir Agora”, tem como temas principais: Por um plano de emergência social; Por uma revisão do PDM que prepare o futuro; Pela sustentabilidade do crescimento urbano; Pela dinamização de uma economia de proximidade; Pelo reforço da dinâmica cultural e pela promoção da juventude.

com os cabeças de lista aos diversos órgãos autárquicos. Publicou ainda um jornal com o programa e apresentação dos candidatos. O programa inclui propostas como o alargamento dos horários da Câmara, a criação da “Casa do Pescador, ou a criação de um Parque temático tipo “Isla Mágica”.

locais, aumento das áreas de hortas do concelho, declarar Sesimbra um Concelho sem touradas, e sem circos com animais, criação de um centro de bem estar animal, incentivar a restauração a introduzir pratos vegetarianos. Destaca ainda a denominada política dos três R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar.

António Henriques: Entendo como uma vitória qualquer votação superior à registada nas legislativas, tendo como objectivo máximo obter o dobro dos votos e eleger um elemento à Assembleia Municipal. Augusto Pólvora: Uma vitória nas próximas eleições autárquicas significa ganhar as eleições em todos os órgãos autárquicos mantendo a maioria absoluta na Câmara Municipal. Carlos Sargedas: Seja qual for o resultado, este movimento Independente já ganhou e com isso os Sesimbrenses também. Se conseguirmos baixar a enorme abstenção, será fantástico. Francisco Luís: Ganhar as eleições é respeitar o voto dos eleitores e tornar consequente a decisão daqueles que acreditaram e optaram pelo nosso projecto, isto é, trabalhar para concretizar as aspirações de todos.

O Partido Socialista unificou a sua campanha em torno da palavra de ordem “Viver Sesimbra”, apresentando painéis exteriores de dimensões médias, com os cabeças de lista e outros candidatos. O programa eleitoral do PS é apresentado de forma clássica, dividido por temas, apresentando propostas como as de renegociar o Plano de Apoio à Economia Local (PAEL), a redução sustentável dos impostos municipais (IMI, Derrama, IRS), a criação de um Plano de Emergência Social, ou ainda o Museu do Canteiro e uma escola de artes tradicionais. A coligação Abraçar Sesimbra (PSD + CDS) utiliza painéis exteriores de grande dimensão, com o candidato à Câmara em destaque, junto de candidatos a outros órgãos autárquicos, e com a sua sigla “Abraçar Sesimbra” como palavra de ordem. Apresenta também uma diversidade de pendões com fotografias do candidato à Câmara, com slogans tais como: “Pela educação dos nossos filhos” ou “Criar valor para os Sesimbrenses”. Do programa eleitoral, constam propostas como a criação de um Parque Industrial e Tecnológico no Casal do Sapo e a inclusão de Sesimbra na principal centralidade da Península de Setúbal. A CDU (Coligação Democrática Eleitoral: PCP+PEV) apresenta a maior diversidade de cartazes exteriores, recorrendo à palavra de ordem principal, “Sesimbra com vida”, e fotografias dos candidatos. Tem também painéis de menores dimensões, referindo obras realizadas pela Câmara, acompanhadas pela expressão: “Prometemos. Cumprimos!”, para além de grande profusão de pendões com o slogan “CDU com Confiança”. O programa eleitoral apresenta as propostas distribuídas pelos seguintes temas principais: Consolidação e requalificação do território do Concelho; Melhoria das Acessibilidades internas e externas; Desenvolvimento económico e emprego; Afirmação da nossa identidade e cultura; Promoção da integração social do munícipe e Uma gestão mais próxima do munícipe.


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

13

Autárquicas de 2009: resultados e...

... diferenças

No quadro de baixo apresentam-se os resultados, em percentagem de votos, das eleições autárquicas de 2009, em Sesimbra. Neste ano surgiu a novidade de uma candidatura não partidária – o Movimento Cívico Por Sesimbra – encabeçado pelo então presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Augusto Duarte, que abandonara

Durante as eleições de 2009, ocorria o fenómenos dos blogs, e o jornal Nova Morada foi “notícia” – de forma caricata – ao fazer uma “sondagem” na sua página, onde as pessoas indicavam em quem iriam votar, a qual apresentou sistematicamente o resultado de uma grande vitória do PS, que as urnas depois não confirmaram... Nessas eleições também se discutia o “factor Quinta do Conde”: pela primeira vez surgiam como candidatos à Câmara dois quinta-condenses – Américo Gegaloto pelo PS, e Augusto Duarte pelo AMCS – e especulava-se sobre se a população daquela freguesia iria orientar o seu voto em função dessa realidade, mais do que pelas cores partidárias. A votação em Américo Gegaloto não confirmou essa hipótese, e mesmo a votação em Augusto Duarte ficou a dever-se essencialmente à visibilidade do cargo de presidente da Junta.

o partido Socialista, e em cujas listas tinha sido em 2005. Embora tenha tido uma votação razoável, foi insuficiente para eleger um vereador da Câmara, tal como aconteceu com o BE. Esta circunstância permitiu que a CDU elegesse 5 vereadores para o Executivo Municipal, restando um para o PS e outro para o PSD. O AMCS conseguiu também eleger

Câmara Municipal

Assembleia Municipal

Freguesia de Santiago

PCP-PEV PS PPD/PSD B.E. AMCS * CDS-PP

51,8 % 19,5 % 10,4 % 6,2 % 5,2 % 3,7 %

46,6 % 21,5 % 11,8 % 7,5 % 4,8 % 4,0 %

44,1 % 27,3 % 13,5 % 10,6 % – –

Abstenção

49,9 %

49,9 %

48,0 %

um deputado para a Assembleia Municipal, tal como o CDS e o BE. Os restantes membros da Assembleia Municipal foram eleitos pela CDU (11), pelo PS (5) e pelo PPD/PSD (2). A existência, na actuais eleições, do Movimento Sesimbra Unida, coloca igualmente uma nota de incerteza quanto aos resultados eleitorais, pois trata-se de uma candidatura de natureza diferente do AMCS, com Freguesia Freguesia um candidato do Castelo Q. Conde nunca antes eleito – embo57,3 % 39,5 % ra Carlos Sar18,5 % 21,8 % gedas já tenha 13,5 % 12,5 % concorrido, 6,6 % 6,5 % como indepen– 10,6 % dente, nas lis– 5,2 % tas do Partido Socialista. 45,8 % 53,8 %

* AMCS: Associação Movimento Civico Por Sesimbra

Clube Naval: Aniversário O Clube Naval de Sesimbra assinalou no passado dia 7 de Setembro o seu 83º aniversário, com um jantar no restaurante do Hotel do Mar – unidade hoteleira emblemática de Sesimbra, que também comemora este ano o seu cinquentenário. Perante uma sala cheia de associados e amigos do Clube Naval, Lino Correia, presidente da direcção, começou por destacar o notável crescimento que se tem verificado nas modalidades da vela e da canoagem, onde vários praticantes têm atingido palmarés dignos de registo, nomeadamente Miguel Gomes (campeão nacional de laser – vela), e Guilherme Cabral, Carolina Marquês, Décio Coutinho, Sofia Coelho e Paula Duarte (campeões nacionais de kayak-mar por 3 anos consecutivos). Lino Correia destacou ainda o facto do Naval ter conseguido estruturarse financeiramente nos últimos anos: “Hoje, não dependemos, nem da Câmara, nem da APSS, dependemos de nós próprios!” Não obstante, referiu ser difícil o aumento da náutica de recreio em Sesimbra: “os subsídios acabaram, e os patrocínios são cada vez menores”, acrescentando existir um problema – as limitações impostas pelo Parque Marinho – mas que pode ser transformado numa oportunidade: “A náutica de recreio não tem qualquer impacto no Ambiente, mas apareceram uns fundamentalistas que criaram aquele regulamento do Parque Marinho, que é um problema que pode ser transformado numa potencialidade, ao nível económico, pela possibilidade de utilizar um conjunto de condições que valorizem o património.”

Referindo-se à candidatura da Arrábida a Património Mundial da Humanidade, Lino Correia disse estar o Clube Naval alinhado com essa estratégia, “desde que sejam salvaguardas questões como o acesso ao Portinho da Arrábida para embarcações superiores a 8 metros, e aumento do número de boias amigas do Ambiente,” acrescentando: “Em vez de lutar contra uma onda que sabemos que não podemos vencer, associamo-nos para valorizar economicamente esta zona.” Referindo-se aos investimentos feiros durante o ultimo ano – a requalificação da antiga sede na marginal, ampliada com um piso, e o investimento da estrutura dos passadiços da marina – Lino Correia lamentou o Miguel Gomes

facto da APSS concorrer com o Clube Naval, referindo-se à instalação de boias para barcos de recreio: “Não tem muito sentido.” Referiu depois uma ideia apadrinhada por Charles Lindley, que classificou como “o Bill Gates de Cascais, que conseguiu convencer o CNS a implementar o projecto de vela adaptada, numa parceria que queremos fazer com a Cercizimbra e a Câmara, para facultar a prática da vela a pessoas com deficiência. Precisamos apenas de dois barquinhos, e precisamos sobretudo de voluntários”, adiantou Lino Correia, apelando aos sócios para esse voluntariado. Desportos náuticos Outro desejo manifestado pelo presidente do CNS foi o de que aumentasse o número de crianças de Sesimbra a praticar vela: “Cada vez temos mais jovens, termos cerca de 30 miúdos, mas gostaríamos de ter mais miúdos de Sesimbra” – pois na sua maioria não são sesimbrenses”. A sua sugestão, dirigida ao presidente da Câmara, foi no sentido de que o desporto esco-

lar pudesse proporcionar a prática da vela a alguns dos jovens estudantes. O presidente da Câmara, Augusto Pólvora, referiu-se igualmente em termos elogiosos à gestão e aos resultados obtidos pelo CNS nos últimos anos, e nomeadamente ao mérito de ter encontrado meios de auto-financiamento. Acrescentou ser esse o caminho certo, dizendo ainda que “Sesimbra deve apostar cada vez mais nos desportos náuticos”. Referiu-se depois à campanha iniciada pela Câmara em torno da marca Sesimbra é Peixe – “uma ideia que nos foi sugerida, e que registámos com direito exclusivo”. Sobre o Parque Marinho Luiz Saldanha, admitiu que os impactos negativos sobre a pesca eram hoje menores, “também porque os pescadores que pescavam junto à costa estão reduzidos a metade, porque foram envelhecendo e foram para a reforma”, o que se traduziu na diminuição da capacidade reivindicativa, “quase por falta de comparência.” Acrescentou que “ninguém quer acabar com o Parque Marinho, que é uma peça fundamental na candidatura da Arrábida, o que se deseja é que sejam limadas um conjunto de arestas”, e deu como exemplo o impedimento de colocação de recifes artificiais, que até ajudariam ao repovoamento das espécies marítimas. Ainda relativamente ao parque Marinho, Augusto Pólvora admitiu que o sucesso da candidatura da Arrábida “trará mais procura turística e ajudará a desbloquear alguns entraves.” Quanto aos desafios directamente colocados por Lino Correia, Augusto Pólvora disse que “ficaria um bocado mal comprometer-me, a um mês das eleições autárquicas, mas estou certo de que qualquer que seja o próximo Presidente da Câmara, não deixará de acolher essas ideias.” J. A. Aldeia


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

14

Vai ser notícia! Lançamento do albúm de estreia dos “Lemon Project” 24 de Setembro Ensaio geral no Cinesteatro Municipal João Mota g

Escriturices - Tertulia Literária Tema: “A Liberdade” 12 de Outubro | 21h00 Clube Sesimbrense

Vai ter lugar em Sesimbra, entre os dias 23 e 26 de Outubro, o 1º Congresso Internacional de Cultura Fluvial e Marítima, uma iniciativa da Faculdade de Belas Artes e de organismos de investigação portugueses e brasileiros, em cooperação com a Câmara Municipal de Sesimbra. O desafio que a organização propõe aos investigadores e profissionais que participarão é o duma reflexão sobre a cultura fluvial e marítima, bem como as suas relações com os patrimónios, os museus e a sustentabilidade.

g

VII Concurso de Concessionários de Praia Inscrições até 30 de Setembro Mais informações em: www.abae.pt g

g

Formação “Ambientação à Informática” Inscrições até dia 30 de Setembro Liga dos Amigos de Sesimbra

Prova da Travessia da Baía 5 de Outubro às 11 horas Inscrições até dia 25 de Setembro Em Sesimbra g

Feira Campestre Arrábida 2013 Dias 2, 5 e 6 de Outubro Entrada Livre Quinta do Rio | Alto das Vinhas | Sesimbra g

Programa “Porta 65 Jovem” Candidaturas de dia 17 de Setembro até dia 3 de Outubro g

g Workshop “Costurar Chapéus” Inscrições até dia 30 de Setembro Liga dos Amigos de Sesimbra Dia da Limpeza Florestal 12 de Outubro das 9h00 às 13h30 Floresta da Carrasqueira Mais informações: Rotaract Sesimbra g

A última Assembleia Municipal A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu no dia 4 de Setembro, pela última vez durante o presente mandato, numa sessão de balanço desse mesmo período. No entanto, a maior parte da sessão foi ocupada pela apresentação da actividade municipal recente, com destaque para o problema do estacionamento na vila de Sesimbra e para aspectos da propaganda eleitoral. Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal, apresentou um relatório de actividades daquele órgão, muito centrado em aspectos estatísticos (nº de reuniões e participantes, por exemplo). Apresentado no final de uma sessão que se prolongou para além da uma da madrugada, o relatório acabou por não ter a atenção e o debate que justificava. O presidente da Câmara fez a habitual apresentação da actividade municipal, que deu origem a um debate onde se discutiram essencialmente aspectos da pré-campanha eleitoral para as autárquicas, a limpeza no Concelho e o estacionamento na vila de Sesimbra. Augusto Pólvora confirmou a contratação de um inquérito a uma empresa privada, para saber a opinião dos munícipes sobre o sistema de qualidade implementado na Autarquia. A confirmação desta iniciativa municipal surgiu na sequência duma pergunta do deputado Manuel José Pereira, que foi ele próprio contactado para responder ao inquérito.

Campanha eleitoral A edição dum Boletim Municipal de balanço de mandato, com as iniciativas e obras realizadas pela Câmara, quase coincidente com a colocação de painéis publicitários da própria Autarquia, com referência às obras realizadas, na proximidade temporal, e física, dos cartazes de campanha da CDU, com mensagens semelhantes, proporcionou intervenções críticas do PS, do PSD e do BE. O BE criticou especificamente a CDU pela utilização do slogan “prometemos-cumprimos”, coincidentes com cartazes da Autarquia destacando algumas das obras realizadas, caso, por exemplo, da Moagem de Sampaio, adiantando que deveria haver alguma “vergonha”, e que se exigiam “critérios de decência”. O PSD, atrevés de Lobo da Silva, criticou a conclusão acelerada de certas obras na Quinta do Conde, como a conclusão dum parque de skate, “onde se trabalha até de noite. Noutros tempos, em 1974 e 1975, é que se faziam estas macacadas, para se fazer a inauguração antes das eleições”. Em resposta a estas questões, o presidente da Câmara referiu que era normal procurar-se concluir as obras prometidas antes do final do mandato, assim como é normal, e habitual, que a Autarquia

preste contas às populações sobre a actividade desenvolvida e obras realizadas. Helena André, da CDU, acrescentou que a inauguração do skate parque da Quinta do Conde não ocorrerá antes das eleições.

Limpeza O PS, pela voz de Manuel José Pereira, apontou deficiências na limpeza da vila, bem como mau aspecto da entrada na vila junto ao estádio da Vila Amália. Augusto Pólvora admitiu existirem problemas na limpeza, mas referiu serem em grande medida provocadas pela insuficiência de pessoal, imposta pelas restrições que o Governo tem colocado, quer à contratação de pessoal, quer à realização de despesa. Deu como exemplo a contratação de trabalhadores sazonais, que há 3 anos não se consegue fazer. O presidente da Câmara referiu ainda ter existido um grande aumento de lixos, quer pelo acréscimo de visitantes a Sesimbra, quer pelo facto das pessoas já terem medo de queimar quaisquer resíduos provenientes de limpezas de jardins e outros espaços verdes, dada a frequência da actuação policial na imposição de multas a quem faça estas pequenas queimadas.

Estacionamento Augusto Pólvora apresentou um balanço muito positivo da reorganização de estacionamento na vila, incluindo zonas com parquímetros. Segundo dados apresentados recentemente pela empresa que gere o sistema, cada lugar teve em média 4 utilizações por dia, confirmando-se a rotatividade que era um dos objectivos da Câmara: “Ao longo do dia já é possível encontrar lugares vagos no centro da vila, o que antes não acontecia, porque muitas pessoas mantinham as suas viaturas permanentemente estacionadas nesses lugares”. Carlos Macedo, do BE, considerou um “acto de agressão aos munícipes”, sobretudo aos que têm fortes ligações à vila embora residam nas proximidades, e por isso sem direito a cartão de estacionamento, ficando “incapacitadas de visitar os seus familiares. O estacionamento não pode ser regulado só a pensar em visitantes de fora”. Em resposta, Augusto Pólvora referiu não ter encontrado na intervenção de Carlos Macedo qualquer solução alternativa, adiantando que a existência de lugares de estacionamento tarifado no cento da vila poderá mesmo beneficiar os munícipes que se deslocam à vila para visitar familiares, sobretudo após o Verão, onde as tarifas serão reduzidas – para além de que a hora a partir da qual deixa de haver pagamento, que na época alta são as 22 h, passa nos restantes meses a ser às 19 h. Augusto Pólvora admitiu que ainda se possam fazer acertos no regulamento de estacionamento na vila, em colaboração com a empresa a quem foi entregue a concessão dos parquímetros.


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

15

Reportagem

De chuteiras calçadas O jovem sesimbrense Marco Dias, de 25 anos, é o mais novo treinador de futebol do Grupo Desportivo de Alfarim. De chuteiras calçadas, Marco treina os mais pequenos, os chamados “benjamins”, que correspondem a crianças entre os 8 e os 10 anos de idade. Formado em cinema, a vida mostrou-lhe um outro rumo, e hoje “ensinar” futebol a possíveis “estrelas” é uma realidade. O calor deixou de se sentir no campo do Grupo Desportivo de Alfarim. São 18h30m, o treino já começou. São muitos os miúdos, de bola nos pés, que correm pelo campo, com todo o entusiasmo. No campo, está igualmente o treinador Marco Dias, observando cuidadosamente cada passo. “Gosto muito de crianças”, afirma o jovem, sorrindo. Marco não esconde o seu entusiasmo em treinar os mais pequenos. “São mais puros e receptivos em aprender, dá gozo ver meninos desta idade a evoluir”. Ainda assim, o mais satisfatório é verificar a evolução da equipa, “ver que ontem mal conseguiam levantar a bola do chão, e no dia seguinte já marcam golos de cabeça”. O treinador conta ainda que os treinos são normalmente duas vezes por semana, à segunda-feira e à quintafeira. Porém na pré-época passam a ser três vezes por semana, segunda-feira, quarta-feira e quinta-feira. Normalmente são de 1h e meia, das 19h às 20h30m. No entanto, “os treinos começam com uma palestra, em que falo sobre o que foi mal ou bem feito no treino anterior, depois vem o aquecimento, a parte táctica e acaba sempre em jogo entre eles”, explica o jovem. E acrescenta “os treinos têm sido muito positivos, os miúdos estão motivados e cheios de força para jogar futebol”.

O surgimento da oportunidade

O desporto sempre fez parte da vida

de Marco Dias. Em tempos, foi igualmente jogador no Grupo Desportivo de Alfarim, S.L. Benfica e do Vitória de Setúbal. Foi enquanto jogava nos seniores, que surgiu a oportunidade de ser treinador. Na altura, iria abrir um curso de treinadores no concelho de Sesimbra, “falaram comigo se tinha disponibilidade para treinar uma equipa, e eu aceitei”, afirma o jovem, que sempre se interessou pelo desporto de formação. O curso da Associação de Futebol, de nível 1 durou cerca de dois meses, nos três campos de futebol do concelho. O curso, organizado com treinadores profissionais e igualmente um árbitro, era constituído por uma parte teórica e outra prática.

A Escola e o Futebol

A formação do GDA não pretende apenas ensinar futebol às crianças, tenta igualmente demonstrar o quanto é importante a formação. Neste sentido, o jovem treinador defende que “os miúdos devem empenhar-se no desporto, mas existem certos valores mais importantes, como a educação e formação”. Através dos treinos, Marco Dias demonstra que se devem empenhar na escola, não é por acaso que o capitão de equipa é normalmente o melhor aluno. Para além de que “quem tem boas notas, joga quase sempre, quem não tem, fica muitas vezes de fora”. São estas as regras estabelecidas pelo treinador, que fazem com que os

jovens estudem mais e reconheçam a importância da formação. “Jogar à bola não é tudo”, afirma.

Futuras promessas

Marco Dias, chamado frequentemente por “mister” pelos miúdos, vê grande potencial na sua equipa. Futuramente, estas pequenas “estrelas” poderão pisar os relvados dos chamados “grandes”. O treinador acredita, dizendo “vejo aqui dois ou três miúdos que poderão vingar no mundo do futebol”. Dos pequenos jogadores, Francisco Marques e Rodrigo Santos (ver foto) falam dos seus sonhos. Francisco com 10 anos, e Rodrigo com 9, têm muito em comum. Ambos mostram

potencial na forma como jogam, e desejam ser jogadores de futebol. O Cristiano Ronaldo é um ídolo a seguir tanto para Francisco como para Rodrigo. “Um dia, gostava de ser como o Cristiano Ronaldo”, afirma o pequeno Francisco, envergonhado. De chuteiras calçadas, ambos mostram um sorriso enquanto falam de futebol. Mais que um desporto, sonham ter uma carreira ligada à bola. Porém há algo que os distingue. Rodrigo gosta do Benfica, Francisco torce pelo Sporting como clube. Mas uma coisa é certa, tanto um como outro estarão de chuteiras calçadas durante grande parte das suas vidas. Micaela Costa (estagiária)

GDU Azoia no Troféu de Orientação Filipe Nabais na Selecção Senhora do Castelo Moçambicana de Hóquei em Patins O Grupo Desportivo União da Azoia, marcou presença, nos dias 7 e 8 de Setembro, no Troféu de Orientação Senhora do Castelo, em Mangualde. A prova contou com duas etapas de distância média a contar para a Taça de Portugal e um sprint nocturno no centro da cidade.

Estiveram presentes, em representação do GDU Azoia, Pedro Laia (H12B), Sara Tomás (D21B) e Rui Marques (H35). Em termos competitivos, destaque para o 3º lugar de Rui Marques, na classificação geral final. O GDU Azoia ocupa agora a 12.ª posição do ranking de clubes.

Filipe Nabais, atleta juvenil de hóquei em patins, do Grupo Desportivo de Sesimbra, foi seleccionado, pelo treinador José Querido, para integrar a Selecção Nacional de Moçambique. O Mundial decorrerá de 20 a 28

de Setembro, em Luanda e Namibe, sendo que Moçambique disputará a fase de grupos, na segunda cidade, no grupo D, onde estarão envolvidas as equipas da Itália, da Colômbia e dos EUA.

Filipe Nabais é o terceiro da esquerda para a direita, em cima.


O SESIMBRENSE | 23 DE SETEMBRO DE 2013

16

O SESIMBRENSE

Outeiro Redondo

Foram retomadas as escavações arqueológicas no Castro de Sesimbra, no Outeiro Redondo: uma povoação pré-histórica com ocupação desde a Idade do Cobre, há cerca de cinco mil anos.

Estágios n’O Sesimbrense

A redacção do nosso jornal conta com mais uma profisisonal, a Raquel Gomes, que começou a colaborar como estagiária, no design d’O Sesimbrense, já desde a nossa anterior edição. Licenciada em design, com 23 anos, a jovem Raquel reside actualmente na Venda Nova.

Sofia Polido

A tradicional regata de aiolas, que teve lugar no dia 22 de Setembro, foi ganha por António Mendonça e André Franco. Ana Paula Duarte e Cláudia Gaspar (na foto) venceram a prova feminina. O pódio da classificação geral incluíu ainda José Gomes e Henrique Formiga (2º), Artur Pereira e Paulo Carvalho (3º), Angela Baptista e Luis José (4º), António Carmo e Eduardo Pinto (5º).

Edilier Rodrigues

Sofia Polido, Bernardo Rodrigues e Edilier Rodrigues, alunos do 11º ano de cursos profissionais da Escola Secundária de Sampaio, terminaram no passado mês de Julho a frequência de estágio curricular na nossa redacção. Enquanto a Sofia, com forma-

Bernardo Rodrigues

ção na área de comunicação, marketing, publicidade e relações públicas, se destacou na área do jornalismo, tendo inclusivé escrito algumas notícias, Bernardo e Edilier auxiliaram-nos em questões técnicas na área de gestão e programação informática.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.