ANO LXXXVII • N.º 1180 de 1 de Dezembro de 2013 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00142013RL)
Carlos Macedo
critica sistema de venda de peixe
Numa intervenção durante o Congresso sobre a Economia do Mar, Carlos Macedo, da ArtesanalPesca, criticou o sistema da primeira venda do peixe. Referindo-se à Docapesca, disse que era, “para o bem e para o mal, uma herança que ainda temos do Estado Novo”, e considerou o sistema da primeira venda de pescado como sendo “castrador”, ao “impedir que as empresas de pesca, na sua maior parte pequenas e micro-empresas, se desenvolvessem efectivamente enquanto empresas.” Defendeu também que a ArtesanalPesca poderia responsabilizar-se por aquela venda no porto de Sesimbra. Página 9
O Mar em perspectiva
Em poucos dias, ocorreram na região de Lisboa e Setúbal diversos fóruns tendo como tema o Mar: um Congresso da Economia do Mar, uma conferência sobre o Porto de Setúbal e, em Sesimbra, um seminário no Dia Nacional do Mar. Simultaneamente, foi aprovada a Estratégia Nacional para o Mar. Não se pode dizer que o assunto esteja esquecido – contudo, nem todas as novidades foram boas. (páginas 8 e 9)
Joana Batuca: Doutoramento com distinção
Política Local g
Assembleia Municipal divide-se logo na primeira votação
O objectivo era apenas o de votar uma recomendação para que fosse realizado um estudo sobre a abstenção durante as últimas eleições, mas os Partidos não chegaram a acordo: a oposição queria que fosse
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a Câmara Municipal a tomar conta da encomenda, mas a CDU achou que deveria ser a Junta Metropolitana de Lisboa ou a Associação Nacional de Municípios. Resultado: 11 votos para cada lado, com a presidente da Assembleia a
desempatar a favor da CDU. Posteriormente, já em cima do fecho desta edição, o grupo de Carlos Sargedas anunciou que vai encarregarse da realização dum estudo com a mesma finalidade. Página 13
Aprovadas as taxas de IMI e Derrama para 2014
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Composição dos Executivos e Assembleias de Freguesia
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Não foi apenas um doutoramento brilhante: Joana identificou uma nova família de anticorpos, com potencial para aplicações médicas. Página 5
Novos Sesimbrenses: Lilia Prymak Quase cinco anos depois de termos entrevistado a sua mãe Sofia, a jovem Lilia Prymak revela-se como uma genuina sesimbrense. Página 12
Ana Sotero: compotas do Parral
Começou por ser uma maneira de evitar desperdícios de frutas, mas transformou-se numa actividade mais séria e compensadora. Página 5
A pesca com acedares OmegaUasia: Empresa da Malásia aposta nos pepinos do mar
Na sequência da revelação feita na nossa anterior edição, que os acedares – antepassados das actuais redes das traineiras – foram
inventados em Sesimbra, publicamos um artigo do professor Fernando Pedrosa, autor desta descoberta histórica. Página 7
A empresa OmegaUasia inaugurou as suas instalações no porto de Sesimbra, com o objectivo de fazer o tratamento e comercialização de pepinos do mar, cerimónia que contou com a presença de Augusto Pólvora, presidente da Câmara (foto à direita). A empresa pretende fazer em Sesimbra a secagem e processamento industrial daquela espécie marinha, que é muito apreciada na gastronomia asiática, e em expansão noutras partes do mundo. Trata-se de um projecto pioneiro a nível europeu e que visa
prioritariamente a exportação para o Sudeste Asiático. Numa entrevista concedido ao nosso jornal, Judith Kueh Taylor revelou que o pedido de licença para operar foi a parte mais difícil: “Foi complicado e levou muito tempo para. Mas com o conselho de algumas boas pessoas, conseguimos superar todas as barreiras que encontrámos durante o processo. Judith Kueh admite a hipótese de alargar o investimento a outras áreas de negócio. Página 4
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Contactos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266
nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74
Editorial
nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 217 813 080 Caixa Geral de Depósitos 21 842 24 24 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 21 780 73 64 Millennium BCP 707 50 24 24 91 827 24 24 BPI 21 720 77 00 22 607 22 66 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30
Farmácias de Serviço
Do verde para o azul… O muito espaço dedicado ao Mar, na presente edição, não ocorre por acaso: existe uma clara estratégia do Governo para focar a opinião pública nesta matéria. Por outro lado, e uma vez que se anda a discutir o Orçamento de Estado para 2014, é compreensível que diversas entidades tenham procurado chamar a atenção para as suas necessidades de investimento público. No entanto, apesar desta “visibilidade” marítima, o conteúdo dos documentos e das estratégias políticas divulgadas e debatidas, não é de molde a gerar grande optimismo. A Estratégia Nacional para o Mar, que já vai na sua terceira versão em poucos anos – uma por cada Governo – revela desde logo a fragilidade do nosso planeamento das políticas públicas: nunca se faz o balanço das estratégias anteriores, o que quer dizer que nada se aprende com a experiência. A linguagem apresentada nesta nova versão da Estratégia para o Mar – referida na página 8 desta edição – entra em delírio com as mirabolantes oportunidades que nos dizem existir nessa gigantesca área marítima que passa a integrar o “território” nacional, e que fará de Portugal um “um país imenso e um dos grandes países marítimos do mundo”. Uma pequena frase contida nesse mesmo documento – a existência de “uma vasta biodiversidade marinha ainda não totalmente conhecida” – aconselharia a ter mais cuidado nas espectativas criadas com as novas áreas marítimas de jurisdição nacional. Se não se conhece, deveria moderar-se a euforia e acautelar a possibilidade dessas promessas não se virem a concretizar tão cedo, nomeadamente no horizonte da Estratégia, que só vai até 2020. Aliás, o próprio
documento defende o “princípio da precaução”, mas chegando a virá-lo completamente do avesso: “não utilizando a falta de conhecimento como (…) impedimento para concretizar a exploração do Oceano”… Apesar de repetir exaustivamente a sua adesão empolgada ao “crescimento azul” e à “economia azul”, à “energia azul” e à “biotecnologia azul”, a Estratégia Nacional para o mar esquece que a política europeia de pescas ainda está concentrada na “pesca verde”. A União Europeia pode ter milhões para a política de pescas, mas esta Estratégia simplesmente despreza o sector português da Pesca, referida num curto parágrafo que aponta como caminho a seguir: a aquacultura. Esta dança entre “verde “ e “azul” pode parecer um mero jogo de palavras, mas é uma questão séria: “azul” é a nova buzzword que procura ocupar o lugar do “verde”, tal como o “inteligente” procura substituir o “sustentável”. Reagindo às dificuldades em concertar, a nível mundial, uma política que garanta um crescimento económico “verde e sustentável”, ou seja, respeitador do ambiente e que não hipoteque o crescimento futuro, a moda passa a ser o crescimento “azul e inteligente”, onde a economia em sentido puro voltaria a ter uma importância acrescida. Nesta alteração semântica está subjacente uma crítica ao modelo “verde e sustentável”: talvez exista fundamento nessa crítica, mas não seria mais honesto debater este problema no espaço público, esclarecendo o que está efectivamente em causa, antes de embandeirar em arco com o novo “paradigma azul” ? João Augusto Aldeia
Pescas - Outubro
Com o apoio:
Farmácia da Cotovia
212 681 685
Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia
Farmácia de Santana
212 688 370
Estrada Nacional 378, Santana
Farmácia Leão
212 288 078
Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra
Farmácia Lopes Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra
212 233 028
Noutros tempos este mês era produtivo. Agora deteve-se na mediania e só teve uma diferença maior em relação aos valores da pesca artesanal. Já aqui temos verberado, pela desorganização existente nas pescas, que permitem este desinteresse por sector tão importante da vida portuguesa. Num destes dia a nossa TV fez um grande destaque em especial noticia de em Sesimbra, neste tempo de crise, as traineiras de cerco serem
forçadas a deitarem novamente ao mar o carapau que tinham acabado de pescar!!! Por não haver na lota quem o comprasse!!! Isto foi de facto indesmentível e que já outras vezes se tem verificado!... …Quem tem mão neste desmando!? Estamos realmente muito mal e não se no avizinha rápida intervenção neste sector que a nós, particularmente, por 50 anos junto das pescas e pescadores, nos desanima! Pedro Filipe
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Desemprego em Sesimbra mantém descida Depois de 5 anos a subir, o número de desempregados em Sesimbra, registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional, tem vindo a descer desde que, em Janeiro do corrente ano, atingiu o máximo histórico de 3 mil desempregados. Em Outubro de 2013 este número desceu para 2.754. A maioria dos desempregados em Sesimbra são mulheres (53 %). O escalão etário dos 35 aos 54 anos é também o que regista mais desempregados (53 %). Quanto ao nível de escolaridade, são os desempregados com o ensino
secundário que apresentam a maior percentagem (30,5 %) seguidos do escalão com o 3º ciclo do ensino básico (23 %). No conjunto, estes dois escalões representam 53,5 %.
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Resgate de pescadores galegos a 140 milhas do Espichel A Força Aérea Portuguesa resgatou nove tripulantes dum barco de pesca galego, de nome “Ghandi”, que começou a meter água quando se encontrava a 140 milhas do Cabo Espichel. Cerca das 11h 55m o barco comunicou a sua difícil situação ao Centro de Coordenação e Salvamento da Galiza, comunicando que a água entrava de forma impossível de controlar na casa das máquinas. O pedido de socorro foi encaminhado para as autoridades portuguesas. De imediato foi montado um sistema de socorro, com mobilização de um
avião e um helicóptero de resgate. Foi também desviado um navio mercante, o “Star Service 1”, que se encontrava na proximidade. O resgate, feito por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa, deu-se por volta das 15 horas, sendo os tripulantes conduzidos para Lisboa. As operações foram dadas como concluídas às 14h 52, tendo o helicóptero da Força Aérea Portuguesa aterrado no aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa, pouco depois das 16h00. Apenas um dos tripulantes teve de ser hospitalizado, devido a um traumatismo craniano
Liga dos Amigos de Sesimbra Assembleia Geral Ordinária Não tendo sido recebida até às 17 horas do dia 25/10/2013, prazo limite, qualquer lista concorrente aos órgãos sociais da Liga dos Amigos de Sesimbra para o biénio 2014/2015, os associados presentes na Assembleia Geral realizada no dia 22 de Novembro 2013, cujo ponto 1 da Ordem de Trabalhos dizia respeito à “Eleição dos Órgãos Associativos para o biénio 2014/2015”, decidiram por unanimidade a seguinte publicação: a) – Suspensão imediata desta Assembleia b) – Novo período para a recepção de listas concorrentes para o biénio 2014/2015 até às 17 horas dia 13/12/2013 c) Reinicio desta Assembleia às 21 horas do dia 10/01/2014, retomando assim, com normalidade a sua “Ordem de Trabalhos” Sesimbra, 22 Novembro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral da LAS José Eduardo Martins
Estatuto Editorial de O Sesimbrense
1 - O Jornal “O Sesimbrense” é propriedade da LAS (Liga dos Amigos de Sesimbra) e assume-se como órgão de comunicação social, vincadamente independente face aos poderes políticos, económicos, religiosos ou de outra espécie a considerar. 2 - Perfila-se na condição de ser pluralista, aberto e acérrimo defensor dos interesses d Concelho de Sesimbra e da mais ampla região geográfica em que se insere. 3 - Como linhas de rumo adopta as vertentes, da isenção e tolerância e da coexistência pacífica e produtiva com todas as entidades e instituições com que tenha contactos, o que não torna impeditivo o exercício da crítica construtiva a actos desenvolvidos por essas entidades e instituições. 4 - No plano editorial concede à informação local, em visão concelhia, o primado sobre todas as demais formas comunicativas que terão os seus espaços próprios e os adequados graus de importância, que se justificarem, tomando em linha de conta o previsível impacto regional de todos os acontecimentos que se propõem acompanhar. Sublinha-se, de modo muito especial, a constante primazia a conceder aos textos e fotos que digam respeito, inequivocamente, a temas, questões e problemas específicos de Sesimbra em todas as suas vertentes jornalísticas. 5 - Para melhor cumprir os seus desígnios como meio de Imprensa Regional, reconhece a utilidade de existência de um Conselho Editorial conforme determinação estatutária que em reuniões regulares e periódicas, possa ser a “caixa de ressonância” dos valores comunicativos a cumprir, na óptica de uma incessante melhoria glocal. 6 - O Jornal “O SESIMBRENSE”, compromete-se a respeitar os princípios deontológicos da Imprensa e os valores da ética profissional. (Novembro de 2013)
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Pepinos do mar: para Sesimbra? No passado dia 31 de Outubro a empresa OmegaUasia inaugurou as suas instalações no porto de Sesimbra, com o objectivo de fazer o tratamento e comercialização de pepinos do mar. A OmegaUasia pretende fazer em Sesimbra a secagem e processamento industrial daquela espécie marinha, que é muito apreciada na gastronomia asiática. Trata-se de um projecto pioneiro a nível europeu e que visa prioritariamente a exportação para o Sudeste Asiático. Na cerimónia de inauguração esteve presente o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, e o director da Docapesca, João Carlos Santos. Na ocasião, a directora da OmegaUasia Portugal, Judith Kueh, salientou o facto da criação da empresa significar um apoio aos pescadores nacionais e a oportunidade de proporcionar novos postos de trabalho a nível local. Referiu também que a moderna maquinaria instalada tem capacidade para processar e secar as espécies enviadas por qualquer fornecedor da Europa: “os nossos produtos respeitam todas as normas de qualidade e de higiene, satisfazendo as exigências não só das autoridades locais mas, também, dos nossos clientes”.
um novo negócio
Entrevista com Judith Kueh Taylor g
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Pepinos do Mar
Os pepinos do mar são invertebrados, da mesma família das estrelas-do-mar. Para além das suas qualidades gastronómicas, atribui-se aos pepinos do mar vários benefícios para a saúde. Os pepinos do mar possuem sulfato de condroitina em grande quantidade, uma substância que também faz parte dos nossos tendões, ligamentos e cartilagens. Por este motivo o consumo dos pepinos contribui para o combate à artrite e às dores provocadas por esta doença. Possui também propriedades anti-inflamatórias. Um estudo realizado recentemente pelo Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, concluiu que o consumo de pepinos-domar pode contribuir para a redução de doenças
Como é que a empresa tomou conhecimento do porto de Sesimbra? Eu vim para Sesimbra no verão de 2012 com o meu marido para umas férias e passar algum tempo a explorar as potencialidades do país. Foi então, que reparei que muitos dos produtos do mar que vi aqui são de muito boa qualidade, mas não estava disponível no mercado asiático. Então entrei em contato com alguns amigos e nós concordamos que existe algum potencial na criação de um negócio e no comércio aqui, então começamos a planear e aqui estamos nós.
Os investidores sa OmegauAsia, junto instalações da empresa,no porto de Sesimbra. O alargamento da actividade a outros sectores é uma possibilidade admitida pela empresa.. Judith Kueh afirmou, ainda, que o grande objectivo da empresa é o de “promover os produtos portugueses em diversos países asiáticos”, não afastando a hipótese de alargar o âmbito do investimento malaio a outras áreas de negócio. Na página internet da empresa pode ainda ler-se que a curto prazo a empresa terá fazer a legalização do processamento do pepino do mar, o que indica que não será de imediato que a empresa começará a laborar. O Sesim-
brense pediu uma reunião com a OmegaUasia Portugal para obter mais informações sobre este investimento e, nomeadamente, como e por quem serão feitas as capturas desta espécie, mas ainda aguardamos uma resposta. Ainda na página da empresa é indicado que a empresa poderá vir a instalar outras unidades noutros portos, e também abrir um centro de “conhecimento e tecnologia” para formar mão-de-obra local, e também identificar outras áreas de negócio”.
g O processamento dos pepinos do mar será feito por secagem? E já está o respectivo equipamento instalado? Sim o processamento sera feito por secagem, para poderem ser exportados, assim a decisão de importar uma máquina de secagem para completar esse processo, máquina essa que se encontra a caminho.
g Como está o processo de licenciamento ? (normalmente as empresas queixam-se que em Portugal é um processo demorado) O pedido de licença para operar foi a parte mais difícil. Foi complicado e levou muito tempo para finalizar o processo. Mas com o concelho de algumas boas pessoas conseguimos superar todas as barreiras que encontramos durante o processo.
Já existem contactos com pescadores? Levamos algum um tempo para encontrar os pescadores locais que nos pudessem fornecer pepinos do mar, porque se trata de um produto totalmente estranho para eles, mas sim no resultado final encontramos os fornecedores que precisávamos, o produto e entregue congelado na nossa fabrica onde os secamos com a nossa maquina para os podermos exportar. g
cardiovasculares. Segundo a investigadora deste Centro, Luisa Custódio, a espécie de nome científico H. arguinensis – que existe na costa portuguesa entre Peniche e o Algarve – contém ainda compostos com propriedades antioxidantes. Na Ásia, onde o consumo é muito antigo, os pepinos do mar encontram-se sobre-explorados em muitas zonas.
Foi recentemente editado o livro Arrábida, numa edição de grande qualidade, que inclui o texto da proposta de classificação da Arrábida como património mundial, acompanhado de grande número de fotografias. À semelhança do vídeo sobre a Arrábida, também recentemente divulgado, trata-se de mais uma peça da estratégia para reforçar a referida candidatura.
A Conferência Vicentina de Sesimbra organiza o Presépio da Partilha, que estará em exposição até 5 de Janeiro. A iniciativa, em colaboração com a Paróquia de Santiago e a Junta de Freguesia local, destina-se a fins de beneficência.
Portugal: O Melhor Peixe do Mundo, uma magnífica publicação, incluindo receitas de conceituados “chefs”, magnificamente ilustrado com fotografias e gravuras de grande qualidade, e com textos introdutórios, realçando a importância do peixe na nossa História – sendo Sesimbra devidamente citada – bem como a valia do peixe na dieta mediterrânica e suas vantagens para a saúde.
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Joana Batuca
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doutorou-se com nota máxima
Joana Batuca, com ligações familiares a Sesimbra e aqui residente desde os 10 anos, doutorou-se em Outubro passado na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, com nota máxima. O tema da sua tese foi: “Resposta humoral contra as lipoproteínas de elevada densidade: um novo mecanismo de aterogénese”. Traduzindo para linguagem mais acessível: Joana Batuca identificou uma nova família de anticorpos contra as HDL, ou lipoproteínas de elevada densidade – conhecidas como o “bom colesterol” – uma designação errada, como a investigadora explica na entrevista que nos concedeu. Diz que a designação “bom colesterol” está errada. Porquê? g
Não há colesterol bom ou mau, o colesterol é essencial para a nossa vida, faz parte das membranas de todas as nossas células, é um percursor da síntese de várias hormonas como as hormonas biliares, sexuais, portanto é fundamental. A questão é que o nosso organismo é capaz de sintetizar colesterol e, para além disso, ingerimos colesterol na dieta, ficando muitas vezes em excesso. O colesterol, assim como outros lípidos (triglicéridos) são moléculas insolúveis em água e portanto precisam de ser transportados no nosso sangue dentro das lipoproteínas (que funcionam como veículos). Conforme a direcção do transporte variam as lipoproteínas (veículos) que o transportam. É o transporte de colesterol em excesso que acaba por se acumular nas artérias, formando a placa de ateroma e originando aterosclerose, que levam a várias doenças. Para além disso hoje sabe-se que as HDL têm muitas funções para além o de serem “veículos” de colesterol: têm funções anti-inflamatórias, anti-oxidativas, anti-trombóticas, antidiabéticas, vasodilatadoras e citopro-
pectoras, portanto têm um papel em muitas outras doenças como na diabetes, doenças neurológicas (Alzheimer e outras demências), oncológicas e infecciosas. O que nós identificámos em soro de doentes (de várias patologias) foi a existência de anticorpos contra as HDL ou diferentes componentes da HDL. Para além disso, mostramos que
estes anticorpos são biologicamente ativos, isto é, impedem que as HDL exerçam as suas múltiplas funções protetoras. A sua investigação proporcionou o registo de uma patente – tem aplicações práticas num futuro? g
A nossa investigação levou-nos neste momento a um registo provisório de uma patente no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual, que nos permitiu dar a conhecer à comunidade científica nacional/internacional a nossa descoberta sem corrermos o risco de alguém ir fazer o mesmo noutro local ou país e nós perdermos a inovação/originalidade. Desde a data do registo estamos de alguma forma protegidos, agora pretendemos tornar esse pedido definitivo, mas os custos envolvidos são significativamente maiores, porque varia conforme o número e os países em que se pretende registar a patente. E portanto temos
que achar parceiros com interesse comercial. A aplicação prática de futuro será a determinação dos níveis de anticorpos anti-HDL como uma análise de rotina na prática clínica tal como hoje é a determinação dos níveis de colesterol. Pode dar-nos uma ideia do que se seguirá, no seu percurso académico e profissional? g
Neste momento sou PosDoc do grupo “Resposta Imune e Doença Vascular” do Centro de Doenças Crónicas (CEDOC) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e pretendo continuar a desenvolver o trabalho que comecei com o doutoramento porque surgiram muito mais questões do que as que tínhamos quando comecei. Para além disso, começaram vários novos projetos no nosso grupo em que também estou envolvida. g
E a sua ligação a Sesimbra?
Eu nasci em Lisboa, mas desde os meus dois anos que passo férias em Sesimbra, isto porque parte da família da minha mãe é de Sesimbra. Quando eu tinha 10 anos a minha mãe – a professora Teresa Batuca – foi convidada para fazer parte da Comissão Instaladora da então Escola C+S de Santana (atual Escola Básica do Castelo) e a família acabou por mudar-se para cá. Quando casei, como o meu marido não era de Sesimbra, ponderámos ir morar para mais perto dos nossos trabalhos, mas optámos por continuar por Sesimbra, apesar de perdermos algum tempo nas viagens. Aqui estamos perto de Lisboa, mas longe da confusão, estamos ao pé da praia e campo. Aqui (ainda) temos qualidade de vida… J. A. Aldeia
Ana Sotero: compotas do Parral Ana Sotero trabalha em Sesimbra, mas vive no Parral, no extremo nascente do concelho de Sesimbra, e começou a fazer compotas principalmente para aproveitar frutas que, com frequência, eram desperdiçadas: “Eu via que havia grandes quantidades de frutas, muito boas, que se estragavam – porque no campo há muita coisa que se estraga – e comecei por fazer apenas para mim e para oferecer”. Só mais tarde surgiu a ideia de vender: “A minha filha também seca chás, e decidiu levar umas compotas ao mercado de Azeitão, e saiu bem, as pessoas queriam mais: gostavam sobretudo por serem feitos à antiga, sem produtos artificiais, leva só o açúcar e a fruta, um bocadinho de canela, basicamente como se fazia antigamente.” Os avós de Ana moravam nos Casais da Serra, junto à estrada para o Portinho, e não muito longe do Parral, onde tinham um terreno grande, que cultivavam: “Era uma fazenda grande, onde tinham tudo: vinho, que vendiam
para as adegas, fruta que vendiam na Arrábida. O meu bisavô era da Maçã – chamavam-lhe o Chico Vai Vem – e ele fornecia as adegas todas aqui de Sesimbra com vinho do Parral. Depois o meu avô ficou com uma parte dessa fazenda, e continuou sempre a tratar daquilo. Ainda conheci um bocadinho disso.” “Antigamente a Arrábida tinha muita gente ao fim de semana, vindos de Lisboa, e havia umas barraquinhas no Portinho, onde viviam. Na estalagem que havia na Arrábida, que era do Gama, a essa estalagem vinham muitos turistas, e a minha avó fazia lá doces maravilhosos. Lembro-me daquelas panelas ao lume com o doce de tomate. Aproveitava-se tudo e faziam-se os doces para o ano inteiro.” “Actualmente é essencial aproveitar as coisas, não deixar estragar, à procura do que se pode fazer... Ainda hoje vinha pelo caminho a pensar: esta semana ainda não tive tempo de fazer doce de abóbora e algumas já se
estão a estragar, e isso é que me custa, porque podemos aproveitar as coisas nem que seja para oferecer. Neste caso vendo algumas, porque como tenho que comprar os frascos, tenho algumas despesas e também é uma forma de ganhar mais algum dinheiro.” Entretanto, teve de licenciar esta actividade: “Tive que tirar um licenciamento industrial, mas é o mais pequeno, do tipo 3, que as pessoas tiram para fazer em sua casa”. E como é que as pessoas sabem que é uma produção artesanal e natural? – “Na primeira vez cheguei à feira, fiquei à espera, mas depois pensei: como é que as pessoas vão saber que isto é bom? Então abri um frasco, e outro, e foram esses sabores os que vendi mais – as pessoas provam, vêm se gostam, e levam.” Apesar de ser uma produção caseira, tem uma grande variedade de sabores: “É consoante a época, e depois junta-se a novidade de experimentar
coisas novas... já fiz doce de courgete, que já muita gente faz, mas aqui na zona muitos não conhecem, podese misturar courgete com maçã, ou outras variedades. A ideia essencial de qualquer negócio é ter coisas diferentes. Faço de abóbora, tomate, figo pera – e depois misturo com vinhos: pera com vinho Moscatel, tomate com vinho do Porto, também já fiz ameixa com vinho do porto. Faço assim umas misturas com especiarias e com os vinhos.” J. A. Aldeia
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De igual modo
Da Beleza à Fealdade
- da Corredoura à Doca Cumprindo compromissos, de âmbito comercial, sob a égide do Município, têm vindo a avançar as obras de ajardinagem e consequente embelezamento da área frontal à Igreja da Corredoura, nos limites territoriais de Santana, de Castelo à vista e boa visibilidade geral. Está prometido um aprazível parque infantil e um bom conjunto de fáceis acessos. Vai ficar bonito, queremos crer e daí esta referência elogiosa na expectativa de obra acabada nos primórdios de 2014. Sugere-se, desde já, uma boa foto do empreendimento em próxima edição de O Sesimbren-
Tertúlia literária do Clube Sesimbrense Teve lugar no mês de Novembro a segunda reunião da “Escriturices”, tertúlia literária do Clube Sesimbrense, que se debruçou sobre o livro “Portugal – o medo de existir”. Estabeleceu-se um vivo debate sobre a análise feita neste ensaio do filósofo José Gil, que oscilou entre as opiniões que consideravam que o livro descreve bem a situação portuguesa actual, com os portugueses a revelarem medo de tomar posição e de criticar, e outras opiniões que colocaram em dúvida a argumentação utilizada pelo filósofo, baseada em informações incorrectas ou de duvidosa validade: como é o caso da “explicação” que diz que herdámos o medo de tomar posições públicas, devido às perseguições dos anos da Inquisição e do Estado Novo. Por exemplo: o argumento de que a Inquisição teria contribuído para tolher os portugueses, não explica como é que no século XIX se deram levantamentos populares tão importantes e tão violentos, como a revolta popular contra os exércitos de Napoleão ou a revolta
da Maria da Fonte, contra as políticas cabralistas. Até mesmo em Sesimbra tivemos uma revolta dessa natureza, em 1889, por causa do sorteio para a tropa, revolta onde se destacou a Maria Café. Outro momento do debate serviu para comparar os sistemas judiciais americano e português, com os defensores de José Gil a citar a “ineficiência” do nosso sistema judicial, comparativamente com o americano, como uma prova de que os “não julgamentos” são uma das formas de “não inscrição”, ideia central do livro em análise. A estas opiniões contrapuseram-se as ideias dos que defenderam que o sistema judicial português, embora mais complicado e demorado, realiza melhor as garantias de defesa dos cidadãos do que um sistema em que a justiça é rápida e sumária. Ficou marcada nova tertúlia para o próximo dia 7 de Dezembro, pelas 22 horas, também no Clube Sesimbrense, agora sobre o tema “Participação e Cidadania”. João Augusto Aldeia
se. Assim houvesse áreas em Sesimbra para espaços verdes como o da Corredoura. É difícil e penoso o imaginário caminho da beleza à fealdade. Todavia há que percorrê-lo para tornar a chamar atenções, a quem de direito, sobre a acumulação de deploráveis ruínas de embarcações, de maior ou menor porte, bem visíveis nas proximidades da Doca e da Artesanalpesca. De igual modo que intensificamos elogios ao feliz embelezamento da Corredoura, insistimos na justificada crítica à imagem de incúria e desmazelo desse “cemitério” de abandonadas embarcações. Supomos que a Edilidade “passa-
rá culpas” à APSS que superintende aquela zona mas torna-se necessário, a bem de Sesimbra e da sua vocação turística, que essas duas entidades se entendam, uma vez por todas, resolvendo o problema daquela miséria de sucata marítima. Quem passa perto dessa “mazela” visual, vindo do “Lobo do Mar” rumo ao Clube Naval e aos núcleos de mergulho, não pode deixar de ver e lamentar o cenário de uma larga dúzia de embarcações, de há muito abandonadas numa área que podia e devia ser condignamente aproveitada. Fica o convicto apelo à Câmara Municipal e à APSS: entendam-se e acabem com aquele “cemitério” naval. David Sequerra
«Paixões Complicadas» um livro de Joaquim Maneta Alhinho O conhecido jornalista Joaquim Maneta Alhinho lançou recentemente, no Espaço Fortuna, em Palmela, o seu mais recente trabalho em livro, denominado «Paixões Complicadas», levado à estampa pela Chiado Editora. O lançamento contou com a presença, na mesa, do editor Ivo Landeck e a da vice-presidente da Câmara de Sesimbra, Felícia Costa. O livro foi prefaciado por Vanda Pinto. A sessão contou igualmente com a participação do músico e compositor Rui Machado, que interpretou composições suas com letra de Joaquim
Maneta Alhinho. Segundo a editora, o livro «Paixões Complicadas», está a ter boas vendas - trata-se de uma obra “com 4 romances, onde as personagens possuem um cariz muito forte e com histórias de vida marcantes, com pormenores descritivos que nunca nenhum escritor ousou escrever”.
O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2013
A Pesca com Acedares O acedar é uma rede de cerco de grandes dimensões que constituiu uma revolução técnica na pesca de sardinha. Está documentado pela primeira vez em Sesimbra e Atouguia (Peniche), em 1481, e poucos anos depois chegou a Setúbal e ao Algarve. Fazia o cerco completo e conseguia impedir a fuga do peixe porque tinha redes de altura suficiente para que a tralha inferior assentasse no fundo do mar. Isto significa que só podia trabalhar relativamente perto da praia até uma profundidade correspondente à altura máxima das redes, que seria cerca de 33 metros. Foi também usado como armação fixa de sardinha ou parte constitutiva da armação de atum (almadrava). Cerco ou cedazo (António Sañez Reguart, Diccionario Histórico de los artes de la pesca nacional, 5 tomos, Madrid, 1791-1795, tomo II, pp. 240241). Apareceu também na Galiza, onde foi chamado cerco nas Rias Baixas e cedazo na Corunha, e passou a ser a rede principal, que permitiu a abundância de capturas de sardinha. Admitia-se que fosse de origem galega, como evolução de outras redes de cerco mais pequenas, as sacadas, que se lançavam da praia em semicírculo, mas uma tese de doutoramento apresentada agora, em 2012, na Universidade de Santiago de Compostela, por Juan Juega Puig, El comercio marítimo de Galicia (1525-1640), demonstra que só chegou às Rias Baixas em 1484, e à Corunha, mais a norte, nas Rias Altas, à volta de 1488, e que resultou de uma transferência de tecnologia da pesca de atum (almadravas) para os cercos de sardinha. Este atum é o vermelho (Thunnus thynnus thynnus), também chamado em Portugal comum, rabil ou rabilho. Na Andaluzia, a almadrava era um cerco móvel, chamado de “vista” ou “tiro”, com o qual se atalhava a passagem dos atuns, alando-os depois para a praia. Lançava duas redes de grandes dimensões: a sedal, para aprig
sionar o cardume, e a cinta, por fora da sedal, para apanhar os atuns que escapassem desta. A palavra sedal também se grafava açadal, e daqui derivou acedar, nome que foi dado à rede de cerco destinada à pesca de sardinha. António Sañez Reguart, Diccionario Histórico de los artes de la pesca nacional). Em Portugal, todas ou quase todas as almadravas, pelo menos a partir da década de 1480, seriam do tipo a que os espanhóis chamavam de “buche” (bucho em português) ou “siciliano”, constituído por uma parte fixa e outra móvel, com embarcações e redes que orientam o cardume para a parte fixa. As redes móveis que se lançavam para barrar o caminho ao atum e orientá-lo para a parte fixa foram também chamadas acedares. Devem ter sido introduzidas por sicilianos no Algarve e em Sesimbra: segundo o manuscrito Notícias das almadravas do reino do Algarve, do séc. XVIII, talvez
7 1725, uns sicilianos que pescavam no Algarve desde o ano de 1440 já usavam “asodares [acedares] que cercam o atum”. Almadraba de buche del Rio del Terrón, Huelva (António Sañez Reguart, Diccionario Historico de los artes de la pesca nacional). Quando o cardume pretende voltar para trás, a companha lança três redes, chamadas acedares, no lado direito da imagem, para lhe barrarem a passagem. Nesta época, estão muito documentados em Sesimbra os sicilianos em actividades relacionadas com a pesca de sardinha e atum. A estes especialistas, que introduziram os acedares nas almadravas do Algarve e de Sesimbra, terá ocorrido a ideia de adaptar as mesmas redes à pesca de sardinha, criando assim a rede de cerco chamada acedar. Esta rede resultou, portanto, de uma transferência de tecnologia da pesca de atum (almadravas) para os cercos de sardinha. Sesimbra tinha almadravas. Atouguia (Peniche), não, nunca teve. E a Galiza também não. As de Sesimbra eram as que se armavam mais a norte. Assim, esta importante rede de cerco é originária de Sesimbra. O acedar fazia o cerco completo no mar, impedindo a fuga do peixe, porque a tralha inferior assentava no fundo do mar, ou seja, não podia pescar a profundidades superiores à altura máxima da rede. Esta limitação perdurou noutras redes posteriores, semelhantes, até que, em meados do séc. XIX, nos Estados Unidos, apareceu um sistema que fechava a rede sem ser necessário assentá-la no fundo do mar, permitindo assim a pesca a qualquer profundidade. A nova arte expandiuse para todo o mundo, chegou a Espanha em 1882, a Portugal em 1884, e viria a chamar-se cerco de jareta ou traiña em Espanha e cerco americano em Portugal. O acedar de Sesimbra, antecessor mais antigo do cerco americano, é o mais importante contributo português, conhecido, para a tecnologia das pescas. Fernando Gomes Pedrosa 31.10.2013
As obras de saneamento realizadas pela Câmara Municipal de Sesimbra na freguesia do Castelo deram origem a dois processos contenciosos com proprietários de terrenos por onde passaram as condutas de saneamento, processos estes que acabaram em tribunal, onde finalmente a Câmara conseguiu a respectiva posse administrativa, dado que o interesse público deste investimento prevaleceu sobre o privado. Num destes casos, num terreno da Lagoa de Albufeira, propriedade da família de Antónia Marques, os donos sentem-se lesados, e afirmam terem as obras sido realizadas sem qualquer tipo de aviso ou pedido de autorização. Além disso, diz Antónia Marques, o terreno ficou “destruído e sem utilidade”, acrescentando que “são muitas as árvores derrubadas e toda a terra parece remexida”. António Marques, filho da proprietária, defende que “não dá para cultivar nada neste tipo de terra, apenas podem crescer algumas ervas”. O assunto remonta a Fevereiro deste ano: “Eu e o meu filho decidimos dar uma volta e passar pelo nosso terreno, e não queríamos acreditar quando aqui
chegámos”. No terreno, os pinheiros e os sobreiros já tinham sido cortados. Pelos operários presentes souberam que se tratava de uma obra da Câmara Municipal de Sesimbra. O Sesimbrense contactou a Câmara de Sesimbra sobre este assunto, a qual admitiu que, inicialmente, considerarara o terreno em causa como sendo do domínio público e por esse motivo não avisou os proprietários: “depois, ao ter conhecimento que se tratava de uma propriedade privada, a Câmara explicou a situação aos proprietários que a compreenderam. No entanto, posteriormente, optaram por levar o caso a Tribunal. Face à argumentação apresentada, o Tribunal deu razão à Câmara Municipal de Sesimbra, que prosseguiu as obras”. Nestas situações, foi deliberado pela Câmara Municipal que todos os proprietários cujos terrenos sejam alvo de atravessamento ou ocupação por infraestruturas de saneamento, recebem dois euros por metro linear, valor que é válido para todas as obras de saneamento que se realizem no concelho de Sesimbra.
Inauguração do Presépio da Partilha com animação de de jovens vicentinos 1 de Dezembro | Domingo | 15h00 Local: Praça da Califórnia Organização: Conferência Vicentina g
g Workshop de Cartonagem 3 e 5 de Dezembro |Terça e Quinta-feira | 15h00 Formadora: Raquel Gomes Organização: Liga dos Amigos de Sesimbra Informações: 212233133 Jantar de Solidariedade para construção de um Parque Infantil Escola Básica de Sampaio 5 de Dezembro | Quinta-feira | 20h00 Org.: Associação de Pais Informações e reservas: 962013604 g
g Apresentação da lista candidata aos orgãos sociais da LAS 7 de Dezembro | Sábado | 16h00 Biblioteca Municipal Conferência Máquinas de Mós 7 de Dezembro | Sábado | 10h30 às 17h30 Local: Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra Informações: 21 228 82 07 g
Cocktail Cultural 7 de Dezembro | Sábado | 16h00 Local: Sesimbra Hotel & SPA Anfitrião: Fernando Alagoa g
Mostra de Doces de Natal 8 de Dezembro | Domingo Local: União Desportiva e Recreativa da Quinta do Conde e Auditório Conde de Ferreira Org.: Câmara Municipal de Sesimbra g
Festa de Natal Bota no Rego 14 de Dezembro | Sábado Organização: GRES Bota no Rego g
Visita à Kidzania 18 de Dezembro | Quarta-feira Inscrições e Informações: Junta de Freguesia do Castelo g
Conflito na Lagoa de Albufeira devido a obras de saneamento g
Vai ser notícia!
Regata de Natal - Vela 20 de Dezembro | Sexta-feira Org.: Clube Naval de Sesimbra g
Trail do Cabo Espichel/ SportLife 21 de Dezembro | Sábado Trail Longo - 30 Km; Trail - 15 Km; Caminhada - 10 Km Org.: GDU da Azoia Informações: gduazoia@gmail.com g
Os proprietários, no entanto, acreditam que a Câmara de Sesimbra “agiu de má-fé, pois não bastou terem utilizado o terreno sem autorização, como ainda realizaram a obra mesmo no meio e ao comprido do terreno, deixando-o completamente devastado”. Apesar da instalação das condutas constituir uma limitação, a versão dos proprietários, de que o terreno foi “destruído” e que “já não serve para nada”, é difícil de compreender: apesar da mo-
Concerto de Natal 22 de Dezembro | Domingo | 16h00 Local: Igreja Matriz de Santiago Organização: Grupo Coral de Sesimbra g
vimentação de terras, o terreno parece continuar disponível para qualquer dos usos que já antes poderia ter.
O desentendimento entre a Câmara de Sesimbra e os proprietários do terreno da Lagoa de Albufeira, já tinha sido noticiado pelo semanário Sol, pouco antes das últimas eleições autárquicas, o que levou o presidente da Câmara de Sesimbra, num texto publicado pelo jornal local Raio de Luz, a considerar essa notícia como fazendo parte dum conjunto de iniciativas destinadas a prejudicar a candidatura da CDU. Na verdade, a’O Sesimbrense apenas interessa divulgar os pontos de vista das duas partes, perante factos que são aceites como verdadeiros por ambos, e por isso aqui os deixamos à consideração dos nossos leitores.
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Mais Marinheiros que Marés Num lapso de poucos dias, ocorreram na região de Lisboa/Setúbal diversos fóruns tendo como tema o Mar: um Congresso da Economia do Mar, uma conferência sobre o Porto de Setúbal e, em Sesimbra, um seminário no Dia Nacional do Mar. Simultaneamente, o Governo aprovou a Estratégia Nacional para o Mar. Não se pode dizer que o Mar esteja esquecido – pelo menos no domínio do debate público. Mas, para a nossa região, as notícias recolhidas nestes fóruns não foram todas boas. No Congresso da Economia do Mar a grande estrela foi o porto de Sines; o porto de Lisboa foi apenas referido de raspão, para lamentar a sua “indefinição”, e o porto de Setúbal não foi sequer referido. Uma empresa de Sesimbra marcou presença, criticando a Docapesca (notícia na página 9). Na conferência sobre o Porto de Setúbal ouviram-se velhos lamentos sobre investimentos que fazem falta
mas não avançam… E houve mesmo quem garantisse que os investimentos europeus virão, sim, mas apenas para os maiores portos europeus, como o de Sines, e talvez o de Lisboa. O seminário de Sesimbra foi mais optimista na apresentação de novidades para os próximos tempos: o novo Museu do Mar, o projecto “Cabaz do Peixe” e a campanha promocional “Sesimbra é Peixe”. Mas no Parque Marinho Luiz Saldanha continua a indefinição e a falta de diálogo, não obstante o esforço do projecto MarGov. Finalmente, a Estratégia Nacional Para o Mar (a terceira em poucos anos) promete maravilhas a longo prazo, com base num Crescimento Azul, mas remete a pesca para um minúsculo parágrafo, apenas para dizer que o futuro está... na aquacultura. Costuma-se dizer que “há mais marés que marinheiros” mas, neste caso, podemos dizer que poucas vezes se viu tanta gente em terra a falar do Mar...
Estratégia Nacional para o Mar A Estratégia Nacional para o Mar foi aprovada em Reunião da Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar, presidida pelo primeiroministro, no passado dia 16 de Novembro. Na realidade, trata-se do terceiro documento com a mesma natureza, em poucos anos: em 2004 tivemos a “Estratégia Nacional para o Oceano” (do governo de Durão Barroso) e, em 2007, uma outra “Estratégia Nacional para o Mar” (do governo Sócrates), que era para durar até 2016... Uma das novidades do novo documento é o conceito de Crescimento Azul, que “define e caracteriza a Economia Azul e estabelece as áreas fundamentais de crescimento, as quais integram a energia azul, a aquacultura, o turismo marítimo costeiro e de cruzeiros, os recursos minerais marinhos e a biotecnologia azul”.
Porto de Setúbal em debate A Comunidade Portuária de Setúbal promoveu, no passado dia 26 de Novembro, uma conferência subordinada ao tema: “Porto de Setúbal, a solução ibérica disponível”. O objectivo era o de debater a estratégia daquela infraestruturac portuária no abastecimento do território interior espanhol. Mas o debate, conduzido pelo jornalista José Gomes Ferreira, acabou por fixar-se noutros temas: na utilização de Setúbal como terminal de cruzeiros, e na alternativa de fusão dos portos de Setúbal e Lisboa, ou de simples existência de uma direcção estratégica comum. O debate mais interessante, no entanto, seria feito em torno de qual a estratégia adequada para a região de
Lisboa, após uma intervenção do economista Augusto Mateus, que sugeriu várias vezes que não valia a pena centrar a discussão em aspectos secundários, sem antes esclarecer esta questão. Também foi referido que a UE pretende centrar os seus investimentos portuários nos grandes portos, havendo uma lista reduzida de portos onde apenas cabia, de Portugal, o porto de Sines e, eventualmente, Lisboa e Leixões. Augusto Mateus apontou para a região a necessidade de “iIntroduzir uma nova dinâmica de produtividade e de competitividade, questionando as coisas já estabelecidas, e valorizando o contributo que esta região, a bacia do Sado, dá ao desenvolvimento da actividade industrial nesta
Dia Nacional do Mar O dia Nacional do Mar – 16 de Novembro passado – foi comemorado em Sesimbra com um seminário com o tema: “Sesimbra e o Mar, uma pluralidade de olhares”. Promovido pela Câmara Municipal de Sesimbra, o seminário abordou temas como o do Museu do Mar a instalar na Fortaleza de Santiago (uma intervenção de João Ventura), a campanha “Sesimbra é Peixe” (Jonas Cardoso), e o projecto “Cabaz do Peixe” (Carina Reis). Também o Turismo Náutico foi aborda-
do, por José Saleiro. O seminário contou com uma forte componente científica, de oradores oriundos do meio universitário, que abordaram temas como o projecto MARGov (Lia Vasconcelos), Erosão Costeira da Arrábida (Pedro Vieira), o Projecto Maia (Yorgos Stratoudakis), Padrões de utilização das praias entre a Figueirinha e Sesimbra (Ricardo Mendes) e o Efeito das medidas de protecção no Parque Marinho Luiz Saldanha (Bárbara Horta e Costa).
grande região”. Sobre planeamento, e com alguma ironia, disse: “Como sabem, nós em Portugal temos o modelo mais perfeito do mundo de ordenamento do território, esquecemos foi uma variável: são as pessoas. Isto é: só falta pensar no povoamento, só falta pensar na rede de cidades, na eficiência com que promovemos a diferenciação dos territórios... isto é: não temos solução para nada!”. Defendeu ainda o papel de Setúbal como cidade charneira em vários processos de desenvolvimento industrial, e a articulação com o desenvolvimento do turismo no Alentejo litoral, “que, naturalmente, oferece novas oportunidades ao desenvolvimento das actividades ligadas ao mar e aos rios”.
Aos argumentos tradicionais do franco posicionamento de Portugal face ao mar, e da sua história marítima, junta-se agora o do alargamento da jurisdição nacional a novas áreas marítimas, que irão fazer de Portugal “um país imenso e um dos grandes países marítimos do mundo, com um acrescido potencial geoestratégico, geopolítico e económico (...) conferindo a Portugal um posicionamento geoestratégico ímpar e, consequentemente, reforçando em grande medida a sua capacidade de afirmação e intervenção internacional”. Neste novo território conquistado, localizam-se “os topos dos montes submarinos, os longos sectores da orla costeira, os vastos domínios ultra-profundos, as áreas de vulcões de lama a sul de Portugal Continental e os numerosos sistemas hidrotermais (...) com uma vasta biodiversidade marinha ainda não totalmente conhecida” e “surgem sistemas vivos e não vivos de tão grande ou maior potencial.”
Crescimento Azul Para além da nova imensidão marítima, a Estratégia “assenta num novo paradigma para o desenvolvimento sustentado, orientado pela visão da Comissão Europeia para o sector marítimo: o Crescimento Azul, ou seja, um “novo paradigma que procura identificar e dar resposta aos desafios económicos, ambientais e sociais, através do desenvolvimento de sinergias entre políticas sectoriais”, através da “consideração e estudo das interações entre as diferentes atividades, o seu impacto no ambiente marinho, nos habitats marinhos e na biodiversidade”. O Crescimento Azul procura ainda “identificar e dar apoio a atividades com elevado potencial de crescimento a longo prazo, eliminando obstáculos administrativos
que dificultem o crescimento e promovendo o investimento na investigação, assim como, desenvolvendo competências através da educação e formação profissional. Visa-se, desta forma, aumentar a competitividade da economia e gerar um incremento do emprego e de quadros qualificados, reforçando a coesão social”. Como chegar então a esse Crescimento Azul? A Estratégia explica: “A ineficiência das políticas públicas deve ser reduzida e o modelo de governação tradicional devidamente transformado, a fim de minimizar os obstáculos na prossecução dos objetivos propostos pelo Crescimento Azul. Ou seja: “eliminar sobreposições de competências e reduzir a burocracia, captando deste modo o investimento privado e evitando o seu estrangulamento”.
A Pesca O sector da Pesca aparece neste documento de Estratégia com uma nova designação: “Recursos Vivos”. Embora reconhecendo que este sector tem “enorme tradição em Portugal” e “um peso social e económico muito significativo”, reconhece que “a pesca tem mantido, nos últimos anos, níveis de captura quase constantes, essencialmente devido ao aumento de eficiência e eficácia da frota resultante da sua progressiva renovação e acompanhada por um decréscimo do número de pescadores e de embarcações registadas”, e o documento conclui rapida-mente que a solução está... no “desenvolvimento da aquacultura onshore e offshore”! E sobre a pesca é tudo o que a Estratégia Nacional para o Mar tem para oferecer: um simples parágrafo remetendo a solução para a aquacultura. Quem leu a frase citada acima sobre a “vasta biodiversidade marinha ainda não totalmente conhecida” dificilmente acredita que a pesca seja quase ignorada neste documento.
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Economia local:
“ArtesanalPesca” apresenta-se como alternativa à “Docapesca” Carlos Macedo, em representação da empresa sesimbrense ArtesanalPesca, falou no II Congresso do Forum Empresarial da Economia do Mar, onde se referiu à Docapesca como sendo, “para o bem e para o mal, uma herança que ainda temos do Estado Novo”. Carlos Macedo referiase em particular à 1ª venda em lota, acusando o actual sistema de retirar recursos aos pescadores e armadores, através das elevadas taxas que cobra. O Congresso, que decor� reu em Lisboa, no dia 14 de Novembro, debateu várias componentes deste cluster, tais como os portos, o tur� ismo, e também a pesca. Foi no painel da pesca que Carlos Macedo, referindo-se aos problemas da primeira venda do peixe, criticou o actual sistema de leilão, con� trolado pela Docapesca: “Um dos principais problemas da pesca tem a ver com a for� mação do preço, e um dos maiores problemas da venda de pescado, é que quando se apanha pouco peixe, con� segue-se um preço mais alto, mas o rendimento que daí re� sulta é muita das vezes baixo. Ao invés, quando se apanha muito peixe, o valor unitário é baixo, e o rendimento tam� bém não é grande coisa.” Carlos Macedo admitiu que não será sempre assim, “se não, já não existiriam pes� cadores há muito tempo, mas é demasiadas vezes assim.”
Sistema de venda em lota: “castrador” do desenvolvimento das empresas Referindo-se ao papel das Organizações de Produ� tores, e da ArtesanalPesca em particular, disse que ten� tam “encontrar o preço justo
da comercialização do peixe, pensando numa venda não diária, mas mais estruturada, ao longo do ano, uma visão anual mais empresarial”. Referindo-se ao actual sistema de venda através da Docapesca, Carlos Macedo acusou este sistema de “im� pedir que as empresas de pesca, na sua maior parte pequenas e micro-empresas, se desenvolvessem efectiva� mente enquanto empresas.” Considerou o sistema como “absolutamente castrador” dado que as empresas, como nunca se preocuparam em vender o seu produto, “nunca deram esse passo evolutivo.” Mas mesmo para as em� presas que evoluiram nesse sentido, como aconteceu com a ArtesanalPesca, “o custo continua a estar imputado, quer ao armador quer aos compradores através de taxas estipuladas”. Dando o exemplo da ArtesanalPesca, disse que os 16,5 milhões de vendas em 2012, foram on� erados com taxas no valor de 600 mil euros, valor retirado à margem líquida do peixe. Após esta crítica, Carlos Macedo propôs a “reorga� nização deste sector a nível nacional”, passando a Docapesca a centrar-se mais na fun� ção de regulador.
Privados pagam mais que as OPs José Apolinário, respon� sável da Docapesca, e que se encontrava entre a assistên� cia ao Congresso, embora
sem negar a possibilidade de atribuir mais responsabi� lidades aos privados na 1ª venda do peixe, adiantou a sua convicção de que talvez não existam muitas Organiza� ções de Produtores (OPs) capacitadas para substituir a Docapesca: “Até acho que a ArtesanalPesca é, talvez, a única organização de produtores do país que tem condições para o fazer, e até penso que se deveria evoluir, de uma forma gradual, para um modelo de geometria variável, para que haja mais espaço para os privados, para as OPs”. Sobre as taxas, informou que os privados pagam 5%, enquanto as OPs pagam ap� enas 3%. Em resposta, Carlos Mace� do lembrou que já em 2010, quando esteve em debate o modelo da 1ª venda do pes� cado, e quando o Estado procurava uma alternativa para não ter que fazer trans� ferências financeiras para a empresa, a ArtesanalPesca manifestara vontade de sub� stituir a Docapesca. No entanto, o Governo op� tou pela solução mais fácil, que foi a de aumentar as taxas. Carlos Macedo admitiu ainda “que a proliferação de entidades não ajudam ao desenvolvimento do sector”, propondo que pudessem existir dois tipos de orga� nização: OPs que poderiam representar um porto na sua totalidade, ou OPs vocaciona� das para determinadas espé� cies em particular. O modelo actual é que não permite às empresas de pesca ter escala para evoluírem. Terminou formulando votos para que o debate sobre este assunto possa ter continui� dade. João Augusto Aldeia
Carlos Macedo, no II Congresso do Forum Empresarial da Economia do Mar, onde afir� mou que o sistema de primeira venda de pescado é “castrador”, impedindo as empresas de pesca de evoluirem no sentido de controlarem a venda do que produzem.
O Mar No encerramento do Con� gresso, a ministra com tu� tela sobre o Mar, Assunção Cristas, disse que o país está “num momento de vira� gem, em que o mar começa a cumprir a sua promessa”, considerando que se trata de “um sector que começa a ganhar vivacidade e dinamis� mo” e a “passar do potencial ao real”. Referindo que a Estraté� gia Nacional para o Mar iria ser aprovada dali a dois dias, Assunção Cristas disse ha� ver necessidade de “desmis� tificar a ideia de que o mar dá pouco ao país”, embora reconhecendo que tem ainda muito mais para dar: “há uma margem de progressão mui� to grande, duma economia azul, sustentável, assente nos portos, nos transportes, assente nos cruzeiros, as� sente na náutica de recreio e de todo o desporto ligado ao mar. Tudo isto é uma dinâmi� ca que nos vai entrando para a casa a dentro”. Falando especificamente
sobre o sector da pesca, referiu que “tem muitos bons números para mostrar”, ape� sar de serem conhecidas as limitações que são coloca� das à pesca. Porém, é um sector “que se tem vindo a modernizar, com menos em� barcações, com menos pes� cadores, o que também se passou noutros sectores – mas, com menos gente, con� seguimos produzir mais e trazer mais valor para terra.” “Os nossos pescadores pescam, em média, o mes� mo que qualquer pescador europeu, a diferença é que em Portugal consumimos mais 3 vezes, em média, do que o consumidor europeu” – acrescentou a ministra, referindo que a diferença é compensada por importa� ções, défice que deverá ser colmatado pela aquicultura, um sector também com grande potencial de cresci� mento: em Portugal, a aqua� cultura contribui apenas com 3% do total de produção de peixe, enquanto na Europa é de 30 %.
“Docapesca”, ainda
longe da auto-suficiência A empresa Docapesca começou por gerir, na déca� da de 1960, a doca e lota de Pedrouços, substituindo as antigas lotas de Santos e da Ribeira Nova. A actual Docapesca, em� presa do Setor Empresarial do Estado, tutelada pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, foi em 1990, passando a ter a seu cargo, no continente português, o serviço público da prestação de serviços de primeira ven� da de pescado, bem como o apoio ao sector da pesca e portos. Tal como outras empre� sas do Estado, representou durante muito tempo um pesado encargo para o Or� çamento de Estado, donde recebia transferências para colmatar os défices de ex� ploração. Em 2010 o Governo abriu um debate sobre o futuro da Docapesca, admitindo como uma hipótese a con� cessão de algumas lotas a privados: o problema é que havia lotas que davam lu� cro – caso de Sesimbra – e outras prejuízo. Seria fácil privatizar as primeiras, mas então o Estado ficaria com as deficitárias �������������� –������������� e essa hipó�
tese de privatização não se concretizou. Em 2012, o ministro da Agricultura e Pescas, Manuel Pinto de Abreu, ad� mitiu que a empresa tinha capitais próprios negativos, no valor de quatro milhões de euros mas, mesmo as� sim o Governo não previa fazer qualquer injeccão de capital, acrescentando: “A Docapesca está numa situ� ação, neste momento, em que gera lucros, mas não é uma situação brilhante”. No relatório financeiro do 3º trimestre de 2013, a Docapesca regista resulta� dos de 1,16 milhões de eu� ros na área das lotas - na sua maior parte oriundos da primeira venda de pescado. Já a área “portos de pesca”, gerou resultados de apenas 208 mil euros. As restantes áreas de negócio (merca� dorias, combustíveis, entre� postos frigoríficos e serviços administrativos) geraram prejuízos no valor de 4 mil� hões e 603 mil euros. Os capitais próprios, em Setembro de 2013, eram negativos no montante de 3 milhões e 999 mil euros, um agravamento de 13% face ao valor equivalente no final de 2012.
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Demissões no Círculo António Telmo O Círculo António Telmo (CAT), instituição fundada com o objectivo de preservar a memória e o legado do filósofo e escritor António Telmo, encontra-se a atravessar uma fase de grande perturbação, com a demissão de vários dos seus membros, incluindo o seu vice-presidente, Pedro Martins, bem como António Carlos Carvalho, Ruy Ventura, Amadeu Penim, Miguel Real, António Cândido Franco e Margarida Caleiro. Segundo um comunicado emitido por estes membros, a sua demissão – não só dos cargos sociais que alguns ocupavam, como também a sua renúncia como associados – foi “o culminar de um penoso processo causal conduzido ao longo de meses pelo então Presidente da Direcção [Luis Paixão], que motivou a degradação da vida institucional do CAT a níveis impensáveis, processo esse que se agudizou a partir de Setembro último e se traduziu na sua quase constante desreponsabilização, por vezes sem razoável aviso prévio, quanto ao acompanhamento das actividades desenvolvidas pelo CAT, pondo em causa elementares princípios de confiança, respeito, dignidade institucional, abnegação e sentido da responsabilidade sem os quais o Círculo António Telmo não pode subsistir cabalmente”. Inicialmente verificou-se a demissão de 3 de 7 membros da Direcção (Pedro Martins, Ruy Ventura e José Paulo Albuquerque), e a constituição de uma lista que se propunha apreg
sentar a sufrágio, encabeçada, na Direcção, pela Arqt.ª Teresa Furtado. Os membros demissionários acusam o Presidente da Direcção de ter colocado obstáculos à normal realização duma Assembleia-Geral do CAT, convocada pelo respectivo Presidente, e nomeadamente do não envio da respectiva convocatória aos associados. Luís Paixão aceitara integrar, como vogal da Direcção, a “primeira” lista, encabeçada por Teresa Furtado, mas já não integrava uma “segunda” lista , encabeçada por Carlos Vargas. O Sesimbrense também pediu a Luís Paixão um depoimento sobre o CAT, o qual nos respondeu laconicamente que “gostaria que houvesse da parte do Jornal a maior descrição tendo em conta que o nome do António Telmo está envolvido”, e acrescentando que “a minha demissão do cargo de presidente deve-se a razões pessoais, de força maior e inadiáveis, que não me permitiriam assegurar condignamente o funcionamento do Circulo. Contava que fosse só no final do ano mas foi mais cedo.” Outro depoimento recolhido pel’O Sesimbrense foi o de Ruy Ventura, que justificou a sua demissão por ver “que a maior parte dos membros dos corpos sociais não cumpria nenhum dos fins a que a associação se propunha”, e “como protesto contra esse estado de coisas e como afirmação da necessidade de regressar aos propósitos iniciais”. Para Ruy Ventura, “perante manifestações inequívocas de falta de integridade e equilí-
brio”, suspendeu irrevogavelmente a sua inscrição como sócio, prevendo que o CAT se transformará “numa associação que dificilmente honrará a obra do seu patrono, pouco promoverá o pensamento em português e escassamente activará a cultura em Sesimbra e na sua região”. Ruy Ventura, juntamente com Pedro Martins, foram visivelmente dos mais activos animadores do CAT até há pouco tempo, particularmente no domínio das actividades de reflexão filosófica e de valorização da obra e do legado de António Telmo e Rafael Monteiro, entre outros – actividade que não se afigura de fácil continuidade por pessoas mais distantes da comunidade sesimbrense Entretanto, os dois restantes membros da
Assembleia-Geral do CAT convocaram uma reunião deste órgão, que elegeu uma nova lista, encabeçada por Carlos Vargas (A-G) e Inácio Ballesteros (Direcção). Desta lista fazem parte dois conhecidos sesimbrenses: Roque Brás de Oliveira (como tesoureiro) e Manuel José Pereira (no Conselho Fiscal). Laconicamente, os eleitos informaram que “as próximas actividades do CAT serão publicitadas em Janeiro de 2014”.
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Freguesias: Composição dos Executivos e das Assembleias de Freguesia Apresentamos a seguir a composição das Assembleias de Freguesia do Concelho de Sesimbra – eleitas directamente pelo voto popular – e dos Executivos de cada Freguesia, eleitos posteriormente por essas mesmas Assembleias. Uma característica nestes Executivos, é a de que a maioria são mulheres. Outra característica é a da CDU, que obteve a maioria em todas elas, ter constituido os Executivos exclusivamente com eleitos da sua cor partidária, com a única excepção da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, onde foi incluida uma represen-
Quinta do Conde Executivo
tante da coligação PSD-CDS. Esta opção da CDU foi criticada pelo PS aquando da tomada de posse da Assembleia Municipal. O modelo dos Executivos homogéneos, em termos partidários, é precisamente o que tem sido defendido para as Câmaras Municipais, pelos Partidos mais à direita, com o argumento de que essa homogeneidade permitiria dar mais coesão e maior eficácia à gestão municipal. Mas é também um modelo muito criticado pela CDU, por considerar que tal solução seria “profundamente empobrecedora da própria democracia”.
Presidente Vítor Antunes CDU
Castelo
Santiago Executivo
Executivo
Tesoureira Francisca Rosa
Secretária Elsa Guerra
Vogal Fernando Patrício
Vogal António Lopes
Vogal Ana Mateus
Vogal Teresa Lourenço
CDU
Presidente Francisco Jesus
Presidente Ana Cruz Narciso
CDU
CDU
CDU
Tesoureiro Artur Borges CDU
Secretária Joana Caçoeiro CDU
CDU
Tesoureiro Ricardo Dias CDU
CDU
Secretária Vera Vieira CDU
CDU
PSD
Assembleia Vogal Apolónio Alves CDU
Vogal Conceição Nero PSD
CDU
CDU
Vogal João Ribeiro
1ª Secretário Carlos Pólvora | CDU
CDU
2ª Secretária Susana Oliveira | CDU
Assembleia
Assembleia
Presidente Carmen Rosa
Vogal Sara Almeida
1ª Secretária Rosário Cagica | CDU
1ª Secretária Patrícia Caetano | CDU
2ª Secretário Luis Filipe Pólvora | CDU
2ª Secretária Ana Victoriano Galo | CDU
Membros Carlos Soromenho | CDU Delfim Moleta | CDU Ana Paula Pólvora | CDU Adolfo Marques| PS Paulo Cagica | PS Delmina Pinto | PS Ludgero Caleiro | PSD Ana Paula Costa | MSU Eugénia Ferreira | MSU Tiago Veiga | BE
Membros João Barateiro | CDU Pedro Mendes | CDU Rui Dias | CDU Filomena Valente | PS António Marques | PS Alda Gago | PS Carina Reis | PS Diogo Sebastião | MSU André Quaresma | MSU Mónica Victoriano | PSD
Presidente Alda Pólvora CDU
Presidente João Valente CDU
Membros José Braga| CDU Afonso Esteves | CDU Leonor Fortunato | CDU Vitor Jesus | CDU Silvia Lameirinha | CDU João Laranjeira | CDU Genoveva Purificação | PS Júlio Pimenta | PS Paula Costa | PS José Santos | PS Adredina Cardoso | PS Paulo Bandarra | PS Sérgio Cabrita | PSD Igor Feio | CDS Helder Gaboleiro | MSU Feliciana Mota | BE
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Novos Sesimbrenses
Lilia Prymak
A jovem ucraniana Lilia Prymak veio viver para Sesimbra com apenas 10 anos, juntando-se à sua mãe, Sofia Prymak, que tinha vindo a Sesimbra cinco anos antes. Esses cinco anos que viveu longe da filha, foram bastante difíceis, conforme revelou numa entrevista dada ao nosso jornal, em Janeiro de 2009, onde também revelou que Lilia se tinha adaptado bem à sua nova terra: “gosta muito de Sesimbra e já tem muitos amigos”, jogando, já nessa altura, voleibol no Grupo Desportivo de Sesimbra e participando activamente nas iniciativas promovidas pelas associações locais. tem uma oportunidade destas. Já tinham vindo falar comigo outras equipas, mas optei pelo Belenenses e fiz a escolha certa além disso eu na altura tinha sido operada ao joelho, de referir que recuperei no C.F.Belenenses no departamento médico, onde tinha como fisioterapeuta: António Fontes e médico: Camacho Vieira, aqui fica um grande agradecimento a eles. Sem dúvida nenhuma, estar sem jogar foi das fases mais complicadas na minha vida, mas recuperei muito bem. Lilia continua a estudar, agora em Lisboa: “Estou no Curso Técnico de Apoio a Gestão Desportiva”. A hipótese de seguir uma carreira profissional no desporto é um aliciante: “Sim, visto que aqui não está fácil – mas não está em todo o lado. Acho que é uma oportunidade, até porque tenho seguido a vida de atleta, poderá ter algum peso no meu futuro.”
O volei sempre foi um prazer: “Nunca foi uma obrigação, ou porque a minha mãe queria, foi uma opção minha” Lilia também reconhece que, para si, os cinco anos de afastamento da mãe também custaram: “Foi uma fase muito complicada, ela estava muito longe, 4 mil e tal km, e não vinha todos os anos, vinha quando tinha possibilidades de vir”. Na altura não estava a crise como hoje, mas estava muito complicado na mesma. Lilia tinha ficado a viver em casa dos seus tios, e com os primos, mas “é sempre muito difícil estar longe da mãe”. Quando veio para Sesimbra, para junto da mãe, Lilia tinha já 10 anos, com o 4º ano de escolaridade concluído. Teve dois meses para aprender português, com uma explicadora, e mesmo assim o 5º ano – feito na escola Navegador Rodrigues Soromenho – foi difícil. Mas no ano seguinte já estava integrada. Desse tempo, recorda a surpresa que foi a praia. Como muitos outros alunos da escola Rodrigues Soromenho, começou a praticar voleibol, logo no 6º ano: “Os treinos do clube eram na escola, e isso facilitava muito. Tínhamos as aulas, e depois das aulas tínhamos os treinos, que acabavam cedo.” Quero também referir o meu professor de Educação Física que sempre me chamava para todas as actividades na escola e que foi o meu primeiro professor de voleibol: Nelson Fernandes. O voleibol sempre foi um prazer: “Nunca foi uma obrigação, ou porque a minha mãe queria, nada disso. Sempre foi uma opção minha” Tiago Pinhal, seu treinador dessa época, recorda que “A Lilia foi das melhores atletas, não pela forma física, é sobretudo pela cabeça dela. A miúda é um “bicho” de competição, adora competir, gostei muito de trabalhar com ela. E o espirito com que ela competia, contagiava tudo à volta..” As recordações da prática desportiva em Sesimbra são emotivas, nomeadamente no período em que estava na
equipa de juvenis de 1º e 2º ano, que foi bicampeã regional de Lisboa, uma boa sensação: “Foi óptima. Nós, no nosso último jogo, em que precisávamos de ganhar, em Lisboa, na escola Filipa de Lencastre, estávamos a perder 2 – 0, e tínhamos que dar volta ao resultado para ganhar o título. E conseguimos, ficou 2-1, 2-2 e 3-2. Para nós, foi um jogo inesquecível, a conquista do título é sempre importante. No ano seguinte fui bicampeã regional e nesse ano também fomos à fase final de juvenis femininos, que se realizou no Porto, onde conseguimos a 7ª classificação, mas termos ido a Final 8, já foi muito bom!” A mudança para uma equipa de Lisboa – Belenenses – também foi complicada, pois não podia vir a casa todos os dias, foi um novo afastamento da família: “Mas já é o 2º ano, e tem sido uma experiência única, estou satisfeita, porque não é todos os dias que se
Regresso à Ucrânia Lilia não esquece as suas origens, e esteve recentemente na Ucrânia: “Já não ia lá há 3 anos, de vez em quando ia com a minha mãe, mas desta vez foi um pouco especial, porque tinha feito os meus 18 anos, já não havia aquele problema de autorizações dos pais. Foi um bocado diferente porque foi uma decisão minha. Foi uma decisão boa, complicada também, porque já estávamos quase no início das aulas, mas optei por ir, ver a família, foi muito bom. Fui visitar os sítios da minha infância, a minha primeira escola, o infantário, os sítios onde
brincávamos quando eramos pequenos, a minha terra, a casa da avó, casa dos meus tios”.
Nesta viagem, teria a Lilia pensado no que teria sido a sua vida se não tivesse vindo para Portugal? “Pensei, pensei muito nisso. Não g
era igual, porque com a minha vinda para cá, foi uma mudança complicada mas ao mesmo tempo boa: conheci sítios novos, pessoas novas, fiz amizades. Sesimbra é uma vila que tem a sua beleza, foi muito bom e cresci muito”.
Mas agora, que joga e estuda em Lisboa, será que regressa a Sesimbra?… g
“Nunca se sabe, é difícil responder a essa pergunta. Agora venho a Sesimbra ao fim-de-semana e nas férias, e sempre que acabo os treinos à 6ª feira, se não tiver jogos no sábado, venho para cá. Mas muitas vezes não posso vir, é complicado e é difícil de conciliar tantas coisas ao mesmo tempo”.
Recentemente regressou ao GDS para jogar contra as suas antigas colegas: ““Foi um jogo muito g
emocionante, muito difícil e emocionante – passados dois anos voltar àquele pavilhão, cheio, como sempre. É sempre bom voltar à antiga casa, e ser recebida da maneira como fui, não me passava pela cabeça que ia ser tão bem recebida, mas ainda bem, fico feliz. É sempre bom sair daqui com uma noção que isto vai ser sempre a minha casa”. J. A. Aldeia
Voleibol no GDS O voleibol do GDS é uma modalidade que existe naquele clube desde 1993. Com cerca de 90 praticantes, tem actualmente 5 escalões de competição, 4 femininos (minis, infantis, cadetes e júniores), e um escalão masculino. Tiago Pinhal, actual coordenador da modalidade no GDS, explica-nos a razão da predominância dos praticantes femininos: para os rapazes existem mais ofertas, quer de clubes, quer de modalidades, e é para essas modalidades que os rapazes tendem a ir: “Nós não conseguimos marcar-nos no volei masculino, é um dos nossos sonhos, mas acho que vai ser muito dificil – mesmo a nível nacional o volei feminino está com muita força”. Outra característica do volei sesimbrense é que 90 % das praticantes que jogam ou jogaram volei em Sesimbra, vieram da escola Navegador Rodrigues Soromenho, através do desporto escolar, pela mão do professor Nelson. Também já existiram mais escalões, mas a necessidade de responder à crise, levou à diminuição do seu número. Tiago Pinhal está agora na sua 9ª época, também começou como mero praticante. ”Entretanto, houve oportunidade fazer uma formação como treinador de minis, gostei, comecei a trabalhar, depois tirei o nível 1, o de adjunto, e por aí fora”. Além de coordenador, Tiago g
treina os escões júniores. Os outros treinadores são Paulo Soromenho e Rita Reis (infantis), Luis Calheiros (cadetes), Carlos Pio e João Santos (minis) e Luis Santos (séniores). “Temos um lema que é a escola de valores - diz Tiago Pinhal - mais do que ganhar, tentamos incutir o saber estar, porque para ganhar é preciso saber estar na sociedade. Exigimos muito, porque quando entrarem no mercado de trabalho, têm de saber lidar com a exigência que lhes é pedida. O meu maior orgulho é chegar ao final do ano e ver notas positivas, ver meninas nos quadros de honra, ou que estão na faculdade. Claro que a competição é importante, mas nunca deixamos a escola de lado”. Uma das alterações que fizeram na organização foi na constituição dos grupos: “Antigamente, em cada grupo, entravam para o volei aqueles 12 elementos, e até sair do volei, continuavam aqueles 12, eram grupos fechados, como ilhas: por isso é que as equipas iam morrendo. Agora estamos a fazer grupos abertos, com uma determinada idade joga-se num grupo, no ano seguinte pode jogar noutro”. A crise, no entanto, tem feito os seus estragos: “Os transportes da Autarquia, antes eram grátis, agora são pagos. Depois, a nível do investimento que faziam nos séniores, pagavam as inscrições da formação, e isso foi sendo reduzido. Os únicos apoios que temos da Autarquia são
os planos de desenvolvimento, mas que também foram reduzidos”. Como resultado das medidas tomadas, o volei “não deve nada a ninguém, porque teve que arranjar uma estratégia. Mas perdemos muitos atletas, porque os pais passaram a pagar para os filhos andarem cá, e sustentam tudo, desde os transportes para os jogos às inscrições”. Um aspecto positivo são as novas instalações no edifício da piscina: “As condições em Sampaio eram muito piores; aqui são melhores, o piso é muito bom”. Em termos de resultados, há muito para mostrar: “Em juniores, fomos campeões regionais três vezes seguidas - algumas das atletas foram 3 vezes campeãs regionais. Já estão apuradas as quatro equipas no campeonato nacional de júniores, nesta fase. Vamos agora lutar pelo título regional de júniores, mas as cadetes, neste momento, em 10 jogos têm apenas uma derrota”. O esforço do GDS na formação tem também o seu preço: “Nos principais clubes da margem sul, há muitas atletas formadas no Sesimbra; e de Lisboa também. Vão estudar para as faculdades, que são em Lisboa. Mas há uma coisa que temos de mudar, porque se dá muito valor às pessoas quando saem para outros clubes, e não às que estão cá. Isto é um erro: é preciso é que eles se sintam bem aqui, porque é a terra deles. Não se podem sentir melhor quando saem”.
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Assembleia Municipal
arranca com divisão partidária A Assembleia Municipal de Sesimbra teve a sua primeira reunião do mandato 2013-2017, no passado dia 15 de Novembro, com uma agenda que incluía 17 pontos, pelo que apenas uma parte dos assuntos foi votada no dia 15, continuando a Assembleia no dia 28 de Novembro, onde foram debatidas as as taxas de IMI e Derrama para 2014 e um novo empréstimo a contrair pela Câmara. No entanto, logo no periodo prévio à ordem de trabalhos, a Assembleia dividiu-se ao meio na votação de uma recomendação à Câmara: 11 votos para cada lado, cabendo à presidente da Assembleia, Odete Graça, o desempate. O que dividiu os deputados municipais não foi nenhum assunto substancial: pretendiam todos que fosse feito um estudo técnico sobre a abstenção nas últimas eleições. Uns acharam que deviam “recomendar” o tal estudo à Câmara (PS, PSD-CDS, BE e MSU), mas a CDU discordou: achou que a recomendação deveria ser dirigida à Área Metropolitana de Lisboa ou à ANMP. Mas o debate deste assunto acabou por proporcionar uma acesa querela entre um dos novos deputados municipais, Nuno Nabais, da CDU, que fez uma espécie de reprimenda, afirmando que, sobre a abstenção, “estamos há mais de 30 anos a sugerir estudos, comissões, gabinetes, observatórios, a semântica é riquíssima. Agir: nunca! Alguém pensou em propor acções? Ou chamar os cidadãos?” Quem não gostou das declarações de Nuno Nabais foi Miguel Alarcão Bastos, um “histórico” agora regressado ao fórum de que já foi presidente (há 31 anos), e que protestou “pela ignorância demonstrada pelo deputado face aos trabalhos que esta Assembleia desenvolveu ao longo dos 40 anos contra a abstenção e contra todas as medidas anti-democráticas que não deixam isto progredir. Eu sinto-me ofendido e magoado.” Finalmente, com a votação desempatada pela sua presidente, a Assembleia decidiu “recomendar à Área Metropolitana de Lisboa (AML) e Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que pondere
elaborar um estudo especializado a uma entidade científica de reconhecida competência nesta matéria e de reputada independência.”
Moção contra o Orçamento de Estado A CDU apresentou uma moção de “repúdio” do Orçamento de Estado para 2014, que acabou aprovada comos votos favoráveis da CDU, do BE e do PS. O PSD-CDS votou contra, e o MSU absteve-se. Mais uma vez, não foi a essência da moção, mas sim os termos utilizados, que dividiram os deputados. Mendes Dias, do PSD, revelou que já tinha votado contra este Orçamento de Estado, mas que a linguagem da Moção “não é a mais digna para uma Assembleia Municipal”. Os termos da Moção eram fortes, classificando as medidas do OE como “roubo e exploração nos salários e nas pensões”, “política de saque aos rendimentos do povo português” e “atentado grotesco à democracia e às liberdades fundamentais do povo Português, “assalto fiscal aos rendimentos das famílias e um saque sem escrúpulos nas pensões e reformas.” O PS aceitou votar a Moção através da inclusão de um novo parágrafo, atacando o Presidente da República: “Tal situação só é possível graças à passividade e ao conluio de sua Ex. o Presidente da Republica, que com estas atitudes se torna numa figura sem prestígio e sem crédito para ser respeitado pelo seu Povo.”
Taxas de IMI e Derrama para 2014 A Assembleia retomou os trabalhos no dia 29 de Dezembro, começando por votar a proposta de taxas de IMI
para 2014 – as mesmas taxas que vigoraram em 2013, ou seja: 0,8 para prédios rústicos, 0,7 para prédios urbanos ainda não reavaliados, e 0,4 para prédios urbanos já reavaliados. Esta última taxa foi a que gerou maior contestação. O PS, pela voz de Manuel José Pereira, disse que o peso da carga fiscal “vai atingir foros de uma extrema gravidade”, e que “grande parte das famílias vão falir”, com a consequência de “uma revolta no país”. Particularmente injusto, disse o deputado, é o facto das pessoas não conseguirem vender as suas casas pelo preço em que o Estado as avalia para efeitos deste imposto. O BE apresentado uma alternativa de taxa para 0,375, que recolheu votos do PS, do BE e dos independen-
tes. Mas a CDU não aceitou esta alteração, argumentando que os 700 mil euros que perderia de receita, são imprescindíveis à Câmara para cumprir os seus compromissos – e a proposta municipal acabou por ser aprovada com os votos da CDU e do PSD/CDS. Foi depois votada a taxa da Derrama, também idêntica à vigente: 1,5 %, apenas com os votos contra do PS. O PSD apresentou uma proposta de isenção da Derrama, durante 3 anos, para as empresas que instalem a sua sede social em Sesimbra, que foi remetida para apreciação posterior. Foi ainda aprovada, por unanimidade, uma proposta de contracção de um empréstimo de 1.001.365 euros, destinado a financiar as obras de saneamento na Freguesia do Castelo
Representantes Eleitos:
Congresso Nacional da Associação Nacional de Municípios: Francisco de Jesus g Assembleia Distrital de Setúbal: Vitor Antunes g Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios de Sesimbra: Francisco de Jesus g Conselho Municipal de Educação: Ana Cruz g Conselho Cinegético Municipal: Francisco de Jesus g Comissão Municipal sobre instalação e modificação de estabelecimentos de comércio: Maria José Borges (CDU) g Comissão Alargada deProteção de Crianças e Jovens: Tiago Aragão, IIda Carvalho, Conceição Nero Gonçalves e Genoveva da Purificação g Comissão Mun. de Trânsito e Transportes: Manuel José Pereira (PS) g Conselho Consul. do Observatório da Água: Francisco Cordeiro (CDU) g Revisão do PDM – Conselho Consul. Municipal: Nuno Ribeiro (MSU) g Comissão de Acompanhamento da Revisão do Plano Diretor Municipal de Sesimbra: Odete Graça (CDU) g
Coordenadores das Comissões Permanentes da Assembleia Municipal g Planeamento Urbanístico, Ambiente e Ordenamento do Território: Nuno Nabais (CDU) g Sociocultural e Segurança dos Cidadãos: Rui João Rodrigues (CDU) g Planeamento Estratégico e Atividade Económica: Joaquim Mendes Dias (PSD-CDS) g Finanças Municipais e Administração: Pedro Mesquita (PS)
Eduardo Cabrita em sessão sobre Orçamento de Estado No passado dia 21 de Novembro, o deputado Eduardo Cabrita realizou uma sessão de esclarecimento sobre a proposta de Orçamento de Estado para 2014 – uma iniciativa do PS, que teve lugar no auditório Conde Ferreira. Eduardo Cabrita, que tem formação como jurista e foi secretário de estado adjunto do Ministro da Justiça (XIV Governo - Guterres) e secretário de estado da Administração Local (XVII Governo – Sócrates), fez uma análise mais política do que financeira, tendo classificado a governação de Passos Coelho em duas fases: uma primeira, mais radical, em que se pretendeu aplicar um “choque vitamínico”, com maior austeridade da que era exigida pela troika, e que conduziu o país a uma espiral recessiva; e a fase actual, na qual já se encontra desacreditado, mesmo perante os governos europeus mais à direita, e perante os parceiros sociais, incluindo as centrais empreg
sariais: “nem os parceiros sociais acreditam neste caminho, e sentemse marginalizados”. Deu como exemplo deste descrédito, a recente posição da CAP, que acusou o Governo de querer financiar as grandes empresas, com reduções dos seus impostos, fazendo pagar para isso as pequenas e médias empresas. Eduardo Cabrita descreveu a actual orientação do Governo como um “discurso anarquista de direita, de destruição do Estado”. Um dos aspectos mais graves, apontados por Eduardo Cabrita, foi o facto do Estado, pela mão deste Governo, estar a alterar as regras de quem descontou, afectando a credibilidade mínima dos cidadãos, na boa-fé do Estrado: “Estão-se a criar feridas e rupturas, colocando o privado contra o público, os novos contra os velhos”. Segundo o deputado, isto trará conse-
quências no futuro, mesmo quando a situação económica volte a melhorar, estará instalada uma grave descrença da população perante os poderes públicos, acrescentando que “quanto mais tempo demorar esta situação, piores serão as condições de quem vier a seguir”. Referindo-se especificamente ao Partido Socialista, o deputado disse que “não pode cair na armadilha de ser um partido da negação”, e que deve “definir as bases para um consenso social alargado, até 2020”. Eduardo Cabrita afirmou que o PS também não deve prometer facilidades, mas sim tornar claras para o pais as áreas em que se deve apostar, quando a economia começar a crescer: “quando isso acontecer, como é que devemos repartir a riqueza”, e deu como exemplo a AutoEuropa, onde tem sido possível envolver todos os trabalhadores no sucesso da empresa.
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Carlos Sargedas: direito de resposta Venho ao abrigo de direito de resposta sobre o comentário no editorial da última edição do Sesimbrense em que refere o meu nome manifestar o seguinte: Um dia recebi uma chamada para ir beber um café. Era um jornalista do Publico que queria que respondesse a duas questões: Qual a minha opinião sobre o elevado nº de abstenção? Porque me tinha candidatado? Respondi a estas questões e nada mais. Vi que o Sr. jornalista falou com mais pessoas e achei estranho e poderei mesmo dizer ofensivo quando li o referido artigo publicado nas páginas do facebook. Tive o cuidado de manifestar a minha opinião sobre o mesmo: “Não conheço o Sr. “Fador” e falei como todos os membros que comigo foram à doca com vários (muitos) pescadores. Aliás cheguei a estar por mais de 30 minutos com várias pessoas para as ouvir e não para ir falar. Na Quinta do Conde chegámos a estar a responder a questões por mais de 20 minutos a pessoas indignadas e que julgavam que não teríamos respostas para dar.” “O jornalista ouviu várias pessoas segundo deu para perceber... Aliás é, como fez referência sobre a nossa ida à doca onde dizem que não falei com um tal de “fador” que nem sei quem é, mas durante toda a manhã falei com dezenas de pescadores logico que não falei com todos, nem seria possível, quando fomos mais de 25 membros para a doca” “Também não fui eu que mencionei que havia um grupo de teatro da CDU. Não fiz qualquer declaração nem opinião sobre o grupo de teatro, até porque não o conheço, nunca vi nenhum espectáculo nem tenho opinião formada. “ Claro que pode não ter lido e por isso gostaria que pudesse dar eco ás minhas palavras. Sem que eu tenha nada a ver com o assunto, foi desagradável, até para com o grupo de teatro que ficou de alguma forma ofendido comigo. Nunca poderia ter afirmado tal coisa quando conheço dois dos seus membros que até são afectos ao PS. Tive o cuidado de enviar email através de amigos comuns para esclarecer a situação ao grupo de teatro. Na esperança que a verdade seja colocada e nem seja posta em causa a dignidade do grupo nem a minha Com os meus cumprimentos Carlos Sargedas
O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2013
“Acessibilidades para Todos” Numa das primeiras reuniões do novo mandato da Câmara, foi aprovado o protocolo de parceria entre a Câmara, o Clube Naval, a Texugauto-Badger Rent a Car, a Mega Dive-Actividades Turísticas, Ld.ª, o Restaurante “O Canhão”, a Disabel Divers International e a Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência, no âmbito da Candidatura “Acessibilidades para Todos” – Sesimbra Um Mar de Emoções para Todos.
Escrevem os nossos leitores . . . É na Venda Nova, à direita na saída da rotunda do continente no sentido de Lisboa, que existe um pedaço de terra que teimosamente e apesar de nele conter três moradias, quatro acessos a terrenos cultivados e duas empresas, escrevia eu que teimosamente e de forma pomposa lhe chamam Rua da Quinta do Sobreiro. Soube eu, que os proprietários das empresas sem qualquer colaboração da Câmara todos os anos gastam pequenas fortunas a tapar os buracos que qualquer pingo de chuva faz abrir até meio da canela, não permitindo que se transite de forma alguma. Na semana passada, não pude eu ir com o meu veiculo à revisão marcada, por não poder transitar neste terreno não lavrado mas chamado de RUA. Sei que não estamos na Quinta do Conde, mas por favor, eu, as três moradias, os quatro terrenos não acessíveis e as duas empresas de motos e veículos automóveis, todos pagadores de IMI´s e afins, pretendemos ter o direito a ter acesso àquilo que se pretende seja a Rua da Quinta do Sobreiro com o mínimo de qualidade, porque e acima de tudo, temos esse direito, antes da Câmara Municipal ter essa obrigação. Venda Nova 29 de outubro de 2013 Carlos Plácido
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Fernando Henrique, do GDU Azóia 9º lugar no Campeonato do Mundo de Veteranos de Orientação em BTT Decorreu nos dias 8, 9 e 10, em Grândola, Santiago do Cacém e Sines, o Campeonato do Mundo de Veteranos de Orientação em BTT 2013. Fernando Henrique, do Grupo Desportivo União da Azóia, classificou-se em 9º lugar, no escalão M40, ao concluir cerca 37 km do percurso em 1hora e 58 minutos.
Badminton do GDS No passado dia 23 de Novembro decorreu a fase nacional da 2ª jornada do Campeonato Nacional de Badminton. Pela segunda vez, Rodrigo Ribeiro esteve entre os melhores atletas de sub 13, ao conseguir o apuramento quinze dias antes, na fase zonal que se realizou em Alcabideche, onde conseguiu o 2º lugar, tendo perdido para Tomás Correia do C.R.E.A.. Contudo, desta vez marcou presença na fase nacional nas duas provas, singulares e pares homens, uma vez que ganhou o torneio zonal, com o seu rival e agora parceiro de equipa, Tomás Correia. De salientar, que Rodrigo Ribeiro foi o primeiro atleta não sénior a conseguir o apuramento para as fases nacionais do Campeonato Nacional de Badminton. Na fase nacional, apesar de não ser apurado para as 1/2 finais, conseguiu mais uma vez pontuar na fase de grupos, ao vencer um dos jogos do seu grupo e frente a um atleta de um dos melhores clubes nacionais, a C.H.E.L. do Algarve. No segundo jogo, perdeu com um atleta do Clube Albergaria, número quatro do ranking nacional. Rodrigo está actualmente na 8ª posição do Ranking nacional, na categoria de singulares e 9º na categoria de pares homens, o melhor resultado alcançado por um atleta não sénior do nosso clube.
Sesimbra Summer Cup
Pedro Macedo e Jorge Gomes, deixam comando técnico do futebol sénior
A organização do Sesimbra Summer Cup, divulgou no mês passado as datas de competição, para a 4ª edição do evento. As equipas participantes, entram em campo de 25 a 29 de Junho de 2014, com a novidade da inserção do Futsal no evento. As inscrições já se encontram abertas, podendo solicitar mais informação através do email sesimbracup@jf-castelo.pt ou telemóvel 967 602 511.
A Direcção do Grupo Desportivo de Sesimbra informou oficialmente que a dupla técnica Pedro Macedo e Jorge Gomes que comandava os destinos da equipa de futebol sénior, deixou de exercer as respectivas funções, após terem colocado os seus lugares à disposição do clube. O GDS referiu também que “Para além das funções técnicas, Pedro Macedo como associado e amigo do clube, demonstrou sempre disponibilidade para as várias actividades sociais e desportivas.” O clube não revelou, por enquanto, quem substituirá os técnicos, nas funções que estes desempenhavam.
Tourada atribulada
Um nosso leitor fez-nos chegar informações sobre o modo como decorreu a tourada que teve lugar no passado dia 10 de Agosto, no campo de jogos da Vila Amália. A iniciativa, que se destinou a angariar fundos para o Grupo Desportivo de Sesimbra, foi organizada pela empresa Espalhar Aplausos e teve lugar numa praça desmontável, para cerca de 3.000 pessoas, tendo assistido perto de 2.000. Na tribuna de honra estiveram o presidente da Câmara, o comandante da GNR e o presidente do GDS. Marcado para as 22:15 h, o espectáculo só viria a ter início quase à meia-noite, sendo a demora provocada pelo atolamento do transporte dos toiros, bem como da ambulância dos bombeiros, na zona em redor da praça. O cavaleiro David Gomes viria a sofrer duas aparatosas quedas, mas sem consequências graves. Nesta corrida participaram ainda as cavaleiras Sónia Matias e Ana Batista, e os grupo de forcados de Alenquer. Também estavam anunciados os forcados mexicanos de Tezuitlán, mas que entretanto cancelaram a digressão que faziam pela Europa. Quem também cancelou a sua participação foi o cavaleiro amador Francisco Parreira, por ter considerado que a arena não garantia condições de segurança.
Coaching e Liderança de Equipas Datas e Horário 06 de Dezembro de 2013 das 19h30 às 23h00 (inclui 30 minutos de pausa) 07 de Dezembro de 2013 das 09h00 às 18h00 (inclui 30 minutos de pausa de manhã e de tarde) Duração da Acção: 10 Horas Local: Pavilhão Municipal de Sampaio Data Limite de Inscrição 03 de Dezembro de 2013 Inscrição: através do site da Confederação do Desporto Portugal: http://ww.cdp.pt/formacao_coaching_lideranca_equipas_sesimbra_2013.html Organização: Confederação Desporto Portugal e Câmara Municipal Sesimbra Curso Homologado pelo IPDJ, I. P. Estrada da Faúlha - Sampaio Formador: Mestre Rui Lança
O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2013
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O SESIMBRENSE Fados de S. Martinho
Liga dos Amigos de Sesimbra, celebra o seu 65.º aniversário com noite de fados Realizou-se na Sociedade Musical Sesimbrense, no passado dia 15, mais uma Grande Noite de Fados, que contou com a participação de vários fadistas que ao longo da noite contaram com a participação dos presentes que esgotaram a sala. A grande adesão ao evento superou as expectativas da organização, sendo surpreendida com interessados em assistir ao evento já depois do seu início. A noite ficou marcada igualmente pela comemoração do 65º aniversário da Liga dos Amigos de Sesimbra. Os artistas que graciosamente apoiaram a Liga nesta iniciativa foram os fadistas Júlio Silva, Manuel José Pinto, Eduardo Jorge, Pedro André, Francisco das Caixas, e a fadista Mariana Vitória. O convívio desenrolava-se nas mesas, em torno duma ementa de São Martinho, e foram vários os momentos em que os fadistas eram acompanhados pela voz do público. Também tivemos o gosto de ouvir alguns poemas de Domingos Manuel Lopes (Chochinha), ditos pelo próprio. Esta Noite de Fados só foi possível devido à colaboração graciosa, à se-
melhança de outros eventos anteriores, de todos estes artistas, a quem a Liga dos Amigos de Sesimbra e o jornal O Sesimbrense muito agradecem. A parte instrumental esteve a cargo do competente guitarrista Jorge Costa, acompanhado à viola pelo seu filho Miguel, um contributo essencial para o sucesso da noite. Também não podemos deixar de destacar o papel da Rádio Sesimbra FM, na divulgação do evento e das ajudas recebidas de diversos patrocinadores, que contribuíram de diversas formas para o convívio, sobretudo com o fornecimento de géneros, que sem esta ajuda preciosa este evento não seria marcado por tamanha qualidade: Restaurante O Golfinho, Padaria do Gá, Padaria A Camponesa, Maxiloja, Mini Mercado Manuel Neto & Lopes,
Manuel Graça Peixito, Luis Texugo, Hotel do Mar e Câmara Municipal de Sesimbra. Todos eles comerciantes e entidades localizados no concelho de Sesimbra, pautados pela sua prontidão em ajudar os eventos organizados pela Liga e pelo Jornal. A meio do espectáculo, a público pode assisitir à empolgante actuação de Manuel Sousa, com a sua concertina e de uma breve cantoria de Maria Emilia. Pouco antes do inicio da segunda parte, os presentes participaram ainda em dois sorteios, o primeiro contemplado ganhou um voucher de uma estadia para duas noites no Hotel do Mar, o segundo prémio entregue foi um cabaz de produtos naturais oferecido por distribuidores da marca Monavie. Queremos também destacar a ce-
dência da sala por parte da Sociedade Musical Sesimbrense, bem como a ajuda de alguns dos seus funcionários e colaboradores, um sinal maior da disponibilidade para cooperação entre instituições sesimbrenses. Para que a acústica da sala estivesse ao mais alto nível, a LAS contou também com o apoio imprescindível de Apolónio Alves e Fernando Almeida do início ao fim da noite. Por último destacamos o trabalho das colaboradoras da Liga dos Amigos de Sesimbra, que organizaram toda a logística e divulgação deste evento: Ana Luisa Bento, Jovita Lopes e Andreia Coutinho, cabendo a esta última, também, a tarefa da apresentação do espectáculo. Andreia Coutinho