O Sesimbrense - Edição 1184 - Março 2014

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LIGA DOS AMIGOS DE SESIMBRA

O SESIMBRENSE JORNAL INDEPENDENTE PARA DEFESA DOS INTERESSES DO CONCELHO DESDE 1926

Fundador: Abel Gomes Pólvora

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Edição Online: www.osesimbrense.com.pt

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Diretor Interino: Pedro Caetano

ANO LXXXVIII • N.º 1184 de 1 de Abril de 2014 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. • DE00722014RCMS/RL)

Páginas centrais

Jovens sesimbrenses dão a cara pelo associativismo

Quinta do Conde Vitor Caldeirinha fala Liga debate as assinala Dia da Árvore do porto de Sesimbra Pessoas e o Território Página 5

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Farmácias de Serviço

Contatos uteis nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266 nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74 nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 Caixa Geral de Depósitos 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 Millennium BCP 707 50 24 24 BPI 21 720 77 00 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

EDITORIAL

Filhos e Enteados da Terra... ou Todos Irmãos em Prol da Mãe Sesimbra? O Sesimbrense apresentou-se com mais intensidade e foi mais apelativo. Essa mudança fê-lo vender muito mais, ter mais procura pelos leitores e ser melhor investimento para os anunciantes. Tivemos a ajuda da linda Sesimbrense na capa de carnaval mas os responsáveis são a redação e colaboradores. Promoveremos o entrosamento gradual dos novos colaboradores para fortalecer este sucesso. “Caminhar caminhando” como diz o Vice Presidente da Liga Mário Chagas. Por testemunharmos a vitalidade reforçada da nossa e outras associações como o Grémio, debateremos o associativismo. O debate sobre inovadores e criativos levou me a meditar num grupo com criativos: os segundos residentes. Sesimbra é um Paraíso do qual muitos gostam ou se sentem filhos. Na vila existem cerca de 3400 segundas residências, no Castelo 5200 e na Quinta do Conde 1800. São 10 400 famílias amigas de Sesimbra ao ponto de comprarem cá segunda habitação e contribuírem para a economia local. Essas famílias estabelecem laços emocionais fortes e duradouros com a terra, que percorrem gerações, pois para cá trazem os filhos e netos desde crianças. Dou dois exem-

Com o apoio:

Farmácia da Cotovia Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

212 681 685

Farmácia de Santana Estrada Nacional 378, Santana

212 688 370

Farmácia Leão Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

212 288 078

Farmácia Lopes

Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Edição publicada segundo o novo acordo ortográfico

plos da família da minha avó Maria de Brito: Policarpo de Brito e Manuel de Brito (respetivamente primeira e segunda foto), já falecidos, que cá compraram segundas residências a partir dos anos 1960. A família Brito é proprietária da mais criativa galeria de arte de Lisboa, a 111, que comemorou recentemente 50 anos e representa artistas como Joana Vasconcelos ou Paula Rego. Trouxeram para cá o meu pai, entre outros familiares, transmitindo, ao longo de já 4 gerações de segundos residentes, o amor por Sesimbra. Alguns como eu fixaram cá residência principal e tiveram filhos Pexitos. Há muitos segundos residentes de sucesso que incluem Medeiros Ferreira, recentemente desaparecido, amigo do inquestionável “Senador” Sesimbrense David Sequerra, ele próprio oriundo de familias de segundos residentes. Sesimbra nem sempre os tem aproveitado. Imaginem se aqui se tivesse organizado no Palácio do Calhariz uma exposição com o sucesso nacional e internacional que a de Joana Vasconcelos teve no Palácio da Ajuda. Deixo o desafio para que nós os residentes permanentes acarinhemos e entrosemos mais os segundos residentes, incentivando o muito que podem dar à terra de que devemos ser ambos filhos! Saudações piscosas, Pedro Caetano Presidente da Liga dos Amigos de Sesimbra


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ATUALIDADE

Centro Paroquial de Bem Estar Social do Castelo de Sesimbra

Quarenta anos ao serviço da população

O Centro Paroquial de Bem Estar Social do Castelo de Sesimbra, tem vindo a desenvolver atividades desde 1973. É uma instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) ligada à Paróquia do Castelo, que depende diretamente da Diocese de Setúbal e indiretamente do Centro Regional de Segurança

Reverendíssima, D. Gilberto dos Reis – Bispo de Setúbal, bem como a diretora de Segurança Social de Setúbal, Ana Clara Birrento em representação do Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora. Na sua intervenção o presidente do centro social, referiu que, “celebrar 40 anos de vida de uma Instituição é mergulhar na sua história e tentar perceber aquilo que foi sendo feito ao longo dos tempos, é recordar tantos rostos que por esta casa passaram, é dar graças a Deus por tanto que foi feito e refletir naquilo em que ainda podemos melhorar”, reforçando ainda que, “temos agora uma casa mais moderna e capaz de responder, com a qualidade de sempre, às atuais exigências”.

Social e Ministério da Educação. A IPSS festejou no passado dia 15 de março 40 anos de existência com a inauguração de novas instalações de resposta social. Presentes no local estiveram várias entidades religiosas, o presidente da Instituição, Padre David Tiago da Conceição Caldas, e sua Excelência

Sesimbra marca presença na BTL O Turismo, aliado ao Mar de Sesimbra, esteve presente naquela que é já considerada uma das maiores feiras de turismo da europa. Entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março, o concelho esteve inserido no stand do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, para apresentar as suas potencialidades turísticas e promover o que de melhor tem para oferecer, como a gastronomia, o património, as tradições ou as paisagens únicas. Com um acréscimo de visitantes na ordem dos 5% face à edição de 2013, atingindo um total de 68.250 entradas registadas, a 26ª edição da BTL – Feira Internacional de Turismo encerrou portas

com a organização a fazer um balanço muito positivo. A BTL recebeu mais de 35 mil profissionais do turismo, registando um crescimento de 9% no número de profissionais estrangeiros que alcançou os 2.882, sendo os profissionais nacionais perto de 33 mil. A edição de 2014 da BTL contou com 36 destinos internacionais, dos quais 11 estiveram presentes pela primeira vez na Feira Internacional do Turismo: Amazonas, Andorra, Áustria, Bósnia Herzegovina, Campinas, Ceará, Filipinas, Gramado, Pará, Timor Leste e Vitória.


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PESCAS

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para o Mar 2013-2020, que engloba a restruturação e reordenamento dos portos de pesca nacionais, é intenção que esse projeto seja contemplado pelo próximo quadro de apoio comunitário. Trata-se de mais um investimento que irá reforçar as condições de abrigo, segurança e de oferta de frente acostável para embarcações de pesca.

“O porto está mais ordenado e a crescer”

Vítor Caldeirinha, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), explicou ao O Sesimbrense de que forma o Porto de Sesimbra tem vindo a beneficiar da implementação de um Plano de Ordenamento e de Intervenções Prioritárias, tendo por objetivo incrementar as condições de operacionalidade. Como avalia o desempenho do Porto de Sesimbra, nas suas diferentes vertentes: pesca, náutica de recreio, mergulho, reparação naval, transformação de pescado? O Porto de Sesimbra tem vindo a beneficiar da implementação de um Plano de Ordenamento e de Intervenções Prioritárias, tendo por objetivo incrementar as condições de operacionalidade para todas as atividades nele desenvolvidas, para além de melhorar a imagem para quem o utiliza e visita. Essas melhorias já são visíveis, o porto está mais ordenado e a crescer, como são bons exemplos a tonelagem de pescado transacionado em 2013, que aumentou 2 mil to-

neladas face a 2012, com um total de 20,6 mil toneladas, bem como, a recente inauguração das novas instalações da ArtesanalPesca, um investimento muito significativo que abre novas perspetivas para as atividade da pesca e transformação de pescado no Porto de Sesimbra. Por outro lado, com o referido reordenamento, também melhoraram as condições oferecidas para os utentes da náutica de recreio, operadores marítimo-turísticos, empresas de mergulho e reparação naval. Como caracteriza as relações entre a APSS e a Autarquia Local? As relações entre a APSS e

Vitor Caldeirinha Presidente da APSS a Câmara Municipal de Sesimbra são cordiais e de franca colaboração, e assim terão de ser, já que a vila de Sesimbra e o seu porto são complementares e promotoras do crescimento da economia da região, na criação de emprego, na pesca, no turismo náutico, entre outros. Qual o ponto de situação da ponte-cais nº 4, que ficou por construir? Será tentado o financiamento no próximo período de financiamento comunitário? Sim, o financiamento da Ponte Cais nº 4 insere-se no Quadro Estratégico Nacional

Cremos que nenhuma empresa de Sesimbra está na Comunidade Portuária de Setúbal. Não seria isso desejável? Ou, em alternativa, criar uma Comunidade específica para o porto de Sesimbra? A Comunidade Portuária de Setúbal é constituída apenas por entidades que exercem atividade no Porto de Setúbal. De momento não está prevista a criação de uma comunidade semelhante no Porto de Sesimbra, no entanto, se for essa a vontade das empresas do porto, vemos com agrado a possibilidade apoiar a sua criação. Como estão a decorrer os investimentos na zona dos antigos pavilhões do Clube Naval? A APSS procedeu a uma empreitada de demolição das antigas instalações, seguida de regularização e infraestruturação do espaço, com a criação de condições para a instalação de dois quiosques destinados a atividades do sector terciário

Pescas - Fevereiro ARTES QUANTIDADES (kg) VALORES (€) 55.065,30

96.379,02

Artesanal

416.533,80

1.554.033,03

Cerco

185.696,60

129.840,87

Totais

657.295,70

1.780.252,92

Arrasto

Inverno e irregularidade da produção de pesca. Nos totais gerais em relação a Janeiro nota-se uma grande discrepância. Salvou-se a Artesanal, como habitualmente. Diminuição de quilos pescados com o decréscimo nos valores vendidos na lota. O cerco também se “safou” devido

à captura sensacional da nossa “Sesimbrense”. A primavera já chegou e com ela o aumento de capturas que, na nossa costa, pela mansidão do nosso mar, a invernia não se fez sentir, como na mor parte dos outros pontos de pesca. Pedro Filipe

arranca com obras de requalificação É já no 2.º semestre, do corrente ano, que a Docapesca, lota de Sesimbra, vai arrancar com obras de requalificação do seu edifício. Orçamentada em cerca de 425.000,00€, esta intervenção consiste na melhoria das infraestruturas, colocandoas em conformidade com as exigências ao nível das normas de Higiene e Segurança Alimentar (HACCP), nomeadamente reparações no pavimento, paredes, instalações

sanitárias e implementação de novos circuitos com vista à melhoria das condições de segurança alimentar. Segundo João Pólvora Santos, diretor da delegação centro sul da Docapesca, está prevista igualmente a instalação de uma nova câmara frigorífica para armazenamento do pescado e a implementação da pesagem e venda em linha, ficando a lota a beneficiar de dois modelos de pesagem diferencia-

vocacionados para a promoção, apoio, e desenvolvimento de atividades náuticas, comerciais e recreativas. Cada um dos quiosques tem uma área coberta de 54 m2 e uma área descoberta a atribuir em função das características específicas da atividade. Presentemente, a APSS encontra-se a preparar o lançamento do concurso público. Tem melhorado muito, nos últimos anos, a remoção de embarcações envelhecidas e desactivadas, mas ainda se vêm algumas. É um problema de difícil resolução? A morosidade da remoção de embarcações está relacionada com questões legais que envolvem diversas entidades, pelo que nem sempre essas operações são realizadas com a brevidade desejável. Será previsível que, num futuro próximo, se verifique escassez de zonas, dentro do Porto, para investimentos como o recente da ArtesanalPesca? Nesse caso, qual poderá ser a solução? Atualmente, cremos que é uma questão que não se coloca, os espaços disponíveis são suficientes para todas as atividades exercidas no Porto de Sesimbra, todavia, a APSS tem por objetivo criar sempre as melhores condições para o crescimento do porto, pelo que está atenta e pronta a encontrar soluções, quando ou se, esse problema surgir no futuro. dos. Foi igualmente efetuada uma outra candidatura ao PROMAR, embora ainda não tenha sido aprovada, que consiste na construção de um novo pavilhão para apoio à descarga e trasfega do pescado capturado pela arte do cerco. Segundo Assunção Cristas, as intervenções realizadas em 17 das 22 lotas do país, das quais Sesimbra faz parte, destina-se a melhorar “as condições de trabalho nas lotas, o que é extraordinariamente importante para quem lá trabalha e também para os consumidores que vêem o seu pescado transacionado em espaços com melhores condições de higiene e sanitárias”. Jovita Lopes


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SOCIEDADE

Original Exposição de Sandra Pita Soares

Sesimbrenses pelo Mundo Nome: Alexandre Marquês Idade: 34 anos Local: Macau A fazer o quê? Profissão? Arquiteto Há quanto tempo? 2 anos (feitos agora em Março)

Qual o principal motivo que te levou a partir? Falta de emprego e poucas expectativas em arranjar. No entanto, sempre quis ter a experiência de ir trabalhar além-fronteiras. O facto de estar em Macau não é apenas por falta de emprego em Portugal. Excetuando a família, claro, de que sentes mais saudades? Além da família e amigos, sinto falta da praia, de conduzir, da comida portuguesa, de esplanadas... De que forma te manténs atento ao que se passa em Sesimbra? Todos os dias leio sites de jornais portugueses, mas raramente têm notícias de Sesimbra. O pouco que vou sabendo é através da família e amigos. De que forma olhas agora para a tua terra a partir daí? De certo modo, a distância fez-me pensar em pequenas coisas o que de outra forma não aconteceria. No entanto, a minha opinião não se alterou. Continuo a achar que há uma série de aspetos menos positivos em Sesimbra. Porém, Sesimbra é um concelho espetacular e com uma grande beleza natural. Como matas as saudades? Skype, chats, mails. A internet ajuda bastante a minimizar a distância.

O projeto é voltar? Vou voltar em Setembro, mas consciente que muito provavelmente será apenas um “intervalo” até encontrar outro local para viver/trabalhar. A intenção é ir um pouco para mais perto de Portugal. O que te fará voltar? Que condições aqui te fariam voltar? Continuo a responder a ofertas de emprego em Portugal e invariavelmente nunca recebo respostas, nem positivas nem negativas. Se arranjar um emprego “digno”, o que cada vez é mais difícil em arquitetura, julgo que voltava sem grandes dúvidas. O que dirias ou que conselho darias a quem hoje está de partida? Aproveitar o novo local para onde se vai viver, a nova cultura, comida, clima. Vão existir dias difíceis, mas isso acontece em qualquer lado. Tem que se aproveitar a nova experiência, sair de casa, conversar, caminhar, viajar... O que custa mais? As saudades da família, amigos e namorada. Tudo o resto é uma questão de adaptação, a comida, o clima, a língua etc. Tudo isso é facilmente acessível, basta termos a noção de que estamos numa cultura diferente, que não é melhor nem pior do que a nossa...é apenas diferente. Mas é essa diferença que a torna interessante e cativante.

O que te atrai mais e menos nesse país? Macau é um bom local para se viver. Gosto muito da cultura, ao princípio tudo era novidade e gostei muito desse aspeto. Gosto das noites quentes, da segurança nas ruas, da facilidade com que se tem atividades. Também gosto do facto de me permitir viajar bastante pela Ásia. Os aspetos negativos são a poluição, uma obsessão exagerada com o consumo, e o facto de ser um território muito pequeno provoca um caos constante nas ruas, mas que de certo modo, acaba por lhe dar alguma “alma”. O que custou mais no processo de adaptação? A língua. Não falar cantonês é um grande entrave na maioria dos casos. Tudo o resto foi relativamente simples. Onde levas quem te vai visitar aí? Gosto muito de andar por Macau antigo, pelas pequenas ruas, becos e normalmente é onde gosto de levar as pessoas. Mas também as levo aos templos, jardins e casas tipicamente chinesas. Claro que também têm de ir aos casinos, é uma realidade muito presente em Macau. Quando regressas a Sesimbra, o que te apetece logo fazer? Gosto de ir para um restaurante/esplanada com amigos e trocar histórias de vida.

Artista de notória originalidade, com coloridas pinturas a óleo e a acrílico, Sandra Pita Soares tem raízes de amizade em Sesimbra e por isso decidiu expor uma apreciada dúzia de quadros inspirados na figura do poeta Fernando Pessoa, beneficiando da colaboração do Restaurante Capítulo, no edifício do Clube Naval, desde 15 de Março, com extensão por algumas semanas.

Sandra merece parabéns e a visita de sesimbrenses para os quais os aspetos culturais da pintura têm sensível significado. David Sequerra

Dia Mundial da Árvore

No passado dia 21 de Março, para assinalar o Dia Mundial da Árvore, foram plantadas cerca de cem árvores autóctones na Várzea da quinta do Conde, Escola Michel Giacometti, Liga dos Amigos da Quinta do Conde, Escola Básica do Casal do Sapo e Parque dos Pinheiros. Nesta iniciativa, participaram algumas dezenas de voluntários, de entre os quais o presidente da edilidade, Augusto Pólvora, que contrinui-

ram para a reflorestação de espaços públicos da freguesia da Quinta do Conde. Sobreiros, pinheiros mansos e salgueiros, foram apenas algumas das espécies plantadas, na mais recente dinamização, do género, na Quinta do Conde. Nos últimos anos, a freguesia recebeu outras iniciativas, nomeadamente Bosques do Centenário, a Festa da Árvore e Reflorestar Portugal, que se traduziu na plantação de mais de 500 árvores.

Proprietários em risco de perder direito a terras, à beira mar Entrou em vigor no início de Janeiro de 2014, a Lei 54/2005, que refere que os donos de terrenos situados nas margens costeiras e fluviais (numa faixa de 50 metros do mar e 30 dos rios) podem vir a perder o direito sobre as propriedades que têm. Estes terrenos passarão

então para o domínio público hídrico se os proprietários não conseguirem provar, no decorrer de três meses e perante um juiz, que já eram privadas há 150 anos. Se a prova não for efetuada pelos proprietários, o Estado pode vir a cobrar uma taxa pela ocupação.


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De Igual Modo

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David Sequerra

Do elogio às razões de queixa

O arranjo assinalável ao piso térreo do “velho” Clube Sesimbrense”, o “Grémio”, bem merece rasgadas felicitações. A sala ficou bonita, bem cuidada, com gosto,

prestando-se uma boa série de actividades culturais, do cinema às palestras, das exposições ao fado. A antiguidade do “grémio” e todo o seu magnífico historial faziam jus à obra levada a cabo, sob o signo de uma renovação que advém, ao que vamos sabendo, da salutar juventude de espírito dos mais recentes órgãos directivos, dispostos a lutar contra uma perniciosa imobilidade. Acresce dizer-se que ganhou novos contornos de entreajuda o relacionamento directo do “C.S.” com a “L.A.S.” È um registo que divulgamos, com justificado apra-

zimento e os votos de um cada vez melhor aproveitamento dos amplos salões do sempre jovem “Grémio”. E venham até nós outras notícias! *** Assim como “produzimos” este tão merecido elogio ao “Grémio”, de igual modo, com idêntica intensidade sem deixar de ser uma crítica construtiva, repetimos as nossas mágoas pelo tão arrastado impasse que se regista quanto às Vilas de Sesimbra (que pena, um tal abandono!) e ao prometido Hotel nos terrenos do Rumina, intitulado “Shell”, radiosa promessa de embelezamen-

to da marginal que é hoje um aleijão de mau registo. Complicações administrativas – burocráticas têm impedido as soluções que tanto se desejam. E pergunta-se: até quando? Sesimbra progressiva, por renovar, precisa desses dois complexos de atracção turística. Sabemos que a edilidade, com particular destaque do seu presidente, tem desenvolvido esforços de condigna resolução desses dois casos de muito interesse regional. E daqui apelamos à persistência de diligências, versus 2015. Sesimbra agradece!

Projeto Social procura parceiros

A Associação de pais do ATL da Associação de Pais dos Alunos da Escola Básica do 1º Ciclo de Sesimbra, com o intuito de dinamizar parcerias com os agentes locais, vai proporcionar aos seus sócios alguns descontos em produtos e serviços, de forma a auxiliar no orçamento familiar. O projeto engloba desta forma alimentação, roupas, calçado, brinquedos e produtos de higiene e limpeza, bem como cuidados médicos e serviços. A associação procura agora parceiros que queiram com eles ajudar as famílias mais carenciadas neste projeto social, pelo que conta com a maior adesão possível por parte de colaboradores e empresas do concelho.

Voluntariado

na Lagoa de Albufeira No dia 23 de Fevereiro por iniciativa da Escola de Surf Rui Meira e com o conhecimento da Câmara Municipal de Sesimbra (CMS), Miguel Farinas deslocou-se com um grupo de amigos à Lagoa de Albufeira para ajudar num ato voluntário da limpeza das suas margens. A limpeza durou quase 20 horas de trabalho por parte de todos. Tendo a equipe voluntária deixado nas margens da Lagoa vários sacos pretos de lixo da CMS cheios de plásticos e madeiras recolhidos por nós. Porém a recolha que deveria ter acontecido não se realizou. Miguel Farinas que habitualmente ali pratica desporto regressou a Lagoa no dia 9 de março e verificou que os sacos pretos ainda se encontravam no local. Lamentavelmente para este voluntário, este ato meritório da população para limpar a Lagoa não teve o sucesso pretendido, pedindo este uma explicação à autarquia.

Musica & cultura em Sesimbra

O Quinteto Português de Metais deu início ao programa da Temporada de Música da Casa de Ópera do Cabo Espichel, no sábado, dia 22 de março, no Largo da Marinha. No domingo, 29 de março as atenções viraram-se para a Igreja Matriz de Santiago, que recebeu a atuação do Grupo Coral de Sesimbra e do Choral Phydellius. Carlos Guilherme e António Vitorino d’Almeida são outros dos convidados desta Temporada de Música, que termina a 20 de abril. Ao longo de quase um mês, o público vai poder assistir a uma dúzia de espetáculos, entre eles uma ópera semi-encenada, intitulada Cosí Fan Tutte, de Mozart, interpretada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, e à estreia de um novo ensemble, dirigido pelo maestro Pedro Casa Nova, atualmente a trabalhar com o Grupo Coral de Sesimbra.

Sesimbra na Rua Augusta

Vão estar patentes até dia 31 de maio, na Galeria Millennium, na Rua Augusta, algumas peças ligadas à história da pesca em Sesimbra, entre as quais uma cabaça, um vertedouro e um pano de rede da traineira integram a exposição Lisboa Pré-Clássica, um Porto Mediterrâneo no Litoral Atlântico. Organizada pela Fundação Millennium BCP, a mostra pretende retratar as ancestrais ligações da cidade ao mar, e a influência dos povos colonizadores do Mediterrâneo até ao estuário do Tejo. Para além de Sesimbra, associaram-se a esta iniciativa outros municípios da região de Lisboa, também eles com maiores ou menores tradições marítimas. A exposição está aberta de segunda a sábado, das 10 às 18 horas. A entrada é gratuita.

Cercizimbra 5ª Caminhada Solidária

É no próximo dia 06 de abril de 2014, que a Cercizimbra irá realizar a 5ª edição da caminhada solidária. A caminhada poderá ser realizada por crianças, tornando-a num momento de família. Mais informações: Tel. 212681335/4243


Observatório

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Debate da Liga Entusiasma a Sociedade Civil

Realizou-se no dia 29 de março o segundo debate da Liga dos Amigos de Sesimbra (LAS), com o tema: A Importância das Pessoas Inovadoras e Criativas no Território de Sesimbra. No início do debate foi a assinado um protocolo entre o Instituto Superior de Educação e ciências (ISEC), a Associação Promotora da Rede Dinâmica XXI (APREDIN) e a LAS. Com a sala completa e intervenções pertinentes, decorreu de forma positiva o segundo debate da LAS que contou com a presença de José Fidalgo Gonçalves, moderador, Cristina Ventura presidente do ISEC, Cláudia Mata, vereadora com o pelouro da saúde e entidades convidadas: Carlos Sargedas da empresa Falcão Azul, e o arquiteto

José Trindade. O protocolo assinado visa, segundo Pedro Caetano presidente da LAS, “o envolvimento prático da academia em debates imparciais mensais sobre os problemas mais relevantes para Sesimbra, promovendo a sua solução no âmbito da sociedade civil, responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e autarquias participadas”. Desta forma o jovem e recente empossado presidente pretende cumprir os estatutos da Liga que desde 1951 referem que se devem promover debates para o desenvolvimento económico, historia, património, educação e cultura de Sesimbra. Para Cristina Ventura, este compromisso entre as três instituições promove: “a prioridade e a reflexão da importância das pessoas na sociedade,

empresas e politica”, acrescentando a presidente que deveriam existir muitos “Carlos, Vandas, pessoas que se empenham e destacam pela inovação em prol das populações e do desenvolvimento”. O convidado Carlos Sargedas empresário do concelho, referiu na sua intervenção, quais as dificuldades com que se depara no seu dia-a-dia na criação e inovação de projetos como o Finisterra, bem como na implementação e desenvolvimento da sua empresa Falcão Azul, no Concelho: “são inúmeras as dificuldades de fazer entender as forças políticas e as direções governantes de que os projetos são uma mais-valia. Muitas vezes as pessoas não estão preparadas para assumir o lugar que ocupam e não entendem as pastas que administram” O arquiteto Trindade referiu que para aprovar uma ideia inovadora de loteamento “é necessário trabalhar muito e ci-

clopicamente para fazer pouco, devido a todos os obstáculos dos burocratas e dos pareceres intermináveis que se contradizem por anos”. No encerramento o presidente da LAS, Pedro Caetano, fez um sumário de algumas das ideias inovadoras vindas da audiência: “Afundar navios antigos no mar de Sesimbra por forma a torna-la ainda mais atrativa como capital nacional do mergulho; Dar condições em Sesimbra aos helicópteros falcão azul por cima do Espichel e Arrábida para serem tão bem sucedidos como atrativo turístico. Misturar em vez de separar os Turistas e os Pescadores fazendo com que ambos se entrusem em atividades como a lota e preparaçâo dos apetrechos, por exemplo com visitas guiadas que não disturbem os pescadores. Em suma promover a implementação e desenvolvimento empresarial quer no turismo, nas pescas, economia local, bem como a qualidade de vida dos sesimbrenses ”. O vice-presidente da LAS, Mário Chagas referiu que: “ Sesimbra tem sido o maior porto de pesca, alternando com Peniche e Matosinhos a liderança, quer em quantidade, quer em valor de pescado. Porém o futuro não se apresenta radioso, comparando a qualidade da infraestrutura de cada um dos portos”, referiu ainda que o atual molho limita o progresso da economia do mar, pois provocou o assoreamento do porto de abrigo, extinguindo as zonas balneares mais pitorescas, descalçando a praia a nascente, não criando condições para a instalação dum estaleiro naval para construção e reparação naval da frota pesqueira ou receber cruzeiros turísticos. terminou dizendo que existe: “a necessidade dum polo de formação e investigação marinha e da economia do mar”.


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CULTURA

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Jovem direcção do Grémio traça balanço “A dinâmica está à vista de todos” vila que amamos.

O Clube Sesimbrense é o mais antigo do concelho de Sesimbra tendo nascido em 1853. Embora nunca se tenha apurado o dia exacto de fundação, convencionou-se comemorar o aniversário a 2 de Fevereiro, data em que foi inaugurada a sua sede definitiva. O fundador do Clube Sesimbrense, inicialmente baptizado de Sociedade Philarmónica e, mais tarde, de Grémio, foi José António Pereira. João Proença atual presidente falou ao Sesimbrense sobre os desafios e dificuldades encontradas. Que balanço faz da atual dinâmica da direcção? O balanço tem que ser necessariamente positivo. Quando esta Direcção entrou em funções, o Clube tinha imensos desafios pela frente, desde o baixo número de associados, à fraca dinâmica cultural e recreativa e mesmo a imagem que os Sesimbrenses guardavam da Associação. Hoje, um ano depois, muito ainda está por fazer, mas o número de sócios duplicou e a dinâmica está à vista de todos. Devagarinho a imagem do clube começa a mudar e verificamos já um acréscimo de sesimbrenses da “velha guarda” que querem ser sócios, quando, se calhar, nunca sentiram essa necessidade. Muito se pode falar sobre estes fenómenos, mas é evidente que estão intimamente ligados com a dinâmica da actual direcção e isso deixa-nos cheios de orgulho do nosso trabalho e dos nossos conterrâneos. Quais as dificuldades que sentiram quando chegaram? Numa primeira fase, estava tudo por fazer. Era preciso ganhar a confiança dos sócios mais antigos. Estes têm hábitos ancestrais que queriam ver respeitados e encontrar soluções que viessem ao encontro das suas necessidades não foi tarefa fácil. Só com a ajuda de um sócio exemplar é que este

primeiro nó foi desatado. Hoje temos este primeiro desafio superado. De seguida era necessário criar uma estratégia que trouxesse as pessoas ao clube. A necessidade absoluta de aumentar o número de sócios era uma prioridade. Não bastava criar uma sala diferente e esperar que as pessoas entrassem. Aqui, mais uma vez se evidenciou que Sesimbra é uma terra viva e cheia de gente com vontade de aprender e ensinar. Apenas três meses após o início do projecto, aulas de música, Kravmaga, Teatro, Noites de Fado, Jam Sessions, Tertúlias Literárias, Concertos, Noites de Cinema, Curso de Fotografia, são apenas alguns exemplos do que Sesimbra tinha para ensinar e aprender. Hoje muito mais se passa por aqui e muitas atividades estão “na calha”. No entanto, muito ainda está por fazer e conquistar. Vamos entrar na segunda etapa da nossa estratégia que passa por consolidar o que se conquistou e reorganizar a estrutura para ser mais eficaz a dar resposta às já duas centenas de sócios que se querem exigentes… Quantos sócios tinham e quantos existem atualmente? De que forma foi feita a captação? Em Março de 2013 o Clube tinha 114 sócios e em Feve-

reiro de 2014 estão inscritos 210. Vejamos, para começar,a quota do clube não é propriamente um impedimento visto que nem sabemos bem há quanto tempo não é aumentada. Em segundo lugar, as pessoas deram um salto de fé e acreditaram no nosso projecto. Acabou por haver, na maior parte dos casos, uma actividade específica que abriu as portas à entrada dos sócios, mas a ideia passa por ter um conjunto de atividades que façam a quota valer a pena. Gostamos de acreditar que até agora estamos a conseguir. Mas, mais uma vez, é um trabalho que está por consolidar. Têm sentido apoio por parte das forças vivas do concelho? Sem dúvida. A Câmara Municipal de Sesimbra foi, em primeiro lugar, um aliado nas nossas estratégias, quer na ajuda logística, quer na comunicação, através do Sesimbr’Acontece e Boletim, e até na parceria em atividades como o “Sempre a Mexer para não envelhecer” que traz ao clube, duas tardes por semana, as Danças de Salão, entre outras atividades. Mas desde logo sentimos também o apoio da Sesimbra FM, Jornal de Sesimbra e Jornal O Sesimbrense na divulgação das nossas atividades.- A Junta de

Freguesia de Santiago dinamizou, nas nossas instalações, a última edição das Festas de Santiago e os Bombeiros ajudaram-nos a transportar o mobiliário que está na sala inferior. Na realidade, sempre sentimos que Sesimbra, de forma geral, abraçou com carinho a ideia de não deixar cair uma das mais carismáticas Associações do Concelho e tudo fizeram para a apoiar. Quais os novos projetos que têm em desenvolvimento? Nesta fase, temos em desenvolvimento as Aulas de Danças de Salão, Dança Contemporânea e Ballet. Sentimos que a dança é uma arte pouco dinamizada e, mais uma vez, por intermédio de Sesimbrenses disponíveis para dar/servir acreditamos que muito em breve teremos estas atividades devidamente preparadas. Estamos ainda a desenvolver aquela a que chamamos de “Dimensão Social” do clube. Queremos neste âmbito dar início a explicações a crianças carenciadas em parceria com as escolas da Vila, criar uma dinâmica de apoio ao Instituto Português de Oncologia (IPO) e ainda fundar um conceito-tipo “Feira da Ladra” na Praça José António Pereira o que, acreditamos, vai trazer pessoas a uma das mais belas praças da Margem Sul. Temos ainda a intenção de iniciar aulas de Canto e Espanhol. Mas todos os dias surgem novas ideias, por isso esta lista é uma lista viva. É, evidentemente, um privilégio estar a viver a experiência de dar origem a tantas oportunidades à população da

Esta direção é a primeira a contar com a presença de uma mulher. As pessoas gostaram dessa mudança? Bem, esta é uma pergunta difícil de responder. Naturalmente que terão existido pessoas que não acharam muita graça, mas a Sofia Mendes faz parte de uma direção eleita em Assembleia Geral de Sócios, por unanimidade, e com voto de louvor com aclamação. A Democracia é isto: os sócios tiveram oportunidade de opinar em caso de discórdia e não se sentiu nenhum tipo de obstáculo, antes pelo contrário, foi até com um sorriso na cara que o aceitaram. Na minha modesta opinião, creio que a esmagadora maioria das pessoas vê nesta mudança um sinal dos tempos e é com muita alegria e sentido de justiça que a equidade entre sexos assume um novo papel na nossa sociedade. Como se sente por ser presidente da direção de um clube com 161 anos? Sinto um nó na barriga. O facto de a Associação ter 161 anos sem nunca ter fechado as portas, - o que significa que sobreviveu a períodos da história que os jovens de hoje não conseguem facilmente imaginar, desde guerras Mundiais, Monarquia, Ditadura ou Implantação da República, coloca a fasquia muito em cima. Naturalmente que ao leme do Clube estiveram grandes homens de coragem e determinação. Estaremos, eu e os meus companheiros de direção, à altura de tamanha honra? Só com muito trabalho e força de vontade é que iremos perceber se sim ou não, mas para já, temos tudo a provar e lutamos todos os dias para que Sesimbra tenha orgulho nestes seus filhos que tudo estão a dar para que a memória desses grandes homens não se dilua no tempo…


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Uma perspectiva da azulejaria de fachada a propósito dos 161 anos de história do Clube Sesimbrense Sou, há mais de trinta anos, vizinho do emblemático Clube Sesimbrense. O “Grémio”, como também é conhecido, é uma instituição que acompanha, quase, a própria existência de Sesimbra, conservando um historial associativo com mais de cento e sessenta anos de História. Para narrar a vivência do Grémio ao longo da sua centenária existência, provavelmente já muitos o fizeram. É indiscutível o seu valor e importância na história de Sesimbra que, desde sempre, foi comparado a um lugar muito restrito e, de certa forma, elitista, para o qual a nova direção, em funções há menos de um ano, pretende inverter esta ideia, dando a conhecer a sua história, sobretudo aos mais jovens. No seguimento desse objectivo, gostaríamos também nós de contribuir com um pequeno texto, em jeito de homenagem, escrevendo algumas linhas sobre a sua “nobre” fachada, que se insere no conjunto da azulejaria que se pode observar em Sesimbra, e que consideramos uma obra que merece um destaque especial. Antes de os descrevermos

e de explicarmos porque os consideramos importantes, vale a pena fornecer alguns dados sobre a sua história. A azulejaria semiindustrial de fachada veio modificar de forma radical a paisagem das urbes citadinas com a afirmação definitiva de uma burguesia ligada ao comércio e à indústria que começou a utilizar este material na decoração das fachadas dos seus edifícios. Para além do brilho Faixa de azulejos Arte Nova junto à cimalha do edifício de motivo dos vidrados e das floral estilizado. cores dos desenhos que mudam consazulejos amarelos, brancos, primeiro lugar pela beleza tantemente com cambiantes azuis e verdes, com desenho e equilíbrio da composição. de luminosidade, as linhas de cubos de 3 lados, criando Em segundo lugar pela apade força dos diversos pauma forte ilusão tridimenrente simplicidade do desedrões conferem novos ritmos sional (à maneira de alguns nho no qual está claramente e uma dinâmica diferente às painéis enxaquetados quiincorporado um longo trabafachadas, valorizando muitas nhentistas), realizou-se uma lho de reflexão. Por último, vezes uma arquitectura cabrilhante recriação da azulepela integração perfeita na racterizada pela sobriedade e jaria tradicional portuguesa, arquitectura, tarefa em que pela monotonia. numa das suas formas mais nada foi desprezado: nem a Quando da construção do puras e esteticamente mais função dos corpos laterais edifício a solução encontrada interessantes. em relação ao conjunto, nem para os azulejos da fachada O tipo de desenho e técos vãos, nem os ressaltos na do Clube Sesimbrense é, a nicas usadas sugerem uma superfície da fachada. vários títulos, notável. Em produção em série, podendo Se tudo isto merece destao padrão pertencer a uma que, o mais importanfase de fabricação artesanal te desta decoração é o marcada não só pelas técnique revelou a azulejacas de fabrico relativamente ria tradicional porturudimentares, mas também guesa e da capacidade pelo recurso frequente ao do azulejo para, por si acabamento à mão. Além do próprio, gerar ritmos e revestimento azulejar, o ediservir de base a comfício mostra na parte superior posições. Optando-se junto à cimalha um friso conclaramente pela valotínuo de padrão vegetalista. rização dos elementos Em nosso entender, pengeométricos e rejeitansamos que os artistas plástido o uso do azulejo cos contemporâneos que se como simples suporte dedicam à azulejaria devem de pintura, mostrandoreflectir sobre esta obra cujo se possuir uma perfeisignificado não pode ser igta compreensão dos norado. Ela constitui, sem azulejos “enxaquetadúvida, uma das vias mais dos” do século XVI cujo interessantes para os camiespírito conseguiu nhos da azulejaria portuguerecuperar numa obra sa do futuro. de indiscutível moderAzulejo de padrão. A estampilha reproduz desenho geométrico fornidade. Apenas com mado por cubos de 3 lados, criando uma forte ilusão tridimensional.

Poesia A ti ... Pai Descalço à chuva e ao vento E sem poder ir à escola Para ir buscar sustento Chegaste a pedir esmola Miúdo traquina Que vias no mar Algo mais longínquo P’rós teus sustentar (…)

Teve cinco embarcações E centena de pescadores Mas o mar sem ilusões É o maior dos seus amores (…) O arrais na sua casa Com os netinhos ao lado Um olhar emocionado Pede a Deus, quase a chorar Por favor, meu salvador Nunca me roubes o mar Porque as pescas meu, senhor Já conseguiram roubar

Vejo o meu querido barquinho Atracado sem pescar Parece dizer baixinho Dá-me água, ,mata-me a sede Porque esta água do mar Já não dá para navegar E com sede de pescar O velho baldeia o barco E depois põe-se a chorar Domingos Lopes

(excertos do poema dedicado ao seu pai, Manuel José Lopes)

LIVRO DO MÊS

Opinião Por Victor Sousa Lopes

O amor colocou-as no centro da revolução que derrubou 40 anos de ditadura em Portugal. E elas cumpriram o seu papel. Em casa, para que a liberdade chegasse à rua. Lutaram nas fileiras da conspiração, dando cobertura a reuniões clandestinas, passando à máquina manifestos, instigando a revolta ou simplesmente “assobiando” para o lado como quem não vê o golpe em marcha. Esta é a história das mulheres dos capitães de Abril. Dina Carvalho foi à guerra, soldado sem bala, com os três filhos à mercê de bombardeamentos. Ateou o mais que pôde o movimento dos capitães. Depois, ajudou Otelo a preparar o plano de operações – ela a tricotar no carro para ele tirar as medidas ao forte de Caxias. Natércia Salgueiro Maia passou a noite de 24 de Abril colada ao rádio. Tantas tardes, ela e Fernando a trautearam Zeca Afonso, e agora a canção como ordem na parada. Pela janela, viu a coluna deixar Santarém. Teresa Alves tremeu a madrugada inteira, não havia cobertores capazes de calarem o frio. A ironia da vida congelava-lhe as entranhas, era filha do Chefe de Estado-Maior da Armada e mulher de um dos líderes do movimento. Aura Costa Martins passou a noite no Mini do namorado, os dois às voltas pela cidade, granadas e uma metralhadora no banco de trás. Gabriela Melo Antunes, menina da fina-flor açoriana, andava nos escritos da PIDE, por comungar “dos ideais” do marido era suspeita. Esta é também a história da única mulher que leu um comunicado do MFA e da mulher que, sem saber, deu nome à revolução, com os seus cravos nos canos das armas. A jornalista Ana Sofia Fonseca, autora de Angola Terra Prometida, conta-nos a revolução dos cravos no feminino, com os seus heróis revelados na intimidade da família. Os momentos decisivos, a última noite, o primeiro dia de liberdade. Num país de homens, as mulheres dos militares de Abril lutaram com as armas que tinham. São personagens de um dos mais importantes acontecimentos do século XX português. Todas elas, cada uma à sua maneira, protagonistas na sombra.


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POLÍTICA

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40 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974, o que ainda o/a inspira a cantar a ‘Grândola Vila Morena’? ‘E Depois do Adeus’ às comemorações da efeméride, o que deverá permanecer do espírito da revolução dos cravos?

BE

O 25 DE ABRIL 40 ANOS DEPOIS Cantar a “Grândola, Vila Morena” e o “Depois do Adeus” é uma expressão de emotividade incontida. E será sempre assim para mim. 40 Anos passados e vividos de forma intensa à volta do que aconteceu antes e após o 25 de Abril de 1974, nunca conseguirei separar a simbologia política da carga emocional que aquelas canções arrastam consigo. Só quem experimentou a queda do regime de Salazar e Caetano pode entender completamente a espantosa popularidade e a força do movimento social que a acompanhou. A esperança foi premonitória, no sentido em que outras revoluções de cariz igualmente democrático surgiram mais tarde noutros países. No nosso país, muitas das esperanças e das realizações pós 25 de Abril foram nomeadamente um Serviço Nacional de Saúde e um Ensino Público de qualidade, bem como um Sistema Nacional de Protecção Social e de Pensões eficaz, os quais correm o risco de serem desvirtuados e de perderem o carácter universal. Ao mesmo tempo, as instituições políticas do regime vêm sendo socavadas pela impossibilidade dos cidadãos controlarem ou influenciarem os seus desti-

nos, seja por que há transferências não compensadas de soberania para instituições europeias não eleitas, seja porque a Troika e outros organismos de natureza semelhante fazem imposições incompatíveis com os próprios fundamentos da democracia, ou ainda por um sistema político governado pelos partidos do costume, que ocupam rotativamente o poder. Tudo isto significa que começa a instaurar-se em muitos sectores da população um sentimento de desilusão, perante os flagelos do nosso tempo e a falta de vontade política de quem nos vem governando para os combater. É o caso do desemprego que está a envelhecer o país, expulsando as novas gerações para o estrangeiro. Como é o caso, também, da política de austeridade, e das enormes desigualdades e pobreza que crescem de forma alarmante. Não há democracia que sobreviva, a longo prazo, a receitas deste tipo. É por tudo isto que, cantar hoje a “Grândola, Vila Morena” ou o “Depois do Adeus”, se converteu num sinal de protesto e de combate. Adelino Fortunato

CDU 40 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974 fica para a história

o movimento social que depôs nesta data o regime ditatorial do Estado Novo. Iniciou um processo que viria a implementar um regime democrático e a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de Abril de 1976. Fica na nossa memória colectiva um país governado por quem tinha como polícia política a PIDE cujo objetivo era controlar a opinião pública. A censura nos jornais e revistas, no cinema e teatro era minuciosa. Quem se opunha era perseguido, preso, torturado e mantido em péssimas condições de sobrevivência em prisões como as de Caxias e Peniche. O regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia determinados monopólios, mantendo a sua política de corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite, onde os direitos sociais e laborais eram inexistentes. Portugal encontrava-se num profundo estado de pobreza tendo como consequência um significativo acréscimo da emigração. Muitos abandonavam o país para escapar à guerra colonial, à prisão e à tortura. O sistema de ensino era insuficiente, tal como o de saúde, sendo privilégio só de alguns. Não existiam partidos políticos e o poder local era nomeado pelo governo. Grandes transformações conduziram à liquidação do Capitalismo

Monopolista, com a Nacionalização dos Sectores Chave da Economia; a realização da Reforma Agrária; o fim da Guerra Colonial; o reconhecimento de um conjunto de Direitos dos Trabalhadores, Salários, Férias Pagas, na concretização de Direitos Sociais Fundamentais, como o Direito à Saúde, Educação, Segurança social e Cultura. Assim, cantar o “Grândola Vila Morena” é celebrar a democracia e homenagear homens e mulheres que lutaram contra o estado novo sem se resignar, sem temer pelas suas vidas. Depois do “Adeus” às comemorações da efeméride, mais do que o espírito da revolução dos cravos deve permanecer a defesa dos seus ideais, os ideais de Abril. Alain Monteiro

MSU

Em cada comemoração do 25 de Abril, cantamos a “Grândola Vila Morena” do Zeca Afonso na esperança que nos inspire e nos leve numa viagem no tempo, e retroceder àqueles tempos conturbados em que o povo, que clamava por liberdade e por democracia, conseguiu derrubar a ditadura. Trouxe o fim ao derradeiro suspiro do monopólio político e sindical que o Estado patrocinava, a morte de um regime económico proteccionista, e o terminus da rígida regulação da educação e das actividades culturais. A revolução dos cravos trouxe-nos a liberdade que há muito ansiávamos, e representou uma vitória sobre a opressão, a censura, a perseguição e a guerra colonial que tantas vidas jovens ceifou. Porém, a história dos últimos 40 anos mostra que somos um país que sente enormes dificuldades de viver em democracia! Na escola, ensinaram-me que a minha liberdade começa onde a do outro termina, isso quer dizer que ser livre é ser responsável! Depois da Revolução, o poder instituído prendeu pessoas de bem e tomou à força empresas e propriedades, em nome de

um pretenso socialismo. É bom não esquecer que isto aconteceu também em Sesimbra! O país passou a ser mal governado, a despesa pública aumentou de forma descontrolada. Passou a haver excesso de funcionários públicos, instituiu-se o caciquismo, a economia foi sendo desbaratada, abandonámos os campos, deixámos de produzir, pagaram-nos para abater embarcações de pesca, tornámo-nos dependentes de uma união europeia, que passou a união económica e monetária. Hoje pagamos muito caro os erros do passado! Por termos uma despesa pública monstruosa cujas receitas fiscais não conseguem sustentar sucessivos governos incompetentes e sem capacidade de gerir as receitas dos nossos impostos. O desemprego aumentou para números nunca antes vistos, a justiça não funciona, as mesmas forças políticas que passaram os últimos 40 anos a adoptar políticas desastrosas, são as mesmas que nos vêm impor sacrifícios, que cortam nos salários e nas pensões de quem descontou uma vida inteira. Estamos mais pobres e mais endividados do que nunca, e não se perspectiva um desenvolvimento económico sustentável, pois os indícios de crescimento, que vão sendo apregoados aos quatro ventos, estão alicerçados em bases muito frágeis. A “terra da fraternidade” onde “o povo é quem mais ordena” é uma ilusão, pois esconde uma realidade bem diferente daquela que a Revolução de Abril quis instituir! As canções de Abril soam desafinadas! Por isso, “depois do adeus” às comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, é preciso dar a palavra ao povo que mais ordena, repensar o sistema político e a democracia, numa verdadeira terra da fraternidade, em que a liberdade, a responsabilidade, a solidariedade e a tolerância andem de braços dados. Só assim estaremos a dignificar o espírito de Abril… Nuno Miguel Ribeiro


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PS

No período que antecedeu o golpe de Estado, o país vivia mergulhado na pobreza e no medo. Com o 25 de Abril de 1974, foi concedida a liberdade ao povo. Festejamos 40 anos de total liberdade no nosso país… Diria até, que este seria o momento chave para uma inevitável paragem, para a realização de um balanço, para uma avaliação consciente com vista ao futuro. Neste (re)começo, ninguém pode ficar de fora, todos os intervenientes com poder decisório devem obrigatoriamente participar ativamente nesta nova partida, neste novo (re)nascer do país, dos partidos à banca, dos empresários aos sindicatos, da saúde à educação, todos, sem exceção, têm a obrigação de pensar, orientar e conduzir o país no sentido da melhoria de vida de todos os portugueses para os próximos 40 anos!!! Não é um dever, é uma obrigação! E quem não se achar competente para tamanha responsabilidade, é preferível nem tentar…Isto porque, vai sendo cada vez mais visível aos olhos de todos, que nos temos vindo a afastar gradualmente dos pergaminhos de Abril, não se respeitando em certa forma, a luta por que muitos se debateram no passado, seja pela defesa dos direitos que deveriam ser inquestionáveis, seja pela conquista de novos direitos. Hoje, vivemos mergulhados numa crise interna sem precedentes, perdemos os empregos, a estabilidade, os bens pessoais, os casamentos, os filhos e, muitos perderam a razão de viver… É um facto que em 40 anos muito pode mudar, as sociedades alteram-se e com elas modificam-se os conceitos e padrões de vida, as economias evoluem e desenvolvem-

se para patamares que dificilmente imaginaríamos. Todos nós assistimos a grandes mudanças de cariz económico e social, sejam internas ou externas, nomeadamente nos países do norte da Europa, mas esses, desenvolveram bases económicas sólidas que lhes permite encarar os desígnios atuais da crise europeia com muito menor dificuldade comparativamente com os países do sul…e para o conseguir, não necessitaram de chegar ao limite de austeridade que os próprios (neoliberais) nos impõem hoje! Será isto justo?! Será esta uma situação justa?! Será por isto que se vai fazendo eco da necessidade de um novo 25 de Abril?! Contudo, do 25 de Abril, deverá permanecer sempre a liberdade e com ela a luta pela defesa constante da melhoria da qualidade de vida de todos os portugueses Pedro Mesquita

PSD Volvidos quarenta anos após o 25 de abril de 1974, achamos pertinente focar várias ideias relativamente à época em que ocorreu a revolução e ao percurso que foi seguido desde então. A primeira é de que é inegável que o 25 de abril foi um momento de clara mudança para Portugal, rumo à democracia plena e ao desenvolvimento económico e social. Um país envolvido numa guerra que ano após ano punha em suspenso a vida de milhares e milhares de jovens e suas famílias, a grande maioria da população afastada dos sistemas de proteção social e de saúde, com uma taxa de analfabetismo elevadíssima, isolado na Europa. Um país à espera de uma saída que a ditadura não seria nunca capaz de obter. A segunda ideia é a de que, apesar dos ímpetos radicais pós-revolucionários a que o 25 de novembro pôs cobro, e da perda de soberania

11 ocorrida após os dois governos socialistas de Sócrates, a qual ainda não está resolvida, valeu a pena o caminho percorrido nestes quarenta anos. Estamos atualmente ainda sob assistência financeira externa, a qual exigiu a tomada de medidas exigentes para restituir a dignidade a Portugal, pelo que os últimos dois anos foram de grande sacrifício para a generalidade dos portugueses. No entanto, Portugal é hoje, passadas estas quatro décadas, um país mais justo, mais solidário, com uma população participante e empenhada, e ativamente envolvido na construção de uma Europa moderna e inclusiva. A terceira ideia é a de que, claramente, vale a pena continuar a evocar esta data, não apenas numa perspetiva romântica ou nostálgica, mas sim de comprometimento com a urgência diária de mudar, de eliminar injustiças, de sermos um país social e economicamente mais coeso. É cada vez mais importante não estar apenas preparado para a mudança mas também fazer a mudança, criar novas envolvências, construir um Portugal virado para o futuro e que se obriga a não deixar ninguém de fora, a não deixar ninguém para trás. A quarta ideia é a de que nós, PSD, também somos um produto de abril. E, como tal, continuamos hoje a abraçar, como sempre o fizemos, o sonho de sermos fator de mudança, catalisador do desenvolvimento de Portugal, espaço de liberdade e de tradução da vontade da população que compõe o nosso país. É esta a nossa matriz e é isso que nos norteia. O PSD também é abril. Abril também é PSD. A Comissão Política da Secção de Sesimbra do PSD

Opinião Por Felix Rapaz

Não interessa se vamos muito devagar o que interessa é nunca parar. Confúcio. A liberdade, igualdade e fraternidade são a trilogia que, desde a revolução Francesa, constitui a marca identificadora da civilização moderna. A política está muitas vezes, ao serviço de grupos e interesses que menosprezam os fundamentos da nossa civilização. Podia reforçar a afirmação anterior com muitos acontecimentos, no entanto, deixo dois exemplos que considero interessantes: Galileu foi obrigado a retratar-se pela inquisição, em 1633, por ter afirmado, contra a doutrina da igreja, que a terra se movia à volta do sol; Lyssenko, cientista soviético, em nome do materialismo dialético foi ao extremo de “decretar” que a biologia de Mendel era burguesa. Nos nossos dias o ultraliberalismo de Friedrich Hayek (na próxima crónica vou aprofundar o seu pensamento) devasta o Estado Social e a vivência dos portugueses. Em Portugal a maioria da população está empobrecida, a esmola tornou-se característica oficial, o desemprego teima em aumentar; os ricos estão cada vez mais ricos, numa afronta que explica os dez por cento do produto interno bruto auferidos em 2013, essas fortunas correspondem ao 16,7milhões de euros distribuídos por vinte e cinco famílias. Está mais que provado que este governo arrasta a Pátria para o desespero, por pura inclinação ideológica. A Ação política é frequentemente antiética, submete-se aos interesses dominantes, às vantagens financeiras, ao atrativo mediático, ligado aos grandes grupos económicos, que explora a credulidade popular. Por estas razões entendo que se assiste a uma crise de regime e ao descrédito das instituições democráticas. Torna-se indispensável investir no conhecimento e na cultura, reinventar a educação, premiar a iniciativa, promover a inovação e desenvolver a economia da qual depende a prosperidade de todos. Apesar de tudo olho para o futuro sempre com confiança, mas com alguma apreensão. O nosso sistema de organização social apresenta evidentes sinais de desgaste que afeta todos os agentes políticos. Corre-se o risco de as populações perderem, em grande medida, o sentido da necessidade de participação na vida política nacional. É necessário convicção e firmeza para que os cidadãos compreendam as opções que se oferecem e não pensem que existe um único caminho ditado por condicionantes externas que dispensam a sua escolha e decisão democrática.


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Associativismo

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Uma forma útil de preencher o tempo livre Liga homenageia Mulheres de Sesimbra

A Liga dos Amigos de Sesimbra realizou no dia 8 de março uma distribuição de flores, como forma de homenagear as mulheres de Sesimbra. A iniciativa foi realizada mediante oferta de três floristas que doaram à Liga mais de 200 flores. As mesmas foram distribuídas no centro da vila junto ao mercado e no jardim muni-

cipal, por Cláudia da Silva, membro do conselho fiscal e Florinda Afonso, membro da assembleia geral, com a colaboração de Ana Luísa Bento colaboradora da Liga. Recordemos que no Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque, fizeram uma enorme greve, de forma a reivindicar melhores condições de tra-

balho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens e o tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Portanto dado este acontecimento na vida da Mulher, a Liga quis celebrar a data oferecendo uma flor símbolo de paz e harmonia.

Sociedade Musical de parabéns No dia 19 de abril a Sociedade Musical Sesimbrense, faz um Século de existência. Esta data é um marco e uma referência histórica na sua vida evocando o trabalho realizado e os desafios futuros.

A Sociedade tem agendados para o decorrer do mês de abril um conjunto de eventos comemorativos, entre os quais um Desfile de Saudação, com a colaboração das Associações do Concelho, no dia 13 de abril pelas 15h00. A concentração será no parque de estacionamento do Hotel do Mar e o percurso realizado ao longo da marginal, com paragens no Largo da Marinha para uma breve actuação do Rancho Folclórico da Quinta do Conde e em frente à Sociedade Musical para uma pequena demonstração individual das estruturas participantes. No dia 19, dia do aniversário, irá realizar-se a Sessão Solene do centená-

rio pelas 16h00 no Cineteatro João Mota. No dia 26 de Abril, pelas 10:00h realiza-se a missa de Sufrágio pelos associados e músicos falecidos, bem como uma romagem ao cemitério. No dia 27, pelas 16:00h, uma apresentação da Banda Filarmónica de Vila Fresca de Azeitão, na sala Plinio Mascão. E para encerrar o programa de Abril, um Jantar, no Hotel Sana Parque, pelas 20:00h. A Sociedade Musical Se-

simbrense é uma instituição de Utilidade Pública e conta com 1200 associados, escola de dança e de música e aulas de karaté. Em 2005 nasceu a Orquesta Orff, através de um protocolo com a Câmara Municipal e o Agrupamento Vertical de Escolas de Sesimbra - Castelo Poente.

O projeto Bolsa Local de Voluntariado (BLV), surgiu no ano 2011 (Ano Europeu do Voluntariado e da Cidadania Ativa), resultante de uma parceria entre a Divisão de Habitação, Ação Social e Saúde e o Gabinete Municipal da Juventude. São vários os projectos inovadores do gabinete que daremos a conhecer. Caracterizado por um espaço de encontro entre as entidades do concelho que promovem atividades abertas ao voluntariado e todos aqueles que pretendem despender o seu tempo livre a ajudar os outros, este projecto pretende promover o cruzamento adequado entre a oferta e a procura de voluntariado no concelho. De entre os mais variados projectos inseridos na BLV, destaque para o Voluntariado Jovem, que ano após ano, tem conquistado um papel preponderante junto da sociedade. Para os intervenientes, o voluntariado jovem é sem dúvida uma forma útil de preencher o tempo livre, possibilitando uma iniciativa de ação social e formativa, tornando-se sinónimo de empenho por parte da juventude que poderá envolver e cativar a energia de outros jovens. Conheça alguns desses projectos, que integram a BLV, sobretudo os que estão actualmente relacionados com o Voluntariado Jovem. Ond@Voluntária - Apoia o atendimento ao público nos espaços das Lojas Ond@Jovem, possibilitando aos jovens um primeiro contacto com a atividade profissional, facilita a posterior integração no mercado de trabalho e promove atitudes ativas na construção do futuro pessoal e profissional. Hortas Solidárias Urbanas da Quinta do Conde - Promove a agricultura num modo tradicional de cariz tendencialmente biológico, como atividade de lazer ou como complemento económico. AnimeNatura – Sensibiliza os jovens para a questão da proteção do meio ambiente e do conhecimento da vida selvagem, como meio de garantir a biodiversidade local. Serviço Voluntário Europeu - Promovido pela Comissão Europeia, proporciona oportunidades de mobilidade e de participação ativa, criando um espaço europeu de cooperação, assente na educação não formal. Se pretende conhecer melhor, estes e outros projectos existentes na BLV, consulte o site da autarquia. Caso pretenda estar atento às últimas novidade de oferta e/ ou procura relativamente ao voluntariado jovem, como por exemplo, a participação na final da UEFA Women’s Champions League da UEFA Champions League, a título nacional, aceda ao Gabinete Municipal da Juventude, através do facebook Onda Jovem Sesimbra. Jovita Lopes


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Anos 60: Quando a Rua Cândido dos Reis era o centro comercial de Sesimbra terminal de camionagem das firmas João Maria dos Anjos e Covas e Filhos, ficava no passeio ao centro do largo a oficina de funileiro do Sr. Alberto Mira, seguia-se o histórico Chico da Cooperativa do Sr. Coelho, Amilcar, Armando e Rita com café e o exclusivo da famosa ginjinha “Coelho” e dos afamados bolos “zimbros”, na cave uma mesa de ping-pong onde muitos rapazes aprenderam a dar os primeiros toques na modalidade. Na esquina em frente, a categorizada mercearia recheada de bons produtos da família Jonas Cardoso, e em frente ficava também a estância de madeiras e produtos para a construção civil dos mesmos proprietários. Ao lado ficava a mercearia do Sr. Carlos Estevão e a emblemática taberna

do Sr. Júlio Pinhal, em frente a loja de fazendas do Sr. Fonseca paredes meias com a mercearia do Sr. Pedro Vieira e D. Libentina. Junto a esta ficava a papelaria e barbearia do Sr. Domingos Cagica, a funerária da D. Heleodora Cardoso, a que se seguia o ourives Sr. Alfredo e a pastelaria Tamar de Jeremias Pinto com as famosas “tamarinas” confecionadas pela sua esposa D. Angeolila. Do outro lado da rua ficava a barbearia do Sr. Alfredo Batista, a taberna da D. Maria Antónia e a barbearia do Sr. José Carapinha, e, ainda o depósito do pão com D. Candinha ao balcão. Mais a sul da rua a loja de fazendas do Sr. Simões, a colchoaria do Sr. Manuel Joaquim Rosa e mais tarde o estabelecimento da UCAL. E esta

primeira grande parte da rua encerrava com a UCAL. A segunda parte deste centro comercial, digo Rua Cândido dos Reis, abria com o adro da Igreja do Espírito Santo, e nele integrada a farmácia Lopes, e ainda, durante algum tempo a biblioteca municipal e o posto de turismo. Mesmo em frente ao adro e a descer a rua colocavam-se as três grandes lojas de fazendas: a popular do Luís Nunes da Costa (vulgo Zé Borges), a loja do Povo de Adelino José de Carvalho e a casa Cheis de José Franco Cheis. Entaladas entre estas lojas de fazendas havia a drogaria do Sr. Celestino Cheis, a mercearia do Sr. João Figueiredo Rasteiro e o talho do Sr. Emídio. Discretas mas vivas, ainda do mesmo lado da rua a barbearia do mestre Adelino com taberna e jogo de matraquilhos, frequentada pela juventude da época, com os famosos empregados Lopes e Raul, e, ainda a sapataria do Sr. José Miguel. Em oposição, do outro lado da rua distinguiam-se a cabelei-

José João Pinto Matos Carvalho, comerciante

A Maria Helena partiu. Perdemos uma amiga. Por Alda Gago A notícia deixou-nos a todos perturbados. A Maria Helena Laureano, colega e amiga de muitos sesimbrenses, e de nós, professores da Escola Secundária de Sampaio, faleceu em Lisboa no dia 6 de Março. Deixo aqui um singelo testemunho de Amizade, que escrevo também no plural, porque, tenho a certeza, interpreto o sentir de muitos colegas e amigos. Conheci-a na Escola Primária de Sesimbra, nos anos setenta, onde ambas lecionámos, e logo percebi que se tratava de alguém diferente. A sua alegria contagiava e muitas colegas queriam ficar no turno da manhã para estar perto dela. Eu, novata, fiquei no turno da tarde, o que não impediu que aí nascesse uma grande amizade. Mais tarde, na Escola Secundária de Sampaio, um dia chamei-lhe “ mãe profissional”, tal a influência que exerceu em mim. A Maria Helena era uma professora competente, organizada, solidária, que transmitia segurança e boa disposição a qualquer grupo que integrava. O teatro era a sua paixão, por isso encenou várias peças na escola, organizou festas, preparou visitas de estudo inesquecíveis e com tal entusiasmo, que conquistou um lugar especial nos corações de quem com ela conviveu. Citando a colega Idalina Costa: “ A Maria Helena, além de ter sido sempre uma excelente colega de trabalho, tinha o condão de nos alegrar e nos fazer esquecer as agruras da profissão”. Nos últimos tempos percebemos que não estava bem, ainda assim, não se lhe ouviu nunca um lamento ou um queixume. Preferia a piada, o comentário jocoso, contrariando o jeito lamurioso de ser português. Descansa em Paz, Amiga. Nós agradecemos as lições de vida que nos deixaste.

Foto de arquivo

Quando comecei a trabalhar em 1959, com 13 anos com a categoria de marçano na firma Adelino José de Carvalho e Filhos, Lda. na Rua Cândido dos Reis, nº30 esta era o coração comercial da vila de Sesimbra. Os Bombeiros situavam-se no topo da rua, a que se seguia o armazém do almocreve Sr. José Bastos Rasteiro, depois o armazém do Sr. Francisco Rasteiro com o negócio de sal e o posto da GNR, ao lado a oficina do Sr. António da Roda com soldaduras e ferragens (mais tarde o meu amigo Sr. João Aldeia e o irmão Fortunato), depois o posto dos correios com chefia da D. Antónia e o Sr. Oliveira, em frente a estalagem do Sr. Ângelo Macedo e antiga Igreja matriz de Santiago. No largo da igreja onde se situava o

reira Romilda e o fotógrafo Sr. Américo e a mercearia e sapataria do Sr. Guerra fechando este quarteirão com o fino café restaurante Chagas. Por fim, a terceira e última parte da rua, antes de esbarrar na fortaleza, termina com o pequeno largo onde se distingue a pensão Chique, a mercearia do Zé Casaca, a taberna do Sr. Manuel (Nhéu) e o café Atlântico de Rafael Soromenho, gerência de Ítalo e Rafael, com Teixeira e liderar a esplanada. Logo à direita a fechar a rua o Sr. Agostinho dos bolos e a pastelaria Marzul de Emídio Tomé e à esquerda a afamada Casa Mateus, o grande Restaurante de Sesimbra na época. Quando acabei de escrever esta história adormeci e sonhei que a Rua Cândido dos Reis estava revitalizada e era de novo o centro comercial de Sesimbra. Pura ilusão! Fruto de alterações sociais diversas e com os governantes do poder central e local a praticarem a política do “cavalo do inglês” o pequeno comércio não tem hipóteses de sobrevivência, e parece-me que pelo menos por ora a revitalização da rua não passa de um sonho. Esperam-se melhores dias!


DESPORTO

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Marco Paixão

HORÓSCOPO

Com um pé no mundial...

O Sesimbrense, Marco paixão avançado do Slask é o segundo melhor marcador do campeonato da Polónia. A representar o Slask Wroclaw, o avançado português, de 29 anos, já ultrapassou a barreira dos 20 golos esta época. O seu sonho passa agora por entrar para um clube europeu, mas também em ajudar a Seleção Nacional no Mundial do Brasil.

Este sesimbrense é o segundo melhor marcador português no estrangeiro, esta época, atrás de Cristiano Ronaldo, pelo que não é uma situação impossível, pois, as opções de Paulo Bento são escassas na posição nove. À Antena 1, o jogador confidenciou: “Tenho 16 golos na liga polaca, um na Taça e cinco na Liga Europa. É a minha melhor época de sempre”, acrescentando, “acredito que este

Sesimbra recebe Regata de Vela Adaptada

O Clube Naval de Sesimbra em parceria com a Cercizimbra e a APCA - Associação Portuguesa da Classe Access, organizou nos dias 29 e 30 de Março na baía de Sesimbra uma Regata de Vela Adaptada, a primeira prova de apuramento para o Campeonato Nacional na Classe Access. O recente protocolo celebrado entre a Cercizimbra e o CNS permite a possibilidade da participação de atletas sesimbrenses em futuros eventos de vela adaptada, enaltecendo desta forma mais uma vez o trabalho desenvolvido por este clube. Outra prova que passou pelo mar de Sesimbra foi o troféu Fernão de Magalhães, de vela de cruzeiro promovida pela Associação Naval de Lisboa, com o percurso Oeiras - Sesimbra - Oeiras, que teve o acolhimento dos veleiros em competição no clube naval.

ano vou dar o salto para um grande clube europeu, para uma das melhores ligas. Tenho qualidade, potencial, talento, os números estão à vista. O Cristiano é um monstro, mas a seguir a ele sou aquele que mais se tem evidenciado a nível de golos e eficácia. De certeza que Paulo Bento deve estar atento a isso, pela minha parte, eu estou confiante e motivado para poder ajudar a Seleção”.

TÉNIS

Torneio Primavera

Realizou-se no passado 22 e 23 de Março, na Academia Ténis Parque no Barreiro, o Torneio Primavera, inscrito no calendário nacional da Federação de Ténis. Fábio Rocha do CETSesimbra, sagrou-se uma vez mais campeão, num local onde tem arrebatado vários títulos. Desta vez o jogador sesimbrense derrotou na final o nº 16 da classificação nacional, Pedro Estêvão do Clube de Ténis de Setúbal, pelos concludentes parciais de 6/1 e 6/3.

Campeonato regional de Inter Clubes Veteranos +45 A equipa de Veteranos +45 do CETSesimbra, derrotou no passado domingo(23/3/014) a congénere do C.R.D. Brasileiro - Rouxinol(Corroios) por 4 - 1. Com esta vitória, em encontro disputado no Centro Municipal de Ténis de Sesimbra, a equipa sesimbrense em data a designar,irá disputar o encontro de acesso à final, com a forte equipa da Academia Venda do Alcaide (Pinhal Novo).

Desporto para todos As águas cristalinas repletas de vida, as praias selvagens, as grutas e falésias embelezam a linha da nossa costa. Dispondo de praias orientadas a Sul e a Ocidente, o nosso Concelho harmoniza características magníficas, e únicas, para a prática de quase todos os desportos náuticos. As praias abrigadas privilegiam a prática de desportos como a vela, a canoagem, o windsurf, a pesca desportiva e o mergulho. No Meco e na Lagoa encontramos condições ideais para os amantes das ondas e do vento. No Porto de Recreio, o Clube Naval de Sesimbra desenvolve aulas de canoagem e de vela. Ao fim de semana é comum avistarem-se da vila os canoístas e velejadores, que exploram o mar da nossa costa. Nas águas abrigadas do Porto de recreio, os mais novos ficam protegidos a aprender as primeiras pagaiadas, até estarem aptos para remadas em águas mais agitadas. A pesca desportiva é também uma solução para quem gosta de desfrutar do mar. Assim como os navegadores de recreio, que podem procurar o abrigo da Marina do Clube Naval. Para os amantes do Surf, o Surf Clube de Sesimbra também promove muitas vezes as suas atividades na praia de Sesimbra. Já a Lagoa apresenta condições de excelência para a aprendizagem de windsurf e kitesurf. Por vezes, é possível encontrar alguns corajosos, que se aventuram nas fortes ondas, que contrastam com as calmas águas da Lagoa. Para quem deseja aventurarse apenas por um dia, numa vertente mais comercial, existe a empresa Vertente Natural que, para além de promover outras atividades, foi pioneira no “coasteering”, que consiste no movimento ao longo de uma zona de costa rochosa, a pé ou a nado, sem o auxílio de barcos, pranchas ou outras embarcações. Ângela Baptista

Tiago Lopes


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Dinamizar Ainda Mais o Carnaval de Sesimbra O primeiro debate que ocorreu no dia 22 de Fevereiro, já referido anteriormente, falou sobre os desafios e oportunidades do Carnaval. Estiveram presentes na iniciativa a presidente da Assembleia Municipal, Odete Graça, a vice-presidente da câmara Felícia Costa, a presidente da Junta de Freguesia do Castelo, Sara Almeida e o membro da Assembleia de Freguesia de Santiago, João Narciso. De casa cheia, a tendo aceite o desafio as escolas de samba na pessoa dos seus dirigentes marcaram presença a Bota no Rego, Dá que Falar, Saltaricos do Castelo, Unidos de Vila Zimbra e a Associação Bigodes de Rato (as escolas da Quinta do Conde Corvo de Prata e Batuque do Conde foram convidadas mas não puderam comparecer). Odete Graça lançou o mote para o debate afirmando que: “a Liga poderá resolver, com empenho nestes debates, o deficit de discussão que tem ocorrido na sociedade civil. Todos nós temos o compromisso de dinamizar a vila.” Fernanda Alves foi a oradora principal, referindo o “aspeto mágico do carnaval”, enfatizando que “esta acontece não apenas pondo uma mascara, mas agindo e vivendo como se fosse uma personagem real.” Todos consideraram positivo o enquadramento do desfile à beira mar, a confraternização inter-geracional, o enraizamento cultural e histórico do carnaval, a metamorfose das mascaras e bailes antigos para o samba atual e a contribuição das escolas em recriações históricas. Felícia Costa concluiu que “o carnaval de Sesimbra está de boa saúde.” As escolas foram quase unânimes em considerar negativo “que muita gente na vila lucre com o carnaval mas se esqueçam das escolas.” Por isso se debateu bastante como compensar o esforço e investimento das escolas juntando todas as partes interessadas. Por exemplo a constituição de um órgão ou comissão coordenadora saída das escolas de samba. Outras soluções foram revisitadas, propostas e discutidas: Sambodromo, circuito fechado e pago, turistas pagantes participantes, desfiles em outras alturas do ano, parcerias com o comércio e hotelaria local vendendo pacotes turísticos, taxa de carnaval, mais solidariedade dos comerciantes e hotéis em bens ou géneros.


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