O Sesimbrense - Edição 1185 - Abril 2014

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LIGA DOS AMIGOS DE SESIMBRA

O SESIMBRENSE JORNAL INDEPENDENTE PARA DEFESA DOS INTERESSES DO CONCELHO DESDE 1926

Fundador: Abel Gomes Pólvora

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Edição Online: www.osesimbrense.com.pt

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Diretor Interino: Pedro Caetano

ANO LXXXVIII • N.º 1184 de 1 de Maio de 2014 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. • DE00722014RCMS/RL)

Quinta do Conde já tem António Júlio Cruz fala do Universidade Sénior desporto subaquático Página 12

Página 8

Festividades do Senhor das Chagas Página 12

Página 9

A “Música” celebra cem anos

Páginas centrais


O SESIMBRENSE | 1 DE MAIO DE 2014

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nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266 nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74 nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 Caixa Geral de Depósitos 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 Millennium BCP 707 50 24 24 BPI 21 720 77 00 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

EDITORIAL

Farmácias de Serviço

Contatos uteis

CADA VEZ MELHOR!

Com o apoio:

Farmácia da Cotovia Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

212 681 685

Farmácia de Santana Estrada Nacional 378, Santana

212 688 370

Farmácia Leão Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

212 288 078

Farmácia Lopes

Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Edição publicada segundo o novo acordo ortográfico

“Cada vez melhor!” disse-nos o nosso Tesoureiro da Liga dos Amigos de Sesimbra (LAS), José Embaixador, no final do 3º debate promovido pela direção da LAS, eleita pelos associados, para o biénio 2014-2015. Demonstração de “Liderança”, afirmou o nosso Vice-presidente, Comandante Manuel Henriques, recordando a sua formação nos Estados Unidos, onde aprendeu que uma tripulação unida (Sesimbra), com todos a remarem para o mesmo lado (Desenvolvimento), ultrapassa obstáculos e chega longe. “Excedeu as expectativas. Bom exercício de cultura geral Sesimbrense que contribuiu para todos os presentes saberem ainda mais sobre a terra”, opinou o nosso Presidente do Conselho Editorial, David Sequerra. “Debate proveitoso e muito participado em favor de Sesimbra. A nova direção da Liga está a conseguir que os Sesimbrenses gostem destes debates, que ajudam a despertar esta terra que, em parte, estava adormecida,” foi o sumário do nosso Presidente da Assembleia Geral, Pedro Filipe. Isto a propósito do nosso debate sobre Associativismo, com moderação de José Fidalgo. Participaram associações com diferentes mas nobres propósitos, desde a proteção dos animais ao combate ao preconceito (desmistificação da nudez no Meco), da ajuda aos idosos à formação dos jovens, do apoio aos deficientes à música e desporto. O debate foi vivo, uns defendendo que “nós os cidadãos é que temos obrigação de nos organizar e resolver problemas” (Teresa Mayer) e outros “que o estado não cuida das pessoas e relega para os cidadãos essa tarefa” (Vice Presidente CMS Felícia Costa). Ficámos sensibilizados com a presença dos dirigentes das outras ligas concelhias, Liga dos Amigos

da Quinta do Conde e Liga dos Amigos da Lagoa de Albufeira. Apreciámos, por acreditarmos que a Quinta do Conde é um dos locais mais aprazíveis do país para as famílias viverem, que o Presidente da Junta da Quinta do Conde, Vítor Antunes, afirmasse que “Este concelho acolhe pessoas de todos os cantos do mundo!” Como Presidente, com a honra de ter sido convidado pelo sócio nº1 e eleito por unanimidade pelos associados da LAS, para a dirigir nos próximos dois anos (Artigo 10º dos estatutos) e representando a Liga (21º), estou convicto que, desta forma, continuaremos a dar vida aos estatutos, com empenho, não tolerando quem queira desvirtuar esta clareza estatutária. Os estatutos dizem, ainda, nos artigos 3º e 4º que defenderemos “os interesses culturais, económicos e sociais do concelho,” através da “colaboração com órgãos autárquicos”, “conferências” e “divulgação” e “apoio” a todos os que queiram “preservar” e “desenvolver” Sesimbra. Tudo isso estamos a cumprir, tudo isso continuaremos a cumprir. Pedro Caetano Presidente da Liga dos Amigos de Sesimbra


ATUALIDADE

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Centro Comunitário da Quinta do Conde

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Tony da Marisqueira

Ex-libris Sesimbrense

Campanha de limpeza de Praia da Lagoa de Albufeira

Realizou-se na manhã do dia 12 de Abril, uma campanha de limpeza da Praia da Lagoa de Albufeira. No local, compareceram voluntariamente, cerca de 50 pessoas, oriundas do Centro Comunitário da Quinta do Conde, da EB1 de Alfarim, do Jardim de Infância de Alfarim, das Aldeias de Crianças SOS, da Igreja Evangélica da Ação Bíblica, do Surf Club de Sesimbra, entre outros. Desta iniciativa, organizada pelo Centro Comunitário da Quinta do Conde, em parceria com a Câmara Municipal de Sesimbra, Eleva-te, Anime, Surf Clube de Sesimbra, JI de Alfarim e EB1 de Alfarim, resultou a recolha de 29 sacos de lixo.

Apanha de Bivalves na Lagoa de Albufeira De acordo com a última atualização, realizada a 23 de Abril, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), várias zonas do país encontram-se interditas à apanha e comercialização de molúsculos bivalves, devido à presença de toxinas marinhas. De entre as várias zonas referenciadas, encontra-se a Lagoa de Albufeira – LAL, onde à data, se encontrava reclassificada temporariamente

e/ou interdita temporariamente a apanha e captura, com vista à comercialização e consumo, todas as espécies de bivalves, à exceção da amêijoa-japonesa, amêijoa-macha e amêijoa-boa, devido à presença de fitoplâncton produtor de toxinas marinha ou de níveis de toxinas ou de contaminação microbiológica acima dos valores regulamentares, que poderão provocar intoxicação diarreica.

O passado dia 21 de Abril ficou marcado pelo início das obras de demolição do antigo restaurante “A Marisqueira Tony-Bar”, sito no Largo de Bombaldes em Sesimbra. No ano de 1958 o Sr. António da Luz Alves; o “Tony” normalmente como é conhecido, conseguiu o trespasse para uma taberna. Como em tudo na vida, o negócio evoluiu e poucos anos depois, surgiram os primeiros turistas que primavam com a sua presença no estabelecimento. Passaram de boca em boca as impressões do local, do serviço e da região quando regressavam aos seus países de origem. Após do 25 de Abril, reabriu as portas, com novas funcionalidades que o tornaram ainda mais apelativo: um mix de restaurante, cervejaria e marisqueira. Posteriormente acrescentaram

um fogareiro que fazia as delicias de quem o frequentava e também dos transeuntes que passavam. Recordo-me dos peixes frescos e também dos mariscos que serviam aos clientes, vindos diretamente dos viveiros junto da Doca. Tive o privilégio de jantar algumas vezes numa sala cheia de fotografias que recordavam momentos de confraternização ao longo dos anos de quem o frequentava. Este restaurante tinha uma identidade muito própria que só alguns locais conseguem transmitir e marcar-nos positivamente: seja pela localização; o ambiente, a gastronomia e o serviço prestado. Lamento o fim da Marisqueira, mas espero que desse local renasça um edifício que dignifique o casco urbano de Sesimbra, preserve a imagem dos casarios envolventes e que seja uma mais valia para a promoção turística de Sesimbra, segundo consta os atuais proprietários pretendem criar um equipamento de alojamento conjuntamente com um restaurante, o que é uma boa noticia, pois, será mantida a vocação pitoresca do local, reforçando a oferta turística de Sesimbra. Para finalizar gostaria de sugerir, que no local fosse descerrada uma placa alusiva à história deste ex-libris, que na sua longa atividade de funcionamento levou a gastronomia, a história e a cultura sesimbrense e portuguesa aos quatro cantos do mundo. João Silva Santos


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4 23 milhões de euros foi o volume de negócios em 2013

PESCAS

Sesimbra lidera nas pescas

A Câmara Municipal de Sesimbra anunciou que, em 2013, a lota de Sesimbra foi uma das mais importantes do país ao registar o primeiro lugar a nível nacional, com 20 800 toneladas de pescado descarregado, e o segundo lugar em valor, com perto de 23 milhões de euros. Segundo informação da autarquia em relação à faturação, a lota de Sesimbra foi superada apenas pela lota de Peniche, que registou mais de 28 milhões de euros. Relativamente a 2012, Sesimbra teve um aumento de 2000 toneladas em capturas, e uma diminuição de um milhão e quinhentos mil euros, o que se deve ao abaixamento do preço médio por quilo. No comunicado refere-se ainda que: “No total da Delegação Centro Sul, Sesimbra representou 61 por cento

das descargas, e 50 por cento em valor. Estes resultados foram determinantes para o primeiro lugar obtido por esta Delegação a nível nacional, com quase 34 000 toneladas, mais de 2500 toneladas do que em 2012, e o segundo lugar em valor, com mais de 45 milhões de euros vendidos, menos um milhão e trezentos mil euros do que no ano anterior”. As quantidades capturadas superaram em 500 toneladas o total de pescado descarregado na Delegação

Pescas - Março ARTES

QUANTIDADES (kg)

VALORES (€)

73.901,00

103.896,04

Artesanal

573.636,60

1.981.685,07

Cerco

551.564,20

161.597,61

1.199.101,80

2.247.178,72

Arrasto

Totais

A proximidade da Primavera trouxe mais alegria às pescas. Houve aumento de produção em quase todas as artes de pescas. Nos totais gerais nas quantidades tivemos mais 6.000kg e na lota vendeu-se, também cerca de 6000 euros mais. O tempo calmo e as correntes marítimas amainadas tornam as pescas mais produtivas. Abril era começo das armações à valenciana que normalmente, em Maio, Junho e Julho, inundavam a nossa costa de peixe miúdo, sobretudo carapau e sardinha mais frequente no estio. Alegria esfusiante que

enchia de alegria os pescadores, armadores de pesca e tudo se movimentava na vila à volta dessa riqueza momentânea que a todos contagiava. Hoje perdida essa mais real valia, tudo se alterou e os “sábios” das pescas têm permitido o seu decréscimo mercê de uma política errada do sector, diminuir o crescimento das espécies e um Parque Marítimo feito em “cima do Julho” que não serve os interesses da pesca e pescadores. Que Deus nos ajude a ter capacidade para alterar estes erros que têm contribuindo para o atraso do sector. Pedro Filipe

Sul, que inclui todas as lotas do Algarve, e que obteve o maior valor de vendas a nível nacional, com 49,4 milhões de euros. “A diferença do valor pode estar relacionada com o facto de que quase todo o marisco capturado no país ter sido leiloado na lota de Vila Real de Santo António, o que fez subir o preço por quilo” salientou a autarquia de Sesimbra. Segundo dados da Docapesca, no plano nacional, em comparação com 2012 verificou-se uma diminuição, quer no total de pescado descarregado, que passou

Pesca sensacional Retificação A propósito da Pesca Extraordinária pelo nosso “Sesimbrense” entre 17 e 18 de Fevereiro, ao fazermos o agradável comentário, acrescentamos que entre 1920 e 1924 um estudioso, grande apaixonado de pesca grossa desportiva, oficial reformado da aviação francesa que por aqui passou, nos anos 1973 e 1975, não na data acima mencionada, como erradamente na noticia inicial. Aos nossos habituais leitores pedimos desculpas e ao meu estimado amigo Emílio Ratinho (mil homens) que fez menção de nomear grandes pescadores de pesca grossa desse tempo: Dr. Arsénio Cordeiro, Embaixador António Pereira, Jorge Bruno do Canto, Dr. Taborda e muitos que o dinamismo do José Pinto Braz, com o seu Hotel espadarte e o barco do mesmo trouxe a Sesimbra. E com o auxilio dos nossos excelentes pescadores: Zé da Calma, toda a família Ratinho, Guiné, Garita, Garrau e Cap. John.

de 120 000 para 117 000 toneladas, quer no valor, que desceu de 201,7 para 185,1 milhões de euros. Sobre a espécie mais transacionada, a cavala assume o destaque em Sesimbra, no que se refere ao ano passado, tendo representado 54 por cento do total de pescado vendido. A lista das três mais vendidas ficou preenchida com a sardinha e peixe-espada preto,

com 11 e 10 por cento, respetivamente. Em valor, o peixe-espada preto atingiu 26 por cento do total, seguido da sardinha, com 14, e cavala, com 11,5 por cento. No total estas três espécies representaram 75 por cento do total descarregado, e mais de 50 por cento do valor, o que demonstra a sua importância para a frota de pesca de Sesimbra.

Opinião

Ainda à espera da revolução VARAM’ESS’AIOLA

Quarenta anos passados desde o 25 de Abril de 74 e a pesca portuguesa ainda aguarda a sua revolução. Isto pode até soar estranho num país onde o Mar está na moda. Apelidado de “desígnio” por uns e de “solução milagrosa para a crise” por outros, a verdade é que essas referências ao oceano tendem sempre a esquecer a pesca. Seja pela sua irrelevância directa no PIB, seja por mero provincianismo, a verdade é que os anos de democracia pouco fizeram pela pesca. Se o governo actual exterminou a palavra pesca da designação de todos os organismos, começando no Ministério e na Secretaria de Estado, passando pelo Instituto de Investigação e terminando na Direcção Geral, que agora é dos Assuntos do Mar e dos Recursos Marinhos, a verdade é que a maior machadada no sector nestes 40 anos foi a entrada na UE. Digo isto, não por ser anti-europeista, mas pela mera constatação dos factos. Assim, como também não concordo que o abate de frota patrocinado por fundos comunitários tenha sido o principal pecado. Esse é um assunto a que conto voltar noutra crónica, mas deixo apenas a nota de que o abate de embarcações, quando desenvolvido de forma estruturada, pode ser uma medida de gestão com méritos e da qual o sector pode recolher benefícios. O principal problema da adesão à união é, por um lado, mais subliminar e, por outro, muito mais profundo e resume-se à perda de autonomia sobre a gestão das pescas. Todas as medidas estruturais são definidas pela União Europeia, quase sempre sem olhar às particularidades da pesca portuguesa. As políticas nacionais são, na grande maioria dos casos, meras traduções das directivas comunitárias decididas por um conjunto de países, onde se incluem uns que não têm mar e outros que não têm pesca (o que é diferente, porque existem países, como a Alemanha, que optaram por extinguir o seu sector, mas que ainda hoje mantêm quotas de pesca para transaccionar com os outros estados membros. Na política comum de pescas isto chama-se estabilidade relativa e é algo imutável). Apenas como imagem figurada, aquilo que se passa com as pescas portuguesas desde a entrada na UE é o mesmo que se está a passar em todos os organismos do estado com a presença da troika. Não temos autonomia de decisão e estamos obrigados a cumprir com um conjunto de determinações mesmo estando conscientes que a sua adopção terá efeitos nefastos. As medidas definidas pela união, por não atenderem às particularidades da pesca nacional, mesmo que bem intencionadas, têm quase sempre efeitos perversos. Por exemplo hipotético, a UE ao tomar uma medida para minorar os danos causados no ecossistema marinho por uma frota industrial francesa, pode exterminar um sector de pesca artesanal portuguesa. Ainda assim, e apesar destes problemas estruturantes, existem aspectos que são da exclusiva responsabilidade dos organismos nacionais e era também a esses que me queria referir quando escolhi o título desta crónica. Mas isso será algo que irei aprofundar na próxima edição. Carlos Alexandre Macedo varamessaiola.blogspot.com


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SOCIEDADE

Substituem Centros Novas Oportunidades

Sesimbrenses pelo Mundo

Qual o principal motivo que te levou a partir? O principal motivo foi a falta de condições financeiras para sobreviver e para assegurar a sobrevivência dos meus filhos. Foi complicado, sobretudo após uma separação, arranjar um trabalho cuja remuneração me permitisse assegurar as despesas inerentes à vida de três pessoas. Exceptuando a família, claro, de que sentes mais saudades? “Saudade” é uma palavra que só se compreende quando realmente estamos longe. Além da família, sinto falta do MAR… Do cheiro do mar que me viu aprender a andar. De que forma te manténs atenta ao que se passa em Sesimbra? Estou quase sempre em contacto com a família e pelas redes sociais vou recebendo novidades da “Minha Terra”. De que forma olhas agora para a tua terra a partir daí? Agora tenho uma dimensão diferente de tudo e só quem está longe compreende isso. Digo isto porque quando ainda estava em Sesimbra também não compreendia certas coisas que os emigrantes contavam. Daqui vejo a minha terra com uns olhos diferentes; vejo-a como o meu porto de abrigo, a minha raíz... Como matas as saudades? As saudades não se matam mas acalmam-se: as da terra vendo fotos e sabendo notícias; as da família e amigos pelo skype, telefone e redes sociais. E, claro, mantendo sempre presente a ideia de que as férias estão próximas.

Nome: Ana Faustino Idade: 43 anos Local: Cantão do Valais Crans Montana - Suiça A fazer o quê? Profissão? “Femme de ménage”, ou seja, trabalho para uma família, ocupo-me da limpeza da casa e conduzo, porque a senhora para quem trabalho não tem carta. Há quanto tempo? Há 3 anos e meio. O projecto é voltar? Sim, o meu projecto é voltar, mas não a curto prazo. Isso só seria possível se o nosso Portugal desse uma volta inesperada. O que te fará voltar? Que condições aqui te fariam voltar? Voltar de vez talvez só seja possível daqui a vinte anos, mas nunca se sabe e há sempre a esperança de poder voltar mais cedo. O que dirias ou que conselho darias a quem hoje está de partida? Diria para acreditar, para ter força, coragem e amor próprio, para nunca baixar a cabeça, porque o caminho é sempre em frente. E a quem fica e vê alguém próximo partir? A quem fica digo o que o meu pai - um grande homem e um grande amigo que me tem acompanhado em toda a minha jornada da vida - disse-me: “Filha acho que a coisa mais difícil da minha vida é ver-te partir mas eu só estou bem se tu estiveres bem e feliz, e por isso dou-te todo o meu apoio e o meu amor para seguires em frente”. Hoje, sempre que falamos pelo telefone, ele diz-me que as saudades são muitas, mas também diz sentir na minha voz que estou feliz, é tudo e que isso também o faz feliz a ele. O que custa mais? É, sem dúvida, estar longe dos que mais amamos. Foi o que me aconteceu porque, como quando parti não sabia bem ao que vinha, tive de deixar aí os meus filhos. Felizmente, foram (só) oito longos meses

sem eles. O que te atrai mais e menos nesse país? O que me atrai mais são as cores da natureza que são indescritíveis e as paisagens que parecem postais. Também estou num local privilegiado; é uma estância de ski das mais belas da Suiça, rodeada por uma natureza soberba. O que menos me atrai é, talvez, a cultura diferente na nossa. Mas é tudo uma questão de hábito e nós somos animais de hábitos. O que custou mais no processo de adaptação? Foi a língua. Não entendia nada de francês (estou num cantão francês). Foi, realmente, muito complicado. Sentia-me impotente, mas devagar fui, e vou, ultrapassando esta barreira. Onde levas quem te vai visitar aí? Visitas vindas daí ainda não tive. Quando regressas a Sesimbra, o que te apetece logo fazer? Quando chego aí a primeira coisa que faço, claro, é abraçar a família e logo depois vou ver e sentir o “Meu Mar”. Aproveito para agradecer a quem me proporcionou e apoiou nesta minha vinda e me abriu a porta de casa para me acolher: Vanda Pereira e João Pereira, sem eles talvez não estivesse aqui, e à minha estrelinha que me tem acompanhado pela vida... Deixo também uma última mensagem para quem vai emigrar: não é fácil, mesmo nada fácil, mas se não tentarmos nunca sabemos se conseguimos. E, em certos casos, até é uma oportunidade para encontramos uma parte da nossa felicidade.

Os Centros de Novas Oportunidades (CNO), que encerraram definitivamente a 31 de Março de 2013, foram substituídos por Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP). Segundo o Ministério da Educação, aos novos CQEP caberá dar continuidade à promoção de processos RVCC, agora com “mecanismos mais rigorosos e exigentes” definidos na lei, assim como orientar jovens e adultos relativamente a ofertas escolares e profissionais. Outras das diferenças, relativamente aos CNO, é que os CQEP estão abertos aos jovens, a partir dos 15 anos. Entre esta idade e os 18 anos, o CQEP devem encaminhar os candidatos, preferencialmente para o ensino, objetivo que pode ser alargado até aos 25. No concelho de Sesimbra, será à Partner Hotel - Formação, Consultoria e Projetos para Ser-

viços Hoteleiros, Lda., a garantir um serviço de apoio e formação local aos munícipes do concelho, no âmbito do projeto, uma vez que a candidatura da Escola Michel Giacometti não foi aprovada. No início do mês de Maio, os inscritos serão contactados através da página cref.pt e por sms, com o propósito de serem agendadas reuniões entre os próprios munícipes e os representantes do CQEP, no Centro de Recursos Educativos e Formação (CREF) e na Quinta do Conde. Os interessados em iniciar um processo ou uma formação profissional poderão também contactar o CREF do concelho de Sesimbra, na Av. Dom Manuel Martins, 8, 2970-585 Sesimbra, através do telefone 21 268 15 91 ou pelo seguinte email: geral@cref.pt. Jovita Lopes

47 Países e 238 filmes vão marcar presença

Finisterra arranca em Maio

Decorreu no dia 9 de abril no Hotel do Mar em Sesimbra a apresentação do programa da 3ª edição do Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival que terá lugar de 6 a 11 de maio. A 3.ª edição do Finisterra – Arrábida Film Art & Tourism Festival, ira decorrer nos concelhos de Sesimbra, Palmela e Setúbal, contando com a participação de 47 países e 238 filmes. Para além da promoção turística, o Finisterra pretende divulgar os trabalhos de novos cineastas e proporcionar experiências únicas a todos os participantes. Carlos Sargedas, responsável pela iniciativa referiu aquando da cerimónia que, “É com enorme prazer que vemos este festival crescer, consolidar-se e ser cada vez mais reconhecido nacional e internacionalmente. Em 3 anos conseguir atingir os níveis de qualidade e participação internacional com a presença de 238 Filmes de 47 Países quando os recursos financeiros são mínimos, mostra uma gran-

de vontade e paixão por aquilo que fazemos”. O programa do Finisterra 2014 apresenta diversas atividades, desde as exibições dos filmes a exposições de fotografia nos três concelhos, visitas temáticas a locais que podem interessar à indústria cinematográfica, como o Cabo Espichel ou caves de vinhos, mostras e provas de produtos locais, conferências e o 1.º concurso de fotografia Photochallenge Anthia Finisterra, que pretende dar a conhecer o mundo subaquático e terrestre da região da Arrábida. Segundo o criador da iniciativa , “o Finisterra irá ser certamente uma referência não só na Arrábida, mas em quem sente que o cinema e o turismo serão um dos grandes índices do desenvolvimento turístico e cinematográfico da nossa região”.


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De Igual Modo

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David Sequerra

Do aplauso à “Musical” ao desleixo de Santana

Nas memórias da valorosa história de Sesimbra, a data de 18 de Abril de há exactamente 100 anos tem que se lhe diga. Entusiasticamente, uns tantos “pexitos” dos autênticos, fundaram a Sociedade Musical encetando uma longa caminhada de crescente prestígio.

Em pleno século XXI, para alargado aprazimento de associados e amigos, a “Musical” completou 100 anos e justifica, plenamente, o vibrante aplauso desta crónica. Desde o devotadíssimo Plínio Mesquita até ao infatigável Artur Pereira, dos dias de hoje, a “Musical” fez jus a ser apontada como parte importante da Vila de Sesimbra, por múltiplas razões. Habituámo-nos a considerar, respeitosamente, a Sociedade Musical, desde os já distantes tempos dos bailes de verão no piso cimentado que prejudicava os bons dançarinos e lixava (esse é o termo certo) as solas dos sapatos. Os festejos do centenário, ainda em curso, têm sido de muito bom nível constituindo um forte estímulo de

1º festival de Bandas Escolares Realizou-se no dia 3 de abril, na Quinta do Conde, o 1º. Festival de Bandas Escolares Pop/Rock. Este evento, organizado pelo agrupamento de escolas da Quinta do Conde, contou com a presença das bandas escolares da escola básica integrada da Quinta do Conde, agrupamento de Escolas Michel Giacometti, agrupamento de escolas da Boa Água e da Escola Básica 2,3 D. Paio Peres Correia, de Tavira. Segundo a organização, “esta será sem dúvida uma iniciativa a repetir, devido

ao verdadeiro êxito musical inerente a todos os participantes”.

feliz continuidade nos anos vindouros. Parabéns, Musical! *** Com idêntica intensidade mas de sinal contrário, justificando o epíteto de igual modo, assinalamos o que de lamentável se regista no troço viário da Rotunda de Santana (largo Duques de Palmela) até à rotunda dos espadartes, rumo à Maçã, um incompreensível desleixo na obra (mal feita!) do pavimento da tão concorrida EN-379. Ao longo de uns 300 metros o piso foi alvo de uma tentativa de melhoria, obrigando a alterações circulatórias durante vários dias, sob expectativas de uma franca e necessária maior facilidade de circulação automóvel. O incómodo do desvio

ordenado foi infrutífero, lamentavelmente. O piso ficou irregular, prejudicial à circulação, com ressaltos incomodativos, dando a impressão de trabalho inacabado, sabe-se lá porquê. Incompetência do empreiteiro, suspensão por falta de verba camarária, hipótese de uma 2ª fase com adequados acabamentos? Não sei – mas sei que há razões de sobra para criticar essa situação, periférica a Sesimbra. Escrevemos em meados de Abril e bom seria que já não tivéssemos razões de queixa quando este texto for publicado. De igual modo que aplaudimos a “Musical”, apontamos o dedo, insatisfeitos, ao desleixo da Santana.

Hoje Sesimbro eu… Esta rubrica foi criada pelo Dr. David Sequerra aquando Diretor do Jornal “O Sesimbrense”, com o objetivo de dar voz a todos os membros da direção, sem exceção, constituindo-se por isso de grande interesse para a população.

A atual direção, na figura do seu Diretor, Dr. Pedro Caetano, recupera este espaço, com o mesmo espírito de partilha e reflexão com que foi criado, dando-me a honra e o privilégio de ser a primeira a “dar o pontapé de saída” nesta arte de

“Sesimbrar”. Por tudo isto agradeço e saúdo calorosamente a nova Direção. Pois, embora quem aqui escreve não seja necessariamente jornalista, é um membro ativo na construção de uma cidadania local. O nosso país comemora este mês, 40 anos de Democracia e Liberdade, 40 anos de Abril. Ora façamos um esforço de memória e recordemos como era Sesimbra há 40 anos atrás. É que para projetar o depois tem de se viver o agora na memória daquilo que havia antes. No antes, Sesimbra era linda com o seu passadiço separando as duas praias, a das “Pedrinhas” e a do “Hotel do Mar”. Tudo era natureza, na sua mais profunda essência! A pesca e os pescadores eram o centro vital da vila… Os pescadores a arranjarem o aparelho (coser as redes) nos seus armazéns, vulgarmente chamados de “lojas de companha” e a comporem as selhas com o isco e os anzóis, ao sabor do som da velha telefonia, espalhando vida e alegria em cada viela da nossa piscosa. As ruas eram das crianças que em grupos brincavam livremente, sem carros, sem pilaretes, sem parquímetros. As casas tinham as portas abertas, sem medo de ladrões… Que saudades tenho da Sesimbra dessa época! Ao chegar o Verão chegavam também os banhistas! Estes banhistas cujos rostos eram os mesmos, ano após ano, tornavam-se famílias amigas que fielmente partilhavam a praia e o bom tempo com os conterrâneos da vila. Passados 40 anos houve evolução e com a evolução tudo muda, as pessoas mudam, as mentalidades mudam, as vilas, as praias, até a paisagem muda, o que não pode nem deve mudar é a nossa vontade de fazer sempre mais e melhor, mesmo que isso signifique procurar no passado algumas respostas e soluções para o futuro. No depois, não nos podemos esquecer de todas e todos os que contribuíram para que a nossa vila seja hoje o que é, nem tão pouco aquelas e aqueles que em condições de vida precárias nunca desistiram pelo ideal da Liberdade. Ilda Carvalho


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A Rua da Fé Ingreme, estreita, típica de Sesimbra antiga, muito próxima do mar e da histórica faina da pesca e da lota, a Rua da Fé bem merece uma evocação na base de tempos idos, há uns bons 60 anos ou 70 anos. Vivi lá, conheci gente boa que ali habitava e deixei-me entear pelo mote da prosa de José João Pinto Carvalho na edição de Março do “nosso” Sesimbrense, relembrando a extensa e bem recheada de lembranças Rua Cândido dos Reis que era, então, o centro comercial de Sesimbra. Li e reli o oportuno e simpático texto e disse para comigo: - Vou falar da Rau da Fé! ** A descer para o litoral atlântico, da típica lota e da galé, a Rua da Fé abrangia à volta de 100 metro de extensão, desde o prédio de azulejos onde habitava o legendário Dr. Costa até esbarrar, frontalmente com a Oficina Gráfica dos Irmãos Crespo. A contar da zona cimeira relembro a mercearia do sempre atencioso Fernando Rasteiro, tendo uma cocheira própria por vizinha, a padaria do João e seus pais, o pequeno prédio, com o nº.53, do João Henriques e da “Tia” Dores, a acolhedora taberna da “Tia” Amália, um bom centro de convívio, o modesto mas tão acolhedor rés-do-chão da dupla Gil e Isabel (com a bonita Cacilda a

dar nas vistas), o cruzamento bem traçado para o pequeno Largo Infante D. Henrique, motivando evocações da Luísa Emília, da Ema Formiga e da família Piló, o bem cuidado piso térreo do casal Chagas, onde cresceu o “menino Mário”, o atual Vice-Presidente da Liga dos Amigos, filho da muito simpática e respeitada Dona Corália, descendente direta do inesquecível Justino Silva, o “Lobo do Mar” que colecionou as salvações de naúfragos. O bem cuidado reduto doméstico de Dona Corália finalizava a Rua da Fé, de acesso imediato à Marques Pólvora. ** Ao longo das 24 horas de cada dia a Rua da Fé tinha transeuntes ocasionais, de típicos perfis. Altas horas da noite o rapaz-chamador dos “homens pr’ó mar”, despertando os “Ti” Gil, Horácio, Manel e mais alguns, certamente; de manhã o castiço Travassos dos jornais, das cautelas e dos panfletos dos filmes que passavam no “João Mota”; o persistente cidadão que apregoava, a plenos pulmões, “quer comprar ouro, senhora?” e até o pachorrento burrinho da cocheira contígua à loja do “sor” Rasteiro, a apanhar ares até à praia, visitando os seus comparsas do Senhor Palmeirim. Era um desfile que se repetia em cada dia, animando a tão pacata Rua

Rua da Fé – Empinada, típica, recheada de saudades!

da Fé. Em jeito de fecho condigno daquela via lá estava a Tipografia dos Crespos onde habitava o compenetrado Artur Chagas e onde às vezes se via a bonita figurinha da menina Maria Emília, filha do patrão João, a caminho da praia ou das compras semanais na “baixa” de Sesimbra. Era ai que se imprimiam os panfletos, verdes ou de cor de salmão, que divulgavam os conteúdos das sessões de cinema, no Parque, com João Ramada Crespo na bilheteira e muito considerado senhor Felix (Reis Marques) no zeloso con-

Abril/2014

trolo das entradas para as sessões semanais. Outros tempos! * * Hoje em dia a Rua da Fé está diferente, continuando íngreme e bem caracterizada. Os imoveis estão agora muito mais cuidados, o piso da artéria tem ares de modernidade, a numeração toponímica já não é a mesma e as estâncias comerciais dos meados do século XX deixaram de existir, com saudades intensas dos convívios do estabelecimento da “Tia” Amália. Pisos térreos viraram edifícios de 2 ou 3 andares, de cuidadosas fachadas e números de portas muito diferentes. Mas no seu pendor típico, bem “pexito”, a Rua da Fé continua a merecer elogios! David Sequerra


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Associativismo

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3º debate da LAS aumentou o número de participantes

Associações debatem dificuldades e desafios

Decorreu no passado dia 26 de Abril o 3º debate da Liga dos Amigos de Sesimbra, cujo tema foi “O contributo do associativismo para o desenvolvimento local sustentável” Por que razão os cidadãos se constituem em associações? Qual o papel do movimento associativo na promoção do desenvolvimento local? E quais os contributos do movimento associativo para a auto-estima territorial? Foram algumas das questões colocadas em debate. O associativismo marcou fortemente a sua presença enumerando perante uma sala cheia, os vários desafios que diariamente tem. O debate pretendeu dar voz, a todos aqueles que de uma forma voluntária dedicam aos outros o seu tempo e trabalham em prol da sociedade. No debate marcaram ainda

presença o vereador, Francisco Luís, o presidente da junta de freguesia da Quinta do Conde, Vítor Antunes, bem como alguns deputados municipais. O presidente do Rotaract Club de Sesimbra, João Casaca dirigindo-se à organização disse: “agradeço imenso o convite que nos foi feito para participarmos neste interessante e motivador debate. Esperemos que estas iniciativas se multipliquem e continuem a promover e a demonstrar o que de melhor temos no nosso concelho”. A associação na sua intervenção referiu o trabalho realizado junto dos jovens de

forma a motiva-los ao associativismo. O Grupo Coral de Sesimbra agradeceu o convite, e felicitou a Liga pela iniciativa considerando que este tipo de encontros são necessários para despertar consciências e mobilizar pessoas para que se envolvam em busca de soluções para o progresso das comunidades e acima de tudo cativar os jovens para que eles se identifiquem e participem no associativismo. João Proença do Clube Sesimbrense referiu e perante a pergunta, Que motivos levam as pessoas a associarem-se? Que no seu caso, “não foram razões económicas ou políticas, porque acredito que a principal motivação para assumir uma direção de uma Associação não pode ser económica e

não deve ser política. Félix Rapaz em representação do Grupo Desportivo de Sesimbra questionou os presentes sobre, “o que seria Sesimbra sem o Desportivo e os pais a trazerem as crianças. Sesimbra esta desertificada e o desporto trás vida”. Felícia Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra referiu na sua intervenção que as associações são organizadas e têm um papel fundamental com várias décadas no concelho, “esquecemo-nos que há hoje muitos jovens que se juntam em torno de um objectivo comum mas sem existir a formação formal. Porém deveríamos aprofundar o motivo do porquê das pessoas se associarem, o que se traduz nos movimentos de voluntariado que existem no concelho”. A autarca salientou

ainda a importância destes debates e o papel das associações na comunidade quer para desenvolver projectos sociais e culturais e desportivas, quer para as envolver na vida do concelho, reforçando que muitas vezes o Estado “relega para as instituições as suas obrigações de desenvolvimento social e local. O movimento associativo representa muito dinheiro e acabam por se substituir, naquilo que são as responsabilidades do Estado”. Pedro Caetano presidente da Liga dos Amigos de Sesimbra encerrou o debate agradecendo a todos os presentes, referindo que com este tipo de iniciativas se sente honrado por estar a cumprir aquilo que são os estatutos da liga e o seu papel social na comunidade.

António Júlio Cruz dedicou a sua vida aos desportos marítimos

“Esta terra liga-nos ao mar pela nossa natureza” António Júlio Cruz é um homem dedicado à prática de desporto e ao mar desde os 14 anos de idade. Sesimbrense e amante das tradições o vice-presidente do Clube Naval de Sesimbra é atualmente e desde 1995 presidente da Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas.

Que atividades desenvolvem o clube e desde quando está ligado à Confederação? O Clube Naval tem na sua actividade as modalidades de vela, canoagem, e pesca desportiva. Anteriormente a pesca submarina que actualmente se encontra suspensa. O clube está filiado na Sociedade Portuguesa de Atividades Subaquáticas e esta por sua vez ligada à Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas (CMAS). A organização foi fundada em 1959 no Mónaco e abrange cerca de 130 federações dos 5 continentes. Eu sou presidente da Confederação de Pesca Submarina desde 2005 (mandatos de quatro anos), sendo este o meu terceiro mandato.

Mas já faço parte da comissão desde 1978. Neste momento a segunda modalidade é a pesca submarina com cerca de 42 países do mundo. Este ano estamos a preparar o XXIV Campeonato Mundial de Pesca que será realizado no Peru, a 28 de Outubro, na cidade de Lima. O ano passado realizouse o campeonato euroafricano, pois a maioria dos países são da europa, mas como já existe a modalidade no continente africano fez-se uma união entre os dois continentes. Existe também o grupo Pan-americano e o grupo dos Inter-pacífico, e é destes três grupos que saem os 20 países que vão disputar o campeonato do mundo. Neste momento temos umas dezenas

de portugueses a participar nas actividades, este não é um desporto económico e nos últimos anos tem passado por algumas dificuldade de patrocinadores e apoios, o que afetou até a posição dos portugueses dentro dos campeonatos. Portugal é o vice-campeão do mundo. Os VII Jogos Bolivarianos de 2013, onde esteve presente fazem parte desta actividade? Os Jogos Bolivarianos são uma espécie de Jogos Olímpicos entre os países por onde passaram. Participaram entre atletas e juízes cerca de 4.000 pessoas, para disputar 59 disciplinas desportivas. Foi nas áreas “ Subaquáticas” que a CMAS me nomeou seu representante e coordenador de Brasil e Portugal. Porque deixou o clube de ter a actividade da pesca subaquática? A pesca foi proibida por

decisão do Ministério do Ambiente, aqui no parque marítimo por questões que se dizem ambientais, mas sobre as quais eu não me quero manifestar. É o único desporto que está 100 por cento interdito o que não se compreende, pois, a nível de turismo os praticantes desapareceram aqui do nosso parque. Como iniciou a sua actividade desportiva e a sua ligação ao mar? Tudo começou no Benfica onde fui atleta durante alguns anos, primeiro do rugby e as lutas Greco-Romanas, passando depois pela natação com barbatanas. Porém a seguir ao 25 de Abril, por várias razões politicas quase sem saber apareci como presidente do Clube Naval de Sesimbra, onde me mantive desde 1975 durantes longos anos. Foi nessa altura que eu trouxe para o Clube as práticas desportivas da pesca submarina e com ela os atletas do Ben-

fica que eram de Sesimbra. Mas curiosamente as minhas últimas provas como atleta foram ao serviço do Benfica e contra os meus colegas do Clube Naval onde eu liderava a equipa. O primeiro campeonato de pesca submarina realizou-se aqui em Sesimbra, em agosto de 1958. A minha vida foi sempre ligada ao desporto e ao mar, desde 61 até quase ao 25 de Abril, momento em que assumi lideranças e deixei de ser atleta. Nasci em Sesimbra há 72 anos e esta terra liga-nos ao mar pela nossa natureza, e sempre tive uma atividade ligada ao mundo e às viagens. Trabalhei na TAP, estive na marinha mercante em 1962, para fugir a guerra colonial, mas curiosamente vivi a guerra no canal de Suez, experiências que nunca se esquecem e que nos afirmam no mundo como Homens do mar e de Sesimbra.


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Sociedade Musical Sesimbrense ligada ao ensino e tradições

Cem anos da “Música” A Sociedade Musical Sesimbrense comemorou cem anos no dia 19 de Abril, com uma sessão solene, no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra.

No dia da sessão solene, as comemorações tiveram início com Guarda de Honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Sesimbra e concerto pela Banda da Sociedade Musical Sesimbrense, sob a regência de Francisco Santos. Durante a celebração foram homenageados vários sócios, bem como entidades públicas, pela sua dedicação àquela casa da cultura que em muito engrandece a população de Sesimbra. O presidente da sociedade aproveitou para falar nos projetos e desafios que a sociedade tem pela frente. Apolónio Alves referiu ainda as dificuldades e os desafios que tem pela frente. No dia 12 de Abril aconteceu um dos momentos altos das comemorações, o Desfile de Saudação, cujo percurso se realizou na Avenida dos Náufragos e Avenida 25 de Abril, onde centenas de pessoas se associaram a este aniversário. As forças vivas do concelho desfilaram com os seus estandartes e

Distinções 25 anos de associado Artur Machado Ângelo da Cunha, José Júlio Zegre Pinto, António Fernandes, José Pedro, João Gomes Cunha, Manuel Figueiredo Elisbão, Luís António Leandro Sénica e Paulo Alexandre Pinto Alves 50 anos de associado António Manuel Neto Baeta, José António Simplicio Vicente, José Manuel Rosário Couto, Vasco Manuel Arsénio Reis Alves, Luís dos Anjos Castanho, Álvaro José Pinto Bizarro, António Libânio Sousa Encantado, Júlio Martinho Santos Pinto e José Francisco da Cruz Catarino

confraternizaram com os elementos da banda e população que se quis associar aos festejos. A concentração foi junto ao Hotel do Mar e o percurso ao longo da marginal, com paragens no Largo da Marinha para uma breve atuação do Rancho Folclórico da Quinta do Conde e em frente à Sociedade Musical para uma pequena demonstração individual das estruturas participantes. No dia 26 de Abril decorreu uma missa de Sufrágio em homenagem aos antigos associados e músicos com romagem ao Cemitério. Já no dia 27 celebrou-se um concerto de homenagem pela Banda Providência de Vila Fresca de Azeitão, sob a regência de José Marquês e da Sociedade Musical Sesimbrense No mesmo dia realizou-se um jantar comemorativo e de homenagem aos antigos músicos e regentes. Inicialmente composta por um grupo de 24 músicos, a banda filarmónica tornou-se

a principal coletividade de referência ligada ao ensino da música em Sesimbra. Segundo Apolónio Alves, presidente da direção, “comemorar um Aniversário é já por si sinónimo de alegria, comemorar o Centésimo Aniversário é evocar ainda a validação do trabalho realizado e a acreditação no futuro”. Os cem anos da “Música” traduzem a própria identidade e vivência da comunidade sesimbrense, muito ligada ao mar e às tradições festivas, como o Carnaval, onde os bailes eram e são intensamente vividos”, referiu ainda o presidente, acrescentando, “esta é a herança e património que se assinalam o centenário da Sociedade Musical Sesimbrense”. Para assinalar o centenário da Sociedade Musical Sesimbrense decorrem iniciativas que se prolongam até maio, no entanto a sociedade tem agendadas ao longo do ano várias actividades e espectáculos.

75 anos de associado Acácio Vidal Farinha;

da Administração da Caixa de Crédito Agrícola e José Vaz Coordenador do Balcão da Caixa de Crédito Agrícola e Francisco Santos

79 anos de associado Adelino Pereira Marques Comissão de Honra das comemorações Augusto Pólvora - Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Odete Graça - Presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, Joaquim Carapinha Presidente da Mesa da Assembleia Geral da S.M.S., Apolónio Alves - Presidente da Direção da S.M.S., Augusto Flor - Presidente da Confederação das Colectividades Colaboração nas comemorações João das Dores Aldeia, Jorge Nunes Presidente do Conselho

Desfile de Saudação

Sessão Solene

Coordenador das comemorações João Martelo Veríssimo Dedicação à Banda Artur Castanho Pereira, João Agostinho Amigo, Custodio Lino Amigo, António Pereira, Adérito Gouveia e Maria da Luz Alves Regência da Banda Joaquim Araújo, José Marques e Victor Cravo Membros Honorários Câmara Municipal de Sesimbra e João das Dores Aldeia.

Jantar Celebrativo


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POLÍTICA

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O que pensam desta Europa, que futuro podemos esperar desta organização europeia nos próximos anos?

BE

Adelino Fortunato Esta Europa não tem futuro! A União Europeia começou por ser vista por muitos como um instrumento de paz e desenvolvimento depois das experiências traumáticas do nazismo e das guerras fratricidas. Após a II Guerra Mundial, Social-Democracia (os partidos socialistas) e Democracia Cristã europeias convergiram com sindicatos e outros movimentos sociais e políticos no chamado “modelo social europeu”. Foi isso que tornou popular a adesão à União Europeia e foi com a promessa de aceder a esse patamar que muitos portugueses deram o seu voto a partidos que propunham a entrada no projecto comunitário. mais dinâmicos (China, Índia e restantes economias emergentes) e sucedem-se tentativas de a repor à custa do empobreci Quem vem tirando partido disto é a extrema-direita, que vai crescendo em França, Holanda ou Finlândia à custa da postura colaborante dos partidos socialistas, que nestes e noutros países podiam ser

oposição sem ambiguidades e captar o descontentamento, mas em coligação com a direita conservadora ou mesmo sozinhos adoptam políticas de austeridade profundamente anti-populares. Foi assim que o SPD alemão entrou no governo de Merkel e foi assim que o governo de Hollande em França se isolou da opinião pública. Da mesma forma que foi assim que os socialistas europeus, a começar pelos portugueses, votaram favoravelmente o Tratado Orçamental, que penaliza drasticamente a possibilidade de relançar a economia europeia. Esta Europa, com esta orientação, não tem futuro, por que está a criar um fosso entre as expectativas e a realidade, que acabará por quebrar o vínculo dos cidadãos com os seus representantes. Não é apenas a disfuncionalidade insustentável do euro e de muita da arquitectura institucional da União Europeia, é sobretudo um regresso ao passado que a maioria não estará disposta a suportar.

CDU

lidade de vida. Mas, a união europeia que hoje se conhece, consolida o poder das grandes potências em detrimento dos chamados países periféricos, é neoliberal, dos grandes grupos financeiros e económicos, onde se acentuam divergências entre países, assimetrias regionais e desigualdades sociais, aquela que resulta do tratado de Lisboa que promove a livre e desregulada circulação de capitais, da liberalização dos mercados e da crescente “financeirização” da economia, da redução do investimento público. Esta visão reflete-se em Portugal pelas opções seguidas pelo atual poder politico. Assim, a Europa está confrontada com uma das mais graves crises deste capitalismo. Com este caminho, veremos uma Europa de maior desemprego e sem direitos laborais, com grave degradação das condições de vida dos trabalhadores e dos povos em geral, uma europa de grande retrocesso económico e social, desigual e discriminatória e onde a paz poderá desvanecer-se pela falta de solidariedade entre os povos. Aqui os portugueses terão uma voz, através da ida às urnas no próximo dia 25 de maio e a questão que se coloca é, continuar com esta europa ou construir uma europa de cooperação, de progresso social, de igualdade, de promoção do ambiente, respeitadora da democracia, solidária e de paz, virada à esquerda.

MSU

Nuno Miguel Ribeiro Alain Monteiro O projeto europeu nasceu pela necessidade de construir a Paz e universalizar democracia, direitos e qua-

A crise dos últimos anos, agravada pela pressão dos mercados financeiros, abalou fortemente os alicerces da União Europeia e ameaçou a sustentabilidade da

zona euro. Apesar de a crise ter sido, de alguma forma, estancada, e hajam indícios de reversão da espiral económica recessiva, a verdade é que não se vislumbra como é que pequenos países como Portugal, com a população envelhecida e uma taxa de natalidade em queda, uma dívida pública excessiva, e um reduzido investimento na investigação e no desenvolvimento, conseguirão, fora do contexto de uma UE forte e coesa, competir sozinhos com mercados emergentes como a China. A meu ver, só existe um caminho para uma UE de futuro, que consiste na instituição de uma verdadeira união económica, monetária e fiscal, em que aliada à política monetária única, sobrevenha a centralização das políticas orçamentais e económicas, com a definição de órgãos e normativos próprios. Impõe-se uma UE determinada no estabelecimento de uma cooperação reforçada em áreas chave, como a área fiscal, a área da justiça e a área da imigração e do emprego, com o Banco Central Europeu a assumir um papel decisivo. Contudo, este caminho tem de ser percorrido de forma sustentada, numa primeira fase através do estabelecimento de um compromisso jurídico entre os estados membros que extravase o âmbito dos tratados europeus, avançando-se depois para um reforço progressivo da cooperação que envolva também os países que almejam a integração europeia. Este processo tem de ser bem planeado e estruturado, e é desejável que funcione a duas velocidades, dado que existirão países com maior dificuldade em atingir os níveis de integração e cooperação pretendidos e que necessitarão de um período de transição mais alargado. As eleições europeias que estão à porta poderiam muito bem ter como mote o ideal da unificação política, começando a mobilizar os eleitores europeus em torno desse grande projecto europeu. Eu alinho!

Opinião Félix Rapaz “A crise que vivemos assenta na demissão perante a luta por uma sociedade mais justa.” Guilherme D’ Oliveira Martins O neoliberalismo nasceu depois da II guerra mundial, na Europa e América do Norte onde imperava o capitalismo. Friedrich Hayek escreveu “ O caminho da Servidão” em 1944, um livro que refere reproduz a orientação ideológica do autor. Hayek está convencido que o igualitarismo promovido pelo estado social, destrói a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da concorrência, da qual depende a prosperidade da economia. Para superar esta situação é proposto; criar um estado forte, mas, parco com os gastos sociais e nas intervenções económicas, rigorosa disciplina orçamenta, manutenção da estabilidade monetária, enfraquecer o poder sindical e reduzir os impostos sobre os rendimentos mais elevados. À aqui, algum experimentalismo, porque é a primeira vez que esta política está a ser realizada em países (Portugal, Irlanda, Grécia…) sem moeda própria. No entanto, é possível afirmar que a corrente neoliberal, não conseguiu revitalizar o capitalismo avançado, socialmente criou mais desigualdades, diminuiu o estado providência, aumentou a pobreza e o sofrimento social. Chegados aqui, parece ser fácil fazer futurologia. Pra já! Não quero acreditar que o neoliberalismo signifique o fim da história. Este determinismo nem sempre alcançou os seus objetivos, a vida transporta consigo uma dinâmica própria que, ainda não se encaixa muito bem no conhecimento humano. Mas, o pior é que a esquerda se revela, hoje, incapaz de regenerar o estado social adaptando-o às realidades da época. A sociedade ocidental mudou profundamente. A globalização financeira está no seu apogeu. As elites ocidentais estão ancoradas no tempo e cederam espaço ao capital financeiro transnacional que gere o seu património á escala mundial. Só acrescentarei o óbvio: o grande desafio que se coloca á nossa sociedade é criar, com o desenvolvimento digital a tecnologia e a ciência que temos ao nosso dispor, uma vivência equilibrada e próspera.


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PS

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a assinatura, em 1951, da dos países mais desenvolvisas obrigações. Isso só traz mos que a mesma é comComunidade Europeia do dos e capacitados economivantagens a Portugal. posta pelos rostos do desCarvão e do Aço até ao Tratacamente. Se nós estamos preocupapesismo dos governos de do de Lisboa que entrou em dos com o nosso futuro, não António Guterres e de José vigor em 2009, que a Europodemos regressar ao pasSócrates. Esses candidatos pa reforça a sua identidade sado. É agora, nesta altura são os mesmos que defene procura, principalmente que vamos desperdiçar aquideram com arrogância as na sua teoria, uma forma de lo que fomos capazes de fapolíticas que nos levaram à atuação mais justa e igualitázer nestes três anos? Agora bancarrota. ria entre Estados-membros. que o pior já passou, vamos José Sócrates e o seu goComparando alguns prindesbaratar tudo isto e voltar verno, em vez de por tracípios fundamentais do prooutra vez ao despesismo? vão à despesa, para evitar a jecto europeu com a actual Voltar a 2011? bancarrota, continuou alerealidade dos Estados-memPenso que este é um cenágremente a gastar. Portugal bros, facilmente concluímos rio que ninguém quer, nem chegou a um ponto em que que a realidade é, em grande deseja. no espaço de três meses não medida, e no que diretamenNestas eleições temos que haveria dinheiro para pagar te dirá respeito a Portugal, perceber se queremos o resalários. diferente do que é anunciado gresso ao passado, ou se Esta situação levou a que o nestes acordos multilaterais. queremos continuar a trilhar governo PS tivesse que pedir Lobo da Silva Aumentar a Democracia, a um caminho sustentado em ajuda externa. Nesse sentiA Política do Despesismo eficácia, a capacidade de respolíticas de rigor e reais. do, após formarem governo, vai voltar? posta, o reforço dos Direitos Se queremos votar naquePSD e CDS tiveram que apliAs próximas Eleições EuroFundamentais do cidadão les que nos trouxeram para car medidas duríssimas. europeu e o apelo à solidarie- peias serão um teste mais do a Bancarrota ou votar no PSD Contudo, esse cenário tem dade entre os Estados mem- que tudo ao futuro do País. que nos tirou da Bancarrota. vindo a ser alterado de dia Em equação estarão duas bros tornaram-se princípios Se queremos votar naquepara dia. Portugal está em políticas. O rigor e o realisdifíceis de alcançar e manter. les que devido ao despesiscrescimento. O desemprego Poderemos facilmente con- mo frente ao despesismo e mos tiveram que chamar a está sistematicamente a baifirmar esta dificuldade na populismo. Troika ou votar no PSD que xar. As taxas de juro a atinNão será preciso esperaractual e enorme falta de solivai se livrar da Troika. girem mínimos históricos. mos pelas promessas a que dariedade entre a “Europa do Se queremos votar naquePortugal e os portugueses o PS já nos foi habituando. Norte” e a “Europa do Sul”. les que nada fizeram para fizeram sacrifícios enormes, As dificuldades que os pa- Promessas essas a piscar o ajudar Portugal a ultrapassar mas o país está a recuperar. íses da periferia têm vindo olho às eleições Legislativas a crise ou votar no PSD que Neste momento, o país a sentir exigem, num curto do próximo ano. tem ajudado Portugal a ultratem credibilidade a nível euBasta olhar para a lista de espaço de tempo, uma reflepassar a crise e a ter Credibiropeu. Isto só acontece porxão profunda sobre o futuro candidatos do PS, para verlidade Externa. que cumprimos com as nosdeste modelo europeu que está, cada vez mais, afasAssembleia Municipal tado dos princípios e d i 1ª Sessão Ordinária de 11 de Abril de 2014 – 1ª Reunião ficadores europeus d a igualdade e da soli- dariedade. A bem do fu- t uNo r opassado dia 11, decorreu a 1ª reunião da sessão ordinária da Assembleia Municipal de Sesimbra da União Europeia eagendada da para o mês de abril. Com 5 pontos na “ordem de trabalhos” , teve início com a tomada de igualdade dos povos q u e dos membros que compõem o Conselho Municipal de Segurança, na qual, estiveram representaposse a integram, o mo- d e l membros o dos das associações patronais, sindicais e de pais, da GNR, Capitania, SEF, Ministério Público, europeu terá, com a maior Segurança Social, Bombeiros e Proteção Civil. Concluído o ato, foram tecidos elogios pela presidente brevidade possível, d e da assembleia municipal, ao trabalho desenvolvido por aquele órgão municipal desde a sua constituiser revisto e repen- sado, ção em 2009. No período de antes da ordem do dia (PAOD) foram apresentados 3 documentos, uma pois não está a ser- vir os “Saudação ao 25 de Abril e 1º de Maio”, que mereceu aprovação por aclamação. Uma “Saudação ao Dia interesses dos 28 Esta Internacional da Mulher” . E por ultimo, “Moção-Mapa Judiciário”, apresentada pela bancada do PS, que dos de forma iguali- tária, em estreita colaboração com o MSU pela CDU e BE, deixando patente na AM, a sua contestação sobre mas sim, os interes- so mapa e s judiciário para o concelho, que prevê, a partir de 1 de Setembro, a redução significativa da importância da Comarca, transformando-a numa pequena delegação judicial. A proposta foi aprovada por maioria, com a abstenção da bancada do PSD. No período da ordem do dia (POD) e no 2º ponto da OT, resumidamente, o “Relatório e Contas do Município” apresentado pelo Presidente da Câmara, referindo as grandes linhas das realizações tidas ao longo do ano transato e das obras que transitaram para o ano corrente, realçando o esforço e a importância da obra de saneamento básico em curso na freguesia do Castelo, em período de retração da economia. Salientou os resultados de recuperação do endividamento em 17 M. Assembleia Municipal – Sessão Ordinária de 28 de Abril de 2014 – 2ª Reunião A segunda reunião da Assembleia Municipal, marcada para o dia 28 de Abril, começou com a apresentação de uma “Saudação à Sociedade Musical Sesimbrense” pelo seu 100º Aniversário. Posteriormente, já no período da ordem do dia, o Presidente da Câmara Municipal, no 6º ponto da OT, faria a “Apreciação da Atividade Municipal”. Reunindo de alguma forma o consenso das bancadas relativamente às matérias que se seguiram no decurso da reunião, foram aprovados por unanimidade, os restantes 3 pontos constantes da agenda de trabalhos desta reunião, nomeadamente, os “Procedimentos Concursais para o Provimento de Cargos Dirigentes – Designação do Júri”. Igualmente a aprovação unanime das bancadas relativamente à aprovação da “Alteração dos Estatutos da ADREPES” que prevê a possibilidade de alargamento a outras áreas de apoio e financiamento, e por fim, no último ponto, o “Pedido de Autorização Prévia para Abertura de Concurso Público para o Fornecimento de Refeições…” aos JI e Escolas do 1º Ciclo da rede pública do Município de Sesimbra, seria igualmente aprovado por todas as bancadas.

PSD

Pedro Mesquita Com o fim da II Guerra Mundial, torna-se imperativo lançar as bases para uma paz duradoura e para um crescimento económico sustentável. A europa precisava ficar forte, unida e organizada, só assim poderia fazer face às ameaças externas. Churchill, no famoso discurso proferido na Universidade de Zurique, em 1946, reitera que “É preciso criar os Estados Unidos da Europa” e torna-se um emblemático defensor da causa europeia. O Congresso Europeu de Haia, em 1948, juntou representantes de toda a europa para discutir ideias de cooperação e desenvolvimento e viria a ser o trampolim para a construção de uma Europa unida em torno de quatro Fundamentos - “Os Fundamentos da União devem ser cada vez ¬mais próximos dos Estados Europeus! Consolidar a defesa pela Paz e pela Liberdade! Melhores condições de vida para os seus Povos! Aprofundar a Solidariedade entre os Povos, tendo em conta a sua história, cultura, tradição e costumes.” Com base nestes quatro fundamentos, a Europa avançou, a passos largos, para a Construção Europeia. Desde


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pascal. A imagem do Senhor Jesus das Chagas é classificada como sendo artisticamente simples, sociologicamente simbólica e cristãmente representativa. É uma imagem diferente e poderosa! No dia 4 de Maio sairá a rua como forma de fé e proteção destes homens e mulheres que vivem do mar e para o mar.

sericórdia para a Igreja Matriz. Esta procissão realizase ainda durante o mês de Abril e durante os dias em que aí permanece realiza-se a Novena. O dia 4 de Maio é o da procissão em que a imagem do Senhor Jesus das Chagas percorre as ruas de Sesimbra. O pendão em que se inscreve a sigla S.P.Q.R. inicia a procissão, seguida da fanfarra dos Bombeiros de Sesimbra, da Cruz da Irmandade e do duplo cordão das capas vermelhas. Segue-se a imagem do Senhor Jesus das Chagas e por fim seguem a banda e os devotos que cumprem promessas. A procissão dura aproximadamente duas horas, durante

a qual há nove paragens obrigatórias e em que é feito um pedido de bênção. Ao longo do percurso quatro ou cinco dessas paragens são viradas para o mar e as restantes para a terra. Algumas das ruas onde passa a procissão são totalmente atapetadas de alecrim da Serra da Arrábida. Originalmente a imagem partia da capela onde estava todo o ano. No final do século XVIII a imagem passou a ser trasladada para a Igreja Matriz dez dias antes da véspera do dia da procissão. A Festas das Chagas une de forma surpreendente a fé de todo um povo, que uma vez por ano enaltece o seu grande protector. A notável imagem do Senhor Jesus das Chagas, foi encontrada no século XVI por pescadores da Vila de Sesimbra e desde então objeto de grande devoção pelos sesimbrenses. Trata-se de uma imagem tardo-gótica, em madeira de grandes dimensões, representando Cristo morto na Cruz, que a devoção popular cobre com cabelos humanos e com um sendal de tecido ricamente bordado. A resplandecência da imagem é de origem barroca, tal como a cruz a que se encontra. Quando sai em procissões, o andor é ostentosamente ornamentado com flores que significam mais do que uma vaidade de promessa, envolvem uma linguagem de ressurreição e de crucificação

de Inovação e Participação Associativa. Os interessados em obter mais informações devem contactar a Junta de Freguesia da Quinta do Conde, onde poderão efetuar a inscrição, mediante a apresentação de documento de identificação e duas fotografias tipo passe. Decorreu no dia 16 de Abril a cerimónia de assinatura de protocolos de colaboração entre as sete entidades que integram o projeto de criação de uma Universidade Sénior na Quinta do Conde, marcou a entrada em funcionamento deste novo espaço de aquisição de conhecimentos na freguesia.

Vítor Antunes, Presidente da Junta de Freguesia referiu que “apesar de só agora ter sido possível concretizar a criação deste pólo de partilha de conhecimentos e ocupação de tempos livres vocacionada para os seniores da localidade, trata-se de uma ideia que remonta a 2010”. O autarca salientou ainda, que: “não compreendemos o insulto baixo a que alguns desceram, logo que souberam da concretização eminente deste pólo”, esclarecendo, igualmente, que a autarquia e as demais entidades que nele tomam parte “embora reconheçam e combatam, a seu modo, o flagelo social do desemprego, não encaram esta iniciativa como um meio de empregabilidade” reiterando, por isso, a convicção de que haverá certamente espaço para o eventual aparecimento de outros projetos semelhantes na localidade.

Felícia Costa, Vice-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra sustentou que a ocasião “constitui um momento de celebração da chamada ‘idade maior’ e da grande vontade que evidenciam na aquisição de conhecimentos e valorização pessoal”. As atividades vão decorrer nas instalações do Centro de Inovação e Participação Associativa, CIPA, tendo sido esta cerimonia o arranque formal desta iniciativa. O início das aulas foi agendado para 21 de Abril, estando a Universidade Sénior aberta a cidadãos com idade superior a cinquenta anos, oferecendo no período experimental que decorrerá até Junho, um conjunto de catorze disciplinas que se estende da cidadania à saúde; da informática à história; da dança à aprendizagem de línguas estrangeiras.

CULTURA

Festas em Honra do Senhor Jesus das Chagas

Padroeiro dos pescadores percorre as ruas de Sesimbra Segundo reza a lenda, no século XVI, terá aparecido na praia, sobre um rochedo, a “Pedra Alta”, uma imagem de Cristo crucificado, que os pescadores devotamente levaram em procissão até à Igreja da Misericórdia, e a tomaram como seu santo padroeiro nomeando-o de Senhor Jesus das Chagas. Milhares de fiéis percorrem, todos os anos, no dia 4 de maio, as ruas da vila de Sesimbra para prestar devoção ao Senhor Jesus das Chagas, protetor dos pescadores. A procissão, que se realiza há mais de cem anos, é uma das mais antigas do sul do país. Até dia 5 de maio, a vila de Sesimbra é também pal-

co da Feira da Festa das Chagas, com divertimentos e venda ambulante. As celebrações em honra do padroeiro dos pescadores de Sesimbra têm lugar nos últimos dias de Abril e na primeira semana de Maio, sendo os dias 3, 4 e 5 deste mês os mais importantes. É a festa principal da vila que se desdobra por novenas, sermões, pagamento de promessas e procissão, uma das maiores do sul do país, cujo percurso é semelhante ao que se fazia no século XVIII. O início das festas dáse com a realização de uma pequena procissão de transferência da imagem da capela da Santa Casa da Mi-

Universidade Sénior da Quinta do Conde

Uma aposta no envelhecimento ativo A Quinta do Conde conta no seu espaço territorial com a nova Universidade Sénior, que pretende proporcionar um envelhecimento ativo e o combate ao isolamento da população com mais de 50 anos. Este projeto resulta da parceria entre a Câmara Municipal de Sesimbra, Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Centro Comunitário da Quinta do Conde, Centro Cultural, Social e Recreativo A Voz do Alen-

tejo e Agrupamentos de Escolas da Boa Água, Quinta do Conde e Michel Giacometti. Numa fase inicial, as aulas decorrem entre abril e junho, das 14 às 18 horas, nas instalações do Centro

Programa 3 MAI | sáb | 22h MÚSICA Banda da Sociedade Musical Sesimbrense Destinatários: maiores de 3 anos Entrada livre (mediante lotação da sala) Cineteatro Municipal João Mota, Sesimbra 4 MAI | dom | 17h Procissão com a imagem do Padroeiro dos Pescadores desde a Igreja Matriz até à Capela da Misericórdia. Sermão no Largo da Marinha e bênção ao mar e às embarcações. Vila de Sesimbra Até 5 MAI Feira da Festa das Chagas - das 15 às 24h, em vésperas de dias úteis - das 15 à 1h, em vésperas de fim de semana e feriados Av. da Liberdade, Sesimbra


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Quinta do Conde recebeu comemorações

Sesimbra voltou a festejar a “Revolução dos Cravos”. E os seus 40 anos de Abril recheados de memórias, cultura e muita animação. No dia 25 de Abril realizouse a habitual caminhada na vila, bem como o piquenique popular, com animação cultural e desportiva, no Parque da Vila. O dia foi ainda marcado pela inauguração da escultura Liberdade, de Cristina Ataíde, no Jardim da Corredoura, e do conjunto escultório 25 de Abril e Liberdade, de Moisés Preto Paulo e Carlos Bajouca, na rotunda da Avenida Cova dos Vidros. As comemorações do dia aniversário terminaram com a atuação de Luís Taklin, no Largo da Marinha. De 24 a 26 de Abril, foi tempo de assistir à construção da instalação Abril, na Galeria Em Projeto. As comemorações encerraram no dia 27, com uma cerimónia pública, intitulada 40 Memórias de Abril, promovida pela Assembleia Municipal, que durante o mês promove ainda o ciclo de debates Abril e o Poder Local em Sesimbra. A Câmara Municipal de Sesimbra em parceria com a Quinta do Conde, assinalaram a passagem do 40º aniversário da Revolução de Abril, juntando fado, fogode-artifício e música popular

de empresários dominava a maioria do povo e contra os quais se rebelaram, mas mais ainda, recordar o destino dos povos jogado na roleta das agências de ratting e da especulação financeira, mas é também falar da esperança que nos animou em Abril de 74.” Para Augusto Pólvora, “foi com essa esperança e determinação nascidas com a Revolução, que construímos o Poder Local eleito livremente pelas populações e cuja intervenção permitiu a criação das infra-estruturas básicas no concelho e na Quinta do Conde; a construção de escolas e um vasto leque de outros equipamentos culturais, desportivos e sociais na localidade que contribuíram para o exponencial aumento da sua população.”

portuguesa. O Parque da Vila foi o palco das atividades onde os munícipes assistiram ao espetáculo de Mafalda Arnauth e do Grupo Musical Ecos, afecto ao Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2. Antes de se escutar Grândola Vila Morena e assistir ao fogo de artifício, Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra na sua intervenção citou um excerto do poema “As Portas que Abril Abriu”, de José Carlos Ary dos Santos, para dessa forma “recordar a memória dos que lutaram contra a ditadura, muitos deles, pagando com a emigração ou até a própria vida”. De acordo com o a u t a r c a : “25 de Abril e a Liberdade” Os habitantes da Quinta do Conde, assis“prestar tributo à tiram à inauguração do conjunto escultórico c o r a g e m visando perpetuar a memória e os valores da evidencia- Revolução de Abril de 1974, tendo sido um da pelos dos momentos altos das comemorações do c a p i t ã e s 40º aniversário da conquista da liberdade. Formado por nove peças de diferentes dide Abril, é falar da mensões, encontra-se instalado na rotunda m e m ó - adjacente à sede da Junta de Freguesia e ria de um constitui mais um elemento que valoriza o país onde interessante acervo de peças de estatuária uma redu- existente na localidade. A iniciativa, pretende realçar o contributo zida casta que a arte pública pode dar ao espaço público por parte dos cidadãos, tornando-os mais humanizados, devido à criação de pontos de referência coletivos. A cerimónia, contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, presidente da Assembleia Municipal Odete Graça, bem como dirigentes de algumas das coletividades locais e vários moradores. No seu discurso, Vítor Antunes, Presidente da Junta de Freguesia, explicitou o processo conducente à concretização do aludido trabalho, “uma ideia que remonta a 1994, mas que só agora foi possível realizar”, disse. Segundo o presidente da câmara municipal, Augusto Pólvora, “trata-se de mais um dos diversos exemplos de colaboração entre os artistas e as autarquias, através dos quais temos conseguido dotar o concelho de um diversificado conjunto de exemplares de arte pública de grande qualidade”.

LIVRO DO MÊS

40 anos de Abril em Sesimbra

Agostinho da Silva em Sesimbra Agostinho da Silva em Sesimbra, é um livro prefaciado por António Cândido Franco e que vai ser apresentado em Sesimbra, no próximo dia 3 de Maio, por Miguel Real. A obra surgiu na sequência da palestra com o mesmo título que Pedro Martins proferiu em 8 de Junho de 2013, a «Tarde Atlântica com Agostinho da SiIlva», e foi progressivamente ganhando contornos como seu natural desenvolvimento e corolário. O resultado final foi um amplo estudo desenvolvido em nove capítulos com prólogo e epílogo, a que se unem os testemunhos agostinianos de António Reis Marques, um dos grandes amigos do autor de reflexão e hoje o decano guardião da memória sesimbrense e histórica, elaborada numa entrevista que Agostinho da Silva concedeu, em Setembro de 1993. A riqueza do livro baseiase ainda nos testemunhos

recolhidos e de muitos documentos nunca antes considerados, como a correspondência de Agostinho da Silva para António Telmo - meia centena de cartas que Pedro Martins, aliás, transcreveu para o próximo número da revista “Nova Águia” - e para a sua afilhada Anahi, filha de António Telmo e primeira dedicatória deste estudo de Martins, Agostinho da Silva em Sesimbra, que é também, em boa parte, um livro sobre Telmo, procura estudar exaustivamente os desígnios e os projetos sesimbrenses de Agostinho, trazendo, também, a publico, alguns dados novos do ponto de vista biográfico, no ano em que se comemora o vigésimo aniversário da morte do filósofo. Recorde-se que Agostinho da Silva teve em Sesimbra a sua segunda morada durante duas décadas bem contadas, logo após o seu regresso do Brasil, e até ao fim da sua vida.

Poesia Sesimbra Menina do castelo, Moinhos e outeiros que estão a teu lado, Testemunhos são dos tempos passados, Das lutas sangrentas, entre mouros e cristãos, Que a vida perderam, possessão deste espaço, Belo saudoso e singelo, do nosso castelo, Símbolo da Nação, a tua Sesimbra, Que a teus pés nasceu, que tu protegeste guias-te, Defendeste de toda a cobiça, do crosário errante, Do ateu e do protestante, que nos causa mágoa. Mas tua Sesimbra cristã e devota a Deus, E à pátria milagre merece, na praia acontece, Que a pedra ilumina e Cristo aparece na praia, O povo comenta temente, assustado, Que grande milagre é Cristo

chagado, E de joelhos no chão reza ferveroso ao pai das chagas, Ao Cristo bondoso, toda a penitência, fé e oração Os crentes comentam pela salvação dos seus pescadores Que esperançados vão ao mar generoso, para ganhar o pão Mas se a faina é dura e o vento traiçoeiro, Erguem suas preces ao seu padroeiro, Que os guia e proteja do negro tufão E em sua homenagem fazem procissão É maio e flor que doce maré junta o sesimbrense com enorme fé E lá vão pela rua pagando as promessas, E pedindo ao pai que nunca os esqueça O feito perdura neste espaço belo, Da linda menina filha do castelo J. Povinho


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HORÓSCOPO

DESPORTO

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3.º Prémio de Ciclismo da Quinta do Conde

A Quinta do Conde recebeu, no dia 27 de Abril, o 3.º Prémio de Ciclismo Juvenil da Quinta do Conde, nas categorias de benjamins, iniciados, infantis, juvenis e cadetes femininas.

A prova, que se disputa num circuito interno, arrancou e terminou na Avenida Cova dos Vidros, próximo da junta de freguesia. Mais de duas centenas de atletas participantes, em representação de vinte equipas oriundas de locais tão distantes como a Serra da Estrela ou Loulé, os ciclistas foram distribuídos por quatro escalões. Na classificação coletiva a primeira foi a equipa BTT Loulé / BPI, seguida da ACD Milharado / Escola de Ciclismo Manuel Martins e em terceiro lugar ficou a Ferrindal / Lousa. A equipa da Casa Benfica Quinta do Conde / Azeitonense classificou-se em 17.º lugar. Esta iniciativa faz parte do calendário regional, e é organizada pela Junta de Freguesia da Quinta do Conde e Associação de Ciclismo do Distrito de Setúbal, com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra.

A Quinta do Conde já tem Vólei! Nos últimos anos a autarquia tem apelado aos clubes para que possam diversificar a sua oferta ao nível das modalidades desportivas, procurando desta forma, proporcionar uma maior variedade de opções, no âmbito desportivo aos jovens do nosso município. Desta forma, a Casa do Benfica na Quinta do Conde, iniciou em setembro a divulgação da modalidade de voleibol, dos 9 aos 14 anos, mas que teve pouca aderência para estes escalões, aparecendo para a prática em treino de jovens atletas femininas dos 14 aos 16 anos. Desde então, a Casa do Benfica na Quinta do Conde tem proporcionado a um grupo de 12

Naked Mile no Meco

No próximo dia 24 de Maio, vai realizar-se a 2ª edição da Légua Nudista na Praia do Meco. Uma iniciativa da responsabilidade do Clube Naturista do Centro. A 1 ª légua nudista da praia do Meco realizou-se no dia 14 de Setembro de 2013, sendo esta uma prova de atletismo com 5 km devidamente legalizada e autorizada pelas entidades competentes. Participaram 28 atletas e terminaram todos. Participaram 3 mulheres e 25 homens. Com saída na praia do Meco a 200 metros do Bar do Peixe no sentido de Sesimbra. A prova teve como qualquer outra abastecimento no final de água e ainda doces e fruta e cerveja. Todos os atletas tiveram como lembrança uma T´shirt e um prémio de presença. Houve prémios para os 3 primeiros da geral masculina e feminina e um prémio para o menos jovem. Esta é apenas mais uma das muitas formas de promover uma atividade desportiva saudável de forma Natural

Tiago Lopes

raparigas, a oportunidade de treinarem esta modalidade, no Pavilhão Municipal da Quinta do Conde, às terças-feiras das 19h15 às 21h15 e às quintas-feiras das 19h15 às 20h15. Este grupo tem sido liderado pelo senhor João Cristão, coadjuvado pela Tânia e a maior dificuldade deste projeto está na marcação de jogos particulares, que permitam a possibilidade da experimentação da competição para esta equipa. Enquanto clube, esperamos que este projeto possa continuar na próxima época, mas alargando a idades mais tenras, visando a formação de atletas desde as fases iniciais com o objetivo de formar equipas que possam competir ao longo de várias épocas. Sérgio Alegria Coordenador da Casa do Benfica da Quinta do Conde


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Sesimbra Summer Cup já está em marcha Já está em marcha a edição 2014 do Sesimbra Summer Cup. Este torneio internacional de futebol infantil irá decorrer entre os dias 25 e 29 de Junho. Além das tradicionais modalidades de futebol e futebol de praia, esta edição conta com a novidade da inserção do futsal. De entre as equipas já confirmadas até ao momento, destacam-se quatro equipas da Índia, uma de Cabo Verde e oito oriundas da ilha da Madeira. A apresentação oficial terá lugar no dia 14 de Junho, nas instalações da Dagol, e a cerimónia de abertura será no dia 25 de Junho no Cineteatro João Mota, local que também será palco de um colóquio subordinado

ao tema “Caminhos para o desenvolvimento da formação desportiva”, que contará com a presença, entre outros, do Professor Luís Sénica, Dr. José Lima (coordenador do Plano Nacional para a Ética no Desporto), Professor Rui Lança, o jogador Marco Paixão e os ex. árbitros Internacionais, Lucílio Batista e João Ferreira. Segundo a organização, estima-se a presença de cerca de 2000 participantes, representantes de 70 equipas. Do ponto de vista turístico e da valorização da economia local, está previsto o alojamento direto de mais de 400 pessoas, durante uma semana, bem como o serviço de cerca de 4000 refeições em restaurantes locais.

Campeonato Europeu de Orientação Pedestre Decorreu, entre 9 a 16 de Abril, nos concelhos de Palmela e Sesimbra, a 10ª edição do Campeonato Europeu de Orientação Pedestre, com três etapas pontuáveis para a Taça do Mundo 2014 (EOC), e a 4ª edição dos Campeonatos Europeus de Orientação de Precisão (ETOC). Nesta competição internacional, estiveram presentes cerca de 1000 participantes e respetivos acompanhantes, entre os quais, os melhores atletas de elite, maioritariamente oriundos dos países da Europa central e do norte. Para Ricardo Chumbinho, Director do EOC/ETOC 2014, “este evento representa também um importante fator de dinamização da economia local”. Os apuramentos para a final da EOC foram realizados no concelho de Sesimbra. Nos dias 10 e 11, as provas foram disputadas na Aldeia do Meco, na vertente de distância média e longa. Já na manhã de sábado, dia 12, foi a vez da vila de Se-

simbra, acolher as classificações na vertente sprint. Esta competição internacional, contou com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra e do Grupo Desportivo União da Azoia, que ano após ano, tem “dado cartas” nesta modalidade, que apesar de para muitos ser ainda desconhecida, tem vindo a ocupar lugar relevante no mundo do desporto. Ao longo dos sete dias desta competição, foram atribuídos os títulos de Orientação Pedestre, masculinos e femininos, nas vertentes de Sprint, Distância Média, Distância Longa. Jovita Lopes

Regata Wintermantel e a Regata Walter Brash em Sesimbra

Grupo Desportivo União da Azoia

Realizou-se no passado dia 25 e 26 de Abril na Baia de Sesimbra a Regata Wintermantel (Lisboa-Sesimbra) e a Regata Walter Brash (SesimbraLisboa). Uma iniciativa da responsabilidade do Clube Naval de Sesimbra e da Associação Naval de Lisboa. Foram cerca de 300 as pessoas praticantes e simpatizantes da modalidade que Sesimbra acolheu no coração da vila no decorrer destas duas iniciativas. No dia 26 o Clube Naval organizou a XIV Regata Naval de Sesimbra onde participaram cerca de 40 embarcações com um percurso fantástico em frente à Baia. Este conjunto de regatas é considerado pelos praticantes de extrema importância para a vila e para a região pois, para além de atrair visitantes permite aos participantes deliciarem-se com as excelentes características da baia. O dia 26 de Abril foi ainda o momento escolhido para a entrega dos prémios da regata ao final da tarde. Um momento de destaque dado a beleza da paisagem e o colorido das embarcações participantes.

1ª Prova Trail e Orientação de Sesimbra

O Grupo Desportivo União da Azoia (G.D.U. Azoia) festejou no passado dia 25 de Abril, o seu 43.º aniversário e como já vem sendo hábito, assinalou a data com a organização de mais uma prova desportiva. Desta feita, a escolha recaiu sobre um novo formato de prova (Trail + Orientação) com o objectivo de proporcionar aos atletas a possibilidade de melhor desfrutar da paisagem, mantendo a incidência sobre a componente de orientação, mas permitindo aos atletas de Trail uma prova menos exigente sob o ponto de vista técnico. O desafio parece ter sido do agrado de todos, devido a um dia bem soalheiro e sem vento. Foi também organizada uma caminhada que contou com cerca de trinta participantes.

Praias de Sesimbra 2014

29ª edição do Torneio de Hóquei em Patins Juvenil

A 29ª edição do Torneio de Hóquei em Patins Juvenil – Praias de Sesimbra 2014, decorreu, como habitual, no período da Páscoa, nos dias 18 e 19 de Abril. Organizada pelo Grupo Desportivo de Sesimbra, esta competição contou com a participação de 12 equipas, envolvendo 120 participantes e 3 árbitros da Associação de Patinagem de Setúbal. O Parede F.C. em Benjamins, Spor-

ting Clube de Portugal em Infantis e a A.D. Oeiras em Juniores, foram os grandes vencedores dos três escalões em competição, tendo o Grupo Desportivo de Sesimbra, arrecadado em benjamins a Taça Fair Play “C.M. Sesimbra” e o 2º. Lugar – Taça F.P.P., em Infantis a Taça Fair Play “C.M. Sesimbra” e o 4º. Lugar – Taça Salamaleques, Lda, e em Juniores o 4º. Lugar – Taça Francisco Piedade, Lda. Durante o Torneio, realizou-se um jogo de Veteranos entre o G.D.S. e a C.U.F. – resultado um empate a quatro golos – tendo a Academia de Patinagem “Custódio Pereira Batalha” efetuado uma demonstração pública dos futuros talentos da modalidade.

Alfarim Páscoa 2014

XVI Torneio de Futebol Infantil Nos dias 18 e 19 de Abril, o Grupo Desportivo de Alfarim, em parceria com a Junta de Freguesia do Castelo, organizou a 16ª edição do Torneio da Páscoa de Futebol Infantil, nos escalões de Benjamins (U11) e Infantis (U13). Das 12 equipas inscritas, saíram a triunfar o AC Arrentela (Infantis) e o CP Flecha Negra, de Espanha (Benjamins). Relativamente ao Alfarim, destaque para o segundo lugar no escalão de benjamins, e para o troféu de melhor marcador atribuído a Francisco Marques.

Lagoa de Albufeira e praia das Bicas foram palco da prova

SCS Wave Fest 2014 arranca em Sesimbra Decorreram de 25 a 27 de abril as primeiras provas do SCS Wave Fest 2014 powered by SCS, um evento organizado pelo Surf Clube de Sesimbra em parceria com a Federação Portuguesa de Surf. A prova englobou as seguintes competições: 1ª etapa do Circuito Hurricane, 1ª etapa do Circuito Nacional de Skimboard, 1ª etapa do Circuito Nacional de Longboard e 1ª etapa do Circuito Nacional de SUP Wave. No dia 25 de Abril, a praia da Lagoa de Albufeira recebeu a 1ª etapa do Circuito Hurricane e a 1ª etapa do Circuito Nacional de Skimboard na qual estiveram em disputa as modalidades de Surf, Bodyboard e Skimboard. O tempo ajudou e a prova contou com 90 participantes. No Surf destaque para Nuno Pombo que venceu na categoria Open, enquanto Afonso Brito venceu a categoria Sub-18. Por sua vez, os estreantes Gonçalo Vieira e Gonçalo Mota venceram as categorias Sub-16 e Sub-14, respetivamente. Relativamente ao Feminino, Ana Almeida que não deu hipóteses às suas adversárias sendo a vencedora. No Bodyboard o destaque vai para Micael Neves que conseguiu superiorizar-se a Bruno Franco e Manuel Gomes, bem como ao estreante Rodrigo Carrajola na final da categoria Open. No Skimboard Open o destaque da prova vai para Eduardo Joaquim, que levou a melhor sobre Afonso Ruiz (2º classificado) e os atletas Simão Pinto e Emanuel Embaixador, 3º e 4º classificados, respetivamente. Nos Sub-

16 foi o atleta João Luz arrecadou o primeiro lugar, relegando Diogo Couceiro, Miguel Silva e Gonçalo Ramos para as posições seguintes. As Bicas receberam no dia 26 de Abril, a 1ª etapa do Circuito Nacional de Longboard num dia com ondas de dois metros, vento fraco durante a manhã e algum vento onshore durante a tarde, que colocaram à prova os 31 participantes. Foi o regresso do Circuito Nacional de Longboard ao concelho de Sesimbra que já em 2001 tinha passado pela praia das Bicas. O grande vencedor foi João Carvalho, de Peniche, que não deu qualquer hipótese aos restantes finalistas, deixando-os a precisar de uma combinação de duas ondas para alcançar a primeira posição. O campeão nacional em título, Bruno Grandela, terminou em 2º lugar, Luis Esteves ficou pela 3ª posição. Nos Sub-18 foi o atleta João Maló que arrecadou o primeiro lugar. No dia 27, a praia das Bicas voltou a ser palco da 1ª etapa do Circuito Nacional de SUP Wave, uma estreia da modalidade no concelho. As ondas apresentaram-se com um metro, alguns sets maiores. O grande vencedor foi Bruno Grandela que conseguiu as melhores ondas em condições muito difíceis devido à maré cheia, sobrepondo-se a Pedro Casqueira, Diogo Queimada e Rui Saraiva. O SCS Wave Fest 2014 volta à água nos dias 10 e 11 de maio com a 1ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças.


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11.ª Assembleia Municipal de Jovens

Que Emprego no Futuro?

Foi no dia 23 de Abril que foi eleita a mesa da 11.ª Assembleia Municipal de Jovens (AMJ), que tem como tema central Jovens Sesimbrenses – Que Emprego no Futuro? Durante a manhã os alunos do 3.º ciclo do ensino básico visitaram vários locais do concelho, como o Hotel do Mar, a Artesanal Pesca e a Escola Agostinho Roseta, de forma a preparar as propostas que vão debatidas e votadas na reunião da AMJ, no dia 10 de Maio, sábado, na EB1/JI n.º 3 da Quinta do Conde. Este ano, a AMJ conta com a participação da Escola Básica 2,3 de Sesimbra, Navegador Rodrigues Soromenho, Agrupamento de Escolas de Sampaio, Escola Básica Integrada da Quinta do Conde, Escola Básica Integrada da Boa Água e Escola Básica 2,3/S Michel Giacometti. Desenvolvida pela Assembleia Municipal de Sesimbra, a iniciativa tem-se destacado no panorama nacional, graças às suas caraterísticas particulares e inovadoras. No âmbito da AMJ, 15 alunos e sete professores do concelho visitaram, em março, o Parlamento Europeu, em Bruxelas, a convite do deputado João Ferreira e Inês Zubere, do grupo Parlamentar Comunista Português. O objetivo da visita visou dar a conhecer o modo de funcionamento da instituição e o trabalho desenvolvido pelos deputados portugueses na defesa dos interesses nacionais. Recorde-se que nos 11 anos de existência, a Assembleia Municipal de Jovens já envolveu centenas de jovens e dezenas de professores de escolas do concelho, sendo uma referência, devido ao seu papel na promoção da cidadania no seio da comunidade escolar. O projeto tem ainda contribuído para que os eleitos locais entendam quais as expetativas das novas gerações em relação ao futuro do concelho.


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