O Sesimbrense - Edição 1188 - Julho 2014

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Fundador: Abel Gomes Pólvora

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Edição Online: www.osesimbrense.com.pt

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Diretor: Félix Rapaz

ANO LXXXVIII • N.º 1188 de 1 de Agosto de 2014 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. • DE00722014RCMS/RL)

Francisco Luís

“Sesimbra é um concelho seguro” Página 9

Freguesia do Castelo em retroespetiva

88º Aniversário d’ O Sesimbrense Página 10

Fortaleza de Santiago abre ao público

Página 4

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Páginas centrais


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Farmácias de Serviço

nBombeiros Voluntários de Sesimbra Piquete de Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 21 228 95 10 Alfarim: 21 268 88 10 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 21 211 09 40 nHospital Garcia d’Orta Almada 21 294 02 94 nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) 21 223 23 21 / 93 998 06 24 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266 nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (geral) 800 22 88 50 (reclamações) nJunta de Freguesia do Castelo 21 268 92 10 nJunta de Freguesia de Santiago 21 228 84 10 nJunta de Freguesia da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74 nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251 Caixa Geral de Depósitos 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 Millennium BCP 707 50 24 24 BPI 21 720 77 00 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 BES 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

EDITORIAL

Felix Rapaz

Contatos uteis

Vivemos numa sociedade de comunicação, o jornal regional é um instrumento de interacção, entre a comunidade e as instituições, mais, o jornal é um traço de união entre gentes. 1-No último Sesimbra Município vem em destaque as condecorações municipais; sem querer interferir numa área tão sensível que se relaciona com a auto estima e reconhecimento pessoal, não deixarei de sugerir um nome que merece distinção: Domingos Lopes (Chochinha) um pescador nato, uma personagem sempre dispo-

nível para cooperar com a comunidade e colaborar com as instituições. 2-Eis porque fico desolado e revoltado; quando se extingue a Comarca de Sesimbra e o nosso Tribunal passa a ser uma mera secção de Setúbal. Isto faz parte de uma ideologia neoliberal, uma ideologia que desertifica o país e destrói a coesão regional, demostrando uma frieza que roça a crueldade. Representa um crime que lesa a pátria, a que as consciências livres não podem permitir que fique impune. Haja Deus e haja Freud!

Sesimbra é sinónimo de praia

Com o apoio:

Farmácia da Cotovia Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

212 681 685

Farmácia de Santana Estrada Nacional 378, Santana

212 688 370

Farmácia Leão Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

212 288 078

Farmácia Lopes

Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Edição publicada segundo o novo acordo ortográfico

Por vezes, com tanta vontade de voltar a pôr o pé na areia e mergulhar no mar, não agimos da forma mais correta para com a nossa pele. Sendo o maior órgão do corpo humano, a pele precisa de muito cuidado, caso contrário podem ser várias as consequências e algumas podem ser bastante graves, como o cancro da pele. Tudo o que é mau e queremos ver longe da nossa vida, não acontece só aos outros pelo que, e como se costuma dizer, “mais vale prevenir do que remediar”. Aplique protetor solar ao longo do dia e evite a exposição ao sol das 12 horas até às 15 horas. Beba água e coma fruta, é importante para a proteção da pele e para o equilíbrio do organismo. No entanto, não se esqueça que também deve ter alguns cuidados com o mar. Respeite as condições do mar e não entre se a bandeira estiver vermelha. Se ingeriu algum alimento deve esperar 2 a 3 horas antes de entrar no mar. Bons mergulhos mas sempre em segurança!

A exposição ao sol pode causar lesões na pele, nomeadamente uma forma grave de cancro, muitas vezes mortal, conhecida comomelanoma. Por isso: •Faça uma exposição progressiva ao sol, começando por período curtos nos primeiros dias; •Evite a exposição aos raios solares mais fortes (entre as 11 horas e as 16h30); •Use óculos escuros que ofereçam uma proteção eficaz; •Utilize sempre um protetor solar adequado à sua pele e aplique-o 30 minutos antes de se expor ao sol, para que tenha tempo de penetrar na pele; •Volte a aplicar o protetor durante o dia, principalmente depois de ir à água; •Não use perfume, loção da barba ou cosméticos que contenham álcool: tornam a pele mais sensível ao sol; •Beba líquidos com frequência, pois ajudam a hidratar o corpo e a pele.


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ATUALIDADE

Fortaleza de Santiago de Sesimbra reabre ao público

“Uma obra desejada pela população”

Foi inaugurado no dia 25 de julho o Forte de Sesimbra, depois de ter sido intervencionado com uma requalificação de fundo. A inauguração foi um momento alto do concelho com centenas de visitantes que assistiram ao concerto de Teresa Salgueiro. Foi uma obra importante que devolveu àquele monumento o que ele havia perdido ao longo dos tempos. É uma

construção robusta, bela, com a sua identidade bem marcada ao gosto do que foi construindo no decorrer da nossa História. Visto do lado de Terra nada nos diz acerca da sua beleza mas, visto do seu terraço, do lado do Mar, podemos dizer que é uma construção repleta de encanto. Tem uma cafetaria com uma esplanada, bafejada pelo Sol e com um panorama à sua volta inigualável.

Iniciada em 2011, a requalificação da Fortaleza de Santiago procurou, antes de mais, “preservar, ao máximo, a estrutura inicial e manter a traça original do edifício” referiu a vice presidente da Camara Felícia Costa. Esta era uma obra muito desejada pela população que, “este é um momento muito próprio e esperado, um edifício que estava na posse da GNR e que agora foi restituído aos sesimbren-

ses”. Foram arranjadas fachadas e muralhas, removidos pisos, paredes e estruturas que “não faziam parte da construção original”. Foram reabilitados espaços interiores e substituídos piso antigos degradados e, pelo caminho, foram instalados um elevador, um deck de madeira que interliga as áreas interiores, instalações sanitárias, infraestruturas de águas, gás, esgotos, electricidade e telecomunicações. E preparadas salas para acolher novas valências. Agora, após todo um “trabalho minucioso e especializado acompanhado por técnicos ligados à história e à arqueologia Neste espeço encontra-se ainda o posto de Turismo e espaços multiusos e de exposições “para os quais se promete uma programação cultural regular. Nos planos está ainda a instalação no monumento do Museu Marítimo de Sesimbra que prevemos acontecer em 2015. Porque no fundo é o mar que é a nossa matriz e que faz parte da nossa identidade, homens e mulheres que vivem e trabalham na pesca e que vem agora as suas memórias a ser respeitadas e valorizadas”, salientou a edil. A “recuperação total” do monumento, incluída no Programa Integrado de Valorização da Frente de Sesimbra, apoiado pelo QREN-PORLisboa, rondou, segundo dados da câmara, os dois milhões de euros. F.R.

Alteração do sistema judiciário

A nova organização do sistema judiciário, aprovada pela Lei n.º62/2013, de 26 de agosto, foi recentemente alvo de regulamentação pelo Decreto-Lei n.º49/2014, de 27 de março, que estabelece o regime aplicável à organização e funcionamento dos tribunais judiciais. Com efeito, no que diz respeito a Sesimbra decorrem destes diplomas as seguintes alterações principais: 1- A comarca de Sesimbra irá desaparecer, passando a mesma a ficar integrada na comarca de Setúbal como secção generalizada; 2- O Tribunal de Recurso passará a ser o da Relação de Évora; 3- Os processos do foro laboral passarão a ser julgados numa de duas secções, uma com sede em Setúbal e outra em Santiago do Cacém; 4- Os processos relativos a família a menores serão julgados também numa de duas secções, uma com sede em Setúbal e outra em Santiago do Cacém; 5- As ações cíveis de valor superior a €50.000, passarão para a Secção Cível de Setúbal; 6- As ações executivas passarão para a Secção de Execução de Setúbal que terá sede provisória em Alcácer do Sal.

Estes diplomas legais contrariam as posições anteriormente assumidas pelo Ministério da Justiça relativamente à Comarca de Sesimbra, bem como as posições do Conselho Superior de Magistratura e da Ordem dos Advogados. Por esse motivo, no passado dia 15 de julho, a Ordem de Advogados realizou uma manifestação diante da Assembleia da República, à qual se associaram muitos autarcas e cidadãos na defesa da manutenção dos tribunais nos seus concelhos. Nesta manifestação estiveram também presentes autarcas e munícipes sesimbrenses que se manifestaram contra as alterações introduzidas pela lei no que concerne à atual Comarca de Sesimbra. De facto, estas alterações irão acarretar deslocações das partes nas ações, de agentes de autoridade e de testemunhas para Setúbal, com todos os inconvenientes inerentes, designadamente tempo de deslocações e tempo de espera. Por outro lado, passando as ações executivas (destinadas ao pagamento de dívidas mediante penhoras) a correr num período transitório em Alcácer do Sal, tal poderá conduzir a situações ainda mais dramáticas do ponto de vista das empresas do concelho que se e poderão ver impossibilitadas de recorrer à justiça em virtude dos custos adicionais em que terão de incorrer em função do afastamento territorial da Secção Executiva. Acresce que, as instalações e os meios atuais do Tribunal de Setúbal são claramente insuficientes para albergar todos os processos que já lá correm termos, agravando-se com o acréscimo das ações de Sesimbra. A secção de proximidade irá localizar-se em Alcácer do Sal, que se situa a cerca de 100Km de Sesimbra e para o qual não há uma rede de transportes direta, sendo muito dispendiosa a deslocação do concelho de Sesimbra até àquela localidade. Na prática, todos estes constrangimentos vão pesar na decisão de recorrer à justiça e levar a que muitos desistam do mesmo, conduzindo, portanto, a um inevitável e sério prejuízo no acesso à justiça dos munícipes, e em especial dos fregueses de Santiago, uma vez que esta é freguesia mais distante das comarcas para onde irão transitar grande parte dos processos.


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ASSOCIATIVISMO

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Jornal o Sesimbrense de parabéns

88 anos ao serviço da população Realizou-se no passado dia 26 de julho o jantar comemorativo do 88º aniversário do jornal o Sesimbrense no terraço do edifício Califórnia. Uma vista magnífica e dezenas de amigos e colaboradores fizeram desta data um momento inesquecível, em que as memórias e as emoções se misturaram com os sabores e o cheiro a mar.

O jornal nasceu em 1926 em plena ditadura e foi fundado por Abel Gomes Pólvora um independente, pessoa de prestígio na sociedade sesimbrense. Embora se dedicasse aos problemas com que Sesimbra se debatia na altura, os trabalhos eram basicamente de natureza financeira. O jornal tal como todas as outras publicações também foi alvo do lápis azul da censura. O título passou depois para a posse da Liga dos Amigos de Sesimbra, continuando sempre

na linha do tratamento dos problemas do concelho, sem qualquer tipo de ligação ou pressão partidária ou política. Agora 88 anos depois o Sesimbrense apela à voz dos sesimbrenses e almeja pela pluralidade e informação, dando ao jornalismo de proximidade uma nova vida e uma nova esperança num concelho que carece de meios de comunicação que falem dos problemas das “gentes e da vida deste concelho”. Na Hora de cantar os parabéns e depois de um jantar

repleto de iguarias e tradições de Sesimbra, Félix Rapaz, atual diretor da publicação manifestou a sua alegria e garantiu aos presentes que este é um jornal, “feito para todos e com todos, em que queremos que o sintam como vosso e como sendo a voz dos problemas da nossa terra e também um meio de promover o que de bem se faz. Um jornal que pretende ouvir as pessoas e informa-las sempre de forma positiva e isenta”. Também Américo Gegaloto, em representação da autarquia

congratulou o jornal e a sua equipa, “é de louvar o trabalho e o esforço que é feito em momentos de crise para que esta publicação permaneça e fale de Sesimbra. Desejo a toda a equipa o maior sucesso e que continuem a desenvolver o vosso trabalho”. David Sequerra ex-diretor do jornal emocionado pela efeméride recordou o trabalho e o esforço que tem sido levado a cabo nestes anos para manter este órgão de comunicação vivo, “é nestes momentos que considero que o trabalho e as memórias deste jornal fazem parte das nossas raízes e estas não se pagam e devem ser mantidas vivas com o apoio e esforço de todos nós”. Pedro Caetano, presidente da Liga dos Amigos de Sesimbra, congratulou todos os presentes e manifestou a sua alegria pelo momento, “destaco aqui o empenho e motivação de toda a equipa, desde voluntários, funcionárias e estagiários, que fazem diariamente com que seja possíveis momentos como este. Que promovem e são a locomotiva que leva este jornal ao sucesso a cada mês que passa. São pessoas como estas que Sesimbra necessita, com força e motivação para dar continuidade à história desta publicação. Tenho um enorme orgulho de comandar uma equipa que não baixa os braços e agarra os desafios como

seus, bem hajam e parabéns ao Sesimbrense. Recordou-se Pedro Filipe representado pelo filho e pelo neto, um homem que dedicou a esta liga de amigos e ao jornal muito do seu tempo voluntário e que apesar de debilitado se recorda dos bons momentos que ali viveu e visita esta casa que sente como sua. Geny Braz enviou uma mensagem da Madeira, congratulando o jornal por mais um aniversário e manifestando o seu orgulho de alma sesimbrense, por esta obra começada por seu avô. Apagaram-se as velas, e brindou-se a uma vida dedicada à cultura e vida de homens e mulheres que fizeram história em Sesimbra e no jornalismo.

Agradecimentos: Garrafeira de Sesimbra Onda selvagem O Canhão Gliese Florista Antónia Florista Bela Flor O Caseiro A Camponesa Snack Bar Palmeira Capitulo Sociedade Musical

6 Meses e 6 Debates da Liga: Sesimbra mágica como a Disneylândia! A liga dos amigos de Sesimbra debateu o Mar e Cultura(s) no terraço da redação do seu jornal O Sesimbrense, no topo do edifício Califórnia numa magnifica tarde de sol. Inspirados pela deslumbrante vista para o mar, os oradores e a muita audiência não se cansaram de elogiar as culturas associadas com o mar. A Pintora Sandra Pita Soares começou por mostrar e falar da cultura artística e das suas atrativas pinturas inspiradas em Pessoa, mas mesmo o nosso melhor poeta não conseguiu competir com Sesimbra. Sandra provocou um debate mais aceso quando falou também em nome da cultura dos mergulhadores, afirmando que “O fundo do mar de Sesimbra é mais bonito e colorido que um filme da Disney” e tem por isso de ser preservado, inclusivamente de pescadores “atrás das corvinas que nós descobrimos.” O Arrais José Fernando Correia (Olindo) ripostou que o problema de haver menos corvinas e outros peixes se deve principalmente à poluição vinda do sado e não aos pescadores. Outro pescador, Simeão, que pesca desde os 14 anos, recordou as tragédias que juntos viveram no mar. Ambos concluíram que a cultura piscatória sesimbrense respeita o mar, o peixe e as outras culturas sesimbrenses. No entanto o ambiente duro e revolto no mar pode fazer com que pereçam agressivos a defender os seus pontos de

vista. O Advogado José Carlos Embaixador encorajou os pescadores a continuarem a ser assertivos na defesa dos seus interesses, especialmente perante o que considerou “zelo excessivo e perseguição dos pescadores” dos técnicos do ambiente que muitas vezes não estão preparados para serem eles a ter a decisão final em assuntos cultural e geograficamente complexos, como o parque natural da Arrábida e o parque marítimo Luiz Saldanha. David Sequerra como representante da cultura jornalística e literária falou sobre a cultura pexita concluindo que “quem é de Sesimbra tem uma enorme afeição à terra.” O moderador José Fidalgo, que não é de Sesimbra, cumpriu a sua função desafiando a audiência perguntando se isso às vezes “não é um excesso de bairrismo.” Sequerra respondeu taxativamente que não e que até as picardias do passado entre pexitos da vila e camponeses dos arredores já estavam ultrapassadas. Félix Rapaz, representando um olhar de cultura filosófica e histórica, interveio explicando que devido ao isolamento geográfico e escassez de transporte (por exemplo nunca houve comboio) que a vila manteve por mais tempo que outras localidades marítimas, Sesimbra acabou for funcionar como um “couto homiziado,” que desenvolveu a sua própria cultura e modo de ser

vincados. Pedro Caetano, na qualidade de membro da cultura das famílias de segundos residentes de Sesimbra que se tornaram primeiros residentes (da qual Sandra Pita Soares e outros na audiência também fazem parte), concluiu que seria positivo que “as culturas de Sesimbra se abrissem cada vez mais ao exterior”. Desafiou os pescadores e operadores turísticos presentes a apostarem na pesca como atividade à vista de todos e aberta ao turismo quer em terra quer no mar. Os pescadores enumeram os muitos entraves das autoridades a que acolham turistas e ficou prometido que noutro debate se falará da remoção de tais entraves. Muitos outros intervieram durante o animado debate onde o olhar nunca resistia a ser des-

viado para o fantástico mar de que todos falavam. Várias outras culturas sesimbrenses estiveram presentes e defenderam os seus pontos de vista sobre a vila como por exemplo a cultura dos grupos corais. A cultura da da Quinta do Conde também esteve como sempre nos debates da liga. Foi representada por vários na audiência, inclusivamente membros da assembleia de freguesia da Quinta do Conde, bem atentos e que explicaram no final que não intervieram porque “o mar está essencialmente ligado à vila, mas que têm muito orgulho em ter o mar no concelho.” José Ramalho, coordenador do observatório da liga que promove os debates e Eduardo Cruz, da rádio Sesimbra FM trocavam sinais incessantemente

para que nenhum contributo de nenhuma das culturas do Mar se perdesse na habitual transmissão em direto e gravação. Este sexto debate da liga em seis meses, foi mais informal que os outros até por ser no verão, ao ar livre e frente ao mar, mas foi igualmente rico em contributos e muito concorrido como sempre. Começa-se a acumular material gravado muito útil para o concelho. É já um bom e produtivo habito para a Liga, restantes amigos de Sesimbra, sociedade civil e poderes locais, debaterem o passado, presente e futuro do nosso Concelho nas tardes do ultimo sábado de cada mês. Em agosto vamos de Férias mas em Setembro regressaremos! Pedro Caetano


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PESCAS

Opinião Uma outra Sesimbra Por: Carlos Alexandre Macedo

Regras das embarcações A embarcação para sair para o mar tem de ter um rol de tripulação onde indique cada um dos tripulantes, e ter a lotação mínima de segurança para operar. Supondo que uma embarcação tem uma lotação mínima de 3 marítimos, mas em vez dos 3 tem inscritos 5 pescadores. E que no momento de sair para o mar, por exemplo às 03:00, falta um dos camaradas. Continua a ter a lotação mínima de segurança. No entanto é obrigada a dar comunicação à capitania de que esse marítimo, não embarcou. Caso contrário, sendo abordada pelas autoridades leva uma coima por o rol (que diz 5) não coincidir com o real (4). No dia seguinte o camarada volta a embarcar, então temos de voltar a comunicar o seu embarque. E assim os armadores são obrigados a estar constantemente a comunicar as alterações e obviamente, que tratando-se da capitania, são obrigados a pagar essas alterações. Como é que as capitanias justificam esta obrigatoriedade?

Segundo as autoridades, para que, em caso de naufrágio saibam exatamente quantos marítimos estavam na embarcação, e daí se reduza os encargos com as buscas de salvamento. Este argumento é uma meia verdade, e carece de fundamento. É uma meia verdade, porque por detrás desta capa de “salvamento” a verdade é que estas comunicações obrigam o armador a pagar 12€ pela reentrada do camarada, mesmo que tenha sido por uma só noite. Mais uma fonte de financiamento. E carece de fundamento, porque em qualquer empresa, a falta de um trabalhador não tem de ser comunicada às autoridades. Por exemplo, se existir um incêndio num edifício com vários andares de escritórios, como é que os bombeiros sabem quantos trabalhadores se encontram no momento? Perguntando, contactando, ou seja, fazendo o seu trabalho de apurar quantas pessoas podem estar em perigo. Ora, na pesca, em caso de

Carina Reis

varamessaiola.blogspot.com

naufrágio, as outras embarcações são desde logo avisadas, e muitas vezes são as primeiras, antes das autoridades, a saber que a outra embarcação está em perigo. Na pesca as pessoas conhecem-se, muitos são amigos e familiares e com muita rapidez sabe-se quem são os camaradas. Confirmase pelos contatos quem está, e quem não está. Sabemos muito mais rapidamente e com mais facilidade quais os homens que estão no mar nessa altura, do que em outras situações em terra, onde as pessoas do escritório do 3º piso desconhecem por completo o que se passa no 8º. Voltamos a crer, que impõem aos armadores obrigações, sempre de acordo com o que é mais conveniente para as autoridades, ainda que seja um claro abuso de direito, visto que os armadores são forçados a ter um encargo que nenhuma outra empresa tem.

Entraremos, se o tempo assim o permitir, na época de férias em que Sesimbra se encherá de veraneantes e turistas que vêm usufruir das nossas belas praias. Este é uma época muito particular que me despertam um conjunto de sensações, doces e amargas. Esta era a altura da minha infância em que por estar de férias escolares, mais partido tirava daquilo que Sesimbra tinha para me dar. Os meus primeiros anos de vida foram vividos entre casa de meus avós maternos e os armazéns de pesca de meu pai. Sendo que a “loja de companha” era certamente o sitio mais emblemático da minha infância, sobretudo pelas sensações que me despertam. Ainda hoje, se fechar os olhos, consigo sentir o cheiro das redes molhadas depois de regressarem do mar e ver as cores das bóias, cordas e chumbadas que davam cor àquelas casas de trabalho. Naquela altura tínhamos duas “lojas de companha”, uma na rua Helíodoro Salgado onde chegávamos a viver nos meses de Verão, quando os meus pais alugavam o apartamento aos banhistas, e outro que ficava na Avenida 25 de Abril, nas imediações do hotel Espadarte, onde hoje se encontra o edifício Âncora. Essa última tinha um outro encanto. Era um armazém velho, com um grande pé direito e umas grandes portas que deixavam entrar as luzes do dia e a brisa do mar. Esta era a loja do Silvestre,

Águas monitorizadas pela APSS A Associação de portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) realiza avaliações a qualidade das águas desde 2007. Foram definidas treze estacoes fixas nestes dois portos. Para avaliar a qualidade são definidos treze parâmetros para testar qualquer alteração na água ao

que era o velho-terra do barco. Velho-terra em todas as acepções da palavra, porque era o homem que organizava o trabalho em terra e porque era realmente o mais velho. Mas se para o meu pai e para o barco ele era o velho de terra, para mim era o avô de mar. Primeiro, porque o meu pai, apesar de ser homem de poucas palavras tinha por ele uma enorme estima. Sendo o meu pai uma fonte de orgulho e admiração para mim, aquele velho, por extensão, tinha todo o meu respeito. E acho que ele também gostava de mim, como extensão da dedicação e amizade que tinha por meu pai. Era com ele que aprendia a encher as agulhas para coser as redes e enrolava as bóias. Era ali que me sentia bem e era lá que estava sempre que podia…e me deixavam. O Silvestre era para mim a personificação do homem bom e paciente. Não sou dado a endeusamentos, nem quero fazer juízos de carácter, ele como todos os humanos teria defeitos e virtudes, pessoas que gostavam mais dele e outras que gostavam menos. Interessa-me neste caso aquilo que ele representou para a minha formação como homem. Era um homem calmo, bem disposto que tinha sempre histórias para contar. Um clássico eram as desventuras do seu periquito que andava solto em casa e que gostava de penicar do seu copo de vinho à refeição. A evolução mal medida e uma certa vergonha parola, embora inconsciente, foi apagando esta Sesimbra. Fica a memória e o prazer de a recordar.

longo do tempo. Alguns destes pontos de avaliação recaem sobre os poluentes orgânicos e hidrocarbonetos. Estes testes são realizados de três em três meses e tem revelado o seu enquadramento dos critérios de qualidade aplicáveis a uma região costeira. Andreia Rodrigues


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De Igual Modo

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David Sequerra

Dos elogios ao desperdício…

Durante os meses de verão de desejável época balnear a Câmara de Sesimbra decidiu ampliar o horário das proveitosas visitas à capela do Espírito Santo em tão boa hora bem recuperada com toda a riqueza seu historial. Da fundamentada esperança de atrair o maior número de visitantes, a capela está acessível em horários nocturnos, das 21 as 23:30 horas com visitas guiadas as sextas e sábados pelas 22:00 horas, de calculável impacto e interesse. Este expediente municipal é credor de elogios, a bem de um melhor conhecimento cultural sobre Sesimbra de heróicos marcantes. Com fortaleza de Santiago também visitável, solicitando extraordinário interesse, apos abertura tão desejada a 25 do Julho 2014, a “piscosa” reúne condições admiráveis de respeito e de simpatia.

Coisas (e gentes) de que me lembro

De igual modo mas de desígnio apreciativo de sinal contrário, assinalamos o autentico desperdício de oportunidades que tem ocorrido na fonte de cavalo – parque municipal de campismo. Numa extraordinária situação de provetes paisagísticos, o pequeno restaurante ali situado em por encerrar C.M.S, servindo de apoio aos utentes do parque, pode e deve constituir um valioso e atractivo de visitantes apreciadores de Sesimbra. A vista que se desfruta da esplanada do restaurante é de uma rara beleza, entre esplendor e repousante. Todavia, o acesso aos píncaros da fonte de cavalo esta pouco e mal assinalado e, em complemento negativo os sucessivos concessionários da restauração (e vão quatro desde há quatro anos) não têm sabido tirar proveito do negocio a que se devotam, não promovendo os seus serviços através dos meios adequados, de modernas tecnologias. Trata-se de um verdadeiro desperdício de oportunidades turísticas e gastronómicas e ainda poderá ser recuperável ao longo de Agosto e Setembro. Quem não foi, ainda, até às imediações do parque de campismo do Forte de Cavalo nem sabe o que perde porém além de vista panorâmica, uma razoável refeição também virá a calhar. Se este meu escrito ajudar, dou-me por satisfeito! Em tempos escrevi , com este título, uma série de crónicas no então Boletim da Junta de Freguesia do Castelo. Essas crónicas eram de um modo geral elogiosas para figuras do concelho que tive gosto em evocar. Hoje retomei o título, que me parece a propósito, para fazer um curto desabafo. Cá vai: Contava-me o meu velho e saudoso tio Fortunato que, em tempos idos, em época de crise, se pagava portagem para entrar em Sesimbra. Perante a minha surpresa, lá me ia explicando o meu contador de histórias que a taxa se aplicava a quem trazia produtos para vender e dos quais havia escassez. Para evitar o pagamento, muita coisa passava clandestinamente, sob os mais curiosos disfarces. Nunca indaguei qual seria a época precisa. Fixei sim o facto que me parecia então estranho e quase fantástico, não fosse o crédito que sempre dei à fonte. Pois bem, hoje, sendo natural e residente no concelho, venho à vila de Sesimbra quase diariamente e pago sem exceção uma taxa apreciável. Nunca menos de um euro, o que, multiplicado, não é quantia para desprezar no final do ano. É claro que não posso usar nenhum dos expedientes de que os nossos antepassados se serviam, porque, convenhamos, uma viatura não cabe debaixo de um chapéu, por maior que sejam as abas! Convém dizer que não venho vender o que quer que seja, nem estaria nunca nos meus planos fugir às minhas obrigações de cidadã, mas fica o reparo que há muito estou para fazer às entidades que decidem estas coisas. Não será bom para o comércio repensar as taxas aplicadas nos parquímetros? Por comparação, inevitável, em Setúbal, capital de distrito, as tarifas horárias são consideravelmente mais baixas, de tal modo que nunca a dita taxa me suscitou qualquer reparo. Confesso que o copo transbordou no dia em que, para assistir a um espetáculo na companhia de uns idosos, paguei no parquímetro quase o mesmo do que o preço do bilhete. Haja paciência… Alda Gago


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No coração da vila

LOCAIS

A Rua Antero de Quental recheada boas lembranças Da casa do bispo ao laboral da “tia” nomina lo muito apreciavam. Tendo em linha de conta o requisito histórico da Casa do Bispo, o imóvel principal daquele recanto Sesimbrense, a Rua Antero de Quental ostenta uma antiguidade de apreço muito embora não seja hoje um ponto de passagem bastante conhecido. Mas não deixo de achar digna de interesse a Rua que vos quero apresentar, com preciosas ajudas que referirei de seguida. ***

Uma vista actual da muito típica Rua Antero de Quental que até 1910 se chamava Rua da Cruz. A Republica mudou-lhe o nome mas o caracter e dai gentes que o habitam mantem-se intocável. Depois da muito recente evocação da típica Rua da Fé disponho-me hoje avivar memorias e suscitar saudades quanto à vizinha Rua Antero de Quintal, de curta execução mas amplo/significado histórico, perpendicular à Rua

Cândido dos Reis e confinante com a também muito castiça Rua da Caridade. Daí à orla marítima, nas imediações da Fortaleza, passando pelo Largo da Marinha, vai uma pequena distância que os banhistas há mais de meio sécu-

A Rua Antero de Quental não esta hoje muito diferente. Mantem se pequeno, típica, da histórica Casa do Bispo. Há novas gerações de moradores com obras internas de calculável mérito como as que a Laurinha (Reis Marques) e seu tão simpático marido levaram a cabo com perene lembrança de senhor Félix. Compete-me revelar que este meu escrito evocatório dó foi possível, na sua justificada extensão, mercê da preciosa ajuda da minha “velha” (mas sempre nova) Laurinha, que muito prezar de seu irmão An-

tónio. Durante alguns meses, em pleno Verão na 2ª feira dos anos 40, vivi na Rua Antero de Quental, nº 39, exactamente na agora recuperada Casa do Bispo, então com o usufruto habitacional da família do “Zé” Brandão com o José António, a Luizinha e o João Virgílio como meus parceiros de alegre adolescência, na 2ª metade da década de 40. A Rua tem estado em obras, de diversos estilos e a manutenção das portas já não é a mesma. Começa na esquina em frente da Farmácia Lopes, confinante um a outro nº 2 do estabelecimento do José António e acaba na confluência com a Rua da Esperança, um acesso por um pequeno beco à Rua da Fé. A meio, marcando especial presença lá está a Casa do Bispo, devidamente brasonada quase vis a vis, situa-se a simpática casa dos Reis Marques, habitada pela família do senhor Félix desde 1927. Foi aí que nasceu, há 87 anos, o meu muito prezado amigo António (Reis Marques), o melhor informado cidadão sobre Sesimbra, entre todos os seus terrâneos. Sucederam-se na mesma casa, os nascimento

dos manos Francisco e Laura, conceituados vizinhos de muito boa gente daquela Rua – os Guitas, a família Búzio, “Tia” Normina, Rosa Palmeirim (vulgo “Papão), os Dionísio e também Cláudina Pardal ascendente directo de Ana Lourenço, uma figura actual bem conhecida nos hostes Televisivas. De todos mantenho ainda uns bons laivos de memória dos meus já tão distantes tempos de banhistas, ocupante do nº 39 nos cuidado domínios de Dona Mariozinho Soromenho. Recordo-me de ver a “tia” Normina a fazer, pacientemente sapatos de trapos e da popularidade extra de Rosa “Papão”. Bem acompanhado, naqueles muito preenchidos, meses de Agosto e Setembro, sentiame em família nos pacatos domínios da Rua Antero de Quental. A completar este desfile de recordações de tempos idos formulo o voto que se impõe: que sejam rápidas e bem conseguidas as obras em curso numa das mais características ruas de Sesimbra antiga que valerá a pena visitar. David Sequerra

Por curiosidade… No recanto Sesimbrense que evocámos também viveu Emília, popular figura de “tia” Emília Ferreira, da Armação Roquete e Avó de um rapazinho bastante estimado na vizinhança de seu nome António Félix Rapaz, nem mais nem menos do que o novo Director de “ o Sesimbrense”, um “Self-made man”, de exemplo perseverança e bom convívio que vai gostar, queremos crer, desta “viagem no tempo”, pela Rua Antero de Quental.


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111 anos ao serviço da população

LOCAIS

Bombeiros, vida por vida

A R.A.H.B.V.S., foi fundada oficialmente em 12 de Agosto de 1903, com a designação de Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, tendo como seu primeiro presidente El Rei D.Carlos I. A origem desta associação, deu-se após o trágico incêndio na Fabrica Nacional de Conservas (actual Sana Park Sesimbra Hotel). No próximo mês celebra 111 anos de existência onde homens e mulheres vestem voluntariamente a farda e dão a sua vida pela população. Ricardo Cruz, comandante da corporação falou ao Sesimbrense dos desafios e dificuldades desta associação. pesadas todo o terreno para intervir em caso de incêndio florestal. Estamos equipados com duas viaturas INEM, pela dimensão e volume de população do concelho, mas não serão de todo capazes de dar resposta a todas as chamadas que nos chegam diariamente, por isto, possuímos ainda uma vasta frota de ambulâncias que, aliadas à credenciação dos nossos elementos pelo INEM, tenta corresponder a todo o socorro solicitado pela nossa população. A recordar, muito importante, este corpo de bombeiros, possui um quartel destacamento na freguesia da Quinta do Conde, tentando assim cobrir a área do nosso concelho, procurando diminuir o tempo de resposta.

OS BVS são uma instituição centenária que celebra no próximo mês o seu aniversário. Quantas pessoas fazem parte da vossa instituição? Efetivos e voluntários? Falando apenas e só de elementos que integram o nosso corpo ativo, registamos um total de 75 bombeiros, dos quais, número redondo 15 é apenas voluntários e 28 estagiários. Mas a relação entre colaboradores e voluntários não poderá, nem deverá ser feita deste modo, pois somos todos voluntários, porque dedicamos tempo e nossa vida a esta Causa e sempre que

necessário respondemos à chamada de socorro da população. De que meios dispõem de apoio à população? Este corpo de bombeiros, pelas características do nosso concelho, dispõe de uma versátil frota de viaturas, ou seja, temos capacidade para intervir na nossa costa, com embarcação e equipa de mergulho, intervenção em situação de resgate com viatura dedicada e equipa para o efeito. Com a grande área de mata, e condições do nosso terreno, possuímos viaturas

Quantas viaturas de combate a incêndio e catástrofe? Para responder a esta questão teremos que dividir por tipos de ocorrência: Incêndio Florestal: 6 viaturas Incêndio Urbano: 3 viaturas Para apoio a estas contamos com viaturas tanque que fazem chegar água em quantidade, como na nossa mata, onde não existe rede de socorro para incêndio. 1 viatura de comando e comunicações (posto de comando móvel) Como referido possuímos ainda: 1 viatura para intervenção em situação de resgate 2 viaturas para desencarce-

ramento 1 embarcação e viatura para a rebocar. Quando em e se ocorrer situação de catástrofe, todos os meios serão empregues e talvez ainda poucos, para solucionar a questão, mas o importante aí será a coordenação de meios, pois já assistimos a desastres no nosso concelho, como as fortes chuvadas, incêndios com alguma dimensão, o acidente dos jovens no Meco, e sempre conseguimos dar resposta a eles. De que forma trabalham em rede com a Proteção Civil? O Serviço Municipal de Proteção Civil, estabelece connosco um laço estreito de comunicação, trabalhamos em conjunto, os nossos elementos conhecem todos os elementos que integram esse serviço, facilitando e tornando mais rápido o trabalho. Procuramos ter formação em conjunto para que sejam limadas todas as arestas e assim formar uma única grande máquina a trabalhar em prol do concelho. Que tipo de apoios tem? e que dificuldades vive a corporação? Os apoios, seria a oportunidade ideal de dizer, são sempre poucos, porque é uma realidade, a manutenção da nossa frota, os vários equipamentos que detemos, o nosso pessoal, tudo isto corresponde a uma despesa, que é quase sempre certa e o orçamento com qual trabalhamos é para essa despesa certa,

tudo que depois aconteça à posteriori irá significar dificuldade, irá resultar em esforço deste Comando e da Direção em colmatar essa falhar que surge. Apoios sim, tenho que referir o apoio da Autarquia, da ANPC, do serviço INEM, e dos nossos sócios, mas como disse por vezes insuficiente para esta máquina trabalhar como desejaria a 200%. Dificuldades, sim tenho que referir o nosso orçamento para trabalhar, e cada vez mais notório a falta de elementos que chegam até nós para integrar o nosso corpo de bombeiros e que conseguem concluir a nossa formação, pois podemos ser voluntários, mas temos que ser profissionais na ação, de nós depende o socorro, de nós depende o bem-estar da população, mas também de nós depende o nosso corpo, a nossa equipa, os nossos elementos, e aí nada pode falhar. Qual o vosso desejo neste 111º aniversário? Pedir desejos antes do tempo e ainda para mais revelá-los dá azar, não é o que dizem? Mas um desejo, são muitos, mas o talvez aquele que poderá dar força a todos os outros será, o voto de confiança da nossa população nos seus bombeiros, um voto de confiança de todos os bombeiros para uma amanhã ainda desconhecido. Fátima Rodrigues


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Proteção Civil “A estratégia é a prevenção” A Proteção Civil de Sesimbra é um dos órgãos de ligação entre as forças de segurança e de proteção à população. A sua atividade é desenvolvida pelo Estado e pelos cidadãos com a finalidade de prevenir riscos coletivos inerentes a situações de acidente grave, catástrofe ou calamidade natural ou tecnológica, bem como socorro às pessoas em perigo. Francisco Luís, vereador da Câmara Municipal, responsável por este órgão falou ao Sesimbrense dos meios e atividades no terreno. De que meios dispõe e que serviços integra este órgão municipal? O Serviço de Proteção Civil e Técnico Florestal (SPCTF) integra diversos sectores especializados em diferentes áreas de intervenção, encontrando-se, cada um, dotado dos recursos humanos e materiais essenciais ao seu funcionamento: Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Guarda Nacional Republicana, CDOS – Centro Distrital de Operações e Socorro de Setúbal e Centro de Saúde de Sesimbra. A proteção civil mantem uma estreita ligação com estas entidades para que o nosso trabalho seja feito em rede e com o sucesso que nos é possivel. Com os Bombeiros temos um protocolo que nos permite financiar uma equipa de intervenção rápida, que está em permanência para o caso de existir necessidade. Uma ajuda enorme na prevenção e combate. Este Serviço Municipal conta com uma equipa de cinco vigilantes do ambiente e dois técnicos. A nível de equipamentos dispõe de: Uma viatura multiusos com rádio, uma viatura equipada com kit de combate a incêndios, durante a época estival, para combate aos fogos florestais, uma viatura todo-o-terreno preparada para o combate aos incêndios florestais e urbanos, quatro motosserras, vestuário de proteção para motosserra (luvas, botas, capacetes com viseiras e proteção de ouvidos), vestuário de proteção contra fogos florestais – casaco não inflamável, em nomex, fibra resistente a altas temperaturas capacetes com óculos, botas, luvas e fire shelter (abrigo anti incêndio), rede Rádio do serviço em VHF

envolve todas as forças de segurança do concelho com frequência própria e a Rede Nacional de Proteção Civil. Existem rádios nos Postos da GNR de Sesimbra, Alfarim e Quinta do Conde, Polícia Marítima de Sesimbra, quartel dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Centro de Saúde de Sesimbra e Cruz Vermelha da Quinta do Conde. O Serviço Municipal tem ainda dois rádios portáteis, um fixo, no gabinete, e um ligado à Rede Rádio da Associação de Produtores Florestais da Península de Setúbal. Para além destes, existem rádios móveis nas três viaturas de serviço e dois nas viaturas de comando e transmissões dos Bombeiros. Tanto o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, como o vereador da Proteção Civil têm um rádio portátil. Bem como um posto de vigilância que nos permite uma visibilidade cerca de 80% do território do concelho. Encontra-se no Facho da Azoia onde está permanentemente pessoal técnico de vigia. De que forma fazem a prevenção de incêndios? Em primeiro lugar este trabalho é feito no decorrer do ano, todas as estratégias estão assentes na prevenção, com a limpeza de lotes e terrenos e espaços florestais, também com sensibilização dos particulares para que tenham terrenos confinantes a edificações, designadamente habitações, estaleiros, armazéns, oficinas, fábricas ou outros equipamentos, são obrigados à limpeza dos terrenos que possam ser considerados um foco de incêndio. Procuramos desta forma que a lei seja cumprida auxiliando

por vezes até nessas tarefas de prevenção. Por vezes existem pessoas que se mostram indiferentes a esta questão as quais procuramos de forma tranquila sem recorrer a justiça fazer cumprir a lei. Alertamos também as pessoas para os períodos e regras para execução de queimadas, para que estejam cientes dos perigos que dali podem advir. Felizmente o concelho de Sesimbra tem nos últimos anos sido privilegiado em situações de grandes incêndios sendo a prevenção e a vigilância dois fatores de extrema importância para que estejamos fora das zonas de grande perigo nacional. No inverno a prevenção é feita para que os caudais de água estejam limpos bem como as valetas., para que as linhas de água circulem nos sítios corretos sem desvios que causem perigo. Mais que reagir a nossa estratégia é mesmo a prevenção, porque esta é fundamental a nível do combate ao perigo. A zona do parque do Sobreiros é da vossa responsabilidade? Os moradores mostram algum desagrado com a sua manutenção, referindo até perigo de incêndio. O que vai ser feito? Esse é um espaço que foi criado com o intuito de criar uma zona de lazer para os moradores daquela zona, a limpeza e manutenção é da responsabilidade da autarquia, pelo que irei de imediato tomar medidas para que seja feita a limpeza do local porque acredito que seja necessário o

corte de alguns ramos e limpeza de arbustos e espaços de lazer. Penso que quando a edição sair a situação já estará resolvida. Penso que este é um ponto importante que é o trabalho em parceria, entre os meios de comunicação e a população de forma a trazer até nós estas situações para que possam ser resolvidas.

Uma forma de trabalharmos todos em conjunto para uma melhor prevenção. A população pode sempre constatar-nos de forma a alertar-nos para eventuais situações de perigo, porque com um território tão vasto e com a carência de pessoal operacional torna-se por vezes complicado acorrer a todas as situações, mas sempre que nos é possível resolvemos as situações que nos chegam através dos diversos canais. Estamos sempre disponíveis para colaborar para disponibilizar alguns meios da autarquia para que a prevenção seja feita em pleno. O SMPC colabora com as entidades do concelho, na elaboração de Planos de Emergência? Numa primeira fase, foram feitos planos com as escolas públicas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico do concelho. Posteriormente, o projeto estendeu-se aos lares de idosos, escolas privadas, empresas do concelho e outras entidades, quando o solicitem. Este é um projeto que está a ser desenvolvido em parceria com o Centro Distrital de Operações e Socorro. Elaborado em parceria com os Serviços Municipais de Proteção Civil de Palmela e Setúbal e com as Comissões

Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Trabalhamos durante todo o ano neste processo Plano Municipal de Emergência, como funciona? É um instrumento orientador nas operações de Proteção Civil, que define a unidade de direção e controlo, coordena as ações a desenvolver, meios e recursos, face a um acidente grave, catástrofe ou calamidade, a fim de minimizar os prejuízos e perdas e restabelecer a normalidade. O que é e como funciona o Concelho Municipal de Segurança? Temos como função analisar o dispositivo legal e a capacidade operacional das forças de segurança, bem como os resultados da atividade municipal de proteção civil e de combate a incêndios, entre outras. Trabalha em rede com todas as forças vivas ligadas à população e reúne-se para debater os problemas sociais do concelho. Para além do concelho sou ainda responsável pela agenda 21 local em que existem tal como o nome indica 21 pontos a serem cumpridos para que a sustentabilidade seja o ponto alto desta autarquia, onde faz parte o ambiente, a administração local a segurança e que pode ser considerada uma matéria de desenvolvimento a todos os níveis.


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Freguesia do Castelo em Retrospectiva

“Uma experiência enriquecedora”

POLÍTICA

A freguesia de Nossa Senhora do Castelo foi criada em 27 de maio de 1388. É a maior do concelho em território, com 178,77 quilómetros quadrados (98% do concelho). Francisco Jesus a cumprir o seu último mandato, é o rosto da freguesia e explicou ao Sesimbrense quais os desafios e o que o alicia neste trabalho autárquico.

Que balanço faz do seu trabalho autárquico e da política de proximidade? O balanço que faço é desde 2005 porque o trabalho é contínuo e desenvolvido ao longo dos mandatos que exerci. Sempre governei em conjunto com as restantes forças politicas e considero que o trabalho das equipas tem sido de proximidade, com o cuidado de as decisões mais importantes sejam participadas por todos inclusive pelos membros da Assembleia de Freguesia. Todos reconhecem o esforço que é feito. Esta não é uma situação muito vulgar devido as preferências e ambições políticas, mas aqui felizmente temos trabalhado em equipa e sempre a pensar na população e nas melhorias da qualidade de vida. As coisas são feitas de forma séria e com um esforço de desenvolvermos uma parceria e um trabalho que visa esquecer um pouco as cores politicas e pensar sempre no trabalho autárquico como um serviço à comunidade. Este é um legado que levo nas minhas memórias de autarca e que me irá acompanhar com agrado. Nós em Sesimbra não tínhamos uma prática de descentralização de competências e esta junta tem conseguido ao longo dos tempos que essa seja uma das suas bandeiras. Iniciamos um processo em que fizemos ver ao município que a delegação de competências pode ser uma mais-valia dada a proximidade que já referi. A freguesia do Castelo é das três a que tem maior número de descentralizações, até porque temos a maior área

uma perca de cerca de sessenta mil euros, o que para uma junta e com os aumentos que tivemos neste período se torna complicado sendo necessário uma gestão de topo e uma criatividade dia a dia, com um enorme conjunto de esforços.

geográfica. Em 2005 haviam apenas dois protocolos um para a manutenção do parque escolar e outro para placas toponímicas. Atualmente são várias as delegações de competências que fazem parte do protocolo que temos com a autarquia e que pretendemos alargar, não nas competências mas nas áreas de abrangência. Neste momento temos cerca de 14 operacionais, para além dos administrativos, e duas técnicas superiores, até porque não temos as burocracias da autarquia e estamos mais próximos dos problemas. As estes colaboradores tentámos sempre motiva-los para que vestissem a camisola e desenvolvessem a sua atividade profissional em polivalência sempre que necessário, á semelhança do executivo. Temos um autocarro, temos carrinhas, uma carrinha de caixa aberta que presta um serviço social em parceria com um projeto que esta instalado no Raio de Luz. O projeto Espaço solidário que tem como responsável a Teresa Mayer e que fornece cerca de 97 famílias por semana. O balanço que faço é positivo e de uma equipa que se tem esforçado ao longo dos anos para servir a população da melhor forma. A nível financeiro como se encontra a junta? A junta não tem dividas, mas podemos dizer que num horizonte de cerca de 14 anos o orçamento tem vindo a diminuir de forma circunstancial o que significa

Quais as respostas sociais? A junta tem uma educadora socio profissional que nos dá apoio na área e que trabalha inclusive em rede com a segurança social a qual nos tem encaminhado algumas situações que necessitam de apoio. A Sara aqui da junta tem feito essa ponte social que nos tem facilitado o desenvolvimento do trabalho nessa área. Também o projeto do Espaço Zambujal com os jovens e crianças é uma bandeira da freguesia e que habitualmente se encontra cheio de jovens que diariamente ali se deslocam. Um trabalho meritório e que se deve destacar. As zonas verdes e de recreio da freguesia satisfazem as necessidades? Não de todo, nós temos uma freguesia enorme com uma grande mancha verde apesar de não termos uma centralidade mas sim um conjunto de núcleos urbanos dispersos. Nas zonas urbanas os moradores sentem necessidade de ter uma zona verde e nas novas urbanizações umas das contrapartidas era existir uma zona verde e de lazer para as crianças. O problema que se coloca é que depois não há capacidade de as manter, existem parques infantis na freguesia que estão neste momento ao abandono cheios de mato, o que não sendo uma função da junta tem acontecido em determinadas zonas o pessoal da junta fazer a sua limpeza. Alguns não temos essa capacidade e eu considero que isso é um desperdício de investimentos, dinheiro que foi gasto e agora dinheiro e manutenção que não se consegue ter por carência até de pessoal. A camara tem neste momento para a freguesia de Santiago e do Castelo quatro jardineiros

O Castelo é o berço do concelho

António Amiano Marques membro da assembleia de Freguesia do Castelo deu-nos nesta retrospectiva uma visão do que são as carências e desejos da população.

terra batida, passeios quase inexistentes e os serviços públicos essenciais concentram-se paticamente todos na sede de concelho. Esta é a freguesia com maior dimensão, que faz a ligação entre a Quinta do Conde e a vila, tem potencialidades para ser uma aposta estratégica para o desenvolvimento. Os três setores de atividade económica têm condições para estarem implementados no Castelo. A pesca e a agricultura têm produtos de excelência, a indústria e a área de investigação tecnológica devem ser impulsionadas, o nosso património natural explorado com cuidado, mas sempre valorizado, e por fim o nosso Santuário Mariano do Cabo Espichel pode tornar-se um grande centro de fé, contando com a visita e estadia dos 2,5 milhões de pessoas da área metropolitana de Lisboa.

De que forma qualifica o desenvolvimento da freguesia e sua ligação à sede de concelho? O Castelo é o berço do concelho. Ao longo dos tempos não foi valorizada o suficiente em relação à sede de concelho, continuando hoje com grandes carências e pouco cuidada. O saneamento só agora começou a ser uma realidade, no entanto ainda não abrange toda a população. Continuamos com estradas de

O que mudaria no concelho? O concelho necessita de uma aposta clara nos recursos que possui. Apresenta condições únicas para o desenvolvimento. Para tal acontecer, temos que fazer uma forte aposta contra a sazonalidade. Um concelho que tem boas acessibilidades, como a A2 ou o IC32, mesmo que por vezes um pouco condicionadas, assim como os acessos à sede de concelho, com sol, mar, praia, campo, um Santuário

Mariano e outros monumentos edificados, não pode ter somente visitantes em Julho e Agosto. Temos que diminuir os meses da época baixa mas também promover a fixação das famílias através da passagem da 2ª habitação para 1ª. A organização do trânsito interno no concelho também tem que ser revista, assim como as acessibilidades aos parques empresariais, que podem constituir constrangimentos. A maior parte dos nossos parques industriais continuam vazios, sendo necessário criar atrativos para as empresas se fixarem no concelho. É também urgente criar alternativas para o trânsito de pesados. Relembra-se a necessidade urgente da construção da variante ao Porto de Pesca, cujos impactos na segurança e na fluidez de tráfego na Cotovia e em Santana serão de relevar. Em termos sociais também há muito para fazer, podendo existir uma discriminação positiva mais valorizada das famílias mais numerosas em relação aos serviços básicos prestados pela autarquia (água, recolha de lixo, taxa de esgotos). Outra aposta que é fundamental e urgente é num concelho para todos, por exemplo, em termos de mobilidade, é necessária a eliminação de barreiras artificiais que condicionam os cidadãos com necessidades especiais.

o que significa que a manutenção é impossível. A autarquia não consegue neste momento alargar os seus quadros e dar este trabalho a empresas externas é um processo complicado. As zonas que existem são pequenas e de fraca segurança e não são viáveis. Temos mais uma zona verde bastante agradável junto da igreja onde podemos desenvolver um conjunto de iniciativas, mas nós necessitamos e que eu defendo é a existência de uma zona verde delimitada com alguns indícios de segurança onde estejam incluídas zonas de lazer e onde estejam incluídos os parques infantis, zonas de desporto ao ar livre e de convívio. Tal como parque da Vila na Quinta do Conde, nós gostaríamos de ter uma zona que correspondesse aos desejos da população. Esse espaço estava previsto junto a Moagem de Sampaio pelo PDM, mas os terrenos não são camarários e na atual conjuntura não me parece que seja possível. A zona que eu defendo para esta estrutura é o Parque de Campismo da Maça, que tem já infraestruturas que se podiam aproveitar. O espaço está cedido a uma concessão que está a terminar a um grupo de caravanismo. Na minha opinião era a zona ideal que já tem infraestruturas básicas que necessitavam de ser melhoradas, onde existe um bar que se podia transformar numa cafetaria. Uma zona segura que tem um polidesportivo lá dentro e um anfiteatro que poderia ser aproveitado para a organização de espetáculos. Seria uma zona de excelência para a freguesia e para o concelho e que a junta não se importaria de gerir. O Parque dos Sobreiros na Quintinha segundo a população é neste momento um espaço de risco, o que pode ser feito? O Parque dos Sobreiros é uma zona que se pretendeu de lazer e que dada a carência de jardineiros por vezes está descuidado. Bem como a zona da Carrasqueira, o que demonstra a falta de resposta para estas zonas verdes. Não havendo capacidade estas zonas verdes tornam-se espaços que não têm utilização. A câmara está a ponderar dada a sua falta de capacidade de vir a contratar uma empresa externa que faça este tipo de serviços. No âmbito da saúde os serviços funcionam bem? O centro de saúde não é o melhor edifício, mas felizmente as pessoas tem médico de família e tem os serviços necessários às suas solicitações. A médio prazo pode-se colocar a necessidade de ampliar os serviços. A limpeza urbana é outro dos problemas do Castelo? A higiene urbana não é a mais desejável mas é a mais possível, gostaríamos de ter as zonas verdes mais limpas, as ruas mais limpas e uma recolha a 100%. Tentamos sempre fazer o melhor e exigir que o trabalho de recolha seja o mais eficiente. Como avalia a sua vida autárquica? A experiência foi muito interessante e um enorme desafio, entrei aqui muito jovem e com uma energia irredutível. As autarquias locais é um trabalho de proximidade muito enriquecedor e de grande motivação. Fátima Rodrigues


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Arrábida em discussão

No passado dia 11 de Julho reuniu-se a Assembleia Municipal de Sesimbra na sede da Sociedade Musical. A Assembleia tinha como tema a questão de importância capital para Sesimbra e para os Sesimbrenses; o POPNA e a sua revisão a curto prazo. Saliente-se a presença do executivo da Câmara Municipal de Sesimbra e seus vereadores. Com o quórum necessário procedeu-se a referida assembleia com os discursos das deputadas do PCP a senhora Paula Santos e do PS, Eurídice Pereira com assentos no Hemiciclo da Assembleia da Republica e também a participação do vereador Paulo Simões em representação do PSD de Palmela, Filipe Cunha do MSU, Adelino Fortunato do BE e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, a presidente do Conselho Directivo, Paula Sarmento, durante a primeira parte. Para a segunda parte ficou estipulado o tempo para intervenções dos munícipes e associações que quisessem participar apresentando os seus pontos de vista ou sugestões sobre o tema em questão. Para a 3ª parte do debate e na 4ª parte ficaram as intervenções do presidente da Câmara Municipal de Sesimbra e dos partidos que compõem a Assembleia Municipal de Sesimbra; PCP, PS, PSD, BE e MSU. Os intervenientes desta assembleia estão de acordo que o referido plano deve ser alvo de revisão e de melhoramento das linhas orientadoras que norteiam a vida da comunidade piscatória e demais sesimbrenses. É inegável para qualquer sesimbrenses que estamos perante um riquíssimo património natural, ambiental e cultural que é a

Arrábida e a sua envolvente, terrestre e marítima, no entanto há que preservar e valorizalo para gerações vindoras. O processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial da Unesco, embora tenha sido retirado pelo Estado Português, deveria ser objecto de trabalho continuado pelos intervenientes no processo de candidatura, de modo a ser aperfeiçoado e enriquecido com uma nova candidatura junto da Unesco num futuro próximo, todo este trabalho não pode ficar em vão! Das principais críticas ao Plano contam-se as proibições e limitações às artes de pesca artesanais, aos pescadores da região e à sua actividade económica, assim como os costumes e tradições ancestrais que sempre existiram neste território, mas que presentemente estão interditas e ou limitadas mas que deveriam ser alvo de uma análise aprofundada em termos socioculturais e económicos. O plano que deveria ser mais flexível e garantir ao mesmo tempo a sua protecção e não prejudicasse as populações abrangidas pelo plano. Existem também problemas que necessitam de serem resolvidos, mas que urgem soluções que não estão criadas, refira-se o caso das pedreiras e a respectiva cimenteira que foi construída antes da criação do Parque Natural da Arrábida no ano de 1976. Este plano foi criado em 2005 e necessita de ser modernizado, para acompanhar a evolução dos tempos, mas que se evitem cometer os erros do passado, há know-how, experiência e resultados que podem contribuir para uma melhoria significativa do actual plano. Houve também uma mudança da conjuntura econó-

mica que originou alterações profundas no mundo actual, sendo este um momento único para restabelecer o equilíbrio da natureza com o homem, restringido ou cancelarndo a co-incineração dentro do parque. Há necessidade de recuperar urgentemente essas áreas degradadas ou em abandono latente. A Arrábida é a pedra basilar neste contexto, estando em causa a identidade de um povo; a fauna, a flora e o clima. A Assembleia Municipal de Sesimbra reflectiu resoluções e apoiou a candidatura pela sociedade civil. As linhas de força deste debate são indiscutivelmente: o receio dos pescadores da região em relação à sustentabilidade da actividade piscatória, a diminuição assustadora das embarcações ao activo; em 2006 existiam 112 embarcações, enquanto no ano de 2013 apenas 63. Menos licenças e só são transmissíveis de país para filhos. As aiolas são o património típico de Sesimbra e estão em risco de desaparecem das nossas águas dentro de alguns anos. Deveria existir um regime de excepção aos pescadores de Sesimbra e Setúbal que diminuísse as dificuldades inerentes aos Invernos rigorosos que os impedem de pescar, uma ideia sugerida por um sesimbrense, que fosse permitida a pesca durante os meses de Inverno, na área compreendida da praia da Ribeira do Cavalo até ao Cabo Espichel (zona especial) para embarcações acima de 7 metros. O aumento da exploração em profundidade pelas pedreiras, a falta de fiscalização na parte terrestre, em virtude do desinvestimento no ambiente devido à actual conjun-

tura económica que a Europa e Portugal atravessam presentemente. Não obstante existirem regulamentos que delimitam as actividades dentro do parque, continuam a existir indivíduos que degradam o meio ambiente sem quaisquer escrúpulos com veículos motorizados. A necessidade de preservação e a promoção dos recursos naturais, salvaguarda

do património e o desenvolvimento sustentável da região e não esquecer os valiosos contributos dos pescadores e demais habitantes para a melhoria do plano. O incentivo à criação de actividades económicas e amigas do ambiente, como o centro de interpretação ambiental da Arrábida, turismo ecológico que tenha preocupações acrescidas na preservação do património natural e ambiental. As entidades intervenientes devem assegurar um são dialogo que promova um objectivo comum que é a protecção deste património único. Promoção da economia do mar e actividades ligadas ao turismo, mas com limitações impostas para uma melhor protecção do meio envolvente. A despoluição do estuário do Sado permitindo um crescendo de espécies piscícolas e da comunidade de roazes residentes. No final foi aprovada por unanimidade uma moção pelos partidos com assento na Assembleia Municipal de Sesimbra sobre o POPNA aos vários órgãos legislativos, executivos e Presidência da Republica e demais entidades envolvidas no tema. João Silva

A (re)visão do POPNA

Pedro Mesquita

Decorridos nove anos sobre a aprovação do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida – POPNA, continua na ordem do dia, a necessidade urgente, de uma revisão deste Plano. Contudo, sendo esta uma matéria de decisão política, caberá ao governo em funções, desencadear todos os esforços, no sentido de ouvir, com a máxima brevidade, todos os intervenientes locais com ligações directas ou de alguma forma indirectas, na gestão dos recursos marinhos, especificamente no caso de Sesimbra, no que se refere à utilização da zona pesqueira situada no Parque Luís Saldanha. A envolvência da sociedade local num debate desta natureza configura-se como sendo da mais elevada importância, fundamentalmente pelo conhecimento e experiência que as gentes locais poderão representar na discussão, preparação e planeamento deste proces-

so de revisão. Do ponto de vista científico, económico e social, importa, neste momento que antecede a esperada intervenção revisionista do POPNA, a apresentação por parte das entidades competentes, de um relatório de avaliação e balanço sobre o resultado deste período de interdição – que recursos existiam à data e que recursos existem no momento - e disso, dar-se conhecimento às estruturas e entidades locais. A consciência generalizada de que a necessidade da criação destes parques naturais são uma mais-valia para a preservação e manutenção das espécies, é hoje uma realidade. As populações piscatórias dispõem actualmente de uma maior informação, permitindolhes um conhecimento mais aberto sobre estas matérias, valorizando a saudável partilha do espaço, tendo no horizonte o equilíbrio e manutenção da sua actividade, o desenvolvimento económico e social, que só é possível, com a consolidação e união de todos estes factores, centrando a base da sua acção, no respeito pelo bem comum e pela saudável convivência entre o homem e a natureza. Pedro Mesquita


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Associação dos Socorros Mútuos

SOCIEDADE

Visita sócio cultural

Sesimbrenses pelo Mundo

A Associação de Socorros Mútuos Marítima e Terrestre da Vila de Sesimbra, no âmbito da sua acção sócio-cultural, proporcionou, em 28-6-2014, aos seus associados uma visita cultural a Coimbra, Luso e Buçaco. Ao longo do dia, o grupo manifestou abertamente a ale-

gria do convívio e deixou-se seduzir não só pela cultura da Biblioteca da Universidade, mas também pelas belezas da natureza, como o Penedo da Saudade ou a luxuriante Mata do Buçaco! Associação de Socorros Mútuos M.T.V. Sesimbra

Nome: Rosália Leandro Simões Idade: 40 anos Qual o principal motivo que te levou a partir? Foram essencialmente questões de saúde e claro a procura de melhores condições económicas.

O projecto é voltar? Para já não. O nosso país não tem futuro para os jovens. Talvez um dia, mas daqui a uns bons anos e com saúde, claro!

Excetuando a família, claro, de que sentes mais saudades? Da praia, do mar, do cheiro a maresia….

O que te fará voltar? Sem dúvida que a família, seria uma das principais razões que me levaria a voltar.

De que forma te manténs atenta ao que se passa em Sesimbra? Por brincadeira, os meus colegas dizem que sou viciada no faceboock. Na realidade, é sobretudo desse modo que me mantenho informada sobre o que se passa em Sesimbra. No entanto, a família e os amigos também me vão informando. De que forma olhas agora para a tua terra a partir daí? Vamos só falar do lado bom.... um paraíso. Como matas as saudades? As saudades nunca se matam quando estamos longe. Há sempre um vazio.

O que dirias ou que conselho darias a quem hoje está de partida? Diria muita coisa, mas principalmente muita força de vontade. É muito importante saber falar bem a língua do país para onde se pretende ir, até porque ser emigrante tem sempre o seu preço! E a quem fica e vê alguém próximo partir? Penso que nesses caso é sempre pior para quem parte. O que custa mais? No meu caso, que tenho uma avó de 93 anos, tenho medo de não voltar a beijá-la e abraçá-la. O que te atrai mais e menos

Local: Geneve – Suíça A fazer o quê? Profissão? A procura de um futuro melhor para os meus filhos

Gliese celebra aniversário com glamour

Há quanto tempo? Vai fazer 4 anos

nesse país? O comportamento das pessoas, principalmente dos portugueses. O que custou mais no processo de adaptação? A falta dos meus filhotes e a língua francesa. Onde levas quem te vai visitar aí? Tento mostrar localidades com características diferentes das portuguesas ou de Sesimbra. Quando regressas a Sesimbra, o que te apetece logo fazer? Abraçar a minha avó, ir a um jantarzinho de mulheres e muita festa claro!

Realizou-se no passado dia 16 de julho o 7º aniversário do Gliese, uma festa repleta de cor animação e emoções ao rubro que nos convidou a partilhar com esta família mais um momento de sucesso e alegria. Com música e animação os convidados deliciaram-se com a alegria. O balanço deste sete anos é para Fernanda, “positivo, uns anos melhores outros menos bons, mas tentamos de alguma forma promover sempre o desenvolvimento e o bom funcionamento em que a satisfação de quem nos visita é fundamental. Com o momento que a nossa economia atravessa é fundamental mantermos uma gestão rigorosa e é isso que temos tentado fazer. O o que

nós pretendemos é deixar uma marca na nossa terra e trazer e fazer de Sesimbra um dos melhores destinos. Gostava que daqui a uns anos o Gliese marcasse uma época e fosse uma referência para as gerações vindoiras”. Uma casa que forma jovens no mundo da hotelaria, “jovens que aparecem pela primeira vez, muitos ainda cá estão e os melhores que formamos e que não temos capacidade para manter saem para melhor, uns para Paris Casino do Estoril e tantos outros locais, o que muito nos orgulha” Cantaram-se os parabéns e brindou-se à vida e ao sucesso desta família e de Sesimbra, desejando que o próximo ano seja cada vez melhor.

Marginal tem iluminação e zonas de lazer

Lagoa de Albufeira tem nova imagem

Foi no dia 18 de julho que Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra inaugurou iluminação pública na marginal da Lagoa de Albufeira, um momento marcante e muito desejado pela população. A obra custou cerca de 450 mil euros e incluiu, para além da colocação de iluminação, o melhoramento nos acessos pedonais à praia, construção de escada de acesso à marginal, a partir da malha urbana, reordenamento do estacionamento e das vias de circulação, daquela zona do concelho de Sesimbra.

Segundo Augusto Pólvora, a requalificação desta marginal não teria sido possível sem o contributo de todos, “aqui devo enaltecer de forma muito especial a AUGI 3, cuja colaboração foi essencial para criarmos um novo acesso à marginal. Durante a visita e inauguração marcaram ainda presença

os vereadores. Augusto Pólvora explicou ainda a requalificação da margem sul da Lagoa, uma requalificação urbanística fundamental para qualificar esta zona: “que não termina aqui, uma vez que é nossa intenção prolongar o passeio até próximo da Lagoa Pequena”, salientou.

O projeto incluiu, para além da instalação de iluminação pública e de um novo acesso em madeira até à margem, o melhoramento dos acessos pedonais à praia, construção de zonas de descanso e lazer com bancos, bem como o reordenamento do estacionamento e alargamento do último troço da Estrada dos Murtinhais, que permite a circulação nos dois sentidos até à marginal.


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CULTURA

David Sequerra, o escritor

Transmissão de Tarefas

“Ditos e Feitos da miudagem” Flávio Lopes é o novo

Foi na sala Conde Ferreira, em Sesimbra, que David Sequerra apresentou no passado dia 5 de julho, mais um livro das suas “estórias”, desta vez um livro infantil que trás como mensagem a energia e alegria dos “petizes” que de forma extraordinária se tornam por momentos simples e “pequenos adultos” nas suas palavras. De sala cheia e de forma informal entre amigos e distintos convidados o escritor falou da criação desta obra que demorou cerca de 10 anos a germinar. David Sequerra contou que: “Sempre tive um gosto especial pelas crianças e foi através de algumas histórias de professoras amigas

que me surgiu a ideia de passar para o papel. Eu próprio tinha algumas histórias vividas e portanto, achei que esta era a oportunidade. O livro divide-se em três partes: coisas contadas na escola, a vida comum e histórias passadas no desporto”. Um livro com 100 páginas

que o autor pretendeu fácil de ler, com historias que os miúdos “contam e que para os adultos por vezes acham que são um pouco “picantes”, mas que fazem parte do seu universo”. Perante uma sala cheia David Sequerra de voz embargada pela emoção diz-se: “feliz e cheio de emoções por ter aqui em Sesimbra esta fantástica receção de mais uma obra minha. Dediquei aqui esta obra, a meu avô, um homem que marcou o meu crescimento e que me deixou aos 16 anos de idade, mas que me marcou com valores para o resto da minha vida”. David Sequerra, é um homem versátil, órfão desde tenra idade foi educado pelos seus avós maternos, tendo uma especial admiração pelo seu avô, a imagem de patriarca que ainda hoje o emociona. Aluno dos Pupilos do Exército casa onde ainda hoje se mantem ligado, é também conhecido pela sua ligação ao Comité Olímpico e pela sua dedicação ao mundo do desporto, tendo sido também diretor do jornal O Sesimbrense. É autor de dois livros de poesia – Clamores da alvorada (1951) e Intimidade (2001) e de dois livros de “estórias” que relatam muito do que tem sido a sua participação ao serviço do desporto – Dea – Dezoito estórias africanas (Lisboa: Multinova, 2002) e O milongo dos limões e outras estórias do olimpismo em África (Lisboa: Multinova, 2005).

O escritor sesimbrense António Parada lança no dia 9 de agosto o livro “A Guardiã”, a sua primeira obra literária, numa argumentação sci-fi que, que centra a sua acção em Portugal pretendendendo dirigir-se a vários públicos, especialmente os fãs do heavy metal. O enredo da obra desenvolve-se em torno da fuga de uma maquiavélica raça de alienígenas, dotada duma inigualável capacidade de metamorfose natural, com vista à adaptação a novos ambientes noutros planetas, acaba por desembocar na Terra, fugindo das Entidades. Estes últimos seres, também conhecidos como Grandes Engenheiros, são ancestrais e contemporâneos da criação do universo e aproveitam a sua antiguidade e experiência para fomentar, proteger e criar novos mundos destituídos de violência, que consideram avessa à expansão e desenvolvimento de novas formas de vida inteligente. Porém, as demoníacas criaturas refugiam-se em Portugal onde rapidamente e de forma dissimulada conseguem criar as condições para se perpetuarem como espécie dominadora e, em simultâneo, dão início aos seus macabros rituais e caçadas. Quando o seu projeto estava prestes a tornar-se irreversível e imparável, acabam por se cruzar com Henrique, inspetor da Polícia Judiciária, que, inexplicavelmente passa a ser atormentado por terríveis pesadelos e visões que retratam de forma dantesca alguns homicídios eminentes.

LIVRO DO MÊS

“A Guardiã”

rosto do Rotaract

No passado dia 12 de Julho o Rotaract Clube de Sesimbra realizou a cerimónia de transmissão de tarefas onde estiveram presentes vários rotários do distrito rotário, familiares e amigos. João Casaca fez a transmissão para Flávio Lopes que agora assume funções por um ano. A cerimónia realizou-se na quinta de Irene Gomes, em Sampaio, que cedeu o espaço num ambiente bastante agradável. A cerimónia contou com a presença da vice-presidente da Fundação Rotária Portuguesa Teresa Mayer, que tem realizado um trabalho de elevado valor humanitário no concelho, do past-representante para o Rotaract no D.1960, Ricardo Madeira que este ano apoiou e acompanhou as acções do clube, e o representante para o Rotaract no D.1960, Luís Rodrigues. Foram várias as intervenções, todas elas enaltecendo o trabalho desenvolvido pelo clube durante este ano e os objectivos atingidos, de realçar o projecto conjunto realizado pelos Clubes de Rotaract e Interact, do Distrito Rotário 1960 de combate à fome e à pobreza que se saldou numa doação de 8,6 toneladas de arroz à Caritas Portuguesa.

Antes da passagem do colar e do pin de Presidente o Clube foi presenteado com a Menção Presidencial, prémio dado pelo Rotary Internacional aos Clubes que mais se distinguem durante o ano Rotário no serviço às suas comunidades, dada pelas mãos de Argentina Marques presidente do Rotary Clube de Sesimbra. Na iniciativa realizaram-se ainda uma série de distinções e reconhecimentos àqueles que este ano apoiaram e ajudaram o Clube a atingir os seus objetivos. Das distinções efetuadas destacaramse Irene Gomes e Filipa Pinto como Sócias Honorárias do Rotaract Clube de Sesimbra. A Cerimonia terminou com a passagem de testemunho de João Casaca para o Flávio Lopes o qual após o ato agradeceu a presença de todos e do seu apoio terminando a sessão com o tradicional toque do sino. Fátima Rodrigues

Nos dias 12 e 13 de Julho realizou-se um conjunto de obras ao vivo, ao som da música do DJ André Costa, com os projectos dos artistas sesimbrenses João Cruz, João Maciel, Hugo Marques, Joaquim Manuel e Paulo Ferreira. A exposição denominada por Há Peixe e Não Há Caixas, esteve patente até ao final do mês de julho. Foi realizada às sextas, sábados e domingos com o horário das 21 às 24 horas. A organização esteve a cargo da câmara municipal, que se inspirou na campanha Sesimbra é peixe. A agenda cultural vai ter continuidade com mais iniciativas musicais. Bem como feiras de artesanato e exposições durante o mês de agosto. Cátia Alves


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portaria. É lamentável a falta de manutenção deste equipamento. Onde está o respeito pelos que viveram ao nosso lado? E pelos familiares? Será que os meios de comunicação regionais podem abordar estas temáticas….Visitem o Cemitério da Aiana e façam uma matéria sobre este assunto. Eduardo Costa

HORÓSCOPO

Correio do Leitor Cemitério de Aiana Mas a realidade é esta em Sesimbra há um mito curioso, o de que o Cemitério da Aiana é um Cemitèrio Jardim, moderno, igual ao que se faz em tantas localidades. O Cemitério do Aiana está estrategicamente arranjado para criar a ilusão de ajardinado que só é realidade nalgumas bordas e em seu redor. A zona das sepulturas é de areia….só areia. De inverno com mais ou menos erva, sem manutenção, de verão areia tipo deserto e ainda com menos manutenção. Mas a realidade é que aceitar não é habituar, e passados vários anos ainda não se consegue interiorizar o macabro que é uma visita ao Cemitério da Aiana sobretudo depois de uma chuvada com a areia, que são as sepulturas, toda em cima das lapides. Infelizmente fui recentemente ao Cemitério da Aiana em Sesimbra a um funeral de uma pessoa amiga e fiquei incrédulo a relva já era, o que me disseram os populares foi que no verão temos erva seca e areia, no inverno erva verde e areia. Funcionários a fazer a manutenção é raro estão sempre dentro da

Tiago Lopes


DESPORTO

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Capoeira Alto Astral Sesimbra

O Grupo de Capoeira Alto Astral Sesimbra, voltou a animar a marginal com toda a sua boa energia durante todo o fim-de-semana, nos dias 25, 26 e 27 de Julho. Todos os anos, no mês de Julho organizam um evento que se baseia na prática da capoeira, rodas, baptizados,

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Jantar Torneio Solidário do Clube Ténis de Sesimbra

15 anos ao serviço do desporto Realizou-se no passado dia 6 de julho em Alfarim o Jantar, Torneio Solidário do Clube Ténis de Sesimbra, onde atletas, direção e famílias conviveram e homenagearam o empenho e o esforço de todos para o sucesso do clube.

trocas de graduações e também na participação no Carnaval de Verão com o seu Bloco Multicultural. O evento envolveu cerca de 100 participantes da modalidade, não só do grupo Alto Astral como de grupos diferentes, incluindo Mestres. Sofia Polido

Atletas quintacondenses com medalha de ouro

Junho foi um mês excelente para Portugal nas lutas olímpicas, tendo participado no campeonato Mediterrâneo que ocorreu na Sérvia, vários atletas quintacondeses representaram Portugal na iniciativa. Foram vários os países e lutadores que participaram nesta prova. O campeonato não foi fácil mas mesmo assim alguns atletas conseguiram bons resultados.

As atletas Liliana Santos e Vânia Guerreiro do Clube Sport Lisboa Benfica, da Quinta do Conde arrebataram a medalha de ouro. Liliana Venceu na categoria dos 48 KG seniores e Vânia Venceu na categoria dos 53 KG Seniores. Para além destas vitórias, houve tambem bons resultados na luta greco romana pelos irmãos Caldas. Daniel foi o terceiro classificado na categoria dos 63KG cadetes; Pedro foi o quinto classificado na categoria dos 69KG cadetes. Foi um grande orgulho não só para os treinadores da seleção e do clube mas também para os atletas por terem conquistado a hipótese de representar tão bem a Quinta do Conde e Portugal alémfronteiras. Rui Costa

G.D. Alfarim campeão nacional O Grupo Desportivo de Alfarim é campeão nacional de patinagem livre, no escalão de infantis femininos tendo-se classificado em primeiro lugar no campeonato que se realizou nos dias 28 e 29 de Junho, no Pavilhão Municipal de Tomar. A prova contou com a participação de 120 patinadores, que representavam cerca de 54 clubes. A equipa de Alfarim esteve em grande destaque com a atleta Beatriz Gonçalves que terminou em terceiro lugar arrecadando assim a medalha de bronze, bem como Catarina Mendes que se

classificou em sexto lugar. Para as duas jovens patinadoras os resultados obtidos funcionam como um justo prémio pelo trabalho desenvolvido ao longo da época desportiva e para o clube a satisfação de poder ver o seu nome inscrito na lista de campeões nacionais. Por equipas, o GD Alfarim terminou em primeiro lugar, em igualdade pontual com o Rolar Matosinhos (23 pontos) e em terceiro lugar classificou-se a Escola Dramática Musical Valboense (17 pontos). F.R.

O Clube Escola de Ténis de Sesimbra nasceu a 15 de Outubro de 1999, celebrando este ano o seu 15 aniversário. Por iniciativa do técnico João Pedro Aldeia que há já alguns anos dinamizava o ténis no Concelho, um grupo de vinte e seis tenistas e uma tenista uniram as suas vontades de forma a liderar um projeto sólido e credível para o desenvolvimento do ténis, criando as necessárias condições e instalações para o engrandecimento da modalidade dignificando os praticantes e o nosso Concelho. O jantar acompanha o clube desde o seu nascimento e é uma forma de “convívio entre os atletas e as famílias, com entrega dos prémios para todos os atletas”, referiu o atual presidente Luís Esteves. Os galardoes foram atribuídos em vários escalões etários de forma a “premiar todos os praticantes desta modalidade desportiva desde a competição às escolinhas pelo seu trabalho e também uma forma de os motivar a continuar”, referiu o presidente. Segundo João Aldeia, vice-presidente do clube e diretor técnico “atualmente, contamos cerca de 150 sócios, com uma cota mensal de dois euros e meio. Temos 70 praticantes e desenvolvemos a nossa atividade nos campos de Ténis de Almoinha, o qual gerimos através de um protocolo com a Câmara Municipal de Sesimbra. ”. O CETS é filiado pela F.P.T desde o ano da sua fundação e desde essa data que participa regularmente em provas individuais e por equipas do calendário oficial da Federação, porém segundo o diretor técnico o clube está mais vo-

cacionado não para a competição mas para a “vertente da aprendizagem da modalidade. Quando surgem atletas que pretendem crescer dentro da modalidade, nos encaminhamos esses jovens para outro clube que esteja mais vocacionado”. “O clube tem tido alguns apoios por parte da CMS e vive das cotizações, dos alugueres e da organização das competições anuais que realizamos”, salientou João Aldeia. O torneio social é uma competição que vai de outubro a junho do ano seguinte e que visa sobretudo “manter em atividade todos os sócios praticantes do clube, tantos os que entram em competição como os que praticam de forma lúdica”. A prática de ténis é considerada um desporto que exercita o corpo todo, Um boa opção para melhorar o rendimento físico e intelectual. Segundo João Aldeia: “O ténis não tem limite de idade, nem mínima nem máxima; como exercício aeróbio é recomendado a toda a gente, apesar de, no caso de doenças da coluna vertebral ou do coração, ser necessário praticá-lo sob controlo médico apertado”. O ténis melhora a circulação e estimula tanto o coração como o cérebro, sendo uma excelente forma de combater o stress. Um desporto cujo custo da prática é médio, pois segundo o diretor técnico o preço médio de uma raquete ronda os 60 euros. Em Outubro o clube festeja o seu 15 aniversário, e tem vindo a destacar-se a nível do campeonato regional, “um orgulho para todos nós e para Sesimbra”. F.R.


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Ana Maria Sousa: a “CAMPONESA” de Sesimbra Já passaram quase cinquenta anos desde que aceitou o desafio do pai para juntar-se com o marido para tomar conta de uma das padarias mais antigas de Sesimbra. ANA MARIA SOUSA não tem tempo nem vocação para vaidades: É a modéstia em pessoa, porque a sua vida e a sua desafectação podem realmente inspirar. Herdeira do negócio da padaria “A Camponesa”, transmitido por seu pai, Joaquim do Moinho, quando tinha 18 anos, e já casada, que posteriormente rendeu-se às evidências e se transformou em pastelaria. Com o marido, Arménio, fizeram do estabelecimento um dos mais conceituados de Sesimbra. É uma mulher de estatura média, mas tão alta como a consideração que nos mereceu por partilhar connosco o seu nem sempre fácil mundo encantado. Anita, como é conhecida por todos, gosta de falar, sobretudo se, como era o caso, o tema for a padaria A Camponesa, que funciona desde 1945, no Largo Eusébio Leão, mantendo hoje uma fachada moderna que a caracteriza. Tivemos de recorrer às palavras de Anita, para nos contar como tudo aconteceu, para poder expressar a nossa admiração. Manter uma Casa com a excelente qualidade e aten-

dimento não deve ser fácil. Como reagiu ao princípio? - Levámos sempre para a frente o negócio, sobretudo para que o meu pai se orgulhasse do nosso trabalho e da responsabilidade que tínhamos assumido. Vimos de uma família de moleiros, que já vai na quinta geração, por isso estáme no sangue. Entendo ser esta a melhor forma de honrar a memória dos meus antepassados, pois também eles se esforçaram para manter unida a padaria que neste momento represento. De todas as responsabilidades que assumiu, qual a que distingue mais? - Para mim, confesso, foi tudo sempre muito simples. Os meus pais educaram-me nos ideais de serviço aos outros, que os vários ramos da minha família sempre cultivaram. Na gestão racional e moderna do fabrico da padaria, conto com um espírito de união familiar sem precedentes. A minha motivação e envolvimento ao trabalho é compensada pelo apoio diário dos filhos, que decidiram ficar ligados ao negócio e de colaboradores extremamente dotados. Sabemos que desde sempre se dedicou à indústria da farinha. Como foi? Ainda o faz? Fale-nos dessa experiência... - O meu pai sempre criou os seus próprios cereais para a fa-

bricação da farinha. Para a sua produção possuía vários moinhos de vento. Com o correr do tempo veio a adquirir várias padarias, onde se iniciou com o negócio de venda de pão. Hoje só a nossa se mantém. Actualmente a indústria está a cargo do meu irmão e sobrinhos. Trata-se de continuar uma verdadeira arte, feita de experiência acumulada transmita pelo meu pai. As nossas farinhas são hoje uma das principais referências nacionais com uma inegável projecção, com a vantagem de cobrirem uma vasta gama de qualidade. O que sai da padaria? - Todas as diversidades de pão de fabrico artesanal cozido em forno de lenha e todo o tipo de doçaria regional. As pessoas gostam tanto de vir comprar, que de ano para ano, nos vêm sempre visitar, e estes gestos deixam-me muito realizada. Como surgiu a ideia de produzir a Farinha Torrada? - Para mim, este doce tradicional do concelho, está ligado à minha infância e ado-lescência. Um dia estava encostada ao balcão, a olhar a rua, sem ninguém, e assulou em mim uma nostalgia, que me fez lembrar as velhotas que já tinham partido, as conversas que costumavam ter quando se reuniam na padaria e o cheirinho

Beleza desfila em Sesimbra

da Farinha Torrada que ficava no ar. Na tarde desse dia, por volta da década de 70 do século passado, mergulhando naquelas boas lembranças que me enchiam a alma e o coração, deitei mãos à obra e decidi fazer, pela primeira vez, um tabuleiro de Farinha Torrada para colocar na montra. A partir daí, passou a ser presença assídua da padaria, sendo hoje cada vez mais procurada. Que recordações guarda para si? - Os grandes valores que recebi do meu pai, a paixão pelo negócio da farinha, e os bons momentos que desde pequena vivi no meio de todas aquelas mulheres, que se reuniam na padaria do meu pai e me deixavam completamente absorvida pelas suas conversas. O que mais gosta de Sesimbra? - Apesar da mudança me ter custado um mês de lágrimas quando deixei o sítio onde nasci para viver em Sesimbra aos 14 anos, acabei por me apaixonar completamente pela vila. Não sei viver sem esta terra. É maravilhosa em todos os aspectos. Victor Sousa Lopes

Decorreu no passado dia 5 de julho no Restaurante Capitulo em Sesimbra a final regional sul, da Miss Look de Glamour / Miss European Portugal 2014. O evento com uma vista fantástica sobre a baia da vila teve como momento alto a atuação de Tiago Ribeiro, um jovem revelação do mundo da música portuguesa. Foram várias as jovens que desfilaram em vários trajes, pela passadeira vermelha mostrando a beleza da mulher portuguesa. O júri atento observava de forma qualificativa as jovens que anseiam por uma carreira no mundo da moda. Bruna Freitas, Sara Pereira e Maria Moniz foram as finalistas escolhidas pelos jurados, mas a estas três jovens juntaramse mais 7 jovens totalizando as 10 finalistas que agora irão concorrer a nível nacional.


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